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==Biografia==
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Simone Bittencourt de Oliveira nasceu aos 7 minutos do dia 25 de dezembro de 1949 no Hospital Espanhol, na cidade de Salvador, Bahia Brasil.Por esse motivo, seu pai, Otto Gentil de Oliveira, queria chamá-la de Natalina, porém sua mãe, Leticia Bittencourt na hora do registro optou por Simone. A infância foi passada na rua do Castro Neves número 51 B, uma casa com tres andares e um pequeno jardim à frente na companhia dos pais e dos restantes oito irmãos( uma delas adotada). Estudante do Colégio Ypiranga muito cedo manifestou interesse pelo esporte frequentando a piscina da Fonte Nova e se increvendo na Associação Atlética da Bahia que , pelo seu porte físico, a encaminhou para a equipe de basquete. Pela Associação várias vezes competiu em torneios nacionais ganhando várias medalhas. e troféus.O pai era um apaixonado por ópera ,a mãe tocava piano e violão e em casa ouvia-se muito rádio. Nas proximidades da casa havia um parque de diversões do Zé Coió e nesse palco Simone subiu pela primeira vez para cantar músicas do repertório do ator mirim espanhol,Joselito. O reconhecimento vinha em forma de copos de " Nescau" e entradas para os brinquedos do parque que ela, generosamente, dividia com os irmãos.
Filha de Otto Gentil de Oliveira e Letícia Bittencourt de Oliveira, Simone nasceu no bairro de [[Brotas (Salvador)|Brotas]], um dos bairros mais populosos da cidade de [[Salvador (Bahia)]], sétima filha entre nove irmãos<ref name="GaleriaDaFama">[http://www.memorialdafama.com/artistas/Simone.html Galeria da Fama: Simone]</ref>. Em [[1966]], mudou-se para [[São Caetano do Sul]], cursando [[Educação Física]] em [[Santos]] e dando aulas no bairro de [[Santana (bairro de São Paulo)|Santana]], na [[São Paulo (cidade)|capital]]<ref name="BioOficial">[http://www.simone.art.br/website/biografia.htm ''Site oficial'', ''Biografia'']</ref>.


Em 1965, sua família mudou-se para São Caetano do Sul, nos arredores de São Paulo, mas Simone e uma irmã continuaram em Salvador morando com uma tia enquanto concluía os estudos do ensino secundário. No ano seguinte ela chegou e reencontrou em São Caetano algumas colegas do basquete que ela conhecera nos torneios e que agora faziam parte da equipe de basquete feminino daquele cidade. Essa equipe que seria a base para a seleção nacional que em 1971 se classificou em 3º lugar no Campeonato Mundial que se realizou em São Paulo. Foi convidada e aceitou integrar a equipe enquando frequentava as aulas da primeira faculdade de Educação Física do Brasil, a Faculdade de Educação Física de Santos ( FEFIS) onde se formou na segunda turma no ano de 1972.
Jogadora de [[basquete]], chegou a ser convocada duas vezes para a [[Seleção Brasileira de Basquetebol]]<ref name="BioOficial" />. Na primeira foi cortada antes do embarque e na segunda, durante o campeonato mundial de 1971, ficou no banco de reservas<ref name="GaleriaDaFama" />.
Começou a lecionar em duas escolas da capital enquanto se dedicava ao basquete. Uma sucessão de contusões acabaram por afastá-la, definitivamente, do esporte competitivo.

--[[Usuário:Marcia Vilela|Marcia Vilela]] ([[Usuário Discussão:Marcia Vilela|discussão]]) 23h41min de 10 de julho de 2009 (UTC)


==Trajetória artística==
==Trajetória artística==

Revisão das 23h41min de 10 de julho de 2009

Simone Bittencourt de Oliveira, conhecida apenas como Simone, (Salvador, 25 de dezembro de 1949) é uma cantora brasileira.

