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Como ler uma infocaixa de taxonomiaQueixada
Exemplar fotografado no Brasil
Exemplar fotografado no Brasil
Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animal
Filo: Cordados
Classe: Mamíferos
Ordem: Artiodáctilos
Família: Taiaçuídeos
Género: Tayassu
Fischer, 1814
Espécie: Tayassu pecari
Nome binomial
Tayassu pecari
Link, 1795
Distribuição geográfica
Distribuição da queixada
Distribuição da queixada
Subespécies
Ver texto
Sinónimos

A queixada (nome científico: Tayassu pecari), também chamado de queixada-ruiva, queixo-ruivo, canela-ruiva, sabucu, tacuité, taiaçu, tajaçu, tanhaçu, tanhocati, taguicati, tiririca, porco-do-mato, pecari, é uma mamífero artiodáctilo (artiodactyla) da família dos taiaçuídeos (Tayassuidae) e gênero Tayassu. Outrora, tal gênero também incluía o caititu (Pecari tajacu).

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Queixada refere-se ao seu costume de bater fortemente o queixo, quando acuado. Sabacu e sabucu vêm do tupi-guarani sawa'cu, enquanto Tayassu, taiaçu, tajaçu e tanhaçu vêm do tupi tai wa'su, "dente grande". Taguicati possui origem indígena.[2] Porco deriva do termo latino porcus.[3]

Taxonomia e evolução[editar | editar código-fonte]

A queixada foi descrita pela primeira vez como Sus pecari por Johann Heinrich Friedrich Link, em 1795.[4] Johann Fischer von Waldheim, em 1814, descreveu o gênero Tayassu, que também incluía o caititu (Pecari tajacu), e atualmente só compreende a queixada.[5]

Estudos morfológicos dividiram a queixada em 5 subespécies, entretanto, tal divisão não é corroborada por estudos genéticos:[5]

Distribuição geográfica e habitat[editar | editar código-fonte]

As queixadas assim como outras espécies que apresentam uma grande distribuição em locais variados e são bastantes afetados, com essa diversidade de regiões faz com que o contato das queixadas e o ambiente gere diferentes consequências em diferentes graus de ameaça ao longo do local ocupado (principalmente no território brasileiro). Avaliar estas espécies como unidades para todo o país pode resultar em excesso de otimismo em relação a seu estado de conservação, baseado em grandes populações remanescentes nos biomas ainda menos degradados. Uma avaliação desse tipo pode dificultar a ação de políticas especificas. Para essa espécie em ecossistemas que as mesmas despertam alarme quanto às suas condições de conservação, por outro lado, mascarar a possibilidade de que as populações ainda saudáveis não estão livres de sofrer o mesmo destino daquelas em ambientes mais impactados, a intensificação das atuais pressões sobre biomas ainda bastante conservados, como o Pantanal e a Amazônia.[11]

As queixadas assim como outros grupos de animais que vivem em bandos está sujeito a extinção nas localidades, apenas no estado da Amazônia o índice é consideradamente menos preocupante pois o bioma é extenso e tem uma grande diversidade de vegetação e assim faz com que as proporções de conservação aumente, já em locais com menos diversidade de alimentos como a caatinga é colocado o índice como preocupante, pois a o risco da espécie pode se tornar ameaçada ou futuramente ser colocado em uma categoria de extinção caso continue nas mesmas situações atuais.[11]

