Saltar para o conteúdo

Ucrânia: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 94: Linha 94:


=== Idade de ouro em Kiev (800 - 1100) ===
=== Idade de ouro em Kiev (800 - 1100) ===
Durante os séculos [[Século X|X]] e [[Século XI|XI]], o território da Ucrânia tornou-se o centro de um Estado poderoso e prestigioso na Europa, a [[Principado de Kiev|Rússia Kievana]], o que estabeleceu a base das identidades nacionais ucraniana e das demais nações [[eslavos|eslavas]] orientais nos séculos subsequentes. A capital do principado era [[Kiev]], conquistada aos [[cazares]] por Askold e Dir por volta de 860. Conforme as [[Crônicas de Nestor|Crônicas Nestorianas]], a elite do principado era formada, de início, por [[varegues]] provenientes da [[Escandinávia]] que foram mais tarde assimilados à população local de modo a formar a [[dinastia Rurik]].
Durante os séculos [[Século X|X]] e [[Século XI|XI]], o território da Ucrânia tornou-se o centro de um Estado poderoso e prestigioso na Europa, a [[Principado de Kiev|Rus Kievana]], o que estabeleceu a base das identidades nacionais ucraniana e das demais nações [[eslavos|eslavas]] orientais nos séculos subsequentes. A capital do principado era [[Kiev]], conquistada aos [[cazares]] por Askold e Dir por volta de 860. Conforme as [[Crônicas de Nestor|Crônicas Nestorianas]], a elite do principado era formada, de início, por [[varegues]] provenientes da [[Escandinávia]] que foram mais tarde assimilados à população local de modo a formar a [[dinastia Rurik]].


[[Ficheiro:Kievan Rus en.jpg|thumb|left|Mapa da [[Principado de Kiev|Rússia Kievana]] no [[século XI]]. Durante a idade de ouro de Kiev, as terras do principado alcançavam grande parte das atuais Ucrânia, [[Bielorrússia]] e [[Rússia europeia]].]]
[[Ficheiro:Kievan Rus en.jpg|thumb|left|Mapa da [[Principado de Kiev|Rus Kievana]] no [[século XI]]. Durante a idade de ouro de Kiev, as terras do principado alcançavam grande parte das atuais Ucrânia, [[Bielorrússia]] e [[Rússia europeia]].]]


O Principado de Kiev era formado por diversos domínios governados por príncipes ruríkidas aparentados. Kiev, o mais influente de todos os domínios, era cobiçada pelos diversos membros da dinastia, o que levava a enfrentamentos frequentemente sangrentos. A Era Dourada do principado coincide com os reinados de [[Vladimir, o Grande]] (''Volodymyr'', 980-1015), que aproximou o seu Estado do [[cristianismo]] [[Império Bizantino|bizantino]], e seu filho [[Yaroslav I, o Sábio|Iaroslav, o Sábio]] (1019-1054), que viu o principado atingir o zênite cultural e militar. O processo de fragmentação que se seguiu foi interrompido, em alguma medida, pelos reinados de Vladimir Monomakh (1113-1125) e de seu filho [[Mstislav]] (1125-1132), mas o território terminou por desintegrar-se em entidades separadas após a morte daquele último príncipe. A [[Invasão Mongol da Rússia|invasão mongol]] do [[século XIII]] conferiu ao principado o golpe de misericórdia, do qual nunca se recuperaria.
O Principado de Kiev era formado por diversos domínios governados por príncipes ruríkidas aparentados. Kiev, o mais influente de todos os domínios, era cobiçada pelos diversos membros da dinastia, o que levava a enfrentamentos frequentemente sangrentos. A Era Dourada do principado coincide com os reinados de [[Vladimir, o Grande]] (''Volodymyr'', 980-1015), que aproximou o seu Estado do [[cristianismo]] [[Império Bizantino|bizantino]], e seu filho [[Yaroslav I, o Sábio|Iaroslav, o Sábio]] (1019-1054), que viu o principado atingir o zênite cultural e militar. O processo de fragmentação que se seguiu foi interrompido, em alguma medida, pelos reinados de Vladimir Monomakh (1113-1125) e de seu filho [[Mstislav]] (1125-1132), mas o território terminou por desintegrar-se em entidades separadas após a morte daquele último príncipe. A [[Invasão Mongol da Rússia|invasão mongol]] do [[século XIII]] conferiu ao principado o golpe de misericórdia, do qual nunca se recuperaria.

