Palacete das Onze Janelas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Palacete das Onze Janelas
Palacete das Onze Janelas
Tipo mansão, hospital militar, museu de arte moderna, património histórico
Inauguração 1700 (323 anos)
Administração
Proprietário(a) Governo do Pará
Página oficial (Website)
Geografia
Coordenadas 1° 27' 18.27" S 48° 30' 20.722" O
Map
Localidade Cidade Velha
Localização Belém - Brasil
Patrimônio Património de Influência Portuguesa (base de dados), bem tombado pelo IPHAN

A Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, inicialmente chamado Palacete das Onze Janelas,[1] é um logradouro público e edificação histórica do século XVIII no contexto da então Capitania do Grão-Pará, que abriga desde 2002 o museu de arte contemporânea, restaurante e, espaço multicultural, localizado na cidade brasileira de Belém (estado do Pará).

Construído no século XVIII como casa de descanso de Domingos da Costa Bacelar.[1][2][3][4] A edificação faz parte do conjunto histórico denominado Feliz Lusitânia, núcleo histórico inicial da cidade de Belém do Pará.[1]

História[editar | editar código-fonte]

O Palacete das Onze Janelas foi construído no século XVIII como residência esporádica (casa avarandada de final de semana) do proprietário de engenho de açúcar Domingos da Costa Bacelar,[3] proprietário dos engenhos de açúcar localizados na na foz do rio Guamá.[4]

Em 1768, o palacete foi adquirida pelo então governo da Capitania do Grão-Pará (1621–1822), para abrigar o Hospital Real Militar, diante da necessidade de se ter um hospital em Belém,[2][3] foi adaptado pelo arquiteto italiano Antônio José Landi para o uso hospitalar.[3][4][5] O hospital funcionou no palacete até final do Século XIX, no período da Província do Grão-Pará (1821–1889), mas ainda manteve funções militares durante a época da ditadura militar, abrigando a Quinta Companhia de Guarda (1870) e,[4] a Subsistência do Exército (1964) até o final do século XX.[2] utilizada como local de detenção e de tortura de presos políticos.[2]

Em 2001, em favor da história e turismo da cidade o governo estadual criou o "Projeto Feliz Lusitânia" (revitalização do núcleo histórico inicial de Belém),[4] assinou com o Exército Brasileiro um convênio, alienando os terrenos da Casa das Onze Janelas e do Forte do Presépio, tornando-os em edificações históricas e também adaptados ao uso museológico de difusão de arte contemporânea.[2][4]

Este em 2016, sofreu pressão política por parte do governantes (partido PSDB) para ser extinto e substituído por um "pólo gastronômico", colocando em risco um acervo de arte moderna e contemporânea, com obras de artistas como: Tarsila do Amaral, Rubens Gerchman, Ismael Nery, além de obras de fotógrafos contemporâneos da cidade (coleção Fotografia Paraense Panorama 80/90).[4]

O palacete foi transformado em 2002 em espaço cultural e museu dedicado à arte contemporânea brasileira das regiões Norte e Nordeste.[1][2][4]

Turismo[editar | editar código-fonte]

O edifício é parte do conjunto arquitetônico e paisagístico denominado Feliz Lusitânia. E abriga, além do espaço museológico, o restaurante "Boteco das Onze".[6]

A área que envolve a Casa das Onze Janelas possui um conjunto de equipamentos culturais, como o Jardim de Esculturas, o Navio Corveta e, o palco, que se projeta sobre a baía. Da área da Casa tem-se ainda uma vista da Baía do Guajará e do Mercado de Ver-o-Peso.

O Complexo Turístico Feliz Lusitânia é composto por:[7][8]

Arquitetura e arte[editar | editar código-fonte]

Casa vista a partir da Rua Siqueira Mendes.

O prédio em dois pisos tem na fachada principal onze aberturas dispostas simetricamente, janelas e portas janelas, com verga reta e precedidas por grades, e a porta principal. O volume maciço é dividido por um simples entablamento e tem pilastras nos cunhais, constituindo uma solução robusta e singela, ao gosto da arquitetura portuguesa do período, do chamado estilo chão. Mais elaborada, denunciando a intervenção do arquiteto italiano Antônio Landi, é a fachada para o rio, com aberturas em arcos configurando, no corpo central, loggia (galeria) na forma de varandas, com grades no piso superior e abertas no inferior. O prédio, quando passou para o uso militar, sofreu muitas intervenções. As mais relevantes, do ponto de vista de interferência nas fachadas, foram o acréscimo de um frontão triangular, ladeado por obeliscos, na fachada principal, e o fechamento desfigurador das aberturas do lado voltado para o rio. Essas modificações foram revertidas em restauro e reformas nos anos 2000. Desde 2002 o palacete abriga o Museu de Arte Casa das Onze Janelas que possui vasto acervo de obras modernas e contemporâneas contando com nomes como Tarsila do Amaral, Ismael Nery, Rubens Gerchman, Lasar Segal, Luiz Braga, Miguel Chikaoka, Alexandre Sequeira, Elza Lima, Walda Marques. Com grande agenda de exposições, é o principal prédio à hospedar as duas maiores premiações nacionais de arte realizadas no estado, o Premio Diário Contemporâneo de Fotografia e o Arte Pará, porém o Museu sofre risco de desmonte pelo Governo do Estado do Pará, pondo o acervo e a vida cultural da cidade e do estado em dificuldade e risco.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d «Espaço Cultural Casa das Onze Janelas será reaberto com quatro exposições». Secretaria de Cultura do Pará. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  2. a b c d e f «Palacete, Hospital Real, Subsistência do Exército, Museu Casa das Onze Janelas, Belém, Pará». Fórum Permanente. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  3. a b c d «O legado de Antônio Landi na arquitetura e no centro histórico de Belém». Diário do Pará Online (DOL). 24 de janeiro de 2021. Consultado em 1 de novembro de 2022 
  4. a b c d e f g h «Casa das Onze Janelas: conheça um dos marcos da história da capital do Pará». Portal Amazônia. Consultado em 1 de novembro de 2022 
  5. «Obras arquitetônicas de Antônio Landi embelezam e fomentam o turismo em Belém do Pará». Assembleia Legistaliva do Estado do Pará. Consultado em 1 de novembro de 2022 
  6. Casa das Onze Janelas: um passeio pela história Portal Brasil.
  7. «Folha Online - Turismo - Pará: Núcleo Feliz Lusitânia mantém arquitetura do além-mar - 10/02/2005». Jornal Folha de S.Paulo. Consultado em 13 de outubro de 2020 
  8. CARVALHO, Luciana; CAMPOS, Marcelo; OLIVEIRA, Thiago da Costa (Cur.). Patrimônios do Norte: Homenagem aos 81 anos do IPHAN. Rio de Janeiro: Paço Imperial, 2018.
  9. Cybelle Salvador Miranda. «Cidade Velha e Feliz Luzitânia: Cenários do Patrimônio Cultural em Belém» (PDF). Consultado em 1 de março de 2013 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]