Eleições estaduais na Paraíba em 1998
← 1994 2002 → | |||||
Eleições estaduais na Paraíba em 1998 | |||||
---|---|---|---|---|---|
4 de outubro de 1998 (Decisão em primeiro turno) | |||||
Candidato | José Maranhão | Gilvan Freire | |||
Partido | PMDB | PSB | |||
Natural de | Araruna, PB | São Mamede, PB | |||
Vice | Roberto Paulino | Hamurabi Duarte | |||
Votos | 877.852 | 175.234 | |||
Porcentagem | 80,72% | 16,11% | |||
Resultado por município:
José Maranhão (223 municípios)
50–59% (3) 60-69% (6) 70-79% (40) 80-89% (116) 90-99% (58)
| |||||
Titular Eleito | |||||
As eleições estaduais na Paraíba em 1998 ocorreram em 4 de outubro como parte das eleições gerais em 26 estados e no Distrito Federal. Foram eleitos o governador José Maranhão, o vice-governador Roberto Paulino, o senador Ney Suassuna, 12 deputados federais e 36 estaduais. Como o candidato mais votado obteve um total superior à metade mais um dos votos válidos o pleito foi decidido em primeiro turno e conforme a Constituição a posse do governador e de seu vice-governador se daria em 1º de janeiro de 1999 para quatro anos de mandato já sob a égide da reeleição.[1][2][3][4][nota 1]
Advogado natural de Araruna e graduado na Universidade Federal da Paraíba, José Maranhão pertencia ao PTB sendo eleito deputado estadual em 1954, 1958, 1962. Secretário de Agricultura no governo José Fernandes de Lima, foi reeleito via MDB em 1966, entretanto teve o mandato cassado e os direitos políticos suspensos por dez anos pelo Ato Institucional Número Cinco em 1969.[5] Filiado ao PMDB por conta da reforma partidária ocorrida no governo João Figueiredo, elegeu-se deputado federal em 1982, 1986 e 1990.[6] Em sua passagem por Brasília votou a favor emenda Dante de Oliveira e em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, subscreveu a Constituição de 1988 e votou favor do impeachment de Fernando Collor em 1992.[7][8][3][9] Eleito vice-governador do estado em 1994, foi efetivado governador após a morte de Antônio Mariz em setembro de 1995 sendo reeleito agora com 80,72% dos votos válidos garantido assim o quarto triunfo consecutivo do PMDB nas disputas pelo Palácio da Redenção.[2][nota 2][nota 3]
Outro vitorioso nas urnas foi o advogado Roberto Paulino. Formado na Universidade Paraibana de Educação, nasceu em Guarabira onde fixou-se como empresário. Eleito prefeito da referida cidade via MDB em 1976, migrou para o PMDB sendo eleito deputado estadual em 1982 e 1986. De volta à prefeitura de Guarabira em 1988, elegeu-se deputado federal em 1994, mandato do qual se licenciou para assumir o cargo de secretário de Articulação Municipal do governo Antônio Mariz e em 1998 foi eleito vice-governador da Paraíba na chapa de José Maranhão, a quem sucedeu às vésperas do pleito de 2002 quando o titular renunciou para disputar um mandato de senador.[10][nota 4]
Radicado no Rio de Janeiro desde 1965, o empresário Ney Suassuna é formado em Pedagogia na Faculdade Castelo Branco e em Administração e Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.[11] Nascido em Campina Grande, foi assessor técnico do Ministério do Planejamento durante grande parte do Regime Militar de 1964 nas gestões de Roberto Campos e João Paulo dos Reis Veloso. Proprietário do Colégio Anglo-Americano, possui negócios nos setores de construção civil e construção naval. Presidente da Associação Comercial da Barra da Tijuca[12] e vice-presidente da Federação das Associações Comerciais do Rio de Janeiro, filiou-se ao PMDB e perdeu a eleição para senador em 1982, todavia foi eleito primeiro suplente do senador Antônio Mariz em 1990 sendo efetivado quatro anos depois quando o titular foi eleito governador da Paraíba e em 1998 Ney Suassuna foi reeleito senador.
