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Papa Alexandre VI: diferenças entre revisões

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Segundo [[Charles Haddon Spurgeon]], ele foi enveneado pelo vinho que ele havia preparado para envenenar outra pessoa.<ref name="spurgeon">[[Charles Haddon Spurgeon]], ''The Treasury of David'' (1869-85), ''Salmos, Capítulo 28'' [http://www.sacred-texts.com/bib/cmt/tod/psa028.htm <small><nowiki>[em linha]</nowiki></small>]</ref> Seu funeral foi breve e sem grandes comemorações, tendo sido sepultado com a seguinte epígrafe em seu túmulo em Espanha: "Aqui Jaz Alexandre VI, que foi papa". O seu túmulo encontra-se na igreja de [[Santa Maria in Monserrato]].
Segundo [[Charles Haddon Spurgeon]], ele foi enveneado pelo vinho que ele havia preparado para envenenar outra pessoa.<ref name="spurgeon">[[Charles Haddon Spurgeon]], ''The Treasury of David'' (1869-85), ''Salmos, Capítulo 28'' [http://www.sacred-texts.com/bib/cmt/tod/psa028.htm <small><nowiki>[em linha]</nowiki></small>]</ref> Seu funeral foi breve e sem grandes comemorações, tendo sido sepultado com a seguinte epígrafe em seu túmulo em Espanha: "Aqui Jaz Alexandre VI, que foi papa". O seu túmulo encontra-se na igreja de [[Santa Maria in Monserrato]].

Ficou constado porém, que ele foi assassinado por [[Ezio Auditore]], retaliação pela morte de seu pai e seus irmãos.


== Legado ==
== Legado ==

Revisão das 18h50min de 27 de julho de 2012

Alexandre VI
Info/Papa
Atividade eclesiástica
Fim do pontificado 18 de agosto de 1503 (72 anos)
Predecessor Inocêncio VIII
Sucessor Pio III
Ordenação e nomeação
Dados pessoais
Categoria:Igreja Católica
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo
Lista de papas

Alexandre VI, nascido Rodrigo Borja (Xàtiva, 1 de Janeiro de 1431Roma, 18 de Agosto de 1503) foi o 214º papa da Igreja Católica, de 10 de Agosto 1492 até a data da sua morte[1]. Ele era natural de Valência.[2] Quando chegou à Itália, adotou o nome de Rodrigo Borgia, aportuguesado para Rodrigo Bórgia. O nome de sua família foi elevada à cátedra do Vaticano com a eleição do seu tio materno, Afonso Bórgia, como Papa Calisto III.

Rodrigo Bórgia estudou na Universidade de Bolonha.[2] Foi feito cardenal por seu tio materno, o papa Calisto III.[2] Foi sucessivamente elevado a cargos de mais qualidade: bispo, cardeal e vice-chanceler da Igreja. Se tornou um grande diplomata após servir à Cúria Romana durante cinco pontificados, adquiriu experiência administrativa, influência e riqueza, mas não grande poder.

Ele teve várias amantes, em particular Vanozza Catanei, com quem teve quatro filhos.[2] Teve ainda por amante Giulia Farnese, mulher de Orsino Orsini.

Família

Os seus pais eram Jofre Lançol e Isabella Bórgia, irmã do cardeal Alfonso Borja[1]. Seu relacionamento com a dama romana Vannozza dei Cattanei começou em 1470, e eles tiveram quatro filhos: Juan, Cesare, Lucrezia e Jofre, nascidos, respectivamente, em 1474, 1476, 1480 e 1482[1]. Outros filhos foram Girolama, casada com um nobre espanhol, e Pedro Luis, que se tornou Duque de Gandia, mas morreu logo, passando o ducado para Juan, o mais velho dos filhos de Vanozza[1]. Um de seus filhos casou-se com a filha do rei Alfonso II de Nápoles, mas a aliança ficou em perigo pelas ambições de Carlos VIII da França, que reivindicava o trono de Nápoles.[2]