Revisão das 19h56min de 31 de outubro de 2013

Ucrânia
Україна (Ukrayina)
Bandeira da Ucrânia
Bandeira da Ucrânia
Brasão de armas da Ucrânia
Brasão de armas da Ucrânia
Bandeira Brasão de armas
Lema: "Volia, Zlahoda, Dobro"
(ucraniano: Liberdade, Concordância, Bondade)
Hino nacional: Ще не вмерла України ні слава, ні воля
(Shche ne vmerla Ukrayiny ni slava, ni volya)
"A glória da Ucrânia ainda não pereceu, nem a sua liberdade"
noicon.
noicon.
Gentílico: Ucraniano(a)

Localização Ucrânia
Localização Ucrânia

Localização da Ucrânia (em vermelho)
Localização na Europa (em branco)
Capital Kiev
44°52'N 22°40'O
Cidade mais populosa Kiev
Língua oficial ucraniano
Governo República semipresidencialista
• Presidente Viktor Yanukovytch
• Primeiro-ministro Mykola Azarov
• Presidente do Parlamento Volodymyr Lytvyn
Independência da União Soviética
• Declarada 24 de Agosto de 1991
• Reconhecida 25 de Dezembro de 1991
Área
  • Total 603 628 km² (43.º)
 • Água (%) 7
 Fronteira Rússia
Bielorrússia
Polónia
Eslováquia
Hungria
Moldávia
Roménia
População
 • Estimativa para 2010 45 939 820 hab. (27.º)
 • Censo 2001 48 457 102 hab. 
 • Densidade 76 hab./km² (115.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2007
 • Total US$ 364,3 bilhões USD(28.º)
 • Per capita US$ 7.832 USD (84.º)
IDH (2012) 0,740 (78.º) – alto[1]
Gini (2006) 31
Moeda Grívnia (UAH)
Fuso horário EET (UTC+2)
 • Verão (DST) EEST (UTC+3)
Cód. Internet .ua
Cód. telef. +380

A Ucrânia (em ucraniano Україна, transl. Ukrayina) é um país da Europa Oriental. Faz fronteira a norte com a Bielorrússia, a norte e a leste com a Rússia, a sul com o Mar de Azov e o Mar Negro, e a oeste com a Roménia, a Moldávia, a Hungria, a Eslováquia e a Polónia. Sua capital é Kiev, maior cidade do país em população.

O atual território da Ucrânia foi, pelo menos desde o século IX, o centro da civilização eslava oriental que veio a formar a Rus Kievana, antecessor da Ucrânia e posteriormente da Bielorrússia e da Rússia. Ao longo dos séculos seguintes, a região foi partilhada entre as potências regionais. Após um período de independência (1917-1921) em seguida à Revolução Russa, a Ucrânia tornou-se em 1922 uma das Repúblicas Soviéticas fundadoras da URSS. O território da República Socialista Soviética da Ucrânia foi ampliado na direção oeste após a Segunda Guerra Mundial e, novamente, em 1954, com a transferência da Crimeia.

A Ucrânia ganhou sua independência após o colapso da União Soviética em 1991, tornando-se um Estado soberano.

História

Ver artigo principal: História da Ucrânia

Idade de ouro em Kiev (800 - 1100)

Durante os séculos X e XI, o território da Ucrânia tornou-se o centro de um Estado poderoso e prestigioso na Europa, a Rus Kievana, o que estabeleceu a base das identidades nacionais ucraniana e das demais nações eslavas orientais nos séculos subsequentes. A capital do principado era Kiev, conquistada aos cazares por Askold e Dir por volta de 860. Conforme as Crônicas Nestorianas, a elite do principado era formada, de início, por varegues provenientes da Escandinávia que foram mais tarde assimilados à população local de modo a formar a dinastia Rurik.

