Movimento estudantil: diferenças entre revisões

← Ver a alteração anterior Ver a alteração posterior →

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado

Em linha

Revisão das 00h17min de 18 de fevereiro de 2018

O Movimento Estudantil é um ativismo da área da educação no qual os sujeitos são os próprios estudantes, com o objetivo de causar mudanças políticas, ambientais, econômicas ou sociais. Embora frequentemente se concentre nas lutas diretamente relacionadas a eles nas escolas e universidades, os movimentos de estudantes também tem papel em eventos políticos e sociais.^[1]

Os movimentos estudantis modernos variam amplamente no assunto, tamanho e sucesso, com todos os tipos de alunos em todos os tipos de configurações educacionais participantes, incluindo estudantes de escolas públicas e privadas; alunos do ensino fundamental, médio, graduação e pós-graduação; e todas as etnias, origens socioeconômicas e perspectivas políticas.^[2] Alguns protestos de estudantes se concentram nos assuntos internos de uma instituição específica; outros se concentram em questões mais amplas, como uma guerra ou ditadura. Da mesma forma, alguns protestos de estudantes se concentram no impacto de uma instituição no mundo, como uma luta contra a política de educação do governo. Embora o ativismo estudantil esteja comumente associado à política de esquerda, os movimentos escolares de direita também existem; e embates internos entre diferentes lados não são incomuns, como por exemplo, grandes movimentos estudantis lutaram em ambos os lados na questão do apartheid na África do Sul.^[3]

O movimento estudantil nas universidades é quase tão antigo quanto as próprias universidades. Estudantes em Paris e Bolonha fizeram grandes ações coletivas no início do século XIII, sobretudo em questões da comunidade universitária.^[4] Os protestos dos estudantes sobre questões políticas mais amplas também tem uma longa história. Por exemplo, na Coreia, durante a Dinastia Joseon, 150 estudantes da Sungkyunkwan protestaram contra o rei e suas ações ainda em 1519.^[5]

Causas

Os primeiros movimentos estudantis registrados começaram na Europa e, em geral, podem ser divididos de acordo com sua causa em dois: aqueles que são inspirados pela melhoria das condições do corpo estudantil em geral, e que são legitimados na medida em que são a geração intelectual futura do sociedade em que são incubadas; e aquelas que respondem às condições de injustiça social que prevalecem no momento da ocorrência, justificando-se como um ato de justiça idealista.

Do ponto de vista do establishment os movimentos dos estudantes são sempre atípicos e inesperados e cada um emerge e evolui de forma única, dificultando - se não impossibilitando - encontrar uma maneira eficaz e inteligente de combate-los. Em suma, o Movimento Estudantil, num sentido mais amplo, é uma força jovem, com um espírito libertário que luta por demandas sociais para fazer justiça e a equidade dos povos. Não defende as ideologias imperialistas, nem os regimes totalitários, só busca a melhoria social e política de uma nação

Consequências

As reações às greves de estudantes variam desde a aceitação de muitos estudantes, que até forçaram as autoridades a criar ministérios e secretarias ou reformaram o sistema de participação do Estado na indústria ou na economia, de acordo com as propostas da estudantes, indo até reações violentas contra eles, não sendo incomum mortes mesmo em manifestações públicas de natureza pacífica.

Os estudantes participaram ativamente de diversos momentos na história de várias nações, desde a Reforma Universitária na Argentina, a Revolução Socialista em Cuba , os eventos de Maio de 1968 na França, entre muitos outros. Os eventos do pós-guerra geraram uma maior reações dos estudantes contra a ordem política burguesa e o sistema capitalista, apesar de já terem movimentos desses temas antes disso. Durante os anos 1960 e 1970, o movimento estudantil manteve uma feroz oposição contra os governos, indo desde protestos até a resistência armada contra regimes ditatoriais. Os confrontos entre as forças do estado e os movimentos estudantis eram e ainda são frequentes.^[6]

Movimento estudantil por país

Alemanha

Na Alemanha e nos estados que a antecederam, o movimento estudantil sempre esteve ligado ao espírito da sua época, e tendo o país passado por diversos momentos e estando sob a influência de diversas ideologias, não foi diferente com seus estudantes.

Em 1815, em Jena, a Urburschenschaft foi fundada. Era um Studentenverbindung (espécie de clube estudantil, apesar do termo alemão ser bem amplo) que se concentrou em ideias nacionais e democráticas. Em 1817, inspirados em ideias liberais e patriotas de uma Alemanha unida, as organizações estudantis reuniram-se para o Festival de Wartburg no simbólico Castelo de Wartburg, em Eisenach, Turíngia, onde livros tidos como reacionários foram queimados.

Em 1819, o estudante Karl Ludwig Sand assassinou o escritor August von Kotzebue, que zombava das organizações de estudantes liberais. Karl era membro da Burschenschaft, uma espécie de continuação da Urburschenschaft original.

Em maio de 1832, o Hambacher Fest foi celebrado no Castelo de Hambach, perto de Neustadt an der Weinstrasse, com cerca de trinta mil participantes, entre eles muitos estudantes. Esse evento, juntamente com o Frankfurter Wachensturm, em 1833, que planejava libertar estudantes detidos na prisão em Frankfurt, e o panfleto revolucionário de Georg Büchner, Der Hessische Landbote, foram fatores que levaram às Revoluções de 1848 nos Estados alemães.

Após a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial, uma organização de estudantes foi formada, a Deutsche Studentenschaft (DSt, "União dos Estudantes Alemães"), entretanto, ela acabou dominada pelo braço estudantil nazi, a Nationalsozialistischer Deutscher Studentenbund (NSDStB, "Liga dos Estudantes Alemães Nacional-Socialistas") a partir de 1931. Entre outros acontecimentos, destaca-se a infame queima dos livros, realizada pelas duas entidades e também por uma terceira, a Allgemeiner Studierendenausschuss (AsTA), todas atuando sobre influência nazista.^[7]

Passada a Segunda Guerra Mundial, na década de 1960, o crescimento mundial do radicalismo estudantil e juvenil se manifestou através do movimento estudantil alemão e organizações como a Sozialistischer Deutscher Studentenbund ("União dos Estudantes Socialistas Alemães") O movimento na Alemanha compartilhou muitas preocupações de grupos similares em outros lugares, como a democratização da sociedade e a oposição à Guerra do Vietnã , mas também enfatizou questões mais específicas a nível nacional, como a forma de lidar com o passado nazista e a oposição aos Deutsche Notstandsgesetze, as leis de emergência extraordinárias que poderia se voltar contra os protestos estudantis.^[8]^[9]

Argentina

Na Argentina, como em outros países latino-americanos, o movimento estudantil remonta ao século XIX, mas só a partir de 1900 que se tornou uma força política importante.^[4] Em 1918, o ativismo dos estudantes desencadeou uma modernização geral das universidades, especialmente tendendo a democratização: foi a Reforma Universitária. Iniciada em Córdoba, os eventos desencadearam revoltas semelhantes em todo o país e por todo o continente, sendo um dos movimentos estudantis mais conhecidos até hoje.^[6]^[10]

Austrália

Os estudantes australianos têm uma longa história de atuação nos debates políticos, especialmente nas novas universidades que foram estabelecidas em áreas suburbanas.^[11] Durante grande parte do século XX, o principal grupo organizador de campus em toda a Austrália foi a Australian Union of Students ("União Australiana dos Estudantes"), fundado em 1937 como Union of Australian University Students, tendo sido mantido até 1984. Foi substituído pelo National Union of Students ("União Nacional dos Estudantes") em 1987.^[12]

Bangladesh

O movimento estudantil de Bangladesh é conflituoso e violento. As organizações estudantis atuam como braços milicianos dos partidos políticos de que fazem parte. Ao longo dos anos, confrontos políticos e conflitos entre facções em instituições educacionais mataram muitos, dificultando seriamente a vida acadêmica. As aulas e os semestres são interrompidos, prejudicando os alunos.

As divisões estudantis dos partidos dominantes dominam os campi e os dormitórios através do crime e da violência e desfrutam vários privilégios não autorizadas. Eles controlam os dormitórios para favorecer alunos leais e membros do partido. É comum a extorsão e a chantagem de professores e alunos por esses grupos.^[13]

Brasil

O Movimento Estudantil no Brasil data ainda do período imperial, quando os estudantes, recém-chegados da Europa e com conhecimento trazido de lá, intervinham em assuntos locais. Porém, organizações só começam a surgir a partir da década de 30, após o Golpe de 1930.

Em 1932, estudantes paulistas protestam contra o regime de Getúlio Vargas junto da população, e a repressão a esses protestos acaba matando quatro deles, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, cujos nomes formariam a sigla MMDC e cujas mortes desencadeiam a Revolução Constitucionalista de 1932.

Entidades como a Juventude Comunista, a Juventude Integralista, Federação a Vermelha dos Estudantes e a União Democrática Estudantil surgiram nessa década. Logo, a demanda por uma entidade única que representasse os estudantes surge, e 1937, surge a União Nacional dos Estudantes, a UNE. Essa entidade mudou de vez a dinâmica do movimento estudantil brasileiro, tornou esse um dos movimentos sociais de maior expressão no país. Inicialmente favorável aos governos, a UNE trabalha nos primeiros anos pra se consolidar. Com o final da Segunda Guerra Mundial, a dualidade da Guerra Fria se reflete na entidade - apesar de que quase sempre tendeu a esquerda.^[14]

A UNE participa tanto de campanhas a favor das políticas governamentais, como “O petróleo é nosso”, quanto criticando, como na questão da supressão do PCB. Em 1948, surge a equivalente da UNE para os secundaristas brasileiros, a UBES.^[15]

Porém, em 1949, a ala de direita da UNE se organiza e no ano seguinte, vence as eleições, com o apoio da Presidência da República que preferia uma UNE que não fosse de encontro às decisões de seu governo. A nova administração muda as bandeiras de luta, mas também buscou melhorias de ensino e a aproximação das entidades de base, como os DCEs e os Centros Acadêmicos. Essa gestão permaneceu no poder até 1955.^[16] Já nos anos 60, a articulação da UNE tinha como principal ponto de manifesto era a necessidade de uma reforma universitária, que propunha o aumento da autonomia dos universitários nas decisões dentro dos campus das universidades brasileiras.

Assim que os militares tomam o poder em 1964, um dos primeiros alvos foi a UNE, com sua sede sendo saqueada e incendiada e a entidade tornada ilegal. Manifestações como a passeata dos calouros da UFMG foram violentamente reprimidas, assim como a greve geral dos estudantes e outros eventos relacionados. São desse período conflitos como a Batalha da Maria Antônia, uma disputa ideológica entre alunos da USP e da Mackenzie que se torna uma batalha real e resulta em uma morte.^[17] Com o AI-5, em 1968, ficou cada vez mais impossível a atuação estudantil brasileira, com as prisões, tortura e mortes se tornando cada vez mais comuns e muitos começaram a aderir à luta armada como forma de lutar pela volta da democracia no país.

A partir de 1974 que o movimento estudantil começa sua reconstrução. O primeiro DCE Livre foi criado em São Paulo, significando que "este não estava subordinado à universidade como as entidades consideradas 'legais'". Com a liberação da organização estudantil pela legislação, em 1985 a UNE retorna da clandestinidade e participa das Diretas Já, além de começar a auxiliar na criação de centros e diretórios acadêmicos e grêmios estudantis nas instituições de ensino. Após a redemocratização, várias entidades estudantis, como Centros Acadêmicos que haviam sido tornados ilegais, retornam, e entidades novas, especialmente as de área, focadas nas demandas de um curso específico, surgem.^[18]

Em 1992, o movimento estudantil brasileiro volta a demonstrar força com o movimento dos caras-pintadas, que resultou no impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, acusado de corrupção.^[19] Em 2002, com a vitória de Lula nas eleições, a UNE conseguiu alcançar algumas demandas. Entretanto, o governo não estando mais do lado oposto passa a gerar criticas internas a entidade, que passou a apontar a UNE como tendenciosa, apoiando demandas afastadas da realidade estudantil. Novas entidades surgem como contraponto a UNE, tanto a esquerda quanto a direita^[20], e ações como a exclusividade para emitir as carteirinhas estudantis^[21] - apontada por críticos como a venda de um direito dos estudantes, visto que precisa ser paga e é o único documento que garante a meia-entrada - acabaram fazendo a imagem da entidade se deteriorar.^[22]^[23]

Os estudantes, com vários outros grupos sociais, estiveram presentes nas manifestações de junho de 2013, que geraram como efeito colateral o retorno dos grandes protestos de rua que levaria, no futuro, a queda da presidente Dilma Rousseff. Considerada pela maior parte das entidades estudantis como um golpe branco, a oposição estudantil ao novo e impopular presidente, Michel Temer, cresce rapidamente, com a UNE e outras entidades voltando suas forças contra suas políticas.^[24]

Dois movimentos recentes de protagonismo estudantil chamaram a atenção: os protestos secundaristas de 2015 em São Paulo e as ocupações de 2016. O primeiro movimento surge quase que espontaneamente, tendo como objetivo protestar contra a reorganização do ensino público paulista, proposta pelo governador Geraldo Alckmin e pelo então secretário de estado da educação, Herman Voorwald. A mobilização de 2015 terminou com 213 escolas ocupadas, na demissão do secretário e na suspensão do plano, além de uma queda de popularidade sem precedentes para o governador.^[25]^[26]^[27] Já as ocupações de 2016 foram um movimento mais coordenado, inspirado nas ocupações do ano anterior, contra diversas ações governamentais de cada estado, além da luta contra a PEC 241. Enquanto a mobilização de 2015, voltada as escolas estaduais paulistas, atingiu suas metas, a de 2016, que teve maior abrangência chegando a mais estados e também a universidades, teve menos sucesso, mas serviu para demonstrar que o movimento estudantil brasileiro ainda tem muita força.^[28]^[29]

Atualmente, no Brasil, as principais organizações são a União Nacional dos Estudantes, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e a Associação Nacional de Pós-graduandos, além das entidades de área, como a Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina, a Federação dos Estudantes de Agronomia, a Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo e a Federação Nacional de Estudantes de Direito.

