Ludwig von Mises: diferenças entre revisões

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'''Ludwig Heinrich Edler von Mises''' ([[Lviv]], [[29 de Setembro]] de [[1881]] — [[Nova Iorque]], [[10 de Outubro]] de [[1973]]) foi [[economista]] teórico de nacionalidade austríaca e, posteriormente, americana, que foi membro da [[Escola Austríaca|Escola Austríaca de pensamento econômico]]. É conhecido principalmente por seu trabalho no campo da [[praxeologia]], o estudo dedutivo das ações e escolhas humanas.
'''Ludwig Heinrich Edler von Mises''' ([[Lviv]], [[29 de Setembro]] de [[1881]] — [[Nova Iorque]], [[10 de Outubro]] de [[1973]]) foi [[economista]] teórico de nacionalidade austríaca e, posteriormente, americana, que foi membro da [[Escola Austríaca|Escola Austríaca de pensamento econômico]]. É conhecido principalmente por seu trabalho no campo da [[praxeologia]], o estudo dedutivo das ações e escolhas humanas.


Defensor da [[liberalismo econômico|liberdade econômica]] como suporte básico da [[liberdade individual]], em seu livro ''[[Ação Humana]],'' Mises expõe as posições epistemológicas e metodológicas que caracterizam a Escola Austríaca: concepção subjetiva de valor, [[individualismo metodológico]] e praxeologia.<ref>{{citar livro|titulo=Human Action, The Scholar's Edition|ultimo=Mises|primeiro=Ludwig|editora=Ludwig von Mises Institute|ano=2004|isbn=9781610164313|local=S.l|paginas=|acessodata=2016}}</ref> Além disso, dedicou-se à crítica do [[Socialismo]] enquanto sistema econômico, por considera-lo inviável em razão de não apresentar mecanismos de fixação de [[preço]] pelo [[mercado]] ([[problema do cálculo econômico]]).
Defensor da [[liberalismo econômico|liberdade econômica]] como suporte básico da [[liberdade individual]], em seu livro ''Ação Humana,'' Mises expõe as posições [[Epistemologia|epistemológicas]] e [[Metodologia|metodológicas]] que caracterizam a Escola Austríaca: concepção subjetiva de [[valor (economia)|valor]], [[individualismo metodológico]] e praxeologia.<ref>{{citar livro|titulo=Human Action, The Scholar's Edition|ultimo=Mises|primeiro=Ludwig|editora=Ludwig von Mises Institute|ano=2004|isbn=9781610164313|local=S.l|paginas=|acessodata=2016}}</ref> Além disso, dedicou-se à crítica do [[Socialismo]] enquanto [[Economia socialista|sistema econômico]], por considera-lo inviável em razão de não apresentar mecanismos de fixação de [[preço]] pelo [[mercado]] ([[problema do cálculo econômico]]).


Embora seu trabalho tenha sido amplamente ignorado até meados do século XX,<ref name=":0">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=it9c6z4bw_8C|titulo=Mises: The Last Knight of Liberalism|data=2007-01-01|editora=Ludwig von Mises Institute|isbn=9781610163897|lingua=en}}</ref><ref name=":1">{{citar livro|titulo=On Classical Liberalism and Libertarianism|ultimo=Barry|primeiro=Norman|editora=St. Martin's Press|ano=1987|local=New York|paginas=59|acessodata=2016}}</ref><ref name=":2">{{Citar livro|url=http://link.springer.com/chapter/10.1007/978-94-017-3454-7_2|titulo=Ludwig von Mises as Social Rationalist|ultimo=Salerno|primeiro=Joseph T.|data=1990-01-01|editora=Springer Netherlands|isbn=9789401734561|editor-sobrenome=Rothbard|editor-nome=Murray N.|paginas=26–54|lingua=en|doi=10.1007/978-94-017-3454-7_2#page-1|editor-sobrenome2=Block|editor-nome2=Walter}}</ref> sua obra tem experimentado um certo aumento de popularidade, embora mesmo pensadores ligados ao [[liberalismo clássico]] o acusem de ser "um filho do [[Iluminismo]] nascido por engano no século XX".<ref name=":1" /><ref name=":2" />
Embora seu trabalho tenha sido amplamente ignorado até meados do [[século XX]],<ref name=":0">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=it9c6z4bw_8C|titulo=Mises: The Last Knight of Liberalism|data=2007-01-01|editora=Ludwig von Mises Institute|isbn=9781610163897|lingua=en}}</ref><ref name=":1">{{citar livro|titulo=On Classical Liberalism and Libertarianism|ultimo=Barry|primeiro=Norman|editora=St. Martin's Press|ano=1987|local=New York|paginas=59|acessodata=2016}}</ref><ref name=":2">{{Citar livro|url=http://link.springer.com/chapter/10.1007/978-94-017-3454-7_2|titulo=Ludwig von Mises as Social Rationalist|ultimo=Salerno|primeiro=Joseph T.|data=1990-01-01|editora=Springer Netherlands|isbn=9789401734561|editor-sobrenome=Rothbard|editor-nome=Murray N.|paginas=26–54|lingua=en|doi=10.1007/978-94-017-3454-7_2#page-1|editor-sobrenome2=Block|editor-nome2=Walter}}</ref> sua obra tem experimentado um certo aumento de popularidade, embora mesmo pensadores ligados ao [[liberalismo clássico]] o acusem de ser "um filho do [[Iluminismo]] nascido por engano no século XX".<ref name=":1" /><ref name=":2" />


É autor de diversos livros, dentre os quais o já citado ''Ação Humana'' (1949) e ''[[A Mentalidade Anticapitalista]]'' (1956).
É autor de diversos livros, dentre os quais o já citado ''[[Ação Humana]]'' (1949) e ''[[A Mentalidade Anticapitalista]]'' (1956).


== Biografia==
== Biografia==
Ludwig von Mises nasceu em [[Lemberg]], no [[Império Austro-Húngaro]] (hoje [[Lviv]] na [[Ucrânia]]), seu pai trabalhava como [[engenheiro]] na cidade, e como descendentes de famílias de grande fortuna (seu bisavô paterno inclusive havia recebido de [[Francisco José I da Áustria|Francisco José I]] o título de ''[[Nobreza austríaca|edler]]'') o jovem Ludwig e seu irmão [[Richard von Mises|Richard]], que deixou contribuições na área de [[engenharia mecânica]], tiveram uma infância confortável e que lhes proporcionou uma esmerada educação. Assim, aos doze anos, Ludwig falava fluentemente [[alemão]], [[polonês]] e [[francês]], lia em [[latim]], e entendia o [[ucraniano]].<ref name="Kuehnelt-Leddihn">[[Erik Ritter von Kuehnelt-Leddihn]], [http://mises.org/asc/essays/kuehneltLeddihn.pdf "The Cultural Background of Ludwig von Mises"], ''The Ludwig von Mises Institute'', page 1</ref>
Ludwig von Mises nasceu em [[Lemberg]], no [[Império Austro-Húngaro]] (hoje [[Lviv]] na [[Ucrânia]]), seu pai trabalhava como [[engenheiro]] na cidade, e como descendentes de famílias de grande fortuna (seu bisavô paterno inclusive havia recebido de [[Francisco José I da Áustria|Francisco José I]] o título de ''[[Nobreza austríaca|edler]]'') o jovem Ludwig e seu irmão [[Richard von Mises|Richard]], que deixou contribuições na área de [[engenharia mecânica]], tiveram uma infância confortável e que lhes proporcionou uma esmerada [[educação]]. Assim, aos doze anos, Ludwig falava fluentemente [[alemão]], [[polonês]] e [[francês]], lia em [[latim]], e entendia o [[ucraniano]].<ref name="Kuehnelt-Leddihn">[[Erik Ritter von Kuehnelt-Leddihn]], [http://mises.org/asc/essays/kuehneltLeddihn.pdf "The Cultural Background of Ludwig von Mises"], ''The Ludwig von Mises Institute'', page 1</ref>