Mapa da Rus Kievana no século XI. Durante a idade de ouro de Kiev, as terras do principado alcançavam grande parte das atuais Ucrânia, Bielorrússia e Rússia europeia.

O Principado de Kiev era formado por diversos domínios governados por príncipes ruríkidas aparentados. Kiev, o mais influente de todos os domínios, era cobiçada pelos diversos membros da dinastia, o que levava a enfrentamentos frequentemente sangrentos. A Era Dourada do principado coincide com os reinados de Vladimir, o Grande (Volodymyr, 980-1015), que aproximou o seu Estado do cristianismo bizantino, e seu filho Iaroslav, o Sábio (1019-1054), que viu o principado atingir o zênite cultural e militar. O processo de fragmentação que se seguiu foi interrompido, em alguma medida, pelos reinados de Vladimir Monomakh (1113-1125) e de seu filho Mstislav (1125-1132), mas o território terminou por desintegrar-se em entidades separadas após a morte daquele último príncipe. A invasão mongol do século XIII conferiu ao principado o golpe de misericórdia, do qual nunca se recuperaria.

A Comunidade Polaco-Lituana (1300 - 1600)

Na região correspondente ao atual território da Ucrânia, sucedeu ao Principado de Kiev os Principados de Aliche e de Volodymyr-Volynskyi, posteriormente fundidos no Estado de Aliche-Volínia, liderado por Daniel Romanovitch. Em meados do século XIV, o Estado foi conquistado por Casimiro IV da Polônia, enquanto que o cerne do antigo Principado de Kiev - inclusive a cidade de Kiev - passou ao controle do Grão-Ducado da Lituânia. O casamento do Grão-Duque Jagelão da Lituânia com a Rainha Edviges da Polônia pôs sob controle dos soberanos lituanos a maior parte do território ucraniano.

Por força da União de Lublin, de 1569, que criou a Comunidade Polaco-Lituana, uma porção considerável do território ucraniano passou do controle lituano para o polonês, transferido para a coroa da Polônia. Sob pressão de um processo de "polonização", a maior parte da elite rutena (isto é, eslava ou eslavizada, mesmo que de origem lituana) converteu-se ao catolicismo. O povo, porém, manteve-se fiel à Igreja Ortodoxa, o que levou ao surgimento de tensões sociais demonstradas, por exemplo, pela União de Brest, de 1596, pela qual Sigismundo III Vasa tentou criar uma Igreja Católica Grega Ucraniana vinculada à Igreja Católica Romana. Os plebeus ucranianos, vendo-se sem a proteção da nobreza rutena - cada vez mais convertida ao catolicismo romano - voltou-se para os cossacos (fervorosamente ortodoxos) em busca de segurança.

Os cossacos (1600 - 1800)

Mapa da República das Duas Nações com as principais subdivisões maiores depois da Paz de Deulino em 1618.
  Livônia sueca e neerlandesa

Em meados do século XVII, um quase-Estado cossaco, o Zaporozhian Sich, foi criado pelos cossacos do Dniepre e pelos camponeses rutenos que fugiam da servidão polonesa. A Polônia não tinha o controle efetivo daquela área, hoje no centro da Ucrânia, que se tornou então um Estado autônomo militarizado, ocasionalmente aliado à Comunidade. Entretanto, a servidão do campesinato pela nobreza polonesa, a ênfase da economia agrária da Comunidade na exploração da mão-de-obra servil e, talvez a razão mais importante, a supressão da fé ortodoxa terminaram por afastar os cossacos e a Polônia. Assim, os cossacos voltaram-se para a Igreja Ortodoxa Russa, o que levaria finalmente à queda da Comunidade Polaco-Lituana.

A grande rebelião cossaca de 1648 contra a Comunidade e o rei polonês João II Casimiro levou à partilha da Ucrânia entre a Polônia e a Rússia, após o tratado de Pereyaslav e a guerra entre Rússia e Polônia. Com as partilhas da Polônia no final do século XVIII entre a Prússia, a Áustria e a Rússia, o território correspondente à atual Ucrânia foi dividido entre os Impérios Austríaco e Russo, aquele anexando a Ucrânia Ocidental (com o nome de província da Galícia), este incorporando o restante do território ucraniano.

