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Brokeback Mountain
O Segredo de Brokeback Mountain (PRT/BRA)
Agent010/Testes/2
Cartaz do filme
 Estados Unidos
2005 •  cor •  134 min 
Género filme de drama
filme de romance
Direção Ang Lee
Roteiro Diana Ossana
Larry McMurtry
Baseado em Brokeback Mountain de Annie Proulx
Elenco Heath Ledger
Jake Gyllenhaal
Michelle Williams
Anne Hathaway
Anna Faris
Música Gustavo Santaolalla
Cinematografia Rodrigo Prieto
Edição Geraldine Peroni
Dylan Tichenor
Distribuição Focus Features
Paramount Pictures
Lançamento Estados Unidos 16 de dezembro de 2005
Canadá 6 de janeiro de 2006
Brasil 3 de fevereiro de 2006
Idioma inglês
Orçamento US$ 14 milhões[1]
Receita US$ 200.062.759[1]

Brokeback Mountain (bra/prt: O Segredo de Brokeback Mountain)[2][3] é um longa-metragem norte-americano de 2005, dirigido por Ang Lee. Estrelado por Heath Ledger, Jake Gyllenhaal, Anne Hathaway, Michelle Williams e Anna Faris, o drama retrata o complexo envolvimento romântico e sexual de dois caubóis do Oeste dos Estados Unidos, entre os anos de 1963 e 1981.[4]

O longa foi dirigido pelo taiwanês Ang Lee a partir de um roteiro escrito por Diana Ossana e Larry McMurtry no final da década de 1990, adaptado do conto homônimo de Annie Proulx. Estreou em 9 de dezembro de 2005 nos Estados Unidos, em 3 de fevereiro de 2006 no Brasil e em 9 de fevereiro de 2006 em Portugal. Brokeback Mountain foi eleito, com quase 38% dos votos, o "filme mais romântico de 2005" no site Box Office Mojo.[5]

O filme recebeu o Leão de Ouro no Festival de Veneza, além dos prêmios de melhor filme e direção no Globo de Ouro, no BAFTA[desambiguação necessária] e no Independent Spirit Awards, além do reconhecimento de outras organizações e festivais. Também recebeu o maior número de indicações (oito) ao Oscar 2006, ganhando três: melhor direção para Ang Lee, melhor roteiro adaptado e melhor trilha-sonora. Brokeback Mountain era considerado o favorito na disputa pelo prêmio de melhor filme, mas acabou perdendo para Crash, gerando grande controvérsia.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Brokeback Mountain narra a história de Jack Twist (Jake Gyllenhaal) e Ennis del Mar (Heath Ledger), dois jovens vaqueiros que se conhecem e se apaixonam em 1963, enquanto trabalham juntos em um serviço de pastoreamento de ovelhas na fictícia montanha de Brokeback, no Wyoming. O filme documenta o complexo relacionamento emocional, sexual e romântico que eles passam a ter no curso de dezoito anos.


  • 1963

O filme se inicia no verão de 1963. Jack e Ennis são contratados após procurarem emprego com um rancheiro de ovelhas (Randy Quaid). O trabalho deles é dividido da seguinte forma: enquanto um vigia as ovelhas do alto da montanha (que estão pastando em área de proteção ambiental, e portanto, ilegal), o outro fica na base e é responsável pelos alimentos e pela vigilância daquela área. Os dois se encontram apenas para partilharem as refeições, mas isso não impede com que tornem-se bons amigos. Após uma noite de bebedeira pesada, Ennis decide ficar na base da montanha e dormir em frente à fogueira ao invés de retornar para vigiar as ovelhas. Preocupado com a fria madrugada, Jack convida-o para dormir junto com ele em sua barraca. Ali, eles têm um rápido contato sexual. No dia seguinte, insistem em dizer um ao outro que "não são gays"; no entanto, antes do fim do verão, o relacionamento emocional e físico deles se aprofunda. Enquanto isso, o rebanho de ovelhas que deveriam vigiar acaba por misturar-se com outro, uma ovelha é abocanhada por um lobo, e várias delas morrem de frio devido a uma tempestade de neve. No último dia de trabalho, as frustrações de ambos (por terem que deixar um ao outro) se manifestam através de uma discussão que acaba evoluindo para uma briga física. Jack faz o nariz de Ennis sangrar, e Ennis esmurra a cara de Jack.

  • 1963-1967

Após se separarem, com o fim do trabalho, Ennis se casa com sua namorada Alma Beers (Michelle Williams), e eles têm duas filhas, Alma Jr. e Jenny. Jack acaba indo para o Texas, onde conhece e se casa com a cowgirl Lureen Newsome (Anne Hathaway), filha de um magnata de equipamentos agrícolas. O casal tem um filho, Bobby. Jack vai trabalhar para o pai de Lureen na negociadora de equipamentos agrícolas, apesar de ser constantemente desprezado por seu sogro.

