Bombardeamento de Dresden: diferenças entre revisões

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| baixas2 = 22 700 – 25 000 mortos {{sfn|Taylor|2005|p=42}}{{sfn|Evans|1996|loc="[http://www.hdot.org/en/trial/defense/evans/5-3.html The Bombing of Dresden in 1945]; [http://www.hdot.org/en/trial/defense/evans/520dv.html The real TB 47]}}
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[[Ficheiro:Fotothek df ps 0000123 Frauenleichnam in einem Luftschutzkeller.jpg|miniaturadaimagem|Corpo de uma mulher em um [[abrigo antiaéreo]], morta durante os bombardeios. A esmagadora maioria dos mortos eram civis.]]
O '''bombardeamento''' ou '''bombardeio de Dresden''' foi um [[Bombardeamento aéreo|bombardeamento]] [[militar]] efetuado durante a [[Segunda Guerra Mundial]] pelos [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|aliados]] da [[Força Aérea Real]] (RAF) e as [[Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos]] (USAAF) entre [[13 de fevereiro|13]] e [[15 de fevereiro]] de [[1945]]. Em quatro ataques-surpresa, {{fmtn|1300}} [[bombardeiro]]s pesados lançaram mais de {{fmtn|3900}} [[tonelada]]s de dispositivos [[Incêndio|incendiários]] e [[bomba]]s altamente explosivas na cidade, a capital [[Barroco|barroca]] do estado [[Alemanha|alemão]] de [[Saxônia]].<ref>W. Hädecke, Dresden: Eine Geschichte von Glanz, Katastrophe und Aufbruch, Carl Hanser Verlag, München−Vien, 2006; J. Vetter (ed.), Beautiful Dresden, Ljubljana: MKT Print, 2007.</ref> O bombardeio destruiu 39 [[quilômetro]]s quadrados do centro da cidade.<ref>{{citar web | url=http://books.guardian.co.uk/reviews/history/0,6121,1142632,00.html | título="Mission accomplished" }} - ''[[The Guardian]]''</ref><ref>{{citar web | url=http://www.learningcurve.gov.uk/heroesvillains/g1/cs3/g1cs3s1.htm | título="Extract from the official account of Bomber Command by Arthur Harris, 1945" }} - ''National Archives''</ref>


