Batalha de Monte Cassino: diferenças entre revisões

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Revisão das 23h19min de 17 de maio de 2019

Batalha de Monte Cassino
Parte da Linha de inverno e a Batalha por Roma da Campanha da Itália/Guerra Civil Italiana na Segunda Guerra Mundial

Ruínas da cidade de Cassino após a batalha
Data 17 de janeiro – 18 de maio de 1944 (123 dias)
Local Monte Cassino, Itália
Coordenadas 41° 29' N 13° 49' E
Desfecho Vitória Aliada[1][2]
Beligerantes
 Reino Unido  Estados Unidos
Austrália Austrália
África do Sul África do Sul
Brasil Brasil
Canadá Canadá
 França Livre
Nova Zelândia Nova Zelândia
Polónia Forças Polonesas Livres
Reino da Itália (1861–1946) Exército Realista Italiano
Outros
 Alemanha
Comandantes
Reino Unido Harold Alexander
Reino Unido Oliver Leese
Estados Unidos Mark Clark
Alemanha Nazista Albert Kesselring
Alemanha Nazista Heinrich von Vietinghoff
Alemanha Nazista F. v. Senger und Etterlin
Unidades
Estados Unidos 5.º Exército
Reino Unido 8.º Exército
Alemanha Nazista 10.º Exército
Forças
240 000 soldados
1 900 tanques
4 000 aviões[4]
Desconhecido
Baixas
55 000 mortos ou feridos[5] ~20 000 mortos ou feridos[5]
Monte Cassino está localizado em: Itália
Monte Cassino
Localização do Monte Cassino na Itália

A Batalha de Monte Cassino (também conhecida como a Batalha por Roma ou Batalha por Cassino) foi uma série de quatro duras batalhas dos Aliados contra a Linha de inverno na Itália, mantida pelas Potências do Eixo durante a Campanha da Itália na Segunda Guerra Mundial. A intenção era um avanço em direção a Roma.

No início de 1944, a metade ocidental da Linha de inverno estava sendo ancorada pelos alemães que dominavam os vales dos rios Rapido-Gari, Liri e Garigliano e alguns dos picos e serras circundantes. Juntos, esses recursos formavam a Linha Gustav. Monte Cassino, uma abadia histórica fundada em 529 por Bento de Núrsia, dominava a cidade vizinha de Cassino e as entradas para o Liri e vales do Rapido. Situada em uma zona histórica protegida, ela havia sido deixada desocupada pelos alemães, embora eles tivessem se instalado em algumas posições defensivas nas encostas íngremes abaixo das muralhas da abadia.

Repetidos ataques pontuais de artilharia contra as tropas aliadas fizeram com que seus líderes concluíssem que a abadia estava sendo usada pelos alemães como um posto de observação, no mínimo. Os medos aumentaram junto com as baixas e, apesar da falta de evidências claras, foram marcados para a destruição. Em 15 de fevereiro, bombardeiros americanos lançaram 1 400 toneladas de explosivos, causando danos generalizados.[6] O ataque não conseguiu atingir seu objetivo, uma vez que os paraquedistas alemães ocuparam os escombros e estabeleceram excelentes posições defensivas entre as ruínas.

Entre 17 de janeiro e 18 de maio, Monte Cassino e as defesas Gustav foram agredidas quatro vezes por tropas aliadas. Em 16 de maio, soldados do II Corpo polonês lançaram uma das batalhas finais à posição defensiva alemã como parte de um ataque de vinte divisões ao longo de uma frente de 32 quilômetros. Em 18 de maio, uma bandeira polonesa seguida pela britânica foi erguida sobre as ruínas.[7] Após esta vitória dos Aliados, a linha alemã Senger desmoronou em 25 de maio. Os defensores alemães foram finalmente expulsos de suas posições, mas a um alto custo.[8] A captura de Monte Cassino resultou em 55 000 baixas aliadas, com perdas alemãs sendo muito menos, estimadas em cerca de 20 000 mortos e feridos.[5]

Batalhas

Tropas alemãs capturadas pelos Aliados no monastério

Os alemães, conhecendo o valor estratégico do monte, tomam-no durante a Segunda Guerra Mundial e ali aquartelam três divisões de infantaria e duas blindadas da Wehrmacht. Os Aliados pretendiam, no seu avanço a partir do Sul de Itália em 1943, atingir Roma. Porém, "tropeçam" em Monte Cassino.

Empenham, neste ataque ao objectivo alemão, o Corpo Expedicionário Francês Livre (que enfileirava também duas divisões magrebinas, uma marroquina e outra argelina), o II Corpo de Exército dos EUA, com duas divisões de infantaria, e o X Corpo de Exército Britânico, com três divisões. Atacam de norte para sul e atingem alguns objectivos estratégicos alemães, bem como alguns sectores operacionais de apoio ao controlo do monte. Algumas colinas, rios e povoados a nordeste e a leste da montanha fortificada são tomados, sempre com encarniçados combates, destruindo-se também pistas de aviação e armazéns logísticos dos alemães.

Os alemães, todavia, resistem, contra-atacando atingindo duramente os Aliados. As baixas aumentam dia a dia. As operações das divisões Panzer nazis causarão "matanças" desastrosas em algumas divisões aliadas. Os norte-americanos conhecem reveses sérios. Os britânicos aguentam-se e as tropas ao serviço do General francês Juin conhecem alguns êxitos.