Em que pese o fato de que as promessas de autonomia da Ucrânia conferidas pelo tratado de Pereyaslav nunca se materializaram, os ucranianos tiveram um papel importante no seio do Império Russo, participando das guerras contra as monarquias europeias orientais e o Império Otomano e ascendendo por vezes aos mais altos postos da administração imperial e eclesiástica russa. Posteriormente, o regime tzarista passou a executar uma dura política de "russificação", proibindo o uso da língua ucraniana nas publicações e em público.

A partilha e o advento dos soviéticos

Soldados do Exército Insurgente da Ucrânia em 1917.

O colapso dos Impérios Russo e Austríaco após a Primeira Guerra Mundial, bem como a Revolução Russa de 1917, permitiram o ressurgimento do movimento nacional ucraniano em prol da auto-determinação. Entre 1917 e 1920, diversos Estados ucranianos se declararam independentes: o Rada Central, o Hetmanato, o Diretório, a República Popular Ucraniana e a República Popular Ucraniana Ocidental. Contudo, a derrota daquela última na Guerra Polaco-Ucraniana e o fracasso polonês na Ofensiva de Kiev (1920) da Guerra Polaco-Soviética fizeram com que a Paz de Riga, celebrada entre a Polônia e os bolcheviques em março de 1921, voltasse a dividir a Ucrânia. A porção ocidental foi incorporada à nova Segunda República Polonesa e a parte maior, no centro e no leste, transformou-se na República Socialista Soviética Ucraniana em março de 1919, posteriormente unida à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, quando esta foi criada, em dezembro de 1922.

O ideal nacional ucraniano sobreviveu durante os primeiros anos sob os soviéticos. A cultura e a língua ucranianas conheceram um florescimento quando da adoção da política soviética de nacionalidades. Seus ganhos foram postos a perder com as mudanças políticas dos anos 1930.

A industrialização soviética teve início da Ucrânia a partir do final dos anos 1920, o que levou a produção industrial do país a quadruplicar nos anos 1930. O processo impôs um custo elevado ao campesinato, demograficamente a espinha dorsal da nação ucraniana. Para atender a necessidade de maiores suprimentos de alimentos e para financiar a industrialização, Stálin estabeleceu um programa de coletivização da agricultura pelo qual o Estado combinava as terras e rebanhos dos camponeses em fazendas coletivas. O processo era garantido pela atuação dos militares e da polícia secreta: os que resistiam eram presos e deportados. Os camponeses viam-se obrigados a lidar com os efeitos devastadores da coletivização sobre a produtividade agrícola e as exigências de quotas de produção ampliadas. Tendo em vista que os integrantes das fazendas coletivas não estavam autorizados a receber grãos até completaram as suas impossíveis quotas de produção, a fome tornou-se generalizada. Este processo histórico, conhecido como Holodomor (ou Genocídio Ucraniano), levou milhões de pessoas a morrer de fome.

Na mesma época, os soviéticos acusaram a elite política e cultural ucraniana de "desvios nacionalistas", quando as políticas de nacionalidades foram revertidas no início dos anos 1930. Duas ondas de expurgos (1929-1934 e 1936-1938) resultaram na eliminação de quatro-quintos da elite cultural da Ucrânia.

A Segunda Guerra Mundial

Soldados soviéticos preparando balsas para atravessar o rio Dnieper durante a Segunda Guerra Mundial, em 1943.

Durante a Segunda Guerra Mundial, alguns membros do subterrâneo nacionalista ucraniano lutaram contra nazistas e soviéticos, indistintamente, enquanto que outros colaboravam com ambos os lados. Em 1941, os invasores alemães e seus aliados do Eixo avançaram contra o Exército Vermelho. No cerco de Kiev, a cidade foi designada pelos soviéticos como "Cidade Heróica" pela feroz resistência do Exército Vermelho e da população local. Mais de 660 000 soldados soviéticos foram capturados ali.

