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Batalha de Manila (1945): diferenças entre revisões

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Revisão das 17h54min de 2 de agosto de 2023

 Nota: Para outras batalhas que não a ocorrida na Guerra do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, veja Batalha de Manila.
Batalha de Manila
Parte da Campanha das Filipinas, Guerra do Pacífico

Vista área de Intramuros, em Manila, após a batalha
Data 3 de fevereiro-3 de março de 1945
Local Manila, Filipinas
Desfecho Vitória dos Aliados
Beligerantes
Estados Unidos
Filipinas Filipinas
Império do Japão
Comandantes
Douglas MacArthur
Oscar Griswold
Robert S. Beightler
Verne D. Mudge
Joseph Swing
Filipinas Alfredo M. Santos
Sanji Iwabuchi
Forças
35 000 soldados americanos
3 000 guerrilheiros filipinos
13 500 marinheiros e fuzileiros
6 500 soldados
Baixas
1 210 mortos
8 565 feridos

100 mil civis filipinos mortos
18 665 mortos

A Batalha de Manila foi a maior batalha urbana da Guerra do Pacífico, na Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre norte-americanos, filipinos e japoneses pela posse da capital das Filipinas, entre 3 de fevereiro e 3 de março de 1945 durante a contra-ofensiva aliada no teatro de guerra do Sudeste Asiático.

A batalha, que culminou num banho de sangue e na devastação total da cidade, encerrou um domínio japonês de três anos nas Filipinas, e foi considerada pelo general Douglas MacArthur, comandante das forças aliadas no Pacífico, como a chave para a reconquista do país.

Início

Em 9 de janeiro de 1945, as tropas norte-americanas e filipinos começaram a desembarcar no Golfo de Lingayen e rapidamente avançaram pela ilha de Luzon. Três semanas depois, em 31 de janeiro, as vanguardas americanas se encontravam nas cercanias de Manila, se aproximando da cidade pelo sul, enquanto tropas pára-quedistas lançadas ao norte da cidade realizavam um movimento em pinça, num avanço em duas frentes desde o interior de Luzon.

Em 4 de fevereiro a ofensiva sobre a cidade foi lançada, com as tropas, ajudadas por informações da guerrilha filipina e tropas filipinos, cruzando rios em locais em que as pontes estavam intactas. Um campo de concentração, instalado no campus de uma universidade nas vizinhanças da capital, foi libertado pelos atacantes, que nele encontraram mais de quatro mil prisioneiros, norte-americanos, canadenses, britânicos e australianos em sua maioria, internados desde abril de 1942.

A defesa japonesa

À medida que as forças atacantes chegavam a Manila vindas de várias direções, o grosso das tropas japonesas se retirava da cidade para posições na cidade de Baguio, num movimento táctico planejado pelo general Tomoyuki Yamashita, comandante em chefe das forças nipônicas nas Filipinas.

Em 1942, o presidente filipino Manuel Quezon declarou Manila como cidade aberta antes de sua captura. Apesar de Yamashita não ter feito o mesmo em 1945, ele não planejava uma batalha em Manila, uma cidade com mais de um milhão de habitantes e uma grande área tomada por muitas construções de madeira inflamável, comerciais e residenciais. Assim ele apenas determinou a um de seus oficiais, que cobrisse a retirada das forças japonesas com um punhado de homens, e quando os americanos se aproximassem da cidade, destruísse as pontes e instalações vitais ao inimigo, retirando-se em seguida.

Entretanto, o contra-almirante Iwabuchi Sanji, comandante das forças navais na capital, desobedecendo as ordens de Yamashita, resolveu defender a cidade e convocou cerca de 15 mil de seus fuzileiros navais e marinheiros, juntos aos soldados do exército que haviam sido deixados na retaguarda, para transformarem Manila num campo fortificado à espera do inimigo. Cercando os locais de acesso com arames farpados, minas e barreiras de caminhões e trens, os marinheiros de Sanji dinamitaram as pontes de Manila e as instalações militares, entrincheirando-se nas melhores posições de defesa, incluindo grandes edifícios comerciais e o sítio histórico de Intramuros, construído pelos conquistadores espanhóis no século XVI.