  • 1967

Quatro anos após a separação, Ennis recebe um cartão postal de Jack no qual ele diz que vai passar pela região onde Ennis mora e pergunta se ele quer revê-lo. Ao se reencontrarem, eles se beijam apaixonadamente em frente à casa de Ennis e, sem serem notados, são acidentalmente testemunhados por Alma. Ao irem acampar, no dia seguinte, Jack fala da ideia de construirem uma vida juntos num pequeno rancho. Ennis, atormentado pela dolorosa memória de infância na qual um homem suspeito de ser homossexual é torturado e assassinado em sua cidade-natal, teme que isso venha a acontecer com algum deles também. Além disso, ele argumenta que não pode abandonar a esposa e as filhas. Não dispostos a expor seu relacionamento abertamente, Jack e Ennis marcam encontros esporádicos nos quais vão acampar nas montanhas.

  • 1967-1983

Com o passar dos anos, o casamento de Ennis e Alma se deteriora. Enquanto fazem amor certa noite, Alma insulta a capacidade de Ennis de sustentar sua família ao insistir que ele use camisinha, por não possuírem condições de terem outro filho. Logo após tal evento, o casamento deles acaba em divórcio. Ennis se muda para uma casa na periferia da cidade e agora tem que pagar pensão alimentícia para as filhas. Jack, ao ficar sabendo da notícia do divórcio, se dirige para o Wyoming na esperança de que agora os dois possam, finalmente, viver juntos. No entanto, Ennis recusa a se afastar de suas filhas e ainda teme pelo que possa lhes ocorrer se viverem juntos.

Algum tempo após tais acontecimentos, Alma se casa com seu ex-patrão e tem outro bebê com ele. Durante a celebração do dia de Ação de Graças na casa deles, Alma confronta Ennis insinuando que sabe de seu relacionamento com Jack. Enquanto isso, Jack começa a namorar o marido de uma amiga de Lureen após flertar intensamente com ele numa festa. Ennis arruma uma namorada garçonete chamada Cassie Cartwright (Linda Cardellini), mas acabará perdendo-a por não criar muitas expectativas para o futuro do relacionamento.

  • 1983 adiante

Em uma outra viagem às montanhas em 1983, Ennis e Jack revisam suas vidas naquele momento: Ennis comenta que está namorando Cassie, enquanto Jack diz estar namorando uma amiga da esposa (o que não é verdade, considerando que ele flerta com o marido desta nas cenas da festa). O clímax emocional entre os dois acontece enquanto estão arrumando as coisas para irem embora e Ennis diz que devido ao trabalho não poderá ir no próximo encontro que planejaram (o que significa que vão ficar sem se encontrar por vários meses). A frustração crescente de Jack acaba explodindo em uma discussão. Após lamentar que os sentimentos que sente por Ennis o aprisionaram e acabaram com sua vida, Jack começa a chorar. Quando Jack tenta abraçar Ennis, este acaba por resistir, mas no final trocam um longo abraço e vão embora.

Alguns meses após isso, um cartão postal que Ennis enviou a Jack sobre o futuro encontro deles em novembro, volta carimbado com a mensagem "falecido". Numa conversa telefônica, Lureen diz a Ennis que Jack morreu acidentalmente enquanto trocava um pneu do carro que explodiu em sua face. Enquanto ela explica as circunstâncias do acidente, são sobrepostas imagens de Jack sendo espancado brutalmente por três homens; é possível interpretar essas imagens como um receio de Ennis sobre o que realmente aconteceu (inspirado pela sua experiência de assassinato homofóbico em sua infância) ou uma forma de mostrar que Lureen sabia qual tinha sido o real destino de seu marido, contando a Ennis uma outra versão. Lureen diz a Ennis que Jack mencionou-lhe certa vez que gostaria que suas cinzas fossem espalhadas na montanha Brokeback, mas ela não descobriu onde fica. Ela diz que metade das cinzas de Jack foram enterradas no Texas e que o restante ela enviou para os pais dele. Ennis tenta explicar a Lureen sobre a importância da montanha Brokeback para Jack, possivelmente chamando a atenção dela para o real motivo das viagens de acampamento que ele fazia. Ela secamente sugere a Ennis que entre em contato com os pais de Jack para ver se eles podem realizar a vontade dele.

Ennis viaja até Lightning Flat para conhecer os pais de Jack. Chegando lá, se oferece a levar as cinzas de Jack para a montanha Brokeback. O pai de Jack recusa rabugentamente, insistindo que os restos mortais de Jack devem ser enterrados junto com o resto da família dele. A mãe de Jack é mais gentil, e insiste com Ennis que vá ver o quarto onde Jack passou a infância antes de ir embora. No quarto, Ennis descobre duas camisetas, sujas de sangue nas mangas, escondidas no fundo do armário. As camisetas são as que os dois usaram quando brigaram em seu último dia na montanha Brokeback. Ennis abraça as camisetas procurando sentir o cheiro de Jack. A mãe de Jack permite que ele leve as camisetas para si.

