Gabriela Hardt: diferenças entre revisões
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Nos anos 1920, seu bisavô iniciou a construção da [[Firma Frederico Hardt]], que começou na condição fábrica de laticínios pioneira na região. Nos anos 1940, expandiu o mercado para comercialização de outros gêneros alimentícios, ferragens, louças, tecidos, e confecções. Desde os anos 1970, a família é dona da [[Hardt Confecções]] e das [[Lojas Hardt]], uma rede de lojas de departamento, com mais de 150 trabalhadores, também espalhadas em [[Timbó (Santa Catarina)|Timbó]] e [[Blumenau]], municípios de Santa Catarina<ref name="brasil247" />. |
Nos anos 1920, seu bisavô iniciou a construção da [[Firma Frederico Hardt]], que começou na condição fábrica de laticínios pioneira na região. Nos anos 1940, expandiu o mercado para comercialização de outros gêneros alimentícios, ferragens, louças, tecidos, e confecções. Desde os anos 1970, a família é dona da [[Hardt Confecções]] e das [[Lojas Hardt]], uma rede de lojas de departamento, com mais de 150 trabalhadores, também espalhadas em [[Timbó (Santa Catarina)|Timbó]] e [[Blumenau]], municípios de Santa Catarina<ref name="brasil247" />. |
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«Essas oligarquias políticas familiares são extremamente conservadoras, com pensamento político sempre de direita, autoritário, o que contribui a explicar o comportamento político da juíza em relação ao processo do Lula»<ref>{{Citar web|titulo=Filha da elite política catarinense, Gabriela Hardt segue perfil autoritário de Moro|url=https://www.brasildefato.com.br/2018/12/24/filha-da-elite-politica-catarinense-gabriela-hardt-segue-perfil-autoritario-de-moro/index.html|obra=Brasil de Fato|data=2018-12-24|acessodata=2019-02-06|lingua=pt-BR}}</ref>, explica Ricardo Costa de Oliveira, Professor do Departamento de [[Ciência política|Ciência Política]] e [[Sociologia]] da [[Universidade Federal do Paraná|Universidade Federal do Paraná (UFPR)]], mesma universidade na qual Gabriela se formou. |
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== Atuação como juíza == |
== Atuação como juíza == |
Revisão das 22h25min de 6 de fevereiro de 2019
Gabriela Hardt | |
Juíza federal do TRF da 4ª Região | |
Período | 26 de janeiro de 2009 até a atualidade[1] |
Dados pessoais | |
Nascimento | 14 de setembro de 1975 (48 anos) Curitiba |
Alma mater | Universidade Federal do Paraná |
Gabriela Hardt (Curitiba, 14 de setembro de 1975)[2] é uma juíza federal substituta brasileira da 13.ª Vara Federal de Curitiba, onde tramitam, em primeira instância, processos da Operação Lava Jato. É nadadora de maratona do Círculo Militar do Paraná. [3]
Biografia
Segunda, de 3 filhos, do engenheiro químico Jorge Hardt e Marilza Ferreira Hardt, na infância sempre tirou férias na casa onde hoje reside sua avó Jurema Mesquita Ferreira, em Nova Friburgo. A mãe relata que os programas prediletos da filha eram "montar o cavalo do “seu Joca”, em Mury; andar nas antigas charretes puxadas por bodes na Praça do Suspiro; subir o teleférico; e visitar os tios em Cordeiro". Ainda no relato da mãe: "desde pequena era decidida, sabia o queria e ia atrás; nunca levava desaforo para casa, suas desavenças eram resolvidas sem pedir ajuda. Tudo para ela tinha que ser nos conformes da lei’", como dizia a personagem de uma novela, a juíza Mirandinha, que lhe rendeu até um apelido[2].
Foi criada em São Mateus do Sul, depois que a mãe passou a residir no município, onde Jorge trabalhava numa usina da Petrobrás, processadora de xisto. Foi na piscina do clube dos funcionários da empresa que aprendeu a nadar e começou a competir[2].