Cerco e massacre

Tropas americanas andando nas ruínas de Manila. A capital filipina foi uma das cidades mais arrasadas da guerra.

Em 4 de fevereiro, o general MacArthur anunciou ao mundo a iminente vitória em Manila e os preparativos para uma parada da vitória pelas ruas da cidade. Entretanto, a batalha, que os Aliados já consideravam ganha, mal tinha começado. As tropas que entravam na cidade pelo norte e pelo sul começaram a reportar uma intensa resistência japonesa ao avanço dos invasores. A partir dali, Manila transformou-se num inferno de fogo e chumbo, com lutas casa por casa que durariam um mês.

Os americanos atacavam a tiros de artilharia e bombardeio aéreo, enquanto os japoneses recuavam explodindo tudo em seu caminho, para dificultar o avanço inimigo. Numa tentativa de poupar a população civil e os monumentos da cidade, MacArthur havia dado ordens para a artilharia e a força aérea dosarem seu fogo concentrado, mas a cidade foi aos poucos se transformando num mar de ruínas, pela encarniçada resistência dos defensores.

Após resistirem aos ataques americanos de granadas, fuzis, metralhadoras e lança-chamas, agora os japoneses lutavam com resistência dobrada contra tanques e canhoneio naval, que caçavam os japoneses a tiros de edifício em edifício, quase sempre causando seu desabamento, com os inimigos e os civis presos entre os dois exércitos em luta dentro deles.

Submetidos a um ataque constante e encarando a morte certa, os japoneses começaram a descontar seu ódio e frustração na população, acertando-os propositalmente no fogo cruzado, iniciando uma onda de estupros, mutilações, fuzilamentos aleatórios e atrocidades múltiplas, no que viria a ser conhecido como Massacre de Manila, ao mesmo tempo em que lutavam contra os americanos, numa cidade agora praticamente em ruínas.

Intramuros, a cidade murada e histórica dentro de Manila, onde os japoneses se entrincheiraram num bastião de resistência, era atacada constantemente por bombardeios de artilharia e sendo destruída aos poucos, mas os seculares muros de pedra resistiam e as posições dentro dela, como edifícios subterrâneos e trincheiras de pedras, forneciam ótima cobertura defensiva aos japoneses.

O último reduto de defesa em Intramuros e em Manila, o centro de finanças, foi finalmente destruído em 3 de março de 1945. A cidade havia sido liberada, mas quase toda nivelada ao chão. A batalha custou mil mortos e cinco mil feridos aos americanos, 16 000 mortos entre os japoneses e tinha tirado a vida de cem mil filipinos, pegos no fogo cruzado da batalha ou assassinados pelos defensores.

Legado

Durante um mês, japoneses e americanos tinham infligido à Manila mais destruição que a Luftwaffe havia sido capaz de infligir a Londres durante os bombardeios de 1940, produzindo uma contagem de mortos comparável aos bombardeios de Tóquio ou a dos habitantes de Hiroshima. Poucas batalhas da Segunda Guerra Mundial excederam a selvageria e destruição produzida em Manila nesta batalha, que a fez ser comparada à Varsóvia, como cidade-mártir do Sudeste Asiático pela destruição produzida, e testemunhando combates de rua somente vistos na guerra na Europa em batalhas como a de Stalingrado.

Relembrada hoje como tragédia nacional, a Batalha de Manila custou aos filipinos, além das milhares de vidas humanas, a destruição de incontáveis e irreparáveis tesouros históricos, colégios, igrejas, conventos, universidades, mosteiros datados de sua ancestral fundação. Seu patrimônio cultural em artes, literatura e arquitetura especializada, desapareceu. A Manila uma vez chamada de Pérola do Oriente, monumento vivo do encontro das civilizações européia e asiática, havia virtualmente evaporado.

Ver também