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Maria Bethânia: diferenças entre revisões

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Revisão das 13h41min de 14 de setembro de 2016

Maria Bethânia
Maria Bethânia
Bethânia em 2015, no
26º Prêmio da Música Brasileira -Edição em que foi a grande homenageada
Informação geral
Nome completo Maria Bethânia Viana Teles Veloso
Também conhecido(a) como 'Abelha Rainha da MPB[1]
Nascimento 18 de junho de 1946 (78 anos)
Local de nascimento Santo Amaro, BA
 Brasil
Gênero(s) MPB, Bossa nova, Samba
Instrumento(s) Vocal
Extensão vocal contralto
Período em atividade 1965–presente
Gravadora(s) RCA, Universal Music Brasil, Verve Records, EMI Brasil, Biscoito Fino, Wrasse, Sony BMG
Página oficial www.mariabethania.com

Maria Bethânia Viana Teles Veloso[2] (Santo Amaro, 18 de junho de 1946), mais conhecida como Maria Bethânia, é uma cantora e compositora brasileira.

Nascida em Santo Amaro, Bahia, ela participou, na juventude, de peças teatrais ao lado de seu irmão, o também cantor e compositor Caetano Veloso e de outros cantores proeminentes da época. Em 1965, mudou-se para o Rio de Janeiro onde começou sua carreira musical substituindo a cantora Nara Leão no espetáculo Opinião. No mesmo ano, assinou contrato com a gravadora RCA e lançou seu homônimo álbum de estreia.

Bethânia foi eleita a 5ª maior voz da música brasileira pela revista Rolling Stone Brasil.[3]

Biografia

1946–1964: Antes da fama e início da carreira

Nascida na Bahia em 18 de junho de 1946, Maria Bethânia é a sexta filha de José Teles Veloso (Seu Zezinho), funcionário público dos Correios, e de Claudionor Viana Teles Veloso (Dona Canô).[4] Seu nome foi escolhido pelo irmão Caetano Veloso, inspirado em uma canção, a valsa Maria Betânia, do compositor Capiba, então um sucesso na voz de Nélson Gonçalves.[5]

Bethânia é membro de uma família de artistas, sendo irmã da escritora Mabel Velloso, do cantor e compositor Caetano Veloso, e tia dos cantores Belô Velloso e Jota Velloso.[5]

Na juventude, participou de espetáculos semi-amadores em parceria com Tom Zé, Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil e, em 1960, mudou-se para Salvador com a intenção de terminar os estudos. Lá, começou a frequentar o meio artístico, ao lado do irmão Caetano e três anos depois, em 1963, estreou como cantora na peça Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues.[6] Nesta época, Bethânia e Caetano conheceram outros músicos iniciantes como Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, Alcivando Luz e outros, os quais acabariam sendo lançados como cantores e compositores pela cantora.[6] No ano seguinte, montaram juntos os espetáculos Nós por Exemplo, Mora na Filosofia e Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova.[6]

1965-1966: Maria Bethânia, Maria Bethânia canta Noel Rosa e Eu Vivo num Tempo de Guerra

A data oficial da estreia profissional de Bethânia é 13 de fevereiro de 1965, quando ela foi convidada pela musa da bossa nova, a cantora e violonista Nara Leão, para substituí-la no espetáculo Opinião, em cartaz no Rio de Janeiro, pois a mesma precisou se afastar por problemas de saúde. Nara Leão houvera conhecido Bethânia no ano anterior, na Bahia, quando aquela assistiu a esta em um dos espetáculos em que Bethânia atuara.[6] Do espetáculo surgiu o primeiro sucesso de Bethânia, a canção de protesto "Carcará", composta originalmente para Nara Leão.[7] Nesse mesmo ano, foi contratada pela gravadora RCA, onde gravou o primeiro álbum, Maria Bethânia, lançado em junho daquele mesmo ano. O álbum continha, além de "Carcará", as faixas "Mora na Filosofia", "Andaluzia", "Feitio de Oração" e "Sol Negro", esta última em dueto com Gal Costa. Ainda em 1965, lançou um compacto triplo, Maria Bethânia canta Noel Rosa, que trouxe as canções "Três Apitos", "Pra Que Mentir", "Pierrot Apaixonado", "Meu Barracão", "Último Desejo" e "Silêncio de um Minuto", e o compacto simples "Eu Vivo num Tempo de Guerra". No mesmo ano participou dos espetáculos Arena canta Bahia e Tempo de Guerra, ambos dirigidos por Augusto Boal, também competindo em festivais. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, apresentou-se em teatros e casas noturnas de espetáculos, tornando-se assim nacionalmente conhecida.