Canadá

No Canadá, as organizações estudantis de esquerda do final da década de 1950 e 1960 tornaram-se principalmente duas: SUPA (Student Union for Peace Action) e CYC (Company of Young Canadians).^[30]

O SUPA surgiu da CUCND (Combined Universities Campaign for Nuclear Disarmament, "Campanha de Universidades Combinadas para o Desarmamento Nuclear") em dezembro de 1964, em uma conferência da Universidade da Saskatchewan. Enquanto o CUCND se concentrou em protestos de rua, a SUPA procurava mudar a sociedade canadense como um todo. Seus objetivos expandiram-se para a política de base em comunidades desfavorecidas e "conscientização" para radicalizar e conscientizar o "hiato de geração" experimentado pela juventude canadense. A SUPA era uma organização descentralizada, enraizada em campus universitários locais. Ela acabou se desintegrando no final de 1967 em debates sobre o papel da classe trabalhadora e da velha esquerda, e seus membros se mudaram para o CYC ou se tornaram líderes ativos no CUS (Canadian Union of Students, a União Canadense dos Estudantes), levando o CUS a assumir a liderança do movimento estudantil canadense.^[30]

Em 1968, a SDU (Estudantes para uma Universidade Democrática) foi formada nas universidades de McGill e Simon Fraser, e absorveu membros de clubes liberais e dos Jovens Socialistas. A SDU terminou após o fracasso de uma greve estudantil liderada por ela em 1969. Alguns membros se juntaram ao IWW e ao Yippies (Partido Internacional da Juventude). Outros membros ajudaram a formar a Frente de Libertação de Vancouver em 1970. Já a Front de libération du Québec (FLQ; "Frente de Libertação de Quebec") foi considerada uma organização terrorista, desencadeando o único uso da Lei de Medidas de Guerra do Canadá em tempos de paz após 95 atentados na Crise de Outubro.^[30]

O Anti-Bullying Day, também chamado Pink Shirt Day, foi criado em 2007 pelos estudantes do ensino médio David Shepherd, e Travis Price de Berwick, e passsou a ser comemorado anualmente em todo o país e até fora dele.^[31]^[32]

Em 2012, o movimento estudantil no Quebec ressurgiu devido a um aumento de mensalidades de 75% que levou estudantes as ruas porque esse aumento não permitia que os estudantes ampliassem sua educação por medo de não ter dinheiro para paga-las.^[33] Após a Bill 78, uma lei que restringia os protestos em 22 de maio houve a marcha denominada "O maior ato de desobediência civil na história do Canadá", com entre 100.000 e 400.000 manifestantes no centro de Montreal.^[34] Após as eleições, o primeiro-ministro do Quebec Jean Charest prometeu cancelar o aumento das mensalidade, entre outras medidas.^[35]

Chile

Após já ter experimentado a chamada "Revolução dos Pinguins", uma onda de grandes protestos estudantis organizados pelos secundaristas em 2006, entre 2011 e 2012 o Chile foi impulsionado por uma nova série de protestos nacionais dirigidos por estudantes em todo o Chile, exigindo um novo quadro para a educação no país, incluindo uma participação estatal mais direta no ensino secundário e o fim da existência de lucro no ensino superior. As demandas de 2006 e 2011 eram parecidas, mas em 2011 estudantes de todo o sistema educacional chileno participaram ativamente.^[36]

Atualmente no Chile, apenas 45% dos estudantes do ensino médio estudam em escolas públicas tradicionais e a maioria das universidades também são privadas. Não foram construídas novas universidades públicas desde o fim da transição chilena para a democracia em 1990, embora o número de estudantes universitários tenha aumentado. Além das exigências específicas em relação à educação, os protestos refletiram um "profundo descontentamento" entre algumas partes da sociedade com o alto nível de desigualdade do Chile. Os protestos incluíram marchas maciças não violentas, mas também uma quantidade considerável de violência por uma parte dos manifestantes e de policiais.^[37]

A primeira resposta clara do governo aos protestos foi uma proposta para um novo fundo de educação e a substituição do Ministro da Educação Joaquín Lavín Outras propostas governamentais também foram rejeitadas.^[38] Recentemente, uma dos pedidos dos manifestantes - o fim das mensalidades no ensino superior - foi atendido.^[39]

China

Desde a derrota da Dinastia Qing nas Guerras do Ópio, o movimento estudantil tem desempenhado um papel significativo na recente história chinesa. Alimentado principalmente pelo nacionalismo, o movimento estudantil chinês acredita que os jovens são responsáveis pelo futuro do país, e esta forte crença nacionalista conseguiu se manifestar em várias formas, como a democracia, o antiamericanismo e o comunismo.^[40]

Um dos atos mais importantes do movimento estudantil na história chinesa é o Movimento Quarto de Maio, em 1919, onde mais de 3.000 alunos da Universidade de Pequim e outras escolas realizaram uma manifestação na Praça da Paz Celestial. É considerado um passo essencial da revolução democrática na China e também na origem do comunismo chinês. Os movimentos de antiamericanismo liderados pelos estudantes durante a Guerra Civil Chinesa também contribuíram para desacreditar o governo do Partido Nacionalista Chinês (KMT) e levar a vitória comunista na China.^[41] Em 1989, o movimento democrático liderado pelos estudantes nos protestos em Pequim terminou em uma brutal repressão do governo que mais tarde seria chamado de Massacre da Praça da Paz Celestial.^[42]

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, o movimento estudantil é muitas vezes entendido como uma forma de ativismo juvenil que luta pela mudança no sistema educacional americano, direitos civis, aplicação da lei, controle de armas nucleares, entre outras questões. O movimento estudantil nos Estados Unidos data do início da educação pública, se não antes disso.

Os primeiros movimentos bem documentados, são de um ativismo direcionado de ocorreram nos campi de faculdade historicamente negras como a Fisk e a Howard na década de 1920. Na Fisk, as preocupações dos alunos com as regras disciplinares destinadas a minar a identidade negra se uniram às demandas de demissão do presidente Fayette Avery McKenzie. Inspirados por um discurso de W.E.B. Du Bois, que era egresso da Fisk, os alunos ignoraram o toque de recolher das 22h para protestar, e organizaram sucessivos protestos. Depois que um comitê formado para investigar os protestos concluiu negativamente sobre as habilidades de McKenzie e o tratamento das agitações, ele renunciou em 16 de abril de 1925. Os eventos em Fisk tiveram grandes repercussões, como estudantes negros em outros lugares começaram a questionar o status repressivo das universidade negra do pós-guerra.^[43]

A onda seguinte de movimentação dos estudantes foi estimulada pelas Grande Depressão da década de 1930. O American Youth Congress ("Congresso Americano da Juventude") foi uma organização criada por estudantes em Washington, que pressionou o Congresso dos Estados Unidos contra a guerra e a discriminação racial e para os programas para jovens. Foi fortemente apoiado pela primeira-dama Eleanor Roosevelt.^[44]

Ativista entrega uma flor a um policial durante um protesto contra a Guerra do Vietnã, em Washington, no ano de 1967.

A era da contracultura da década de 1960 e início da década de 1970 viu várias ondas de ativistas estudantis ganhar crescente proeminência política na sociedade americana. Os alunos formaram movimentos sociais que os levaram da resistência à libertação.^[45] Um grupo estudantil nacional importante inicial foi a Student's Peace Union, criada em 1959.^[46] Outro destaque deste período foi o Students for a Democratic Society (SDS), lançado em Ann Arbor, Michigan, que era uma organização dirigida por estudantes que focado nas escolas como um agente social que simultaneamente oprime e potencialmente eleva a sociedade. Eventualmente, o Weather Underground surgiu do SDS. Outro grupo de sucesso foi o Ann Arbor Youth Liberation, cujos estudantes pediam o fim da educação liderada pelo estado. Também foram notáveis o Student Nonviolent Coordinating Committee e o Atlanta Student Movement, grupos predominantemente afro-americanos que lutaram contra o racismo e a pela integração de escolas públicas em todo o país.

A mais longa greve estudantil na história dos EUA começou em 6 de novembro de 1968 e durou até 21 de março de 1969, no Colégio Estadual de San Francisco, para aumentar a conscientização sobre o acesso dos estudantes do terceiro mundo ao ensino superior. Já a maior greve em participação estudantil ocorreu em maio e junho de 1970, em resposta aos tiroteios do estado de Kent e à invasão americana do Camboja. Mais de quatro milhões de alunos participaram.^[47]^[48]^[49]

A sociedade americana viu um aumento no movimento estudantil novamente na década de 1990. O movimento de reforma da educação popular levou a um ressurgimento do ativismo populista estudantil contra testes e ensaios padronizados,^[50] bem como questões mais complexas, incluindo reformas no sistema prisional, na indústria e no militarismo, como a influência das forças armadas e corporações na educação, e lutas pela democracia nas decisões institucionais e pelos financiamentos estudantis, questões que seguem como pauta até hoje. Notavelmente, as universidades participaram do movimento de Desinvestimento na África do Sul, pressionando pelo fim do Apartheid, após a organização e o ativismo dos estudantes.^[51]

Outras questões recentes incluem o ativismo anti-guerra e a luta ambientalista. A Campus Antiwar Network ("Rede de Campi Anti-Guerra") e a refundação da SDS em 2006 são partes desses movimentos. Após o crescimento nacional do Movimento Black Lives Matter, e mais intensamente após a eleição de Donald Trump em 2016, o ativismo estudantil vem crescendo novamente. Protestos contra a presença de ativistas da chamada Alt-Right, como Milo Yiannopoulos, provocaram grandes protestos em algumas faculdades, com alguns deles cancelando as participações.^[52]

Europa Oriental e países da ex-União Soviética

Durante os anos dos regimes comunistas, estudantes da Europa Oriental foram a força por trás de vários dos exemplos mais conhecidos de protesto.

A cadeia de eventos que levaram à Revolução Húngara de 1956 foi iniciada por manifestações de estudantes pacíficas nas ruas de Budapeste, atraindo mais trabalhadores e outros húngaros. Na Tchecoslováquia, um dos rostos mais conhecidos dos protestos após a invasão soviética que terminou a Primavera de Praga foi Jan Palach, um estudante que cometeu suicídio se incendiando em 16 de janeiro de 1969. O ato provocou um grande protesto contra a ocupação da URSS.

Os movimentos juvenis dominados por estudantes também desempenharam um papel central nas chamadas Revoluções Coloridas vistas nas sociedades pós-comunistas nos últimos anos. O primeiro exemplo disso foi, na Sérvia, o Otpor! ("Resistência!"), formada em outubro de 1998 como resposta às leis repressivas as universidade e a mídia que foram introduzidas naquele ano. Na campanha presidencial de setembro de 2000, a organização criou a campanha "Gotov je" ("Ele terminou") que simbolizou e reforçou o descontentamento sérvio com Slobodan Milošević, resultando em sua derrota.

Otpor! inspirou outros movimentos juvenis na Europa Oriental, como o Kmara na Geórgia, que desempenhou um papel importante na Revolução Rosa e o Pora na Ucrânia, que foi fundamental na organização das manifestações que levaram à Revolução Laranja. Como Otpor!, essas organizações têm, consequentemente, praticado resistência não violenta e usado humor para ridicularizar líderes autoritários. Movimentos semelhantes incluem KelKel no Quirguistão, Zubr na Bielorrússia e MJAFT! na Albânia.

Os oponentes das Revoluções Coloridas acusaram as Fundações Soros e/ou governo dos Estados Unidos de apoiar e até mesmo planejar as revoluções para servir os interesses ocidentais. Os defensores das revoluções argumentaram que essas alegações são muito exageradas e que as revoluções eram eventos positivos, moralmente justificados, independentemente de o suporte ocidental ter influenciado ou não os eventos.

Filipinas

O movimento estudantil nas Filipinas começou pelo tempo do regime de Ferdinando Marcos no final dos anos 1960 ou início dos anos 1970, durante a Lei Marcial. Até hoje, o ativismo estudantil continua por várias causas, como educação gratuita, corrupção no governo e execuções extrajudiciais. Alguns grupos que lideram esses protestos são a League of Filipino Students (LFS, "Liga dos Estudantes Filipinos), National Union of Students of the Philippines (NUSP, "União Nacional dos Estudantes das Filipinas"), a Anakpawis e o partido político Kabataan.

França

Na França, o movimento estudantil têm influenciado na formação do debate público há séculos.^[4] Entretanto, os eventos de maio de 1968 são considerados os mais emblemáticos do ativismo estudantil francês. Na ocasião, a Universidade de Paris em Nanterre foi fechada devido a problemas entre os estudantes e a administração.^[53] Em protesto contra o encerramento e a expulsão dos estudantes de Nanterre, estudantes da Sorbonne em Paris iniciaram sua própria manifestação.^[54] A revolta cresceu e se transformou em uma insurreição nacional, a ponto de quase derrubar o governo francês.