Quando Ludwig e Richard ainda eram pequenos, sua família voltou para [[Viena]], onde tinha raízes. Em [[1900]], Mises frequentou a [[Universidade de Viena]], sendo influenciado pelos trabalhos de [[Carl Menger]]. Entre [[1904]] e [[1914]] Mises assistiu às aulas do economista austríaco [[Eugen von Boehm-Bawerk]], tendo concluído seu [[doutorado]] em 1906.
Quando Ludwig e Richard ainda eram pequenos, sua família voltou para [[Viena]], onde tinha raízes. Em [[1900]], Mises frequentou a [[Universidade de Viena]], sendo influenciado pelos trabalhos de [[Carl Menger]]. Entre [[1904]] e [[1914]] Mises assistiu às aulas do economista austríaco [[Eugen von Boehm-Bawerk]], tendo concluído seu [[doutorado]] em 1906.
[[Imagem:Misescrest.gif|frame|50px|[[Brasão]] do [[bisavô]] de Ludwig von Mises, Mayer Rachmiel Mises, que em [[1881]] recebeu do [[Imperador]] [[Francisco José I da Áustria]] o título de ''[[Nobreza austríaca|edler]]'']]<nowiki></nowiki>
[[Imagem:Misescrest.gif|frame|50px|[[Brasão]] do [[bisavô]] de Ludwig von Mises, Mayer Rachmiel Mises, que em [[1881]] recebeu do [[Imperador]] [[Francisco José I da Áustria]] o título de ''[[Nobreza austríaca|edler]]'']]<nowiki></nowiki>
Mises lecionou na [[Universidade de Viena]] de [[1913]] a [[1934]], e também atuou como conselheiro econômico do [[Monarquia|monarquista]] [[Otto von Habsburg]] e do governo [[Austrofascismo|austrofascista]] de [[Engelbert Dollfuss]].<ref>[http://www.mises.org.br/ArticlePrint.aspx?id=743 INSTITUTO LUDWIG VON MISES - "Desabafos e devaneios econômicos", por Fernando Ulrich]</ref> Mises temia por sua integridade física diante do avanço [[Nazista]] na Europa, tendo o assassinato de [[Engelbert Dollfuss|Dollfuss]] pelos Nazistas o impulsionado a fugir do país em [[1934]], em direção a [[Genebra]] na [[Suíça]], onde passou a lecionar no [[Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais]] até o ano de [[1940]].<ref name=":0" />
Mises lecionou na [[Universidade de Viena]] de [[1913]] a [[1934]], e também atuou como conselheiro econômico do [[Monarquia|monarquista]] [[Otto von Habsburg]] e do governo [[Austrofascismo|austrofascista]] de [[Engelbert Dollfuss]].<ref>[http://www.mises.org.br/ArticlePrint.aspx?id=743 INSTITUTO LUDWIG VON MISES - "Desabafos e devaneios econômicos", por Fernando Ulrich]</ref> Mises temia por sua integridade física diante do [[Europa ocupada pela Alemanha Nazista|avanço Nazista na Europa]], tendo o assassinato de [[Engelbert Dollfuss|Dollfuss]] pelos Nazistas o impulsionado a fugir do país em [[1934]], em direção a [[Genebra]] na [[Suíça]], onde passou a lecionar no [[Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais]] até o ano de [[1940]].<ref name=":0" />


Em 1940, ele [[Imigração|imigrou]] para [[Nova Iorque]],<ref>{{citar livro |ultimo=Hulsmann |primeiro=Jorg Guido |editora= |título=Mises: The Last Knight of Liberalism |editor=Ludwig von Mises Institute |ano=2007 |página= |ISBN=1-933550-18-X}}</ref> vindo aos Estados Unidos sob o patrocínio da [[Fundação Rockefeller]] e, como muitos outros intelectuais representantes do liberalismo clássico, recebeu apoio do [[Fundo William Volker]] para obter uma posição nas universidades norte-americanas,<ref name="Kitch">{{citar periódico|último =Kitch|primeiro =Edmund W.|título=The Fire of Truth: A Remembrance of Law and Economics at Chicago, 1932–1970|periódico=Journal of Law and Economics|data=abril de 1983|volume=26|número=1|páginas=163–234|doi=10.1086/467030}}</ref> finalmente tornando-se professor visitante na [[New York University]] de [[1945]] até sua aposentadoria em [[1969]],<ref>Rothbard, Murray, ''Ludwig von Mises: Scholar, Creator, Hero'', the Ludwig von Mises Institute, 1988, p.61</ref> sendo então financiado pelo empresário [[Lawrence Fertig]].<ref>Moss, Laurence S. "Introduction". ''The Economics of Ludwig von Mises: Toward a Critical Reappraisal''. Sheed and Ward, 1976. [http://www.econlib.org/LIBRARY/NPDBooks/Moss/mslLvM1.html]</ref><ref>[[Gary North (Christian Reconstructionist)|North, Gary]]. "Mises on Money". ''[[LewRockwell.com]]''. 21 January 2002 [http://www.lewrockwell.com/north/north83.html]</ref> Durante parte desse período atuou como consultor acerca de assuntos monetários para a [[União Pan-europeia]]<ref>{{citar livro |jornal=Coudenhove-Kalergi |primeito=Richard Nikolaus, Graf von |titulo=An idea conquers the world |editora=Hutchinson |língua= |edição= |local=Londres |autor= |isbn= |ano=1953 |página=247}}</ref> e recebeu um doutorado honorário do Grove City College.
Em 1940, ele [[Imigração|imigrou]] para [[Nova Iorque]],<ref>{{citar livro |ultimo=Hulsmann |primeiro=Jorg Guido |editora= |título=Mises: The Last Knight of Liberalism |editor=Ludwig von Mises Institute |ano=2007 |página= |ISBN=1-933550-18-X}}</ref> vindo aos [[Estados Unidos]] sob o patrocínio da [[Fundação Rockefeller]] e, como muitos outros intelectuais representantes do [[liberalismo clássico]], recebeu apoio do [[Fundo William Volker]] para obter uma posição nas universidades norte-americanas,<ref name="Kitch">{{citar periódico|último =Kitch|primeiro =Edmund W.|título=The Fire of Truth: A Remembrance of Law and Economics at Chicago, 1932–1970|periódico=Journal of Law and Economics|data=abril de 1983|volume=26|número=1|páginas=163–234|doi=10.1086/467030}}</ref> finalmente tornando-se professor visitante na [[New York University]] de [[1945]] até sua aposentadoria em [[1969]],<ref>Rothbard, Murray, ''Ludwig von Mises: Scholar, Creator, Hero'', the Ludwig von Mises Institute, 1988, p.61</ref> sendo então financiado pelo empresário [[Lawrence Fertig]].<ref>Moss, Laurence S. "Introduction". ''The Economics of Ludwig von Mises: Toward a Critical Reappraisal''. Sheed and Ward, 1976. [http://www.econlib.org/LIBRARY/NPDBooks/Moss/mslLvM1.html]</ref><ref>[[Gary North (Christian Reconstructionist)|North, Gary]]. "Mises on Money". ''[[LewRockwell.com]]''. 21 January 2002 [http://www.lewrockwell.com/north/north83.html]</ref> Durante parte desse período atuou como [[consultor]] acerca de assuntos monetários para a [[União Pan-europeia]]<ref>{{citar livro |jornal=Coudenhove-Kalergi |primeito=Richard Nikolaus, Graf von |titulo=An idea conquers the world |editora=Hutchinson |língua= |edição= |local=Londres |autor= |isbn= |ano=1953 |página=247}}</ref> e recebeu um doutorado honorário do Grove City College.


