Imigração brasileira no Japão: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
correct
Linha 5: Linha 5:
==População==
==População==


Em [[2005]], o [[Ministério da Justiça]] estimou que 302.000 brasileiros viviam no [[Japão]]. Em [[2012]], o número de brasileiros vivendo no Japão era de 215.000. O número de brasileiros residentes no Japão teria tido essa redução em 7 anos, devido à [[Crise econômica de 2008-2009]], que havia tornado os empregos escassos, forçando muitos brasileiros a retornar ao [[Brasil]].<ref>{{cite web |url= http://www1.folha.uol.com.br/mundo/887250-cerca-de-250-mil-brasileiros-vivem-no-japao-veja-telefones-de-informacoes.shtml |title=Folha.com - Mundo - Cerca de 250 mil brasileiros vivem no Japão; veja telefones de informações - 11/03/2011 |first= |last= |work=www1.folha.uol.com.br |year=2011|accessdate=29 de abril de 2011}}</ref>
Em [[2005]], o [[Ministério da Justiça]] estimou que 302.000 brasileiros viviam no [[Japão]]. Em [[2012]], o número de brasileiros vivendo no Japão era de 215.000. O número de brasileiros residentes no Japão teria tido essa redução em 7 anos, devido à [[Crise econômica de 2008-2009|Crise econômica mundial de 2008-2009]], que havia tornado os empregos escassos, forçando muitos brasileiros a retornar ao [[Brasil]].<ref>{{cite web |url= http://www1.folha.uol.com.br/mundo/887250-cerca-de-250-mil-brasileiros-vivem-no-japao-veja-telefones-de-informacoes.shtml |title=Folha.com - Mundo - Cerca de 250 mil brasileiros vivem no Japão; veja telefones de informações - 11/03/2011 |first= |last= |work=www1.folha.uol.com.br |year=2011|accessdate=29 de abril de 2011}}</ref>


As províncias com mais brasileiros são [[Aichi]], [[Shizuoka]], [[Gifu]], [[Mie]], [[Saitama]], [[Gunma]] e [[Kanagawa]]. As cidades com mais brasileiros são [[Hamamatsu]] ([[Shizuoka]]), [[Nagoya]] ([[Aichi]]), [[Oizumi]] ([[Gunma]]), [[Shizuoka]] ([[Shizuoka]]), [[Gifu]] ([[Gifu]]) e [[Saitama]] ([[Saitama]])<ref name="dekassegui">http://www.portaldekassegui.com/tabelanuncio.htm</ref>.
As províncias com mais brasileiros são [[Aichi]], [[Shizuoka]], [[Gifu]], [[Mie]], [[Saitama]], [[Gunma]] e [[Kanagawa]]. As cidades com mais brasileiros são [[Hamamatsu]] ([[Shizuoka]]), [[Nagoya]] ([[Aichi]]), [[Oizumi]] ([[Gunma]]), [[Shizuoka]] ([[Shizuoka]]), [[Gifu]] ([[Gifu]]) e [[Saitama]] ([[Saitama]])<ref name="dekassegui">http://www.portaldekassegui.com/tabelanuncio.htm</ref>.


A turbulência financeira mundial, ocorrida em setembro de 2008, e a tragédia do [[Tsunami]] ocorrida em 2011 provocaram um efeito impactante sobre o fenômeno dekassegui. Como resultado, os consulados japoneses no Brasil passaram a aplicar com mais severidade as regras para concessão do visto com finalidade de trabalho. Por exemplo, o número de emissão caiu cerca de 75 por cento em 2011, se comparado a 2008.
A turbulência financeira mundial e a tragédia do Tsunami ocorrida em 2011 provocaram um efeito impactante sobre o fenômeno dekassegui. Como resultado, os consulados japoneses no Brasil passaram a aplicar com mais severidade as regras para concessão do visto com finalidade de trabalho. Por exemplo, o número de emissão caiu cerca de 75 por cento em 2011, se comparado a 2008.


== Importância econômica ==
== Importância econômica ==


No ano de [[2002]], os brasileiros residentes no Japão mandaram para o Brasil mais de 2,5 bilhões de [[dólar]]es. O [[Ministério da Justiça]] estimou em [[2005]] que os dekasseguis brasileiros enviem anualmente para o Brasil entre 1,5 e 2 bilhões de [[dólar]]es.<ref>http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u42891.shtml</ref> Estes valores chegam a superar os valores de divisas obtidas pelo Brasil com a exportação de café.
No ano de [[2002]], os brasileiros residentes no Japão mandaram para o Brasil mais de 2,5 bilhões de [[dólar]]es. O [[Ministério da Justiça]] estimou em [[2005]] que os dekasseguis brasileiros enviem anualmente para o Brasil entre 1,5 e 2 bilhões de [[dólar]]es.<ref>http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u42891.shtml</ref> Estes valores chegam a superar o valor de divisas obtidas pelo Brasil com a exportação de café.