No final do filme, Ennis está vivendo sozinho num pequeno trailer. Sua filha Alma Jr., agora com 19 anos, visita-o e lhe conta que está noiva. Ela pede ao pai que a leve até o altar no dia da cerimônia de seu casamento. Depois de perguntar se seu namorado realmente a ama (estando agora profundamente ciente da importância do amor), ele fica primeiramente relutante, dizendo que não vai poder ir porque tem que trabalhar. No entanto, depois de perceber o quão desapontada sua filha está com ele, Ennis decide ir ao casamento, e pega um copo de vinho para celebrar com a filha seu noivado. Assim que sua filha vai embora, Ennis percebe que ela esqueceu seu suéter, o qual ele dobra e coloca no armário. Dentro deste, penduradas num prego preso à porta, vemos as duas camisetas, mas agora a dele está em cima da de Jack. Junto a elas há um cartão postal com uma foto da montanha Brokeback. Ennis cuidadosamente abotoa os botões da parte de cima da camiseta de Jack, e, com lágrimas nos olhos, murmura "Jack, eu juro…", enquanto endireita o cartão postal lentamente.


Elenco[editar | editar código-fonte]

Heath Ledger e Jake Gyllenhaal, os protagonistas do filme.

Produção[editar | editar código-fonte]

Concepção e desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

O conceito do filme surgiu em 1997, depois de a roteirista Diana Ossana ter lido o conto Brokeback Mountain, da autora Annie Proulx, publicado na revista The New Yorker. Ossana interessou-se e emocionou-se tanto pela história que a leu à noite e novamente na manhã seguinte e, logo após, contatou o também roteirista Larry McMurtry — que, no entanto, serviu-se apenas de co-roteirista para o filme — para que pudessem adaptar a narrativa; todavia, ele não estava interessado em histórias curtas. Porém, em seguida, depois de ter reconsiderado e lido a narração, McMurtry igualmente achou-a interessante, uma vez que, em suas palavras, "[a homossexualidade] está no Ocidente há mais de cem anos, esperando para ser escrita. Eu sabia disso, e todo mundo que estava familiarizado com a vida de caubói sabia disso". Ambos roteiristas escreveram a Proulx uma carta de fãs e perguntaram-lhe qual era sua opinião acerca de este conto ter sido o escolhido, e ela respondeu: "Não vejo um filme aqui, mas faça-o mesmo assim".[6]

O passo seguinte foi a elaboração do roteiro, o qual levou três meses para ser concluído e, depois disso, foi posto à mostra. Cerca de cinco dias depois, Gus Van Sant viajou ao Texas, onde Ossana e McMurtry estavam, com intuito de dirigir o filme. A esperança dele era que Matt Damon, que já trabalhara com ele em Good Will Hunting (1997), estrelasse como Ennis del Mar e Joaquin Phoenix, como Jack Twist. Damon, no entanto, disse ao diretor: "Gus, eu fiz um filme gay (The Talented Mr. Ripley), depois um filme de caubói (All the Pretty Horses). Eu não posso aparecer em um filme faroeste gay!".[7] O cineasta não conseguiu convencer outros atores, dentre os quais: Leonardo DiCaprio, Brad Pitt e Ryan Phillippe,[8] a interpretar Ennis — isso fez com que o projeto estagnasse e Van Sant se desligasse dele.[9] McMurtry acreditava que os agentes dos atores estavam dissuadindo-os de fazer o papel, dado que eles chamaram de "suicídio de carreira" para um ator heterossexual interpretar uma pessoa homossexual.[6]

Em 2001, o produtor James Schamus pegou o projeto e, ao lado de Ossana, tentou convencer alguns cineastas, como Edward Norton e Joel Schumacher, para dirigi-lo. Embora as pessoas para as quais o roteiro era mostrado adoravam-no, ninguém se comprometia em adaptá-lo.[10] Outro cineasta que esteve em negociações foi Pedro Almodóvar, que recusou a chance de dirigir Brokeback Mountain por ter tido dúvidas sobre trabalhar dentro das restrições de um estúdio de Hollywood. Além disso, afirmou que "seu filme" teria sido drasticamente diferente da versão de Ang Lee, uma vez que sua produção teria sido muito mais física e sexual do que a original. Ainda complementou que ele queria ir além de os personagens dormindo juntos uma vez, e, mesmo que o estúdio lhe tivesse prometido "total liberdade artística e a versão final", Almodóvar estava certo de que, se tivesse prosseguido com essa ideia, não o teriam deixado produzir da maneira que imaginou; entretanto, ele admitiu que ainda gostava muito da versão de Lee: "o cineasta foi o mais longe que pôde".[11]

