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Frei António Carreira

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 Nota: Para o célebre organista e mestre da Capela Real do mesmo nome, veja António Carreira.

Frei António Carreira (ca. 1550/55 - janeiro de 1599) foi um compositor português do Renascimento, filho do muito mais célebre compositor e mestre de capela António Carreira, o velho e parente de António Carreira Mourão.

Igreja e convento da Graça na atualidade

Frei António Carreira nasceu por volta de 1550/55.[1] Era filho do célebre compositor, organista e mestre da Capela Real António Carreira, o velho (ca. 1530 - ca. 1594) do qual herdou o nome. Tornou-se religioso da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho e foi, nesta comunidade, músico e compositor. Segundo Diogo Barbosa Machado foi "semelhante ao pai na destreza e suavidade da música".[2]

Sabe-se que morreu no Convento da Graça, na cidade de Lisboa no mês de janeiro de 1599, vítima da peste, quando guardava o desejo de publicar as obras musicais de seu pai. Consequentemente, muitas das obras de António Carreira o velho foram perdidas ao longo do tempo, e as restantes só chegaram a ser impressas na modernidade.[2][1]

As suas peças vocais estão num manuscrito intitulado "Livro de São Vicente" (outrora pertença do fundo deste mosteiro e hoje guardado no Arquivo da Sé Patriarcal de Lisboa),[1] bem como no MM 40 da Biblioteca Pública Municipal do Porto (BPMP). São dele as seguintes obras:[1][3]

  • Asperges me;
  • Gloria, laus, et honor, 4vv;
  • Kyrie, 4vv;
  • Missa ferial a 4vv (com Kyrie, Sanctus, Benedictus, Agnus Dei e Deo gratias);
  • Missa;
  • Responsórios da Quinta-Feira Santa:
    • In monte oliveti
    • Tristis est anima mea
    • Ecce vidimus eum
    • Amicus meus
    • Judas mercator pessimus
    • Unus ex discipulos
    • Eram quasi agnus
    • Una hora non potuistis
    • Seniores populi;
  • Responsórios da Sexta-Feira Santa:
    • Domine, tu mihi lavas pedes
    • Omnes amici mei
    • Velum templi
    • Vinea mea electa
    • Tamquam ad latronem
    • Tenebrae factae sunt
    • Animam meam dilectam
    • Tradiderunt me
    • Iesum tradidit impius
    • Caligaverunt oculi mei;
  • Popule meus;
  • Crux fidelis;
  • Paixão (Segundo S. Mateus), 4vv (também no MM 40 da BPMP);
  • Paixão (Segundo S. Marcos), 4vv;
  • Paixão (Segundo S. Lucas), 4vv;
  • Paixão (Segundo S. João), 4vv (também no MM 40 da BPMP).

Existem ainda outras 7 peças, anónimas, mas que lhe são atribuídas de acordo com a análise estilística.

Referências

  1. a b c d Vaz, João (2014). «Concerto Ano Novo - Igreja de São Vicente de Fora» (pdf) 
  2. a b Machado, Diogo Barbosa (1741). Bibliotheca Lusitana. Lisboa: Oficina de António Isidoro da Fonseca 
  3. Alvarenga, João Pedro d' (2005). Polifonia portuguesa sacra tardo-quinhentista: estudo de fontes e edição crítica do Livro de São Vicente, manuscrito P–Lf FSVL 1P/H-6 (PDF) (Doutoramento). Universidade de Évora