Miss Universo 2011

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Miss Universo 2011
Miss Universo 2011
Data 12 de setembro de 2011
Apresentadores Natalie Morales, Andy Cohen,[1] Jeannie Mai, Shandi Finnessey[2]
Entretenimento Sérgio Mendes, Cláudia Leite, Bebel Gilberto
Local Credicard Hall, São Paulo, Brasil
Emissoras NBC, Telemundo
Candidatas 89
Semifinalistas 16
Retiradas Noruega, Zâmbia
Retornos Chile, Estônia, Ilhas Cayman, Montenegro, Portugal, Santa Lúcia, Turcas e Caicos, Vietnã
Vencedora Leila Lopes
 Angola

Miss Universo 2011 foi a edição de aniversário dos 60 anos do concurso Miss Universo, realizada no dia 12 de setembro de 2011 no Credicard Hall em São Paulo, Brasil.[3] Ximena Navarrete, Miss Universo 2010, do México, coroou como sua sucessora Leila Lopes, de Angola.

Com um total de 89 candidatas, esta foi a segunda edição com o maior número de participantes na história do concurso,igualada apenas pela edição seguinte em Las Vegas e somente ultrapassada pela edição edição de 2017 com 93 candidatas. Foi também a primeira vez que uma candidata foi escolhida como semifinalista através do voto popular, através da Internet.

Escolha da cidade-sede[editar | editar código-fonte]

Ao contrário de edições anteriores recentes, a Miss Universe Organization fez o processo de escolha da sede do evento com bastante antecedência, com o anúncio de São Paulo como sede do Miss Universo 2011 feito pessoalmente por Donald Trump em dezembro de 2010, em Nova York, com a data oficial da noite final televisionada como 12 de setembro do ano seguinte.[4] Com o anúncio oficial, esta foi a data mais tardia já adotada em toda a história do concurso de beleza. Até então, as edições mais tardias tinham sido as de 1964 (1º de agosto),[5] 2009 e 2010 (ambas realizadas em 23 de agosto).[6][7] Foi a primeira vez que o concurso foi realizado no mês de setembro.

No meio tempo entre a apresentação da candidatura e a escolha da cidade-sede, a organização brasileira do concurso precisou contar com apoio logístico da Prefeitura de São Paulo.[8] Esta edição foi a primeira vez na história,um concurso fora dos Estados Unidos,foi totalmente bancado pela iniciativa privada Assim, a Band conseguiu atingir todas as demandas da MUO. Responsável pela logística, a Band formou uma empresa de promoção de eventos, a Enter-Entertainment Experience, para cuidar do processo de preparação da capital paulista para as atividades principais e das cidades de Santos e Ilhabela para a realização de atividades secundárias .Além disso,a partir desta edição a emissora seria a dona da licença brasileira para o evento até 2015. Assim, o concurso passou a se chamar Miss Universo Brasil.[9][10]

Evento[editar | editar código-fonte]

Realizado pela primeira vez no Brasil, o evento começou com uma grande homenagem ao Brasil com todos os clichês do país no palco do Credicard Hall. Um grande documentário foi exibido, mostrando as belezas naturais, costumes e pontos turísticos de São Paulo e do país para todo mundo. Artistas brasileiros como Claudia Leite e Bebel Gilberto também se apresentaram.Em um evento esvaziado,uma falta se notou: no aniversário da 60ª edição do concurso, nenhuma Miss Universo anterior foi convidada a comparecer, nem mesmo as duas brasileiras, Ieda Maria Vargas e Martha Vasconcellos, para participarem da coroação da vencedora.[11]