1967–1968: Edu e Bethania, Recital Na Boite Barroco, Velloso-Bethânia-Gil e Nada Além

Em 1967, Bethânia teve sua carreira impulsionada ao lançar seu segundo álbum Edu e Bethania, em parceria com Edu Lobo, a pedido do mesmo. Edu era um cantor e compositor iniciante, assim como Bethânia, que se firmava como cantora após o sucesso inicial no espetáculo Opinião.[8] No disco, a cantora teve performance solo em duas faixas e participou de duetos com Edu nas canções "Cirandeiro", "Sinherê" e "Prá Dizer Adeus".[9] Esta última obteve um grande sucesso e colocou Bethânia definitivamente no roll das grandes cantoras do Brasil.[8] Em 1968, interpretou a canção-tema do filme O Homem que Comprou o Mundo, de autoria de Francis Hime.

1975–1976: Chico Buarque & Maria Bethânia Ao Vivo, Pássaro Proibido e Doces Bárbaros

Bethânia foi também a idealizadora do grupo Doces Bárbaros, na qual era um dos vocais da banda, que lançou um disco ao vivo homônimo juntamente com os colegas Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 1970, e ao longo dos anos, este lema foi tema de um filme com direção de Jom Tob Azulay, um DVD, e um enredo da escola de samba Estação Primeira de Mangueira em 1994 com a canção "Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu". Já comandaram trio elétrico no carnaval de Salvador, espetáculos na praia de Copacabana e uma apresentação para a Rainha da Inglaterra.

Inicialmente o disco seria registrado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo em estúdio: "Esotérico", "Chuckberry Fields Forever", "São João Xangô Menino" e "O Seu Amor", todas gravações raras.

1977–1978: Pássaro Da Manhã, Maria Bethânia e Caetano Veloso - Ao Vivo e Álibi

Desde a década de 1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), até o fim da década de 1980, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos que apresentavam os novos talentos. Maria Bethânia participou do especial Mulher 80 (Rede Globo); o programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então abordando esta temática no contexto da música nacional e da ampla preponderância das vozes femininas, com Elis Regina, Fafá de Belém, Marina Lima, Simone, Rita Lee, Joanna, Zezé Motta, Gal Costa, Maria Bethânia e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.

1979 – 1980: Mel, Mulher 80 e Talismã

Após Álibi (1978), vieram Mel (1979), Talismã (1980), Alteza (1981), Ciclo (1983) e A Beira e o Mar (1984), com arranjos e teclados de Lincoln Olivetti. No caso de Ciclo, a faixa "Fogueira" foi incluída na trilha sonora da novela da Globo Transas e Caretas de Lauro César Muniz. O álbum apresentava um repertório de onze canções, das quais nove eram inéditas, e apenas duas regravações ("'Rio de Janeiro - Isto é o meu Brasil" e "Ela disse-me-assim"). No LP A Beira e o Mar, originado do espetáculo A Hora da Estrela, cujo título remete ao famoso livro homônimo de Clarice Lispector, o repertório misturou canções inéditas e regravações ("Na Primeira Manhã", "Nossos Momentos", "ABC do Sertão", "Somos Iguais" e "Sonho Impossível" – esta última gravada pela terceira vez, já que havia sido gravada anteriormente nos álbuns A Cena Muda e Chico Buarque & Maria Bethânia ao vivo e dali a treze anos, novamente no CD Imitação da Vida). Bethânia então saiu da gravadora Polygram (atualmente Universal Music), de onde era contratada desde 1971 (com o álbum A Tua Presença...) e à qual só retornaria dali a cinco anos.

1985 – 1989: Palco Iluminado, Dezembros, Maria e Memória da Pele

O disco que marca essa volta é Memória da Pele; durante este intervalo de tempo, aconteceu uma breve passagem pela primeira gravadora, a RCA, com a qual assinou contrato para a gravação de três discos, mas acabou gerando apenas dois. São eles: Dezembros e Maria, lançados em 1986 e 1988, respectivamente.