Cursou dois anos de engenharia[2], mas preferiu se formar em direito pela Universidade Federal do Paraná —a mesma em que Sérgio Moro foi professor de Direito Penal e Processual Penal[4]— prestou concurso em 2007, entre os 52 aprovados, o nome de Gabriela Hardt consta como 49º, antepenúltimo lugar, com média geral de 6,62[5], e foi nomeada juíza em 2009, para uma vaga em Paranaguá, no litoral do estado[6][7]. Notabilizou-se por assumir temporariamente a 13.ª Vara Federal de Curitiba após a exoneração do titular Sérgio Moro. A magistrada informou ter sido designada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) para a titularidade pelo período de 19 de novembro de 2018 a 30 de abril de 2019[8][9][10].
Foi nomeada em 2014 como juíza substituta na 13.ª Vara Federal e assumia os trabalhos quando Sérgio Moro saía de férias[11][12].
Em Catanduvas, foi corregedora da penitenciária federal da cidade, onde lidava com presos perigosos, a exemplo de líderes de facções de tráfico de drogas[13].
Genealogia
Com família formada em Indaial, em Santa Catarina, a genealogia remonta à elite política do município: seu bisavô, Frederico Hardt, foi o primeiro prefeito, pela Aliança Liberal, entre os anos de 1934 e 1941; Alfredo Hardt foi prefeito entre 1961 e 1966; e o tio, Frederico João Hardt, foi prefeito entre 1993 e 1996, pelo MDB[14].
Nos anos 1920, seu bisavô iniciou a construção da Firma Frederico Hardt, que começou na condição fábrica de laticínios pioneira na região. Nos anos 1940, expandiu o mercado para comercialização de outros gêneros alimentícios, ferragens, louças, tecidos, e confecções. Desde os anos 1970, a família é dona da Hardt Confecções e das Lojas Hardt, uma rede de lojas de departamento, com mais de 150 trabalhadores, também espalhadas em Timbó e Blumenau, municípios de Santa Catarina[14].
Atuação como juíza
- Prisão de José Dirceu
Em maio de 2018, foi responsável por expedir uma ordem de prisão contra o ex-ministro José Dirceu, que em seguida obteve um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal.[6][15][16]
- Audiência de interrogatório de Lula no processo de Atibaia
Em 14 de novembro de 2018, durante férias de Moro, a juíza conduziu a audiência de interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ação relativa a um sítio em Atibaia, na qual ele é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.[17]
- Embates
O senhor está intimidando a acusação assim, senhor presidente. Por favor, vamos mudar o tom que o senhor está intimidando, o senhor está instigando. E o senhor está intimidando a acusação. Eu não vou permitir. - Gabriela Hardt. |
Na abertura do depoimento, o ex-presidente questionou a juíza sobre a propriedade do sítio e ela disse: "Isso o senhor que tem que responder e eu não estou sendo interrogada nesse momento". Com o passar do depoimento, Lula fez referências à apresentação de Power Point, feita em 2016 pelo procurador Deltan Dallagnol, com as acusações contra o mesmo no processo do tríplex do Guarujá, em que foi condenado em duas instâncias, e em determinado momento disse: "Eu, quando vi o Power Point, eu falei pro PT, se fosse presidente do PT, pediria pra que todos os filiados no PT no Brasil inteiro, prefeito, deputado, abrisse processo (sic) contra o Ministério Publico pra ele provar o Power Point". Isso acarretou uma nova reação da juíza, que o acusou de estar instigando que partidários causassem tumulto no processo.[18]
- Michelle Bolsonaro com frase de juíza
