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Série 2000/2050/2080 da CP

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Nota: Não confundir com as automotoras da Série 3400, que têm o nome de código CP2000 da operadora Comboios de Portugal.
Séries 2000/2050/2080
Série 2000/2050/2080 da CP
Automotora 2004 na estação da Guarda, em 2003.
Descrição
Propulsão Eléctrica
Fabricante Sorefame
Número de série 2001-2021 / 2051-2075 / 2081-2091
Ano de fabricação 1956 - 1966
Locomotivas fabricadas 25 (2000)
24 (2050)
10 (2080)
Características
Bitola 1668 mm
Método de eletrificação Catenária
Tipo de transmissão 4 - Motores de tracção OSA750
Fabricante da Transmissão Siemens,AEG,Oerlikon
Tração múltipla 3
Performance
Velocidade máxima 90 km/h
Tipo de freio de serviço Ar comprimido
Operação
Ferrovias que operou Linha de Sintra
Classe designada na ferrovia UTE
Ano da entrada em serviço 1956-1957 (2000)
1962 (2050)
1966 (2080)
Ano da saída do serviço 2005
CP 2058 na Estação de Coimbra-B, em 2003.

As Séries 2000/2050/2080 referem-se a três tipos semelhantes de automotora que estiveram ao serviço da operadora ferroviária Caminhos de Ferro Portugueses e da sua sucessora, a empresa Comboios de Portugal.

Desde a década de 1910 que se verificou um aumento considerável na procura de comboios nas linhas suburbanas, especialmente a de Sintra[1]; assim, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses procurou resolver este problema, tendo, em 1929, em projecto a adaptação à tracção eléctrica das linhas suburbanas nas áreas de Lisboa e do Porto, com a introdução de automotoras[2], processo que já tinha sido levado a cabo em 1926 na Linha de Cascais.[3][4] No entanto, este projecto não teve continuação, devido ao deflagrar da Grande Depressão, cujos efeitos sobre a economia portuguesa impossibilitaram o financiamento previsto.[2] Após o final da Segunda Guerra Mundial, a operadora voltou a empenhar-se na modernização das linhas e na substituição do material a vapor por eléctrico e a gasóleo, com o apoio financeiro do Plano Marshall.[2]

Encomenda e entrada ao serviço

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Assim, em 6 de Abril de 1955, foi assinado o Contrato de Electrificação, que previa a adaptação à tracção eléctrica da Linha de Sintra e do troço de Lisboa ao Carregado, e o fabrico de material circulante, incluindo 25 automotoras triplas eléctricas[5], para a Linha de Sintra.[6] Estas automotoras foram construídas nas instalações da empresa SOREFAME - Sociedades Reunidas de Fabricações Metálicas, sob licença do Groupement d`Étude et Electrification des Chemins de Fer en Monophasé 50 Hz.[6][7] Esta foi a primeira grande encomenda de material circulante feita à SOREFAME, constituindo um marco histórico neste ramo da indústria portuguesa.[6] O projecto de electrificação dos dois lanços, inserido no âmbito do I Plano de Fomento (1953-1958),[2][3] foi concluído no ano seguinte.[8][9] A cerimónia de inauguração teve lugar no dia 28 de Abril.[10] Nesse dia, chegaram as primeiras automotoras da Série 2000 a Sintra.[7]

Inicialmente, na Linha de Sintra foram sendo utilizadas as locomotivas eléctricas da Série 2500, sendo substituídas pelas automotoras que iam entrando ao serviço.[11], entre 1956 e 1957[8] Estas automotoras vieram permitir um importante incremento na qualidade do serviço, uma vez que ofereciam uma maior capacidade de passageiros e, ao mesmo tempo, uma redução considerável no tempo de percurso.[6]

Enquanto novos troços iam sendo electrificados, foram sendo encomendadas mais automotoras deste tipo.[6] Desta forma, a série 2050 entrou ao serviço em 1962, e a série 2080 começou a circular no ano de 1966.[12]

Fim do serviço

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Automotoras da Série 2000 parqueadas no Entroncamento em 2009, para serem posteriormente enviadas para a Argentina.