Ludwig Heinrich von Mises faleceu no dia 10 de outubro de 1973, aos 92 anos de idade, no hospital St. Vincent em Nova Iorque.
Ludwig Heinrich von Mises faleceu no dia 10 de outubro de 1973, aos 92 anos de idade, no hospital St. Vincent em Nova Iorque.


== Teoria Econômica ==
== Teoria Econômica ==
Entre os amigos e alunos de Mises na [[Europa]] incluem-se [[Wilhelm Röpke]] e [[Alfred Müller-Armack]] (assessores do [[chanceler da Alemanha]] [[Ludwig Erhard]]), [[Jacques Rueff]] (conselheiro econômico de [[Charles de Gaulle]]) e o presidente italiano [[Luigi Einaudi]] e Leonid Hurwicz, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2007<ref>Rothbard, Murray, ''Ludwig von Mises: Scholar, Creator, Hero'', the Ludwig von Mises Institute, 1988, p. 67.</ref> O economista e teórico político F. A. Hayek ao brindar Mises em uma festa disse: "É um dos mais educados e informados homens que eu já conheci ..."<ref>Reisman, George, ''Capitalism: a Treatise on Economics'', "Introduction," Jameson Books, 1996; and Mises, Margit von, ''My Years with Ludwig von Mises'', 2nd enlarged edit., Center for Future Education, 1984, pp. 219–220.</ref> Paul Samuelson, um dos mais influentes economistas do século XX, inseriu Mises em sua lista imaginária daqueles que receberiam o Prêmio Nobel, caso a categoria de Economia fosse instituida desde o começo, em 1901, junto às demais.<ref>{{citar livro|nome = Paul A.|sobrenome = Samuelson|título = The Collected Scientific Papers of Paul A. Samuelson|ano = 1986|isbn = 0-262-19251-9 (v. 5)|página = p. 358 (n.1)}}</ref>
Entre os amigos e alunos de Mises na [[Europa]] incluem-se [[Wilhelm Röpke]] e [[Alfred Müller-Armack]] (assessores do [[chanceler da Alemanha]] [[Ludwig Erhard]]), [[Jacques Rueff]] (conselheiro econômico de [[Charles de Gaulle]]) e o presidente italiano [[Luigi Einaudi]] e [[Leonid Hurwicz]], vencedor do [[Prêmio Nobel de Economia]] em 2007 <ref>Rothbard, Murray, ''Ludwig von Mises: Scholar, Creator, Hero'', the Ludwig von Mises Institute, 1988, p. 67.</ref> O economista e teórico político F. A. Hayek ao brindar Mises em uma festa disse: "É um dos mais educados e informados homens que eu já conheci ..."<ref>Reisman, George, ''Capitalism: a Treatise on Economics'', "Introduction," Jameson Books, 1996; and Mises, Margit von, ''My Years with Ludwig von Mises'', 2nd enlarged edit., Center for Future Education, 1984, pp. 219–220.</ref> [[Paul Samuelson]], um dos mais influentes economistas do século XX, inseriu Mises em sua lista imaginária daqueles que receberiam o [[Prêmio Nobel]], caso a categoria de Economia fosse instituida desde o começo, em 1901, junto às demais.<ref>{{citar livro|nome = Paul A.|sobrenome = Samuelson|título = The Collected Scientific Papers of Paul A. Samuelson|ano = 1986|isbn = 0-262-19251-9 (v. 5)|página = p. 358 (n.1)}}</ref>


Mises escreveu e lecionou incansavelmente, divulgando o [[liberalismo clássico]], sendo um dos líderes da [[Escola Austríaca]] de economia. Em ''Human Action'', Mises revelou o fundamento conceitual da economia, que chamou de [[praxeologia]], a ciência da ação humana. Muitos de seus trabalhos tratavam de dois temas econômicos relacionados:
Mises escreveu e lecionou incansavelmente, divulgando o [[liberalismo clássico]], sendo um dos líderes da [[Escola Austríaca]] de economia. Em ''[[Ação Humana|Human Action]]'', Mises revelou o fundamento conceitual da economia, que chamou de [[praxeologia]], a ciência da ação humana. Muitos de seus trabalhos tratavam de dois temas econômicos relacionados:


* [[economia monetária]] e [[inflação]].
* [[economia monetária]] e [[inflação]].
* diferenças entre [[Economia planificada|economias planificadas]] e [[livre mercado]].
* diferenças entre [[Economia planificada|economias planificadas]] e [[livre mercado]].


Mises defendia que as pessoas demandam [[dinheiro]] por causa da sua utilidade como meio para aquisição de outros [[Bem (economia)|bens]], não por algum valor intrínseco desse, e que qualquer expansão de oferta de [[crédito]] causa ciclos econômicos. Era defensor convicto do ''[[free banking]]'' (sistema bancário não [[Regulação bancária|regulado]] com [[concorrência (economia)|concorrência]] inteiramente livre).<ref>[[Jörg Guido Hülsmann|Hülsmann, Jörg Guido]]. ''Mises: The Last Knight of Liberalism.'' Ludwig von Mises Institute, 2007, pág. 585, {{en}} ISBN 9781610163897 Adicionado em 16/08/2017.</ref> Mises sugeriu que o [[socialismo]] falha no aspecto econômico por causa do [[problema do cálculo economico]]— o uso de uma [[economia planejada]] em substituição ao [[mercado]] na alocação dos [[fatores de produção]].
Mises defendia que as pessoas demandam [[dinheiro]] por causa da sua utilidade como meio para aquisição de outros [[Bem (economia)|bens]], não por algum valor intrínseco desse, e que qualquer expansão de oferta de [[crédito]] causa [[Ciclo econômico|ciclos econômicos]]. Era defensor convicto do ''[[free banking]]'' (sistema bancário não [[Regulação bancária|regulado]] com [[concorrência (economia)|concorrência]] inteiramente livre).<ref>[[Jörg Guido Hülsmann|Hülsmann, Jörg Guido]]. ''Mises: The Last Knight of Liberalism.'' Ludwig von Mises Institute, 2007, pág. 585, {{en}} ISBN 9781610163897 Adicionado em 16/08/2017.</ref> Mises sugeriu que o [[socialismo]] falha no aspecto econômico por causa do [[problema do cálculo economico]]— o uso de uma [[economia planejada]] em substituição ao [[mercado]] na alocação dos [[fatores de produção]].


Em artigo de 1920,<ref>''Die Wirtschaftsrechnung in Sozialistischen Gemeinwesen'', no ''Archiv fur Sozialwissencheften''. A tradução em inglês apareceu em 1935 com o título de ''Economic Calculation in the Socialist Commonwealth'', no volume ''Collectivist Economic Planning'', editado em Londres por F.A. von Hayek. Argumentos semelhantes também constaram de artigo do mesmo ano de N.G.Pierson, em ''The Economist''. POLÍTICA E PROGRAMAÇÃO ECONÔMICAS - ROSSETTI, José Paschoal, 3ª Ed., 1979, Ed. Atlas, Pg. 89</ref> Mises argumentou que, sem uma [[economia de mercado]] não haveria um sistema de [[preço]]s funcional, o qual considerava essencial para alcançar uma alocação racional dos [[Bem de capital|bens de capital]] para os seus usos mais produtivos. O socialismo falha porque a [[demanda]] não pode ser conhecida sem [[preço]]s estabelecidos pelo [[mercado]]. A crítica de Mises da via socialista para o desenvolvimento econômico é conhecida:
Em [[artigo (publicações)|artigo]] de 1920,<ref>''Die Wirtschaftsrechnung in Sozialistischen Gemeinwesen'', no ''Archiv fur Sozialwissencheften''. A tradução em inglês apareceu em 1935 com o título de ''Economic Calculation in the Socialist Commonwealth'', no volume ''Collectivist Economic Planning'', editado em Londres por F.A. von Hayek. Argumentos semelhantes também constaram de artigo do mesmo ano de N.G.Pierson, em ''The Economist''. POLÍTICA E PROGRAMAÇÃO ECONÔMICAS - ROSSETTI, José Paschoal, 3ª Ed., 1979, Ed. Atlas, Pg. 89</ref> Mises argumentou que, sem uma [[economia de mercado]] não haveria um sistema de [[preço]]s funcional, o qual considerava essencial para alcançar uma alocação racional dos [[Bem de capital|bens de capital]] para os seus usos mais produtivos. O socialismo falha porque a [[demanda]] não pode ser conhecida sem [[preço]]s estabelecidos pelo [[mercado]]. A crítica de Mises da via socialista para o desenvolvimento econômico é conhecida:


{{cquote|''O único fato sobre a [[Rússia]] sob o regime soviético com que todas as pessoas concordam é: que a qualidade de vida do povo Russo é muito menor do que a do povo no pais que é universalmente considerado como o [[paradigma]] do [[capitalismo]], os [[Estados Unidos]]. Se fôssemos considerar o regime soviético um experimento científico, poderíamos dizer que a experiência demonstrou claramente a superioridade do capitalismo e a inferioridade do socialismo.''<ref>{{citar web |url=http://www.econlib.org/library/Mises/msSApp.html |publicado=Econlib.org |autor= |obra= |titulo=Socialism: An Economic and Sociological Analysis |língua=inglês |data= |acessodata=28 de outubro de 2008}}</ref>}}
{{cquote|''O único fato sobre a [[Rússia]] sob o regime soviético com que todas as pessoas concordam é: que a [[qualidade de vida]] do povo Russo é muito menor do que a do povo no pais que é universalmente considerado como o [[paradigma]] do [[capitalismo]], os [[Estados Unidos]]. Se fôssemos considerar o regime soviético um experimento científico, poderíamos dizer que a experiência demonstrou claramente a superioridade do capitalismo e a inferioridade do socialismo.''<ref>{{citar web |url=http://www.econlib.org/library/Mises/msSApp.html |publicado=Econlib.org |autor= |obra= |titulo=Socialism: An Economic and Sociological Analysis |língua=inglês |data= |acessodata=28 de outubro de 2008}}</ref>}}


[[Oskar Lange]] iniciou a reflexão socialista sobre esse assunto a partir do ponto de vista de Mises, com o ensaio editado em outubro de 1936, ''On the Economic Theory of Socialism'', publicado na ''Review of Economic Studies''.<ref>POLÍTICA E PROGRAMAÇÃO ECONÔMICAS - ROSSETTI, José Paschoal, 3ª Ed., 1979, Ed. Atlas, Pg. 92</ref>
[[Oskar Lange]] iniciou a reflexão socialista sobre esse assunto a partir do ponto de vista de Mises, com o [[ensaio (literatura)|ensaio]] editado em outubro de 1936, ''On the Economic Theory of Socialism'', publicado na ''Review of Economic Studies''.<ref>POLÍTICA E PROGRAMAÇÃO ECONÔMICAS - ROSSETTI, José Paschoal, 3ª Ed., 1979, Ed. Atlas, Pg. 92</ref>


Os [[argumento]]s de Mises foram ampliados por economistas austríacos posteriores, como [[Friedrich Hayek|Hayek]].
Os [[argumento]]s de Mises foram ampliados por economistas austríacos posteriores, como [[Friedrich Hayek|Hayek]].
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== Críticas==
== Críticas==
Mises foi criticado por diversos motivos, tanto por suas ideias como por sua personalidade. Desde a metade do [[século XX]] Mises foi considerado um economista anticientífico. <ref name=centro/>
Mises foi criticado por diversos motivos, tanto por suas ideias como por sua personalidade. Desde a metade do [[século XX]] Mises foi considerado um economista [[Anticiência|anticientífico]].<ref name=centro/>


Segundo o [[História da economia|historiador econômico]] [[Bruce Caldwell]], com a ascendência do [[Positivismo]] e do [[Keynesianismo]], von Mises veio a ser considerado por muitos como o "economista anticientífico".<ref name="BC1"> {{citar livro |título= Challenge|publisher de Hayek = The University of Chicago Press |primeiro = Bruce |último = |year Caldwell = 2004 | páginas = 125 – 6 |isbn = 978-0-226-09191-4 |ref = harv}}</ref> Em uma revisão publicada em 1957 de seu livro ''A Mentalidade Anticapitalista'', [[The Economist]] criticou von Mises: "''O Professor von Mises tem uma mente analítica esplêndida e um admirável paixão pela liberdade; mas como estudante de [[natureza humana]] é pior que o nulo. E como um debatedor, é de baixo padrão.''"<ref>[http://www.webcitation.org/5fRAcAwrL "Liberalismo em caricatura"], ' [[economista]] '</ref> O [[comentarista]] [[conservador]] [[Whittaker Chambers]] publicou uma crítica negativa desse livro no '[[National Review]] ' classificando a tese de von Mises segundo a qual o sentimento anticapitalista fundamenta-se na "inveja" como "conservadorismo barato" e "ignorância".<ref>Citado em [[Sam Tanenhaus]], ' câmaras de Whittaker: uma biografia ', (Random House, New York, 1997), p. 500. ISBN 978-0-375-75145-5.</ref>
Segundo o [[História da economia|historiador econômico]] [[Bruce Caldwell]], com a ascendência do [[Positivismo]] e do [[Keynesianismo]], von Mises veio a ser considerado por muitos como o "economista anticientífico".<ref name="BC1"> {{citar livro |título= Challenge|publisher de Hayek = The University of Chicago Press |primeiro = Bruce |último = |year Caldwell = 2004 | páginas = 125 – 6 |isbn = 978-0-226-09191-4 |ref = harv}}</ref> Em uma revisão publicada em 1957 de seu livro ''[[A Mentalidade Anticapitalista]]'', [[The Economist]] criticou von Mises: "''O Professor von Mises tem uma mente analítica esplêndida e um admirável paixão pela liberdade; mas como estudante de [[natureza humana]] é pior que o nulo. E como um debatedor, é de baixo padrão.''"<ref>[http://www.webcitation.org/5fRAcAwrL "Liberalismo em caricatura"], ' [[economista]] '</ref> O [[comentarista]] [[conservador]] [[Whittaker Chambers]] publicou uma crítica negativa desse livro no '[[National Review]]' classificando a tese de von Mises segundo a qual o sentimento anticapitalista fundamenta-se na "inveja" como "conservadorismo barato" e "ignorância".<ref>Citado em [[Sam Tanenhaus]], ' câmaras de Whittaker: uma biografia ', (Random House, New York, 1997), p. 500. ISBN 978-0-375-75145-5.</ref>


