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Roseana Sarney

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(Redirecionado de Roseana Macieira Sarney)
Roseana Sarney
Roseana Sarney
Roseana Sarney em seu segundo mandato como governadora do Maranhão.
Deputada federal pelo Maranhão
No cargo
Período 1º de fevereiro de 2023
até a atualidade
Período 1º de fevereiro de 1991
até 16 de dezembro de 1994
57.ª e 60.ª Governadora do Maranhão
Período 17 de abril de 2009
até 10 de dezembro de 2014
(2 mandatos consecutivos)
Vice-governador João Alberto Souza (2009–2011)
Washington Luiz de Oliveira (2011–2013)
Nenhum (2013–2014)
Antecessor(a) Jackson Lago
Sucessor(a) Flávio Dino
Período 1º de janeiro de 1995
até 5 de abril de 2002
(2 mandatos consecutivos)
Vice-governador José Reinaldo Tavares
Antecessor(a) José de Ribamar Fiquene
Sucessor(a) José Reinaldo Tavares
Senadora pelo Maranhão
Período 1º de fevereiro de 2003
até 17 de abril de 2009[a]
Dados pessoais
Nome completo Roseana Macieira Sarney Murad
Nascimento 1 de junho de 1953 (71 anos)
São Luís, MA
Nacionalidade brasileira
Progenitores Mãe: Marly Sarney
Pai: José Sarney
Alma mater Universidade de Brasília
Prêmio(s)
Marido Jorge Murad (c. 1976)
Parentesco
Partido PFL (1990–2006)
MDB (2006–presente)
Religião catolicismo romano
Profissão socióloga, política
Assinatura Assinatura de Roseana Sarney

Roseana Macieira Sarney Murad[nota 1] GCIHGOMM (São Luís, 1 de junho de 1953) é uma socióloga e política brasileira filiada ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Pelo Maranhão, foi governadora por quatro mandatos, senadora e atualmente é deputada federal.

Filha do ex-presidente da república José Sarney e de sua esposa, Marly Sarney. São seus irmãos, o ex-deputado federal Sarney Filho e o político e empresário Fernando Sarney, presidente da Rede Mirante.[3]

Após graduar-se em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília, casou-se em 1976 com o empresário e político Jorge Murad Júnior. O casal adotou uma filha, Rafaela Sarney. Eles se separaram em 1988, mas reconciliaram-se em 1995.[4]

Carreira política

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Deputada Federal

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Em 1990, candidatou-se à deputada federal pelo PFL, tendo sido eleita.[5]

Foi eleita novamente para deputada federal em 2022.[6]

Governadora do Maranhão

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Retrato de Roseana Sarney como governadora em seu primeiro mandato.

Primeira mulher eleita governadora

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Em 1994, foi eleita governadora do Maranhão em segundo turno com 50,61% dos votos válidos contra 49,39% de Epitácio Cafeteira (PPR) sendo eleita com ampla maioria, igualando o feito de 1965 quando seu pai José Sarney conquistou o governo. Roseana foi a primeira mulher eleita diretamente por voto.[7][8]

Tomou posse em 1º de janeiro de 1995. Em março do mesmo ano, foi admitida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso à Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial especial.[1][9]

Em 1998, foi reeleita governadora, a primeira mulher a se reeleger ao cargo.[10]

Cassação do adversário eleito em 2009

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Na noite do dia 16 de abril de 2009, o TSE confirmou a cassação do mandato de Jackson Lago e do vice Luís Porto por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2006.[11]

Com a cassação, foi ordenada a imediata posse de Roseana Sarney como governadora do Maranhão e de João Alberto de Souza como vice.[12]

Reeleição em 2010
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Nas Eleições estaduais de 2010, Roseana Sarney foi vencedora com apertada vantagem de 50,08% dos votos no 1° turno, contra seus principais adversários Flávio Dino (29,49%) e Jackson Lago (19,54%). No primeiro e no segundo turno, Roseana declarou apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT).[12][13][14]

Renúncia ao governo do Maranhão

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No dia 10 de dezembro de 2014, Roseana renuncia ao governo do Maranhão, alegando problemas de saúde. O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão Arnaldo Melo toma posse como governador interino por 21 dias.[15][16]