Predefinição:Info artista musical

Biografia

Simone Bittencourt de Oliveira nasceu aos 7 minutos do dia 25 de dezembro de 1949 no Hospital Espanhol, na cidade de Salvador, Bahia Brasil.Por esse motivo, seu pai, Otto Gentil de Oliveira, queria chamá-la de Natalina, porém sua mãe, Leticia Bittencourt na hora do registro optou por Simone. A infância foi passada na rua do Castro Neves número 51 B, uma casa com tres andares e um pequeno jardim à frente na companhia dos pais e dos restantes oito irmãos( uma delas adotada). Estudante do Colégio Ypiranga muito cedo manifestou interesse pelo esporte frequentando a piscina da Fonte Nova e se increvendo na Associação Atlética da Bahia que , pelo seu porte físico, a encaminhou para a equipe de basquete. Pela Associação várias vezes competiu em torneios nacionais ganhando várias medalhas. e troféus.O pai era um apaixonado por ópera ,a mãe tocava piano e violão e em casa ouvia-se muito rádio. Nas proximidades da casa havia um parque de diversões do Zé Coió e nesse palco Simone subiu pela primeira vez para cantar músicas do repertório do ator mirim espanhol,Joselito. O reconhecimento vinha em forma de copos de " Nescau" e entradas para os brinquedos do parque que ela, generosamente, dividia com os irmãos.

Em 1965, sua família mudou-se para São Caetano do Sul, nos arredores de São Paulo, mas Simone e uma irmã continuaram em Salvador morando com uma tia enquanto concluía os estudos do ensino secundário. No ano seguinte ela chegou e reencontrou em São Caetano algumas colegas do basquete que ela conhecera nos torneios e que agora faziam parte da equipe de basquete feminino daquele cidade. Essa equipe que seria a base para a seleção nacional que em 1971 se classificou em 3º lugar no Campeonato Mundial que se realizou em São Paulo. Foi convidada e aceitou integrar a equipe enquando frequentava as aulas da primeira faculdade de Educação Física do Brasil, a Faculdade de Educação Física de Santos ( FEFIS) onde se formou na segunda turma no ano de 1972.

Começou a lecionar em duas escolas da capital enquanto se dedicava ao basquete. Uma sucessão de contusões acabaram por afastá-la, definitivamente, do esporte competitivo.

--Marcia Vilela (discussão) 23h41min de 10 de julho de 2009 (UTC)

Trajetória artística

Década de 70

A partir de contatos que sua amiga e professora de violão, Elodir Barontini, tinha, Simone participou de um jantar na casa do então gerente de marketing da gravadora Odeon, Moacir Machado, o Môa [1][2]. Ao final do encontro, Simone foi convidada para fazer um teste na Odeon, o resultado foi que a gravadora a contratou por quatro anos, com um disco por ano[1]. O primeiro, Simone, gravado em outubro de 1972 foi regidos pelo maestro José Briamonte. A primeira tiragem foi distribuída apenas para amigos, parentes e para o meio artístico. O lançamento ocorreu em 20 de março de 1973[3] (considerada a data oficial do início da carreira) em São Paulo e Simone estreou no mesmo dia num programa da TV Bandeirantes. A participação no programa Mixturação (direção/produção de Walter Silva, TV Record, abril, 1973) também foi aguardada com expectativa e Simone apontada como um dos nomes mais promissores. O sucesso começava assim de forma gradual.

Antes de se tornar conhecida do público brasileiro, participou de uma turnê internacional organizada por aquele que se tornaria um dos grandes incentivadores, Hermínio Bello de Carvalho. A excursão internacional incluía no roteiro o Olympia em Paris, e o Madison Square Garden, em Nova Iorque, além de Bélgica e Canadá. A turnê foi um grande sucesso e originou os discos Brasil Export 73 e Festa Brasil -- ambos produzidos por Hermínio Bello de Carvalho, que ainda produziria os dois álbuns subseqüentes: Quatro paredes e Gotas d´água; neste último a produção foi realizada em parceria com Milton Nascimento[4].

Quatro anos mais tarde (1977) teve o primeiro grande momento de sucesso com as canções Face a face, Jura Secreta e O que será. Esta última foi gravada pela primeira vez em 1976 e integrou a trilha sonora do longa-metragem Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto. No ano seguinte (16 de junho a 15 de setembro de 1978) o nome estava entre os dos artistas do ambicioso Projeto Pixinguinha[5], e, ao lado de Sueli Costa, apresentou-se nas principais capitais do país [6]. Um excerto do Projeto comenta o progresso da carreira: Em 77, além do lançamento do LP Face a Face e da trilha sonora do filme Dona Flor e seus dois maridos fez muito sucesso num espetáculo no MAM. No Teatro Clara Nunes, com direção geral de Hermínio Bello, apresentou-se em Face a Face. Em cada espetáculo vem se projetando e se coloca, no momento, entre as melhores cantoras brasileiras. Acabou de gravar Cigarra, com músicas de Gonzaguinha (Petúnia Resedá), Fagner e Abel Silva (Sangue e Pudins), Milton Nascimento e Ronaldo Bastos (Cigarra). (Excerto by Funarte.)