O Top 16 foi formado por Austrália, Costa Rica, EUA, Ucrânia, China, Filipinas, Países Baixos, Angola, Kosovo, França, Panamá, Colômbia, Venezuela, Porto Rico, Brasil – envolvida em grandes polêmicas desde a sua coroação, e vaiada pelo próprio público durante as preliminares[12] – e Portugal, que foi a primeira Miss Internet da história. Para os analistas dos grande portais, a grande surpresa foi a eliminação da Miss Malásia e da Miss República Dominicana, ambas consideradas favoritas à coroa. Um momento constrangedor foi o desfile de traje de banho da Miss Estados Unidos, Alyssa Campanella que tinha uma figura quase anoréxica e perturbadora,[11] o agora improvável Top 10 ter contou com Austrália, Ucrânia, Angola, Brasil, França, China, Filipinas, Portugal, Panamá e Costa Rica.[13] Pela primeira vez na história do concurso, todas as candidatas presentes do mundo lusófono haviam entrado no Top 10 do Miss Universo.[14]

A partir daí, o público começou a mostrar sua torcida e favoritismo pela Miss Angola, Leila Lopes, em todas as entradas da candidata em traje de noite, criando um enorme clima a seu favor no auditório. Um Top 5 improvável foi anunciado e composto por Miss Ucrânia, Miss China, Miss Filipinas, Miss Angola e Miss Brasil, a dona da casa e única representante das Américas. Ao final, a apresentadora Natalie Morales, filha de mãe brasileira e que em vários momentos apresentou o concurso em português, anunciou o resultado: China em 5º, Filipinas em 4º, Brasil em 3°, Ucrânia em 2º e Leila Lopes como a nova Miss Universo, a quarta da África, a quinta Miss Universo negra e a terceira a falar português, para grande aclamação do público presente.[14]

Credicard Hall, o local do concurso.

A vitória de Leila porém, mal o resultado foi anunciado, trouxa de volta o racismo ao concurso, com diversas mensagens na Internet em portais e blogs criticando a escolha e insultando a angolana.[15][16] A Miss França, Laury Thilleman, numa entrevista a um jornal francês também criticou Lopes a quem considerava reservada, sem carisma e sem fazer amigas durante o evento, e afirmou que a vitória de Leila surpreendeu a todas as outras candidatas e teria sido muito influenciada pelo fato dele ser no Brasil. A afirmação lhe valeu violentas críticas e acusações de ter uma visão colonialista europeia e falta de fairplay pelo jornal The Washington Post, que rebateu a afirmação do local do concurso ter influenciado o resultado com a pergunta óbvia: "se a questão era o concurso ser realizado no Brasil, porque então eles não elegeram a própria Miss Brasil?".[17]

Leila Lopes teve um grande reinado como porta-voz e relações públicas da Miss Universe Organization e suas causas sociais pelo mundo e quando entregou a coroa à sua sucessora, Olivia Culpo, em dezembro de 2012, tinha se tornado a miss com o mais longo período na função da história do concurso, 1 ano, três meses e uma semana.[18]

Resultados[editar | editar código-fonte]

Leila Lopes, Miss Universo 2011.
Colocação Candidata País/Território
Miss Universo 2011 Leila Lopes  Angola
2º lugar Olesya Stefanko  Ucrânia
3º lugar Priscila Machado  Brasil
4º lugar Shamcey Supsup Filipinas
5º lugar Zilin Luo  China
Semifinalistas (Top 10): Scherri-Lee Biggs
Johanna Solano
Laury Thilleman
Sheldry Sáez
Laura Gonçalves*
 Austrália
Costa Rica
 França
 Panamá
Portugal Portugal
Semifinalistas (Top 16): Catalina Robayo
Alyssa Campanella
Kelly Weekers
Afërdita Dreshaj
Viviana Ortiz
Vanessa Gonçalves
 Colômbia
 Estados Unidos
 Países Baixos
Kosovo
 Porto Rico
 Venezuela
Premiações especiais
Miss Simpatia Nikolina Lončar  Montenegro
Miss Fotogenia Ronnia Fornstedt  Suécia
Melhor Traje Típico Sheldry Saéz  Panamá


Ordem dos anúncios[editar | editar código-fonte]