No final de 2002, a roteirista pediu ao produtor que mostrasse o argumento a Ang Lee, que o adorou e emocionou-se; entretanto, como ele já estava com desejo de fazer algo polpudo, escolheu envolver-se na direção de Hulk.[6] A intenção de Lee era aposentar-se de sua profissão depois que o filme estivesse concluído, já que considerava-se cansado devido ao seu trabalho anterior, em Crouching Tiger, Hidden Dragon; contudo, durante as filmagens de Hulk, o diretor não deixava de pensar na história, a qual, segundo ele, atingiu-o com tanta força que tornou-se uma questão existencial para ele e foi responsável por "puxá-lo" de volta ao cinema. Posteriormente, Lee assinou a direção.[6][12]

Seleção do elenco[editar | editar código-fonte]

Antes de ter sido oficialmente escalado para o papel de Jack Twist, Jake Gyllenhaal já havia encontrado-se com Gus Van Sant em 1999, quando tinha 19 anos de idade. Quatro anos mais tarde, quando Ang Lee foi contratado para a direção, eles se reuniram e o cineasta disse-lhe que tinha em mente para os papéis principais ele e Heath Ledger; embora alguém da equipe de produção tivesse deixado claro que, se Ledger não aceitasse interpretar Ennis del Mar, outro ator ficaria encarregado de representar Jack Twist. A escolha por Ledger deu-se no início de 2003, no momento em que a filha de Diana Ossana o sugeriu. Para analisá-lo melhor, a produtora e Larry McMurtry fizeram uma pequena maratona de seus filmes. Ela pediu ao roteirista que assistisse ao Monster's Ball, e ele assistiu até no instante em que a personagem do ator se mata; então McMurtry levantou-se e afirmou: "Não posso mais assistir a isso, é muito brutal — mas aquele jovem é Ennis." Então, ambos sugeriram Ledger para o estúdio, mas seus responsáveis não levaram-no a sério por não achá-lo "macho o suficiente".[6][13] Posteriormente, quando o ator que havia se comprometido a interpretar Ennis desistiu do papel, Ossana ligou para o agente de Heath e pedi-lhe que entregasse o roteiro ao ator, que o leu durante sua viagem à Austrália com sua então namorada, Naomi Watts, e disse que era o argumento mais lindo que ele já havia lido. Ele aceitou, mas só depois de ter sido incentivado por Watts, a qual lhe convencera a acatá-lo por várias razões — "por sua carreira e pelo mundo".[10] O papel de Ennis também havia sido oferecido a Mark Wahlberg, que declarou ter recusado a oportunidade porque estava "um pouco assustado" com a temática e com as cenas de sexo.[14]

Na ocasião em que Anne Hathaway tomou conhecimento da produção, ela estava gravando The Princess Diaries 2. Foi-lhe enviado o roteiro com uma nota que dizia: "Por favor, leia com atenção a parte de Alma", e ela o fez; contudo, apesar de ter se impressionado com a história geral e com a da personagem, foi Lureen quem lhe cativou a atenção. Após ter finalizado o teste de elenco, a atriz sentiu-se confiante de que aquele papel era seu e que pela primeira vez poderia ser uma artista legítima. A última pergunta que Lee lhe fez foi se ela sabia equitação e ela respondeu-lhe que "sim, eu sou uma joqueta muito boa", embora não tivera experiencia alguma com a modalidade esportiva. Para isso, Hathaway teve que aprender a cavalgar pouco antes das filmagens se inciarem.[6]

A atriz Michelle Williams, que até então era mais conhecida por ter integrado o elenco da série juvenil Dawson's Creek, foi indicada ao prêmio de melhor atriz coadjuvante. Ainda no elenco estão Anne Hathaway, protagonista do filme O Diário da Princesa, Anna Faris, da série de filmes de comédia Todo Mundo em Pânico, Linda Cardellini, do seriado médico E.R. e Randy Quaid, do filme Independence Day.

Para este filme, Lee utilizou uma equipe técnica que inclui, em sua maioria, profissionais jovens com quem o diretor ainda não havia trabalhado. A fotografia esteve a cargo de Rodrigo Prieto, que a partir do sucesso internacional de Amores Brutos (2000) começara a atuar sistematicamente no mercado estadunidense. Embora já tivesse no currículo trabalhos notáveis como 21 Grams, Frida e 8 Mile, o filme lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar. A trilha sonora original do filme foi composta pelo argentino Gustavo Santaolalla, que conquistou o Oscar e o Globo de Ouro por seu trabalho.

A edição começara a ser executada pela experiente Geraldine Peroni, responsável pela montagem de muitos filmes de Robert Altman. Entretanto, ela faleceu em agosto de 2004 e o trabalho foi finalizado por Dylan Tichenor. Marit Allen, que já atuara com Lee em Ride with the Devil e Hulk, ocupou-se da direção de arte. Os figurinos foram desenhados por Laura Ballinger.