O ataque aliado continua, porém, imparável. A situação, em fins de Janeiro, estava "empatada", embora os Aliados ganhassem aqui e ali alguns pontos fortes de defesa alemã, cuja artilharia, nesta altura, causava danos sérios nos ocidentais, principalmente na divisão texana dos EUA.

Fallschirmjäger-Brigade-Paraquedistas Alemães, nas ruínas do Mosteiro.

A 30 de Janeiro, os alemães repelem um ataque pelo flanco sul de Monte Cassino. Atacam na vertente norte os Aliados e retomam posições. Os reforços alemães ainda vão chegando, através de pontos de apoio em seu poder a oeste do monte. A 10 de Fevereiro, por exemplo, estes reforços permitem-lhes reter ataques ao mosteiro, fustigado pela artilharia e bombardeamentos aéreos aliados, reconquistando sectores em seu torno.

Entretanto, a cidade de Cassino, na planície, era já dos Aliados. A neve, entretanto, começa a cair em força, emperrando as operações; os Aliados atacam vários pontos, inclusive o mosteiro. Nos montes vizinhos, os combates prosseguem: os Aliados pretendem capturar pontos elevados para bombardear o mosteiro. Os contra-ataques alemães começam a ser menos vitoriosos.

A 14 de Fevereiro, a Quarta Divisão Indiana do Exército Britânico tenta o ataque ao mosteiro, mas é travada por nevões fortíssimos. Bombardeamentos aliados sucedem-se contra o mosteiro, onde os alemães resistem, abnegadamente, diga-se, entre as ruínas: a defesa do mosteiro era imperativa, pois tratava-se do ponto forte da defesa oriental da Wehrmacht face a Roma. Repelem e resistem a ataques ao monte.

As 22:00 do dia 15 de Fevereiro o Subtenente Alemão Daimer, teria declarado aos abades já estarem em curso negociações com os americanos a fim de que os sobreviventes do mosteiro pudessem ser levados a um lugar seguro. Estas negociações todavia jamais se realizariam. Mas o Marechal Kesselring deu ordem de salvar os ocupantes do mosteiro e levar o Abade e os monges para Roma.

Observador da tropa de paraquedista alemã em vigia a planície do vale de Monte Cassino.

A final da conversa com o Abade o Subtenente Daimer perguntou-lhe se podia atestar, por escrito, que não havia nenhum soldado alemão dentro do mosteiro, antes do ataque aéreo. Com toda sua solicitude o Arquiabade Diamere assinou sobre o altar da Piedade, a seguinte declaração redigida em italiano: …"Certifico que entre os muros do sagrado Mosteiro de Montecassino nunca houve soldados alemães; que, durante certo período, só estiveram de vigia três soldados da polícia militar, com o único propósito de fazer respeitar a zona de neutralidade estabelecida em redor do Convento, porém já se retiraram há mais de vinte dias…" - SubTenente Daiber, Gregório Diamare, Bispo-abade de Montecassino. Monte Cassino, 15 de fevereiro de 1944.[9]

A espererança de um armistício e de uma ação de salvamento do mosteiro fizeram com que o Abade e seus monges permanecessem nas ruínas até a manhã de 17 de Fevereiro.

A 17 de Fevereiro, porém, os Gurkhas da Quarta Divisão Indiana dos Britânicos atacam pela terceira e última vez o mosteiro, conseguindo, finalmente, vencer a resistência alemã, abrindo caminho ao avanço das restantes unidades aliadas. Depois de milhares de mortos e feridos e da destruição de um dos pilares do mundo cristão ocidental, os Aliados tinham Roma no "horizonte" e o Centro de Itália na mira.

Notas

  1. Parker 2004, p. 347
  2. Crwys-Williams, Jennifer (1992). A country at war, 1939–1945: the mood of a nation. Rivonia: Ashanti Publications. 358 páginas. ISBN 1874800499. OCLC 29024744 
  3. MacDonald 1950, pp. 478–489.
  4. Farrington, Karen (1995). Battle for Victory. Leicester [Inglaterra]: Blitz Editions. ISBN 1856052699. OCLC 34486429 
  5. a b c Axelrod, Alan (2008). The Real History Of World War II: A New Look at the Past. Nova Iorque: Sterling Publishing Co Inc. p. 208. ISBN 9781402740909. OCLC 179788726 
  6. Manchester, William; Paul Reid (2012). The Last Lion, Winston Spencer Churchill: Defender of the Realm 1940–1965 Primeira ed. Boston: Little, Brown. p. 801. ISBN 0316545031. OCLC 9154456 
  7. «Monte Cassino—a battle for Poland». #Poland (em inglês). Consultado em 17 de maio de 2019 
  8. Jordan, David (2004). Atlas of World War II : over 160 detailed battle & campaign maps. Leicester: Silverdale Books. p. 92. ISBN 1845090357. OCLC 156768971 
  9. Böhmler, Rudolf - Monte Cassino - Flamboyant,1966 pag. 157

Referências

  • Monte Cassino - Batalha de Nações : Editora Renes, 1974
  • Böhmler, Rudolf - Monte Cassino - Flamboyant,1966
  • Grande Crônica da Segunda Guerra Mundial, Seleções do Reader´s Digest. Editora Ypiranga, 1963 Volume 3, O Calvário de Monte Cassino

Ligações externas