Se começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema - Gabriela Hardt. |
No fim de dezembro de 2018, a primeira-dama Michelle Bolsonaro, esposa do presidente Jair Bolsonaro, em desembarque no município de Itacuruçá, foi vista trajando uma camiseta com a frase: "Se começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema", fazendo referência a uma frase da juíza a Lula, no depoimento.[19]
- Condenação de Renato Duque
Em 19 de novembro de 2018, proferiu sua primeira sentença no âmbito da Operação, condenando Renato Duque, ex-diretor de serviços da Petrobras a 3 anos e 4 meses de reclusão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.[20]
- Bloqueio de dinheiro de investigados
Em 24 de novembro de 2018, decretou o bloqueio de vinte milhões de reais de treze investigados no âmbito da 56.ª fase da Operação Lava-Jato.[21][22]
- Condenação de investigados da 46ª fase da Lava Jato
Em 30 de novembro do mesmo ano, condenou nove réus no processo derivado da 46.ª Operação da Lava Jato a penas variando de três a doze anos por terem recebido propinas em torno de 32 milhões de reais.[23]
- Não devolução de bens a Aldemir Bendine
Em decisão de 10 de dezembro de 2018, Gabriela negou a devolução de bens ao ex-presidente da Petrobrás Aldemir Bendine. Conforme ela "não há como promover a devolução de bens de vultosos valores quando o requerente foi condenado por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em ação penal correlata, e está sujeito à reparação do dano, pagamento de multa e custas processuais’. A juíza ainda deixou claro que não houve ‘comprovação da origem lícita dos bens apreendidos’. Bendine foi condenado por Moro, em março de 2018, a 11 anos de prisão por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.[24]
- Repatriação de dinheiro de saldos de propinas da Odebrecht
Em dezembro de 2018, um pedido do Ministério Público Federal foi acolhido e a juíza autorizou que 46.405.971,07 reais bloqueados de contas de cinco delatores da Odebrecht, no Meinl Bank, em Antígua, fossem repatriados. A juíza mencionou na decisão que nove contas ligadas a eles movimentaram saldos de propinas.[25]
- Inquérito-mãe da Lava Jato liberado para Dilma Rousseff
No fim de dezembro de 2018, autorizou o acesso ao inquérito-mãe da Operação Lava Jato para a ex-presidente Dilma Rousseff, pois não via "com facilidade de que maneira o acesso aos autos pela Defesa de Dilma Vana Rousseff poderia prejudicar investigações sigilosas em curso". Ainda disse que o acesso da defesa não permitiria "acesso a investigações sigilosas, a processos nos quais tramitam acordos de colaboração ou leniência e nem a processos nos quais há medidas cautelares e coercitivas pendentes". Dilma seria alvo da delação premiada do seu ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci[26].
- Condenação do ex-presidente Lula
Em 6 de fevereiro de 2019, Gabriela Hardt condenou o ex-presidente Lula a 12 anos e 11 meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo que trata sobre o recebimento de vantagens indevidas através de reformas feitas em um sítio em Atibaia e pagas pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Schahin como contrapartida por celebrarem contratos superfaturados com a Petrobras.[27]
Prêmios
Ver também
- Corrupção no Brasil
- Lista de escândalos políticos no Brasil
- Lista de operações da Polícia Federal do Brasil
- Poder Judiciário do Brasil
- Política do Brasil
Referências
- ↑ Lista de Antiguidade dos Juizes Federais Substitutos