Pré-candidatura à Presidência da República

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Indicação do PFL

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Em 2002, foi indicada como pré-candidata à presidência do país pelo PFL e renunciou após o Escândalo da Lunus, que envolveu seu marido Jorge Murad, e decidiu apoiar a candidatura de Ciro Gomes (PPS).[17]

No mesmo ano, Roseana foi eleita senadora, derrotando Epitácio Cafeteira (PDT). Seguiu a orientação do pai, José Sarney, e passou a apoiar Lula.[18]

Desistência da candidatura

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Em 1º de abril de 2002, a Polícia Federal fez operação na empresa Lunus Participações, da qual é sócia, administrada pelo marido Jorginho. Na operação, foram apreendidos R$ 1 300 000,00 não declarados.[19]

Em 5 de abril, renunciou ao Governo do Estado, passando-o ao vice José Reinaldo Tavares, para se candidatar à Presidência pelo PFL, em meio ao escândalo.[20]

Nos dias seguintes, o marido Jorge Murad apresentou sete versões diferentes sobre a origem do dinheiro e com isso levou a perda de pontos nas pesquisas e posterior desistência em se candidatar.[21]

José e Roseana Sarney na Convenção Nacional do PMDB, em 2010.

Rompimento com o PSDB

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Roseana Sarney foi indicada como possível candidata a vice-presidente na chapa PSDB-PFL para suceder o governo FHC. No entanto, a governadora não se contentou com o posto de vice, optando pela imagem de uma candidatura própria.[22]

Como o PFL confirmou pré-candidatura própria, desmontando a chapa com o PSDB, Roseana começou a ser vista pela mídia como um nome independente do governo. Ela chegou ao segundo lugar nas pesquisas iniciais e posteriormente ao empate com Lula.[23] Porém, com o Caso Lunus, a pré-candidatura de Roseana foi eliminada pela queda nas pesquisas, pela perda de popularidade e pelas notícias das grandes mídias nacionais.[24]

Tal acontecimento resultou no rompimento entre o PSDB e o PFL, incluindo a família Sarney. Seu irmão, Sarney Filho pediu demissão do Ministério do Meio Ambiente e o bloco pefelista do Congresso Nacional abandonou a base do governo.[25]

Senadora pelo Maranhão

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Sem chance na Presidência, ela se candidatou ao Senado pelo Maranhão. Apesar do escândalo, conseguiu eleger-se como senadora no Maranhão no mesmo ano, juntamente com Edison Lobão.[26]

Biblioteca Farol da Educação Brasilino Miranda, O Farol da Educação foi um programa do governo Roseana Sarney.

Mandato como senadora e andamento das denúncias

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Em 17 de abril, o vice-procurador-geral da República, Haroldo Ferraz da Nóbrega, encaminha parecer aprovado pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que "não há prova de que a senadora tenha conscientemente se inserido em uma cadeia criminosa, cujo objetivo fosse apropriação de dinheiro público", ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes recomendando o arquivamento do inquérito policial que investigava a possível participação da Roseana Sarney em desvios de recursos públicos quando era governadora do Maranhão no Caso Lunus. O Ministério Público considerou que não havia provas de que ela teria, direta ou indiretamente, desviado os recursos públicos liberados no projeto Usimar e que não havia qualquer prova do vínculo de tais recursos com os R$ 1,3 milhão apreendidos na sede da empresa Lunus, de propriedade de Roseana Sarney.[19]

Em 1º de agosto do mesmo ano, o ministro do STF, Gilmar Mendes determinou o arquivamento de petição contra a senadora acusada por crimes por meio do projeto empresa Usimar Componentes Automotivos (Usimar), por formação de quadrilha, estelionato, falsidade ideológica e peculato, que envolviam o marido Jorge Murad e o deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), sob a afirmação de falta de elementos na denúncia do Ministério Público Federal. Em 4 de agosto, o STF determinou o arquivamento contra as acusações.[27][28]

