André Vargas
André Vargas | |
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Deputado federal pelo Paraná | |
Período | 1º de fevereiro de 2007 até 10 de dezembro de 2014 (2 mandatos consecutivos) |
Deputado estadual do Paraná | |
Período | 1º de fevereiro de 2003 até 31 de janeiro de 2007 |
Vereador de Londrina | |
Período | 1º de janeiro de 2001 até 31 de janeiro de 2002 |
Dados pessoais | |
Nome completo | André Luiz Vargas Ilário |
Nascimento | 2 de março de 1964 (60 anos) Assaí, PR |
Nacionalidade | brasileiro |
Partido | PT (1990-2014) Sem partido (2014-2023) PT (2023-presente) |
Profissão | Comerciante |
André Vargas | |
---|---|
Crime(s) | corrupção passiva e lavagem de dinheiro[1] |
Pena | 14 anos e 4 meses de reclusão[1] |
Situação | Em liberdade condicional[2] |
André Luiz Vargas Ilário (Assaí, 2 de março de 1964) é um comerciante e político brasileiro, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT).[3] Foi vereador de Londrina, posteriormente foi deputado estadual e federal pelo Paraná. Foi cassado na Câmara dos Deputados pelo envolvimento com o doleiro Alberto Youssef,[4] preso e condenado na Operação Lava Jato.[1] Foi filiado ao PT, e vice-presidente da Câmara dos Deputados pelo partido, até se desfiliar em abril de 2014.[3] Ficou preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, no âmbito da Operação Lava Jato e foi condenado a 14 anos e 4 meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.[1] Em abril de 2017, teve uma nova condenação a 4 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado por lavagem de dinheiro.[5] Atualmente está em liberdade condicional.
Em 2024, retornou ao PT, filiando-se novamente ao partido.[6] Tornou-se produtor rural do ramo de pitaias.[6]
Biografia
[editar | editar código-fonte]É filho de José Ilário e Ana Vargas Ilário. Possui curso de técnico de administração de empresas, pelo Colégio Estadual Marcelino Champagnat.[7]
Iniciou a sua militância social e política em 1983, espírita declarado, foi diretor do Albergue Noturno de Londrina. Foi deputado federal pelo PT, representando o estado do Paraná. Foi vereador na cidade de Londrina eleito em 2000. Em 2002 foi eleito deputado estadual e em 2006 foi eleito deputado federal. Nas eleições de 2010 André Vargas foi reeleito o terceiro Deputado Federal mais votado do Paraná com 151.769 votos.[8]
André Vargas foi presidente do PT no Paraná de 1998 a 2002, quando assumiu o cargo na vacância de Nedson Micheleti, tendo sido reeleito nas eleições seguintes. André Vargas foi candidato do PT para as eleições de 2008 para a prefeitura de Londrina, ficando em 5º colocado no 1º turno devido ao alto índice de rejeição de seu colega de partido e prefeito na época, Nedson Micheleti.[9]
Na Câmara dos Deputados foi relator da medida provisória do programa habitacional do Governo Federal do Brasil o Minha Casa, Minha Vida nas duas edições do programa, a convite do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.[10]
Em 25 de abril de 2014, após 24 anos no Partido dos Trabalhadores, por carta ao diretório do PT em Londrina, comunicou a desfiliação da legenda.[3]
Em 10 de novembro de 2016, foi denunciado na Operação Lava Jato. O Ministério Público Federal denunciou Vargas por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso.[11] Esta foi a terceira denúncia contra André Vargas, na operação Lava Jato.[12]
Desempenho em eleições
[editar | editar código-fonte]Ano | Eleição | Coligação | Partido | Candidato a | Votos | Resultado |
---|---|---|---|---|---|---|
2000 | Municipal de Londrina | Compromisso com Londrina (PT, PPS, PCdoB, PAN) |
PT | Vereador | 1.740 | Eleito[13] |
2002 | Estadual do Paraná | Renova Paraná (PT, PHS, PCB, PCdoB, PL) |
PT | Deputado estadual | 21.727 | Eleito[14] |
2006 | Estadual do Paraná | Paraná Unido (PT, PL, PCdoB, PRB, PAN, PHS) |