De início, os alemães foram recebidos como libertadores por muitos ucranianos na Ucrânia Ocidental. Entretanto, o controle alemão sobre os territórios ocupados não se preocupou em explorar o descontentamento ucraniano com as políticas soviéticas; ao revés, manteve as fazendas coletivas, executaram uma política de genocídio contra judeus e de deportação para trabalhar na Alemanha. Dessa forma, a maioria da população nos territórios ocupados passou a opor-se aos nazistas.

As perdas totais civis durante a guerra e a ocupação alemã na Ucrânia são estimadas em entre cinco e oito milhões de pessoas, inclusive mais de meio milhão de judeus. Dos onze milhões de soldados soviéticos mortos em batalha, cerca de um-quarto eram ucranianos étnicos.

Reunificação e independência

Presidente ucraniano Leonid Kravtchuk e Boris Iéltsin assinando o Pacto de Belaveja, que tornava a Ucrânia independente.

Com o término da Segunda Guerra Mundial, as fronteiras da Ucrânia soviética foram ampliadas na direção oeste, unindo a maior parte dos ucranianos sob uma única entidade política. A maioria da população não-ucraniana dos territórios anexados foi deportada. Após a guerra, a Ucrânia tornou-se membro das Nações Unidas.

O colapso da União Soviética em 1991 permitiu a convocação de um referendo que resultou na proclamação da independência da Ucrânia.

Em 2004, a chamada Revolução Laranja encerra a era Leonid Kuchma, levando ao poder Viktor Yushchenko. Dois anos depois, Viktor Yanukovych ascende ao cargo de primeiro-ministro.

Geografia

Ver artigo principal: Geografia da Ucrânia
Mapa topográfico da Ucrânia.

Com uma área de 603 700 km², a Ucrânia é o 44° país do mundo em território, um pouco maior que o estado brasileiro de Minas Gerais ou que a soma das áreas da Espanha e de Portugal. É o segundo maior país da Europa, atrás da Rússia Europeia e à frente da França metropolitana.

A paisagem ucraniana é formada principalmente por planícies férteis ou estepes, e planaltos, atravessados por rios como o Dniepre, Donets, Dniéster e o rio Bug meridional, que correm na direção sul e escoam no Mar Negro e no pequeno Mar de Azov. A sudoeste, o delta do Danúbio serve de fronteira com a Romênia. Só se encontram montanhas a oeste, a cordilheira dos Cárpatos, cujo ponto culminante é o Hora Hoverla (2 061 m), e no sudeste da península da Crimeia, as cordilheiras.

O clima da Ucrânia é, em sua maior parte, temperado continental, embora se possa encontrar um clima mediterrâneo na costa meridional da Crimeia. A precipitação é maior no oeste e no norte e menor no leste e no sudeste. Os invernos são particularmente frios no interior; nos verões são particularmente quentes no sul.

As principais cidades do país (por população) são Kiev, Carcóvia, Dnipropetrovsk, Odessa, Donetsk, Zaporíjia e Lviv.

Demografia

Kiev, capital e maior cidade do país.

Conforme o censo ucraniano de 2001, os ucranianos étnicos somam 77,8% da população. As minorias incluem grupos étnicos significativos de russos (17,3%), romenos (0,8%), bielorrussos (0,6%), tártaros da Crimeia (0,5%), búlgaros (0,4%), húngaros (0,3%), poloneses (0,3%), judeus (0,2%), armênios (0,2%), gregos (0,2%) e tártaros (0,2%).

As regiões industriais a leste e sudeste são as mais densamente habitadas. Cerca de 67,2% da população vivem em área urbana.