O '''bombardeamento''' ou '''bombardeio de Dresden''' foi um [[bombardeamento aéreo]] [[militar]] efetuado durante a [[Segunda Guerra Mundial]] pelos [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|aliados]] da [[Força Aérea Real]] (RAF) e as [[Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos]] (USAAF) entre [[13 de fevereiro|13]] e [[15 de fevereiro]] de [[1945]]. Em quatro ataques-surpresa, {{fmtn|1300}} [[Bombardeiro pesado|bombardeiros pesados]] lançaram mais de {{fmtn|3900}} [[tonelada]]s de dispositivos [[Incêndio|incendiários]] e [[bomba]]s altamente explosivas na cidade, a capital [[Barroco|barroca]] do estado [[Alemanha|alemão]] de [[Saxônia]].<ref>W. Hädecke, Dresden: Eine Geschichte von Glanz, Katastrophe und Aufbruch, Carl Hanser Verlag, München−Vien, 2006; J. Vetter (ed.), Beautiful Dresden, Ljubljana: MKT Print, 2007.</ref> O bombardeio destruiu 39 [[quilômetro]]s quadrados do centro da cidade.<ref>{{citar web | url=http://books.guardian.co.uk/reviews/history/0,6121,1142632,00.html | título="Mission accomplished" }} - ''[[The Guardian]]''</ref><ref>{{citar web | url=http://www.learningcurve.gov.uk/heroesvillains/g1/cs3/g1cs3s1.htm | título="Extract from the official account of Bomber Command by Arthur Harris, 1945" }} - ''National Archives''</ref>
Um relatório da Força Aérea dos Estados Unidos escrito em 1953 por Joseph W. Angell defendeu a operação como o bombardeamento justificado de um alvo militar, industrial e centro importante de transportes e comunicação, sediando 110 fábricas e {{fmtn|50000}} trabalhadores em apoio ao esforço de guerra [[Alemanha Nazista|nazista]]. Em contrapartida, alguns pesquisadores argumentaram que nem toda a infraestrutura comunicacional, como pontes, foram de fato alvo do bombardeio, assim como extensas áreas industriais distantes do centro da cidade. Alega-se que Dresden era um marco cultural de pouca ou nenhuma significância militar, uma "[[Florença]] do [[Rio Elba|Elba]]", como era conhecida, e que os ataques foram um bombardeio indiscriminado e desproporcional aos correspondentes ganhos militares.<ref>''Dresden 1945: The Devil's Tinderbox'' - McKee, Alexander - Granada (1983)</ref><ref>''Firestorm: The Bombing of Dresden'' - Addison, Paul & Crang, Jeremy A. (eds.) - Pimlico (2006) ISBN 1-84413-928-X</ref> Na [[conferência de Yalta]], a [[União Soviética]] pediu que fossem adotados bombardeios a favor da resistência alemã, proposta rejeitada por Reino Unido e Estados Unidos.<ref>Olaf Groehler. Bombenkrieg gegen Deutschland, Berlin, 1990, p. 414; Hansen, p. 245; “Luftangriffe auf Dresden,”p . 7; Frederick Taylor. Dresden: Tuesday, February 13, 1945, New York, 2004, p. 190; C. Grayling, Among the Dead Cities: Was the Allied Bombing of Civilians in WWII a Necessity or a Crime?, London, 2006, p. 176.</ref>


Um relatório da Força Aérea dos Estados Unidos escrito em 1953 por Joseph W. Angell defendeu a operação como o bombardeamento justificado de um alvo militar, industrial e centro importante de transportes e comunicação, sediando 110 fábricas e {{fmtn|50000}} trabalhadores em apoio ao [[esforço de guerra]] [[Alemanha Nazista|nazista]]. Em contrapartida, alguns pesquisadores argumentaram que nem toda a [[infraestrutura]] comunicacional, como pontes, foram de fato alvo do bombardeio, assim como extensas áreas industriais distantes do centro da cidade. Alega-se que Dresden era um marco cultural de pouca ou nenhuma significância militar, uma "[[Florença]] do [[Rio Elba|Elba]]", como era conhecida, e que os ataques foram um bombardeio indiscriminado e desproporcional aos correspondentes ganhos militares.<ref>''Dresden 1945: The Devil's Tinderbox'' - McKee, Alexander - Granada (1983)</ref><ref>''Firestorm: The Bombing of Dresden'' - Addison, Paul & Crang, Jeremy A. (eds.) - Pimlico (2006) ISBN 1-84413-928-X</ref> Na [[conferência de Yalta]], a [[União Soviética]] pediu que fossem adotados bombardeios a favor da [[resistência alemã]], proposta rejeitada por [[Reino Unido]] e [[Estados Unidos]].<ref>Olaf Groehler. Bombenkrieg gegen Deutschland, Berlin, 1990, p. 414; Hansen, p. 245; “Luftangriffe auf Dresden,”p . 7; Frederick Taylor. Dresden: Tuesday, February 13, 1945, New York, 2004, p. 190; C. Grayling, Among the Dead Cities: Was the Allied Bombing of Civilians in WWII a Necessity or a Crime?, London, 2006, p. 176.</ref>
Nas primeiras décadas após a guerra, as estimativas de mortos chegavam a {{fmtn|250000}}. Este número vem, principalmente, de informações falsas divulgadas pelo [[Ministério da Propaganda]] [[Alemanha Nazista|Nazista]]. Uma investigação independente encomendada pelo conselho municipal de Dresden em 2010 chegou a um total mínimo de {{fmtn|22700}} vítimas, com um número máximo de mortos em torno de {{fmtn|25000}} pessoas.<ref>{{citar web | url=http://www.dresden.de/media/pdf/presseamt/Erklaerung_Historikerkommission.pdf | título="Erklärung der Dresdner Historikerkommission zur Ermittlung der Opferzahlen der Luftangriffe auf die Stadt Dresden am 13./14. Februar 1945" }} - ''Landeshauptstadt Dresden''</ref> Atualmente, grupos de [[extrema direita]] na Alemanha costumam usar Dresden como um exemplo de equivalência moral entre os Aliados e os nazistas, pintando estes útlimos como vítimas, chamando o bombardeio em Dresden de "O Holocausto das Bombas". Tais argumentações são desconsideradas por cientistas políticos e historiadores.<ref>Rowley, Tom (8 de fevereiro de 2015) [https://www.telegraph.co.uk/history/world-war-two/11397715/Dresden-The-wounds-have-healed-but-the-scars-still-show.html "Dresden: The wounds have healed but the scars still show"] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20171003180114/http://www.telegraph.co.uk/history/world-war-two/11397715/Dresden-The-wounds-have-healed-but-the-scars-still-show.html |date=3 de outubro de 2017}} ''[[The Sunday Telegraph|The Telegraph]]''</ref>