Os eventos em Paris foram seguidos por protestos estudantis em todo o mundo, inspirando por exemplo, o movimento estudantil alemão que fez grandes manifestações contra a proposta das Leis de Emergência Alemãs. Em muitos países, os protestos dos estudantes fizeram com que as autoridades respondessem com violência. Na Espanha , manifestações estudantis contra a ditadura de Franco levaram a confrontos com a polícia. Uma manifestação de estudantes na Cidade do México terminou em repressão no que ficou conhecido como o massacre de Tlatelolco. Mesmo no Paquistão, os estudantes saíram às ruas para protestar contra as mudanças na política educacional, e no dia 7 de novembro, dois estudantes universitários morreram depois que a polícia abriu fogo em uma manifestação.^[55] As repercussões globais da insurreição francesa de 1968 continuaram em 1969 e até mesmo na década de 1970.^[56]

México

Durante os protestos de 1968, o governo mexicano matou entre 30 a 300 estudantes e manifestantes civis no Massacre de Tlatelolco, que aconteceu no 2 de outubro de 1968, na Praça das Três Culturas, em Tlatelolco, Cidade do México. Esse evento é considerados parte da Guerra Suja no México, quando o governo usou suas forças para suprimir a oposição política. O massacre ocorreu apenas 10 dias antes da abertura dos Jogos Olímpicos de Verão de 1968, sediados na capital mexicana.^[57]

Os movimentos estudantis mais recentes incluem Yo Soy 132 em 2012. Yo Soy 132 foi um movimento social composto pela maioria dos estudantes universitários mexicanos de universidades privadas e públicas com apoiadores em cerca de 50 cidades ao redor do mundo.^[58] Começou como oposição ao então candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Enrique Peña Nieto e a cobertura da mídia mexicana nas eleições gerais de 2012.^[59] O nome Yo Soy 132 ("Eu sou 132") originou-se em uma expressão de solidariedade com os 131 que participaram do protesto original. A frase inspirou-se no movimento Occupy e no movimento espanhol de 15-M. O movimento de protesto foi autoproclamado como a "Primavera mexicana", em alusão à Primavera Árabe.^[60]^[61]

Em 2014, após o sequestro em massa de Iguala, os estudantes saíram as ruas em protesto e revolta. Através das mídias sociais, hashtags como #TodosSomosAyotzinapa se espalharam e a população revoltada com o massacre fez o presidente Enrique Peña Nieto enfrentar a sua pior crise.^[62]^[63]

Reino Unido

O ativismo político estudantil existe no Reino Unido desde a década de 1880 com a formação dos conselhos de representação estudantil, precursores de organizações destinados a apresentar os interesses dos estudantes. Estes mais tarde evoluíram para as Uniões, muitos dos quais se tornaram parte da National Union of Students (NUS, "União Nacional dos Estudantes") formada em 1921. No entanto, o NUS foi projetado para ser especificamente fora de "interesses políticos e religiosos", reduzindo sua importância como centro de ativismo estudantil. Durante a década de 1930, os alunos começaram a se envolver mais politicamente com a formação de muitas sociedades socialistas em universidades, desde social-democrata até marxista-leninista e trotskista, levando até o comunista Brian Simon a se tornar líder do NUS.^[64]

No entanto, não foi até a década de 1960 que o ativismo estudantil tornou-se importante nas universidades britânicas. Lá, como muitos outros países, a guerra do Vietnã e as questões de racismo tornaram-se um foco para muitas outras frustrações locais, como taxas e representação de estudantes. Em 1962, realizou-se o primeiro protesto estudantil contra a Guerra do Vietnã, com a CND. No entanto, o ativismo estudantil não começou em grande escala até meados da década de 1960. Em 1965, um protesto estudantil de 250 estudantes foi realizado fora da embaixada americana em Edimburgo, marcando o início dos protestos contra a guerra do Vietnã na praça Grovesnor. Também aconteceu o primeiro grande teach-in britânico - espécie de fórum temático, comum nos EUA - em 1965, onde os estudantes debateram a Guerra do Vietnã e os meios alternativos de protesto não violentos na London School of Economics, patrocinado pela Oxford Union Society.^[65]

Em 1966, formaram-se a Radical Student Alliance e a Vietnam Solidarity Campaign, que se tornaram âncoras para o movimento de protesto. No entanto, a primeira sessão de estudantes foi realizada na London School of Economics em 1967 pela NUS sobre a suspensão de dois estudantes. Após o sucesso desta reunião, uma reunião nacional de estudantes com mais de 100.000 participantes realizadas no mesmo ano é considerada o início do movimento na Grã-Bretenha. Entre as várias ações realizadas pelo movimento estudantil britânico nesse período houve um protesto de até 80 mil pessoas na Praça Grosvenor, protestos e ocupações anti-racistas em Newcastle, a quebra de portões de controle de motim e encerramento forçado da London School of Economics e Jack Straw se tornando lider do NUS. No entanto, muitos protestos foram sobre questões mais locais, como a representação dos estudantes na governança da faculdade, melhor alojamento, taxas mais baixas ou mesmo preços da cantina.

Os protestos estudantis voltaram com força em 2010 durante o mandato de David Cameron, lutando pela queda de taxas, contra cortes no financiamento do ensino superior e retirada do Subsídio de Manutenção Educacional.^[66]

Referências

↑ Fletcher, A. (2005). «Guide to Social Change Led By and With Young People» (PDF) (em inglês). Olympia, WA
↑ Fletcher, A. (2006). «Washington Youth Voice Handbook» (em inglês). Olympia, WA
↑ Mark Edelman (2013). «Student Resistance: A History of the Unruly Subject». Boren. p. 261. ISBN 1135206457
↑ ^a ^b ^c Boren 2013, pp. 9-10.
↑ «Kimyo sahwa : p'itpit Chosŏn 4-tae sahwa se pŏntchae / Han'guk Inmulsa Yŏn'guwŏn chŏ» (em coreano). 2011. ISBN 1135206457
↑ ^a ^b Millán, Mariano; Califa, Juan Sebastián; Bonavena, Pablo (2007). El movimiento estudiantil argentino: historias con presente (em espanhol). Buenos Aires: Ediciones Cooperativas. ISBN 978-987-1246-72-4
↑ Strätz, Hans-Wolfgang (1968). «"Die studentische ``Aktion wider den undeutschen Geist im Frühjahr 1933"» (PDF) (em alemão)
↑ Tony Judt. 2005. Postwar: A History of Europe Since 1945. New York: Penguin Group ISBN 1-59420-065-3
↑ Herausgeber, Klimke; Martin, Scharloth (2007). 1968. Ein Handbuch zur Kultur- und Mediengeschichte der Studentenbewegung (em alemão). Stuttgart: Metzler. ISBN 9783476020666
↑ FREITAS NETO, José Alves de (2011). «A reforma universitária de Córdoba (1918): um manifesto por uma universidade latino-americana» (PDF). Revista Ensino Superior Unicamp
↑ «Book review: It Can't Happen Here». FlindersStudents
↑ Barcan, Alan (2003). Radical Students: The Old Left at Sydney University (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 9780522850178
↑ «Political Parties and Political Violence» (em inglês). 1994
↑ http://pcb.org.br/fdr/index.php?option=com_content&view=article&id=185:o-pcb-e-a-fundacao-da-une&catid=1:historia-do-pcb
↑ «Fundação da UBES». ubes.org.br. Consultado em 16 de dezembro de 2016
↑ O romantismo revolucionário da Ação Popular: do cristianismo ao maoísmo, Consultado em 9 de março de 2016.
↑ Ricardo Noblat (9 de agosto de 2008). «Lula vai reparar UNE por incêndio na ditadura». O Globo Online. Consultado em 20 de julho de 2009
↑ «LEI No 7.395, DE 31 DE OUTUBRO DE 1985.». Planalto. Dispõe sobre os órgãos de representação dos estudantes de nível superior e dá outras providências.
↑ «Saiba mais sobre os caras-pintadas». Folha de S.Paulo. 30 de abril de 2009. Consultado em 2 de agosto de 2009
↑ AnelOnline. «ANEL Online | Estatuto da Juventude na contramão das ruas». ANEL - Assembleia Nacional dos Estudantes Livre. Consultado em 27 de novembro de 2015
↑ Presidência da República (26 de dezembro de 2013). «Lei 12.933/2013 - Nova Lei da Meia-Entrada». Presidência da República - Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos. Consultado em 24 de setembro de 2014
↑ «Polêmica sobre carteira de estudante marca regulamentação de meia-entrada»
↑ «Entidades acusam UNE de apoiar cota à meia em troca de monopólio das carteirinhas - 07/08/2013 - Ilustrada - Folha de S.Paulo». m.folha.uol.com.br. Consultado em 27 de novembro de 2015
↑ Staff. «Grupos pró e contra impeachment se enfrentam em frente à sede da Fiesp». Jornal do Brasil. Consultado em 16 de maio de 2016
↑ «Ocupação contra projeto de Alckmin já chega a 213 escolas». Rede Brasil Atual. Consultado em 8 de fevereiro de 2016
↑ «Popularidade de Alckmin cai e vai a 28%, aponta Datafolha». G1. Consultado em 8 de fevereiro de 2016
↑ «Ocupações, atos e polêmicas: veja histórico da reorganização escolar». G1. Consultado em 8 de fevereiro de 2016
↑ de Castro, Fábio (26 de outubro de 2016). «1.022 escolas e 84 universidades estão ocupadas em 19 Estados e no DF». Estadão. Consultado em 1 de novembro de 2016
↑ Valente, Fernanda (3 de novembro de 2016). «A ocupação das escolas e a falta de habilidade do Judiciário». CartaCapital. Consultado em 20 de setembro de 2017
↑ ^a ^b ^c Palaeologu, M. Athena (2009). The Sixties in Canada: A Turbulent and Creative Decade. [S.l.: s.n.] p. https://books.google.com/books?isbn=1551643316. ISBN 1551643316
↑ https://www.pinkshirtday.ca/ Em falta ou vazio |título= (ajuda)
↑ «Bullied student tickled pink by schoolmates' T-shirt campaign». CBC News Nova Scotia. 19 Sep 2007. Consultado em 29 May 2013 Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
↑ «Quebec student group rejects Liberal proposal to end strike». National Post. 29 de abril de 2012
↑ «Droits de scolarité au Québec : un débat de société». src.ca
↑ Bell, Zachary. «Did Quebec's Election End the Student Movement?». The Nation
↑ «Milhares de chilenos retomam marcha por educação gratuita». Portal Terra
↑ «Chile student protests point to deep discontent» (em inglês). BBC. 11 de agosto de 2011
↑ Cadena Nacional de Radio y Televisión: Presidente Piñera anunció Gran Acuerdo Nacional por la Educación Government of Chile. July 5, 2011. Accessdate July 5, 2011
↑ «Nunca deveria estar nas mãos do mercado', Chile aprova ensino superior público universal». Sputnik
↑ Zhang, Hong (2002). The making of urban Chinese images of the United States, 1945-1953 (em inglês). Westport, CT: Greenwood Press. ISBN 0-313-31001-7
↑ Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome zhang2
↑ «Reavaliação de quantos morreram nas repressões militares em Pequim». The New York Times. 21 de junho de 1989
↑ Wolters, Raymond (1975). The New Negro on Campus: Black College Rebellions of the 1920s. [S.l.: s.n.] pp. 29–69. ISBN 069104628X
↑ Boren 2013, p. 96.
↑ Flacks, 1988.
↑ Boren 2013, p. 114.
↑ «Philippine American Collegiate Endeavor». Consultado em 21 Mar 2017
↑ «Third World Liberation Front strikes of 1968». Consultado em 21 Mar 2017
↑ Morgan, Edward P. (1992). The '60s Experience: Hard Lessons about Modern America. [S.l.: s.n.] p. 164. ISBN 1566390141
↑ HoSang, D. (2003). Youth and Community Organizing Today New York: Funders Collaborative on Youth Organizing.
↑ Rebecca Hamilton (2011) Fighting for Darfur: Public Action and the Struggle to Stop Genocide, Palgrave Macmillan (2011).
↑ «Protests derail UC Davis event with Breitbart's Milo Yiannopoulos, 'Pharma Bro' Martin Shkreli». Washington Post. Consultado em 13 de abril de 2017
↑ Boren 2013, p. 149-150.
↑ Boren 2013, p. 151.
↑ Khan, Lal (22 de maio de 2009). «Pakistan's Other Story: 6. Witness to Revolution – Veterans of the 1968-69 upheaval». Consultado em 19 de janeiro de 2015
↑ Boren 2013, p. 149.
↑ Boren 2013, pp. 170-171.
↑ «#YoSoy132 presume contar con 52 asambleas internacionales». 1 August 2012 Verifique data em: |data= (ajuda)
↑ «Youth protest former Mexican ruling party's rise». Buenos Aires Herald. Editorial Amfin S.A. Consultado em June 12, 2012 Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
↑ «Social media fuel Mexican youth protests - CNN». CNN. Turner Broadcasting System. May 24, 2012. Consultado em June 12, 2012 Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
↑ Hernandez, Rigoberto (June 7, 2012). «"Mexican Spring" Comes to San Francisco». San Francisco Chronicle. Hearst Corporation. Consultado em June 13, 2012 Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
↑ O Globo, ed. (9 de novembro de 2014). «Mexicanos protestam contra assassinato de estudantes». Consultado em 10 de novembro de 2014
↑ CartaCapital, ed. (9 de novembro de 2014). «Após chacina, manifestantes tentam invadir sede presidencial no México». Consultado em 10 de novembro de 2014
↑ Wooldridge, Adrian. Measuring the Mind: Education and Psychology in England c.1860-c.1990. [S.l.: s.n.] p. 296. ISBN 0521026180
↑ Ellis, Sylvia (2004). Britain, America, and the Vietnam War (em inglês). [S.l.: s.n.] p. 98. ISBN 9780275973810
↑ «Student tuition fee protest ends with 153 arrests». BBC News (em inglês). 1 de dezembro de 2010

[1] Fletcher, A. (2005). «Guide to Social Change Led By and With Young People» (PDF) (em inglês). Olympia, WA

[2] Fletcher, A. (2006). «Washington Youth Voice Handbook» (em inglês). Olympia, WA

[3] Mark Edelman (2013). «Student Resistance: A History of the Unruly Subject». Boren. p. 261. ISBN 1135206457

[FOOTNOTEBoren20139-10-4] Boren 2013, pp. 9-10.