Eleição

Ver artigo principal: Conclave de 1492

Rodrigo Bórgia usou sua fortuna e promessas para comprar a maior parte dos votos dos vinte e três cardeais quando se realizou o conclave para definir a sucessão do papa Inocêncio VIII.[2] No conclave houve três candidatos: ele próprio, Ascanio Sforza e Giuliano della Rovere. Reuniram-se em agosto de 1492, na capela apelidada Capela Sistina, por ter sido construída pelo papa Sisto IV, adornada com obras-primas de Botticelli, Pinturicchio, Ghirlandaio e Michelangelo. A eleição foi definida na madrugada de 10 para 11 de agosto. A coroação se deu em 26 de agosto.[carece de fontes?] Rodrigo Bórgia tinha 60 anos, adotou o nome de Alexandre VI (em latim, Alexander VI), e teve infeliz distinção de ser considerado, por muitos, o pior de todos os papas.[2]

Papado

O papado de Alexandre VI começou tranqüilo, mas não tardou para que se manifestasse sua ganância em sacrificar todos os interesses em favor da família. Nomeou Cardeais o seu filho de dezesseis anos, César Bórgia, os seus sobrinhos Francisco Borgia e Juan Lanzol de Bórgia de Romaní,, o maior, um primo deste último Juan Castellar y de Borgia (it. Giovanni), os seus sobrinhos-neto Juan de Borja Llançol de Romaní, o menor, Pedro Luis de Borja Llançol de Romaní e Francisco Lloris y de Borja e o cunhado do seu filho César, Amanieu d'Albret. César seria posteriormente retratado por Maquiavel em sua obra O príncipe como o ideal do político e governante pragmático.

O cardela Della Rovere o acusou de simonia, e trouxe o rei da França Carlos VIII para depô-lo, mas Bórgia fez um acordo, permitindo o trânsito dos exércitos franceses, e foi reconhecido como papa pelo rei francês.[2] Enquanto isto, ele negociou com o imperador alemão Maximiliano I e os governantes da Espanha e Veneza uma aliança, que derrotaram os franceses.[2]

Um de seus acusadores era o frei dominicano Girolamo Savonarola, que havia conseguido reformar Florença através de muita coragem e uma brilhante oratória.[2] Alexandre se conteve, diante dos ataques de Savonarola, até que, enfraquecido por ter repetidamente quebrado seu voto de obediência ao chefe da Igreja, Savonarola sofreu a sentença de excomunhão. Savonarola, porém, continuou seus ataques, e a ministrar a comunhão, e desafiou caminhar nas chamas para provar que ele tinha a palavra de Deus. Um outro frei dominicano se ofereu para ir junto, porém quando o circo foi armado, e a multidão estava ansiosa para assistir ou um milagre ou uma tragédia, o frei se recusou a entrar nas chamas, e a influência de Savonarola diminuiu.[2]

Um dos seus maiores desgostos foi quando seu filho, o Duque de Gandia, foi assassinato, com suspeitas recaindo sobre César Bórgia; quando seu corpo, mutilado, foi encontrado no Rio Tibre, o papa, entristecido, clamou que isto era uma punição por seus pecados. Após a morte do filho, Alexandre convocou os cardeais para reformar a Igreja e acabar com o nepotismo. Mas as reformas não foram adiante.[2]

Seu pontificado é um paradigma de corrupção papal ocasionada pela invasão secular dentro da Igreja, mais tarde esse fato foi tido como desculpa para a separação dos protestantes. Alexandre VI foi, sem dúvida, um papa corrupto, pouco dado às virtudes cristãs. Teve pelo menos sete filhos, entre os quais César e Lucrécia Bórgia. Durante seu pontificado, foram decretadas as Bulas Alexandrinas, tratados responsáveis pela divisão das possessões portuguesas e espanholas no mundo. Dentre eles, vale destacar as bulas Inter Coetera, Eximiae Devotionis e Dudum Siquidem. As negociações ibéricas iriam desembocar no famoso Tratado de Tordesilhas que confirmaria a divisão do mundo entre Portugal e Espanha e seria contestado por outros monarcas, dos quais o mais famoso foi Francisco I de Angoulême, rei da França.