Década de 80

Divisor de águas na carreira[carece de fontes?] foi o espetáculo Pedaços [7] (30 de dezembro, 1979, Canecão) gravado ao vivo e lançado em disco em 1980, sob o título Simone ao vivo (primeiro gravado ao vivo). Sucesso de público e crítica, Pedaços teve a primeira apresentação em outubro e foi considerado o melhor do ano; em termos de público só foi superado pelo espetáculo anual de Roberto Carlos. Dirigido por Flávio Rangel, que incluiu a canção Pra não dizer que não falei das flores no repertório, celebrando a primeira audição da canção antológica na voz e a primeira interpretação engajada da carreira, e que só não ficou mais conhecida do que a do próprio compositor Geraldo Vandré. Simone foi a primeira artista a cantar 'Pra não dizer que não falei das flores' após a liberação pela censura. O sucesso lhe rendeu o primeiro disco de ouro e um especial da Rede Globo, gravado ao vivo no Teatro Globo (2 de março, 1980). O programa, chamado Simone Bittencourt de Oliveira, foi o primeiro da série Grandes Nomes [8].

Caminhando seria interpretada ainda em 1982, no Estádio do Morumbi, no espetáculo Canta Brasil; segundo o Jornal da Tarde (1982):`Simone foi a responsável pelo momento de maior participação popular e entrou no palco com a certeza de que isto aconteceria, mas não conseguiu conter a emoção, aliás, como dezenas de pessoas, diante de um coro de cem mil vozes. Em matéria publicada na Revista Veja (março de 1982): Simone Bittencourt de Oliveira nasceu duas vezes. A primeira, em 1949, num bairro de classe média de Salvador, na Bahia. A segunda, na noite de 7 de fevereiro passado, no estádio do Morumbi, em São Paulo, quando ergueu um coro de 90.000 vozes na apoteose do espetáculo Canta Brasil, com a canção Caminhando nos lábios e lágrimas nos olhos. Quando terminou de cantar, era mais uma estrela no céu.

Uma cantora cujos espetáculos se encerravam com flores distribuidas ao público, tornava-se não só uma grande voz para os versos de Vandré, mas também, ao lado de outros artistas, vivenciava-os: Ainda fazem da flor seu mais forte refrão, E acreditam nas flores vencendo o canhão. Ao final do espetáculo Delírios e Delícias (1983) clamou pelas Diretas Já; em 1989, ao lado de Marília Pêra e Cláudia Raia, declarou e apoiou o então candidato Fernando Collor de Mello [9]. O despertar de uma postura artística engajada e com excelente repercussão acompanharia toda a carreira, sendo enfatizada por interpretações de sambas como Disputa de Poder e Louvor a Chico Mendes, além de Maria, Maria, Uma nova mulher, O sal da Terra, Será, Pão e poesia, Isto aqui o que é, É, O tempo não pára, Blues da piedade.

Aos trinta e dois anos protagonizou um feito histórico, tornando-se a primeira cantora a lotar sozinha um estádio, o Maracanãzinho, em 1981; superlotou também o Mineirinho e o ginásio da Pampulha [10]; no mesmo ano lançou Encontros e despedidas. Pioneirismo evidenciado em outras ocasiões como quando gravou, muito antes de Paul Simon ou Michael Jackson, com o Grupo Olodum da Bahia; ou quando, num dos espetáculos, surpreendeu a platéia levando para o palco uma cama, um ano antes da pop star Madonna chocar o mundo com a mesma idéia. Quatorze anos mais tarde, em 1995, foi a primeira cantora de renome a gravar um disco inteiro exclusivamente com canções natalinas [11]. Em fevereiro de 1982 o espetáculo Canta Brasil levou ao estádio do Morumbi quinze a vinte mil pessoas por dia para assisti-la interpretando Milton Nascimento, Ary Barroso, Chico Buarque, Tom Jobim, Fernando Brant, Vítor Martins, Paulo César Pinheiro, Hermínio Bello de Carvalho, Isolda, Sueli Costa e Abel Silva. Em dezembro de 1983 parou a Quinta da Boa Vista onde uma multidão de mais de 50 mil pessoas foram assisti-la na primeira transmissão ao vivo da história da 'Rede Globo' para um espetáculo de final de ano.

