Ramez Tebet
Ramez Tebet | |
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Senador Ramez Tebet | |
Senador por Mato Grosso do Sul | |
Período | 1 de fevereiro de 1995 até 17 de novembro de 2006 (50ª à 52ª legislaturas) |
61° Presidente do Senado Federal do Brasil | |
Período | 20 de setembro de 2001 até 1 de fevereiro de 2003 |
Antecessor(a) | Edison Lobão |
Sucessor(a) | José Sarney |
5° Governador do Mato Grosso do Sul | |
Período | 14 de maio de 1986 até 15 de março de 1987 |
Antecessor(a) | Wilson Barbosa Martins |
Sucessor(a) | Marcelo Miranda Soares |
30° Prefeito de Três Lagoas | |
Período | 3 de maio de 1975 até 5 de agosto de 1978 |
Antecessor(a) | Hélio Congro |
Sucessor(a) | Altair Cabral Tranin |
Dados pessoais | |
Nascimento | 7 de novembro de 1936 Três Lagoas, MS |
Morte | 17 de novembro de 2006 (70 anos) Campo Grande, MS |
Nacionalidade | Brasileira |
Ramez Tebet (Três Lagoas, 7 de novembro de 1936 — Campo Grande, 17 de novembro de 2006) foi um advogado e político brasileiro de origem libanesa, tendo sido prefeito de Três Lagoas, governador de Mato Grosso do Sul, e senador. Presidiu o Senado Federal entre 2001 e 2003.
Biografia
Filho de Taufic Tebet e Angelina Jaime Tebet, vindo de uma tradicional família árabe-brasileira[1] de Três Lagoas, próxima a outras famílias como a de Martins Rocha. Ramez Tebet formou-se em Direito pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1959[2].
Casado com Fairte Nassar Tebet, teve os seguintes filhos: Simone, advogada e Vice Governadora de Mato Grosso do Sul de 2011 a 2015; Eduarda, médica; e os gêmeos Rodrigo, professor, e Ramez, também advogado.
Entre 1961 e 1964 Ramez exerceu o cargo de promotor público em sua cidade natal, Três Lagoas. Nos anos seguintes, dividiu-se entre a advocacia e o magistério.
Política
- Primeiros anos
Em 1975 foi nomeado prefeito de sua cidade natal. Como prefeito, suas maiores obras em Três Lagoas foram: a rodoviária municipal e o Ginásio de Esportes Cacilda Acre. Deixou o cargo ao ser empossado como secretário de Justiça do estado de Mato Grosso do Sul.
No ano seguinte, tornou-se deputado estadual na primeira legislatura, da então recém-nascida, Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Nesses anos como deputado estadual, foi o relator da constituinte e participou ativamente dos trabalhos de elaboração da primeira Constituição do estado.
Deixou a Assembleia Legislativa para ocupar a vaga de vice-governador de Wilson Barbosa Martins (PMDB) na chapa que seria eleita para governar o Estado na primeira eleição direta para os governos estaduais desde a implantação da ditadura militar. Em 14 de março de 1986, quando Wilson se afastou para concorrer ao Senado, Ramez assumiu o governo. Seu mandato se estendeu até 15 de março de 1987, quando deu a posse ao sucessor Marcelo Miranda (PMDB).
Entre 1987 e 1989 atuou como Superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste, no Sudeco.
- Ministro da Integração e presidente do Senado
Em 1994 foi eleito senador.
Destacou-se no Senado brasileiro na presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito - que investigou o Poder Judiciário - e do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado. À frente desses cargos, investigou o episódio da quebra do sigilo do painel eletrônico do Senado em 2001 e o esquema de desvio de verbas da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM). Assim, levou à inédita cassação de um senador - Luís Estêvão, em 2000 - e à renúncia de outros três - Antônio Carlos Magalhães (PFL – BA), Jader Barbalho (PMDB-PA) e José Roberto Arruda (PSDB-DF).
