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Série 0500 da CP

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A Série 0500 foi um tipo de automotora a tracção a gasóleo, que esteve ao serviço da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e da sua sucessora, Caminhos de Ferro Portugueses.

História

Automotora da Série 595 da Red Nacional de Ferrocarriles Españoles.

Esta série foi encomendada pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, para assegurar serviços expresso entre Lisboa e o Porto, no âmbito de um programa de modernização dos serviços de passageiros.[1]

As automotoras desta série foram fabricadas na Itália, pela casa FIAT.[2] Eram similares às automotoras da Série 595, da Red Nacional de Ferrocarriles Españoles.[3] A primeira das 3 automotoras chegou a Entrecampos no dia 15 de Janeiro de 1953, tendo se deslocado pelos seus próprios meios desde a fronteira espanhola.[4] Foi acompanhada, em território espanhol, pelo engenheiro Branco Cabral, ao qual se juntou, na fronteira, o director-geral da Companhia, Roberto de Espregueira Mendes.[4] Em Sacavém, embarcaram o presidente do conselho de administração, Mário de Figueiredo, e os administradores Pinto Osório, Frederico Vilar e Mário Costa.[4] À chegada a Entrecampos, esperavam o comboio vários representantes da imprensa, e funcionários superiores da Companhia.[4]

Previa-se, naquela altura, que a segunda automotora iria chegar a Portugal nos inícios de Fevereiro, e a terceira iria sair da fábrica pouco tempo depois.[4]

Foram empregadas nos serviços Foguete da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, que começaram em 1953[5][6], na Linha do Norte.[2]

Devido à sua qualidade e rapidez, este serviço tornou-se, desde logo, num nos ex-libris da Companhia.[2]

Caracterização

Apresentavam uma composição tripla, com duas unidades motoras nas pontas, e uma atrelada no centro.[2][4] Se necessário, a composição podia ser alterada, estando preparadas para viajar apenas com uma motora, com ou sem o atrelado.[4]

Cada uma das unidades tractoras contava com um motor FIAT, de 505 cavalos, o que amontava a 1010 cavalos de potência por automotora completa.[4] Podiam atingir uma velocidade máxima de 120 quilómetros por hora, numa recta em patamar.[1]

Os exteriores apresentavam linhas elegantes, de forma a gerar uma sensação de leveza[4], enquanto que os interiores, de traços modernos, eram considerados bastante confortáveis, sendo insonorizados.[2] Existia, igualmente, um equipamento de ar condicionado, que permitia tanto alterar a temperatura como a humidade no interior.[4] A automotora completa dispunha de 174 assentos reclináveis.[4] No centro do atrelado, existia um bufete, de reduzidas dimensões, com cozinha própria, aonde se podiam produzir refeições quentes; estas eram servidas aos passageiros no próprio assento, através do uso de pequenas mesas portáteis.[4] Cada automotora contava, igualmente, com espaços próprios para colocar as bagagens mais volumosas dos clientes.[4]

Ficha técnica

  • Construtor: FIAT[2]
  • Motores de tracção:
  • Ano de entrada ao serviço: 1953[5]
  • Número de unidades construídas: 3[2]
  • Velocidade máxima: 120 Km/h[1]
  • Bitola de via: 1668 mm[2]
  • Tipo de composição: Motora + reboque + motora[2]
  • Lotação: 173 passageiros sentados[4]

Ver também

Referências

  1. a b c «Novo material para a C. P.» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 65 (1562). 454 páginas. 16 de Janeiro de 1953. Consultado em 25 de Abril de 2012 
  2. a b c d e f g h i Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 119
  3. «Los Ferrocarriles Portugueses». Madrid: Red Nacional de Ferrocarriles Españoles. Via Libre (em espanhol). 5 (58). 23 páginas. 1 de Outubro de 1968 
  4. a b c d e f g h i j k l m n o p q «Linha Lisboa-Porto» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 65 (1563). 472 páginas. 1 de Fevereiro de 1953. Consultado em 25 de Abril de 2012 
  5. a b Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 102
  6. Martins et al, 1996:12

  • Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 2006. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 
  • MARTINS, João Paulo, BRION, Madalena, SOUSA, Miguel de, LEVY, Maurício, AMORIM, Óscar (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. [S.l.]: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 

Ligações externas


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