A partir da segunda metade da década de 60 (1965), em plena efervescência da contracultura e no rescaldo do pós-bossa-nova, estrearam na televisão brasileira os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record). Contemporâneos da Jovem Guarda e do Tropicalismo os Festivais açambarcavam todos esses estilos, a bossa nova, o rock vanguardista da Jovem Guarda e o ecletismo do tropicalistas --e ainda seria o palco de estréia de um novo e definitivo estilo, a MPB, inaugurado com a interpretação antológica da novata Elis Regina, então com apenas 20 anos de idade recém- completados, cantando Arrastão. Durante duas décadas a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso da transmissão desses espetáculos que apresentavam os novos talentos, registrando índices recordes de audiência; Simone marcaria presença (1979) no Festival interpretando Para Lennon & McCartney (de Márcio e Lô Borges e Fernando Brant). O especial Mulher 80 (Rede Globo) foi um destes marcantes momentos da televisão; o programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então abordando esta temática no contexto da música nacional e da ampla preponderância das vozes femininas [12], com Elis Regina, Maria Bethânia, Fafá de Belém, Marina Lima, Simone, Rita Lee, Joanna, Zezé Motta, Gal Costa e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.

Nos anos oitenta, que foram marcados pelo reconhecimento de grandes cantoras na MPB, firmava-se assim como uma recordista de público e de vendagem: os discos voavam das prateleiras tão logo eram lançados e o nome Simone despontava como um dos grandes ícones da indústria fonográfica nacional. Anunciar os espetáculos num clube, casa noturna, ginásio ou estádio era garantia de sucesso e casa super lotada. A maior temporada ocorreu na tradicional casa carioca, Scala II (1986), durante oito meses seguidos e o maior público já registrado é de 220 mil pessoas, em uma única apresentação, ao ar livre. O sucesso de público, vendagem e o repertório refinado situaram-na como um dos nomes mais respeitados da fina flor da MPB; de cantora elitista, passaria, a partir de meados da década de 80, com a seleção de um repertório excessivamente popular, pela fase mais obscura da carreira, enfrentando o estigma da crítica especializada que desmerecia a interpretação, arranjos e compositores escolhidos—foi a chamada fase brega, que de uma maneira geral marcou os anos 80 pela exacerbação aos apelos do romantismo. A despeito disso manteve-se como grande vendedora de discos e alcançou enorme popularidade: fosse de quem fosse a composição o toque de Midas garantia um sucesso atrás do outro.

Originalmente idealizado para a montagem do ballet teatro do Balé Teatro Guaíra (Curitiba, 1982), o espetáculo O Grande Circo Místico foi lançado em 1983. Simone integrou o grupo seleto de intérpretes que viajou o país durante dois anos com o projeto, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais já apresentados, para uma platéia de mais de 200 mil pessoas. Simone interpretou a canção Meu namorado, composta pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espetáculo conta a história do grande amor entre um aristocrata e uma acrobata e a saga da família austríaca proprietária do Grande Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século. Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura e feminismo, cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro. Também em 1985 cantou no coro de vozes latinas Cantarei, Cantarás.

Em 1989, dez anos depois de conquistar o primeiro disco de ouro, o sucesso fluía com a mesma intensidade, e a artista figurava entre os poucos a ainda protagonizar especiais televisivos: Simone - especial (Rede Globo) apresentou trechos do espetáculo Sedução, em cartaz no Palace (São Paulo); dividiu o palco na tradicional apresentação de final de ano cantando ao lado de Roberto Carlos. Participou também do especial da Rede Globo Cazuza – Uma prova de amor, interpretando ao lado de Cazuza a canção Codinome Beija-flor.

Década de 90

Em 1991 gravou um clipe para o programa Fantástico, idealizado pelo sociólogo Betinho, intitulado Luz do Mundo, para arrecadar fundos para a reabilitação de menores. Dos álbuns gravados depois da década de 80, uma época considerada de apelo mais popularesco, destacam-se Simone Bittencourt de Oliveira (1995), que trouxe baladas entre outros clássicos e sambas; Café com leite (1996, um tributo a Martinho da Vila) -- trabalhos referidos como um reencontro com um repertório mais seletivo e arranjos mais apurados. Em 1995 lançou o Cd 25 de Dezembro, exclusivamente com canções natalinas, e obteve a maior vendagem da carreira, mais de um milhão e meio de cópias vendidas em apenas um mês e meio: Ao lançar, no ano passado, o disco natalino 25 de Dezembro, a cantora Simone quebrou um tabu. Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos e na Europa, os cantores brasileiros não têm o costume de lançar, no mês de dezembro, discos com músicas de Natal (Revista Veja) [13].