[5] «Kimyo sahwa : p'itpit Chosŏn 4-tae sahwa se pŏntchae / Han'guk Inmulsa Yŏn'guwŏn chŏ» (em coreano). 2011. ISBN 1135206457

[:0-6] Millán, Mariano; Califa, Juan Sebastián; Bonavena, Pablo (2007). El movimiento estudiantil argentino: historias con presente (em espanhol). Buenos Aires: Ediciones Cooperativas. ISBN 978-987-1246-72-4

[7] Strätz, Hans-Wolfgang (1968). «"Die studentische ``Aktion wider den undeutschen Geist im Frühjahr 1933"» (PDF) (em alemão)

[8] Tony Judt. 2005. Postwar: A History of Europe Since 1945. New York: Penguin Group ISBN 1-59420-065-3

[9] Herausgeber, Klimke; Martin, Scharloth (2007). 1968. Ein Handbuch zur Kultur- und Mediengeschichte der Studentenbewegung (em alemão). Stuttgart: Metzler. ISBN 9783476020666

[10] FREITAS NETO, José Alves de (2011). «A reforma universitária de Córdoba (1918): um manifesto por uma universidade latino-americana» (PDF). Revista Ensino Superior Unicamp

[11] «Book review: It Can't Happen Here». FlindersStudents

[12] Barcan, Alan (2003). Radical Students: The Old Left at Sydney University (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 9780522850178

[13] «Political Parties and Political Violence» (em inglês). 1994

[14] ttp://pcb.org.br/fdr/index.php?option=com_content&view=article&id=185:o-pcb-e-a-fundacao-da-une&catid=1:historia-do-pcb

[fundação-15] «Fundação da UBES». ubes.org.br. Consultado em 16 de dezembro de 2016

[16] O romantismo revolucionário da Ação Popular: do cristianismo ao maoísmo, Consultado em 9 de março de 2016.

[17] Ricardo Noblat (9 de agosto de 2008). «Lula vai reparar UNE por incêndio na ditadura». O Globo Online. Consultado em 20 de julho de 2009

[L7395-18] «LEI No 7.395, DE 31 DE OUTUBRO DE 1985.». Planalto. Dispõe sobre os órgãos de representação dos estudantes de nível superior e dá outras providências.

[www1.folha.uol.com.br-19] «Saiba mais sobre os caras-pintadas». Folha de S.Paulo. 30 de abril de 2009. Consultado em 2 de agosto de 2009

[20] AnelOnline. «ANEL Online | Estatuto da Juventude na contramão das ruas». ANEL - Assembleia Nacional dos Estudantes Livre. Consultado em 27 de novembro de 2015

[:02-21] Presidência da República (26 de dezembro de 2013). «Lei 12.933/2013 - Nova Lei da Meia-Entrada». Presidência da República - Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos. Consultado em 24 de setembro de 2014

[22] «Polêmica sobre carteira de estudante marca regulamentação de meia-entrada»

[23] «Entidades acusam UNE de apoiar cota à meia em troca de monopólio das carteirinhas - 07/08/2013 - Ilustrada - Folha de S.Paulo». m.folha.uol.com.br. Consultado em 27 de novembro de 2015

[24] Staff. «Grupos pró e contra impeachment se enfrentam em frente à sede da Fiesp». Jornal do Brasil. Consultado em 16 de maio de 2016

[25] «Ocupação contra projeto de Alckmin já chega a 213 escolas». Rede Brasil Atual. Consultado em 8 de fevereiro de 2016

[26] «Popularidade de Alckmin cai e vai a 28%, aponta Datafolha». G1. Consultado em 8 de fevereiro de 2016

[Alckmin-27] «Ocupações, atos e polêmicas: veja histórico da reorganização escolar». G1. Consultado em 8 de fevereiro de 2016

[28] Castro, Fábio (26 de outubro de 2016). «1.022 escolas e 84 universidades estão ocupadas em 19 Estados e no DF». Estadão. Consultado em 1 de novembro de 2016

[29] Valente, Fernanda (3 de novembro de 2016). «A ocupação das escolas e a falta de habilidade do Judiciário». CartaCapital. Consultado em 20 de setembro de 2017

[:1-30] Palaeologu, M. Athena (2009). The Sixties in Canada: A Turbulent and Creative Decade. [S.l.: s.n.] p. https://books.google.com/books?isbn=1551643316. ISBN 1551643316

[31] ttps://www.pinkshirtday.ca/ Em falta ou vazio |título= (ajuda)

[32] «Bullied student tickled pink by schoolmates' T-shirt campaign». CBC News Nova Scotia. 19 Sep 2007. Consultado em 29 May 2013 Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)

[natpo-33] «Quebec student group rejects Liberal proposal to end strike». National Post. 29 de abril de 2012

[34] «Droits de scolarité au Québec : un débat de société». src.ca

[35] Bell, Zachary. «Did Quebec's Election End the Student Movement?». The Nation

[36] «Milhares de chilenos retomam marcha por educação gratuita». Portal Terra

[37] «Chile student protests point to deep discontent» (em inglês). BBC. 11 de agosto de 2011

[GANE-38] Cadena Nacional de Radio y Televisión: Presidente Piñera anunció Gran Acuerdo Nacional por la Educación Government of Chile. July 5, 2011. Accessdate July 5, 2011

[39] «Nunca deveria estar nas mãos do mercado', Chile aprova ensino superior público universal». Sputnik

[zhang-40] Zhang, Hong (2002). The making of urban Chinese images of the United States, 1945-1953 (em inglês). Westport, CT: Greenwood Press. ISBN 0-313-31001-7

[zhang2-41] Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome zhang2

[42] «Reavaliação de quantos morreram nas repressões militares em Pequim». The New York Times. 21 de junho de 1989

[43] Wolters, Raymond (1975). The New Negro on Campus: Black College Rebellions of the 1920s. [S.l.: s.n.] pp. 29–69. ISBN 069104628X

[FOOTNOTEBoren201396-44] Boren 2013, p. 96.

[45] Flacks, 1988.

[FOOTNOTEBoren2013114-46] Boren 2013, p. 114.

[47] «Philippine American Collegiate Endeavor». Consultado em 21 Mar 2017

[48] «Third World Liberation Front strikes of 1968». Consultado em 21 Mar 2017

[49] Morgan, Edward P. (1992). The '60s Experience: Hard Lessons about Modern America. [S.l.: s.n.] p. 164. ISBN 1566390141

[50] HoSang, D. (2003). Youth and Community Organizing Today New York: Funders Collaborative on Youth Organizing.

[51] Rebecca Hamilton (2011) Fighting for Darfur: Public Action and the Struggle to Stop Genocide, Palgrave Macmillan (2011).

[52] «Protests derail UC Davis event with Breitbart's Milo Yiannopoulos, 'Pharma Bro' Martin Shkreli». Washington Post. Consultado em 13 de abril de 2017

[FOOTNOTEBoren2013149-150-53] Boren 2013, p. 149-150.

[FOOTNOTEBoren2013151-54] Boren 2013, p. 151.

[55] Khan, Lal (22 de maio de 2009). «Pakistan's Other Story: 6. Witness to Revolution – Veterans of the 1968-69 upheaval». Consultado em 19 de janeiro de 2015

[FOOTNOTEBoren2013149-56] Boren 2013, p. 149.

[FOOTNOTEBoren2013170-171-57] Boren 2013, pp. 170-171.

[58] «#YoSoy132 presume contar con 52 asambleas internacionales». 1 August 2012 Verifique data em: |data= (ajuda)

[59] «Youth protest former Mexican ruling party's rise». Buenos Aires Herald. Editorial Amfin S.A. Consultado em June 12, 2012 Verifique data em: |acessodata= (ajuda)

[60] «Social media fuel Mexican youth protests - CNN». CNN. Turner Broadcasting System. May 24, 2012. Consultado em June 12, 2012 Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)

[61] Hernandez, Rigoberto (June 7, 2012). «"Mexican Spring" Comes to San Francisco». San Francisco Chronicle. Hearst Corporation. Consultado em June 13, 2012 Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)

[62] O Globo, ed. (9 de novembro de 2014). «Mexicanos protestam contra assassinato de estudantes». Consultado em 10 de novembro de 2014

[63] CartaCapital, ed. (9 de novembro de 2014). «Após chacina, manifestantes tentam invadir sede presidencial no México». Consultado em 10 de novembro de 2014

[64] Wooldridge, Adrian. Measuring the Mind: Education and Psychology in England c.1860-c.1990. [S.l.: s.n.] p. 296. ISBN 0521026180

[65] Ellis, Sylvia (2004). Britain, America, and the Vietnam War (em inglês). [S.l.: s.n.] p. 98. ISBN 9780275973810

[66] «Student tuition fee protest ends with 153 arrests». BBC News (em inglês). 1 de dezembro de 2010

[1]

[2]

[3]

[4]

[5]

[6]

[7]

[8]

[9]

[10]

[11]

[12]

[13]

[14]

[15]

[16]

[17]

[18]

[19]

[20]

[21]

[22]

[23]

[24]

[25]

[26]

[27]

[28]

[29]

[30]

[31]

[32]

[33]

[34]

[35]

[36]

[37]

[38]

[39]

[40]

[41]

[42]

[43]

[44]

[45]

[46]

[47]

[48]

[49]

[50]

[51]

[52]

[53]

[54]

[55]

[56]

[57]

[58]

[59]

[60]

[61]

[62]

[63]

[64]

[65]

[66]

