Infraestrutura do Nordeste do Brasil

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Infraestrutura, para a economia, é todo aparato de condições que permite que haja a produção de bens e serviços, bem como o seu fluxo entre vendedor e comprador, tais como as comunicações, os transportes (vias, veículos, tráfego), a eletricidade e combustíveis (produção, distribuição, manutenção de rede), o saneamento básico (fornecimento de água potável, rede de esgotos), entre outros, de uma cidade ou região. Estes elementos, no seu todo, podem ser designados de infraestruturas civis, infraestruturas municipais ou obras públicas, se bem que possam ser desenvolvidas e geridas tanto pela iniciativa privada como por empresas públicas. No Nordeste do Brasil, essa infraestrutura está em estágio de construção e expansão constantes.

Recursos hídricos[editar | editar código-fonte]

A questão hídrica é fundamental para o funcionamento de empresas e indústrias, bem como para a fixação da população ao local.[1] Nesse aspecto, o Nordeste do Brasil recebeu e recebe vários aportes de investimentos principalmente nos últimos cem anos para minimizar os efeitos das secas, bem como para controlar a vazão dos rios durante a época das chuvas através da construção de açudes, barragens, diques e canais.[2][3]

Maiores açudes, barragens e reservatórios[editar | editar código-fonte]

Açude Localização Estado Capacidade (m³) Conclusão
Lago de Sobradinho Sobradinho Bahia 34,1 bilhões 1974
Barragem de Itaparica Petrolândia Pernambuco 10,7 bilhões 1988
Açude Castanhão Alto Santo Ceará 6,7 bilhões 2003
Barragem da Pedra do Cavalo Cachoeira Bahia 4,6 bilhões 1985
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves Assu Rio Grande do Norte 2,4 bilhões 1983
Açude Orós Orós Ceará 2,1 bilhões 1961
Açude Arrojado Lisboa Banabuiú Ceará 1,7 bilhão 1966
Açude Estevam Marinho Coremas Paraíba 1,4 bilhão 1942
Usina Hidrelétrica de Moxotó Delmiro Gouveia Alagoas 1,2 bilhão 1975
Açude Araras Varjota Ceará 1 bilhão 1958

Transportes[editar | editar código-fonte]

O Aeroporto Internacional do Recife é o maior e mais movimentado aeroporto do Norte-Nordeste do Brasil.[4][5]

A malha viária da região tem 394.700 km de rodovias. As principais vias de escoamento e transporte rodoviário da região são a BR-116 e a BR-101, tendo a cidade de Feira de Santana, na Bahia, como o mais importante entroncamento rodoviário.

Complexo de viadutos no encontro das BRs 116 e 324 em Feira de Santana, Bahia.
Sistema rodoviário brasileiro, com as rodovias duplicadas destacadas em vermelho

Seu sistema ferroviário ainda é precário, porém estão em curso obras como a Ferrovia Transnordestina, que ligará o Porto de Suape, na Região Metropolitana do Recife, ao Porto de Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza, cruzando praticamente todo o território de Pernambuco e Ceará e ligando esses dois estados ao estado do Piauí, e permitirá o escoamento da produção agrícola do sudoeste do Piauí e do Vale do São Francisco e a produção do pólo gesseiro de Araripina a um menor custo, o que tornará os preços mais competitivos;[6][7][8] e a Ferrovia Oeste-Leste, que ligará a cidade de Figueirópolis no Tocantins ao Porto Sul em Ilhéus na Bahia e permitirá o escoamento de soja dos estados de Mato Grosso, Goiás e Tocantins e do oeste da Bahia bem como minério de ferro, urânio, cacau e celulose do sul da Bahia.[9]

A ferrovia Norte-Sul e a ferrovia Carajás, no Maranhão, constituem importantes corredores logísticos, transportando o minério de ferro da Serra dos Carajás no Pará e escoando a produção agrícola do sul do Maranhão, Tocantins, Goiás e Mato Groso, com destino ao portos de Itaqui e Ponta da Madeira, em São Luís. Outros produtos também são transportados, como celulose e combustíveis.[10]

