Confrontos entre Siderúrgica e Villa Nova no futebol

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Siderúrgica vs. Villa Nova

Jogo disputado no Estádio Antônio Carlos, em 1938
Informações gerais
Siderúrgica 48 vitória(s), 213 gol(s)
Villa Nova 51 vitória(s), 224 gol(s)
Empates 19
Total de jogos 118
Total de gols 437
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Os confrontos entre o Esporte Clube Siderúrgica, de Sabará, e o Villa Nova Atlético Clube, de Nova Lima, constituíram uma importante rivalidade do futebol mineiro, a qual envolvia os maiores campeões estaduais fora de Belo Horizonte. Desde a desativação do departamento profissional de futebol do Siderúrgica em 1967[1], os clubes jamais se enfrentaram novamente.

História[editar | editar código-fonte]

Início[editar | editar código-fonte]

O Villa Nova foi fundado em 28 de junho de 1908, com o nome de Villa Nova Athletic Club, por trabalhadores ingleses da Saint John Del Rey Mining Company Limited, sendo o segundo clube mineiro mais antigo em atividade[2]. O Siderúrgica teve uma origem semelhante, fundado no dia 31 de maio de 1930, por iniciativa de funcionários da Usina Siderúrgica Belgo-Mineira, sendo a Companhia patrocinadora do Clube, empenhando-se para o aprimoramento dos diversos departamentos deste, principalmente seu quadro de atletas profissionais.[3]

No dia 9 de abril de 1933, os dois times se enfrentaram pela primeira vez, em um amistoso disputado em Sabará, no qual a equipe nova-limense venceu por 5 a 0.[4]

Destaque estadual[editar | editar código-fonte]

No Campeonato Mineiro de 1937, Siderúrgica e Villa Nova decidiram o título após um empate em números de pontos na primeira fase. O primeiro jogo ocorreu em Nova Lima, com vitória do Villa por 3 a 1. Na segunda partida, na Praia do Ó, o Esquadrão de Aço venceu por 3 a 0. No terceiro jogo, também em Sabará, o Siderúrgica venceu o rival por 1 a 0 e se sagrou campeão pela primeira vez, sendo o gol do título anotado por Arlindo.[3][5]

Na década de 1930, o Siderúrgica conquistou um título estadual e foi vice-campeão duas vezes, enquanto o Villa Nova foi tetracampeão mineiro e vice em uma oportunidade. Os clubes, de cidades vizinhas e estádios separados por menos de 20 km, se tornaram as principais forças mineiras fora da capital, protagonizando um clássico de grande equilíbrio em confrontos diretos.[4] O hino do Siderúrgica chegava a citar os rivais de Nova Lima, no verso "Não tem galo, nem raposa, nem leão".[3]

Na final do Campeonato Mineiro de 1951, entre Atlético e Villa Nova, essa rivalidade motivou o Galo a propor à Federação para que o último jogo da decisão acontecesse na Praia do Ó. Enquanto buscava a anulação do terceiro jogo, interrompido aos 24 minutos do segundo tempo, o Atlético Mineiro insistia na marcação de outra partida em Sabará, na casa do Siderúrgica — maior rival do Leão na época — para contar com a simpatia dos torcedores locais, além dos seus próprios, a fim de pressionar os nova-limenses. Os últimos 21 minutos da decisão acabaram realmente acontecendo na Praia do Ó, porém, com portões fechados. O Villa Nova acabou se sagrando pentacampeão mineiro no estádio do Siderúrgica.[6][7]

Fim do clássico[editar | editar código-fonte]

Endividado pelos gastos para a campanha do título mineiro de 1964, o Siderúrgica perdeu o apoio financeiro da Belgo-Mineira em 1967. O Esquadrão de Ferro pediu licenciamento à Federação Mineira de Futebol e foi rebaixado no Campeonato Mineiro após o término da edição de 1966[8], posteriormente extinguindo seu departamento de futebol profissional.[1][3] Décadas depois, tentou retornar ao cenário do futebol profissional algumas vezes, disputando o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão em 1993, 1997, 2007, 2011, 2012, 2015 e 2016. Entretanto, o Sidera não obteve o acesso em nenhuma das oportunidades.

A última partida entre o Leão e a Tartaruga aconteceu pelo Campeonato Mineiro de 1966, com vitória alvirrubra por 1 a 0 em casa.[4]

Estatísticas[editar | editar código-fonte]

  • Segundo o site Futebol80, o confronto aconteceu 118 vezes, nas quais o Villa venceu 51, o Siderúrgica, 48 e 19 terminaram empatadas. Foram marcados 224 gols pelos alvirrubros e 213 pelos alvi-anis. Excluindo-se jogos pelo Torneio Início, foram 113 jogos, com 50 vitórias do Villa Nova, 47 vitórias do Siderúrgica e 16 empates. Sendo 223 gols marcados pelo Leão e 212 pelo Esquadrão.[4]
  • Segundo o Almanaque do Leão do Bonfim (1908-2010) de 2011, escrito pelo jornalista e pesquisador Wagner Augusto Álvares de Freitas,[9] foram disputadas 111 partidas, com 50 vitórias do Villa Nova, 46 vitórias do Siderúrgica e 15 empates.
  • A maior goleada do Villa Nova foi uma vitória por 8 a 0, em jogo amistoso no dia 12 de abril de 1936. Pelo lado do Siderúrgica, a maior goleada aplicada aconteceu em 12 de agosto de 1956, vencendo por 6 a 2, em Nova Lima, pelo Campeonato Mineiro.[4]

Comparativo de Títulos[editar | editar código-fonte]

Brasil Competições Nacionais Siderúrgica Villa Nova
Taça Brasil — Zona Sudeste Central* 1 0
Campeonato Brasileiro - Série B 0 1
Minas Gerais Competições Estaduais Siderúrgica Villa Nova
Campeonato Mineiro 2 5
Campeonato Mineiro - Módulo II 1 2
Campeão Mineiro do Interior** 1 4
Taça Minas Gerais 0 2
Torneio Início 4 5
Total 9 19

*Fase da Taça Brasil.

**Título atribuído, pela FMF, à equipe de melhor campanha no Campeonato Mineiro fora de Belo Horizonte, criado em 1965.

Referências

  1. a b Um Dia no Topo[ligação inativa]
  2. «Jornal O Esporte, 19-10-1936»  Jornal Linhares
  3. a b c d «Esporte Clube Siderúrgica – Sabará (MG): Fundado em 1930». Consultado em 8 de dezembro de 2023 
  4. a b c d e Villa Nova-MG
  5. https://www.ogol.com.br/edition.php?id=23246 Campeonato Mineiro 1937
  6. Chico Maia (16 de março de 2012). «Em 1952 Atlético x Villa jogaram para 25 mil pagantes no Independência». Blog do Chico Maia. Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  7. «Conheça a história do Clássico da Bengala entre Atlético-MG e Villa Nova». UOL. 26 de janeiro de 2022. Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  8. https://www.ogol.com.br/edition.php?id=23217 Campeonato Mineiro 1966
  9. Livros sobre o Villa Nova