Jurados [19] [editar | editar código-fonte]

Atrações musicais [20][editar | editar código-fonte]

Candidatas[editar | editar código-fonte]

Em negrito, a candidata eleita Miss Universo 2011. Em itálico, as semifinalistas.[13]

Fatos[editar | editar código-fonte]

  • Alejandra Barillas, a Miss Guatemala 2010 eleita originalmente, foi novamente coroada Miss Guatemala 2011 em uma cerimônia especial. Esta foi a primeira vez na história do Miss Universo em que uma miss eleita em um ano foi reeleita no ano seguinte. Barillas era a representante original da Guatemala no Miss Universo 2010 mas devido a uma lesão em uma das pernas duas semanas antes de sua viagem para Las Vegas,teve que ser substituída por Jessica Scheel, a terceira colocada, que se tornou a segunda guatemalteca a conseguir se classificar entre as Top 10 na história do Miss Universo. Devido a problemas da organização do Miss Guatemala 2011, o concurso nacional foi adiado para outubro e assim,o franqueado local decidiu dar a Barillas, a vencedora de 2010, a oportunidade de representar o país no ano seguinte.[21] Uma situação semelhante aconteceria no concurso de 2015,quando duas candidatas que não puderam competir no Miss Universo 2013 foram novamente coroadas e foram enviadas ao concurso daquele ano.[22][23]
  • O empresário e apresentador brasileiro Álvaro Garnero deveria compor o júri das preliminares – aquele que selecionava as quinze semifinalistas. Ele faz o primeiro corte das candidatas junto com integrantes da Miss Universe Organization até chegar ao Top 15, nos dias anteriores à final do concurso – mas seu nome foi cortado após os organizadores descobrirem que ele mantivera contatos com os organizadores do concurso Miss China, o que é proibido pelas normas da MUO aos jurados preliminares.[24]
  • Esta foi a primeira vez nas 60 edições do concurso que todas as três candidatas do mundo lusófono – Brasil, Portugal e Angola – chegaram ao Top 16 e ao Top 10 , sendo que , Brasil e Angola passaram para o Top 5 e Portugal acabou entre as dez semifinalistas. do concurso.[14]
  • A Miss Brasil, Priscila Machado,foi extremamente criticada junto com a organização do Miss Brasil pelos fãs, coordenadores de concursos locais e analistas por ter posado seminua anteriormente contrariando as regras do concurso,Priscila foi vaiada por seu próprio público durante as preliminares do concurso, fato nunca acontecido num Miss Universo.[11][12]

Televisão[editar | editar código-fonte]

Nos Estados Unidos, a audiência média da transmissão pela NBC foi a pior[25] registrada na série histórica da Nielsen Ratings para o concurso, iniciada em 1974[26] para uma emissora de língua inglesa: 5,2 milhões de telespectadores, média de 1,6 ponto e share domiciliar de 4; isso correspondeu a uma queda de 16% em relação ao Miss Universo 2010, realizado em Las Vegas.

Já a transmissão da Telemundo em língua espanhola registrou cenário oposto, mostrando um crescimento de 16% em relação ao ano anterior (1,896 milhão de telespectadores contra 1,636 milhão registrado no Miss Universo 2010). Somadas as audiências de suas emissoras nos Estados Unidos e em Porto Rico, a transmissão do Miss Universo 2011 foi vista por 4 milhões de telespectadores.[27]

