República do Congo
República do Congo République du Congo | |
Lema: "Unité, Travail, Progrès" ("Unidade, Trabalho, Progresso") | |
Hino nacional: "La Congolaise" ("A Congolesa") | |
Gentílico: congolês(a), conguês(a), congolense[1] | |
Capital | Brazzaville |
Cidade mais populosa | Brazzaville |
Língua oficial | Francês |
Governo | República presidencialista |
• Presidente | Denis Sassou-Nguesso |
Independência | da França |
• Data | 15 de agosto de 1960 |
Área | |
• Total | 342 000 km² (63.º) |
• Água (%) | 3,3 |
Fronteira | Camarões, República Centro-Africana (N), República Democrática do Congo (E e S), Angola (S), e Gabão (W) |
População | |
• Estimativa para 2008 | 3 905 010 hab. (127.º) |
• Densidade | 8 hab./km² (188.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2007 |
• Total | US$ : 13,229 bilhões (127.º) |
• Per capita | US$ : 3 730 (119.º) |
IDH (2014) | 0,591 (136.º) – médio[2] |
Moeda | Franco CFA (XAF )
|
Fuso horário | (UTC+1) |
• Verão (DST) | não observado (UTC+1) |
Cód. ISO | COG |
Cód. Internet | .cg |
Cód. telef. | +242
|
Website governamental | http://www.congo-siteportail.info/ |
A República do Congo (por vezes chamado Congo-Brazzaville ou Congo-Brazavile para o distinguir da vizinha República Democrática do Congo) é um país africano limitado a norte pelos Camarões e pela República Centro-Africana, a leste e a sul pela República Democrática do Congo, através do Rio Congo, a sul por Angola (através do enclave de Cabinda) e a oeste pelo Oceano Atlântico e pelo Gabão. Sua capital é a cidade de Brazzaville.
O Congo é um país em desenvolvimento, membro da ONU, União Africana, Comunidade Económica e Monetária da África Central, ZPCAS e da Francofonia.
História
O Congo obteve a sua independência da França em 15 de agosto de 1960. Seu primeiro presidente foi Fulbert Youlou, forçado a deixar o governo por uma revolta, em 1963. Assume então, a presidência Alphonse Massamba-Délbat que, em 1964, fundou um partido de índole marxista-leninista adotando uma economia planificada, de base socialista. A seguir, dá início a um "Plano Quinquenal" que levou a uma expansão inicial da agricultura e da indústria.
A tensão entre o governo e os militares cresce e, em 1968, o Exército dá um golpe-de-estado, liderado pelo major Marien Ngouabi, que assume o poder. Em dezembro de 1969, o presidente Ngouabi anuncia a nova República Popular durante a solenidade de fundação do "Partido Congolês dos Trabalhadores" (PCT), presidido por ele e dirigido por um comitê central composto de 30 membros. Em janeiro de 1970, o país passa a chamar-se República Popular do Congo, adota como símbolos nacionais A Internacional, uma bandeira vermelha, a foice e o machado emblemáticos dos países socialistas. O ex-Congo francês consolida seu regime ligado ao marxismo-leninismo, tornando-se o primeiro país comunista da África.[3] Neste mesmo ano, o exército esmaga uma tentativa de golpe contra o presidente, liderada pelo ex-tenente paraquedista Pierre Xitonga, e executa todos os conspiradores, com exceção do ex-ministro da Defesa, Augustin Poignet, que consegue fugir. Aproveitando-se desta situação, dá início a um expurgo geral de todos os suspeitos de serem contrários ao seu governo.
O Partido Congolês do Trabalho (PCT) permanece como sendo o único legal e, em 1977, o presidente foi assassinado, assumindo o poder uma junta militar. Em 1979 passa à presidência o coronel Sassou-Nguesso, que exerce poderes ditatoriais até 1989, quando o colapso comunista do leste europeu o leva a anunciar reformas políticas e a transição para a economia de mercado. O governo mantém uma política internacional de neutralidade, relacionando-se tanto com o capitalismo como com o comunismo.
Em 1990, o PCT abandona o marxismo-leninismo. No ano seguinte, tropas cubanas estacionadas no país desde 1977, deixam o Congo. Em 1992 é votada a nova Constituição, onde está previsto um sistema político multipartidário.
Em 1993 milícias promovem ataques contra tropas do governo, cujo presidente é Pascal Lissouba. A situação persiste até 1995, com greves e motins. Sassiy-Nguesso dá um golpe de estado em 1997 apoiado por Angola (até então também em guerra civil). Em 1998 e 1999 tropas do novo governo e aliados enfrentam rebeldes orientados pelo antigo governo (Lissouba e Kolelas), deposto. Em 1999 é assinado cessar-fogo e chega ao fim a guerra civil. Na Justiça, Kolelas é condenado à morte. As perdas são estimadas em US$ 2,5 bilhões, além de 10 mil mortos.