Todas as automotoras das três séries já não se encontram ao serviço.[12] Em finais de 2005, previa-se que vinte automotoras destas séries fossem enviadas para a Argentina em Março do ano seguinte, das quais cerca de metade iriam ser integralmente revistas ainda em território nacional, enquanto que as unidades restantes seriam entregues com uma revisão parcial, realizada pela Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário.[13]

As últimas unidades de 1ª Geração a serem demolidas foram as UTE 2001 e UTE 2008, em Agosto de 2017 no Entroncamento, sendo que nenhum exemplar completo foi preservado. Porém ainda existe um reboque piloto de 1ª Geração como parte integrante da UTE 2057.[carece de fontes?]

Caracterização

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Todas as 3 séries compunham-se de automotoras que circulavam em composições de unidades triplas eléctricas, na configuração de motora + reboque + reboque piloto.[6]

A Série 2000 era formada por 25 automotoras, numeradas de 2001 a 2025[7]; a Série 2050 tinha 24 automotoras, e a Série 2080 contava apenas com 10 automotoras.[12] Todas atingiam uma velocidade máxima de 90 km/h, atingido uma potência de 1097 kW e um esforço de tracção de 117 kN, e utilizavam uma voltagem de 25 kV e 50 Hz.[12] Os motores de tracção eram monofásicos.[6]

CP 2064 em exposição na estação de Lisboa-Rossio, em dezembro de 2021.
CP 2064 em exposição na estação de Lisboa-Rossio, em dezembro de 2021.

Diferiam na lotação, contando cada automotora da Série 2000 com 68 lugares de primeira classe e 180 de segunda classe, enquanto que as unidades das Séries 2050 e 2080 possuíam 52 lugares de primeira classe e 192 de segunda classe.[12] Utilizavam um engate automático tipo Scharfenberg.[8]