A mera participação na reunião que resultou em aprovação do Projeto Usimar não constitui elemento suficiente para se concluir que há indício de conduta criminosa imputável à denunciada. E também não há provas de ter a denunciada se beneficiado, direta ou indiretamente, dos recursos públicos liberados no projeto.
— Gilmar Mendes[27]

A senadora sempre alegou que a denúncia era política e decidiu mover ação de indenização por danos morais contra a União em 7 de agosto, alegando que o Ministério Público Federal a acusou indevidamente de envolvimento em desvio de verbas da extinta SUDAM, prejudicando sua pré-candidatura à Presidência da República, no ano anterior.[29]

Rompimento com o sucessor

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Depois que José Reinaldo Tavares rompeu com o grupo Sarney em maio de 2004, Roseana foi acusada de usar meios de comunicações da TV Mirante e o jornal O Estado do Maranhão, para atacar o ex-aliado, usando métodos parecidos com a Família Magalhães na Bahia contra prefeitos e vereadores da oposição à oligarquia baiana.[30]

Primeira derrota eleitoral

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Em 2006, foi candidata pela terceira vez ao governo do Maranhão, mas perdeu para Jackson Lago. A eleição, ocorrida no dia 29 de outubro daquele ano, foi uma das mais acirradas da história política maranhense, e resultou na vitória de Lago por uma diferença pouco maior do que 97 mil votos (diferença de 3,6 pontos percentuais), foi a primeira derrota de Roseana Sarney para o cargo, desta vez como Governadora.[31]

Processo de expulsão do PFL e filiação ao PMDB

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Após a derrota, Roseana foi expulsa do PFL em novembro por fazer, durante as eleições presidenciais de 2006, campanha para o então candidato Lula, que foi reeleito, tendo inclusive participado, em 29 de setembro, de comício com Lula na cidade de Timon.[32]

Filiou-se ao PMDB, tornando-se uma das líderes do governo Lula no Congresso, de 1 de fevereiro de 2007 a 17 de abril de 2009. Após a cassação do governador Jackson Lago, assumiu o Governo do Estado e foi substituída no Congresso por Mauro Fecury.[33]

Patrimônio declarado ao TSE

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Em julho de 2010, Roseana Sarney declarou ao TSE ter um patrimônio pessoal de R$ 7,84 milhões.[34]

Movimento "Fora Roseana Sarney"

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Na última semana de agosto de 2010, ganhou força na internet um movimento intitulado "Fora Roseana Sarney".[35] O movimento #ForaRoseanaSarney foi semelhante ao #forasarney, que ocorreu em 2009, quando José Sarney era acusado em denúncias de corrupção.[35]

A campanha, que foi iniciada com a hashtag #ForaRoseanaSarney no Twitter, rendeu até jingle próprio, postado no YouTube. Cerca de 12 mil pessoas reproduziram a hashtag na rede de microblogs, incluindo o apresentador de televisão Marcelo Tas, que já havia gravado vídeo contra a reeleição da governadora. A hashtag chegaria ao terceiro lugar no ranking nacional de tópicos mais comentados.[36][35][35]

A propaganda eleitoral de Roseana Sarney na televisão tratou o movimento como se fosse uma campanha negativa de usuários de outros estados contra o Maranhão. Em seu programa eleitoral, Dino criticou a reação da campanha de Roseana, dizendo que "culpar os internautas pela má imagem do estado é esconder a realidade".[37][37]

Em 21 de setembro, cerca de cinco mil estudantes ligados ao Movimento participaram de passeata, que foi da Praça da Bíblia até o Palácio dos Leões, contra a candidatura de Roseana Sarney. Parte do protesto foi transmitido ao vivo via Twitter.[38][38]

Rompimento com o PT e Impeachment de Dilma

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Com a reunião do PMDB para tratar do assunto com a continuidade ou não da aliança com o PT e o governo Dilma Rousseff, Roseana participa ativamente do processo e declara apoio às decisões de seu partido, entre as quais são o rompimento com o PT, com a presidente Dilma e com o apoio ao Processo de impeachment de Dilma Rousseff. Apesar de o PT do Maranhão ter se coligado na chapa do candidato apoiado por Roseana, muitos filiados fizeram campanha para seu adversário que acabou eleito no primeiro turno. O diretório estadual do PT no Maranhão declarou compor a base do governo do adversário de Roseana. Visando as eleições de 2018, o PT sinalizou pelo apoio à reeleição de Flávio Dino, mesmo com a pré-candidatura de Roseana.[39][40][41][42][43][44]