Resultado da eleição para governador
[editar | editar código-fonte]Candidatos a governador do estado | Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
---|---|---|---|---|---|
José Maranhão PMDB |
Roberto Paulino PMDB |
(PMDB, PSDB, PPB, PL, PFL, PSC, PSL, PTB, PST) |
|||
Gilvan Freire PSB |
Hamurabi Duarte PT |
(PSB, PT, PDT, PCdoB, PV) |
|||
José Valadares PRP |
Fernando Vieira PRN |
(PRP, PRN, PSDC) |
|||
Pastor César PMN |
Wellington Cariri PMN |
(PMN, PPS) |
|||
Marcelino Rodrigues PSTU |
Antônio Radical PSTU |
Resultado da eleição para senador
[editar | editar código-fonte]Candidatos a senador da República |
Candidatos a suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
---|---|---|---|---|---|
Ney Suassuna PMDB |
Robinson Viana PMDB Maria de Fátima PMDB |
(sem coligação) |
|||
Tarcísio Burity PPB |
Manuel Gaudêncio PPB Marconi Góes PPB |
(sem coligação) |
|||
Cozete Barbosa PT |
Valtécio Brandão PCdoB Albenor Carvalho PSB |
(PSB, PT, PDT, PCdoB, PV) |
|||
Márcio Porto PMN |
Aroldo Alves PMN Alberto Figueiredo PMN |
(PMN, PPS) |
|||
Jaime Carneiro PRN |
José Antônio da Silva PRN Cícero Freire PRN |
(PRP, PRN, PSDC) |
|||
Chico Asfora[nota 5] PSL |
Laudeci Lima PSL Cabeto PSL |
(sem coligação) |
Deputados federais eleitos
[editar | editar código-fonte]São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[16][17]
Número | Deputados federais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
4510 | Wilson Braga | PSDB | 80.367 | 6,77% | Conceição | Paraíba |
1414 | Damião Feliciano | PTB | 76.101 | 6,41% | Campina Grande | Paraíba |
1515 | Inaldo Leitão | PMDB | 70.734 | 5,96% | Sousa | Paraíba |
2511 | Efraim Morais | PFL | 69.272 | 5,84% | Santa Luzia | Paraíba |
1510 | Ricardo Rique | PMDB | 69.053 | 5,82% | Campina Grande | Paraíba |
1533 | Domiciano Cabral | PMDB | 55.585 | 4,68% | João Pessoa | Paraíba |
1111 | Enivaldo Ribeiro | PPB | 51.385 | 4,33% | Campina Grande | Paraíba |
1501 | Carlos Dunga | PMDB | 49.357 | 4,16% | Pombal | Paraíba |
2502 | Marcondes Gadelha | PFL | 48.439 | 4,08% | Sousa | Paraíba |
2522 | Adauto Pereira | PFL | 45.338 | 3,82% | Pombal | Paraíba |
1551 | Armando Abílio | PMDB | 44.403 | 3,74% | Itaporanga | Paraíba |
1366 | Avenzoar Arruda | PT | 16.649 | 1,40% | Bonito de Santa Fé | Paraíba |
Deputados estaduais eleitos
[editar | editar código-fonte]Estavam em jogo 36 vagas na Assembleia Legislativa da Paraíba.[1][2]
Aspectos da campanha
[editar | editar código-fonte]Curiosidades da eleição
[editar | editar código-fonte]A eleição de 1998 marcou a primeira participação do PRONA numa eleição na Paraíba. Sem integrar nenhuma coligação, lançou chapa própria com 4 candidatos (Martha Izabel disputou uma vaga na Câmara dos Deputados, enquanto que Mario Roberto Barros, Dan Manoel e Vandré concorreram a deputado estadual), obtendo desempenho pouco expressivo nas urnas.
O PST reestreou em eleições 5 anos depois da fusão do partido homônimo com o PTR que originou o PP. Apoiando a candidatura de José Maranhão, lançou 3 postulantes para a Assembleia Legislativa (Pastor Cícero, Arlindo do Táxi e Geraildes Leite), também sem votações de destaque.
