Non sequitur
Non sequitur é uma expressão do latim (traduzida para o português como "não se segue que") que designa a falácia lógica na qual a conclusão não decorre das premissas.[1][2] Em um non sequitur, a conclusão pode ser verdadeira ou falsa, mas o argumento é falacioso porque há falta de conexão entre a premissa inicial e a conclusão.[3][4] Existem diversas variações de non sequitur, e outras falácias lógicas se originam dele, tais como a afirmação do consequente e a negação do antecedente.[5]
Estrutura lógica
[editar | editar código-fonte]Uma falácia non sequitur, em uma definição ampla, é uma argumentação em que se faz uma proposição, e posteriormente, chega-se a uma conclusão que não respeita a proposição original.[6]
- Nada existe, se A não existir.
- Mas B pode existir sem que A exista.
Exemplos gerais
[editar | editar código-fonte]- Afirmação do consequente
- Tudo que é da categoria A é também da categoria B
- Então, tudo que é da categoria B é também da categoria A
- Negação do antecedente
- Se A, então B
- A é falso
- Portanto B também é falso
Exemplos específicos
[editar | editar código-fonte]- Afirmação do consequente
- Penso, logo existo (em alusão à frase de René Descartes).
- As pedras existem.
- Logo, as pedras pensam
- Negação do antecedente
- Se eu ganhasse na loteria, saberia que ela premia de verdade.
- Eu nunca ganhei na loteria.
- Então a loteria é falsa.
Aplicação prática
[editar | editar código-fonte]A falácia do non sequitur é muito utilizada no meio da religião e da política.[7] No campo da política, quando ocorre um problema social, a oposição pode dizer que a culpa é do governo, sendo que a causa do problema pode ser mais ampla (não necessariamente única e exclusiva do governo).[8]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ E.M., em Appendix, The Woman's Bible (1898) http://www.sacred-texts.com/wmn/wb/wb74.htm
- ↑ ABAURRE, Maria Luiza M., ABAURRE, Maria Bernadete M. e PONTARA, Marcela (2008). Português: contexto, interlocução e sentido. [S.l.]: Moderna. 503 páginas. ISBN 978-85-16-06105-0
- ↑ Mattew (23 de janeiro de 2002). «Lógica e Falácias». ateus.net. Consultado em 19 de agosto de 2013
- ↑ Labossiere, Michael (1995). «Description of Fallacies» (em inglês). Consultado em 23 de outubro de 2021
- ↑ DOWNES, Stephen (4 de maio de 2002). «Guia de Falácias Lógicas de Stephen Downes». Livre Pensamento. Consultado em 19 de agosto de 2013
- ↑ Barker, Stephen F. «The Elements of Logic (6ª edição)». McGraw Hill Education. Fallacies: 160-169. ISBN 0-07-283235-5
- ↑ «Master List of Logical Fallacies». utminers.utep.edu. Consultado em 23 de outubro de 2021
- ↑ Thiago Henrique Petruccelli (30 de janeiro de 2014). «Non sequitur - E se milagres existirem mesmo?». Sociedade Racionalista. Consultado em 13 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 31 de janeiro de 2014