Flávio Rangel, Jorge Fernando, José Possi Neto, Nelson Motta, Ney Matogrosso e Sandra Pêra são alguns dos nomes que assinam a direção dos espetáculos. O show Sou Eu ganhou o prêmio de melhor do ano em 1992 e originou o álbum homônimo — comemorativo dos vinte anos de carreira, que trazia regravações dos antigos sucessos entre outras canções consagradas. Em 1997 apresentou-se na casa de espetáculos carioca Metropolitan, com Brasil, O Show, dirigido por José Possi Neto apresentando clássicos do samba (Paulinho da Viola, Adoniran Barbosa, Dorival Caymmi, Ary Barroso, Gonzaguinha, Mário Lago) entre outras gravações do álbum de estúdio do ano anterior, Café com leite.

Anos 2000

Os Cds Seda Pura (2001) e Feminino (2002) marcaram as mais baixas vendagens da carreira e repertórios de estilo pouco explorado até então, o pop. Baiana da gema, um tributo a Ivan lins (2004, 2005), de repertório inédito do compositor, foi apresentado no eixo Rio-São Paulo. Em maio de 2006, num pocket show, no cenário intimista da respeitada casa Bourbon Street, exibiu um repertório romântico ao público que se encantou com arranjos originais, em tom jazzístico, apresentado na capital paulista, no contexto do Projeto Credicard Vozes. Outras recentes apresentações, no Peru, foi aplaudida de pé por mais de cinco minutos; em Miami, ao lado do parceiro Ivan Lins, obteve reconhecimento da crítica que considerou a apresentação uma das melhores dos últimos anos na Flórida. Em 2007 a parceria com Zélia Duncan foi registrada no Cd e Dvd Amigo é Casa, que exibiu um repertório inédito e apresentações pelo país, além de Portugal (2008) [14].

Repertório

Na história da MPB a tradição romântica foi intensificada nos anos 80 e os temas de amor romântico e paixão, foram amplamente explorados por diversos cantores e compositores. Simone, que desde o início da carreira interpretou predominantemente canções românticas, figura dentre elas e é por isso elencada na categoria de cantora romântica [15]. O repertório abrange mais de 350 interpretações [16], um dos mais vastos e diversificados dentre as vozes femininas [17], compondo um verdadeiro mosaico de estilos. O amor romântico ou idealizado, a paixão, (Começar de Novo, Jura Secreta, Corpo, Medo de Amar nº2, Raios de luz, Lenha), o samba (O Amanhã, Disputa de Poder, Ex-amor) e a religiosidade (Cantos de Maculelê, Reis e rainhas do Maracatu, Então é Natal, Ave Maria, Jesus Cristo) são os mais recorrentes na obra.

Ao longo da infância e juventude as principais referências deste repertório romântico foram Roberto Carlos, Milton Nascimento e Maysa Matarazzo, de quem é grande fã e que grande influência exerceu na carreira, Dolores Duran, Ângela Maria e Nora Ney -- as maiores expoentes do gênero samba-canção ou fossa. O gênero, comparado ao bolero, pela exploração e exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo. O samba canção (surgido na década de 30) antecedeu o movimento da bossa nova (surgido ao final da década de 50, em 1957), com o qual Maysa já foi identificada. Mas este último, herdeiro do jazz norte-americano, representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo e da melancolia. O legado de Maysa, ainda que aponte para dívidas com a bossa, é o de uma cantora mais dramática e a voz é mais arrastada do que as intérpretes da bossa e por isso aproxima-se antes do samba-canção e do bolero.

como intérprete, Ivan Lins, Vitor Martins, Milton Nascimento, Fernando Brant, Paulo César Pinheiro, Gonzaguinha, Chico Buarque, Martinho da Vila, Fátima Guedes, João Bosco, Aldir Blanc, Isolda, Roberto Carlos, Hermínio Bello de Carvalho, Paulinho da Viola, Sueli Costa e Abel Silva são os compositores com maior número de interpretações na voz. O repertório atual inclui ainda Zélia Duncan, Cássia Eller, Adriana Calcanhotto, Aldir Blanc, Joyce, Martinho da Vila, Ivan Lins, Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho.