PT | Deputado federal | 83.222 | Eleito[15] |
2008 | Municipal de Londrina | Pra Frente Londrina (PT, PCdoB, PHS, PRTB, PTN, PTC, PR) |
PT | Prefeito | 14.506 | Não eleito[16] |
2010 | Estadual do Paraná | União Pelo Paraná (PDT, PT, PMDB, PR, PCdoB) |
PT | Deputado federal | 151.769 | Eleito[17] |
Controvérsias
[editar | editar código-fonte]Crítica à Globo
[editar | editar código-fonte]Em 19 de abril de 2010 o deputado André Vargas, junto com sua equipe de comunicação do PT nacional, criticou um vídeo de comemoração de 45 anos da Rede Globo de Televisão. A vinheta, segundo André, faria mensagem subliminares a campanha do PSDB. A vinheta, de 30 segundos, foi suspensa pela emissora na tarde do dia seguinte.[18]
Apoio a mensaleiros
[editar | editar código-fonte]No início de 2014 André Vargas ganhou as manchetes após ter erguido o braço com o punho cerrado ao lado do então presidente do STF, Joaquim Barbosa, durante uma sessão do congresso (o mesmo gestual dos deputados petistas condenados por Barbosa no processo do mensalão).[19] Poucos meses após esse episódio, Vargas começou seu calvário político, com acusações de ligações com o doleiro Alberto Youssef.[20] que foi preso pela Polícia Federal por crime de lavagem de dinheiro. Em 15 de abril André Vargas anunciou que renunciaria a seu mandato de deputado federal.[21]
Envolvimento em corrupção
[editar | editar código-fonte]Cassação
[editar | editar código-fonte]Em 10 de dezembro de 2014, o então deputado André Vargas foi cassado por quebra de decoro parlamentar por envolvimento em ter intermediado negócios do doleiro Alberto Youssef com o Ministério da Saúde e ter usado um jatinho do doleiro. O pedido de cassação foi aprovado por 359 votos a favor, um contra e seis abstenções. Em decorrência da cassação, o agora ex-deputado André Vargas, ficará inelegível por 8 anos conforme prevê a Lei da Ficha Limpa.[4]
Prisão e condenações
[editar | editar código-fonte]Em abril de 2015 André vargas foi preso pela Polícia Federal durante a Operação Lava Jato por ter trabalhado na rede articulada pelo doleiro Alberto Youssef.[22]
No dia 22 de setembro de 2015, André Vargas foi condenado pelo juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, a 14 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.[1]
Ao fixar a pena de André Vargas, Moro escreveu:
"A culpabilidade é elevada. O condenado recebeu propina não só no exercício do mandato de deputado federal, mas também da função de vice-presidente da Câmara dos Deputados, esta entre os anos de 2011 e 2014, período em que praticou a maior parte dos fatos criminosos objeto desta ação penal (06/10 a 04/14). A responsabilidade de um vice-presidente da Câmara é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes. A vetorial personalidade também lhe é desfavorável. Rememoro aqui o gesto de afronta do condenado ao erguer o punho cerrado ao lado do então presidente do Supremo Tribunal Federal, o eminente ministro Joaquim Barbosa, na abertura do ano legislativo de 2014, em 04/02/2014, e que foi registrado em diversas fotos. O parlamentar, como outros e talvez até mais do que outros, tem plena liberdade de manifestação. Protestar contra o julgamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal na ação penal 470 é algo, portanto, que pode e poderia ter sido feito por ele ou por qualquer um, muito embora aquela Suprema Corte tenha agido com o costumeiro acerto. Entretanto, retrospectivamente, constata-se que o condenado, ao tempo do gesto, recebia concomitantemente propina em contratos públicos por intermédio da Borghi Lowe. Nesse caso, o gesto de protesto não passa de hipocrisia e mostra-se retrospectivamente revelador de uma personalidade não só permeável ao crime, mas também desrespeitosa as instituições da Justiça".