== Números ==
Em comparação direta com o bombardeio sobre a cidade alemã de [[Hamburgo]] em [[1943]], onde se registrou uma das maiores operações aéreas de bombardeamento realizadas pela [[Força Aérea Real]] conjuntamente com a [[Força Aérea dos Estados Unidos]], matando, aproximadamente, {{fmtn|50000}} civis e destruindo praticamente toda a cidade, e ao bombardeio de [[Pforzheim]] em [[1945]], que matou aproximadamente {{fmtn|18000}} civis, os ataques aéreos em Dresden não podem ser considerados os mais graves da Segunda Guerra Mundial. A justificativa usada era de minar a economia do Reich a partir do assassinato da mão-de-obra local<ref>Andrew Chandler, “The Church of England and the Obliteration Bombing of Germany in the Second World War.” English Historical Review, 108 (1993), pp. 920-46 (p. 931).</ref> e executar a estratégia da terra arrasada em caso de ocupação soviética.<ref>C. Grayling, Among the Dead Cities: Was the Allied Bombing of Civilians in WWII a Necessity or a Crime?, London, 2006, p. 176</ref><ref>{{citar web | url=http://www.voltairenet.org/article16724.html | título=Si l’Armée rouge n’avait pas pris Berlin... }}</ref> No entanto, eles continuam conhecidos como um dos piores exemplos de sacrifício civil provocado por [[bombardeio estratégico]], ocupando lugar de destaque entre as ''causes célèbres'' morais da guerra. Discussões pós-guerra, lendas populares, [[revisionismo histórico]] e propagandismo da [[Guerra Fria]] levantaram debates entre comentaristas, oficiais e historiadores a respeito da fundamentação ou não do bombardeio, e se sua realização teria constituído um [[crime de guerra]].<ref>[http://www.technologyreview.com/Infotech/17724/page5/ "Part I: A Failure of Intelligence"] - ''Technology Review''</ref><ref>{{citar web | url=http://www.bombenkrieg.historicum-archiv.net/themen/pforzheim.html | título=Pforzheim – 23. Februar 1945 von Christian Groh (Stadtarchiv Pforzheim) }}</ref><ref>''War and State Terrorism: The United States, Japan, and the Asia-Pacific in the Long Twentieth Century'' - Selden, Mark - Rowmand and Littlefield (2004) ISBN 978-0-7425-2391-3</ref>


