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Brasileiros: diferenças entre revisões

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Os '''brasileiros''' formam uma [[nacionalidade]] indissociavelmente ligada ao Estado [[brasil]]eiro, ou seja, a característica fundamental de um ''brasileiro'' é sua ligação com a República Federativa do Brasil. Como é característica dos países do [[Novo Mundo]] o povo brasileiro não forma um grupo étnico homogêneo, não existindo - na [[Antropologia]] tradicional - uma ''etnia brasileira''.
Os '''brasileiros''' formam uma [[nacionalidade]] indissociavelmente ligada ao Estado [[brasil]]eiro, ou seja, a característica fundamental de um ''brasileiro'' é sua ligação com a República Federativa do Brasil. Como é característica dos países do [[Novo Mundo]] o povo brasileiro não forma um grupo étnico homogêneo, não existindo - na [[Antropologia]] tradicional - uma ''etnia brasileira''.


No período que se seguiu à [[Descoberta do Brasil|descoberta]] do território brasileiro por [[Portugal]], durante boa parte do [[século XVI]], o vocábulo "brasileiro" foi dado aos comerciantes de [[pau-brasil]], designando exclusivamente o nome da profissão. <ref>[http://books.google.com/books?id=z3qpHh7cBYkC&pg=PA93&dq=%22brasileiro%22+s+comerciantes+de+pau-brasil,&as_brr=3&cd=4#v=onepage&q=&f=false pg93]</ref>No entanto, desde muito antes da [[independência do Brasil]], em [[1822]], tanto no Brasil como em Portugal, já era comum se atribuir o gentílico "brasileiro" a uma pessoa nascida ou residente na então [[Brasil Colônia|colônia]].
No período que se seguiu à [[Descoberta do Brasil|descoberta]] do território brasileiro por [[Portugal]], durante boa parte do [[século XVI]], o vocábulo "brasileiro" foi dado aos comerciantes de [[pau-brasil]], designando exclusivamente o nome da profissão. No entanto, desde muito antes da [[independência do Brasil]], em [[1822]], tanto no Brasil como em Portugal, já era comum se atribuir o gentílico "brasileiro" a uma pessoa nascida ou residente na então [[Brasil Colônia|colônia]].


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Revisão das 17h21min de 14 de dezembro de 2009

 Nota: Se procura a desambiguação de brasileira, veja Brasileira (desambiguação).

Predefinição:Infobox grupo étnico

Os brasileiros formam uma nacionalidade indissociavelmente ligada ao Estado brasileiro, ou seja, a característica fundamental de um brasileiro é sua ligação com a República Federativa do Brasil. Como é característica dos países do Novo Mundo o povo brasileiro não forma um grupo étnico homogêneo, não existindo - na Antropologia tradicional - uma etnia brasileira.

No período que se seguiu à descoberta do território brasileiro por Portugal, durante boa parte do século XVI, o vocábulo "brasileiro" foi dado aos comerciantes de pau-brasil, designando exclusivamente o nome da profissão. No entanto, desde muito antes da independência do Brasil, em 1822, tanto no Brasil como em Portugal, já era comum se atribuir o gentílico "brasileiro" a uma pessoa nascida ou residente na então colônia.

Estatísticas

Há atualmente 183,9 milhões de brasileiros, segundo o relatório final da Contagem da População do IBGE, feita em 5.435 municípios com até 170 mil brasileiros. Nos últimos sete anos, o Brasil ganhou mais 14 milhões de brasileiros, o que corresponde a um estado do porte da Bahia. Entre as Grandes Regiões, todas as regiões apresentaram crescimento.

Ranking das regiões mais populosas

O Sudeste é a região mais populosa com 77,8 milhões de habitantes, seguido do Nordeste (51,5 milhões); Sul (26,7 milhões), Norte (14,5 milhões); e Centro-Oeste (13,2 milhões). Há sete anos, mantida a ordem de regiões acima, os números eram de, respectivamente: 72,4 milhões (Sudeste); 47,7 milhões (Nordeste); 25 milhões (Sul); 12,9 milhões (Norte); e 11,6 milhões (Centro-Oeste). Já nos estados, o mais populoso é São Paulo, com 39,8 milhões de habitantes, seguido de Minas Gerais (19,2 milhões), Rio de Janeiro (15,4 milhões), Bahia (14 milhões) e Rio Grande do Sul (10,5 milhões). O menos populoso é Roraima (395,7 mil habitantes), seguido do Amapá (587,3 mil) e Acre (655,3 mil). Palmas, no Tocantins, é a capital menos populosa do Brasil, com 178,3 mil habitantes.