A interpretação de "'Na Primeira Manhã" surpreendeu Milton Nascimento, inspirando-o a escrever, em parceria com Fernando Brant, a canção "Canções e Momentos", inclusa no repertório do disco Dezembros, do qual também fez participação especial nesta faixa, que também trazia, dentre outras, os sucessos "Anos Dourados", "Gostoso Demais" e "Errei Sim".

Cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de "We Are the World", o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África por meio do projeto USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto simples, de criação coletiva, com as canções "Chega de Mágoa" e "Seca d'Água".

Já o CD Maria, originado do espetáculo homônimo dirigido por Fauzi Arap no ano anterior, contou com as participações especiais da cantora Gal Costa (na toada "O Ciúme", acompanhada somente pelo sintetizador de Benoit Corboz, que também escreveu o arranjo para esta canção) e duas internacionais: o grupo sul-africano Lady Smith Black Mambazo (na faixa de abertura, "A Terra Tremeu/Ofá") e a atriz francesa Jeanne Moureau (na faixa "Poema dos Olhos da Amada", declamando uma versão em francês do poema de Vinícius de Morais). As baladas "Tá Combinado" e "Verdades e Mentiras" integraram as trilhas sonoras das novelas da Globo Vale Tudo e Fera Radical, respectivamente.

1990 – 1999:

Em 1990, Bethânia comemorou 25 anos de carreira com o LP 25 Anos, cujo repertório, essencialmente brasileiro, evocava diversas culturas deste país, trazendo canções consagradas e pouco conhecidas, entre regravações e inéditas. O disco contou com a participação especial de vários cantores e músicos, dentre os quais Gal Costa, Alcione, João Gilberto, Egberto Gismonti, Nina Simone, Fátima Guedes, Hermeto Paschoal, Sivuca, Wagner Tiso, Toninho Horta, Jacques Morelenbaum, Jaime Além, Márcio Montarroyos, Mônica Millet, Almir Sater, Flávia Virgínia, Nair de Cândia, Armando Marçal, Djalma Correia, Álvaro Millet, Gordinho (Antenor Marques Filho), Zeca Assunção, Wilson das Neves, José Roberto Bertrami, Jamil Joanes, Jurim Moreira, orquestra de cordas e bateria da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira, com regência de Mestre Taranta (participou duas vezes do disco - na faixa de abertura, uma vinheta colada a um texto de Mário de Andrade e a canção "O Canto do Pajé" - e também na faixa que encerrava o projeto, "Palavra", que no final fez uma citação musical à famosa canção de Chico Buarque "Apesar de Você"); As regionalistas "Tocando em Frente" e "Flor de Ir Embora" integraram as trilhas das novelas rurais Pantanal e A história de Ana Raio e Zé Trovão, respectivamente, ambas exibidas pela extinta Rede Manchete. O feito de gravação de discos acústicos se repetiu no álbum subsequente, Olho d'Água, lançado em 1992; no repertório deste, a canção regionalista "Além da Última Estrela", que integrou a trilha sonora da novela da Globo Renascer, de Benedito Ruy Barbosa, exibida no ano seguinte. O álbum também mostrou uma incursão pela religiosidade ("Ilumina", "Medalha de São Jorge", "Louvação a Oxum", "Rainha Negra" uma homenagem à cantora Clementina de Jesus e "Búzio"), abrindo e fechando com uma vinheta da música "Sodade Meu Bem Sodade", de Zé do Norte.

O CD As Canções que Você Fez pra Mim foi convertido para uma versão hispânica (no caso, Las Canciones que Hiciste pra Mí). Sete das onze faixas foram convertidas - a faixa-título, "Fiera Herida" ("Fera Ferida", tema de abertura da novela homônima da Globo), "Palabras" ("Palavras"), "Tú No Sabes" ("Você Não Sabe"), "Necesito de Tu Amor" ("Eu Preciso de Você), "Tú" ("Você", incluída na trilha sonora da novela da Globo Pátria Minha de Gilberto Braga, cujo título remete ao famoso poema homônimo de Vinícius de Morais - justamente a sucessora de Fera Ferida) e "Emociones" ("Emoções", de Roberto). Ficaram de fora "Olha", "Costumes", "Detalhes" e "Seu Corpo". O trabalho consistiu em um tributo à dupla de cantores e compositores Roberto e Erasmo Carlos, evocando onze parcerias entre ambos. Este disco, além de originar um LP promocional para a Coca-Cola com uma entrevista entre parte do repertório ("Emoções", "Costumes", "Olha" e "Seu Corpo), gerou também um VHS (relançado em DVD em 2009) e um espetáculo calcado na divulgação do disco anterior, dirigido por Gabriel Vilela na casa Canecão (Rio de Janeiro), do qual saiu o trabalho que marca a despedida definitiva da Universal Music: Maria Bethânia ao Vivo, de 1995, o último a ter versão em vinil, porém já estava sofrendo com o problema de pressão de espaço físico, com quatro músicas a menos. São elas: "Fé Cega Faca Amolada", "Detalhes", "Você Não Sabe" (as duas últimas, já inclusas no álbum-tributo a Roberto) e "Reconvexo" (gravada pela cantora no álbum Memória da Pele), inclusas somente no CD. Este disco trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras canções consagradas e do álbum de estúdio anterior dedicado a Roberto Carlos.