Em 2 de agosto de 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) por unanimidade negou o pedido da defesa de André Vargas e manteve a prisão do ex-deputado.[23][24]
Em 6 de abril de 2017, voltou a ser condenado no âmbito da operação Lava Jato a 4 anos e 6 meses pelo crime de lavagem de dinheiro, na compra de um imóvel em Londrina, no Paraná, adquirido com recursos criminosos.[5]
No dia 17 de agosto de 2018, foi condenado a 6 anos de prisão em regime inicialmente fechado por lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava Jato, em uma ação penal relacionada à Caixa Econômica Federal.[25]
CPI da Petrobras
[editar | editar código-fonte]Em 12 de maio de 2015, convocado para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, Vargas se manteve em silêncio, optando por não responder as perguntas dos parlamentares da comissão.[26]
Referências
- ↑ a b c d e «Condenado, André Vargas 'erguia o punho e recebia propina', diz Moro». Folha de S. Paulo. Uol. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- ↑ «Preso na Lava Jato, ex-deputado André Vargas tem liberdade condicional». EBC. 19 de outubro de 2018
- ↑ a b c Débora Santos (25 de abril de 2014). «Deputado André Vargas anuncia que se desfiliou do PT». G1. Consultado em 18 de maio de 2016
- ↑ a b Fernanda Calgaro. «Câmara cassa o mandato do deputado federal André Vargas». G1. Globo.com. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- ↑ a b «André Vargas é condenado a 4 anos e meio de prisão pela Lava Jato». G1. Globo.com. 6 de abril de 2017. Consultado em 6 de abril de 2017
- ↑ a b Scortecci, Catarina (5 de março de 2024). «Painel: Primeiro político condenado pela Lava Jato retorna ao PT e faz trabalho de base para o partido». Folha de S.Paulo. Consultado em 7 de março de 2024. Cópia arquivada em 5 de março de 2024
- ↑ «A nossa história no Legislativo Paranaense». Lideranca PT/PR. Consultado em 3 de dezembro de 2016
- ↑ «Apuração dos votos: Paraná - Eleições 2010». Terra. 2010. Consultado em 18 de maio de 2016
- ↑ «Ex-vice-presidente da Câmara André Vargas pede desfiliação do PT». diap.org.br. Consultado em 18 de maio de 2016
- ↑ «André Vargas é relator do Minha Casa, Minha Vida 2». PT na Câmara. 9 de fevereiro de 2011. Consultado em 18 de maio de 2016. Arquivado do original em 15 de agosto de 2016
- ↑ «MPF apresenta nova denúncia contra ex-deputado André Vargas». AgÊncia Brasil. EBC. 11 de novembro de 2016. Consultado em 3 de dezembro de 2016
- ↑ Mateus Coutinho, Julia Affonso e Fausto Macedo. «Lava Jato apresenta terceira denúncia contra André Vargas». Estadão. Consultado em 3 de dezembro de 2016
- ↑ «Poder 360 | ANDRE VARGAS». eleicoes.poder360.com.br. Consultado em 14 de fevereiro de 2022
- ↑ «Poder 360 | ANDRE VARGAS». eleicoes.poder360.com.br. Consultado em 14 de fevereiro de 2022
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- ↑ «Vinheta da Globo tirada do ar por suposta campanha pró-Serra foi gravada em abril». R7. 20 de abril de 2010. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- ↑ Nathalia Passarinho, Priscilla Mendes e Felipe Néri (3 de fevereiro de 2014). «Ao lado de Barbosa, deputado faz gesto em apoio a presos do mensalão». G1. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- ↑ Robson Bonin (1 de abril de 2014). «PF aponta sociedade entre André Vargas e doleiro preso». VEJA. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- ↑ Natuza Nery (14 de abril de 2014). «Pressionado, André Vargas renunciará a mandato de deputado». Folha de S.Paulo. Uol. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- ↑ Fausto Macedo (10 de abril de 2015). «PF prende três ex-deputados em nova etapa da Lava Jato». Estadão. Consultado em 10 de abril de 2015
- ↑ André Ritcher. «Supremo mantém prisão do ex-deputado André Vargas». Agência Brasil. EBC. Consultado em 3 de dezembro de 2016
- ↑ André de Souza. «STF mantém prisão de André Vargas, condenado na Lava-Jato». O Globo. Globo.com. Consultado em 3 de abril de 2017
- ↑ Alana Fonseca (20 de agosto de 2018). «Lava Jato: Ex-deputado André Vargas e mais três são condenados por lavagem de dinheiro». G1. Globo.com. Consultado em 25 de agosto de 2018
- ↑ Bruna Borges (12 de maio de 2015). «Ex-deputados Argôlo e Vargas não respondem perguntas da CPI da Petrobras». Uol. Consultado em 11 de março de 2016
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