[[Ficheiro:Fotothek df ps 0000123 Frauenleichnam in einem Luftschutzkeller.jpg|thumb|x200px|direita|Corpo de uma mulher em um [[abrigo antiaéreo]], morta durante os bombardeios. A esmagadora maioria dos mortos eram civis.]]
Apesar de nenhum dos envolvidos no bombardeio de Dresden jamais ter sido acusado de crime de guerra, muitos defendem que o bombardeio foi de facto um [[crime de guerra]]. Segundo o Dr. Gregory H. Stanton, advogado e presidente da ''Genocide Watch'':

{{Quote2 |''O Holocausto nazista está entre os genocídios mais perversos da história. Mas o bombardeio de Dresden pelos Aliados e a destruição nuclear de Hiroshima e Nagasaki também foram [[crimes de guerra]] ...''|Gregory H. Stanton<ref name="Stanton-1">{{citar web | url=http://www.genocidewatch.org/HOWWECANPREVENTGENOCIDE.htm | título=How Can We Prevent Genocide: Building An International Campaign to End Genocide }} Por Gregory Stanton.</ref>}}
Nas primeiras décadas após a guerra, as estimativas de mortos chegavam a {{fmtn|250000}}. Este número vem, principalmente, de informações falsas divulgadas pelo [[Ministério da Propaganda]] [[Alemanha Nazista|Nazista]]. Uma investigação independente encomendada pelo conselho municipal de Dresden em 2010 chegou a um total mínimo de {{fmtn|22700}} vítimas, com um número máximo de mortos em torno de {{fmtn|25000}} pessoas.<ref>{{citar web | url=http://www.dresden.de/media/pdf/presseamt/Erklaerung_Historikerkommission.pdf | título="Erklärung der Dresdner Historikerkommission zur Ermittlung der Opferzahlen der Luftangriffe auf die Stadt Dresden am 13./14. Februar 1945" }} - ''Landeshauptstadt Dresden''</ref> Atualmente, grupos de [[extrema direita]] na Alemanha costumam usar Dresden como um exemplo de equivalência moral entre os Aliados e os nazistas, pintando estes útlimos como vítimas, chamando o bombardeio em Dresden de "O Holocausto das Bombas". Tais argumentações são desconsideradas por [[Ciência política|cientistas políticos]] e [[historiador]]es.<ref>Rowley, Tom (8 de fevereiro de 2015) [https://www.telegraph.co.uk/history/world-war-two/11397715/Dresden-The-wounds-have-healed-but-the-scars-still-show.html "Dresden: The wounds have healed but the scars still show"] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20171003180114/http://www.telegraph.co.uk/history/world-war-two/11397715/Dresden-The-wounds-have-healed-but-the-scars-still-show.html |date=3 de outubro de 2017}} ''[[The Sunday Telegraph|The Telegraph]]''</ref>

Em comparação direta com a [[Operação Gomorra]] (bombardeio sobre a cidade alemã de [[Hamburgo]] em [[1943]]), onde se registrou uma das maiores operações aéreas de bombardeamento realizadas pela [[Força Aérea Real]] conjuntamente com a [[Força Aérea dos Estados Unidos]], matando, aproximadamente, {{fmtn|50000}} civis e destruindo praticamente toda a cidade, e ao [[Bombardeamento de Pforzheim|bombardeio de Pforzheim]] em [[1945]], que matou aproximadamente {{fmtn|18000}} civis, os ataques aéreos em Dresden não podem ser considerados os mais graves da Segunda Guerra Mundial.