Em uma entrevista de 1978, [[Friedrich Hayek]] comentando sobre o livro de von Mises [[socialismo (livro)|Socialismo]] disse: "''em primeiro lugar nós sentíamos que ele era tremendamente exagerado e mesmo ofensivo. Ele feriu os nossos sentimentos mais profundos, mas gradualmente ele ganhou-nos por aí, embora por muito tempo – eu aprendi que ele estava sempre certo em suas conclusões - eu não estivesse completamente satisfeito com seus argumentos.''"<ref>[[UCLA]] história Oral [https://archive.org/details/nobelprizewinnin00haye (entrevista com Friedrich Hayek)], ' [[American bibliotecas]] ' / ' [[Internet arquivo]] ', 1978. Retirado em 4 de abril de 2009 ([http://blog.mises.org/archives/009657.asp Blog.Mises.org]), a fonte com citações</ref>
Em uma entrevista de 1978, [[Friedrich Hayek]] comentando sobre o livro de von Mises ''[[socialismo (livro)|Socialismo]]'' disse: "''em primeiro lugar nós sentíamos que ele era tremendamente exagerado e mesmo ofensivo. Ele feriu os nossos sentimentos mais profundos, mas gradualmente ele ganhou-nos por aí, embora por muito tempo – eu aprendi que ele estava sempre certo em suas conclusões - eu não estivesse completamente satisfeito com seus argumentos.''"<ref>[[UCLA]] história Oral [https://archive.org/details/nobelprizewinnin00haye (entrevista com Friedrich Hayek)], ' [[American bibliotecas]] ' / ' [[Internet arquivo]] ', 1978. Retirado em 4 de abril de 2009 ([http://blog.mises.org/archives/009657.asp Blog.Mises.org]), a fonte com citações</ref>


O economista [[Milton Friedman]] considerava von Mises inflexível em seu pensamento: <ref>{{citar periódico |ultimo=Doherty |primeiro=Brian | autorlink = Brian Doherty | título = Best of Both Worlds | jornal = Reason | data = jun. 1995 | url = http://www.reason.com/news/show/29691.html |língua= en |acessadoem=10 de outubro de 2014 |arquivourl=http://web.archive.org/web/20141011005521/http://reason.com/archives/1995/06/01/best-of-both-worlds |arquivodata=10 de outubro de 2014 }} (Entrevista com Milton Friedman.)</ref>
O economista [[Milton Friedman]] considerava von Mises inflexível em seu pensamento: <ref>{{citar periódico |ultimo=Doherty |primeiro=Brian | autorlink = Brian Doherty | título = Best of Both Worlds | jornal = Reason | data = jun. 1995 | url = http://www.reason.com/news/show/29691.html |língua= en |acessadoem=10 de outubro de 2014 |arquivourl=http://web.archive.org/web/20141011005521/http://reason.com/archives/1995/06/01/best-of-both-worlds |arquivodata=10 de outubro de 2014 }} (Entrevista com Milton Friedman.)</ref>
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O livro de 1927 von Mises ' Liberalismo ' tem sido largamente ignorado, exceto no que tange aos seus comentários sobre o [[fascismo]]. Marxistas como [[Herbert Marcuse]] e [[Perry Anderson]], assim como o escritor alemão Claus-Dieter Krohn, criticaram von Mises por sua aprovação ao [[fascismo italiano]], especialmente como forma de combate à esquerda.<ref>Ralph Raico, "Mises sobre o fascismo, a democracia e a outras perguntas, ' Journal of Libertarian Studies ' (1996) 12:1, pp. 1 – 27</ref> Mais recentemente o economista [[J. Bradford DeLong]] <ref>[[J. Bradford DeLong]], [http://delong.typepad.com/sdj/2009/11/jeer-heer-has-a-ludwig-von-mises-quote.html "ditaduras e padrões duplos: Jeet Heer tem um Ludwig von Mises citar..."], entrada de blog pessoal,</ref> e [[sociólogo]] [[Richard Seymour (escritor) |Richard Seymour]], <ref>Richard Seymour, [' o significado de Cameron '] (Zero livros, John Hunt, Londres, 2010), [http://books.google.com/books?id=lCtbIPZbUTwC&pg=PA32 p. 32], ISBN 1846944562</ref> repetiram as críticas. Von Mises escreveu naquele livro: <ref>Ludwig von Mises, [http://mises.org/liberal/ch1sec10.asp "Liberalismo"], capítulo 10, o argumento do fascismo, 927.</ref>
O livro de 1927 von Mises ' Liberalismo ' tem sido largamente ignorado, exceto no que tange aos seus comentários sobre o [[fascismo]]. Marxistas como [[Herbert Marcuse]] e [[Perry Anderson]], assim como o escritor alemão Claus-Dieter Krohn, criticaram von Mises por sua aprovação ao [[fascismo italiano]], especialmente como forma de combate à esquerda.<ref>Ralph Raico, "Mises sobre o fascismo, a democracia e a outras perguntas, ' Journal of Libertarian Studies ' (1996) 12:1, pp. 1 – 27</ref> Mais recentemente o economista [[J. Bradford DeLong]] <ref>[[J. Bradford DeLong]], [http://delong.typepad.com/sdj/2009/11/jeer-heer-has-a-ludwig-von-mises-quote.html "ditaduras e padrões duplos: Jeet Heer tem um Ludwig von Mises citar..."], entrada de blog pessoal,</ref> e [[sociólogo]] [[Richard Seymour (escritor) |Richard Seymour]], <ref>Richard Seymour, [' o significado de Cameron '] (Zero livros, John Hunt, Londres, 2010), [http://books.google.com/books?id=lCtbIPZbUTwC&pg=PA32 p. 32], ISBN 1846944562</ref> repetiram as críticas. Von Mises escreveu naquele livro: <ref>Ludwig von Mises, [http://mises.org/liberal/ch1sec10.asp "Liberalismo"], capítulo 10, o argumento do fascismo, 927.</ref>


<blockquote>''Não se pode negar que o fascismo e movimentos semelhantes, visando o estabelecimento de [[ditadura]]s são cheios de boas intenções e que sua intervenção,em dado momento, salvou a civilização europeia. O mérito que o fascismo ganhou assim, por si só viverá eternamente na história. Mas apesar da sua política ter sido a salvação do momento, ela não é do tipo que possa garantir um sucesso contínuo. O Fascismo foi um improviso para fazer face a uma emergência. Entendê-lo como algo mais que isso seria um erro fatal.''<ref name=centro>http://centrodeartigos.com/articulos-enciclopedicos/article_89444.html</ref></blockquote>
<blockquote>''Não se pode negar que o fascismo e movimentos semelhantes, visando o estabelecimento de [[ditadura]]s são cheios de boas intenções e que sua intervenção, em dado momento, salvou a civilização europeia. O mérito que o fascismo ganhou assim, por si só viverá eternamente na história. Mas apesar da sua política ter sido a salvação do momento, ela não é do tipo que possa garantir um sucesso contínuo. O Fascismo foi um improviso para fazer face a uma emergência. Entendê-lo como algo mais que isso seria um erro fatal.''<ref name=centro>http://centrodeartigos.com/articulos-enciclopedicos/article_89444.html</ref></blockquote>


O biógrafo de Mises Jörg Guido Hülsmann chama a crítica de que Mises justificou o fascismo de "absurda", apontando para o resto da citação na qual ele chamou o fascismo de perigoso e o descreve como um "erro fatal" classificando-o como um "improviso de emergência" contra a crescente ameaça do comunismo e o socialismo, este exemplificado pelos [[bolcheviques]] na Rússia.<ref name=centro/>
O biógrafo de Mises [[Jörg Guido Hülsmann]] chama a crítica de que Mises justificou o fascismo de "absurda", apontando para o resto da citação na qual ele chamou o fascismo de perigoso e o descreve como um "erro fatal" classificando-o como um "improviso de emergência" contra a crescente ameaça do comunismo e o socialismo, este exemplificado pelos [[bolcheviques]] na Rússia.<ref name=centro/>