Morte

Durante o verão de 1503, Alexandre e César ficaram gravemente doentes; o filho conseguiu se recuperar, mas o pai morreu, e houve boatos de que cada um havia ficado doente ao tomar vinho enveneado que era destinado ao outro. John Farrow não acredita nesta história, porque houve uma epidemia de febre durante este verão em Roma, e o mais provável é que ambos tenham sido infectados pela mesma doença.[2]

Segundo Charles Haddon Spurgeon, ele foi enveneado pelo vinho que ele havia preparado para envenenar outra pessoa.[3] Seu funeral foi breve e sem grandes comemorações, tendo sido sepultado com a seguinte epígrafe em seu túmulo em Espanha: "Aqui Jaz Alexandre VI, que foi papa". O seu túmulo encontra-se na igreja de Santa Maria in Monserrato.

Ficou constado porém, que ele foi assassinado por Ezio Auditore, retaliação pela morte de seu pai e seus irmãos.

Legado

Alguns historiadores consideram que as histórias sobre ele foram escritas com malícia, e questionam as acusações feitas contra ele, mas, exageros à parte, ele não estava preparado para o cargo. De acordo com John Farrow, o melhor que se pode dizer dele é que sua moral privada não era diferente dos príncipes de sua época, e que, se as histórias soem escandalosas hoje, na sua época não causavam nenhuma surpresa.[2]

Como a maior parte dos papas do Renascimento, Alexandre patrocinou as artes, e Roma beneficiou-se de seu programa de restaurações e decorações. A cidade floresceu com poetas e autores.[2]

A favor

Nem todos seus contemporâneos o acusaram; Sigismundo Conti, que o conhecia bem, elogiou sua dedicação à Igreja e sua atuação nos trinta e sete anos em que foi cardeal (nos papados de Pio II, Paulo II, Sixto IV e Inocêncio VIII), seu trabalho como legado na Espanha e na Itália, seu conhecimento da etiqueta, e seus esforços em se mostrar brilhante nas conversas e digno em seus modos.[2]

Hieronimus Portius o descreveu como um homem alto, nem muito pálido nem muito moreno, de olhos negros, de boca cheia; sua saúde era ótima, e ele conseguia resistir a qualquer esforço; era eloquente no discurso e uma natureza boa.[2]

O historiador alemão Hartman Schedel, após fazer um resumo de sua carreira, o descreve como um homem de visão ampla, abençoado com grande prudência, habilidade de ver o futuro, e conhecimento do mundo; por seu conhecimento dos livros, apreciação da arte e probiedade ele foi um sucessor digno do seu tio Calisto III; ele era amável, confiável, prudente, piedoso e conhecedor dos assuntos relacionados ao seu digno cargo; Schedel termina dizendo que foi uma bênção que uma pessoa com tantas virtudes tenha sido elevada a esta posição digna.[2]

Quanto às críticas que eram feitas, Alexandre comentou que "Roma é uma cidade livre, aqui todos tem o direito de escrever e falar o que quiserem".[2]

Um autor escreveu "Não existe abuso ou vício que não seja praticado abertamente no palácio do Papa. A perfidez dos Citas e dos Cartagineses, a bestialidade e selvageria de Nero ou Calígula, são superadas. Rodrigo Bórgia é um abismo de vício, um subversor de todas as justiças, humana e divina". Este autor não sofreu nenhuma vingança, e foi recebido pelo Papa em audiência.[2]

Contra

O julgamento de Savonarola, porém, foi diferente; ele escreveu aos reis cristãos pedindo que fosse convocado um concílio para depô-lo, o acusando de simonia, heresia e descrença. Ainda segundo Savonarola, Alexandre não era um papa, e não era nem cristão, porque não acreditava em Deus.[2]

Referências

  1. a b c d Este artigo incorpora texto da verbete Pope Alexander VI na Catholic Encyclopedia, publicação de 1913 em domínio público.
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u John Farrow, Pageant of the Popes (1942), Fifteenth Century [em linha]
  3. Charles Haddon Spurgeon, The Treasury of David (1869-85), Salmos, Capítulo 28 [em linha]


Precedido por
Inocêncio VIII

Papa

214.º
Sucedido por
Pio III


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