EF-334
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Ferrovia de Integração Oeste-Leste | |
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Governador da Bahia Jaques Wagner em consulta pública sobre a ferrovia em 2009. | |
![]() Mapa da Ferrovia Oeste-Leste | |
EF | EF-334 |
Sigla ou acrônimo | FIOL |
Área de operação | Bahia e Tocantins[1] |
Tempo de operação | 2020 (previsto)– |
Bitola | bitola irlandesa 1 600 mm (5,25 ft) |
Extensão | 1 527 km (949 mi) |
Interconexão Ferroviária | Ferrovia Norte-Sul Ferrovia Centro-Atlântica |
Portos Atendidos | Porto Sul |
Website | Valec Ferrovia de Integração Oeste-Leste |
A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL),[2][3] também conhecida como Ferrovia Oeste-Leste, como EF-334 pelo Plano Nacional de Viação e oficialmente como Ferrovia Engenheiro Vasco Azevedo Neto,[4] é uma ferrovia transversal brasileira em construção. O projeto prevê que tenha 1 527 quilômetros de extensão em bitola larga, e passe pelos estados da Bahia e Tocantins, ligando o Porto Sul no município baiano de Ilhéus à Ferrovia Norte-Sul (FNS) em Figueirópolis, município tocantinense.[2][3][5] A construção da ferrovia está a cargo da VALEC, empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes.
Características[editar | editar código-fonte]
O projeto visa formar corredor logístico de transporte, ampliando as possibilidades de escoamento da produção econômica do país pelo Porto Sul. No estado da Bahia, a ferrovia passará por regiões produtoras de minério de ferro e afins (cidades como Caetité, Pindaí, Tanhaçu, Lagoa Real, Livramento de Nossa Senhora, Maracás, Brumado) e de grãos (Luís Eduardo Magalhães, Barreiras, São Desidério).[3]
Parte do trajeto da ferrovia inclui a maior ponte ferroviária da América Latina, que atravessa o leito do Rio São Francisco, entre os municípios baianos de Serra do Ramalho (margem esquerda do rio) e Bom Jesus da Lapa (margem direita). A ponte que começou a ser construída em dezembro de 2014, compreende 82 pilares verticais e 2,9 quilômetros de extensão.[6]
História[editar | editar código-fonte]
Durante a Era Vargas, o Estado brasileiro elaborou e conseguiu a aprovação parlamentar do Plano Geral de Viação Nacional (Decreto n. 24 497 de 29 de junho de 1934), pelo qual o transporte ferroviário foi percebido como meio à industrialização e modernização produtiva nacional. Para isso, as regiões brasileiras deveriam ser conectadas, projetando a integração da rede de ferrovias.[7][8] Nesse contexto, destaca-se no sentido leste-oeste o projeto de ligar Brumado, na Bahia, até Cuiabá e a fronteira no rio Guaporé, ambos lugares então situados no Mato Grosso, passando em Goiás por Formosa, Anápolis, Ceres e a então futura Goiânia.[8] Embora fosse comum até o fim do século XIX os projetos ferroviários de escoamento da produção agrícola para um porto de exportação,[7] o projeto de ferrovia aprovado no plano de 1934 não previu um complemento para um novo porto no litoral da Bahia.[8]
Mais tarde na década de 1950, foi idealizada a ferrovia denominada Ferrovia Transulamericana, com o objetivo de ligar o Oceano Atlântico ao Pacífico, entre o Peru e o litoral da Bahia. A concepção incluía a implantação de um porto em Campinho, na baía de Camamu, pelas características oceanográficas favoráveis.[9] O trajeto ligando o litoral baiano e a região oeste foi defendido por Vasco Azevedo Neto durante sua vida como deputado federal, engenheiro civil e professor universitário.[10]
Já os estudos para elaboração do projeto da FIOL em si começaram em 2008, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As obras do trecho I, entre Ilhéus e Caetité se iniciaram em 2011, sob a responsabilidade da VALEC, e tinha como prazo de conclusão o ano de 2014.[11]