Em 1999, lançou A Força Que Nunca Seca pela gravadora BMG. No trabalho, interpretou a faixa "Romaria", de autoria de Renato Teixeira, popularizada por Elis Regina. A faixa-título foi dedicada à memória de Mãe Cleusa do Gantois, além de trazer canções inéditas e releituras de clássicos ("O Trenzinho Caipira", com citação de trechos do poema "O Trem de Alagoas" de Ferreira Gullar; "Luar do Sertão/Azulão", "Espere Por Mim Morena", "Gema" - esta já gravada pela cantora anteriormente no álbum Talismã, "As Flores do Jardim da Nossa Casa") e a interpretação de "É o Amor", originalmente gravada pela dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano. Esta foi incluída na trilha sonora da novela da Globo Suave Veneno, de Aguinaldo Silva, exibida àquele mesmo ano. Em seguida, houve um espetáculo que divulgou o disco anterior, do qual saiu o CD duplo Diamante Verdadeiro, gravado em agosto, que trouxe canções do referido CD de estúdio (exceto "Espere Por Mim Morena"), regravações dos antigos sucessos entre outros clássicos, além de textos de Fernando Pessoa ("Autopsicografia"), Manuel Alegre ("Senhora das Tempestades") e Castro Alves ("O Navio Negreiro").

Anos 2000

Bethânia em janeiro de 2010.

Em 2001, desliga-se das grandes gravadoras, transferindo-se para a independente Biscoito Fino, de propriedade de Olivia Hime e Kati Almeida Braga. O disco que marca a estreia na nova gravadora é o duplo Maricotinha ao Vivo - comemorativo dos trinta e cinco anos de carreira, que trouxe regravações dos antigos sucessos seus entre outras canções consagradas, textos e do álbum de estúdio homônimo do ano anterior, cuja maior parte das canções era inédita e foi o último álbum lançado pela gravadora BMG, e também gerou seu primeiro DVD. Em 2003, ainda na Biscoito Fino, lança o selo Quitanda (23 de setembro), para gravar discos com menor apelo comercial e lançar artistas que admira, como Mart'Nália e Dona Edith do Prato. Paralelamente, houve o lançamento do álbum Cânticos, Preces, Súplicas à Senhora dos Jardins do Céu, gravado originalmente em 2000, que inicialmente não foi comercializado e distribuído numa tiragem limitada de duas mil cópias, apenas para angariar fundos para a restauração da matriz da cidade natal, em homenagem à Nossa Senhora; neste trabalho, a cantora reafirmou a religiosidade, presente em quase toda a obra. O disco contou com a participação especial da mãe, Canô Veloso, Gilberto Gil (violão e voz) e Nair de Cândia, nas respectivas faixas "Ladainha de Nossa Senhora", "Mãe de Deus das Candeias" e uma versão em latim da Ave Maria.

Bethânia também atua em direções, já tendo dirigido vários artistas entre eles o irmão Caetano Veloso e Alcione. Ao mesmo tempo, produziu a homenagem Namorando a Rosa, a violonista Rosinha de Valença, que tocou alguns anos em sua banda, falecida em 2004; dirigiu o espetáculo Comigo Me Desavim (1967); e nove anos depois gravou os álbuns Cheiro de Mato, Maria Bethânia e Caetano Veloso ao Vivo, Alteza, Olho d'Água e Álibi, onde tocou violão em todas as faixas; o álbum contou com a participação especial de diversos nomes consagrados da MPB, como o irmão Caetano Veloso, Alcione, Chico Buarque, Bebel Gilberto, Ivone Lara, Délcio Carvalho, Yamandú Costa, Martinho da Vila, Turíbio Santos, Miúcha, Joanna, Hermeto Paschoal. Em 2005, foi lançado o filme documentário sobre sua vida e carreira, Música é Perfume.