Filmagens[editar | editar código-fonte]

O Segredo de Brokeback Mountain levou apenas dois meses para ser filmado, entre os dias 14 de junho e 15 de agosto de 2004.[15] Apesar de a história do filme se passar nas Montanhas Big Horn em Wyoming (como na história original), a maior parte de suas cenas foi filmada nas Montanhas Rochosas no sul da província canadense de Alberta. Lee visitou os locais em Wyoming mencionados no conto de Proulx, mas optou por filmar no Canadá por razões orçamentárias.[16] Nos Estados Unidos, as locações incluíram apenas a cidade de La Mesilla, no Novo México.[17]

A fictícia "Brokeback Mountain" recebeu esse nome para sugerir uma característica física, sendo brokeback um termo geralmente usado para se referir a um cavalo ou mula com curvatura acentuada nas costas.[18] A montanha que aparece no filme é uma composição do Monte Lougheed, ao sul da cidade canadense de Canmore, e das montanhas The Fortress e Moose, localizadas no parque Kananaskis Country,[17] uma área em Alberta com mais de 4 000 quilômetros quadrados de montanhas e lagos protegidos. Nesse local foram filmadas a maior parte das sequências do acampamento, bem como a cena em que Ennis encontra um urso.[19]

O filme também contou com locações em outras cidades de Alberta, tais como Calgary, Rockyford, Cowley e Fort Macleod.[17][20] Nesta última, foi filmada a controversa cena em que Ennis e Jack, ao reencontrarem-se depois de alguns anos, beijam-se na frente do apartamento de Ennis e Alma. O beijo durou três segundos, mas as filmagens duraram três dias. Posteriormente, o proprietário do apartamento instalou um pôster comemorativo no local em que a cena foi filmada.[21]

Ledger e Gyllenhaal afirmaram que, no começo, foi difícil fazer as cenas de sexo. Lee considerou a primeira cena difícil de filmar, e afirmou que ele tem grande respeito pelos dois atores principais por sua "coragem" e profissionalismo.[22] O diretor revelou que era muito tímido para sequências de sexo, e pretendia filmar a primeira cena em uma única tomada, de forma técnica, "para que ninguém pensasse em mais nada a não ser acertar suas marcas", porém, depois da primeira tomada, todos já haviam perdido a timidez. Para registrar o momento da forma mais realista e convincente possível, Lee acabou realizando 13 tomadas da cena, aproveitando somente a última delas.[23]

Recepção[editar | editar código-fonte]

Sucesso crítico[editar | editar código-fonte]

Críticas profissionais
Avaliações da crítica
Fonte Avaliação
All Movie Guide 4.5 de 5 estrelas.
BBC 5 de 5 estrelas.[24]
Chicago Sun-Times 4 de 4 estrelas.[25]
Chicago Tribune 3.5 de 4 estrelas.[26]
Empire 5 de 5 estrelas.[27]
Filmcritic 5 de 5 estrelas.
Premiere 4 de 4 estrelas.[28]
Rolling Stone 4 de 4 estrelas.[29]
Film Threat 2 de 5 estrelas.[30]

Além de bem recebido pelo público, Brokeback Mountain também foi muito bem recebido pela crítica especializada. Baseando-se em quarenta e uma críticas de influentes jornais e revistas, o site Metacritic constatou que 87% destas eram positivas.[31] Assim sendo, o filme foi eleito o quinto melhor de 2005 pelo site.[32] De acordo com o site Rotten Tomatoes, das duzentas e vinte e uma críticas registradas, também 87% foram favoráveis.[33]

Sucesso comercial[editar | editar código-fonte]

Brokeback Mountain custou cerca de 14 milhões de dólares para ser produzido (excluindo-se os 5 milhões investidos em marketing). Arrecadou aproximadamente 200 milhões de dólares nas bilheterias de todo o mundo, o que representa um lucro cerca de doze vezes maior que seu custo de produção. O filme lucrou mais de 80 milhões de dólares apenas nos Estados Unidos (o que representa cerca de 41.5% do lucro total),[34] transformando-o no oitavo filme dramático de romance com melhor bilheteria naquele país.[35]

  • Lucro nacional (EUA): US$ 83.043.761 (41,5%)
  • Lucro internacional: US$ 117.018.998 (58,5%)
  • Lucro total: US$ 200.062.759 (aproximadamente R$ 480.150.621,60, segundo a cotação de dezembro de 2005)[36]

Banimento e controvérsia[editar | editar código-fonte]

  • Bahamas

Nas Bahamas, Brokeback Mountain foi proibido em decisão feita pelo Escritório de Controle do país, que justificou o ato por que o filme contém "cenas extremas de homossexualidade, pessoas nuas, vulgaridades que não podem trazer nenhum valor positivo ao público das Bahamas". Imediatamente surgiram protestos de grupos homossexuais no país caribenho.