A voz

Desde o primeiro LP gravado até os dias atuais o talento então descoberto é expressado pela espontaneidade, o dom natural, sem qualquer registro de passagem por escolas de música ou aulas de canto [18], tampouco utiliza a leitura de cifras como recurso de intelecção aos acordes. Marcada por um acentuado sotaque baiano, que o tempo nunca apagou, e um exclusivíssimo timbre [19][20][21] metálico de mezzo-soprano, a voz revela-se também por uma leve rouquidão com viés romântico, entrementes exaltada por um travo de emoção contida, como nos dramas românticos de Começar de novo, Jura secreta e Gota d´água. Na nomenclatura do canto o registro vocálico é de tessitura vertical mediana, contrabalançado por uma ampla horizontalidade ou versatilidade; atualmente, na maturidade, pode ser definido com o de um contralto, mais grave, que o do tenor e o do mezzo-soprano; observa-se na obra o uso do recurso do falsete, como em alguns versos do refrão de Jesus Cristo, no qual o timbre alcança um agudo para além do registro convencional. Trajetória profissional que se consolidou com um repertório eclético [22] ensejado por um alto grau de versatilidade vocal, abrangendo interpretações solo em castelhano e ao lado de nomes como Pablo Milanés, Plácido Domingo, José Carreras e Julio Iglesias. Foi por três vezes nomeada para concorrer ao Grammy Latino (em 2006, na categoria Melhor álbum de música brasileira com o Cd Baiana da Gema[23]).

Os sucessos

A presença no palco é caracterizada[carece de fontes?] entre outras pelo traje branco, altura incomum e porte atlético e o gesto de abrir os braços no formato de uma cruz [24], contemplando gestualmente algumas canções. É característica[carece de fontes?] também a maneira como Simone encerra os espetáculos, distribuindo flores, rosas brancas, para o público: As rosas são uma forma de agradecimento, é uma lembrança minha ao público. E a roupa branca já vem de muito tempo. O branco é a unificação de todas as cores e simboliza o meu mestre espiritual, que me acompanha sempre [25].

A pedido, ganhou em 1978, do amigo Bituca, Milton Nascimento, a composição que se tornou então o apelido, Cigarra, do disco homônimo lançado no mesmo ano [26]. O pedido por uma canção com o tema de cigarra partiu da própria cantora por ocasião de um evento ocorrido em Salvador, quando Simone afirma ter sido surpreendida por uma voz que repetiu três vezes a palavra cigarra direcionando-se a ela e de maneira inusitada [carece de fontes?]. A letra faz alusão à famosa fábula de Esopo, A Cigarra e a Formiga.

Além de Cigarra, foram consagradas[carece de fontes?] na voz inúmeras canções, dentre as quais: Começar de Novo, Jura Secreta, Medo de amar no. 2, O ronco da cuíca, Face a face, Cordilheiras, Bodas de Prata, Quem é você, De frente pro crime, Fantasia, Quatro paredes, Desgosto, Mar e lua, Novo tempo, Música música, Condenados, Encontros e Despedidas, A distância, Outra vez, Danadinho danado, Canta canta minha gente, Disritmia, Sangrando, Cantos do maculelê, Louvor a Chico Mendes, Será, Sou eu, Você é real, Voltei pro morro, Samba de Orly (com Toquinho), Reis e rainhas do maracatu, Caçador de Mim, Sob medida, Maria Maria, Iolanda (com Chico Buarque), Quem te viu quem te vê, Tô que tô, Tô Voltando, Gota d'água, Me deixas louca, Vida, Pão e Poesia, O Amanhã, Pra não dizer que não falei das flores, Disputa de Poder, Uma nova mulher, O que será, Loca, Procuro Olvidarte, Raios de Luz, Tudo por amor, Tudo bem, Alma, Corpo, Amor no coração, Codinome beija-flor, Ex-amor, Um Desejo só não Basta, Amor explícito, Então é Natal, Jesus Cristo, Lenha, Separação, Pedaço de mim, Desesperar jamais, Saindo de mim, Começaria tudo outra vez, Veneziana, Idade do céu (com Zélia Duncan), Matriz ou filial, Cofre de seda, Muito estranho, Então me diz, É Festa, Existe um céu, Alma (com Zélia Duncan), Meu Ego, e outras.