A ideia de atravessar a América do Sul a partir do litoral baiano voltou a ganhar força quando em junho de 2015, o governo chinês aprovou financiar somente a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), deixando de fora o trecho entre a Ferrovia Norte-Sul (FNS) e o litoral fluminense (até o Porto do Açu), no contexto do projeto da ferrovia Transoceânica (também chamada de Bioceânica e Transcontinental), que busca conectar o litoral atlântico brasileiro ao litoral peruano do Oceano Pacífico. Assim, despontaram como alternativa a FIOL e a necessidade de construção do trecho de ligação projetado entre Barreiras (BA) e a FNS, em Figueirópolis (TO) — dessa ferrovia que já teve a sua construção iniciada, diferente do trecho proposto de Campinorte (GO) até Porto do Açu no Rio de Janeiro, cujo financiamento de estudos coube ao governo brasileiro.[12]
Em março de 2016, a VALEC, rescindiu o contrato com o consórcio de construtoras alegando o descumprimento de obrigações contratuais e problemas na construção. Desde então as obras tem avançado em ritmo lento.[13]
O prazo oficial da VALEC para o término das obras do trecho I foi previsto para o final do ano de 2018[14] e do trecho II para o final do ano de 2019.[15]
Traçado[editar | editar código-fonte]
Trecho | Data de inauguração | Comprimento (km) | Comprimento desde Ilhéus (km) | Inicio das obras | Observações e Conexões |
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Ilhéus (BA) - Caetité (BA) | 2020 (previsto) | 537 | 537 | 2011 | Em construção. Em Brumado (BA), a FIOL cruza com a Ferrovia Centro-Atlântica, porém esta opera em bitola métrica. |
Caetité (BA) - Barreiras (BA) | 2021 (previsto) | 485 | 1022 | 2013 | Em construção. Fará conexão com a Hidrovia do São Francisco, no município de Bom Jesus da Lapa (BA). |
Barreiras (BA) - Figueirópolis (TO) | Indefinido | 505 | 1527 | ? | Em projeto. Fará conexão com a Ferrovia Norte-Sul (EF-151), em Figueirópolis. |
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ «Governo do Estado articula ligação entre as ferrovias Oeste-Leste (Fiol) e Centro-Oeste (Fico)». Secretaria de Estado de Administração do Mato Grosso. Consultado em 15 de março de 2014
- ↑ a b «EF-334 - Ferrovia de Integração Oeste Leste». VALEC - Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. Arquivado do original em 6 de outubro de 2014
- ↑ a b c «Ferrovias - Fiol». VALEC - Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. Arquivado do original em 9 de abril de 2014
- ↑ «Ferrovia de Integração Oeste-Leste leva nome do engenheiro Vasco Neto - Metro 1». Metro 1
- ↑ «ANEXO I». Planalto.gov.br
- ↑ «VALEC - Valec constrói maior ponte ferroviária da América Latina». valec.gov.br. Consultado em 20 de julho de 2018
- ↑ a b Rocha, Camilo; Quadros, Thiago; Lopes, Caroline (30 de janeiro de 2019). «Os trens que o Brasil perdeu». Nexo Jornal. Consultado em 1 de fevereiro de 2019
- ↑ a b c Cavalcanti, Flavio R. Cavalcanti. «Ferrovias do Plano Geral de Viação Nacional / 1934». vfco.brazilia.jor.br. Consultado em 1 de fevereiro de 2019
- ↑ «Transportes e Logística: os modais e os desafios da multimodalidade.» (PDF). Salvador: FUNDAÇÃO LUÍS EDUARDO MAGALHÃES. Cadernos FLEM (4). 2002. Consultado em 1 de outubro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 28 de dezembro de 2013
- ↑ «Morre o grande idealizador da Ferrovia Oeste-Leste». Tribuna da Bahia. 2 de outubro de 2010[ligação inativa]
- ↑ «Seis anos após início, obras de construção da FIOL no oeste da BA não chegam a 30% do previsto». G1
- ↑ «China financiará versão reduzida de ferrovia até o Oceano Pacífico». Consultado em 20 de agosto de 2016
- ↑ «Com obras da FIOL paradas desde 2015 no sudoeste da BA, extração de minério de ferro não pode ser iniciada na região». G1
- ↑ «VALEC - Ilhéus/BA - Caetité/BA». www.valec.gov.br. Consultado em 20 de julho de 2018
- ↑ «VALEC - Caetité/BA - Barreiras/BA». www.valec.gov.br. Consultado em 20 de julho de 2018