@@ Linha 1: / Linha 1: @@
+[[Ficheiro:La educación no se vende.jpg|miniaturadaimagem|327x327px|''"A educação não se vende"'': questões sobre mensalidades, financiamento estudantil e a gratuidade da educação estão entre as principais bandeiras do movimento estudantil em vários países do mundo. ]]
-{{mais fontes|data=novembro de 2012}}
+O '''Movimento Estudantil''' é um ativismo da área da [[educação]] no qual os sujeitos são os próprios [[Aluno|estudantes]], com o objetivo de causar mudanças [[Política|políticas]], [[Ambientalismo|ambientais]], [[Economia|econômicas]] ou [[Social|sociais]]. Embora frequentemente se concentre nas lutas diretamente relacionadas a eles nas [[Escola|escolas]] e [[Universidade|universidades]], os movimentos de estudantes também tem papel em eventos políticos e sociais.<ref>{{citar web|url=http://www.commonaction.org/SocialChangeGuide.pdf|titulo=Guide to Social Change Led By and With Young People|data=2005|acessodata=|publicado=|ultimo=Fletcher|primeiro=A.|local=Olympia, WA|lingua=en}}</ref>
-{{Reciclagem|data=abril de 2015}}
+[[Ficheiro:Beijing students protesting the Treaty of Versailles (May 4, 1919).jpg|miniaturadaimagem|325x325px|Estudantes chineses em [[Pequim]] protestam contra o Artigo 156 do [[Tratado de Versalhes (1919)|Tratado de Versalhes]] em 1919 - os movimentos estudantis muitas vezes lutam por questões políticas e sociais.]]
-[[Imagem:MarchaYoSoy132.jpg|thumb|300px|Marcha do movimento estudantil ''Soy 132'', na [[Cidade do México]], [[México]]]]
+Os movimentos estudantis modernos variam amplamente no assunto, tamanho e sucesso, com todos os tipos de alunos em todos os tipos de configurações educacionais participantes, incluindo estudantes de escolas públicas e privadas; alunos do [[ensino fundamental]], [[Ensino médio|médio]], [[graduação]] e [[pós-graduação]]; e todas as [[Grupo étnico|etnias]], [[Classe social|origens socioeconômicas]] e [[Ideologia|perspectivas políticas]].<ref>{{citar web|url=http://www.commonaction.org/publications.htm|titulo=Washington Youth Voice Handbook|data=2006|acessodata=|publicado=|ultimo=Fletcher|primeiro=A.|local=Olympia, WA|lingua=en}}</ref> Alguns protestos de estudantes se concentram nos assuntos internos de uma instituição específica; outros se concentram em questões mais amplas, como uma guerra ou ditadura. Da mesma forma, alguns protestos de estudantes se concentram no impacto de uma instituição no mundo, como uma luta contra a política de educação do governo. Embora o ativismo estudantil esteja comumente associado à política de [[Esquerda (política)|esquerda]], os movimentos escolares de [[Direita (política)|direita]] também existem; e embates internos entre diferentes lados não são incomuns, como por exemplo, grandes movimentos estudantis lutaram em ambos os lados na questão do [[Apartheid|apartheid na África do Sul]].<ref>{{citar web|url=https://books.google.com/books?isbn=1135206457|titulo=Student Resistance: A History of the Unruly Subject|data=2013|acessodata=|publicado=Boren|ultimo=Mark Edelman|primeiro=|pagina=261|isbn=1135206457}}</ref>
-O '''movimento estudantil''' é um movimento da área da [[educação]], no qual os sujeitos são os próprios estudantes.
+O movimento estudantil nas universidades é quase tão antigo quanto as próprias universidades. Estudantes em [[Paris]] e Bolonha fizeram grandes ações coletivas no início do [[século XIII]], sobretudo em questões da comunidade universitária.{{sfn|Boren|2013|pp=9-10}} Os protestos dos estudantes sobre questões políticas mais amplas também tem uma longa história. Por exemplo, na [[Coreia]], durante a [[Dinastia Joseon]], 150 estudantes da [[Universidade Sungkyunkwan|Sungkyunkwan]] protestaram contra o rei e suas ações ainda em [[1519]].<ref>{{citar web|url=https://catalogue.nla.gov.au/Record/5249974|titulo=Kimyo sahwa : p'itpit Chosŏn 4-tae sahwa se pŏntchae / Han'guk Inmulsa Yŏn'guwŏn chŏ|data=2011|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=|lingua=ko|isbn=1135206457}}</ref>
-Estudante é diferente de aluno; aluno é aquele que tem acesso ao ensino - matriculado em alguma instituição de ensino - , estudante é aquele que interage com a instituição educativa de forma mais intensa - Grupos de Estudo, grupos culturais, pesquisa, programas de extensão, PET, Atléticas... O Estudante tem o vínculo com a instituição de ensino como elemento central de sua identidade, como elemento organizador de sua vida em sociedade - ele se define como estudante, e não só como alguém que estuda. A forma de interação é a mais variada possível, o movimento estudantil é uma delas.
+== Causas ==
-Na maior parte das universidades brasileiras, o movimento estudantil é liderado por DCEs (Diretório Central dos Estudantes), DAs e CAs (Centros Acadêmicos). Caracteriza-se por ser um movimento [[policlassista]] que representa ou defende os interesses da categoria estudantil e/ou interesses de transformação social mais ampla, embora muitas vezes sendo os estudantes manipulados por interesses de políticos experientes que incitam movimentos de caos e desordem pública, com fins de desestabilizar opositores de outro partido com fins eleitorais.<ref>VALLE, Maria Ribeiro do. 1968-2008: O Veja "Way of Life". Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun.,  São Paulo ,  v. 35, n. 2, p. 129-147,  Dec.  2012.</ref>
+Os primeiros movimentos estudantis registrados começaram na [[Europa]] e, em geral, podem ser divididos de acordo com sua causa em dois: aqueles que são inspirados pela melhoria das condições do corpo estudantil em geral, e que são legitimados na medida em que são a geração intelectual futura do sociedade em que são incubadas; e aquelas que respondem às condições de injustiça social que prevalecem no momento da ocorrência, justificando-se como um ato de justiça idealista.
+Do ponto de vista do ''[[establishment]]'' os movimentos dos estudantes são sempre atípicos e inesperados e cada um emerge e evolui de forma única, dificultando - se não impossibilitando - encontrar uma maneira eficaz e inteligente de combate-los. Em suma, o Movimento Estudantil, num sentido mais amplo, é uma força jovem, com um espírito libertário que luta por demandas sociais para fazer justiça e a equidade dos povos. Não defende as ideologias imperialistas, nem os regimes totalitários, só busca a melhoria social e política de uma nação
-O Movimento Estudantil(ME) atualmente pode ser dividido em dois grandes blocos de atuação: o ME Geral e o ME de Área. O MElano local mais fortificada. Consegue fazer uma discussão das políticas educacionais e das concepções de educação.
+== Consequências ==
-* ME DE ÁREA – Proximidade com a formação profissional, o que possibilita a discussão acerca do currículo, da formação profissional, do caráter ideológico da formação. A partir das discussões e de ações em comum, consegue forjar uma identificação dos estudantes com a sua categoria profissional, já firmando um laço para o militante pós-ME.
+As reações às greves de estudantes variam desde a aceitação de muitos estudantes, que até forçaram as autoridades a criar ministérios e secretarias ou reformaram o sistema de participação do Estado na indústria ou na economia, de acordo com as propostas da estudantes, indo até reações violentas contra eles, não sendo incomum mortes mesmo em manifestações públicas de natureza pacífica.
-* Os dois movimentos são complementares, indissociáveis na totalidade e na luta concreta(uma vez que quem os constroem são os estudantes, o mesmo sujeito) e indispensáveis para o acúmulo de força social para transformar a universidade e a sociedade.
+Os estudantes participaram ativamente de diversos momentos na história de várias nações, desde a [[Reforma Universitária de Córdoba|Reforma Universitária na Argentina]], a [[Revolução Cubana|Revolução Socialista em Cuba]] , os [[Maio de 1968|eventos de Maio de 1968 na França]], entre muitos outros. Os eventos do pós-guerra geraram uma maior reações dos estudantes contra a ordem política [[Burguesia|burguesa]] e o [[Capitalismo|sistema capitalista]], apesar de já terem movimentos desses temas antes disso. Durante os [[Década de 1960|anos 1960]] e [[1970]], o movimento estudantil manteve uma feroz oposição contra os governos, indo desde protestos até a resistência armada contra [[Ditadura|regimes ditatoriais]]. Os confrontos entre as forças do estado e os movimentos estudantis eram e ainda são frequentes.<ref name=":0">{{citar livro|título=El movimiento estudiantil argentino: historias con presente|ultimo=Millán|primeiro=Mariano|ultimo2=Califa|primeiro2=Juan Sebastián|ultimo3=Bonavena|primeiro3=Pablo|editora=Ediciones Cooperativas|ano=2007|local=Buenos Aires|páginas=|lingua=es|isbn=978-987-1246-72-4|acessodata=}}</ref>
-== Ver também ==
-* [[Estudantes Pela Liberdade|EPL]] - Estudantes Pela Liberdade
-* [[Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina|DENEM - Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina]]
-* [[UNE]] - União Nacional dos Estudantes
-* [[Federação Nacional de Estudantes de Direito|FENED]] - Federação Nacional dos Estudantes de Direito
-* [[Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil|FeNEA]] -  Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo
-* [[FENERI]] - Federação Nacional dos Estudantes de Relações Internacionais
-* [[Centro Acadêmico XI de Agosto]]
-* [[UBES]] - União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
-* [[FEAB]] - Federaçao dos Estudantes de Agronomia do Brasil
-* PJE - [[Pastoral da Juventude Estudantil]]
-* ENEEnf - Executiva Nacional dos Estudantes de Enfermagem
+== Movimento estudantil por país ==
-{{Referências}}
+=== Alemanha ===
+[[Ficheiro:TU Berlin 1968d.jpg|miniaturadaimagem|392x392px|Protesto no prédio da Arquitetura da [[Universidade Técnica de Berlim]] contra as Leis de Emergência, em [[maio de 1968]].]]
+Na [[Alemanha]] e nos estados que a antecederam, o movimento estudantil sempre esteve ligado ao espírito da sua época, e tendo o país passado por diversos momentos e estando sob a influência de diversas ideologias, não foi diferente com seus estudantes.
+Em [[1815]], em [[Jena]], a ''[[Urburschenschaft]]'' foi fundada. Era um ''[[Studentenverbindung]]'' (espécie de clube estudantil, apesar do termo alemão ser bem amplo) que se concentrou em ideias nacionais e democráticas. Em [[1817]], inspirados em ideias liberais e patriotas de uma [[Unificação da Alemanha|Alemanha unida]], as organizações estudantis reuniram-se para o [[Festival do Wartburg|Festival de Wartburg]] no simbólico [[Castelo de Wartburg]], em [[Eisenach]], [[Turíngia]], onde livros tidos como reacionários foram queimados.
+Em [[1819]], o estudante [[Karl Ludwig Sand]] assassinou o escritor [[August von Kotzebue]], que zombava das organizações de estudantes liberais. Karl era membro da [[Burschenschaft|''Burschenschaft'']], uma espécie de continuação da ''[[Urburschenschaft]]'' original.
+Em maio de [[1832]], o Hambacher Fest foi celebrado no Castelo de Hambach, perto de [[Neustadt an der Weinstrasse]], com cerca de trinta mil participantes, entre eles muitos estudantes. Esse evento, juntamente com o [[Frankfurter Wachensturm]], em [[1833]], que planejava libertar estudantes detidos na prisão em Frankfurt, e o panfleto revolucionário de [[Georg Büchner]], ''Der Hessische Landbote,'' foram fatores que levaram às [[Revoluções de 1848 nos Estados alemães]].
+[[Ficheiro:Reforma Universitaria.jpg|miniaturadaimagem|284x284px|Estudantes hasteiam a bandeira argentina sobre a [[Universidade Nacional de Córdoba]] após toma-la durante a [[Reforma Universitária de Córdoba|Reforma Universitária de 1918]].]]
+Após a derrota alemã na [[Primeira Guerra Mundial]], uma organização de estudantes foi formada, a ''Deutsche Studentenschaft'' (DSt, "União dos Estudantes Alemães"), entretanto, ela acabou dominada pelo braço estudantil nazi, a ''[[Liga dos Estudantes Alemães Nacional-Socialistas|Nationalsozialistischer Deutscher Studentenbund]] (NSDStB, "Liga dos Estudantes Alemães Nacional-Socialistas")'' a partir de [[1931]]. Entre outros acontecimentos, destaca-se a infame [[Queima de livros na Alemanha Nazista|queima dos livros]], realizada pelas duas entidades e também por uma terceira, a Allgemeiner Studierendenausschuss (AsTA), todas atuando sobre [[Nazismo|influência nazista]].<ref>{{citar web|url=http://www.ifz-muenchen.de/heftarchiv/1968_4_2_straetz.pdf|titulo="Die studentische ``Aktion wider den undeutschen Geist im Frühjahr 1933"|data=1968|acessodata=|publicado=|ultimo=Strätz|primeiro=Hans-Wolfgang|lingua=de}}</ref>
+Passada a [[Segunda Guerra Mundial]], na [[década de 1960]], o crescimento mundial do radicalismo estudantil e juvenil se manifestou através do movimento estudantil alemão e organizações como a ''Sozialistischer Deutscher Studentenbund'' ("União dos Estudantes Socialistas Alemães")  O movimento na Alemanha compartilhou muitas preocupações de grupos similares em outros lugares, como a democratização da sociedade e a oposição à [[Guerra do Vietnã]] , mas também enfatizou questões mais específicas a nível nacional, como a forma de lidar com o passado nazista e a oposição aos ''Deutsche Notstandsgesetze'', as leis de emergência extraordinárias que poderia se voltar contra os protestos estudantis.<ref>Tony Judt. 2005. ''Postwar: A History of Europe Since 1945.'' New York: Penguin Group ISBN 1-59420-065-3</ref><ref>{{citar livro|título=1968. Ein Handbuch zur Kultur- und Mediengeschichte der Studentenbewegung|ultimo=Herausgeber|primeiro=Klimke|ultimo2=Martin|primeiro2=Scharloth|editora=Metzler|ano=2007|local=Stuttgart|páginas=|lingua=de|isbn=9783476020666|acessodata=}}</ref>
+=== Argentina ===
+Na [[Argentina]], como em outros [[América Latina|países latino-americanos]], o movimento estudantil remonta ao século XIX, mas só a partir de 1900 que se tornou uma força política importante.{{sfn|Boren|2013|pp=9-10}} Em 1918, o ativismo dos estudantes desencadeou uma modernização geral das universidades, especialmente tendendo a democratização: foi a [[Reforma Universitária de Córdoba|Reforma Universitária]]. Iniciada em [[Córdova (Argentina)|Córdoba]], os eventos desencadearam revoltas semelhantes em todo o país e por todo o continente, sendo um dos movimentos estudantis mais conhecidos até hoje.<ref name=":0" /><ref>{{citar web|url=http://www.gr.unicamp.br/ceav/revistaensinosuperior/ed03_junho2011/pdf/10.pdf|titulo=A reforma universitária de Córdoba (1918): um manifesto por uma universidade latino-americana|data=2011|acessodata=|publicado=Revista Ensino Superior Unicamp|ultimo=FREITAS NETO|primeiro=José Alves de}}</ref>