== Debate ==

A justificativa usada era de minar a [[Economia da Alemanha Nazista|economia do Reich]] a partir do assassinato da mão-de-obra local<ref>Andrew Chandler, “The Church of England and the Obliteration Bombing of Germany in the Second World War.” English Historical Review, 108 (1993), pp. 920-46 (p. 931).</ref> e executar a estratégia da [[terra arrasada]] em caso de [[Ocupações soviéticas|ocupação soviética]].<ref>C. Grayling, Among the Dead Cities: Was the Allied Bombing of Civilians in WWII a Necessity or a Crime?, London, 2006, p. 176</ref><ref>{{citar web | url=http://www.voltairenet.org/article16724.html | título=Si l’Armée rouge n’avait pas pris Berlin... }}</ref> No entanto, eles continuam conhecidos como um dos piores exemplos de sacrifício civil provocado por [[bombardeio estratégico]], ocupando lugar de destaque entre as ''[[Cause célèbre|causes célèbres]]'' morais da guerra.

Discussões [[pós-guerra]], lendas populares, [[revisionismo histórico]] e propagandismo da [[Guerra Fria]] levantaram debates entre comentaristas, oficiais e historiadores a respeito da fundamentação ou não do bombardeio, e se sua realização teria constituído um crime de guerra.<ref>[http://www.technologyreview.com/Infotech/17724/page5/ "Part I: A Failure of Intelligence"] - ''Technology Review''</ref><ref>{{citar web | url=http://www.bombenkrieg.historicum-archiv.net/themen/pforzheim.html | título=Pforzheim – 23. Februar 1945 von Christian Groh (Stadtarchiv Pforzheim) }}</ref><ref>''War and State Terrorism: The United States, Japan, and the Asia-Pacific in the Long Twentieth Century'' - Selden, Mark - Rowmand and Littlefield (2004) ISBN 978-0-7425-2391-3</ref>

Apesar de nenhum dos envolvidos no bombardeio de Dresden jamais ter sido acusado de crime de guerra, muitos defendem que o bombardeio foi de facto um [[crime de guerra]]. Segundo o Dr. [[Gregory Stanton|Gregory H. Stanton]], advogado e presidente da ''Genocide Watch'':

{{Quote2 |''O ''[[Holocausto]]'' nazista está entre os genocídios mais perversos da história. Mas o bombardeio de Dresden pelos Aliados e a destruição nuclear de ''[[Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki|Hiroshima e Nagasaki]]'' também foram crimes de guerra...''|Gregory H. Stanton<ref name="Stanton-1">{{citar web | url=http://www.genocidewatch.org/HOWWECANPREVENTGENOCIDE.htm | título=How Can We Prevent Genocide: Building An International Campaign to End Genocide }} Por Gregory Stanton.</ref>}}

== Imagens ==


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== Ver também ==

* [[Crimes de guerra dos Aliados]]
* [[Crimes de guerra dos Estados Unidos]]
* [[Blitz]]
* [[Bombardeio de Guernica]]
* [[Bombardeios estratégicos durante a Segunda Guerra Mundial]]


{{Referências}}
{{Referências}}
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* {{citar livro |último=Taylor |primeiro=Frederick |ano=2005 |titulo=Dresden: Tuesday 13 February 1945 |local=London |publicado=Bloomsbury |isbn=0-7475-7084-1 |ref=harv }}.<!-- Note the two editions used as references use different page numbers-->
* {{citar livro |último=Taylor |primeiro=Frederick |ano=2005 |titulo=Dresden: Tuesday 13 February 1945 |local=London |publicado=Bloomsbury |isbn=0-7475-7084-1 |ref=harv }}.<!-- Note the two editions used as references use different page numbers-->
* {{citar livro |último1=Webster |primeiro1=C. |último2=Frankland |primeiro2=N. |editor-sobrenome=Butler |editor-nome=J. R. M. |editor-link=James Ramsay Montagu Butler |ano=1961 |titulo=The Strategic Air Offensive Against Germany 1939–1945: 5, Victory |series=History of the Second World War: United Kingdom Military Series |volume=III |publicado=[[HMSO]] |local=London |edição=Battery Press & IWM 1994 |isbn=0-89839-205-5 |ref={{harvid|Webster|Frankland|1961}} }}
* {{citar livro |último1=Webster |primeiro1=C. |último2=Frankland |primeiro2=N. |editor-sobrenome=Butler |editor-nome=J. R. M. |editor-link=James Ramsay Montagu Butler |ano=1961 |titulo=The Strategic Air Offensive Against Germany 1939–1945: 5, Victory |series=History of the Second World War: United Kingdom Military Series |volume=III |publicado=[[HMSO]] |local=London |edição=Battery Press & IWM 1994 |isbn=0-89839-205-5 |ref={{harvid|Webster|Frankland|1961}} }}