  • China

Na República Popular da China, o filme não teve sua exibição garantida pelo governo. As razões dadas foram que o público seria pequeno, o que não justificaria o lançamento comercial. De acordo com a mídia internacional, o governo não permitiu o lançamento do filme porque ainda é hostil quanto à homossexualidade. Apesar disto, a mídia local elogiou o diretor do filme, Ang Lee (nascido na Ilha de Taiwan, atual República da China), que se tornou o primeiro diretor de cinema chinês a receber um Oscar. Cópias piratas de DVD foram distribuídas no país. Foi exibido na Taiwan nativa de Lee e estreou em Hong Kong em 23 de fevereiro de 2006.

  • Estados Unidos

Brokeback Mountain foi o estopim de uma grande polêmica midiática nos Estados Unidos quando foi banido, um dia antes de sua estreia, da rede de cinemas de Larry H. Miller, integrante da igreja mórmon e dono do time de basquete Utah Jazz. Aproximadamente um ano após a controvérsia, quando o ex-jogador da NBA John Amaechi se declarou homossexual, Miller se desculpou por ter banido o filme de sua rede de cinemas dizendo que agiu de maneira estúpida. No entanto, afirmou que não sabe como reagiria se um dos jogadores de seu time fosse homossexual.

No dia 13 de março de 2007, a família de Jessica Turner, uma garota de 12 anos de idade, processou a Secretaria de Educação de Chicago em mais de quatrocentos mil dólares por causa da exibição de Brokeback Mountain à classe de Turner por uma professora substituta.[37][38]

  • Oriente Médio

No Oriente Médio, o filme transformou-se em questão política. A homossexualidade ainda é crime na maior parte das nações daquela região (sendo punida com pena de morte na Arábia Saudita e no Irã com frequência, e com menor comando expresso de execução do governo central embora ainda assim presente no Afeganistão, no Iraque e nos Emirados Árabes Unidos), ou ao menos tabu nas poucas onde não é ilegal – a presença da religião nestas sociedades se faz muito mais forte e presente, e é usada como instrumento de pressão a grupos que a sociedade vê como desleais, antissociais, blasfêmicos ou obscenos, e o laicismo e os direitos humanos ainda estão distantes dos padrões da maioria dos países ocidentais, incluso latino-americanos.

Foi oficialmente banido pelo governo dos Emirados Árabes Unidos. No Líbano, país que até três décadas antes da estreia do filme tinha maioria cristã, e um dos únicos países desta região onde o trabalho de Lee pode ser exibido, algumas cenas foram censuradas. Na Turquia, o filme foi exibido, mas foi proibido para menores de dezoito anos de idade pelo governo. Em Israel, onde existem leis que protegem os homossexuais contra a discriminação verbal, foi apresentada a versão completa original.

  • Itália

Em dezembro de 2008, o canal de televisão pública generalista italiano Rai Due exibiu o filme, com corte de três cenas básicas para a compreensão do mesmo. São elas: a cena em que Jack e Enis fazem sexo anal no acampamento, num impulso repentino, a cena em que Jack e Enis assumem o amor que sentem um pelo outro e, dão o primeiro beijo e depois se enchem mutuamente de carinho, ainda no acampamento e, por fim, a cena em que os dois se beijam de fronte da casa de Enis e, são vistos por Alma, esposa de Enis. A estação foi alvo de imensas queixas por homofobia e discriminação. O argumento dado foi o de, por ser ter sido exibido durante a tarde, não ferir a susceptibilidade de espectadores mais jovens. Porém, o diretor da estação Claudio Petruccioli, exibiu um pedido público de desculpas, anunciando exibir o filme completo cerca de três meses depois, sem cortes, mas a um horário tardio, 23h e 45m, com círculo vermelho no canto superior direito do ecrã, para ser mais dificilmente visto por espectadores mais novos.

Principais prêmios e indicações[editar | editar código-fonte]