Ludwig von Mises foi contrário aos [[sindicatos]], aos [[direitos trabalhistas]], aos partidos políticos, ao [[nacionalismo]] e a qualquer intervenção e regulamentação do Estado na economia. Na visão de alguns apologistas da escola austríaca, as teorias de von Mises haveriam sido comprovadas com a [[Crise de 1929]] que, segundo esses apologistas, ele havia previsto com dois anos de antecedência - quando em meados de 1929 recusou um emprego no banco vienense Kreditanstalt (contra a vontade da sua noiva), dizendo "''Uma grande crise está a caminho e eu não quero meu nome de modo algum associado com isso.''" <ref>Episódio narrado por Marc Spitznagel, fonte: http://www.zerohedge.com/article/mises-man-who-predicted-depression</ref> Entretanto, críticos afirmam que essa declaração é desprovida de qualquer fundamentação, não oferecendo sequer evidência de que von Mises estaria se referindo à [[economia americana]], a uma [[depressão (economia)|depressão]] global ou mesmo à saúde financeira do próprio banco Kreditanstalt.
Ludwig von Mises foi contrário aos [[sindicatos]], aos [[direitos trabalhistas]], aos partidos políticos, ao [[nacionalismo]] e a qualquer intervenção e regulamentação do Estado na economia. Na visão de alguns apologistas da escola austríaca, as teorias de von Mises haveriam sido comprovadas com a [[Crise de 1929]] que, segundo esses apologistas, ele havia previsto com dois anos de antecedência - quando em meados de 1929 recusou um emprego no banco vienense Kreditanstalt (contra a vontade da sua noiva), dizendo "''Uma grande crise está a caminho e eu não quero meu nome de modo algum associado com isso.''" <ref>Episódio narrado por Marc Spitznagel, fonte: http://www.zerohedge.com/article/mises-man-who-predicted-depression</ref> Entretanto, críticos afirmam que essa declaração é desprovida de qualquer fundamentação, não oferecendo sequer evidência de que von Mises estaria se referindo à [[economia americana]], a uma [[depressão (economia)|depressão]] global ou mesmo à saúde financeira do próprio banco Kreditanstalt.
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- "''O Governo deve proteger os indivíduos dentro do país contra os ataques violentos e [[Fraude financeira|fraudulentos]] de [[gangster]]s, e deve defender o país contra inimigos externos''".<ref>[http://mises.org/library/interventionism Interventionism] Mises.org</ref>
- "''O Governo deve proteger os indivíduos dentro do país contra os ataques violentos e [[Fraude financeira|fraudulentos]] de [[gangster]]s, e deve defender o país contra inimigos externos''".<ref>[http://mises.org/library/interventionism Interventionism] Mises.org</ref>

- "(...) ''a pior coisa que pode acontecer a um socialista é ter o seu país governado por socialistas que não são seus amigos.''"<ref>[http://www.libertarianismo.org.br/marxismo-e-a-manipulacao-do-homem/ Libertarianismo] - ''Marxismo e a Manipulação do Homem.'' Ludwig von Mises. Acessado em 11/02/2018.</ref> <ref>[[Foundation for Economic Education]] - [https://admin.fee.org/files/doclib/20130703_marxismunmasked.pdf ''Marxism Unmasked: From Delusion to Destruction.''] pág. 55, (5TH LECTURE. "Marxism and the Manipulation of Man.") {{en}} Acessado em 11/02/2018.</ref>

== Ver também ==
* [[Escola Austríaca]]
* [[Filosofia da economia]]
* [[História do pensamento económico]]
* [[Instituto Ludwig von Mises Brasil]]
* [[Libertarianismo]]
* [[Revolução marginalista]]
* [[PROUT]]


== Bibliografia ==
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* Politique economique: reflexions pour aujord’hui et pour demain. Paris: Institut Economique de Paris, 1983.
* Politique economique: reflexions pour aujord’hui et pour demain. Paris: Institut Economique de Paris, 1983.


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== Ver também ==
* [[Escola Austríaca]]
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* [[História do pensamento económico]]
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== Ligações externas ==
== Ligações externas ==

Revisão das 16h18min de 11 de fevereiro de 2018

Ludwig von Mises
Ludwig von Mises
Nome completo Ludwig Heinrich Edler von Mises
Nascimento 29 de setembro de 1881
Lviv, Áustria-Hungria
Morte 10 de outubro de 1973 (92 anos)
Nova Iorque, NY, Estados Unidos
Ocupação economista e filósofo
Magnum opus Ação Humana
Escola/tradição Escola Austríaca
Principais interesses economia, política econômica, epistemologia, racionalismo, liberalismo clássico, libertarianismo
Ideias notáveis praxeologia, problema do cálculo econômico, dualismo metodológico

Ludwig Heinrich Edler von Mises (Lviv, 29 de Setembro de 1881Nova Iorque, 10 de Outubro de 1973) foi economista teórico de nacionalidade austríaca e, posteriormente, americana, que foi membro da Escola Austríaca de pensamento econômico. É conhecido principalmente por seu trabalho no campo da praxeologia, o estudo dedutivo das ações e escolhas humanas.

Defensor da liberdade econômica como suporte básico da liberdade individual, em seu livro Ação Humana, Mises expõe as posições epistemológicas e metodológicas que caracterizam a Escola Austríaca: concepção subjetiva de valor, individualismo metodológico e praxeologia.[1] Além disso, dedicou-se à crítica do Socialismo enquanto sistema econômico, por considera-lo inviável em razão de não apresentar mecanismos de fixação de preço pelo mercado (problema do cálculo econômico).

Embora seu trabalho tenha sido amplamente ignorado até meados do século XX,[2][3][4] sua obra tem experimentado um certo aumento de popularidade, embora mesmo pensadores ligados ao liberalismo clássico o acusem de ser "um filho do Iluminismo nascido por engano no século XX".[3][4]

É autor de diversos livros, dentre os quais o já citado Ação Humana (1949) e A Mentalidade Anticapitalista (1956).

Biografia

Ludwig von Mises nasceu em Lemberg, no Império Austro-Húngaro (hoje Lviv na Ucrânia), seu pai trabalhava como engenheiro na cidade, e como descendentes de famílias de grande fortuna (seu bisavô paterno inclusive havia recebido de Francisco José I o título de edler) o jovem Ludwig e seu irmão Richard, que deixou contribuições na área de engenharia mecânica, tiveram uma infância confortável e que lhes proporcionou uma esmerada educação. Assim, aos doze anos, Ludwig falava fluentemente alemão, polonês e francês, lia em latim, e entendia o ucraniano.[5]

Quando Ludwig e Richard ainda eram pequenos, sua família voltou para Viena, onde tinha raízes. Em 1900, Mises frequentou a Universidade de Viena, sendo influenciado pelos trabalhos de Carl Menger. Entre 1904 e 1914 Mises assistiu às aulas do economista austríaco Eugen von Boehm-Bawerk, tendo concluído seu doutorado em 1906.

Brasão do bisavô de Ludwig von Mises, Mayer Rachmiel Mises, que em 1881 recebeu do Imperador Francisco José I da Áustria o título de edler

Mises lecionou na Universidade de Viena de 1913 a 1934, e também atuou como conselheiro econômico do monarquista Otto von Habsburg e do governo austrofascista de Engelbert Dollfuss.[6] Mises temia por sua integridade física diante do avanço Nazista na Europa, tendo o assassinato de Dollfuss pelos Nazistas o impulsionado a fugir do país em 1934, em direção a Genebra na Suíça, onde passou a lecionar no Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais até o ano de 1940.[2]

Em 1940, ele imigrou para Nova Iorque,[7] vindo aos Estados Unidos sob o patrocínio da Fundação Rockefeller e, como muitos outros intelectuais representantes do liberalismo clássico, recebeu apoio do Fundo William Volker para obter uma posição nas universidades norte-americanas,[8] finalmente tornando-se professor visitante na New York University de 1945 até sua aposentadoria em 1969,[9] sendo então financiado pelo empresário Lawrence Fertig.[10][11] Durante parte desse período atuou como consultor acerca de assuntos monetários para a União Pan-europeia[12] e recebeu um doutorado honorário do Grove City College.

Ludwig Heinrich von Mises faleceu no dia 10 de outubro de 1973, aos 92 anos de idade, no hospital St. Vincent em Nova Iorque.

