Gastroenterite: diferenças entre revisões
Linha 64: | Linha 64: | ||
É necessário excluir através do diagnóstico eventuais patologias que se manifestam através de sinais e sintomas semelhantes aos da gastroenterite, como a [[apendicite]], [[vólvulo]], [[doença inflamatória intestinal]], [[infecção do trato urinário]] ou a [[diabetes mellitus]].<ref name=Webb2005/> Devem também ser tidas em consideradação a insuficiência pancreática, a [[síndrome do intestino curto]], a [[doença de Whipple]], a [[doença celíaca]] e o abuso de [[laxante]]s.<ref name="Oxford">{{cite book |editor=Warrell D.A., Cox T.M., Firth J.D., Benz E.J. |title=The Oxford Textbook of Medicine |publisher=Oxford University Press |year=2003 |isbn=0-19-262922-0 |edition=4th |url=http://otm.oxfordmedicine.com/ }}</ref> O diagnóstico diferencial pode ser difícil se a pessoa apenas manifesta um dos sintomas de vómitos ou diarreia, em vez de ambos.<ref name=EBMED2010/> |
É necessário excluir através do diagnóstico eventuais patologias que se manifestam através de sinais e sintomas semelhantes aos da gastroenterite, como a [[apendicite]], [[vólvulo]], [[doença inflamatória intestinal]], [[infecção do trato urinário]] ou a [[diabetes mellitus]].<ref name=Webb2005/> Devem também ser tidas em consideradação a insuficiência pancreática, a [[síndrome do intestino curto]], a [[doença de Whipple]], a [[doença celíaca]] e o abuso de [[laxante]]s.<ref name="Oxford">{{cite book |editor=Warrell D.A., Cox T.M., Firth J.D., Benz E.J. |title=The Oxford Textbook of Medicine |publisher=Oxford University Press |year=2003 |isbn=0-19-262922-0 |edition=4th |url=http://otm.oxfordmedicine.com/ }}</ref> O diagnóstico diferencial pode ser difícil se a pessoa apenas manifesta um dos sintomas de vómitos ou diarreia, em vez de ambos.<ref name=EBMED2010/> |
||
A |
A faringite intradermica ocular aguda anal pode manifestar-se através de vómitos, cólicas abdominais e pequena quantidade de diarreia em 33% dos casos,<ref name=EBMED2010/> em contraste com a grande quantidade de diarreia que é comum nos casos de gastroenterite.<ref name=EBMED2010/> As infecções pulmonares ou do trato urinário em crianças podem também estar na origem de vómitos e diarreia.<ref name=EBMED2010/> A [[cetoacidose diabética]] manifesta-se através de cólicas abdominais, náuseas e vómitos, mas sem diarreia.<ref name=EBMED2010/> Um estudo demonstrou que 17% dos casos de cetoacidose diabética em crianças foram inicialmente diagnosticadas como gastroenterite.<ref name=EBMED2010/> |
||
==Prevenção== |
==Prevenção== |
Revisão das 13h07min de 18 de abril de 2013
Gastroenterite | |
---|---|
Vírus da gastroenterite: A = Rotavírus, B = Adenovírus, C = Norovírus and D = Astrovírus. As partículas virais estão à mesma escala de modo a se poder comparar dimensões. | |
Especialidade | gastrenterologia |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | A02.0, A08, A09, J10.8, J11.8, K52 |
CID-9 | 008.8 009.0, 009.1, 558 |
CID-11 | 1688127370 |
DiseasesDB | 30726 |
MedlinePlus | 000252, 000254 |
eMedicine | emerg/213 |
MeSH | D005759 |
![]() |
A gastroenterite é uma condição médica caracterizada pela inflamação ("-ite") do trato gastrointestinal que afecta o estômago ("gastro"-) e o intestino delgado ("entero"-) e que se manifesta através de diarreia, vómitos e dores e cólicas abdominais.[1] Embora não tenha qualquer relação com a gripe, é também designada incorrectamente por gripe intestinal ou gripe gástrica.
A maior parte dos casos em crianças são causados por rotavírus.[2] Nos adultos, a causa mais comum são os norovírus[3] e as Campylobacter.[4] Entre as causas menos frequentes estão outras bactérias, ou as suas toxinas, e parasitas. O contágio pode ocorrer através do consumo de alimentos mal preparados, água contaminada ou contacto com indivíduos infectados.
O tratamento tem como base uma hidratação adequada. Para casos menos graves, isto é normalmente feito com recurso a terapia de reidratação oral. Nos casos mais graves pode ser necessária a administração de soro por via intravenosa. A gastroenterite afecta sobretudo as crianças e as regiões em vias de desenvolvimento.