Candidatura ao governo do Maranhão em 2018

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Roseana anunciou pré-candidatura ao governo do Maranhão com o apoio de seu grupo politico do PMDB. Durante o período de pré-campanha, o nome de Roseana chegou a ser cotada para ser vice na chapa presidencial de Henrique Meirelles (MDB).[45]

A disputa contou com alguns nomes anunciados como pré-candidatos: Flávio Dino (governador eleito em 2014 pelo PCdoB),[46] Maura Jorge (ex-prefeita de Lago da Pedra, PSL),[47] Roberto Rocha (senador pelo PSDB) e Ricardo Murad (ex-secretário de saúde, PRP),[48] este último renunciou à pré-candidatura e anunciou apoio a Roseana.

Uma vez candidata, obteve 30,07% dos votos válidos (947.191 votos) e acabou derrotada já no primeiro turno pelo governador e candidato à reeleição Flávio Dino do PCdoB, o qual foi reeleito naquela oportunidade com 1.867.396 votos (59,29%). No segundo turno, declarou apoio à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à presidência da República.[49]

Controvérsias

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Meio de comunicações

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Roseana Sarney é sócia das emissoras de rádios - Mirante FM 96,1 (São Luís), Rádio Alecrim (Caxias), Rádio Verdes Campos (Pinheiro) - e TVs no Maranhão na história do Brasil, administradas por parentes.[50]

Oligarquias Brasileiras

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Assemelha-se às oligarquias existentes no Nordeste do Brasil, junto com o pai José Sarney, aliada ao Renan Calheiros e Fernando Collor (que até então eram adversários).[51]

Caso Fábrica do Rosário

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Em 13 de dezembro de 1996, o então presidente, Fernando Henrique Cardoso, inaugurou em Rosário uma fábrica da camisas em plena operação, fruto de uma parceria entre o governo do Maranhão e a empresa Kao-I Indústria e Comércio de Confecções Ltda., representada pelo brasileiro naturalizado Chhai Kwo Chheng, nascido em Taiwan.[52]

O protocolo de intenções assinado por Chheng e por Roseana Sarney, prometia 4 300 empregos, investimentos de 15 milhões de reais e produção anual de 15 milhões de camisas, sete milhões delas já no primeiro ano. Associados à empresa, 90 grupos comunitários, cada um com 40 integrantes, obtiveram 4 milhões de reais do Banco Mundial, além de um empréstimo de 3 milhões de reais do Banco do Nordeste do Brasil.[52]

Boa parte desse dinheiro foi para comprar 2.500 máquinas de costura industriais de uma empresa do próprio Chheng, a Yamacon Nordeste. Para viabilizar a compra os presidentes e tesoureiros de cada um dos 90 grupos assinaram cheques em branco para o empresário e sua equipe.[52]

Em 1998 a fábrica estava em precárias condições de operação, com pendências judiciais e uma legião de cooperativados cheios de dívidas.[52]

O empresário Chengg foi denunciado pelo ministério público e o governo estadual rompeu o protocolo de intenções. O caso foi parar no Superior Tribunal de Justiça, com o ministro Edson Vidigal, nomeado ministro pelo amigo e então presidente José Sarney, apesar disso Vidigal não se declarou impedido.[52]

Até hoje, a fábrica existe (mas caindo aos pedaços), e os ex-trabalhadores têm dívidas que ultrapassam mais de R$ 100 mil.[52]

Em 2002, ao ser envolvida em escândalo de corrupção com a empresa Lunus Participações, da qual é sócia, com a descoberta de R$ 1 340 000 não-declarados, e o marido, Jorge Murad, apresentando sete versões diferentes sobre a origem do dinheiro levou a perda de pontos nas pesquisas e posterior desistência da candidatura.[53]