Em alguns biomas brasileiros essas são as categorias que a espécie se encontra: Mata atlântica (criticamente em perigo), pois as populações de queixadas só foram encontradas em apenas 31% dos remanescentes; Cerrado (em perigo), pois a uma grande perca de vegetação e assim a probabilidade de sobrevivência é reduzida; Pantanal (quase ameaçada), a estudos que apontam a possibilidade de perca de habitat; Caatinga (vulnerável),  pelo bioma ser considerado o limite do nordeste e levar a grandes períodos de estiagem; Amazônia (menos preocupante), o estado da Amazônia é uma área de distribuição de grande extensão, gerando possibilidades para que a espécie se mantenha sem riscos que possa ocasionar em sua extinção. O principal meio que pode ameaçar a vida das queixadas nesse bioma é a caça frequente, onde resulta em desgastes nos bandos de queixadas, a captura e eliminação da espécie acontecem em grandes áreas, dificultando assim a permanência. O maior fator é a coesão social, que deixa as queixadas mais vulneráveis e assim aumenta o contato com humanos. [11] Possui ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde Veracruz e Oaxaca no México, até a província de Entre Ríos, na Argentina, ocorrendo também na costa do Equador em Esmeraldas e Pichincha.[12] Inicialmente, ocorria por todo o Brasil, mas dado ser uma espécie que exige amplos territórios e é muito sensível à caça, provavelmente já está extinta em alguns locais, como nos estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.[13] Provavelmente, também está extinto em El Salvador, e apesar de ter sido introduzido em Cuba, em 1930, também não se tem registro da espécie na ilha há muito tempo.[1]

Possui ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde Veracruz e Oaxaca no México, até a província de Entre Ríos, na Argentina, ocorrendo também na costa do Equador em Esmeraldas e Pichincha.[12] Inicialmente, ocorria por todo o Brasil, mas dado ser uma espécie que exige amplos territórios e é muito sensível à caça, provavelmente já está extinta em alguns locais, como nos estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.[13] Provavelmente, também está extinto em El Salvador, e apesar de ter sido introduzido em Cuba, em 1930, também não se tem registro da espécie na ilha há muito tempo.[1]

Características[editar | editar código-fonte]

A queixada vive até os 13 anos e pode dar à luz dois filhotes de cada vez. O comprimento da cabeça e do corpo varia de 90–139 centímetros, a altura do ombro está entre 40 e 60 centímetros, o comprimento da cauda é de 3-6 centímetros, e o peso adulto é de 25–40 quilos.[14] Sua cor é geralmente marrom ou preta. A pelagem é eriçada e tem pelos que correm ao longo da coluna vertebral, crescendo mais longos do que os que correm pelo corpo, formando uma crista, que sobe quando a queixada fica excitada. Tem corpo redondo com focinho comprido que termina em disco circular onde começa a cavidade nasal. Possui manchas brancas que começam abaixo do focinho e vão até a área da bochecha, logo abaixo dos olhos.[15]

De hábitos diurnos e terrestres, alimentam-se de frutos, sementes, raízes, larvas de insetos e minhocas. Seus principais predadores em áreas não impactadas pelos humanos são a onça-pintada (Panthera onca) e a onça-parda (Puma concolor).[13]

As queixadas são animais cujo períodos mais ativos são durante a parte da manhã e ao final da tarde, também podem ocupar uma grande área, isso varia do local onde se encontram, dependendo da localidade podem ocupar uma área de mais de 200 km². Esse animal tem um comportamento muito agressivo, principalmente, onde não a presença humana. As queixadas são consideradas frutívoras, porém dependendo da disponibilidade de alimento também podem se alimentar de seres invertebrados, fungos e peixes. Por se alimentarem basicamente de frutas as queixadas também são conhecidas pela dispersão de sementes no meio em que vivem, através das fezes. a gestação da queixada leva em média 250 dias, o filhote apresenta o seu pelo em um tom avermelhado, com uma listra escura na região dorsal.[11]

A queixada é considerada o maior e mais violento porco selvagem sul-americano. As queixadas vivem em grandes grupos entre 50 e 300 indivíduos, esses grupos são compostos por machos e fêmeas de todas as idades, variando do local em que se encontram, na maioria das vezes a quantidade de queixadas em um local especifico é variado, pela disponibilidade de alimento, em habitats ricos é possível encontrar um maior grupo de queixadas, na maioria das vezes as queixadas se protegem em grupo, o seu habitat de maior desempenho são as florestas tropicais úmidas.[11]

As queixadas são animais territoriais, e assim como todo animal territorial eles o defendem, ao contrario de outros porcos  selvagens que marcam o território por meio das glândulas de cheiro em diversos locais onde defecam, as queixadas são consideradas animais nômades e portanto assim não apresentam e não exibem comportamentos iguais. Para manter a defesa de território, outros porcos selvagens acabam fugindo quando um predador está presente, após o tempo de ataque os porcos se reúnem novamente e continuam suas atividades novamente, já as queixadas quando um bando é atacado, todos os componentes do bando se direcionam para a mesma localidade, fazendo desse modo a demarcação de território.[11]