+=== Austrália ===
+Os estudantes australianos têm uma longa história de atuação nos debates políticos, especialmente nas novas universidades que foram estabelecidas em [[Subúrbio|áreas suburbanas]].<ref>{{citar web|url=http://flindersstudents.com/news/content/view/37/35/|titulo=Book review: It Can't Happen Here|data=|acessodata=|publicado=FlindersStudents|ultimo=|primeiro=}}</ref> Durante grande parte do [[século XX]], o principal grupo organizador de campus em toda a [[Austrália]] foi a ''Australian Union of Students'' ("União Australiana dos Estudantes"), fundado em [[1937]] como ''Union of Australian University Students'', tendo sido mantido até [[1984]]. Foi substituído pelo ''National Union of Students'' ("União Nacional dos Estudantes") em [[1987]].<ref>{{citar livro|título=Radical Students: The Old Left at Sydney University|ultimo=Barcan|primeiro=Alan|editora=|ano=2003|local=|páginas=|lingua=en|isbn=9780522850178|acessodata=}}</ref>
+=== Bangladesh ===
+O movimento estudantil de [[Bangladesh]] é conflituoso e violento.  As organizações estudantis atuam como braços milicianos dos partidos políticos de que fazem parte. Ao longo dos anos, confrontos políticos e conflitos entre facções em instituições educacionais mataram muitos, dificultando seriamente a vida acadêmica. As aulas e os semestres são interrompidos, prejudicando os alunos.
+As divisões estudantis dos partidos dominantes dominam os campi e os dormitórios através do crime e da violência e desfrutam vários privilégios não autorizadas. Eles controlam os dormitórios para favorecer alunos leais e membros do partido. É comum a extorsão e a chantagem de professores e alunos por esses grupos.<ref>{{citar web|url=http://www.refworld.org/docid/3ae6a8670.html|titulo=Political Parties and Political Violence|data=1994|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=|lingua=en}}</ref>
+=== Brasil ===
+{{Artigo principal|Movimento estudantil brasileiro}}O Movimento Estudantil no Brasil data ainda do [[Império do Brasil|período imperial]], quando os estudantes, recém-chegados da Europa e com conhecimento trazido de lá, intervinham em assuntos locais. Porém, organizações só começam a surgir a partir da década de 30, após o [[Revolução de 1930|Golpe de 1930]].
+Em 1932, estudantes paulistas protestam contra o regime de Getúlio Vargas junto da população, e a repressão a esses protestos acaba matando quatro deles, [[Mário Martins de Almeida|Martins]], [[Euclides Bueno Miragaia|Miragaia]], [[Dráusio Marcondes de Sousa|Dráusio]] e [[Antônio Américo Camargo de Andrade|Camargo]], cujos nomes formariam a sigla [[M.M.D.C.|MMDC]] e cujas mortes desencadeiam a [[Revolução Constitucionalista de 1932]].
+Entidades como a Juventude Comunista, a Juventude Integralista, Federação a Vermelha dos Estudantes e a União Democrática Estudantil surgiram nessa década. Logo, a demanda por uma entidade única que representasse os estudantes surge, e 1937, surge a [[União Nacional dos Estudantes]], a UNE. Essa entidade mudou de vez a dinâmica do movimento estudantil brasileiro, tornou esse um dos movimentos sociais de maior expressão no país. Inicialmente favorável aos governos, a UNE trabalha nos primeiros anos pra se consolidar. Com o final da [[Segunda Guerra Mundial]], a dualidade da Guerra Fria se reflete na entidade - apesar de que quase sempre tendeu a esquerda.<ref>http://pcb.org.br/fdr/index.php?option=com_content&view=article&id=185:o-pcb-e-a-fundacao-da-une&catid=1:historia-do-pcb</ref>
+A UNE participa tanto de campanhas a favor das políticas governamentais, como “[[O petróleo é nosso]]”, quanto criticando, como na questão da supressão do [[Partido Comunista - Seção Brasileira da Internacional Comunista|PCB]]. Em 1948, surge a equivalente da UNE para os secundaristas brasileiros, a [[União Brasileira dos Estudantes Secundaristas|UBES]].<ref name="fundação">{{citar web|url=https://ubes.org.br/memoria/historia/#funda-ubes|título=Fundação da UBES|acessodata=16 de dezembro de 2016|publicado=ubes.org.br}}</ref>
+Porém, em 1949, a ala de direita da UNE se organiza e no ano seguinte, vence as eleições, com o apoio da Presidência da República que preferia uma UNE que não fosse de encontro às decisões de seu governo. A nova administração muda as bandeiras de luta, mas também buscou melhorias de ensino e a aproximação das entidades de base, como os DCEs e os Centros Acadêmicos. Essa gestão permaneceu no poder até 1955.<ref>[http://www.cedema.org/uploads/Ridenti.pdf O romantismo revolucionário da Ação Popular: do cristianismo ao maoísmo], Consultado em 9 de março de 2016.</ref> Já nos anos 60, a articulação da UNE tinha como principal ponto de manifesto era a necessidade de uma reforma universitária, que propunha o aumento da autonomia dos universitários nas decisões dentro dos campus das universidades brasileiras.[[Ficheiro:Manifestantes na Esplanada dos Ministérios pedem o impeachment de Fernando Collor de Mello (4987870444).jpg|miniaturadaimagem|347x347px|Protestos em Brasília contra o presidente Collor, em 1992.]]Assim que os militares tomam o poder em 1964, um dos primeiros alvos foi a UNE, com sua sede sendo saqueada e incendiada e a entidade tornada ilegal. Manifestações como a passeata dos [[Calouro|calouros]] da [[Universidade Federal de Minas Gerais|UFMG]] foram violentamente reprimidas, assim como a greve geral dos estudantes e outros eventos relacionados. São desse período conflitos como a [[Batalha da Maria Antônia]], uma disputa ideológica entre alunos da USP e da Mackenzie que se torna uma batalha real e resulta em uma morte.<ref>{{Citar web|url=http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?t=lula_vai_reparar_une_por_incendio_na_ditadura&cod_Post=118963&a=111|titulo=Lula vai reparar UNE por incêndio na ditadura|data=9 de agosto de 2008|acessodata=20 de julho de 2009|publicado=O Globo Online|autor=[[Ricardo Noblat]]}}</ref>
+Com o [[Ato Institucional Número Cinco|AI-5]], em 1968, ficou cada vez mais impossível a atuação estudantil brasileira, com as prisões, [[tortura]] e mortes se tornando cada vez mais comuns e muitos começaram a aderir à luta armada como forma de lutar pela volta da [[democracia]] no país.  [[Ficheiro:Secundaristas fecham 9 de Julho em 2015.jpg|miniaturadaimagem|348x348px|Protestos secundaristas contra a reforma educacional do [[Governo do Estado de São Paulo|governo paulista]] em 2015.]]A partir de 1974 que o movimento estudantil começa sua reconstrução. O primeiro DCE Livre foi criado em São Paulo, significando que "este não estava subordinado à universidade como as entidades consideradas 'legais'". Com a liberação da organização estudantil pela legislação, em 1985 a UNE retorna da clandestinidade e participa das [[Diretas Já]], além de começar a auxiliar na criação de centros e diretórios acadêmicos e grêmios estudantis nas instituições de ensino. Após a redemocratização, várias entidades estudantis, como Centros Acadêmicos que haviam sido tornados ilegais, retornam, e entidades novas, especialmente as de área, focadas nas demandas de um curso específico, surgem.<ref name="L7395">{{citar web|url=http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/L7395.htm|título=LEI No 7.395, DE 31 DE OUTUBRO DE 1985.|publicado=Planalto|citação=Dispõe sobre os órgãos de representação dos estudantes de nível superior e dá outras providências.}}</ref>
+Em 1992, o movimento estudantil brasileiro volta a demonstrar força com o [[Caras-pintadas|movimento dos caras-pintadas]], que resultou no [[Processo de impeachment de Fernando Collor|''impeachment'' do presidente]] [[Fernando Collor de Mello]], acusado de corrupção.<ref name="www1.folha.uol.com.br">{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u397259.shtml|titulo=Saiba mais sobre os caras-pintadas|data=30 de abril de 2009|acessodata=2 de agosto de 2009|obra=[[Folha de S.Paulo]]}}</ref> Em [[2002]], com a vitória de [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]] nas eleições, a UNE conseguiu alcançar algumas demandas. Entretanto, o governo não estando mais do lado oposto passa a gerar criticas internas a entidade, que passou a apontar a UNE como tendenciosa, apoiando demandas afastadas da realidade estudantil. Novas entidades surgem como contraponto a UNE, tanto a esquerda quanto a direita<ref>{{Citar web|URL=http://anelonline.com/leituras/estatuto-da-juventude-na-contramao-das-ruas|título=ANEL Online {{!}} Estatuto da Juventude na contramão das ruas|acessadoem=2015-11-27|obra=ANEL - Assembleia Nacional dos Estudantes Livre|último=AnelOnline}}</ref>, e ações como a exclusividade para emitir as [[Carteira de estudante|carteirinhas estudantis]]<ref name=":02">{{citar web|URL=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12933.htm|título=Lei 12.933/2013 - Nova Lei da Meia-Entrada|data=26 de dezembro de 2013|acessadoem=24 de setembro de 2014|publicado=Presidência da República - Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos|autor=Presidência da República}}</ref> - apontada por críticos como a venda de um direito dos estudantes, visto que precisa ser paga e é o único documento que garante a meia-entrada - acabaram fazendo a imagem da entidade se deteriorar.<ref>{{citar web|url=http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/me_gerais/2013/10/24/me_gerais_interna,395117/polemica-sobre-carteira-de-estudante-marca-regulamentacao-de-meia-entrada.shtml|titulo=Polêmica sobre carteira de estudante marca regulamentação de meia-entrada|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{Citar web|URL=http://m.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/08/1322885-entidades-acusam-une-de-apoiar-cota-a-meia-em-troca-de-monopolio-das-carteirinhas.shtml?mobile|título=Entidades acusam UNE de apoiar cota à meia em troca de monopólio das carteirinhas - 07/08/2013 - Ilustrada - Folha de S.Paulo|acessadoem=2015-11-27|obra=m.folha.uol.com.br}}</ref>
+[[Ficheiro:FAE na UFMG ocupada.jpg|miniaturadaimagem|348x348px|Ocupação estudantil na UFMG em 2016.]]
+Os estudantes, com vários outros grupos sociais, estiveram presentes nas [[Protestos no Brasil em 2013|manifestações de junho de 2013]], que geraram como efeito colateral o retorno dos grandes protestos de rua que levaria, no futuro, a [[Processo de impeachment de Dilma Rousseff|queda da presidente]] [[Dilma Rousseff]]. Considerada pela maior parte das entidades estudantis como um [[golpe branco]], a oposição estudantil ao novo e impopular [[Presidente do Brasil|presidente]], [[Michel Temer]], cresce rapidamente, com a UNE e outras entidades voltando suas forças contra suas políticas.<ref>{{citar web|url=http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/05/15/grupos-pro-e-contra-impeachment-se-enfrentam-em-frente-a-sede-da-fiesp/?from_rss=rio|título=Grupos pró e contra impeachment se enfrentam em frente à sede da Fiesp|acessodata=16 de maio de 2016|publicado=Jornal do Brasil|último=Staff}}</ref>
+Dois movimentos recentes de protagonismo estudantil chamaram a atenção: os [[Mobilização estudantil em São Paulo em 2015|protestos secundaristas de 2015 em São Paulo]] e as [[Mobilização estudantil no Brasil em 2016|ocupações de 2016]]. O primeiro movimento surge quase que espontaneamente, tendo como objetivo protestar contra a reorganização do ensino público paulista, proposta pelo governador [[Geraldo Alckmin]] e pelo então secretário de estado da educação, [[Herman Voorwald]]. A mobilização de 2015 terminou com 213 escolas ocupadas, na demissão do secretário e na suspensão do plano, além de uma queda de popularidade sem precedentes para o governador.<ref>{{citar web|url=http://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2015/12/mesmo-com-repressao-policial-ocupacao-ja-chega-a-213-escolas-estaduais-6247.html|título=Ocupação contra projeto de Alckmin já chega a 213 escolas|data=|acessodata=8 de fevereiro de 2016|publicado=Rede Brasil Atual}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/12/popularidade-de-alckmin-cai-e-vai-28-aponta-datafolha.htm|título=Popularidade de Alckmin cai e vai a 28%, aponta Datafolha|data=|acessodata=8 de fevereiro de 2016|publicado=G1}}</ref><ref name="Alckmin">{{citar web| url=http://g1.globo.com/sao-paulo/escolas-ocupadas/noticia/2015/12/ocupacoes-atos-e-polemicas-veja-historico-da-reorganizacao-escolar.html|título= Ocupações, atos e polêmicas: veja histórico da reorganização escolar|acessodata=8 de fevereiro de 2016 |data= |publicado=G1}}</ref> Já as ocupações de 2016 foram um movimento mais coordenado, inspirado nas ocupações do ano anterior, contra diversas ações governamentais de cada estado, além da luta contra a [[PEC 241]]. Enquanto a mobilização de 2015, voltada as escolas estaduais paulistas, atingiu suas metas, a de 2016, que teve maior abrangência chegando a mais estados e também a universidades, teve menos sucesso, mas serviu para demonstrar que o movimento estudantil brasileiro ainda tem muita força.<ref>{{citar web|url=http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,pais-tem-1022-escolas-e-84-universidades-ocupadas-em-19-estados-e-em-brasilia,10000084398|título=1.022 escolas e 84 universidades estão ocupadas em 19 Estados e no DF|data=26/10/2016|acessodata=01/11/2016|publicado=Estadão|último=de Castro|primeiro=Fábio}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.cartacapital.com.br/politica/a-ocupacao-das-escolas-e-falta-de-habilidade-do-judiciario|título=A ocupação das escolas e a falta de habilidade do Judiciário|data=3 de novembro de 2016|acessodata=20 de setembro de 2017|publicado=CartaCapital|último=Valente|primeiro=Fernanda}}</ref>
+Atualmente, no Brasil, as principais organizações são a [[União Nacional dos Estudantes]], a [[União Brasileira dos Estudantes Secundaristas]] e a [[Associação Nacional de Pós-graduandos]], além das entidades de área, como a [[Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina]], a [[Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil|Federação dos Estudantes de Agronomia]], a [[Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil|Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo]] e a [[Federação Nacional de Estudantes de Direito]].
+=== Canadá ===