Em junho de 2001, Ramez Tebet foi nomeado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso como ministro da Integração Nacional, mas permaneceu no cargo somente três meses. Em setembro de 2001, com a renúncia de Jader Barbalho, um amplo acordo político de emergência resultou na saída de Ramez do ministério para ser eleito presidente do Senado, posição que ocupou até 1 de fevereiro de 2003, tendo dado no dia 1º de janeiro daquele ano posse ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva
Em 2002 foi reeleito com a maior votação já obtida por um político de Mato Grosso do Sul - mais de setecentos e trinta mil votos. Nessa legislatura, esteve envolvido com temas importantes da agenda política nacional, como a Reforma Tributária. Foi, também, o relator da nova Lei de Falências.
Últimos anos
Na década de 1980, curou-se de um câncer no esôfago. Em 2004 o câncer reapareceu e Ramez lutou contra ele até seu falecimento, dois anos depois.
Quando de sua morte, era senador em segundo mandato pelo PMDB e titular das duas comissões mais poderosas do Senado, a Comissão de Constituição e Justiça e a Comissão de Assuntos Econômicos. Seu mandato no Senado Federal terminaria em 2011 e foi substituído por seu primeiro suplente, Válter Pereira.
Em seu velório, no Ginásio de Esportes Cacilda Acre, estiveram presentes Luiz Inácio Lula da Silva; o deputado federal Michel Temer, presidente nacional do PMDB; e os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) ; Pedro Simon (PMDB-RS) ; Arthur Virgílio (PSDB-AM); e Delcídio Amaral (PT-MS); além de grande multidão de Três Lagoas. Foi enterrado em 18 de novembro de 2006 no cemitério Santo Antônio em sua cidade natal de Três Lagoas.
Herança política
Segundo o senador Pedro Simon (PMDB-RS), Tebet havia sido uma das pessoas “mais corretas, mais dignas” que havia encontrado na vida pública. Ainda, apoiado pelos senadores Paulo Paim (PT – RS) e Mozarildo Cavalcanti (PTB – RR), disse que “nunca houve um problema nesta Casa (o Senado) sem que Tebet procurasse ajudar”. Citou, também, um exemplo de dedicação de Tebet: estando o último lutando contra o câncer, saiu do hospital diretamente para o Senado para discursar, mesmo fragilizado.
Ramez Tebet tinha a filosofia de que o Centro-Oeste era uma das mais importantes fronteiras para garantir o desenvolvimento sustentável do Brasil, pelas imensas potencialidades ainda não desenvolvidas de sua terra e de sua gente. Esse objetivo de desenvolver a região e, assim, o Brasil, foi o centro de toda a sua atividade pública, pelo que ele sempre trabalhou.
Deixa, assim, seguidores no palco da política.
Sua filha Simone tornou-se a portadora do legado político do pai. Eleita deputada estadual por Mato Grosso do Sul em 2002, em 2004 deixou a Assembleia para disputar a prefeitura treslagoense, que nos anos 70 foi administrada pelo pai. Venceu a eleição. Dos quatro filhos de Ramez, a advogada Simone é a única que enveredou pela militância política.
Ainda, um dos afilhados políticos do senador foi André Puccinelli (PMDB), governador de Mato Grosso do Sul por dois mandatos consecutivos (2007—2015), que começou a militar na política nos anos 70 pelas mãos de Ramez.
Referências
- ↑ «Dinheiro, diploma e voto: a saga da imigração árabe». Veja. 4 de outubro de 2000. Consultado em 20 de abril de 2014
- ↑ «Senado Federal - Brasil - Portal Senadores». www.senado.gov.br. Consultado em 30 de novembro de 2015
Ligações externas
- «Página no senado»
- «Página pessoal»
- Citações referentes a Ramez Tebet em matérias de jornais que tratam sobre corrupção e o seu combate Obs.: o fato de a pessoa ser citada em algum artigo que trata de corrupção não significa necessariamente que ela esteja envolvida nem sendo acusada.
Precedido por Hélio Congro |
Prefeito de Três Lagoas 2 de maio de 1975 — 5 de agosto de 1978 |
Sucedido por Altair Cabral Tranin |
Precedido por Wilson Barbosa Martins |
Governador de Mato Grosso do Sul 14 de março de 1986 — 15 de março de 1987 |
Sucedido por Marcelo Miranda Soares |
Precedido por Edison Lobão |
Presidente do Senado Federal do Brasil 2001 — 2003 |
Sucedido por José Sarney |