Teoria Econômica

Entre os amigos e alunos de Mises na Europa incluem-se Wilhelm Röpke e Alfred Müller-Armack (assessores do chanceler da Alemanha Ludwig Erhard), Jacques Rueff (conselheiro econômico de Charles de Gaulle) e o presidente italiano Luigi Einaudi e Leonid Hurwicz, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2007 [13] O economista e teórico político F. A. Hayek ao brindar Mises em uma festa disse: "É um dos mais educados e informados homens que eu já conheci ..."[14] Paul Samuelson, um dos mais influentes economistas do século XX, inseriu Mises em sua lista imaginária daqueles que receberiam o Prêmio Nobel, caso a categoria de Economia fosse instituida desde o começo, em 1901, junto às demais.[15]

Mises escreveu e lecionou incansavelmente, divulgando o liberalismo clássico, sendo um dos líderes da Escola Austríaca de economia. Em Human Action, Mises revelou o fundamento conceitual da economia, que chamou de praxeologia, a ciência da ação humana. Muitos de seus trabalhos tratavam de dois temas econômicos relacionados:

Mises defendia que as pessoas demandam dinheiro por causa da sua utilidade como meio para aquisição de outros bens, não por algum valor intrínseco desse, e que qualquer expansão de oferta de crédito causa ciclos econômicos. Era defensor convicto do free banking (sistema bancário não regulado com concorrência inteiramente livre).[16] Mises sugeriu que o socialismo falha no aspecto econômico por causa do problema do cálculo economico— o uso de uma economia planejada em substituição ao mercado na alocação dos fatores de produção.

Em artigo de 1920,[17] Mises argumentou que, sem uma economia de mercado não haveria um sistema de preços funcional, o qual considerava essencial para alcançar uma alocação racional dos bens de capital para os seus usos mais produtivos. O socialismo falha porque a demanda não pode ser conhecida sem preços estabelecidos pelo mercado. A crítica de Mises da via socialista para o desenvolvimento econômico é conhecida:

Oskar Lange iniciou a reflexão socialista sobre esse assunto a partir do ponto de vista de Mises, com o ensaio editado em outubro de 1936, On the Economic Theory of Socialism, publicado na Review of Economic Studies.[19]

Os argumentos de Mises foram ampliados por economistas austríacos posteriores, como Hayek.

Em Intervencionismo, uma Análise Econômica (1940), Ludwig von Mises escreveu:

Influenciados

Muitos economistas e estudiosos foram influenciados pelas ideias de Von Mises. Entre os mais notáveis podemos destacar Israel Kirzner, Friedrich Hayek, Hans Sennholz, Ralph Raico, Leonard Liggio, George Reisman, Henry Hazlitt e Murray Rothbard.[20] O trabalho de Von Mises também é creditado por influenciar personalidades como Leonard Read (fundador da ONG "Foundation for Economic Education"), o poeta Max Eastman e a dramaturga Ayn Rand.

Críticas

Mises foi criticado por diversos motivos, tanto por suas ideias como por sua personalidade. Desde a metade do século XX Mises foi considerado um economista anticientífico.[21]

Segundo o historiador econômico Bruce Caldwell, com a ascendência do Positivismo e do Keynesianismo, von Mises veio a ser considerado por muitos como o "economista anticientífico".[22] Em uma revisão publicada em 1957 de seu livro A Mentalidade Anticapitalista, The Economist criticou von Mises: "O Professor von Mises tem uma mente analítica esplêndida e um admirável paixão pela liberdade; mas como estudante de natureza humana é pior que o nulo. E como um debatedor, é de baixo padrão."[23] O comentarista conservador Whittaker Chambers publicou uma crítica negativa desse livro no 'National Review' classificando a tese de von Mises segundo a qual o sentimento anticapitalista fundamenta-se na "inveja" como "conservadorismo barato" e "ignorância".[24]

Em uma entrevista de 1978, Friedrich Hayek comentando sobre o livro de von Mises Socialismo disse: "em primeiro lugar nós sentíamos que ele era tremendamente exagerado e mesmo ofensivo. Ele feriu os nossos sentimentos mais profundos, mas gradualmente ele ganhou-nos por aí, embora por muito tempo – eu aprendi que ele estava sempre certo em suas conclusões - eu não estivesse completamente satisfeito com seus argumentos."[25]

O economista Milton Friedman considerava von Mises inflexível em seu pensamento: [26]

a melhor história que me lembro melhor aconteceu em uma reunião em Mont Pelerin quando ele se levantou e disse, "vocês são um bando de socialistas." Estávamos discutindo a distribuição de renda, e se deveríamos ter imposto de renda progressivo. Algumas pessoas que lá estavam, expressaram a opinião de que o Imposto de renda deveria ser progressivo.

Em outra ocasião, Fritz Machlup, que foi aluno de von Mises e um dos seus mais fiéis discípulos, deu uma palestra em que ele questionou a ideia de um padrão para a cotação do ouro; ele se expressou em favor de taxas de câmbio flutuantes. Von Mises teria ficado tão bravo, que não falaria com Machlup durante três anos.

O economista Murray Rothbard, que estudou com von Mises, afirmou que ele era intransigente, porém contesta os relatos de sua agressividade. Em suas palavras, von Mises foi "incrivelmente doce, pesquisando constantemente para projetos de pesquisa para seus alunos, infalivelmente cortês e nunca amargo".[21][27]

O livro de 1927 von Mises ' Liberalismo ' tem sido largamente ignorado, exceto no que tange aos seus comentários sobre o fascismo. Marxistas como Herbert Marcuse e Perry Anderson, assim como o escritor alemão Claus-Dieter Krohn, criticaram von Mises por sua aprovação ao fascismo italiano, especialmente como forma de combate à esquerda.[28] Mais recentemente o economista J. Bradford DeLong [29] e sociólogo Richard Seymour, [30] repetiram as críticas. Von Mises escreveu naquele livro: [31]

Não se pode negar que o fascismo e movimentos semelhantes, visando o estabelecimento de ditaduras são cheios de boas intenções e que sua intervenção, em dado momento, salvou a civilização europeia. O mérito que o fascismo ganhou assim, por si só viverá eternamente na história. Mas apesar da sua política ter sido a salvação do momento, ela não é do tipo que possa garantir um sucesso contínuo. O Fascismo foi um improviso para fazer face a uma emergência. Entendê-lo como algo mais que isso seria um erro fatal.[21]

O biógrafo de Mises Jörg Guido Hülsmann chama a crítica de que Mises justificou o fascismo de "absurda", apontando para o resto da citação na qual ele chamou o fascismo de perigoso e o descreve como um "erro fatal" classificando-o como um "improviso de emergência" contra a crescente ameaça do comunismo e o socialismo, este exemplificado pelos bolcheviques na Rússia.[21]

Ludwig von Mises foi contrário aos sindicatos, aos direitos trabalhistas, aos partidos políticos, ao nacionalismo e a qualquer intervenção e regulamentação do Estado na economia. Na visão de alguns apologistas da escola austríaca, as teorias de von Mises haveriam sido comprovadas com a Crise de 1929 que, segundo esses apologistas, ele havia previsto com dois anos de antecedência - quando em meados de 1929 recusou um emprego no banco vienense Kreditanstalt (contra a vontade da sua noiva), dizendo "Uma grande crise está a caminho e eu não quero meu nome de modo algum associado com isso." [32] Entretanto, críticos afirmam que essa declaração é desprovida de qualquer fundamentação, não oferecendo sequer evidência de que von Mises estaria se referindo à economia americana, a uma depressão global ou mesmo à saúde financeira do próprio banco Kreditanstalt.