As queixadas indicam um papel importante na manutenção do ambiente, ajudam na disponibilidade de semente em todo o território que percorrem, ao formarem os grupos, viajam longas distâncias, nesse período se alimentam muitas vezes, ao saírem para caça procuram alimentos facilmente alcançáveis, ocasionando assim danos ao ambiente, principalmente em pequenas mudas de arvores, a camada superior do solo fica bastante desgastada por esses animais e assim resulta em um dano que pode ocasionar a morte de mudas, o comportamento das queixadas é puxar e revirar a camada da superfície do solo e fica evidente a passagem do grupo pelo ambiente, isso dificulta, e acaba determinando o futuro de pequenas arvores, essa espécie de porco selvagem consomem uma diversidade enorme de alimentos, dependendo da disponibilidade, a espécie põe fim a vegetações rasteiras. [16]

O impacto que é gerado a partir de um grupo de queixadas pode comprometer a permanência de uma espécie de arvore em um local, assim como uma planta é prejudicada, o bioma também pode ser comprometido. [16]

Comunicação[editar | editar código-fonte]

Interação entre 2 indivíduos

As queixadas são animais que vivem principalmente em ambientes densos, uma das características de ambientes densos, é a pouca visibilidade, e isto é um obstáculo enfrentado, sendo assim necessitam de alguns tipos de mecanismos diferentes para que a comunicação ocorra eficientemente, a interação facilita a segurança do grupo quando um predador se aproxima.[17]

Os parâmetros de comunicação utilizado pelas queixadas são químicos, olfativos e acústico. Essas comunicações se diferem entre si, da seguinte forma; Comunicação química: essa comunicação envolve as glândulas de cheiro; Comunicação acústica: requer muita atenção dos animais, pois a qualquer sinal emitido de forma diferente pode significar um tipo de risco, á alguns chamados diferentes entre a espécie, um tipo de alarme vocal emitido pelos animais, que é semelhante a outras espécies, como o latido, que é emitido pelos filhotes do bando quando se sentem separados da mãe, ao se alimentarem as queixadas também emitem um grunhido baixo, o som é mantido durante o processo de alimentação, o grunhido mais alto é utilizado quando a indicativos de ameaça ao grupo e soa como um alarme. Normalmente os sons emitidos pelas queixadas são quando o grupo está separado, assim soando sons mais altos, principalmente quando estão em processo de caça a alimentos, o som que emitem quando estão se alimentando geralmente é resultado do contato que o animal faz com os dentes, quando estão se alimentando de um alimento mais duro.[17]

A uma diferenciação entre alguns tipos de grunhidos emitido pelas queixadas, cada tipo tem um significado especifico; Tipo 1: é emitido quando o grupo esta separado, o intuito é se manterem unidos em contato, para evitar que qualquer um dos indivíduos do grupo sejam deixados para ao longo do percurso; Tipo 2: é emitido quando pelo queixada dominante, como forma de aviso e proteção de outros supostos indivíduos; Tipo 3: é emitido quando qualquer individuo é posto em uma situação de perigo, pode ser emitido tanto quando estão sendo atacados e também quando se sentem em situação de perigo, antes de serem realmente atacados, o tipo 3 é um modelo de prevenção a ataques ao grupo. O momento que o grupo se encontra mais exposto é no processo de alimentação.[17]