O russo é amplamente falado, em especial no leste e no sul do país. Segundo o censo, 67,5% da população declararam falar o ucraniano como língua materna, contra 29,6% que falam o russo como primeira língua. Algumas pessoas usam uma mistura dos dois idiomas, enquanto que outras, embora declarem ter o ucraniano como língua materna, usam o russo correntemente. O ucraniano literário é mais usado na Ucrânia ocidental e central, enquanto que o russo predomina nas cidades da Ucrânia oriental e meridional. O governo promove uma política de "ucranização", com o emprego do ucraniano em escolas, repartições públicas e parte da mídia, normalmente às expensas do russo; no cotidiano, porém, as pessoas são livres para falar qualquer idioma. Na prática, a maioria da população é bilíngue ou trilíngue, como no caso dos Tártaros da Criméia, que vivem na região meridional da Ucrânia, empregando o tártaro, o ucraniano e também podendo empregar o russo.

A significativa minoria romena e moldávia localiza-se principalmente no Oblast de Chernivtsi.

Devido aos baixos salários e ao desemprego, houve considerável grau de emigração a partir do final dos anos 1990. Embora as estimativas variem, cerca de dois a três milhões de ucranianos residem e trabalham no exterior, em sua maior parte ilegalmente.

Segundo estimativas[2] da Embaixada da Ucrânia em Brasília, há cerca de 500 000 ucranianos e seus descendentes no Brasil, concentrados principalmente no estado do Paraná (90%), provenientes de duas levas de emigração, a primeira no final do século XIX, para trabalhar na agricultura, e a segunda no início do século XX, como mão-de-obra na construção ferroviária.

Em Portugal, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras divulgou em 2001 que há 40 000 ucranianos no país. Mas este número pode ser superior, já que existem imigrantes ilegais. A imigração ucraniana tem sido importante para aumentar a população jovem de Portugal e preencher postos de trabalho que a maioria dos portugueses prefere não ocupar. A maioria dos ucranianos - muitos com educação superior - trabalha em obras públicas e em serviços de limpeza. Portugal já reconhece diplomas ucranianos [carece de fontes?].


Religião

A Catedral de Santa Sofia de Kiev, um Património Mundial pela UNESCO.

A religião predominante na Ucrânia é o cristianismo ortodoxo oriental, atualmente dividido em três denominações:

Em segundo lugar, bem mais atrás, vem a igreja greco-católica ucraniana de rito oriental, que mantém uma tradição espiritual e litúrgica semelhante à da ortodoxia oriental, mas está em comunhão com a Igreja Católica Apostólica Romana e reconhece a primazia do Papa. Há grupos menores de católicos romanos, protestantes, judeus e muçulmanos. Segundo os resultados do censo de 2001, a população dividia-se da seguinte maneira:[4]

Mas, um outro censo indica que a população está dividida da seguinte maneira:[5]

Política

Ficheiro:Verkhovna Rada Ukrainy.jpg
Verkhovna Rada, o parlamento da Ucrânia.

A Ucrânia é uma república com um sistema de governo semi-presidencial e poderes legislativo, executivo e judiciário separados. O presidente da república é eleito pelo voto direto e detém as funções de chefe de Estado. O primeiro-ministro é designado e demitido pelo parlamento, chamado Verkhovna Rada, com 450 assentos. O parlamento também designa o gabinete. O presidente indica os chefes dos governos regionais e distritais, com a anuência do primeiro-ministro.

As leis, decisões do parlamento e do gabinete, decretos presidenciais e decisões do parlamento da República Autônoma da Crimeia podem ser anuladas pelo Tribunal Constitucional da Ucrânia em caso de violação da constituição do país. Outros atos normativos estão sujeitos a apreciação judicial. O Supremo Tribunal da Ucrânia é o principal órgão judicial da Justiça comum.

O auto-governo local é oficialmente garantido; as câmaras de vereadores e os prefeitos municipais são eleitos pelo voto direto e controlam o orçamento local.

Há um grande número de partidos políticos organizados na Ucrânia, muitos dos quais possuem pequeno número de membros e são desconhecidos do público. As agremiações pequenas usualmente se unem em coalizões para participar das eleições parlamentares.

Subdivisões

Mapa político da Ucrânia.
Ver artigo principal: Subdivisões da Ucrânia

A Ucrânia é subdividida em 24 províncias (oblasts) e em uma república autônoma (a Crimeia, com estatuto semelhante ao das regiões autônomas portuguesas dos Açores e da Madeira). Adicionalmente, duas cidades têm um estatuto especial.