Lista de material

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Atualizado em: 28/12/2021

legenda; contagem
: qt. estado
110✔︎
1 ao serviço
750⏭︎
13 vendidas, no estrangeiro
810☑︎
1 musealizada, funcional
810⛛︎
3 abatidas
840⚒︎
1 em reparação
880✖︎
40 demolidas
59(total)
Primeira fase - automotoras que inauguraram a tracção monofásica entre Lisboa e Sintra e entre Lisboa e Carregado, em 1957:
: a observações
2001
880✖︎
1956
2002
880✖︎
1956
2003
880✖︎
1956
2004
750⏭︎
1956 Vendido Línea General Argentina 2007.
2005
880✖︎
1956
2006
880✖︎
1956
2007
880✖︎
1956
2008
880✖︎
1956 Ry 2008 demolido em 1982, após incêndio no Rossio em 1981. Recebeu Ry 2021 nessa ocasião.
2009
880✖︎
1956
2010
880✖︎
1956
2011
880✖︎
1956
2012
880✖︎
1956
2013
880✖︎
1956
2014
880✖︎
1956
2015
880✖︎
1956
2016
880✖︎
1956
2017
880✖︎
1956
2018
750⏭︎
1956 Vendido Línea General Roca Argentina 2007.
2019
880✖︎
1956
2020
880✖︎
1956
2021
880✖︎
1956 Com reboque da 2008
2022
880✖︎
1956
2023
880✖︎
1956
2024
880✖︎
1956
2025
880✖︎
1956
Segunda fase das automotoras Sorefame:
: a observações
2051
880✖︎
1962
2052
880✖︎
1962
2053
880✖︎
1962 Com reboque da 20??.
2054
750⏭︎
1962 Vendida à Argentina (entregue à UGOFE LGR).
2055
880✖︎
1962
2056
880✖︎
1962
2057
810☑︎
1962 Encostada no Entroncamento, com reboque-piloto da 2013. Preservada no Museu Nacional Ferroviário. Com revisão geral realizada para ir para Argentina, sem seguimento. Com interior original.
2058
810⛛︎
1962 RP2058 encostado no Entroncamento.
2059
880✖︎
1962
2060
750⏭︎
1962 Vendida à Argentina (entregue à UGOFE LGR).
2061
880✖︎
1962
2062
880✖︎
1962
2063
750⏭︎
1962 Vendida à Argentina (entregue à UGOFE LGR).
2064
110✔︎
1962 Com interior original. Afecta a comboios históricos.
2065
880✖︎
1962
2066
880✖︎
1962
2067
880✖︎
1962
2068
880✖︎
1962
2069
750⏭︎
1962 Vendida à Argentina (entregue à UGOFE LGR).
2070
880✖︎
1962
2071
750⏭︎
1962 Vendida à Argentina (entregue à UGFO LGR).
2072
880✖︎
1962 Encostada no Entroncamento.
2073
810⛛︎
1962 Com revisão geral realizada para ir para Argentina, sem seguimento.
2074
880✖︎
1962
Terceira fase de automotoras Sorefame, a última das automotoras 2000:
: a observações
2081
880✖︎
1966 Demolida após acidente com a locomotiva a vapor 501 no início dos anos 70.
2082
810⛛︎
1966 Com revisão geral realizada para ir para Argentina, sem seguimento.
2083
880✖︎
1966
2084
750⏭︎
1966 Vendida à Argentina (entregue à UGOFE LGR).
2085
750⏭︎
1966 Vendida à Argentina (entregue à UGOFE LGR).
2086
840⚒︎
1966 Com revisão geral feita, para Argentina, sem seguimento. Com interior original.
2087
750⏭︎
1966 Vendida à Argentina (entregue à UGOFE LGR).
2088
750⏭︎
1966 Vendida à Argentina (entregue à UGOFE LGR).
2089
750⏭︎
1966 Vendida à Argentina (entregue à UGOFE LGR).
2090
750⏭︎
1966

Referências

  1. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 13
  2. a b c d BARRETO et al, 1999:226
  3. a b Dicionário Ilustrado da História de Portugal, 1986:96
  4. REIS et al, 2006:164
  5. REIS et al, 2006:117
  6. a b c d e f g MARTINS et al, 1996:96
  7. a b c REIS et al, 2006:124
  8. a b c TÃO, Manuel Margarido (2005). «Atrelagens: Uma Breve Abordagem Histórica». O Foguete. Ano 4 (13). Entroncamento: Associação de Amigos do Museu Nacional Ferroviário. p. 38. ISSN 124550 Verifique |issn= (ajuda) 
  9. MARTINS et al, 1996:64
  10. REIS et al, 2006:125
  11. MARTINS et al, 1996:94
  12. a b c d e «CP withdrawn classes» (em inglês). Railfaneurope. 8 de Janeiro de 2022. Consultado em 10 de Janeiro de 2014 
  13. CUNHA, João (19 de Novembro de 2005). «CP vende material para a Argentina». Transportes XXI. Consultado em 10 de Janeiro de 2014 
  • BARRETO, António; Mónica, Maria Filomena (1999). Dicionário de História de Portugal. Suplemento A/E. Volume 7 1.ª ed. Lisboa: Livraria Figueirinhas. 714 páginas. ISBN 972-661-159-8 
  • MARTINS, João Paulo, BRION, Madalena, SOUSA, Miguel de, LEVY, Maurício, AMORIM, Óscar (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. [S.l.]: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • REIS, Francisco Cardoso dos; GOMES, Rosa Maria; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 
  • Dicionário Ilustrado da História de Portugal. Volume 1. Estella: Publicações Alfa S. A. R. L. 1986. 498 páginas 
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Ligações externas

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