Em 2006, foi vencedora do Prêmio TIM de Música (antigo Prêmio Sharp) onde arrebatou três títulos: melhor cantora, melhor disco (Que Falta Você Me Faz, um tributo a Vinícius de Morais) e melhor DVD (Tempo Tempo Tempo Tempo, comemorativo dos quarenta anos de carreira).[10] No mesmo ano, os CDs antigos - LPs originais que haviam sido relançados anteriormente em CD - voltaram às prateleiras, com encarte completo (na edição anterior ele havia sido suprimido/reduzido), letras de todas as músicas e textos - mesmo que a versão original não as tivesse - e texto interno com a história do álbum redigido pelo jornalista e crítico musical Rodrigo Faour, pois há muito tempo estavam fora de catálogo. Ainda em 2006, lançou dois álbuns simultaneamente: Pirata, onde canta os rios do interior do Brasil, lançado três anos antes, e Mar de Sophia, onde canta o mar a partir de versos da poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner. A turnê de promoção dos dois discos foi batizada de Dentro do Mar tem Rio, com direção de Bia Lessa e roteiro do fiel colaborador Fauzi Arap, originando o álbum duplo homônimo, lançado em 2007.

Lançou em 2007 pela Biscoito Fino o DVD duplo que contempla dois documentários sobre a artista: Pedrinha de Aruanda e Bethânia Bem de Perto. Este primeiro é um registro da intimidade da cantora, tendo como ponto de partida a comemoração do seu aniversário de sessenta anos, celebrados durante uma apresentação em Salvador e uma missa em Santo Amaro, sua cidade natal, em 2006. Ainda em 2007, é a maior vencedora do Prêmio TIM, dividindo o protagonismo do prêmio com Marisa Monte. Bethânia, mais uma vez, compareceu à cerimônia, e levou para casa os troféus de melhor cantora, melhor disco (Mar de Sophia), melhor projeto gráfico (Pirata) e melhor canção ("Beira-mar", do CD Mar de Sophia).[11][12]

Em 2008, junta-se à cantora cubana Omara Portuondo e segue em turnê pelo Brasil e países vizinhos, como Argentina e Chile; nos dias 4 e 5 de abril foi gravado o DVD ao vivo em Belo Horizonte no Palácio das Artes, sob a direção de Mário de Aratanha e a produção musical de Moogie Canázio, originando também um CD.

Em 2009, lançou o DVD Dentro do Mar tem Rio, registro do show ao vivo gravado nos dias 7 e 8 de dezembro de 2007, em São Paulo, com direção de Andrucha Waddington. No mesmo ano, lança na Gafieira Estudantina os trabalhos Encanteria, onde canta as mais variadas formas de fé (pelo selo Quitanda) e Tua, com canções românticas (pela Biscoito Fino); ambos são compostos por canções inéditas. O repertório do espetáculo calcado na divulgação dos dois trabalhos é composto por estas faixas intercaladas a antigos sucessos da artista. Seu título é batizado com três nomes que, segundo ela,[carece de fontes?] foram herdados de sua tradição familiar: Amor, Festa e Devoção.

Anos 2010

Maria Bethânia desfila pela Mangueira no carnaval de 2016 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Em junho de 2010, após décadas sem se apresentar em um programa de TV, Maria Bethânia prestou uma homenagem ao cantor e compositor Erasmo Carlos durante a edição especial do Programa Altas Horas pela passagem dos 50 anos de carreira do artista. Na ocasião, ela interpretou "As Canções que Você Fez pra Mim" e "Sentado à Beira do Caminho". O DVD Carta de Amor, lançado em 2013, traz uma turnê baseada no álbum Oásis de Bethânia. O DVD tem seu título incorporado em um poema-canção escrito pela própria cantora. Em 2014, a faixa-título foi indicada ao Grammy Latino de Melhor Canção Brasileira.[13]

Em 2016, foi homenageada pela Mangueira, que desfilou no carnaval do Rio de Janeiro com o enredo Maria Bethânia, a menina dos olhos de Oyá. A escola foi a última a desfilar e se sagrou campeã[14].