{|align="center"
{|align="center"
Linha 20: Linha 20:
|}
|}


== Identidade cultural e problemas sociais no Japão ==
==Caracteristicas sócio-culturais==
geralmente os nipo-brasileiros (exceto nissei e sansei) são [[cultura do Brasil|culturalmente]] completamente brasileiro e muitos não falam a língua japonesa, portanto, sofrem um expressivo [[preconceito]] social no Japão. Alguns nipo-brasileiros fazem questão de exibir sua origem brasileira no Japão, ex: vestindo camisas da seleção brasileira no dia-a-dia ou adesivos com bandeira nos carros, etc.<ref>http://www.scielo.br/pdf/ea/v20n57/a09v2057.pdf</ref> Os filhos de brasileiros são, muitas vezes, isolados nas escolas japonesas por não falarem o idioma japonês.<ref name="dekassegui2"/> Finalmente, existe um consenso equivocado no Japão de que o imigrante brasileiro é um "quisto inassimilável" devido a seus costumes egoístas, [[poluição sonora]] (som automotivo) e auto-isolamento cultural. {{carece de fontes}} Um número significativo de nipo-brasileiros vivem completamente isolados dentro da comunidade brasileira, totalmente à parte da sociedade japonesa.<ref>http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/11/121102_2geracao_sem_identidade_lk.shtml</ref> Problemas sociais e desrespeito às [[leis]] retratam bem esse aspecto da percepção pública japonesa e também nipo-brasileira.{{carece de fontes}}


Um número expressivo de brasileiros acabam retornando ao [[Brasil]] buscando apoio psicológico devido a [[choque cultural]], [[estresse]], problemas sociais com colegas de serviço.<ref>http://noticias.uol.com.br/ultnot/internacional/2009/11/23/ult1859u1883.jhtm</ref>
Muitos nipo-brasileiros são, [[cultura do Brasil|culturalmente]], totalmente brasileiros e não falam a língua japonesa, Há um forte sentimento de "identidade brasileira" na comunidade, que se organiza para celebrar sua herança cultural brasileira, promovendo festas de carnavais ao som de samba, pagode, música sertaneja e música norte-americana, consumindo comida típica do Brasil, fazendo churrascos, etc..<ref>http://www.scielo.br/pdf/ea/v20n57/a09v2057.pdf</ref><ref>http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u42891.shtml</ref> Existe uma impressão, no Japão, de que o imigrante brasileiro muitas vezes se recusa a se relacionar com os japoneses. Como já há uma estrutura toda voltada para os brasileiros, estes muitas vezes acabam por viver somente dentro da comunidade, dificilmente se relacionando com os japoneses. Em restaurantes de comida tradicional japonesa, por exemplo, é difícil encontrar brasileiros.


Existe hoje uma grande variedade de serviços direcionadas exclusivamente aos brasileiros residentes no Japão. Dentre elas incluem redes de TV brasileira, portais web e agências de publicidade em português, igrejas cristãs, escolas, supermercados de produtos brasileiros, restaurantes, bares, discotecas, lojas de roupas, carros, etc.
A televisão brasileira, que a maioria possui, também acaba sendo um fator que não contribui para a assimilação da cultura e da língua japonesa.
Como os japoneses costumam trabalhar em equipe e os brasileiros possuem uma cultura mais baseada na individualidade, isso pode gerar algum desconforto nas relações entre os dois povos, principalmente no trabalho e na escola.


Há também nipo-brasileiros que estão fincando suas raízes no Japão. O número de brasileiros comprando a casa própria no Japão é expressivo. São brasileiros que já têm estabilidade no emprego, estrutura familiar e identificação com os japoneses, e que pretendem se integrar e morar definitivamente no Japão.
E por falar em escola, há um bom número de escolas brasileiras, mas grande parte das crianças frequenta as escolas japonesas, onde, por não dominarem inicialmente a língua, acabam por se isolar e sofrer, às vezes, algum tipo de discriminação, podendo, em situações mais graves, evoluir para o bullying.


{{referências}}
O fato de não conhecer as várias legislações que dizem respeito à regulação da vida no Japão, muitas vezes faz com que os brasileiros desconheçam certos direitos e obrigações para com o Estado. Falta muita orientação nessa área.


Existe hoje uma grande variedade de empresas direcionadas aos brasileiros residentes no Japão. Dentre elas, redes de TV brasileira, portais web em português, agências de publicidade, escolas, supermercados, restaurantes, bares, lojas de roupas e lojas de carros brasileiros.

Há também nipo-brasileiros que estão fincando suas raízes no Japão. O número de brasileiros comprando a casa própria no Japão é expressivo. São brasileiros que já têm estabilidade no emprego, estrutura familiar e identificação com o Japão, e que pretendem se integrar e morar definitivamente no Japão.