Prêmios
Óscar (Oscars)
Categoria Vencedor(es)
Melhor direção Ang Lee[carece de fontes?]
Melhor roteiro adaptado Larry McMurtry e Diana Ossana[carece de fontes?]
Melhor trilha-sonora original Gustavo Santaolalla[carece de fontes?]
BAFTA Film Awards
Categoria Vencedor(es)
Melhor filme do ano Diana Ossana e James Schamus[carece de fontes?]
Melhor direção (prêmio David Lean) Ang Lee[carece de fontes?]
Melhor ator coadjuvante Jake Gyllenhaal[carece de fontes?]
Melhor roteiro adaptadao Larry McMurtry e Diana Ossana[carece de fontes?]
Melhor trilha-sonora original Gustavo Santaolalla[carece de fontes?]
Festival Internacional de Cinema de Veneza
Categoria Vencedor(es)
Leão de Ouro de melhor filme Ang Lee[carece de fontes?]
Globo de Ouro
Categoria Vencedor(es)
Melhor filme dramático Diana Ossana e James Schamus[carece de fontes?]
Melhor direção Ang Lee[carece de fontes?]
Melhor roteiro Larry McMurtry e Diana Ossana[carece de fontes?]
Melhor canção original Gustavo Santaolalla (música) e Bernie Taupin (letra) por "A Love That Will Never Grow Old"[carece de fontes?]
Independent Spirit Awards
Categoria Vencedor(es)
Melhor filme Diana Ossana e James Schamus[carece de fontes?]
Melhor direção Ang Lee[carece de fontes?]
MTV Movie Awards
Categoria Vencedor(es)
Melhor ator Jake Gyllenhaal[carece de fontes?]
Melhor cena de beijo Heath Ledger e Jake Gyllenhaal[carece de fontes?]
National Board of Review
Categoria Vencedor(es)
Melhor direção Ang Lee[carece de fontes?]
Melhor ator coadjuvante Jake Gyllenhaal[carece de fontes?]
Satellite Awards
Melhor filme dramático Diana Ossana e James Schamus[carece de fontes?]
Melhor direção Ang Lee[carece de fontes?]
Melhor edição Geraldine Peroni e Dylan Tichenor[carece de fontes?]
Melhor canção original Gustavo Santaolalla (música) e Bernie Taupin (letra) por "A Love That Will Never Grow Old"[carece de fontes?]
Indicações:
Óscar (Oscars)
Categoria Indicado(s)
Melhor filme do ano Diana Ossana e James Schamus[carece de fontes?]
Melhor ator principal Heath Ledger[carece de fontes?]
Melhor ator coadjuvante Jake Gyllenhaal[carece de fontes?]
Melhor atriz coadjuvante Michelle Williams[carece de fontes?]
Melhor fotografia Rodrigo Prieto[carece de fontes?]
BAFTA Film Awards[desambiguação necessária]
Melhor ator principal Heath Ledger[carece de fontes?]
Melhor atriz coadjuvante Michelle Williams[carece de fontes?]
Melhor fotografia Rodrigo Prieto[carece de fontes?]
Melhor edição Geraldine Peroni e Dylan Tichenor[carece de fontes?]
Melhor trilha-sonora original Gustavo Santaollalla[carece de fontes?]
Prêmio Bodil
Melhor filme estadunidense Ang Lee[carece de fontes?]
César
Melhor filme estrangeiro Ang Lee[carece de fontes?]
Prêmio David di Donatello
Melhor filme estrangeiro Ang Lee[carece de fontes?]
Globo de Ouro
Melhor ator em um filme dramático Heath Ledger[carece de fontes?]
Melhor atriz coadjuvante em um filme Michelle Williams[carece de fontes?]
Melhor trilha-sonora original Gustavo Santaolalla[carece de fontes?]
Grammy Awards
Melhor álbum de trilha-sonora Gustavo Santaolalla (produtor)
Independent Spirit Awards
Melhor ator Heath Ledger[carece de fontes?]
Melhor atriz coadjuvante Michelle Williams[carece de fontes?]
National Board of Review
Melhor filme Diana Ossana e James Schamus[carece de fontes?]
Melhor ator Heath Ledger[carece de fontes?]
Screen Actors Guild Awards
Melhor ator principal Heath Ledger[carece de fontes?]
Melhor ator coadjuvante Jake Gyllenhaal[carece de fontes?]
Melhor atriz coadjuvante Michelle Williams[carece de fontes?]
Melhor elenco em um filme Todos os atores[carece de fontes?]

Temas e análises[editar | editar código-fonte]

Sexualidade dos personagens[editar | editar código-fonte]

Analistas, críticos, elenco e produtores discordaram quanto a categorizar os dois protagonistas do filme como homossexuais, bissexuais, heterossexuais ou se ambos deveriam estar livres de qualquer classificação de orientação sexual. Embora a mídia frequentemente tenha se referido ao longa-metragem como o "filme dos cowboys gays", diversos críticos observaram que tanto Jack quanto Ennis eram bissexuais.[39][40][41] O pesquisador sexual Fritz Klein afirmou que a obra foi "um bom filme com dois personagens principais que eram bissexuais" e sugeriu que o personagem Jack está mais "para o lado gay" do espectro e Ennis, "um pouco mais para o lado heterossexual".[42]

Gyllenhaal concluiu que Ennis e Jack eram homens heterossexuais que "desenvolvem esse amor, esse vínculo", afirmando em uma entrevista à revista Details: "Eu me aproximei da história acreditando que eles são na verdade dois caras heterossexuais que se apaixonam."[42] Ledge declarou à revista Time: "Não acho que Ennis poderia ser rotulado como gay. Sem Jack Twist, eu não sei se ele teria saído do armário... Eu acho que o ponto principal era que eram duas almas apaixonadas uma pela outra".[42]