== Ver também ==
*[[Bombardeio de Guernica]]
*[[Blitz]]


==Ligações externas==
==Ligações externas==

Revisão das 16h13min de 24 de julho de 2021

Bombardeamento de Dresden
Bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial

Dresden após o ataque aéreo.
Data 1315 de fevereiro de 1945
Local Dresden, Alemanha
Desfecho Vitória aliada
Altas Baixas Civis
Beligerantes
Reino Unido RAF
Estados Unidos USAAF
Alemanha Nazista
Forças
  • 769 bombardeiros pesados Lancaster (RAF)
  • 527 bombardeiros pesados B-17 (USAAF)
  • 784 P-51s (USAAF)
Baixas
7 aviões derrubados 22 700 – 25 000 mortos [1][2]

O bombardeamento ou bombardeio de Dresden foi um bombardeamento aéreo militar efetuado durante a Segunda Guerra Mundial pelos aliados da Força Aérea Real (RAF) e as Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos (USAAF) entre 13 e 15 de fevereiro de 1945. Em quatro ataques-surpresa, 1 300 bombardeiros pesados lançaram mais de 3 900 toneladas de dispositivos incendiários e bombas altamente explosivas na cidade, a capital barroca do estado alemão de Saxônia.[3] O bombardeio destruiu 39 quilômetros quadrados do centro da cidade.[4][5]

Um relatório da Força Aérea dos Estados Unidos escrito em 1953 por Joseph W. Angell defendeu a operação como o bombardeamento justificado de um alvo militar, industrial e centro importante de transportes e comunicação, sediando 110 fábricas e 50 000 trabalhadores em apoio ao esforço de guerra nazista. Em contrapartida, alguns pesquisadores argumentaram que nem toda a infraestrutura comunicacional, como pontes, foram de fato alvo do bombardeio, assim como extensas áreas industriais distantes do centro da cidade. Alega-se que Dresden era um marco cultural de pouca ou nenhuma significância militar, uma "Florença do Elba", como era conhecida, e que os ataques foram um bombardeio indiscriminado e desproporcional aos correspondentes ganhos militares.[6][7] Na conferência de Yalta, a União Soviética pediu que fossem adotados bombardeios a favor da resistência alemã, proposta rejeitada por Reino Unido e Estados Unidos.[8]

Números

Corpo de uma mulher em um abrigo antiaéreo, morta durante os bombardeios. A esmagadora maioria dos mortos eram civis.

Nas primeiras décadas após a guerra, as estimativas de mortos chegavam a 250 000. Este número vem, principalmente, de informações falsas divulgadas pelo Ministério da Propaganda Nazista. Uma investigação independente encomendada pelo conselho municipal de Dresden em 2010 chegou a um total mínimo de 22 700 vítimas, com um número máximo de mortos em torno de 25 000 pessoas.[9] Atualmente, grupos de extrema direita na Alemanha costumam usar Dresden como um exemplo de equivalência moral entre os Aliados e os nazistas, pintando estes útlimos como vítimas, chamando o bombardeio em Dresden de "O Holocausto das Bombas". Tais argumentações são desconsideradas por cientistas políticos e historiadores.[10]

Em comparação direta com a Operação Gomorra (bombardeio sobre a cidade alemã de Hamburgo em 1943), onde se registrou uma das maiores operações aéreas de bombardeamento realizadas pela Força Aérea Real conjuntamente com a Força Aérea dos Estados Unidos, matando, aproximadamente, 50 000 civis e destruindo praticamente toda a cidade, e ao bombardeio de Pforzheim em 1945, que matou aproximadamente 18 000 civis, os ataques aéreos em Dresden não podem ser considerados os mais graves da Segunda Guerra Mundial.