+No [[Canadá]], as organizações estudantis de esquerda do final da [[década de 1950]] e [[Década de 1960|1960]] tornaram-se principalmente duas: ''SUPA (Student Union for Peace Action)'' e ''CYC (Company of Young Canadians)''.<ref name=":1">{{Cite book|title=The Sixties in Canada: A Turbulent and Creative Decade|page=https://books.google.com/books?isbn=1551643316|isbn=1551643316|first=M. Athena|last=Palaeologu|year=2009|ref=harv|editora=|ano=|local=|páginas=|acessodata=}}</ref>
+O SUPA surgiu da ''CUCND (Combined Universities Campaign for Nuclear Disarmament,'' "Campanha de Universidades Combinadas para o Desarmamento Nuclear"'')'' em dezembro de 1964, em uma conferência da [[Universidade de Saskatchewan|Universidade da Saskatchewan]]. Enquanto o CUCND se concentrou em protestos de rua, a SUPA procurava mudar a sociedade canadense como um todo. Seus objetivos expandiram-se para a política de base em comunidades desfavorecidas e "conscientização" para radicalizar e conscientizar o "hiato de geração" experimentado pela juventude canadense. A SUPA era uma organização descentralizada, enraizada em campus universitários locais. Ela acabou se desintegrando no final de [[1967]] em debates sobre o papel da classe trabalhadora e da velha esquerda, e seus membros se mudaram para o CYC ou se tornaram líderes ativos no ''CUS (Canadian Union of Students'', a União Canadense dos Estudantes), levando o CUS a assumir a liderança do movimento estudantil canadense.<ref name=":1" />
+Em [[1968]], a SDU (Estudantes para uma Universidade Democrática) foi formada nas universidades de McGill e Simon Fraser, e absorveu membros de clubes liberais e dos Jovens Socialistas. A SDU terminou após o fracasso de uma greve estudantil liderada por ela em [[1969]]. Alguns membros se juntaram ao IWW e ao Yippies (Partido Internacional da Juventude). Outros membros ajudaram a formar a Frente de Libertação de Vancouver em [[1970]]. Já a ''[[Front de libération du Québec]]'' (FLQ; "Frente de Libertação de Quebec") foi considerada uma [[organização terrorista]], desencadeando o único uso da Lei de Medidas de Guerra do Canadá em tempos de paz após 95 atentados na [[Crise de Outubro]].<ref name=":1" />
+[[Ficheiro:Manif 22 juin Québec (6).jpg|miniaturadaimagem|310x310px|Manifestação estudantil no Quebec, em 2012.]]
+O ''Anti-Bullying Day,'' também chamado ''Pink Shirt Day'', foi criado em 2007 pelos estudantes do ensino médio David Shepherd, e Travis Price de [[Berwick (Nova Escócia)|Berwick]], e passsou a ser comemorado anualmente em todo o país e até fora dele.<ref>{{citar web|url=https://www.pinkshirtday.ca/|titulo=|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{cite web|url=http://www.cbc.ca/news/canada/nova-scotia/story/2007/09/18/pink-tshirts-students.html|title=Bullied student tickled pink by schoolmates' T-shirt campaign|website=CBC News Nova Scotia|date=19 Sep 2007|accessdate=29 May 2013}}</ref>
+Em [[2012]], o [[Manifestações estudantis de 2012 no Quebec|movimento estudantil no Quebec ressurgiu]] devido a um aumento de mensalidades de 75% que levou estudantes as ruas porque esse aumento não permitia que os estudantes ampliassem sua educação por medo de não ter dinheiro para paga-las.<ref name="natpo">{{citar web|url=http://news.nationalpost.com/2012/04/29/quebec-student-group-rejects-liberal-proposal-to-end-strike/|título=Quebec student group rejects Liberal proposal to end strike|data=29 de abril de 2012|obra=[[National Post]]}}</ref> Após a ''Bill 78'', uma lei que restringia os protestos em [[22 de maio]] houve a marcha denominada "''O maior ato de desobediência civil na história do Canadá''", com entre 100.000 e 400.000 manifestantes no centro de [[Montreal]].<ref>{{citar web|url=http://www.radio-canada.ca/sujet/droits-scolarite|título=Droits de scolarité au Québec : un débat de société|publicado=src.ca}}</ref> Após as eleições, o [[primeiro-ministro do Quebec]] [[Jean Charest]] prometeu cancelar o aumento das mensalidade, entre outras medidas.<ref>{{Cite news|magazine=The Nation|url=http://www.thenation.com/blog/170068/did-quebecs-election-end-student-movement|title=Did Quebec's Election End the Student Movement?|first=Zachary|last=Bell}}</ref>
+[[Ficheiro:Guanaco de estudiantes.JPG|miniaturadaimagem|310x310px|Estudantes protestam no Chile em 2011.]]
+=== Chile ===
+Após já ter experimentado a chamada [[Mobilização estudantil no Chile em 2006|"Revolução dos Pinguins"]], uma onda de grandes protestos estudantis organizados pelos [[Ensino secundário|secundaristas]] em [[2006]], entre [[2011]] e [[2012]] o [[Chile]] foi impulsionado por [[Mobilização estudantil no Chile em 2011-2012|uma nova série de protestos nacionais]] dirigidos por estudantes em todo o Chile, exigindo um novo quadro para a educação no país, incluindo uma participação estatal mais direta no ensino secundário e o fim da existência de lucro no [[ensino superior]]. As demandas de 2006 e 2011 eram parecidas, mas em 2011 estudantes de todo o sistema educacional chileno participaram ativamente.<ref>{{citar web|url=http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5739375-EI8266,00-Milhares+de+chilenos+retomam+marcha+por+educacao+gratuita.html|título=Milhares de chilenos retomam marcha por educação gratuita|publicado=Portal Terra}}</ref>
+Atualmente no Chile, apenas 45% dos estudantes do ensino médio estudam em escolas públicas tradicionais e a maioria das universidades também são privadas. Não foram construídas novas universidades públicas desde o fim da transição chilena para a democracia em [[1990]], embora o número de estudantes universitários tenha aumentado. Além das exigências específicas em relação à educação, os protestos refletiram um "profundo descontentamento" entre algumas partes da sociedade com o alto nível de desigualdade do Chile. Os protestos incluíram marchas maciças não violentas, mas também uma quantidade considerável de violência por uma parte dos manifestantes e de policiais.<ref>{{citar web|url=http://www.bbc.com/news/world-latin-america-14487555|titulo=Chile student protests point to deep discontent|data=11/08/2011|acessodata=|publicado=BBC|ultimo=|primeiro=|lingua=en}}</ref>
+A primeira resposta clara do governo aos protestos foi uma proposta para um novo fundo de educação e a substituição do Ministro da Educação [[Joaquín José Lavín Infante|Joaquín Lavín]]  Outras propostas governamentais também foram rejeitadas.<ref name="GANE">[http://www.gob.cl/destacados/2011/07/05/cadena-nacional-de-radio-y-television-presidente-pinera-anuncio-gran-acuerdo-nacional-por-la-educaci.htm Cadena Nacional de Radio y Televisión: Presidente Piñera anunció Gran Acuerdo Nacional por la Educación] Government of Chile. July 5, 2011. Accessdate July 5, 2011</ref> Recentemente, uma dos pedidos dos manifestantes - o fim das mensalidades no ensino superior - foi atendido.<ref>{{citar web|url=https://br.sputniknews.com/americas/2018012710382773-chile-universidade-reforma-educacao/|titulo=Nunca deveria estar nas mãos do mercado', Chile aprova ensino superior público universal|data=|acessodata=|publicado=Sputnik|ultimo=|primeiro=}}</ref>
+=== China ===
+[[Ficheiro:O Rebelde Desconhecido.jpg|miniaturadaimagem|310x310px|Protagonista de uma das fotos mais conhecidas do [[Século XX]], "[[O Rebelde Desconhecido|o homem dos tanques]]", cujo paradeiro é desconhecido, era provavelmente um estudante.]]
+Desde a derrota da [[Dinastia Qing]] nas [[Guerras do ópio|Guerras do Ópio]], o movimento estudantil tem desempenhado um papel significativo na recente [[História da China|história chinesa]]. Alimentado principalmente pelo [[nacionalismo]], o movimento estudantil chinês acredita que os jovens são responsáveis pelo futuro do país, e esta forte crença nacionalista conseguiu se manifestar em várias formas, como a [[democracia]], o [[antiamericanismo]] e o [[comunismo]].<ref name="zhang">{{Cite book|last=Zhang|first=Hong|title=The making of urban Chinese images of the United States, 1945-1953|location=Westport, CT|publisher=Greenwood Press|publication-date=2002|isbn=0-313-31001-7|editora=|ano=|local=|páginas=|acessodata=|lingua=en}}</ref>
+Um dos atos mais importantes do movimento estudantil na história chinesa é o [[Movimento Quatro de Maio|Movimento Quarto de Maio]], em 1919, onde mais de 3.000 alunos da [[Universidade de Pequim]] e outras escolas realizaram uma manifestação na [[Praça da Paz Celestial]].  É considerado um passo essencial da revolução democrática na China e também na origem do comunismo chinês.  Os movimentos de antiamericanismo liderados pelos estudantes durante a [[Guerra Civil Chinesa]] também contribuíram para desacreditar o governo do [[Kuomintang|Partido Nacionalista Chinês]] (KMT) e levar a vitória comunista na China.<ref name="zhang2" /> Em 1989, o movimento democrático liderado pelos estudantes nos protestos em Pequim terminou em uma brutal repressão do governo que mais tarde seria chamado de [[Protesto na Praça da Paz Celestial em 1989|Massacre da Praça da Paz Celestial]].<ref>{{citar web|url=http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=950DE0DC143EF932A15755C0A96F948260&sec=&spon=&pagewanted=all.|titulo=Reavaliação de quantos morreram nas repressões militares em Pequim|data=21 de junho de 1989|acessodata=|publicado=The New York Times|ultimo=|primeiro=}}</ref>
+=== Estados Unidos  ===
+Nos [[Estados Unidos]], o movimento estudantil é muitas vezes entendido como uma forma de ativismo juvenil que luta pela mudança no sistema educacional americano, direitos civis, aplicação da lei, controle de armas nucleares, entre outras questões. O movimento estudantil nos Estados Unidos data do início da educação pública, se não antes disso.
+Os primeiros movimentos bem documentados, são de um ativismo direcionado de ocorreram nos campi de faculdade historicamente negras como a [[Fisk University|Fisk]] e a Howard na [[década de 1920]]. Na Fisk, as preocupações dos alunos com as regras disciplinares destinadas a minar a identidade negra se uniram às demandas de demissão do presidente Fayette Avery McKenzie. Inspirados por um discurso de [[W. E. B. Du Bois|W.E.B. Du Bois]], que era egresso da Fisk, os alunos ignoraram o toque de recolher das 22h para protestar, e organizaram sucessivos protestos. Depois que um comitê formado para investigar os protestos concluiu negativamente sobre as habilidades de McKenzie e o tratamento das agitações, ele renunciou em 16 de abril de 1925. Os eventos em Fisk tiveram grandes repercussões, como estudantes negros em outros lugares começaram a questionar o status repressivo das universidade negra do pós-guerra.<ref>{{Cite book|title=The New Negro on Campus: Black College Rebellions of the 1920s|pages=29–69|url=https://books.google.com/books?isbn=069104628X|isbn=069104628X|first=Raymond|last=Wolters|year=1975}}</ref>
+A onda seguinte de movimentação dos estudantes foi estimulada pelas [[Grande Depressão]] da década de 1930. O ''American Youth Congress'' ("Congresso Americano da Juventude") foi uma organização criada por estudantes em [[Washington]], que pressionou o [[Congresso dos Estados Unidos]] contra a [[guerra]] e a [[Racismo|discriminação racial]] e para os programas para jovens. Foi fortemente apoiado pela [[Primeira-dama dos Estados Unidos|primeira-dama]] [[Eleanor Roosevelt]].{{sfn|Boren|2013|p=96}}
+[[Ficheiro:Vietnamdem.jpg|miniaturadaimagem|364x364px|Ativista entrega uma flor a um policial durante um protesto contra a [[Guerra do Vietnã]], em [[Washington, D.C.|Washington]], no ano de 1967.]]
+A era da [[contracultura]] da [[década de 1960]] e início da [[década de 1970]] viu várias ondas de ativistas estudantis ganhar crescente proeminência política na sociedade americana.  Os alunos formaram movimentos sociais que os levaram da resistência à libertação.<ref>Flacks, 1988.</ref> Um grupo estudantil nacional importante inicial foi a ''Student's Peace Union'', criada em [[1959]].{{sfn|Boren|2013|p=114}} Outro destaque deste período foi o [[Students for a Democratic Society]] (SDS), lançado em Ann Arbor, Michigan, que era uma organização dirigida por estudantes que focado nas escolas como um agente social que simultaneamente oprime e potencialmente eleva a sociedade. Eventualmente, o [[Weather Underground]] surgiu do SDS. Outro grupo de sucesso foi o ''Ann Arbor Youth Liberation'', cujos estudantes pediam o fim da educação liderada pelo estado. Também foram notáveis o ''Student Nonviolent Coordinating Committee'' e o ''Atlanta Student Movement'', grupos predominantemente afro-americanos que lutaram contra o racismo e a pela integração de escolas públicas em todo o país.
+[[Ficheiro:Fossil Fuel Divestment Student Protest at Tufts University.jpg|miniaturadaimagem|364x364px|Protesto pelo desinvestimento em combustíveis fósseis na [[Universidade Tufts]], [[Medford (Massachusetts)|Medford]], [[Massachusetts]].]]
+A mais longa greve estudantil na história dos EUA começou em 6 de novembro de 1968 e durou até 21 de março de 1969, no Colégio Estadual de San Francisco, para aumentar a conscientização sobre o acesso dos estudantes do terceiro mundo ao ensino superior. Já a maior greve em participação estudantil ocorreu em maio e junho de 1970, em resposta aos tiroteios do estado de Kent e à [[Campanha do Camboja|invasão americana do Camboja]]. Mais de quatro milhões de alunos participaram.<ref>{{cite web|url=http://www.pacesfsu1967.com/aboutus|title=Philippine American Collegiate Endeavor|accessdate=21 Mar 2017}}</ref><ref>{{cite web|url=https://en.wikipedia.org/wiki/Third_World_Liberation_Front_strikes_of_1968|title=Third World Liberation Front strikes of 1968|accessdate=21 Mar 2017}}</ref><ref>{{Cite book|title=The '60s Experience: Hard Lessons about Modern America|page=164|url=https://books.google.com/books?isbn=1566390141|isbn=1566390141|first=Edward P.|last=Morgan|year=1992}}</ref>
+A sociedade americana viu um aumento no movimento estudantil novamente na década de 1990. O movimento de reforma da educação popular levou a um ressurgimento do ativismo populista estudantil contra testes e ensaios padronizados,<ref>HoSang, D. (2003). [http://www.fcyo.org/Papers_no2_v4.qxd.pdf ''Youth and Community Organizing Today''] New York: Funders Collaborative on Youth Organizing.</ref> bem como questões mais complexas, incluindo reformas no [[sistema prisional]], na indústria e no militarismo, como a influência das forças armadas e corporações na educação, e lutas pela democracia nas decisões institucionais e pelos financiamentos estudantis, questões que seguem como pauta até hoje. Notavelmente, as universidades participaram do movimento de Desinvestimento na [[África do Sul]], pressionando pelo fim do [[Apartheid]], após a organização e o ativismo dos estudantes.<ref>Rebecca Hamilton (2011) [https://www.amazon.com/Fighting-Darfur-Public-Struggle-Genocide/dp/B005GNKK9M/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1319947948&sr=8-1 ''Fighting for Darfur: Public Action and the Struggle to Stop Genocide'', Palgrave Macmillan (2011)].</ref>
