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Luciano Gallet

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Luciano Gallet
Nascimento28 de junho de 1893
Rio de Janeiro
Morte29 de outubro de 1931 (38 anos)
Rio de Janeiro
CidadaniaBrasil
Ocupaçãocompositor, pianista, maestro, professor

Luciano Gallet (Rio de Janeiro, 28 de junho de 1893 — Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1931) foi um compositor, professor, pianista, maestro e folclorista brasileiro.[1][2]

É o patrono da cadeira de número 39 da Academia Brasileira de Música.[2]

Biografia

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Começou sua atividade musical como pianista de orquestras de salão. Em 1913, foi aprovado para entrar como aluno do Instituto Nacional de Música (INM), onde estudou piano com Henrique Oswald e harmonia com Agnelo França.[carece de fontes?]

Havia se tornado amigo de Glauco Velásquez, que reconheceu talento em suas composições e que foi quem o incentivou a procurar o curso do INM. Em 1914, já com a saúde precária, Velásquez transformou Gallet em seu intérprete predileto, incumbindo-lhe da execução de suas obras. Após a morte do amigo, Gallet fundou a Sociedade Glauco Velásquez, e se tornou o principal divulgador da música deste compositor.[carece de fontes?]

Em 1917, Gallet tornou-se aluno de Darius Milhaud, compositor modernista francês que passou um período no Brasil. Foi com Milhaud que Gallet tomou contato com o modernismo musical europeu, e inciou-se no estudo sério da composição. Em 1918 Gallet lançou-se como compositor, revelando em suas primeiras composições uma forte influência da música francesa e do estilo de seu professor.[carece de fontes?]

Na década de 1920, tomou contato com o movimento modernista brasileiro, o que o levou a iniciar estudos de folclore. Tornou-se também um dos músicos mais atuantes, liderando movimentos em favor da melhoria da atividade musical no Brasil. Com esta intenção, fundou e dirigiu, em 1928, a Revista Weco. Também foi fundador da Associação Brasileira de Música em 1930.[carece de fontes?]

Em 1930, foi nomeado diretor do Instituto Nacional de Música quando reformulou o ensino da música, dando-lhe o estatuto de curso universitário. A nomeação de Luciano Gallet fez parte de um projeto de modernização do meio musical brasileiro, encampado pelo governo de Getúlio Vargas. Junto com Gallet, Sá Pereira e Mário de Andrade fizeram parte de uma comissão para reformular o programa dos cursos do INM. A reformulação do currículo do instituto objetivava transformá-lo em centro formador de músicos pensantes, pesquisadores da música brasileira, e não apenas reprodutores virtuoses da música européia. O desgaste que resultou do exercício do cargo, agravado pelo conflito com os professores antigos da instituição, contrários às mudanças, debilitou a saúde de Gallet, que veio a falecer no ano seguinte.[carece de fontes?]

Gallet liderou, em 1930, uma campanha chamada Reagir! — para “lutar de volta” —, com o objetivo de “resgatar” a música e a cultura brasileiras do que ele via como uma indiferença popular. Seu artigo inicial, publicado no jornal O Globo, foi republicado e amplamente difundido.[3] Ele, juntamente com Mário de Andrade, foi um dos pioneiros no estudo da música folclórica brasileira.[4]

Autor de duas monografias sobre O índio na música brasileira e O negro na música brasileira (1928), deixou ainda outras pesquisas sobre cantigas e danças antigas do Rio, publicadas postumamente por Mário de Andrade sob o título de Estudos de Folclore (1934).[carece de fontes?]

Vida pessoal

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Luciano Gallet foi casado com Luisa Gallet. Após a morte de Luciano, em 1931, Luisa se casou com Arthur Ramos, médico e antropólogo.[5]

Música para orquestra

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  • 1919 – "Tango-batuque"
  • 1920 – "Moderato e allegro"
  • 1920 – "Suite bucólica"
  • 1921 – "Elegia"
  • 1925 – "Dança brasileira"
  • 1926 – "Toca-zumba"
  • 1927 – "Suspira, coração triste"
  • 1929 – "Xangô"
  • 1929 – "Pai do mato"
  • 1929 – "Suite popular"

Música de câmara

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  • 1926 - "Turuna"
  • 1929 - "Suite sobre temas negro brasileiros"
  • 1917 – "Berceuse"
  • 1917 – "Caxinguelê"
  • 1918 – "Elegia"
  • 1918 – "Romance n. 1"
  • 1918 – "Romance n. 2"
  • 1928 – "Doze exercícios brasileiro"

Canções

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  • 1918 – "Le sonnet d’Arvers"
  • 1918 – "Alanguissement"
  • 1918 – "Canção dolente"
  • 1919 – "A Partida"
  • 1920 – "Deux chansons de Bilitis"
  • 1921 – "Suspira, coração triste"
  • 1922 – "A Vida"
  • 1922 – "Olhos verdes"
  • 1922 – "Toada"
  • 1924 – "Fotorototó"
  • 1924 – "Ai, que coração"
  • 1924 – "Sertaneja"
  • 1924 – "O Luar do sertão"
  • 1925 – "Foi numa noite calmosa"
  • 1925 – "Maxixe"
  • 1926 – "Toca-sumba"
  • 1927 – "Tutu-marambá"
  • 1927 – "Marcha, soldado"
  • 1928 – "Atirei um pau no gato"
  • 1928 – "Carneirinho, carneirão"
  • 1928 – "Xangô"

Música para igreja

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  • 1918 – "Ave Maria n. 1"
  • 1918 – "Padre Nosso n. 2"
  • 1919 – "Três cantos religiosos"
  • 1920 – "O Salutaris"
  • 1926 – "Si quaeris miracula"

Referências

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  1. Luciano GALLET (gestão 1930-1931) Escola de Música da UFRJ
  2. a b s/a (s/d). «Luciano Gallet». Site da Academia Brasileira de Música. Consultado em 26 de março de 2016 
  3. Hertzman, Marc A. (16 de abril de 2013). Making Samba: A New History of Race and Music in Brazil (em inglês). [S.l.]: Duke University Press. Consultado em 12 de novembro de 2025 
  4. Bethell, Leslie (13 de agosto de 1998). A Cultural History of Latin America: Literature, Music and the Visual Arts in the 19th and 20th Centuries (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. Consultado em 12 de novembro de 2025 
  5. Cunha, Olívia Maria Gomes da (18 de maio de 2020). The Things of Others: Ethnographies, Histories, and Other Artefacts (em inglês). [S.l.]: BRILL. Consultado em 12 de novembro de 2025 

Ligações externas

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