As investigações ainda apontaram que a Lunus mantinha sociedade oculta com uma empresa que teria desviado até 15 milhões de reais num projeto agrícola financiado pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).[54]

O escritório também mantinha em arquivo papéis referentes à obra da Usimar Componentes Automotivos, um projeto que previa o gasto de 1,38 bilhão de reais na construção de uma fábrica de produção de peças para automóveis.[54]

Este projeto teve a ajuda de Jorge Murad nos bastidores e foi aprovado em 1999 pelo conselho deliberativo da Sudam, então presidido por Roseana e custaria pelo menos dez vezes mais que uma fábrica de autopeças semelhante.[54]

O caso levou ao rompimento nacional da aliança PFL-PSDB no governo federal.[53]

Contas no exterior

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Em 15 de agosto de 2010, o jornal O Estado de S. Paulo publica documentos (que estão nos arquivos do extinto Banco Santos), mostrando que a governadora e o seu marido, Jorge Murad, simularam um empréstimo de R$ 4,5 milhões para tentar resgatar US$ 1,5 milhão que possuíam no exterior. Em entrevista ao Estado, o administrador judicial do banco, Vânio Aguiar, confirmou que os papéis estão nos arquivos oficiais da instituição bancária.[55]

O jornal mostrou que o empréstimo foi regularizado no Brasil poucos dias antes da intervenção judicial no Banco Santos, em 12 de novembro de 2004. O dinheiro foi liberado no dia 29 de julho, mas somente em 5 de novembro (uma semana antes da quebra do banco e da decretação da intervenção da Justiça) as garantias foram registradas, conforme certidões obtidas pela reportagem num cartório em São Paulo. Ou seja, quando o Banco Santos liberou o empréstimo em julho não havia formalização de fiança bancária.[55]

O banco pertenceu ao banqueiro Edemar Cid Ferreira, amigo íntimo da família Sarney e padrinho de casamento de Roseana e Jorge Murad. O banco quebrou em novembro de 2004, e sua falência foi decretada em 2005. Depois da decretação da falência, chegou a ser preso e condenado a 21 anos de prisão, mas recorreu e responde em liberdade.[56][55]

Segundo e-mails que estão nos arquivos do Banco Santos, os dólares foram transferidos por meio de uma conta do banco suíço UBS AG, onde Edemar é cliente. O empréstimo de R$ 4,5 milhões foi liberado no Brasil no dia 29 de julho de 2004 e segundo os documentos, US$ 1,5 milhão foram depositados cinco dias depois numa conta externa. As investigações sobre o banco mostram que o ex-banqueiro, sem aval para operar oficialmente no exterior, usava offshores e laranjas para receber recursos fora do Brasil.[55]

O dinheiro iria ser usado para a empresa Bel-Sul Participações, de Roseana e Murad, comprar ações em um shopping em São Luís e outro no Rio de Janeiro. A transação envolveu ainda mais um aliado da família Sarney: Miguel Ethel Sobrinho, ex-presidente da Caixa Econômica no governo de José Sarney e até 2009, conselheiro da fundação que leva o nome do presidente do Senado. Miguel Ethel detém 50% da Participa Empreendimentos, empresa que vendeu as ações dos shoppings.[55]

Horas depois das denúncias, Roseana divulgou nota negando. Chamou "fantasiosa" a denúncia feita pelo jornal e afirmou que o empréstimo foi regular no Brasil.[57]

Em 16 de agosto de 2010, o Ministério Público Federal pediu investigações sobre Roseana.[55]

Denúncias de crimes financeiros

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Em janeiro de 2011, o executivo suíço Rudolf Elmer entregou à organização Wikileaks dados bancários que documentavam, segundo ele, casos de crimes financeiros em paraísos fiscais. Entre os documentos, encontravam-se alegadas provas de que Roseana Sarney teria feito operações secretas no banco Julius Baer, nas Ilhas do Canal e Ilhas Virgens, recebendo 10 mil dólares. As operações seriam intermediadas pelo Coronado Trust, fundo financeiro criado por Roseana Sarney e Jorge Murad nas Ilhas Virgens.[58][59]