Referências

  1. a b c Keuroghlian, A.; Desbiez, A.; Reyna-Hurtado, R.; Altrichter, M.; Beck, H.; Taber, A.; Fragoso, J. M. V. (2013). «White-lipped Peccary - Tayassu pecari». Lista Vermelha da IUCN. União Internacional para Conservação da Natureza (UICN). p. e.T41778A44051115. doi:10.2305/IUCN.UK.2013-1.RLTS.T41778A44051115.en. Consultado em 25 de julho de 2021 
  2. Ferreira, A. B. H. (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 1530 
  3. «Porco». Michaelis. Consultado em 25 de julho de 2021 
  4. Grubb, P. (2005). «Tayassu pecari». In: Wilson, D. E.; Reeder, D. M. (eds.). Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore, Marilândia: Imprensa da Universidade Johns Hopkins. p. 644. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  5. a b Taber, A. B.; Altrichler, M.; Beck, H.; Gongora, J. (2011). «Family Tayassuidae (Peccaries)». In: Wilson, D. E.; Mittermeier, R. A. Handbook of the Mammals of the World - Volume 2: Hoofed Mammals. Barcelona: Lynx Edicions. pp. 308–320. ISBN 978-84-96553-77-4 
  6. Grubb, P. (2005). «Tayassu pecari pecari». In: Wilson, D. E.; Reeder, D. M. (eds.). Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore, Marilândia: Imprensa da Universidade Johns Hopkins. p. 644. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  7. Grubb, P. (2005). «Tayassu pecari aequatoris». In: Wilson, D. E.; Reeder, D. M. (eds.). Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore, Marilândia: Imprensa da Universidade Johns Hopkins. p. 644. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  8. Grubb, P. (2005). «Tayassu pecari albirostris». In: Wilson, D. E.; Reeder, D. M. (eds.). Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore, Marilândia: Imprensa da Universidade Johns Hopkins. p. 644. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  9. Grubb, P. (2005). «Tayassu pecari ringens». In: Wilson, D. E.; Reeder, D. M. (eds.). Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore, Marilândia: Imprensa da Universidade Johns Hopkins. p. 644. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  10. Grubb, P. (2005). «Tayassu pecari spiradens». In: Wilson, D. E.; Reeder, D. M. (eds.). Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore, Marilândia: Imprensa da Universidade Johns Hopkins. p. 644. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  11. a b c d e f Alexine, Keuroghlian (2012). «Avaliação do Risco de Extinção do Queixada Tayassu Pecar». Biodiversidade Brasileira tipo 2: 3-15 
  12. a b Mayer, J. J.; Wetzel, R. M. (1987). «Tayassu pecari» (PDF). Mammalian Species. 293: 1-7. Consultado em 5 de fevereiro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 3 de março de 2016 
  13. a b c Keuroghlian, Alexine; Desbiez, Arnaud Léonard Jean; Beisiegel, Beatriz de Mello; Medici, Emilia Patrícia; Gatti, Andressa; Pontes, Antônio Rossano Mendes; Campos, Cláudia Bueno de; Tófoli, Cristina Farah de; Júnior Edsel Amorim Moraes; Azevedo, Fernanda Cavalcanti de; Pinho, Gabriela Medeiros de; Cordeiro, José Luís passos; Júnior, Tarcísio da Silva Santos; Morais, Adriane Aparecida de; Mangini, Paulo Rogério; Flesher, Kevin; Rodrigues, Lilian Figueiredo; Almeira, Lílian Bonjorne de (2012). «Avaliação do risco de extinção do Queixada Tayassu pecari Link, 1795, no Brasil». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente (MMA). Biodiversidade Brasileira. 3: 84-102 
  14. Mayer, J.J.; Wetzel, R.M. (1987). «Tayassu pecari». Mammalian Species. 293 (293): 1–7. JSTOR 3503865. doi:10.2307/3503865 
  15. «Tayassu pecari: White-lipped peccary». ultimateungulate.com. Consultado em 7 de janeiro de 2020 
  16. a b Antonik, Melanie.M (7 de dezembro de 2004). «O PAPEL DA QUEIXADA (Tayassu pecari) NA MANUTENÇÃO DA ESTRUTURA DA FLORESTA TROPICAL» (PDF). Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Consultado em 8 de dezembro de 2021  line feed character character in |titulo= at position 52 (ajuda)
  17. a b c costa, Thaise (2014). «ASSINATURA VOCAL E HIERARQUIA DE DOMINÂNCIA SOCIAL EM QUEIXADAS (Tayassu pecari)» (PDF). univrrdisde estadual de Santa Cruz (uesc). dissertação universidade estadual de Santa cruz. Consultado em 10 de dezembro de 2021 


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