No Brasil, a transmissão pela Band registrou a melhor audiência média do concurso na emissora paulista desde 2003.[28] (8,2) e o segundo melhor pico (11 contra 13,5 do Miss Universo 2003). O share domiciliar foi de 13 pontos.[29]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Seidman, Robert (2 de agosto de 2011). «Natalie Morales and Andy Cohen to Co-Host the '2011 Miss Universe Pageant' on NBC, Monday, September 12». TVbytheNumbers (em inglês)
  2. Gorman, Bill (7 de setembro de 2011). «Helio Castroneves, Connie Chung, Isabeli Fontana, Vivica Fox e Amelia Vega serão jurados do Concurso Miss Universo 2011». TVbytheNumbers (em inglês)
  3. «Miss Universo 2011 ocorrerá em São Paulo». G1. 16 de dezembro de 2010 
  4. «São Paulo será sede do Miss Universo 2011». Folha.com. 18 de dezembro de 2010 
  5. «1964». pageantopolis. Consultado em 11 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 11 de outubro de 2008 
  6. «2009». pageantopolis. Consultado em 11 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 7 de fevereiro de 2012 
  7. «2010». pageantopolis. Consultado em 11 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 24 de setembro de 2014 
  8. Malacrida, Vilson (26 de julho de 2011). «Band não pode cometer erros na transmissão do Miss Universo». R7 [ligação inativa] 
  9. «Grupo Bandeirantes de Comunicação cria empresa especializada em grandes eventos». band.com.br. 20 de dezembro de 2010 
  10. «Band cria empresa para grandes eventos». AdNews. 20 de dezembro de 2010 
  11. a b c «Angola wins its first crown». Critical Beauty. Consultado em 11 de fevereiro de 2015 
  12. a b «Miss Brazil booed by her own people». GlobalBeauties. Consultado em 11 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 29 de setembro de 2011 
  13. a b «2011». pageantopolis. Consultado em 11 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 28 de setembro de 2013 
  14. a b c «Miss Universe 2011: the final review». GlobalBeauties. Consultado em 11 de fevereiro de 2015 
  15. «Miss Universo 2011 sofre racismo em site que ostenta suástica nazista». G1. Consultado em 11 de fevereiro de 2015 
  16. «Racist websites hit new Miss Universe Leila Lopes». ReddingNewsReview. Consultado em 11 de fevereiro de 2015 
  17. Leiby, Michele. «Miss Universe backlash: Miss France speaks out against Miss Angola». The Washington Post. Consultado em 11 de fevereiro de 2015 
  18. «THOUGHTS OF MISS UNIVERSE». Miss Universe Mania. Consultado em 11 de fevereiro de 2015 
  19. a b «Miss Angola vence o Miss Universo». Revista QUEM. Consultado em 1 de fevereiro de 2015 
  20. «Performances». Miss Universe Organizaton. Consultado em 11 de fevereiro de 2015 
  21. «Crowned again, and by her 2nd runner-up: Miss Guatemala 2011 is Alejandra Barillas». globalbeauties.com. Consultado em 18 de agosto de 2011. Arquivado do original em 25 de maio de 2011 
  22. «Russia refused Kosovo representative for Miss Universe 2013». InSerbia.Info. 19 de outubro de 2013. Consultado em 21 de outubro de 2013 
  23. «Miss Universe Georgia 2015 is Janeta Kerdikoshvili.». Missosology. 21 de outubro de 2015 
  24. Mascaro, Vivi (2 de setembro de 2011). «Álvaro Garnero não será mais jurado do Miss Universo». iG 
  25. «A audiência americana da segunda-feira, 12 de setembro de 2011, noite de Miss Universo». 13-09-2011 
  26. «A audiência americana do Miss Universo de 1974 a 2011». TV em Análise Críticas. 14 de setembro de 2011 
  27. Gorman, Bill (14 de setembro de 2011). «'Miss Universo 2011' (Miss Universe 2011) Watched By More Than 4 Million Viewers On Telemundo, Up By Double Digits Over 2010 In Key Demos». TVbytheNumbers (em inglês)
  28. «Histórico de audiência do concurso Miss Universo na Band (2003-2011)». TV em Análise Críticas. 13 de setembro de 2011 
  29. Tolipan, Heloisa (13 de setembro de 2011). «Band nega insatisfação com a audiência do concurso Miss Universo 2011». Jornal do Brasil 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]