Começar de Novo, do disco Pedaços (1979) [27] , foi a canção-tema do seriado Malu Mulher (Rede Globo, 1979), que abordava assuntos polêmicos na época como a emancipação feminina, divórcio, aborto e violência doméstica. A personagem Malu (Regina Duarte) foi a primeira a tomar pílula contraceptiva na TV [28]. Simone foi escolhida para interpretá-la em detrimento de Maria Bethânia, cogitada também para a interpretação, mas que recusou. Na voz, a composição, que foi escrita especialmente para o seriado, por Ivan Lins e Vítor Martins, tornou-se um grande sucesso da época e um marco na história da MPB [29]. Começar de Novo foi gravada também por Barbara Streisand e Sarah Vaughan [30].

Parcerias

Dentre as parcerias estão nomes como Milton Nascimento, Chico Buarque, Isolda, Roberto Carlos, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, João Bosco, Ivan Lins, Gal Costa, Toquinho, Cazuza, Erasmo Carlos, Gonzaguinha, Ney Matogrosso, José Luis Rodrigues, Dionne Warwick [31], José Carreras, Plácido Domingo, Pablo Milanes, Julio Iglesias, Luís Represas, Fátima Guedes, Grupo Olodum da Bahia, Meninas Cantoras de Petrópolis, Daniela Romo, Eugênia Melo e Castro, Dulce Pontes, Hebe Camargo, Marília Gabriela, Ângela Maria, Zélia Duncan e outros.

Oficialmente, a vendagem mínima dos álbuns é de 7,2 milhões de cópias; o número semi-oficial é de 15 milhões [32]: vinte discos de ouro, dezesseis de platina e um de diamante. Apenas com o CD 25 de dezembro, somente com canções natalinas, ultrapassou 1,2 milhão. A reedição deste CD contou com a participação especial das Meninas Cantoras de Petrópolis, na canção Ave Maria, não constante da versão original. A versão em espanhol vendeu dois milhões de cópias.

Referência bibliográfica

  • Travessia: A vida de Milton Nascimento. Maria Dolores. 2006. Ed. Rcb.
  • 1985, O ano em que o Brasil recomeçou. Edmundo Barreiros e Pedro Só. 2006. Ediouro.
  • História sexual da MPB. Rodrigo Faour. 2006. Editora Rcb.
  • Nada será como antes, a MPB nos anos 70. Ana Maria Bahiana. 2006. Ed. Senac.
  • Timoneiro - Perfil Biográfico de Hermínio Bello de Carvalho. Alexandre Pavan. 2006. Ed. Casa da Palavra.
  • Toquinho: 40 anos de música. João Carlos Pecci. 2005. RCS Editora.
  • Viver de Teatro - Uma biografia de Flávio Rangel. José Rubens Siqueira. Ed. Nova Alexandria.
  • Meus Discos e Nada Mais - Memórias de um DJ na Música Brasileira. Zé Pedro. 2007. Editora Jaboticaba.
  • Ouvindo Estrelas - A Luta, a Ousadia e a Glória de um dos Maiores Produtores Musicais do Brasil. Marco Mazzola. 2007. Editora Planeta.
  • Todos Entoam - Ensaios, Conversas e Canções. Luiz Tatit. 2008. Editora Publifolha.
  • Vou te contar, Histórias de Música Popular Brasileira. Walter Silva. 2002. Ed. Conex.
    • Bibliografia não crítica. Apenas citações.

Canções temas de telenovelas

Principais espetáculos

  • 1973: Panorama brasileiro Feira Brasil Export de Bruxelas (Bélgica) e Olympia de Paris (França)
  • 1973: Simone, Turnê nos Estados Unidos e no Canadá
  • 1973: Expo 73, Esporte Clube Pinheiros, São Paulo
  • 1977: Projeto Pixinguinha, Teatro Dulcina, Rio de Janeiro e turnê nacional
  • 1978: Cigarra, Canecão, Rio de Janeiro
  • 1979: Pedaços, Canecão (RJ) e turnê nacional
  • 1981: Simone, Maracanãzinho, Rio de Janeiro
  • 1982: Canta Brasil, Estádio do Morumbi, São Paulo
  • 1982: Corpo e alma, Canecão, Rio de Janeiro
  • 1992: Sou eu, Estádio do Morumbi, São Paulo
  • 1997: Brasil, o Show, Metropolitan, Rio de Janeiro
  • 2000: Fica comigo esta noite, Canecão, Rio de Janeiro
  • 2004: Baiana da Gema, Tom Brasil, São Paulo
  • 2004: Baiana da Gema, Canecão, Rio de Janeiro
  • 2004: Baiana da Gema, Scala, Rio de Janeiro
  • 2005: Baiana da gema, Claro Hall, Rio de Janeiro
  • 2006: Projeto Credicard Vozes, Bourbon Street, São Paulo
  • 2006: Simone Canecão, Rio de Janeiro
  • 2006: Simone e Ivan Lins, Au-Rene Theater, Broward Center, Miami
  • 2006: Tom Acústico com Zélia Duncan, Tom Brasil, São Paulo
  • 2008: Tour nacional de Amigo é casa
  • 2009: Turnê de Amigo é Casa em Portugal

