Palacete das Onze Janelas
Palacete das Onze Janelas | |
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Tipo | mansão, hospital militar, museu de arte moderna, património histórico |
Inauguração | 1700 (323 anos) |
Administração | |
Proprietário(a) | Governo do Pará |
Página oficial (Website) | |
Geografia | |
Coordenadas | |
Localidade | Cidade Velha |
Localização | Belém - Brasil |
Patrimônio | Património de Influência Portuguesa (base de dados), bem tombado pelo IPHAN |
A Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, inicialmente chamado Palacete das Onze Janelas,[1] é um logradouro público e edificação histórica do século XVIII no contexto da então Capitania do Grão-Pará, que abriga desde 2002 o museu de arte contemporânea, restaurante e, espaço multicultural, localizado na cidade brasileira de Belém (estado do Pará).
Construído no século XVIII como casa de descanso de Domingos da Costa Bacelar.[1][2][3][4] A edificação faz parte do conjunto histórico denominado Feliz Lusitânia, núcleo histórico inicial da cidade de Belém do Pará.[1]
História[editar | editar código-fonte]
O Palacete das Onze Janelas foi construído no século XVIII como residência esporádica (casa avarandada de final de semana) do proprietário de engenho de açúcar Domingos da Costa Bacelar,[3] proprietário dos engenhos de açúcar localizados na na foz do rio Guamá.[4]
Em 1768, o palacete foi adquirida pelo então governo da Capitania do Grão-Pará (1621–1822), para abrigar o Hospital Real Militar, diante da necessidade de se ter um hospital em Belém,[2][3] foi adaptado pelo arquiteto italiano Antônio José Landi para o uso hospitalar.[3][4][5] O hospital funcionou no palacete até final do Século XIX, no período da Província do Grão-Pará (1821–1889), mas ainda manteve funções militares durante a época da ditadura militar, abrigando a Quinta Companhia de Guarda (1870) e,[4] a Subsistência do Exército (1964) até o final do século XX.[2] utilizada como local de detenção e de tortura de presos políticos.[2]
Em 2001, em favor da história e turismo da cidade o governo estadual criou o "Projeto Feliz Lusitânia" (revitalização do núcleo histórico inicial de Belém),[4] assinou com o Exército Brasileiro um convênio, alienando os terrenos da Casa das Onze Janelas e do Forte do Presépio, tornando-os em edificações históricas e também adaptados ao uso museológico de difusão de arte contemporânea.[2][4]
Este em 2016, sofreu pressão política por parte do governantes (partido PSDB) para ser extinto e substituído por um "pólo gastronômico", colocando em risco um acervo de arte moderna e contemporânea, com obras de artistas como: Tarsila do Amaral, Rubens Gerchman, Ismael Nery, além de obras de fotógrafos contemporâneos da cidade (coleção Fotografia Paraense Panorama 80/90).[4]
O palacete foi transformado em 2002 em espaço cultural e museu dedicado à arte contemporânea brasileira das regiões Norte e Nordeste.[1][2][4]
Turismo[editar | editar código-fonte]
O edifício é parte do conjunto arquitetônico e paisagístico denominado Feliz Lusitânia. E abriga, além do espaço museológico, o restaurante "Boteco das Onze".[6]
A área que envolve a Casa das Onze Janelas possui um conjunto de equipamentos culturais, como o Jardim de Esculturas, o Navio Corveta e, o palco, que se projeta sobre a baía. Da área da Casa tem-se ainda uma vista da Baía do Guajará e do Mercado de Ver-o-Peso.