==Mídia==
==Mídia==

Revisão das 01h16min de 6 de julho de 2014

A imigração brasileira no Japão, ou emigração brasileira para o Japão, é o movimento populacional de brasileiros para o Japão. Há uma quantidade significativa de brasileiros no Japão, que são principalmente descendentes dos imigrantes japoneses que vieram do Brasil buscando trabalho no Japão, os chamados dekasseguis brasileiros, revertendo o fluxo do passado. Parte deste fluxo de pessoas se deve à lei de controle de imigração do Japão que permite a entrada de famílias de descendentes de imigrantes japoneses até a terceira geração (sansei).

Os dekasseguis brasileiros constituem o terceiro maior contingente de estrangeiros residente no Japão. São cerca de 215 mil brasileiros residentes no Japão (dados de fevereiro de 2012)[carece de fontes?]. A comunidade brasileira no Japão constitui, segundo dados do Itamaraty, a quarta maior comunidade de brasileiros vivendo fora do Brasil. As crises econômicas brasileiras das décadas de 1980 e 1990 incentivaram muitos brasileiros a trabalhar no Japão onde os salários são bem melhores. Junto com eles, foram suas famílias, uma parte sem ascendência japonesa e casais de mestiços, além de filhos de mestiços ou não.

População

Em 2005, o Ministério da Justiça estimou que 302.000 brasileiros viviam no Japão. Em 2012, o número de brasileiros vivendo no Japão era de 215.000. O número de brasileiros residentes no Japão teria tido essa redução em 7 anos, devido à Crise econômica mundial de 2008-2009, que havia tornado os empregos escassos, forçando muitos brasileiros a retornar ao Brasil.[1]

As províncias com mais brasileiros são Aichi, Shizuoka, Gifu, Mie, Saitama, Gunma e Kanagawa. As cidades com mais brasileiros são Hamamatsu (Shizuoka), Nagoya (Aichi), Oizumi (Gunma), Shizuoka (Shizuoka), Gifu (Gifu) e Saitama (Saitama)[2].

A turbulência financeira mundial e a tragédia do Tsunami ocorrida em 2011 provocaram um efeito impactante sobre o fenômeno dekassegui. Como resultado, os consulados japoneses no Brasil passaram a aplicar com mais severidade as regras para concessão do visto com finalidade de trabalho. Por exemplo, o número de emissão caiu cerca de 75 por cento em 2011, se comparado a 2008.

Importância econômica

No ano de 2002, os brasileiros residentes no Japão mandaram para o Brasil mais de 2,5 bilhões de dólares. O Ministério da Justiça estimou em 2005 que os dekasseguis brasileiros enviem anualmente para o Brasil entre 1,5 e 2 bilhões de dólares.[3] Estes valores chegam a superar o valor de divisas obtidas pelo Brasil com a exportação de café.

Escola nipo brasileira em Oizumi...
...e o carnaval do bairro de Asakusa em Tóquio.

Identidade cultural e problemas sociais no Japão

geralmente os nipo-brasileiros (exceto nissei e sansei) são culturalmente completamente brasileiro e muitos não falam a língua japonesa, portanto, sofrem um expressivo preconceito social no Japão. Alguns nipo-brasileiros fazem questão de exibir sua origem brasileira no Japão, ex: vestindo camisas da seleção brasileira no dia-a-dia ou adesivos com bandeira nos carros, etc.[4] Os filhos de brasileiros são, muitas vezes, isolados nas escolas japonesas por não falarem o idioma japonês.[5] Finalmente, existe um consenso equivocado no Japão de que o imigrante brasileiro é um "quisto inassimilável" devido a seus costumes egoístas, poluição sonora (som automotivo) e auto-isolamento cultural. [carece de fontes?] Um número significativo de nipo-brasileiros vivem completamente isolados dentro da comunidade brasileira, totalmente à parte da sociedade japonesa.[6] Problemas sociais e desrespeito às leis retratam bem esse aspecto da percepção pública japonesa e também nipo-brasileira.[carece de fontes?]

Um número expressivo de brasileiros acabam retornando ao Brasil buscando apoio psicológico devido a choque cultural, estresse, problemas sociais com colegas de serviço.[7]

Existe hoje uma grande variedade de serviços direcionadas exclusivamente aos brasileiros residentes no Japão. Dentre elas incluem redes de TV brasileira, portais web e agências de publicidade em português, igrejas cristãs, escolas, supermercados de produtos brasileiros, restaurantes, bares, discotecas, lojas de roupas, carros, etc.

Há também nipo-brasileiros que estão fincando suas raízes no Japão. O número de brasileiros comprando a casa própria no Japão é expressivo. São brasileiros que já têm estabilidade no emprego, estrutura familiar e identificação com os japoneses, e que pretendem se integrar e morar definitivamente no Japão.

Referências


Mídia

Religião

  • População de católicos: 110.000 pessoas

Referências

Ver também

Ligações externas