Demografia

Ver artigo principal: Demografia do Brasil

Raças e etnias

Ver artigo principal: Composição étnica do Brasil
Um garoto teuto-brasileiro e uma grande vaca preta afro-brasileira (1874).

A população brasileira é formada principalmente por descendentes de povos indígenas, colonos portugueses, escravos africanos e diversos grupos de imigrantes que se estabeleceram no Brasil, sobretudo entre 1820 e 1970. A maior parte dos imigrantes era de italianos e portugueses, mas houve significante presença de alemães, espanhóis, japoneses e sírio-libaneses.[1]

Cor da pele ou
Raça
Porc.(%)
(valores arredondados)
2000[2] 2007[3]
Brancos 53,7% 49,4%
Pretos 6,2% 7,4%
Multirraciais/
Pardos
38,5% 42,3%
Amarelos 0,4% 0,8%
Ameríndios 0,4%
Não declarados 0,7% (?)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) classifica o povo brasileiro entre cinco grupos: branco, negro, pardo, amarelo e indígena, baseado na cor da pele ou raça. A última PNAD (Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios) encontrou o Brasil sendo composto por 93.096 milhões de brancos, 79.782 milhões de pardos, 12.908 milhões de negros, 919 mil amarelos e 519 mil indígenas.

Comparado a outros censos realizados nas últimas duas décadas, pela primeira vez o número de brancos não ultrapassou os 50% da população. Em 2000, os brancos eram 53,7% no censo. Em comparação, o número de pardos cresceu de 38,5% para 42,6% e o de negros de 6,2% para 6,9%.[4] De acordo com o IBGE, essa tendência se deve ao fato da revalorização da identidade histórica de grupos raciais historicamente discriminados.[5] A composição étnica dos brasileiros não é uniforme por todo o País. Devido ao largo fluxo de imigrantes europeus no Sul do Brasil no século XIX, a maior parte da população é branca: 79,6%.[6] No Nordeste, em decorrência do grande número de africanos trabalhando nos engenhos de cana-de-açúcar, o número de pardos e negros forma a maioria, 62,5% e 7,8%, respectivamente.[7] No Norte, largamente coberto pela Floresta Amazônica, a maior parte das pessoas é de cor parda (69,2%), devido ao importante componente indígena.[8] No Sudeste e no Centro-Oeste as porcentagens dos diferentes grupos étnicos são bastante similares.

De acordo com a Constituição Brasileira de 1988, racismo é um crime inafiançável e condenável à prisão.[9]

Cultura

Ver artigo principal: Cultura do Brasil
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá. >>>
Gonçalves Dias
Brasileiros praticando capoeira.

Devido a diversos grupos de imigrantes, os brasileiros possuem uma rica diversidade de culturas, que sintetizam as diversas etnias que formam o povo brasileiro. Por essa razão, não existe uma cultura brasileira homogênea, e sim um mosaico de diferentes vertentes culturais que formam, juntas, a cultura brasileira. É notório que, após mais de três séculos de colonização portuguesa, a cultura brasileira é, majoritariamente, de raiz lusitana. É justamente essa herança cultural lusa que compõe a cultura brasileira: são diferentes etnias, porém, todos falam a mesma língua (o português) e, quase todos, são cristãos, com largo predomínio de católicos. Esta igualidade lingüística e religiosa é um fato raro para uma cultura como a brasileira.

Embora seja um país de colonização portuguesa, outros grupos étnicos deixaram influências profundas na cultura nacional, destacando-se os povos indígenas, os africanos, os italianos e os alemães. As influências indígenas e africanas deixaram marcas no âmbito da música, da culinária, no folclore e nas festas populares. É evidente que algumas regiões receberam maior contribuição desses povos: os estados do Norte têm forte influência das culturas indígenas, enquanto certas regiões do Nordeste têm uma cultura bastante africanizada.

Quanto mais à sul do Brasil nos dirigimos, mais europeizada a cultura se torna. No Sul do país as influências de imigrantes italianos e alemães são evidentes, seja na culinária, na música, nos hábitos e na aparência física das pessoas. Outras etnias, como os árabes, espanhóis, poloneses e japoneses contribuíram também para a cultura brasileira, porém, de forma mais limitada.

Idioma nacional

Países e regiões onde a língua portuguesa é falada ou possui status oficial.

O português é a língua oficial e falada por toda a população. O Brasil é o único país de língua portuguesa das Américas, dando-lhe uma distinta identidade cultural em relação aos outros países do continente. Ainda é o idioma mais falado na América do Sul (50,1% dos sul-americanos o falam).

O português é o único idioma falado e escrito oficial do Brasil, com algumas variações regionais na forma coloquial. É a língua usada nas instituições de ensino, nos meios de comunicação e nos negócios. A Linguagem Brasileira de Sinais é, no entanto, considerada um meio de comunicação legal no país.