O Complexo Turístico Feliz Lusitânia é composto por:[7][8]
- Forte do Castelo;
- Palacete das Onze Janelas;
- Igreja de Santo Alexandre/Museu de Arte Sacra (antigo Palácio Episcopal);
- Catedral Metropolitana de Belém, e;
- Ladeira do Castelo/Rua Norte (atual rua Siqueira Mendes).[9]
- Museu do Círio
- Palácio Lauro Sodré/Museu do Estado do Pará (MEP)
- Palácio Antônio Lemos/Museu de Arte de Belém ( MAB)
Arquitetura e arte[editar | editar código-fonte]

O prédio em dois pisos tem na fachada principal onze aberturas dispostas simetricamente, janelas e portas janelas, com verga reta e precedidas por grades, e a porta principal. O volume maciço é dividido por um simples entablamento e tem pilastras nos cunhais, constituindo uma solução robusta e singela, ao gosto da arquitetura portuguesa do período, do chamado estilo chão. Mais elaborada, denunciando a intervenção do arquiteto italiano Antônio Landi, é a fachada para o rio, com aberturas em arcos configurando, no corpo central, loggia (galeria) na forma de varandas, com grades no piso superior e abertas no inferior. O prédio, quando passou para o uso militar, sofreu muitas intervenções. As mais relevantes, do ponto de vista de interferência nas fachadas, foram o acréscimo de um frontão triangular, ladeado por obeliscos, na fachada principal, e o fechamento desfigurador das aberturas do lado voltado para o rio. Essas modificações foram revertidas em restauro e reformas nos anos 2000. Desde 2002 o palacete abriga o Museu de Arte Casa das Onze Janelas que possui vasto acervo de obras modernas e contemporâneas contando com nomes como Tarsila do Amaral, Ismael Nery, Rubens Gerchman, Lasar Segal, Luiz Braga, Miguel Chikaoka, Alexandre Sequeira, Elza Lima, Walda Marques. Com grande agenda de exposições, é o principal prédio à hospedar as duas maiores premiações nacionais de arte realizadas no estado, o Premio Diário Contemporâneo de Fotografia e o Arte Pará, porém o Museu sofre risco de desmonte pelo Governo do Estado do Pará, pondo o acervo e a vida cultural da cidade e do estado em dificuldade e risco.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ a b c d «Espaço Cultural Casa das Onze Janelas será reaberto com quatro exposições». Secretaria de Cultura do Pará. Consultado em 2 de dezembro de 2021
- ↑ a b c d e f «Palacete, Hospital Real, Subsistência do Exército, Museu Casa das Onze Janelas, Belém, Pará». Fórum Permanente. Consultado em 2 de dezembro de 2021
- ↑ a b c d «O legado de Antônio Landi na arquitetura e no centro histórico de Belém». Diário do Pará Online (DOL). 24 de janeiro de 2021. Consultado em 1 de novembro de 2022
- ↑ a b c d e f g h «Casa das Onze Janelas: conheça um dos marcos da história da capital do Pará». Portal Amazônia. Consultado em 1 de novembro de 2022
- ↑ «Obras arquitetônicas de Antônio Landi embelezam e fomentam o turismo em Belém do Pará». Assembleia Legistaliva do Estado do Pará. Consultado em 1 de novembro de 2022
- ↑ Casa das Onze Janelas: um passeio pela história Portal Brasil.
- ↑ «Folha Online - Turismo - Pará: Núcleo Feliz Lusitânia mantém arquitetura do além-mar - 10/02/2005». Jornal Folha de S.Paulo. Consultado em 13 de outubro de 2020
- ↑ CARVALHO, Luciana; CAMPOS, Marcelo; OLIVEIRA, Thiago da Costa (Cur.). Patrimônios do Norte: Homenagem aos 81 anos do IPHAN. Rio de Janeiro: Paço Imperial, 2018.
- ↑ Cybelle Salvador Miranda. «Cidade Velha e Feliz Luzitânia: Cenários do Patrimônio Cultural em Belém» (PDF). Consultado em 1 de março de 2013
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- «Palacete das Onze Janelas». no sítio do Património de Influência Portuguesa, da Fundação Calouste Gulbenkian
- «Sobre o museu». por Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM)
- «Coordenadoria Municipal de Turismo de Belém (BelemTur)»