Vendagem dos álbuns

Predefinição:Rigor

  • Simone (1972) - 5 mil
  • Quatro Paredes (1974) - 50 mil
  • Gota d'Água (1975) - 50 mil
  • Face a Face (1977) - 140 mil
  • Cigarra (1978) - 140 mil
  • Pedaços (1979) - 250 mil
  • Ao Vivo (1980) - 300 mil
  • Simone (1980) - 300 mil
  • Amar (1981) - 400 mil
  • Corpo e Alma (1982) - 700 mil (chegou com 250 mil cópias vendidas)
  • Delírios e Delícias (1983) - 300 mil
  • Desejos (1984) - 300 mil (chegou com 250 mil cópias vendidas, mais vinte mil no Japão)
  • Cristal (1985) - 500 mil (mais cem mil - disco de prata - em Portugal)
  • Amor e Paixão (1986) - 800 mil (900 mil, chegou com 550 mil cópias vendidas)
  • Sedução (1988) - 250 mil
  • Simone (1989) - 250 mil
  • Raio de Luz (1991) - 100 mil
  • Simone Bittencourt de Oliveira (1995) - 300 mil
  • 25 de Dezembro (1995) - 1,2 milhão
  • Café com Leite (1996) - 600 mil
  • 25 de diciembre (1996) - 2 milhões
  • Brasil O Show (1997) - 100 mil
  • Loca (1998) - 100 mil
  • Fica Comigo Esta Noite (2000) - 100 mil
  • Seda Pura (2001) - 68 mil
  • Feminino (2002) - 53 mil
  • Baiana da Gema (2004) - 50 mil (1º mês) - disco de ouro - 125 mil - disco de platina (abril 2005)
  • Ao Vivo (2005) - 100 mil
  • Ao Vivo (2006) (DVD) - 25 mil (50 mil)
    • Total: 7.231.

Discografia

EMI

  • 1973 - Simone
  • 1973 - Brasil Export
  • 1973 - Expo Som 73 - ao vivo
  • 1974 - Festa Brasil
  • 1974 - Quatro Paredes
  • 1975 - Gotas D'Água
  • 1977 - Face a Face
  • 1978 - Cigarra
  • 1979 - Pedaços
  • 1980 - Simone Ao Vivo no Canecão
  • 1980 - Simone (Atrevida)

Sony BMG / CBS

  • 1981 - Amar
  • 1982 - Corpo e Alma
  • 1983 - Delírios e Delícias
  • 1984 - Desejos
  • 1985 - Cristal
  • 1986 - Amor e Paixão
  • 1987 - Vício
  • 1988 - Sedução
  • 1989 - Simone (Tudo por Amor)
  • 1991 - Raio de Luz
  • 1991 - Simone - Procuro Olvidarte (Espanhol)
  • 1993 - Sou Eu
  • 1993 - La Distancia (Espanhol)
  • 1995 - Simone Bittencourt de Oliveira
  • 1996 - Dos Enamoradas (Espanhol)

Universal / Polygram

  • 1995 - 25 de Dezembro
  • 1996 - Café com Leite
  • 1996 - 25 de diciembre (Espanhol)
  • 1997 - Brasil, O Show - ao vivo
  • 1998 - Loca (Espanhol)
  • 2000 - Fica Comigo Esta Noite
  • 2001 - Seda Pura
  • 2002 - Feminino - ao vivo

EMI

  • 2004 - Baiana da Gema
  • 2005 - Simone ao Vivo

Biscoito fino

  • 2007 - Cd Amigo é casa
  • 2007 - Dvd Amigo é casa

EMI

  • 2009 - Cd O Canto da Cigarra nos anos 70

Notas

Ligações externas

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