- ↑ a b c d «Juíza substituta de Moro na Lava-Jato é filha e neta de friburguenses». A Voz da Serra. 6 de novembro de 2018. Consultado em 16 de dezembro de 2018
- ↑ Júlia Dualibi (janeiro de 2017). «Em águas turvas». Revista Piauí. Consultado em 23 de novembro de 2018
- ↑ «Filha da elite política catarinense, Gabriela Hardt segue perfil autoritário de Moro». Brasil de Fato. 24 de dezembro de 2018. Consultado em 6 de fevereiro de 2019
- ↑ «Filha da elite política catarinense, Gabriela Hardt segue perfil autoritário de Moro». Brasil de Fato. 24 de dezembro de 2018. Consultado em 6 de fevereiro de 2019
- ↑ a b Ana Zimmermann (1 de novembro de 2018). «Gabriela Hardt: veja quem é a juíza que assume temporariamente a Lava Jato». G1. Consultado em 25 de novembro 2018
- ↑ Braziliense, Correio (1 de novembro de 2018). «Gabriela Hardt: saiba quem é a juíza que assume a Lava-Jato». Correio Braziliense
- ↑ «Juíza Gabriela Hardt ficará à frente da Lava-Jato em Curitiba até o fim de abril». O Globo. 22 de novembro de 2018
- ↑ «Gabriela Hardt é designada juíza titular da Lava Jato até abril de 2019». VEJA.com
- ↑ «Juíza Gabriela Hardt deverá sentenciar Lula - ISTOÉ Independente». ISTOÉ Independente. 22 de novembro de 2018
- ↑ Redação, Da. «Saiba quem é a juíza que vai substituir Sergio Moro nas férias». Jornal CORREIO | Notícias e opiniões que a Bahia quer saber
- ↑ «CLICK: Substituta de Sérgio Moro pratica maratona aquática, corrida e vôlei». Coluna do Estadão
- ↑ «Substituta de Moro deve continuar à frente da Lava Jato até abril». Folha de S.Paulo. 22 de novembro de 2018. Consultado em 16 de dezembro de 2018
- ↑ a b «Juíza Gabriela Hardt segue perfil autoritário de Moro». Brasil 247. 25 de novembro de 2018. Consultado em 26 de dezembro de 2018
- ↑ «Juíza manda prender José Dirceu». VEJA.com
- ↑ «URGENTE: JUÍZA MANDA PRENDER DIRCEU - O Antagonista». O Antagonista. 17 de maio de 2018
- ↑ «Em interrogatório, Lula diz que não pagou por reformas porque não era dono do sítio em Atibaia». G1
- ↑ Mariana Schreiber (15 de novembro de 2018). «Depoimento de Lula:Sou o dono do sítio ou não?». BBC. Consultado em 15 de dezembro de 2018
- ↑ Estadão Conteúdo (26 de dezembro de 2018). «Michelle Bolsonaro veste camiseta com frase de juíza a Lula». Diário do Nordeste. Consultado em 26 de dezembro de 2018
- ↑ «Gabriela Hardt dá primeira condenação da Lava Jato após pedido de demissão de Moro». Fausto Macedo
- ↑ «Gabriela Hardt bloqueia R$ 20 mi de alvos da Operação Sem Fundos da Lava Jato». Fausto Macedo
- ↑ «Gabriela Hardt bloqueia R$ 20 milhões dos investigados na nova fase da Lava Jato -». paranaportal.uol.com.br. Consultado em 27 de novembro de 2018
- ↑ Justi, Adriana (4 de dezembro de 2018). «Juíza Gabriela Hardt condena nove réus em processo da 46ª fase da Operação Lava Jato». Notícias. G1 Globo. Consultado em 6 de dezembro de 2018
- ↑ Julia Affonso (17 de dezembro de 2018). «Juíza da Lava Jato nega a Bendine devolução de joias, relógios e duas garrafas de vinho». Estadão. Consultado em 19 de dezembro de 2018
- ↑ Julia Affonso (18 de dezembro de 2018). «Gabriela Hardt manda repatriar R$ 46 mi de 'saldos de propinas' da Odebrecht em Antígua». Estadão. Consultado em 18 de dezembro de 2018
- ↑ Julia Affonso (18 de dezembro de 2018). «Juíza libera a Dilma Rousseff acesso ao inquérito-mãe da Lava Jato». ISTOÉ. Consultado em 31 de dezembro de 2018
- ↑ «Lula é condenado a 12 anos e 11 meses de prisão no caso do sítio de Atibaia». noticias.uol.com.br. Consultado em 6 de fevereiro de 2019
- ↑ Rio Grande Em Fotos