Suas cidades mais importantes dispõem de adequada estrutura aeroportuária, sendo os aeroportos de Recife, Salvador e Fortaleza os maiores. Os principais aeroportos do Nordeste recebem milhões de turistas anualmente e mantêm voos regulares para as principais cidades da Europa e Estados Unidos, sendo que o do Recife é o mais movimentado aeroporto de todo Norte e Nordeste brasileiro, e o oitavo do país.[4][11]

As cidades de Recife, Salvador, Fortaleza e Teresina dispõem de sistema de metrô. Há também projetos de metrô de superfície (VLT) em estudo para serem implantados em Natal e João Pessoa. O de Maceió já está em operação. Outros projetos fora das capitais são os VLT do Cariri em Juazeiro do Norte e o de Arapiraca.[12]

Movimentação dos Portos de Cargas[editar | editar código-fonte]

PORTO UF MOVIMENTAÇÃO (tn.)
Ponta da Madeira MA 160 milhões (2018)
Porto de Suape PE 23,4 milhões (2018)[13]
Porto do Itaqui MA 22,4 milhões (2018)
Porto do Pecém CE 17,2 milhões (2018)[14]
Porto de Aratu BA 6,5 milhões (2018)
Porto do Mucuripe CE 4,9 milhões (2018)[15]
Porto de Salvador BA 4,4 milhões (2018)
Porto de Areia Branca RN 2,4 milhões (2018)
Porto de Cabedelo PB 1,2 milhões (2018)[16]
Porto de Jaraguá AL 1,2 milhões (2018)
Porto de Natal RN 0,7 milhões (2018)
Porto de Ilhéus BA 0,2 milhões (2018)

Movimentação dos Aeroportos de Passageiros[17][editar | editar código-fonte]

AEROPORTO UF PASSAGEIROS
Aeroporto Internacional do Recife-Guararapes PE 8,3 milhões (2018)
Aeroporto Internacional de Salvador BA 7,7 milhões (2018)
Aeroporto Internacional de Fortaleza CE 6,5 milhões (2018)
Aeroporto Internacional de Natal RN 2,4 milhões (2018)
Aeroporto Internacional de Maceió AL 2,2 milhões (2018)
Aeroporto de Porto Seguro BA 1,7 milhões (2018)
Aeroporto Internacional de São Luís MA 1,6 milhões (2018)
Aeroporto Internacional de João Pessoa PB 1,4 milhões (2018)
Aeroporto Internacional de Aracaju SE 1,2 milhões (2018)
Aeroporto de Teresina PI 1,1 milhões (2018)

Malha Rodoviária em Pista Dupla[editar | editar código-fonte]

Posição Unidade Federativa Pista dupla (km²)
1  Pernambuco 462,8
2  Paraíba 280,8
3  Ceará 230,3
4  Sergipe 187,0
5 Bahia Bahia 176,3
6  Rio Grande do Norte 152,1
7  Alagoas 98,9
8  Maranhão 82,5
9  Piauí 48,5

Malha Ferroviária[editar | editar código-fonte]

Transnordestina em Bitola Métrica
Transnordestina em Bitola Larga


FERROVIA EXTENSÃO BITOLA
Ferrovia Carajás 892 km Larga
Ferrovia Norte-Sul 2 184 km Larga
Ferrovia São Luís-Teresina 454 km Métrica
Ferrovia Teresina-Parnaíba 340 km Métrica
Ferrovia Teresina-Fortaleza 696 km Métrica
Ferrovia Salvador-Recife 893 km Métrica
Transnordestina (EF-232 e EF-116)* 1 753 km Larga
Ferrovia Oeste-Leste (EF-334)** 1 527 km Larga
(*) Em construção

(**) Projetos de ferrovias

Polos petrolíferos[editar | editar código-fonte]

Abaixo estão alguns dos Polos Petrolíferos do Nordeste do Brasil, com produção média diária de barris de petróleo e de gás natural, com valores aproximados em 2019.

