Reacionário: diferenças entre revisões
Acentuação. |
Correção da acentuação. |
||
Linha 2: | Linha 2: | ||
[[Imagem:Andrieux - La bataille de Waterloo.jpg|thumb|A [[batalha de Waterloo]] ([[1815]]) confrontou as [[Revolução Francesa|forças revolucionárias francesas]] lideradas por [[Napoleão]] contra as forças reacionárias [[Reino Unido|britânicas]] e [[reino da Prússia|prussianas]]]] |
[[Imagem:Andrieux - La bataille de Waterloo.jpg|thumb|A [[batalha de Waterloo]] ([[1815]]) confrontou as [[Revolução Francesa|forças revolucionárias francesas]] lideradas por [[Napoleão]] contra as forças reacionárias [[Reino Unido|britânicas]] e [[reino da Prússia|prussianas]]]] |
||
O termo '''reacionário''' tem estreito vínculo com o termo '''revolucionário''', ambos estão a margem do fluxo temporal, desvalorizando o presente (hic et nunc) para invocar o |
O termo '''reacionário''' tem estreito vínculo com o termo '''revolucionário''', ambos estão a margem do fluxo temporal, desvalorizando o presente (hic et nunc) para invocar o passado nostálgico (reacionário) ou um ''devir'' idealizado (revolucionário). Para o reacionário o ideal reside no passado, na nostalgia, no que foi e não será mais, salvo se retomarmos aos antigos valores. É associado erroneamente aos indivíduos que defendem uma manutenção do "[[Status quo|status quo]]" político e social diante de propostas de [[mudança social]] ou de ideias voltadas para a transformação da [[sociedade]] (contra-revolucionários), são notadamente confundidos com [[Conservadorismo|conservadores]], que ao contrário, valorizam o presente e admitem mudanças que respeitem a história, o valores sociais, bem como a tradição, responsabilizando-se pelo ''devir.'' Seus princípios são confundidos com princípios conservadores e liberais, que por sua vez são acusados de serem contrários à mudança política ou social, onde tais mudanças, tendem a ruptura, isso é, serem "revolucionárias".<ref>''Dicionário Houaiss'': [http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=reacion%25C3%25A1rio "reacionário"].</ref> |
||
== Descrição == |
== Descrição == |
Revisão das 18h35min de 3 de novembro de 2016
O termo reacionário tem estreito vínculo com o termo revolucionário, ambos estão a margem do fluxo temporal, desvalorizando o presente (hic et nunc) para invocar o passado nostálgico (reacionário) ou um devir idealizado (revolucionário). Para o reacionário o ideal reside no passado, na nostalgia, no que foi e não será mais, salvo se retomarmos aos antigos valores. É associado erroneamente aos indivíduos que defendem uma manutenção do "status quo" político e social diante de propostas de mudança social ou de ideias voltadas para a transformação da sociedade (contra-revolucionários), são notadamente confundidos com conservadores, que ao contrário, valorizam o presente e admitem mudanças que respeitem a história, o valores sociais, bem como a tradição, responsabilizando-se pelo devir. Seus princípios são confundidos com princípios conservadores e liberais, que por sua vez são acusados de serem contrários à mudança política ou social, onde tais mudanças, tendem a ruptura, isso é, serem "revolucionárias".[1]
Descrição
O sentido histórico do termo "reacionário" refere-se àquele que se contrapõe ao presente, e consequentemente as mudanças revolucionárias, sociais e políticas. Nesse sentido, entende-se como reação o conjunto de forças que atuam no sentido de retorno ao estado anterior.
O reacionário é gêmeo do revolucionário. O termo foi empregado pela primeira vez no contexto da Revolução Francesa (1789-1799) no sentido de que reacionários eram os que reagiam contra as mudanças iniciadas pela Revolução e pretendiam um retorno ao Antigo Regime.
No Manifesto do Partido Comunista, Marx e Engels afirmam que as:
“ | Classes médias pequenos comerciantes, pequenos fabricantes, artesãos, camponeses - combatem a burguesia porque esta compromete sua existência como classes médias. Não são, pois, revolucionárias, mas conservadoras; mais ainda, reacionárias, pois pretendem fazer girar para trás a roda da história.[2] | ” |
Nesse sentido, as religiões são, às vezes, qualificadas como reacionárias. Isto decorre, em parte, da oposição a filósofos religiosos como Louis de Bonald, Joseph de Maistre e François-René de Chateaubriand, e em parte do que Karl Popper chamou de crença progressista (identificada como historicista) no caráter manifesto da verdade que não conduz à construção do conhecimento mas à procura dos obstáculos à manifestação da verdade. Ao se identificar a religião como geradora de preconceitos, procura-se abolir a religião.
“ | Analisar, afastar esse emaranhado de forças e tendências conflitantes e conseguir penetração em suas raízes, atingindo as forças de impulsão universal e as leis de transformação social – essa a tarefa das Ciências Sociais, tal como a vê o historicismo. | ” |
Ver também
Referências
- ↑ Dicionário Houaiss: "reacionário".
- ↑ MARX, K. e ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. Parte I: Burgueses e proletários.
- ↑ POPPER, Karl A Miséria Do Historicismo. São Paulo: Edusp, 1980, p.28.
Ligações externas
- Intellectuels médiatiques - Les nouveaux réactionnaires, por Maurice T. Maschino. Le Monde diplomatique, outubro de 2002.