Economia

Ver artigo principal: Economia da Ucrânia
Centro financeiro de Dnipropetrovsk.

Considerada um mercado livre emergente, a economia da Ucrânia é uma das maiores do mundo, com um PIB que vem crescendo recentemente ao ritmo de 2 dígitos ao ano. Anteriormente uma importante região industrial e agrícola da União Soviética, a economia ucraniana passou por fortes flutuações nos anos 1990, inclusive hiperinflação e quedas drásticas na produção econômica.

Após a independência, a falta de reformas estruturais significativas tornou a economia ucraniana vulnerável a choques externos. A partir de 1991, o governo liberalizou a maior parte dos preços e instituiu um quadro normativo para as privatizações, mas uma resistência generalizada, proveniente de dentro do governo, frustrou as reformas e levou até mesmo a uma piora da situação: a produção em 1999 havia caído para menos de 40% do nível de 1991. Uma política monetária temerária causou hiperinflação no final de 1993.

O PIB de 2000 apresentou crescimento forte, devido às exportações, com índice de 6% - positivo pela primeira vez desde a independência; a produção industrial cresceu 12,9%. A economia continuou a expandir-se em 2001, com um crescimento real do PIB da ordem de 9% e aumento da produção industrial de mais de 14%. O desempenho favorável baseou-se na demanda interna alta e na crescente confiança do consumidor e do investidor. O crescimento econômico acelerado no período 2002-2004 deve-se em grande medida a um pico de exportações de aço para a China.

Prédio do Banco Nacional da Ucrânia.

O atual governo prometeu reduzir o número de repartições públicas, simplificar o processo regulatório, criar um ambiente jurídico que incentive a livre iniciativa e aprovar uma reforma tributária abrangente. As reformas estruturais e a privatização das terras prosseguem com dificuldade. Instituições externas - particularmente o FMI - têm procurado incentivar a Ucrânia a acelerar o ritmo e o escopo das reformas e têm ameaçado retirar o apoio financeiro.

Legado de seu passado soviético, a Ucrânia hoje depende das fontes de energia russas, em especial gás natural, embora venha tentando diversificar a sua matriz energética. É, contudo, autossuficiente em termos de produção elétrica, devido a usinas nucleares e hidrelétricas.

Em 2005, a Ucrânia foi o sétimo maior produtor de aço do mundo. No setor de manufaturados, o país fabrica equipamentos metalúrgicos, locomotivas a diesel, tratores e automóveis. A Ucrânia possui uma enorme base industrial de alta tecnologia, inclusive grande parte das antigas indústrias soviéticas de eletrônicos, armamentos e artigos espaciais, embora estes setores sejam estatais e sofram com dificuldades na área de administração de negócios.

O país é um grande produtor de trigo, açúcar, carne e laticínios.

Segundo estimativas, o PIB da Ucrânia totalizou US$ 81 bilhões (cálculo nominal) ou US$ 355 bilhões (PPC) em 2006.

Infraestrutura

Malha rodoviária da Ucrânia.

A maior parte da infra-estrutura é do tempo da União Soviética. A malha rodoviária engloba todas os centros mais populosos, mas é considerada de baixa qualidade para os padrões europeus.[6] No total, as estradas pavimentadas são no total 164.732 quilômetros.[7]

O transporte ferroviário na Ucrânia, conecta quase todas as áreas urbanas e transporta cargas. A maior concentração de ferrovias está na região de Donbass. Apesar disso, o valor da carga transportada por ferrovias caiu em 7.4% em 1995 em comparação com 1994. A Ucrânia continua sendo um dos países que mais usam a malha ferroviária.[8] O valor total de ferrovias é de 22.473 quilômetros, sendo que 9250 km é eletrificado.[7]