Em agosto de 2014 uma febre desconhecida mata 13 pessoas no país. Casos ocorreram na região onde o ébola foi descoberto em 1976. Os sintomas: febre, vômito, diarreia e hemorragia são semelhantes ao do ébola.[4]
Geografia
Cidades mais populosas Da República do Congo
República do Congo http://www.geonames.org/CG/largest-cities-in-republic-of-the-congo.html | Cidades mais populosas da |||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Posição | Localidade | Província | Pop. | ||||||||
1 | Brazavile | Brazavile | 1 284 609 | ||||||||
2 | Pointe-Noire | Pointe-Noire | 659 084 | ||||||||
3 | Dolisie | Niari | 103 894 | ||||||||
4 | Kayes | Bouenza | 58 737 | ||||||||
5 | Owando | Cuvette | 23 952 | ||||||||
6 | Ouésso | Sangha | 23 915 | ||||||||
7 | Loandjilli | Kouilou | 23 204 | ||||||||
8 | Madingou | Bouenza | 22 760 | ||||||||
9 | Gamboma | Plateaux | 20 877 | ||||||||
10 | Impfondo | Likouala | 20 859 |
Política do Congo
A República do Congo tem um governo presidencialista, em que o Presidente é eleito por voto popular para um mandato de 7 anos e é elegível para um segundo mandato. As últimas eleições foram a 10 de Março de 2002, em que Denis Sassou-Nguesso foi reeleito com 89,4% dos votos, enquanto o seu rival, Joseph Kignoumbi Kia Mboungou, obteve 2.7%.
O Conselho de Ministros é nomeado pelo presidente. E o Poder Judicial é dirigido por um Tribunal Supremo.
O Parlamento é bicameral consistindo num Senado com 66 assentos, em que os membros são eleitos por voto popular para mandatos de 5 anos, e uma Assembleia Nacional, com 137 assentos, escolhidos da mesma forma e para o mesmo número de anos de mandato. As últimas eleições para o Senado realizaram-se a 11 de Julho de 2002 e para a Assembleia Nacional a 27 de Maio e 26 de Junho de 2002.
Subdivisões
O Congo divide-se em 12 departamentos (em Língua francesa départements):
- Bouenza – capital Madingou;
- Brazzaville – capital Brazzaville;
- Cuvette – capital Owando;
- Cuvette-Ouest – capital Ewo;
- Kouilou – capital Loango;
- Lékoumou – capital Sibiti;
- Likouala – capital Impfondo;
- Niari – capital Loubomo;
- Plateaux – capital Djambala;
- Pointe-Noire – capital Pointe-Noire;
- Pool – capital Kinkala;
- Sangha – capital Ouésso;
Os departamentos estão subdivididos em distritos e em comunas.
Economia
A economia do Congo é fundamentada na atividade primária, sendo o setor industrial baseado em grande parte no petróleo[5] e serviços de apoio. Em 2008, o setor de petróleo foi responsável por 65% do PIB, 85% das receitas do governo, e 92% das exportações.[6]
A atual administração preside uma paz interna desconfortável e enfrenta difíceis problemas econômicos de estimular a recuperação e reduzir a pobreza. Gás natural e diamantes são também recentes produtos de exportação do Congo, embora Congo foi excluído do Processo de Kimberley em 2004 em meio a acusações de que a maior parte de suas exportações de diamantes estavam no fato sendo contrabandeados para a vizinha República Democrática do Congo, sendo re-admitido no grupo em 2007.[7][8]
A República do Congo também tem grandes depósitos de metais básicos inexplorados, ouro, ferro e fosfato.[9] Em 2009, governo congolês assinou um acordo para alugar 200.000 hectares de terra para agricultores Sul-Africano para reduzir sua dependência das importações.[10][11]
Cultura
No Congo falam-se muitas línguas: lingala e munukutuba são línguas francas usadas no comércio; o kikongo tem o maior número de falantes.
Cerca de metade dos congoleses são cristãos, dos quais cerca de 90% pertencentes à Igreja Católica; os restantes seguem crenças tradicionais animistas. Cerca de 2%, principalmente imigrantes da África do norte e ocidental, são muçulmanos. [12]
Existem 15 grupos étnicos bantu e mais de 70 subgrupos.
Na culinária da República do Congo, faz-se um doce com maragwe, uma variedade de feijão.
Referências
- ↑ «Portal da Língua Portuguesa, Dicionário de Gentílicos e Topónimos do Congo-Brazzaville»
- ↑ «Human Development Report 2015» (PDF) (em inglês). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 14 de dezembro de 2015. Consultado em 24 de dezembro de 2015
- ↑ Jornal do Brasil - Primeiro Caderno, pg. 3. Rio de Janeiro. 1º de janeiro de 1970
- ↑ Jornal do Brasil (22 de agosto de 2014). «Febre "desconhecida" mata 13 pessoas no Congo». Consultado em 22 de agosto de 2014
- ↑ «Congo-Brazzaville». Energy Information Administration, U.S. Government. Consultado em June 11, 2009 Verifique data em:
|acessodata=
(ajuda) - ↑ Republic of Congo World Bank
- ↑ «Kimberley Process Removes the Republic of Congo from the List of Participants». Kimberley Process. July 9, 2004. Consultado em June 11, 2008 Verifique data em:
|acessodata=, |data=
(ajuda) - ↑ «2007 Kimberley Process Communiqué». Kimberley Process. November 8, 2007. Consultado em June 11, 2008 Verifique data em:
|acessodata=, |data=
(ajuda) - ↑ «Mining in Congo». MBendi. Consultado em June 14, 2009 Verifique data em:
|acessodata=
(ajuda) - ↑ Goodspeed, Peter (October 21, 2009) South Africa’s white farmers prepare to trek to the Congo. National Post.
- ↑ Congo hands land to South African farmers. Telegraph. October 21, 2009.
- ↑ (em inglês) Religião na República do Congo na NationsEncyclopedia.com
Bibliografia
- Maria Petringa, Brazza, A Life for Africa (2006). ISBN 978-1-4259-1198-0
Ver também
Ligações externas
- «Página oficial da Presidência da República do Congo»
- «Os Pigmeus Baka dos Camarões e do Congo». Cultura e música dos primeiros habitantes do Congo
- «População do Congo»