26° Prêmio da Música Brasileira e Turnê

A maior vencedora do Prêmio da Música Brasileira, nos seus 50 anos de carreira, celebrados em 2015, Bethânia foi a grande homenageada da 26ª edição do PMB no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Numa noite de gala e muita cultura, algumas das maiores vozes da MPB se reuniram para render elogios e aplausos a cantora. Com direção de José Maurício Machiline e roteiro de Zélia Duncan, Alexandre Nero e Dira Paes apresentaram a festa e premiações, atores interpretaram poesias conhecidas na voz de Bethânia e grandiosos cantores lançados pela Abelha Rainha e outros amigos subiram ao palco para mostrarem através de canções, sua admiração, entre eles: Adriana Calcanhotto, Arnaldo Antunes, Caetano Veloso, Alcione, Chico César, Lenine, Renata Sorrah, Zélia Duncan, Matheus Nachtergaele, Mônica Salmaso, Mariene de Castro, Nana Caymmi. A noite de grande comoção e aplausos, foi aberta pelo Ministro da Cultura, e pela própria homenageada entoando "Carcará", "O Quereres", "Fera Ferida", e foi encerrada também pela diva, com "Explode Coração" e "Vento de Lá/Embelezou Eu".

Logo após, iniciou-se a turnê, celebrando os 50 anos de carreira em 2015 com a turnê do 26º Prêmio da Música Brasileira, que incluiu as participações de Zélia Duncan, Arlindo Cruz, João Bosco, Camila Pitanga e Lenine.[15] Passando por várias cidades e arrastando multidões, a turnê foi ovacionada e rendeu muita honra a Abelha Rainha da Música Brasileira.[16][17][18]

Controvérsia

Em março de 2011, a cantora se viu em meio a uma polêmica devido à autorização dada pelo Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet, para captar a quantia de R$ 1,3 milhão para a produção de um blog na internet. O fato provocou significativa reação em sites como Twitter e YouTube, onde diversos internautas gravaram vídeos protestando contra a autorização.

Caetano Veloso defendeu Bethânia apontando que projetos de diversos outros artistas, conhecidos e desconhecidos, tiveram autorização para captar quantias maiores.[19] Por fim, em setembro de 2011, a cantora veio a público afirmar que desistiu de participar do blog no qual recitaria poesias famosas diariamente devido a seu projeto de lançamento de um novo CD com canções inéditas.[20]

Em junho de 2015, a cantora foi acusada de porte ilegal de armas, por emprestar um revólver para seu segurança, registrado no nome da intérprete desde 1997.[21] Ele foi preso pelos policiais logo após saberem que ele não tinha o registro nem a autorização legal para usá-la.[21]

Religião

Maria Bethânia é uma católica devota, mas ao mesmo tempo também se mantém fiel a crenças do Candomblé.[22] Participou na missa de homenagem à fadista portuguesa Amália Rodrigues, na Basílica da Estrela, em Lisboa, em 21 de Julho de 2010.[23]

Discografia

Ver artigo principal: Discografia de Maria Bethânia

Videografia

Ver artigo principal: Videografia de Maria Bethânia

Filmografia

Ver artigo principal: Filmografia de Maria Bethânia

Turnês

Ver artigo principal: Turnês de Maria Bethânia

Livros

Caderno de Poesias , lançado em 2015. É uma compilação dos poetas preferidos de Maria Bethânia. O livro apresenta diversas gravuras e acompanha um DVD.

Ver também

Referências

  1. «Uma abelha rainha chamada Bethânia». Época. Consultado em 9 de fevereiro de 2016 
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  15. Show de 50 anos de Maria Bethânia chega neste domingo a BH
  16. Maria Bethânia faz show em Aracaju e comemora 50 anos de carreira
  17. Maria Bethânia comemora 50 anos de carreira com show de 41 músicas
  18. Maria Bethânia comemora carreira com muito trabalho e sem arrependimentos
  19. Veloso, Caetano. «Caetano Veloso sai em defesa de Maria Bethânia na polêmica sobre blog». O Globo. Consultado em 5 de dezembro de 2012 
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  21. a b Maria Bethânia responde processo por porte ilegal de armas no Rio
  22. Entrevista concedida à revista Playboy, 1996
  23. Maria Bethânia encanta na missa de homenagem a Amália Rodrigues, Jornal Digital, 21 de Julho de 2010
  24. “Maria Bethânia Guerreira Guerrilha“ no site da Debê Produções

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