Para alguns analistas, a sexualidade dos personagens era simplesmente ambígua. Clarence Patton e Christopher Murray afirmaram ao jornal Gay City News de Nova York que as experiências de Ennis e Jack eram metáforas para "muitos homens que, embora não se identifiquem como gays ou mesmo queer, fazem sexo com outros homens".[43] A Entertainment Weekly escreveu: "todos o chamavam de 'O Filme dos Cowboys Gays'. Até que o assistiram. No final, a história de amor de Ang Lee de 2005 não era gay ou heterossexual, apenas humana". Um crítico do Filmcritic.com escreveu: "Mais tarde, vemos Jack ansioso por envolver-se sexualmente com Lureen, sem explicação se ele é ou não bissexual, dada a necessidade de intimidade física que qualquer pessoa, independente do gênero, possa lhe oferecer, ou que simplesmente seja muito hábil em fingir isso."[44]

O autor de não ficção LGBT, Eric Marcus, rejeitou a "conversa de que Ennis e Jack são tudo menos gays como correção política influenciada pelas bilheterias, destinada a direcionar o público heterossexual para o filme".[42] Roger Ebert concluiu que os dois personagens eram gays, mas que eles mesmos duvidavam disso: "Jack é capaz de aceitar com um pouco mais de vontade que ele é inescapavelmente gay".[45] O produtor do filme, James Schamus, afirmou: "Suponho que os filmes podem ser testes de Rorschach para todos nós, mas, dane-se se esses personagens não são gays para mim."[42] Annie Proulx, cuja história serviu de base para o filme, afirmou: "a maneira como diferentes leitores interpretam a história é um reflexo de seus próprios valores pessoais, atitudes, preocupações."[46][47]

Ao ser questionado sobre o receio de ser escalado para um papel tão polêmico, Ledger respondeu que não tinha medo do papel, mas sim que estava preocupado caso não fosse maduro o suficiente como ator para fazer justiça à história. Respondendo a essa mesma indagação, Gyllenhaal disse sentir-se extremamente orgulhoso do filme e de seu papel, independentemente das reações que provocariam. Quanto à sua própria sexualidade, o ator afirmou que considera lisonjeiros os rumores de que ele é bissexual, declarando: "Estou aberto para o que as pessoas querem me chamar. De fato, nunca me senti atraído por homens, mas não acho que eu teria medo se isso acontecesse."[48] O desempenho de Ledger foi descrito por Luke Davies como uma interpretação difícil e poderosa em virtude do ambiente do filme: "Em Brokeback Mountain, a vulnerabilidade, o potencial de perigo, é tão grande – um mundo tão masculino que pode te destruir por qualquer aberração – que o verdadeiro brilho de Ledger foi trazer para a tela um personagem, Ennis Del Mar, tão fundamentalmente fechado que é como uma bíblia de desejos não realizados, anseios sufocados, potencial perdido."[49]

Subversão do gênero western[editar | editar código-fonte]

A campanha de despolitização do filme, que foi bem sucedida em alguns aspectos, não conseguiu evitar a reação resultante da subversão do filme ao "mito do Oeste americano e seus heróis icônicos", característica essencial do cinema western.[50][51] O Segredo de Brokeback Mountain desafia a imagem icônica do vaqueiro branco, masculino, tipicamente americano, e permite que ele se envolva em relacionamentos com alguém do mesmo sexo. O escritor Jim Kitses declarou que "O que desencadeia o ataque emocional do filme é a inadequação de seus personagens para articular e entender, muito menos controlar, a experiência que os atinge como uma tempestade. Os caubóis americanos — de qualquer origem — não se apaixonam uns pelos outros. Tipos práticos e conservadores de masculinidade bruta e incontestável não estão de forma alguma preparados para o amor entre homens."[50]

Em artigo publicado no Los Angeles Times, o crítico Reed Johnson apresentou um ponto de vista diferente, enfatizando que, "apesar de ‘O Segredo de Brokeback Mountain’ ser o primeiro western de Hollywood a abordar a temática homossexual de forma tão explícita, dificilmente é o primeiro a sugerir as espinhosas armadilhas emocionais que a vida de cowboy causou junto de alguns homens."[52] O autor comenta que desde os clássicos de John Ford, Howard Hawks e Sam Peckinpah aos westerns revisionistas da época da Guerra do Vietnã, muitas versões hollywoodianas do velho ou do novo Oeste exploraram sentimentos ambivalentes escondidos que homens sentem uns pelos outros, tais como "inveja e adoração heroica; rivalidade e camaradagem; o ódio e, em alguns casos, o amor - ou algo próximo dele", uma vez que o código Hays proibiu por quase quatro décadas referências explícitas à homossexualidade no cinema dos Estados Unidos.[52] Johnson ressaltou ainda o tratamento muitas vezes insignificante recebido pelas personagens femininas nos filmes do gênero, as quais são vistas como simples "domesticadoras" dos personagens masculinos centrais, como trapaceiras ou "garotas de saloon", levando os protagonistas a procurarem conforto e compreensão na companhia de outros homens.[52]

Ver também[editar | editar código-fonte]


Referências

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