A Ucrânia é um dos países europeus que mais consome energia, consome o dobro de energia consumida na Alemanha, por unidade do PIB.[9] Uma grande parte da energia produzida no país é por meio de usinas nucleares, e a Ucrânia recebe a maioria dos serviços e combustíveis nucleares da Rússia. O petróleo e o gás, são na maioria importados da Rússia. A Ucrânia é pesadamente dependente de sua energia nuclear. A maior usina nuclear na Europa, a Usina Nuclear de Zaporijia, é localizada na Ucrânia. Em 2006, o governo planejou construir novos reatores pelo ano 2030, em efeito, dobrando o atual valor de produção de energia.[10] Fontes de energia renováveis desempenham um papel muito modesto na produção elétrica. Em 2005, a produção energética foi cumprida pelas seguintes fontes: nuclear (47%), térmica (45%), hidrelétricas e outros (8%).[11]

Cultura

Artesanato

O artesanato da Ucrânia tem longa tradição e é de notável complexidade. Dos bordados, xilogravura, pintura de bonecas e de ovos típicos chamados pêssanka.

A Cultura da Ucrânia é extremamente vasta. A música, a cozinha, etc., foram influenciados pelos países vizinhos criando assim uma grande diversidade.

Gastronomia

Nos pratos ucranianos estão presentes o frango, a carne de vaca, a carne de porco e os cogumelos, bem como uma grande variedade de legumes como batatas e couves. Na cozinha tradicional estão incluídos a massa vareneki, a famosa sopa borsch, de beterraba, e o holopty, folhas de repolho recheadas. As especialidades ucranianas são o Frango à Kiev e o bolo de Kiev.

As bebidas ucranianas são semelhantes em relação ao resto da Europa, destacando-se a horilka.

Esportes

Ficheiro:Olimpiyskiy Stadium 2012.jpg
O Estádio Olímpico de Kiev, reformado para abrigar jogos da Eurocopa.

A Ucrânia foi a sede da passada Eurocopa 2012, a máxima competição de futebol entre seleções da Europa. Trata-se de uma candidatura conjunta com sua vizinha Polônia. Será o primeiro grande evento esportivo disputado na Ucrânia depois da sua independência. Quando fazia parte da URSS, Kiev sediou uma partida de futebol nos Jogos Olímpicos de Moscovo em 1980. Os clubes de futebol mais conhecidos do país são Shakhtar Donetsk e Dínamo de Kiev.

Feriados
1 de Janeiro Ano Novo
7 de Janeiro Natal
8 de Março Dia Internacional da Mulher
1 e 2 de Maio Dia Internacional do Trabalho
9 de Maio Dia da Vitória
28 de Junho Dia da Constituição
24 de Agosto Independência da Ucrânia
Festa Móvel Páscoa
Festa Móvel Trindade

Referências

  1. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), ed. (14 de março de 2013). «Relatório de Desenvolvimento Humano 2013 – Ascensão do Sul: progresso humano num mundo diversificado» (PDF). Consultado em 15 de março de 2013 
  2. [1]
  3. http://www.geonames.org/UA/largest-cities-in-ukraine.html
  4. «Religiões na Ucrânia» 
  5. «NationMaster - Ukrainian Religison statistics» 
  6. «Ukraine Infrastructure-Power-and-Communications». National Economies Encyclopedia  Parâmetro desconhecido |accessdata= ignorado (|acessodata=) sugerido (ajuda)
  7. a b «Ukraine - CIA World Factbook (December 13, 2007). Retrieved on 2007-12-24.» 🔗 
  8. «Transportation in Ukraine». U.S. Government Printing Office  Parâmetro desconhecido |accessdata= ignorado (|acessodata=) sugerido (ajuda)
  9. Energy Publisher. = 11203 «Ukraine: Energy Profile» Verifique valor |url= (ajuda). Energy and Environment  Parâmetro desconhecido |accessdata= ignorado (|acessodata=) sugerido (ajuda)
  10. «Nuclear Power in Ukraine». Uranium Information Centre  Parâmetro desconhecido |accessdata= ignorado (|acessodata=) sugerido (ajuda)
  11. «Nuclear Power in Ukraine - Uranium Information Centre. Retrieved on 2007-12-22.» 

Ver também

Ligações externas

Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Ucrânia

Predefinição:Bom interwiki Predefinição:Bom interwiki Predefinição:Link FA Predefinição:Link FA Predefinição:Link FA