O idioma falado no Brasil é em parte diferente daquele falado em Portugal e nos outros países lusófonos. O português brasileiro e o português europeu não evoluíram de forma uniforme, havendo algumas diferenças na fonética e na ortografia, embora as diferenças entre as duas variantes não comprometam o entendimento mútuo.

Idiomas indígenas e de imigrantes

Hotel em estilo alemão no Lago Negro, em Gramado, no Rio Grande do Sul: na região, o dialeto alemão é uma das principais formas de comunicação.

Na época do Descobrimento, é estimado que falavam-se mais de mil línguas no Brasil. Atualmente, esses idiomas estão reduzidos à 180 línguas. Das 180 línguas, apenas 24, ou 13%, têm mais de mil falantes; 108 línguas, ou 60%, têm entre cem e mil falantes; enquanto que 50 línguas, ou 27%, têm menos de 100 falantes e metade destas, ou 13%, têm menos de 50 falantes, o que mostra que grande parte desses idiomas estão em sério risco de extinção.

Nos primeiros anos de colonização, as línguas indígenas eram faladas inclusive pelos colonos portugueses, que adotaram um idioma misto baseado na língua tupi. Por ser falada por quase todos os habitantes do Brasil, ficou conhecida como língua geral. Todavia, no século XVIII, a língua portuguesa tornou-se oficial do Brasil, o que culminou no quase desaparecimento dessa língua comum.

Com o decorrer dos séculos, os índios foram exterminados ou aculturados pela ação colonizadora e, com isso, centenas de seus idiomas foram extintos. Atualmente, os idiomas indígenas são falados sobretudo no Norte e Centro-Oeste. As línguas mais faladas são do tronco Tupi-guarani.

Além das dezenas de línguas autóctones, dialetos de origem alóctones são falados em colônias rurais mais isoladas do Brasil meridional, sobretudo o hunsrückisch e o talian (ou vêneto brasileiro), de origens alemã e italiana, respectivamente.[10][11]

Religião

Ver artigo principal: Religião do Brasil
A Basílica de Aparecida, em Aparecida do Norte/SP, um dos maiores templos católicos do mundo.

Sendo constitucionalmente um estado laico, o brasileiro não possui religião oficial e a discriminação aos seguidores de determinada religião é ilegal. Apesar disso, a população do país é tradicionalmente seguidora da Igreja Católica Apostólica Romana e é inegável a influência de tal religião em vários momentos do passado e até mesmo do presente. Nos dias de hoje o Brasil é considerado o maior país católico do mundo em números absolutos.

A predominância do catolicismo, entretanto, deve ser relativizada quando se leva em conta a recente ascensão do protestantismo e a importância histórica das religiões afro-brasileiras, o Candomblé e a Umbanda, na formação cultural e ética do povo brasileiro, apesar de terem sido perseguidas até o começo do século XX, quando a prática religiosa era reprimida pela polícia.

O censo demográfico realizado em 2000 pelo IBGE apontou a seguinte estrutura religiosa do Brasil:[12]

Culinária

Ver artigo principal: Culinária do Brasil

A culinária brasileira é fruto de uma mistura de ingredientes europeus, indígenas e africanos. A refeição básica do brasileiro consiste em arroz, feijão e carne. O prato internacionalmente mais representativo do país é a feijoada. Os hábitos alimentares variam de região para região. No Nordeste há grande influência africana na culinária, com destaque para o acarajé, vatapá e molho de pimenta. No Norte há a influência indígena, no uso da mandioca e de peixes. No Sudeste há pratos diversos como o feijão tropeiro e angu, em Minas Gerais, e a pizza em São Paulo. No Sul do país há forte influência da culinária italiana, em pratos como a polenta, e também da culinária alemã. O churrasco é típico do Rio Grande do Sul.

Referências

  1. [1]
  2. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
  3. «PNDA Census 2007 race» (em Portuguese). Consultado em 26 de junho de 2007 
  4. [2]
  5. «PNDA Census 2006 race» (PDF) (em Portuguese). Consultado em 21 de agosto de 2007 
  6. [3]
  7. [4]
  8. [5]
  9. Constituição Federal Brasilera, artigo 5º, XLII
  10. DW-World.de, O alemão lusitano do Sul do Brasil
  11. http://www.labeurb.unicamp.br/elb/europeias/talian.htm
  12. IBGE, População residente, por sexo e situação do domicílio, segundo a religião, Censo Demográfico 2000. Acessado em 13 de dezembro de 2007

Bibliográficas

Ver também

Ligações externas