Elmer havia previamente afirmado em livro que Roseana Sarney movimentou 150 milhões de dólares no banco Julius Baer de 1993 a 1999.[60]

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, autorizou a abertura de investigação contra Roseana em 6 de março de 2015, tirando o sigilo do pedido de abertura de inquérito.[61]

Fraude em concessão de isenções fiscais

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Em novembro de 2016, Roseana foi denunciada pelo Ministério Público, junto com mais dez ex-gestores, por causar prejuízo de mais de 410 milhões de reais aos cofres públicos em um esquema fraudulento de concessão de isenções fiscais a empresas pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) a empresas.[62] O grupo foi acusado de compensações tributárias ilegais, implantação de filtro no sistema da secretaria para garantir essas operações tributárias ilegais e fantasmas, reativação de parcelamento de débitos de empresas que nunca pagavam as parcelas devidas, exclusão indevida dos autos de infração de empresas do banco de dados e contratação irregular de empresa especializada na prestação de serviços de tecnologia da informação, com a finalidade de garantir a continuidade das práticas criminosas.[62] Segundo o Ministério Público, Roseana autorizou acordos judiciais baseados em pareceres manifestamente ilegais dos procuradores-gerais do Estado por ela nomeados.[62]

Roseana foi operada pela primeira vez em 1973, aos 19 anos, quando removeu um apêndice e um cisto ovariano. Passou por mais duas cirurgias no ovário entre 1977 e 1979, período em que tentou engravidar, sem sucesso.[63]

Em junho de 2009, Roseana Sarney realizou a vigésima primeira cirurgia, para correção de um aneurisma cerebral. A operação foi realizada no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. O procedimento, que durou quatro horas, aconteceu sem nenhuma intercorrência.[64]

Histórico eleitoral

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Ano Eleição Cargo Partido Coligação Vice Votos % Resultado
1990 Estaduais no Maranhão Deputada Federal PFL Maranhão pelo Povo

(PFL PTB, PSC)

44 785 Eleita
1994 Estaduais no Maranhão Governadora Frente Popular do Maranhão

(PFL, PMDB, PTB, PP, PSC, PL, PRP)

José Reinaldo Tavares (PFL) 753.901 50,61% Eleita
1998 Estaduais no Maranhão Maranhão Muito Mais

(PFL, PMDB, PSD, PL, PTB, PSC, PSL, PCdoB, PRP, PST, PRTB, PRONA, PSDC)

1.005.755 66,01% Eleita
2002 Estaduais no Maranhão Senadora O Maranhão Segue em Frente

(PFL, PMDB, PV, PSC, PSD, PSDC, PST)

1ºː Mauro Fecury

(PFL)

2ºː Ildon Marques

(PMDB)

1.314.524 32,33% Eleita
2006 Estaduais no Maranhão Governadora Maranhão: A Força do Povo(PFL, PMDB, PP, PTB, PL, PSC, PV, PTN, PHS, PRTB, PRP) João Alberto Souza

(PMDB)

1.295.880 48,18% 2º lugar
2010 Estaduais no Maranhão Governadora PMDB O Maranhão Não Pode Parar

(PMDB, PT, DEM, PRB, PP, PV, PTB, PR, PSL, PTN, PSC, PRTB, PMN, PRP, PTdoB, PHS)

Washington Luiz de Oliveira (PT) 1.459.792 50,08% Eleita
2018 Estaduais no Maranhão Governadora Maranhão Quer Mais

(MDB, PSC, PV, PSD, PRP, PMB)

Ribinha Cunha (PSC) 947.191 30,07% 2º lugar
2022 Estaduais no Maranhão Deputada federal 97.008 Eleita

Referências

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  2. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome OHen
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  18. Depois de apoiar Ciro, Roseana anuncia que vota em Lula. Folha de S.Paulo, 25 de setembro de 2002
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Notas

  1. O sobrenome Macieira não é utilizado oficialmente, por ser de batismo, sendo o nome grafado como "Roseana Sarney Murad", utilizando-se do sobrenome de casamento Murad.
  1. Renuncia em 17 de abril de 2009 para assumir o Governo do Maranhão.

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