Tendo participado apenas do pleito municipal de João Pessoa 2 anos antes, o PCO disputou também sua primeira eleição estadual em 1998. Lourdes Sarmento, que concorreu à prefeitura da capital paraibana em 1996 (ficou em último lugar), foi a única representante da legenda, recebendo 317 votos como candidata a deputada estadual.
Dois candidatos renunciaram à disputa para deputado federal ou tiveram as candidaturas barradas: Vilar (PMDB) e Odilon Ribeiro (PSDB). Heraldo Teixeira (PPB), Elsinho (do mesmo partido), Adalberto Guilherme (PMDB), Maria Paulino (também do PMDB), Ana Carla (PSL), Nilo Feitosa (PFL), Maurício Alves (também do PFL), Junot Barros (PMN), Vavá (PRP) e Vera Teberges (também do PRP) foram os candidatos a deputado estadual que desistiram de concorrer ou foram indeferidos.
8 partidos ficaram de fora da disputa eleitoral: PTN, PCB, PAN, PRTB, PGT, PSN, PSD e PTdoB.
Notas
- ↑ A posse dos parlamentares eleitos ocorreria em 1º de fevereiro de 1999.
- ↑ Conforme os bancos de dados da Justiça Eleitoral o recorde de votos nas eleições para o governo paraibano é de Flávio Coutinho que em 1955 cravou o percentual de 90,35%.
- ↑ Para que pudesse assumir o cargo de vice-governador, José Maranhão renunciou aos últimos dias de mandato como deputado federal em prol de Robson Paulino.
- ↑ A passagem de Roberto Paulino como secretário de estado permitiu a convocação de Ricardo Rique que seria efetivado após a eleição de Cássio Cunha Lima para prefeito de Campina Grande em 1996.
- ↑ Chico Asfora substituiu Ronaldo Medeiros, que teve sua candidatura ao Senado indeferida pelo TSE.
- ↑ Na época do nascimento de Djaci Farias, o município de Igaracy chamava-se Boqueirão dos Cochos.
Referências
- ↑ a b c «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ a b c «Banco de dados do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba». Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ a b «BRASIL. Presidência da República. Constituição de 1988». Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ «BRASIL. Presidência da República. Lei nº. 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ Governador da PB quer rejeição do FSE (online). Folha de S. Paulo, São Paulo (SP), 19/09/1995. Brasil, p. 1-5. Página visitada em 21 de julho de 2017.
- ↑ «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado José Maranhão». Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ A nação frustrada! Apesar da maioria de 298 votos, faltaram 22 para aprovar diretas (online). Folha de S. Paulo, São Paulo (SP), 26/04/1984. Capa. Página visitada em 21 de julho de 2017.
- ↑ Sai de São Paulo o voto para a vitória da Aliança (online). Folha de S. Paulo, São Paulo (SP), 16/01/1985. Primeiro caderno, p. 06. Página visitada em 21 de julho de 2017.
- ↑ «Governistas tentaram evitar implosão (online). Folha de S. Paulo, São Paulo (SP), 30/09/1992. Brasil, p. 1-8.». Consultado em 24 de julho de 2017
- ↑ «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Roberto Paulino». Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ «Senado Federal do Brasil: senador Ney Suassuna». Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ A associação emergente da Barra (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 26/03/1995. Cidade, p. 18. Página visitada em 21 de julho de 2017.
- ↑ «Poder360 | NEY SUASSUNA». eleicoes.poder360.com.br. Consultado em 24 de fevereiro de 2023
- ↑ «Poder360 | BURITY». eleicoes.poder360.com.br. Consultado em 24 de fevereiro de 2023
- ↑ «Poder360 | CHICO ASFORA». eleicoes.poder360.com.br. Consultado em 24 de fevereiro de 2023
- ↑ «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 21 de julho de 2017. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013
- ↑ «BRASIL. Presidência da República: Lei nº 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 21 de julho de 2017