Pólo Localização Nº Campos Barris de Petróleo /dia m³ GLP /dia
Polo de Pilar Alagoas 7 2.348 856.000
Polo Alagoas Alagoas 7 2.300 878.000
Polo Bahia Terra Bahia 28 14.300 642.600
Polo Buracica Bahia 7 3.940 32.000
Polo Miranga Bahia 9 1.584 606.000
Polo Recôncavo Bahia 14 2.762 588.100
Polo Rio Ventura Bahia 8 1.538 43.400
Polo Tucano Sul Bahia 4 0 29.200
Polo Ceará Ceará 4 4.698 76.900
Polo Fazenda Belém Ceará 2 1.549 1.240
Polo Potiguar Rio Grande do Norte 26 23.000 124.000
Polo Riacho da Forquilha Rio Grande do Norte 34 8.748 332.000
Polo Macau Rio Grande do Norte 7 6.041 172.500
Polo Carmópolis Sergipe 11 10.452 72.900
Polo Sergipe Terra 1 Sergipe 6 128.900 6.500
Polo Sergipe Terra 3 Sergipe 1 2.616 2.500
Polo Sergipe Terra 2 Sergipe 3 5.682 36.900

Referências

  1. Barragens no Nordeste do Brasil: experiência do DNOCS em barragens na região semi-árida. [S.l.]: Ministério do Interior, Departamento Nacional de Obras contra as Sêcas. 1982 
  2. Notas sobre o aproveitamento dos grandes açudes no nordeste. [S.l.]: publisher not identified. 1981 
  3. Guerra, Paulo de Brito (1980). Açudes públicos do Nordeste: relação dos reservatórios construídos até 1979. [S.l.]: Ministério do Interior, Departamento Nacional de Obras Contra as Secas 
  4. a b «Cópia arquivada». Consultado em 16 de outubro de 2019. Cópia arquivada em 18 de fevereiro de 2014 
  5. «Aeroporto do Recife entre os 5 melhores». Arquivado do original em 6 de julho de 2011 
  6. «Cópia arquivada». Consultado em 16 de outubro de 2019. Cópia arquivada em 13 de maio de 2011 
  7. [1]
  8. «Cópia arquivada». Consultado em 16 de outubro de 2019. Cópia arquivada em 6 de julho de 2011 
  9. [2][ligação inativa]
  10. REDAÇÃO. «Portos e Navios - Cresce a movimentação de grãos no Centro-Norte; VLI já movimentou mais de cinco milhões de toneladas este ano». Consultado em 6 de maio de 2018. Arquivado do original em 13 de fevereiro de 2018 
  11. «Correio da Tarde - Aeroporto de São Gonçalo: pistas estão garantidas, mas terminal ainda não». Arquivado do original em 30 de junho de 2012 
  12. «Arapiraca - Notícias: Luciano assina contrato do metrô de superfície na terça». Arquivado do original em 1 de agosto de 2012 
  13. «Exportações crescem 33% no Porto de Suape - Suape». www.suape.pe.gov.br. Consultado em 16 de outubro de 2019 
  14. «Porto do Pecém registra recorde de movimento em 2018 | TECER – Terminais Portuários Ceará». Consultado em 16 de outubro de 2019 
  15. Povo, O. (25 de março de 2019). «Companhia das Docas do Ceará apresenta prejuízo de R$ 14,7 milhões». O Povo - Economia. Consultado em 16 de outubro de 2019 
  16. Redação (2 de janeiro de 2019). «Movimentação no Porto de Cabedelo cresce 17,43%». Portal Correio. Consultado em 16 de outubro de 2019 
  17. «Consulta Interativa – Indicadores do Mercado de Transporte Aéreo». Agência Nacional de Aviação Civil ANAC. Consultado em 16 de outubro de 2019. Cópia arquivada em 11 de dezembro de 2018