Debate

A justificativa usada era de minar a economia do Reich a partir do assassinato da mão-de-obra local[11] e executar a estratégia da terra arrasada em caso de ocupação soviética.[12][13] No entanto, eles continuam conhecidos como um dos piores exemplos de sacrifício civil provocado por bombardeio estratégico, ocupando lugar de destaque entre as causes célèbres morais da guerra.

Discussões pós-guerra, lendas populares, revisionismo histórico e propagandismo da Guerra Fria levantaram debates entre comentaristas, oficiais e historiadores a respeito da fundamentação ou não do bombardeio, e se sua realização teria constituído um crime de guerra.[14][15][16]

Apesar de nenhum dos envolvidos no bombardeio de Dresden jamais ter sido acusado de crime de guerra, muitos defendem que o bombardeio foi de facto um crime de guerra. Segundo o Dr. Gregory H. Stanton, advogado e presidente da Genocide Watch:

Imagens

Ver também

Referências

  1. Taylor 2005, p. 42.
  2. Evans 1996, "The Bombing of Dresden in 1945; The real TB 47.
  3. W. Hädecke, Dresden: Eine Geschichte von Glanz, Katastrophe und Aufbruch, Carl Hanser Verlag, München−Vien, 2006; J. Vetter (ed.), Beautiful Dresden, Ljubljana: MKT Print, 2007.
  4. «"Mission accomplished"»  - The Guardian
  5. «"Extract from the official account of Bomber Command by Arthur Harris, 1945"»  - National Archives
  6. Dresden 1945: The Devil's Tinderbox - McKee, Alexander - Granada (1983)
  7. Firestorm: The Bombing of Dresden - Addison, Paul & Crang, Jeremy A. (eds.) - Pimlico (2006) ISBN 1-84413-928-X
  8. Olaf Groehler. Bombenkrieg gegen Deutschland, Berlin, 1990, p. 414; Hansen, p. 245; “Luftangriffe auf Dresden,”p . 7; Frederick Taylor. Dresden: Tuesday, February 13, 1945, New York, 2004, p. 190; C. Grayling, Among the Dead Cities: Was the Allied Bombing of Civilians in WWII a Necessity or a Crime?, London, 2006, p. 176.
  9. «"Erklärung der Dresdner Historikerkommission zur Ermittlung der Opferzahlen der Luftangriffe auf die Stadt Dresden am 13./14. Februar 1945"» (PDF)  - Landeshauptstadt Dresden
  10. Rowley, Tom (8 de fevereiro de 2015) "Dresden: The wounds have healed but the scars still show" Arquivado em 2017-10-03 no Wayback Machine The Telegraph
  11. Andrew Chandler, “The Church of England and the Obliteration Bombing of Germany in the Second World War.” English Historical Review, 108 (1993), pp. 920-46 (p. 931).
  12. C. Grayling, Among the Dead Cities: Was the Allied Bombing of Civilians in WWII a Necessity or a Crime?, London, 2006, p. 176
  13. «Si l'Armée rouge n'avait pas pris Berlin...» 
  14. "Part I: A Failure of Intelligence" - Technology Review
  15. «Pforzheim – 23. Februar 1945 von Christian Groh (Stadtarchiv Pforzheim)» 
  16. War and State Terrorism: The United States, Japan, and the Asia-Pacific in the Long Twentieth Century - Selden, Mark - Rowmand and Littlefield (2004) ISBN 978-0-7425-2391-3
  17. «How Can We Prevent Genocide: Building An International Campaign to End Genocide»  Por Gregory Stanton.

Bibliografia

Ligações externas

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