+Outras questões recentes incluem o ativismo anti-guerra e a luta ambientalista. A ''Campus Antiwar Network'' ("Rede de Campi Anti-Guerra") e a refundação da SDS em 2006 são partes desses movimentos. Após o crescimento nacional do [[Black Lives Matter|Movimento Black Lives Matter]], e mais intensamente após [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 2016|a eleição]] de [[Donald Trump]] em 2016, o ativismo estudantil vem crescendo novamente. Protestos contra a presença de ativistas da chamada [[Direita alternativa|Alt-Right]], como [[Milo Yiannopoulos]], provocaram grandes protestos em algumas faculdades, com alguns deles cancelando as participações.<ref>{{Cite web|url=https://www.washingtonpost.com/news/grade-point/wp/2017/01/14/protests-derail-uc-davis-event-with-breitbarts-milo-yiannopoulos-pharma-bro-martin-shkreli/|title=Protests derail UC Davis event with Breitbart’s Milo Yiannopoulos, ‘Pharma Bro’ Martin Shkreli|website=Washington Post|access-date=2017-04-13}}</ref>
+=== Europa Oriental e países da ex-União Soviética ===
+[[Ficheiro:Praga 11.jpg|miniaturadaimagem|280x280px|Cidadãos protestam contra a invasão soviética em Praga.]]
+Durante os anos dos regimes comunistas, estudantes da [[Leste Europeu|Europa Oriental]] foram a força por trás de vários dos exemplos mais conhecidos de protesto.
+A cadeia de eventos que levaram à [[Revolução Húngara de 1956]] foi iniciada por manifestações de estudantes pacíficas nas ruas de [[Budapeste]], atraindo mais trabalhadores e outros húngaros. Na [[Checoslováquia|Tchecoslováquia]], um dos rostos mais conhecidos dos protestos após a [[Invasão da Tchecoslováquia|invasão soviética]] que terminou a Primavera de Praga foi [[Jan Palach]], um estudante que cometeu suicídio se incendiando em 16 de janeiro de 1969. O ato provocou um grande protesto contra a ocupação da [[União Soviética|URSS]].
+[[Ficheiro:Mjaft! Protest3.jpg|miniaturadaimagem|281x281px|Protesto do [[Mjaft|MJAFT!]] na [[Albânia]].]]
+Os movimentos juvenis dominados por estudantes também desempenharam um papel central nas chamadas [[Revoluções coloridas|Revoluções Coloridas]] vistas nas sociedades pós-comunistas nos últimos anos. O primeiro exemplo disso foi, na [[Sérvia]], o ''Otpor!'' ("Resistência!"), formada em outubro de [[1998]] como resposta às leis repressivas as universidade e a mídia que foram introduzidas naquele ano. Na campanha presidencial de setembro de 2000, a organização criou a campanha "''Gotov je''" ("Ele terminou") que simbolizou e reforçou o descontentamento sérvio com [[Slobodan Milošević]], resultando em sua derrota.
+''Otpor!'' inspirou outros movimentos juvenis na Europa Oriental, como o ''Kmara'' na [[Geórgia]], que desempenhou um papel importante na [[Revolução Rosa]] e o ''Pora'' na [[Ucrânia]], que foi fundamental na organização das manifestações que levaram à [[Revolução Laranja]]. Como ''Otpor!'', essas organizações têm, consequentemente, praticado [[resistência não violenta]] e usado humor para ridicularizar líderes autoritários. Movimentos semelhantes incluem ''KelKel'' no [[Quirguistão]], ''Zubr'' na [[Bielorrússia]] e ''[[Mjaft|MJAFT!]]''  na [[Albânia]].
+Os oponentes das Revoluções Coloridas acusaram as [[George Soros|Fundações Soros]] e/ou [[governo dos Estados Unidos]] de apoiar e até mesmo planejar as revoluções para servir os interesses ocidentais. Os defensores das revoluções argumentaram que essas alegações são muito exageradas e que as revoluções eram eventos positivos, moralmente justificados, independentemente de o suporte ocidental ter influenciado ou não os eventos.
+=== Filipinas ===
+O movimento estudantil nas [[Filipinas]] começou pelo tempo do regime de [[Ferdinando Marcos]] no final dos [[Década de 1960|anos 1960]] ou início dos anos 1970, durante a Lei Marcial. Até hoje, o ativismo estudantil continua por várias causas, como educação gratuita, corrupção no governo e execuções extrajudiciais.  Alguns grupos que lideram esses protestos são a ''League of Filipino Students'' (LFS, "Liga dos Estudantes Filipinos), ''National Union of Students of the Philippines'' (NUSP, "União Nacional dos Estudantes das Filipinas"), a ''Anakpawis'' e o partido político ''Kabataan.''
+=== França ===
+[[Ficheiro:1968-05 Évènements de mai à Bordeaux - Rue Paul-Bert 1.jpg|miniaturadaimagem|300x300px|Barricadas em [[Bordeaux]] durante os eventos de [[maio de 1968]].]]
+Na França, o movimento estudantil têm influenciado na formação do debate público há séculos.{{sfn|Boren|2013|pp=9-10}} Entretanto, os eventos de [[maio de 1968]] são considerados os mais emblemáticos do ativismo estudantil francês. Na ocasião, a [[Universidade Paris Nanterre|Universidade de Paris em Nanterre]] foi fechada devido a problemas entre os estudantes e a administração.{{sfn|Boren|2013|p=149-150}} Em protesto contra o encerramento e a expulsão dos estudantes de [[Nanterre]], estudantes da [[Sorbonne]] em [[Paris]] iniciaram sua própria manifestação.{{sfn|Boren|2013|p=151}} A revolta cresceu e se transformou em uma insurreição nacional, a ponto de quase derrubar o governo francês.
+Os eventos em Paris foram seguidos por protestos estudantis em todo o mundo, inspirando por exemplo, o movimento estudantil alemão que fez grandes manifestações contra a proposta das Leis de Emergência Alemãs. Em muitos países, os protestos dos estudantes fizeram com que as autoridades respondessem com violência. Na [[Espanha]] , manifestações estudantis contra a ditadura de [[Francisco Franco|Franco]] levaram a confrontos com a polícia. Uma manifestação de estudantes na [[Cidade do México]] terminou em repressão no que ficou conhecido como o [[massacre de Tlatelolco]]. Mesmo no [[Paquistão]], os estudantes saíram às ruas para protestar contra as mudanças na política educacional, e no dia 7 de novembro, dois estudantes universitários morreram depois que a polícia abriu fogo em uma manifestação.<ref>{{Cite web|url=http://www.marxist.com/pakistans-other-story-6.htm|title= Pakistan’s Other Story: 6. Witness to Revolution – Veterans of the 1968-69 upheaval|first= Lal |last=Khan|date=2009-05-22|accessdate=2015-01-19}}</ref> As [[Protestos de 1968|repercussões globais]] da insurreição francesa de 1968 continuaram em 1969 e até mesmo na década de 1970.{{sfn|Boren|2013|p=149}}
+[[Ficheiro:Exèrcit al Zócalo-28 d'agost.jpg|miniaturadaimagem|301x301px|Protestos no [[México]] em 1968.]]
+===  México  ===
+[[Ficheiro:MarchaYoSoy132.jpg|miniaturadaimagem|300x300px|Marcha do movimento estudantil ''Soy 132'', na [[Cidade do México]].]]
+Durante os [[Protestos de 1968|protestos de 1968,]] o [[Política do México|governo mexicano]] matou entre 30 a 300 estudantes e manifestantes civis no [[Massacre de Tlatelolco]], que aconteceu no 2 de outubro de 1968, na [[Praça das Três Culturas]], em [[Tlatelolco]], [[Cidade do México]]. Esse evento é considerados parte da [[Guerra suja no México|Guerra Suja no México]], quando o governo usou suas forças para suprimir a oposição política. O massacre ocorreu apenas 10 dias antes da abertura dos [[Jogos Olímpicos de Verão de 1968]], sediados na capital mexicana.{{sfn|Boren|2013|pp=170-171}}
+Os movimentos estudantis mais recentes incluem [[Yo Soy 132|''Yo Soy 132'']] em 2012. Yo Soy 132 foi um movimento social composto pela maioria dos estudantes universitários mexicanos de universidades privadas e públicas com apoiadores em cerca de 50 cidades ao redor do mundo.<ref>{{Cite web|url=http://www.proceso.com.mx/?p=315804|title=#YoSoy132 presume contar con 52 asambleas internacionales|date=1 August 2012}}</ref> Começou como oposição ao então candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), [[Enrique Peña Nieto]] e a cobertura da mídia mexicana nas eleições gerais de 2012.<ref>{{cite news|url=http://www.buenosairesherald.com/article/101333/youth-protest-former-mexican-ruling-partys-rise|title=Youth protest former Mexican ruling party's rise|work=[[Buenos Aires Herald]]|publisher=Editorial Amfin S.A.|accessdate=June 12, 2012}}</ref>  O nome Yo Soy 132 ("Eu sou 132") originou-se em uma expressão de solidariedade com os 131 que participaram do protesto original. A frase inspirou-se no [[Occupy Wall Street|movimento Occupy]] e no movimento espanhol de [[Protestos de 2011 na Espanha|15-M]].  O movimento de protesto foi autoproclamado como a "''Primavera mexicana''", em alusão à [[Primavera Árabe]].<ref>{{cite news|url=http://articles.cnn.com/2012-05-24/americas/world_americas_mexico-protests_1_enrique-pena-nieto-protests-mexico-city-mayor?_s=PM:AMERICAS|title=Social media fuel Mexican youth protests - CNN|publisher=[[CNN]]. [[Turner Broadcasting System]]|date=May 24, 2012|accessdate=June 12, 2012}}</ref><ref>{{cite web|url=http://blog.sfgate.com/inthemission/2012/06/07/%E2%80%98mexican-spring%E2%80%99-comes-to-san-francisco/|title="Mexican Spring" Comes to San Francisco|date=June 7, 2012|accessdate=June 13, 2012|publisher=[[Hearst Corporation]]|work=[[San Francisco Chronicle]]|first=Rigoberto|last=Hernandez}}</ref>
+Em 2014, após o [[Massacre de Iguala em 2014|sequestro em massa de Iguala]], os estudantes saíram as ruas em protesto e revolta. Através das [[mídias sociais]], hashtags como ''#TodosSomosAyotzinapa'' se espalharam e a população revoltada com o massacre fez o presidente Enrique Peña Nieto enfrentar a sua pior crise.<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/mundo/mexicanos-protestam-contra-assassinato-de-estudantes-14513043?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo|título=Mexicanos protestam contra assassinato de estudantes|data=9 de novembro de 2014|acessodata=10 de novembro de 2014|editor=[[O Globo]]}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.cartacapital.com.br/internacional/apos-chacina-manifestantes-tentam-invadir-sede-presidencial-no-mexico-2407.html?utm_content=buffer608f8&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer|título=Após chacina, manifestantes tentam invadir sede presidencial no México|data=9 de novembro de 2014|acessodata=10 de novembro de 2014|editor=[[CartaCapital]]}}</ref>
+=== Reino Unido ===
+[[Ficheiro:Cambridge_University,_Combination_Room,_2010_student_occupation.jpg|miniaturadaimagem|400x400px|Ocupação estudantil na [[Universidade de Cambridge]], em 2010.]]
+O ativismo político estudantil existe no [[Reino Unido]] desde a década de 1880 com a formação dos conselhos de representação estudantil, precursores de organizações destinados a apresentar os interesses dos estudantes. Estes mais tarde evoluíram para as Uniões, muitos dos quais se tornaram parte da [[National Union of Students (United Kingdom)|National Union of Students]] (NUS, "União Nacional dos Estudantes") formada em [[1921]]. No entanto, o NUS foi projetado para ser especificamente fora de "interesses políticos e religiosos", reduzindo sua importância como centro de ativismo estudantil. Durante a década de 1930, os alunos começaram a se envolver mais politicamente com a formação de muitas sociedades [[Socialismo|socialistas]] em universidades, desde [[Social-democracia|social-democrata]] até [[Marxismo-leninismo|marxista-leninista]] e [[Trotskismo|trotskista]], levando até o comunista Brian Simon a se tornar líder do NUS.<ref>{{Cite book|title=Measuring the Mind: Education and Psychology in England c.1860-c.1990|page=296|url=https://books.google.com/books?isbn=0521026180|isbn=0521026180|first=Adrian|last=Wooldridge}}</ref>
+No entanto, não foi até a década de 1960 que o ativismo estudantil tornou-se importante nas universidades britânicas. Lá, como muitos outros países, a [[guerra do Vietnã]] e as questões de racismo tornaram-se um foco para muitas outras frustrações locais, como taxas e representação de estudantes. Em 1962, realizou-se o primeiro protesto estudantil contra a Guerra do Vietnã, com a [[Campaign for Nuclear Disarmament|CND]].  No entanto, o ativismo estudantil não começou em grande escala até meados da década de 1960. Em 1965, um protesto estudantil de 250 estudantes foi realizado fora da embaixada americana em [[Edimburgo]], marcando o início dos protestos contra a guerra do Vietnã na praça Grovesnor.  Também aconteceu o primeiro grande ''teach-in'' britânico - espécie de fórum temático, comum nos EUA - em 1965, onde os estudantes debateram a Guerra do Vietnã e os meios alternativos de [[Não violência|protesto não violentos]] na [[London School of Economics]], patrocinado pela Oxford Union Society.<ref>{{Cite book|year=2004|url=https://books.google.com/books?id=a3TJ2TKBq-sC&pg=PA98&|page=98|title=Britain, America, and the Vietnam War|first=Sylvia|last=Ellis|isbn=9780275973810|editora=|ano=|local=|páginas=|acessodata=|lingua=en}}</ref>
+Em 1966, formaram-se a Radical Student Alliance e a Vietnam Solidarity Campaign, que se tornaram âncoras para o movimento de protesto.  No entanto, a primeira sessão de estudantes foi realizada na London School of Economics em 1967 pela NUS sobre a suspensão de dois estudantes. Após o sucesso desta reunião, uma reunião nacional de estudantes com mais de 100.000 participantes realizadas no mesmo ano é considerada o início do movimento na Grã-Bretenha.  Entre as várias ações realizadas pelo movimento estudantil britânico nesse período houve um protesto de até 80 mil pessoas na Praça Grosvenor, protestos e ocupações anti-racistas em [[Newcastle upon Tyne|Newcastle]], a quebra de portões de controle de motim e encerramento forçado da London School of Economics e [[John Whitaker Straw|Jack Straw]] se tornando lider do NUS. No entanto, muitos protestos foram sobre questões mais locais, como a representação dos estudantes na governança da faculdade, melhor alojamento, taxas mais baixas ou mesmo preços da cantina.
+Os protestos estudantis voltaram com força em 2010 durante o mandato de [[David Cameron]], lutando pela queda de taxas, contra cortes no financiamento do ensino superior e retirada do Subsídio de Manutenção Educacional.<ref>{{cite news|url=http://www.bbc.co.uk/news/education-11877034|work=BBC News|title=Student tuition fee protest ends with 153 arrests|date=2010-12-01|ultimo=|primeiro=|data=|acessodata=|lingua=en}}</ref>{{Referências|col=2}}
-{{Esboço-movimentosocial}}
 {{Controle de autoridade}}