Citações polêmicas

- "(...) muitos liberais acreditavam ser necessário relatar, como regra geral e até mesmo, algumas vezes, de modo exagerado, casos excepcionais em que servos e escravos haviam sido cruelmente tratados. Porém, de nenhum modo, tais excessos constituíam a regra. Havia, é claro, casos isolados de abusos e o fato de haver tais casos constituía uma razão a mais para a abolição do sistema. Entretanto, via de regra, o tratamento dos escravos por seus senhores era humano e suave". (...) Contra esta objeção a favor da escravidão, há apenas um argumento que pode e, de fato, refuta todos os outros: o de que o trabalho livre é incomparavelmente mais produtivo do que o trabalho escravo. (...) Condenamos a servidão involuntária, não a despeito do fato de que seja vantajosa para "os senhores", mas porque estamos convencidos de que, em última análise, ela fere os interesses de todos os membros da sociedade humana, inclusive os "senhores".[33]

- "O Governo deve proteger os indivíduos dentro do país contra os ataques violentos e fraudulentos de gangsters, e deve defender o país contra inimigos externos".[34]

- "(...) a pior coisa que pode acontecer a um socialista é ter o seu país governado por socialistas que não são seus amigos."[35] [36]

Ver também

Bibliografia

Em português

Outros idiomas

  • Selected writings of Ludwig von Mises – Between the two World Wars: monetary disorder, interventionism, socialism and the Great Depression. Indianópolis, Liberty Fund, 2002.
  • Socialism. Indianópolis, Liberty Fund, 1981. 569 p.
  • The Theory of Money and Credit. Nova Iorque, Foundation for Economic Education, 1971. 493 p.
  • Planning for Freedom. South Holland, Libertarian Press, 1980. 280 p.
  • Nation, State and Economy – contributions to the politics and history of our time. Nova Iorque, New York University Press, 1983. 231 p.
  • Planned Chaos. Nova Iorque, Foundation for Economic Education, 1977. 90p.[b]
  • Bureaucracy. New Rochell, Arlington House, 1969. 125 p.
  • Money, Method, and the market process. Norwell, Kluwer Academic Publishers, 1990. 325 p.
  • On the Manipulation of money and credit. Dobbs Ferry, Free Market Books, 1978.
  • Omnipotent governmet – the rise of the total state and total war. New Rochell, Arlington House, 1985. 291 p.
  • The ultimate foundation of economic science. Kansas City, Shed Andrews and McMeel, 1976.
  • Economic Freedom and Interventionism – an anthology of articles and essays. Nova Iorque, Foundation for Economic Education, 1990.
  • Epistemological problems of economics. Nova Iorque. New York University Press, 1981. 239 p.
  • Notes and recollections. South Holland, Libertarian Press, 1978.
  • Essays on some unsettled questions of political economic. Clifton: A. M. Kelley, 1974. 164p.
  • The historical setting of the Austrian School of Economics. Auburn: Ludwig von Mises Institute, c1984. 47p.
  • Liberty. Auburn: Ludwig von Mises Institute, c1988. 29p.
  • Ludwig von Mises, notes and recollections. Spring Mills: Libertarian Press, c1978. 181p.
  • Planificación para la libertad: y otros dieciséis ensayos y conferencias. Buenos Aires: Centro de Estudios sobre la libertad, 1986. 350p.
  • Politique economique: reflexions pour aujord’hui et pour demain. Paris: Institut Economique de Paris, 1983.

Referências

  1. Mises, Ludwig (2004). Human Action, The Scholar's Edition. S.l: Ludwig von Mises Institute. ISBN 9781610164313  Verifique data em: |acessodata= (ajuda);
  2. a b Mises: The Last Knight of Liberalism (em inglês). [S.l.]: Ludwig von Mises Institute. 1 de janeiro de 2007. ISBN 9781610163897 
  3. a b Barry, Norman (1987). On Classical Liberalism and Libertarianism. New York: St. Martin's Press. 59 páginas  Verifique data em: |acessodata= (ajuda);
  4. a b Salerno, Joseph T. (1 de janeiro de 1990). Rothbard, Murray N.; Block, Walter, eds. Ludwig von Mises as Social Rationalist (em inglês). [S.l.]: Springer Netherlands. pp. 26–54. ISBN 9789401734561. doi:10.1007/978-94-017-3454-7_2#page-1 
  5. Erik Ritter von Kuehnelt-Leddihn, "The Cultural Background of Ludwig von Mises", The Ludwig von Mises Institute, page 1
  6. INSTITUTO LUDWIG VON MISES - "Desabafos e devaneios econômicos", por Fernando Ulrich
  7. Hulsmann, Jorg Guido (2007). Ludwig von Mises Institute, ed. Mises: The Last Knight of Liberalism. [S.l.: s.n.] ISBN 1-933550-18-X 
  8. Kitch, Edmund W. (abril de 1983). «The Fire of Truth: A Remembrance of Law and Economics at Chicago, 1932–1970». Journal of Law and Economics. 26 (1): 163–234. doi:10.1086/467030 
  9. Rothbard, Murray, Ludwig von Mises: Scholar, Creator, Hero, the Ludwig von Mises Institute, 1988, p.61
  10. Moss, Laurence S. "Introduction". The Economics of Ludwig von Mises: Toward a Critical Reappraisal. Sheed and Ward, 1976. [1]
  11. North, Gary. "Mises on Money". LewRockwell.com. 21 January 2002 [2]
  12. An idea conquers the world. Coudenhove-Kalergi. Londres: Hutchinson. 1953. p. 247  Parâmetro desconhecido |primeito= ignorado (ajuda)
  13. Rothbard, Murray, Ludwig von Mises: Scholar, Creator, Hero, the Ludwig von Mises Institute, 1988, p. 67.
  14. Reisman, George, Capitalism: a Treatise on Economics, "Introduction," Jameson Books, 1996; and Mises, Margit von, My Years with Ludwig von Mises, 2nd enlarged edit., Center for Future Education, 1984, pp. 219–220.
  15. Samuelson, Paul A. (1986). The Collected Scientific Papers of Paul A. Samuelson. [S.l.: s.n.] p. p. 358 (n.1). ISBN 0-262-19251-9 (v. 5) Verifique |isbn= (ajuda) 
  16. Hülsmann, Jörg Guido. Mises: The Last Knight of Liberalism. Ludwig von Mises Institute, 2007, pág. 585, (em inglês) ISBN 9781610163897 Adicionado em 16/08/2017.
  17. Die Wirtschaftsrechnung in Sozialistischen Gemeinwesen, no Archiv fur Sozialwissencheften. A tradução em inglês apareceu em 1935 com o título de Economic Calculation in the Socialist Commonwealth, no volume Collectivist Economic Planning, editado em Londres por F.A. von Hayek. Argumentos semelhantes também constaram de artigo do mesmo ano de N.G.Pierson, em The Economist. POLÍTICA E PROGRAMAÇÃO ECONÔMICAS - ROSSETTI, José Paschoal, 3ª Ed., 1979, Ed. Atlas, Pg. 89
  18. «Socialism: An Economic and Sociological Analysis» (em inglês). Econlib.org. Consultado em 28 de outubro de 2008 
  19. POLÍTICA E PROGRAMAÇÃO ECONÔMICAS - ROSSETTI, José Paschoal, 3ª Ed., 1979, Ed. Atlas, Pg. 92
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  21. a b c d http://centrodeartigos.com/articulos-enciclopedicos/article_89444.html
  22. Challenge. [S.l.: s.n.] pp. 125 – 6. ISBN 978-0-226-09191-4  Parâmetro desconhecido |year Caldwell= ignorado (ajuda); Parâmetro desconhecido |publisher de Hayek= ignorado (ajuda); |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  23. "Liberalismo em caricatura", ' economista '
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  32. Episódio narrado por Marc Spitznagel, fonte: http://www.zerohedge.com/article/mises-man-who-predicted-depression
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