Sintomas e sinais
A gastroenterite manifesta-se normalmente através de diarreia e vómitos,[5] e menos frequentemente através de apenas um dos sintomas.[1] Podem também ocorrer cólicas abdominais.[1] Os sintomas têm normalmente início entre 12 a 72 horas depois de se contrair o agente infeccioso.[6] Quando tem origem viral, a doença desaparece normalmente ao fim de uma semana.[5] Alguns agentes virais podem estar na origem de sintomas associados como febre, fadiga, dores de cabeça e dores musculares.[5] No caso das fezes conterem sangue, é pouco provável que a causa seja viral[5] e muito provável que seja bacteriana.[7] Algumas infecções bacterianas podem estar associadas a cólicas abdominais muito intensas e podem persistir por várias semanas.[7]
As crianças infectadas por rotavírus recuperam normalmente após três a oito dias.[8] No entanto, em regiões menos desenvolvidas onde o acesso a cuidados de saúde é difícil, é comum que a diarreia persista por um período de tempo maior.[9] A desidratação é uma complicação frequente da diarreia,[10] e crianças com um grau significativo de desidratação podem apresentar teste de re-enchimento capilar lento, turgor da pele reduzido e respiração anormal. No lactente a depressão da fontanela superior é um sinal precoce de desidratação.[11] Em regiões sem condições sanitárias, é comum a ocorrência repetitiva de infecções, o que a longo prazo pode dar origem a desnutrição,[6] crescimento deficiente e atraso cognitivo.[12]
Cerca de 1% dos infectados com espécies de Campylobacter desenvolvem artrite reativa e 0,1% desenvolvem a síndrome de Guillain-Barré.[7] As infecções por Escherichia coli ou espécies de Shigella, produtoras da toxina Shiga podem dar origem à síndrome hemolítico-urémico, que se manifesta pela baixa contagem de plaquetas, insuficiência renal e baixa contagem de glóbulos vermelhos.[13] As crianças são mais predispostas a contrair a síndrome do que os adultos.[12] Algumas infecções virais podem dar origem a convulsões epilépticas infantis benignas.[1]
Causas
As principais causas da gastroenterite são os vírus, em particular o rotavírus, e a espécie bacteriana E. coli e as espécies do género Campylobacter.[6][14] Existem, no entanto, vários outros agentes infecciosos que podem causar a doença.[12] São por vezes registadas causas não-infecciosas, mas são muito menos prováveis de ocorrer.[1] O risco de infecção é maior em crianças devido à sua pouca defesa imunitária e relativa falta de higiene.[1]
Viral
Entre os vírus que se sabe estarem na origem da gastroenterite contam-se os rotavírus, os norovírus, os adenovírus e os astrovírus.[5][15] Os rotavírus são a causa mais comum da gastroenterite em crianças,[14] com taxas de incidência semelhantes nos países desenvolvidos e em desenvolvimento.[8] Os vírus são responsáveis por cerca de 70% dos episódios de diarreia infecciosa em pediatria.[16] O rotavírus é uma causa menos comum em adultos devido à imunidade adquirida ao longo da vida.[17]
Os norovírus são a principal causa de gastroenterite entre adultos na América do Norte, sendo responsáveis por mais de 90% dos surtos.[5] Este tipo de epidemias localizadas ocorre quando grupos de indivíduos passam tempo em relativa proximidade física, como em cruzeiros,[5] hospitais ou restaurantes.[1] Os indivíduos podem permanecer infectados mesmo depois da diarreia ter cessado.[5] Os norovírus são também responsáveis por cerca de 10% das ocorrências infantis.[1]
Bacteriana
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c0/Salmonella_Typhimurium_Gram.jpg/220px-Salmonella_Typhimurium_Gram.jpg)
Nos países desenvolvidos a principal causa de gastroenterite bacteriana é a Campylobacter jejuni. Metade destes casos estão associados com a exposição a aves de criação.[7] Em crianças, as bactérias são responsáveis por cerca de 15% dos casos, sendo as espécies mais comuns a Escherichia coli, Salmonella, Shigella e a Campylobacter.[16] Se determinado alimento for contaminado por bactérias e se se mantiver à temperatura ambiente durante várias horas, as bactérias multiplicam-se e potenciam o risco de infecção dos eventuais consumidores.[12] Entre os alimentos normalmente associados com a contaminação estão a carne, marisco e ovos crus ou mal cozinhados; rebentos crus; leite não pasteurizado, queijos moles, fruta e sumos de vegetais.[18] Nos países em desenvolvimento, sobretudo na Ásia e na África sub-Sariana, a cólera é uma das principais causas de gastroenterite, sendo transmitida através da água ou alimentos contaminados.[19]
O bacilo toxigénico Clostridium difficile é também uma das causas de diarreia, o que se verifica sobretudo em idosos.[12] As crianças podem ser portadoras desta bactéria sem que manifestem sintomas.[12] Causa também diarreia entre aqueles hospitalizados e é frequentemente associada ao uso de antibióticos.[20] A diarreia causada por Staphylococcus aureus pode também ocorrer em consumidores de antibióticos.[21] A diarreia do viajante é normalmente um tipo de gastroenterite bacteriana. Os medicamentos antiácidos aparentam aumentar o risco de infecção após exposição a uma série de organismos, entre os quais a Clostridium difficile e as espécies de Salmonella e Campylobacter.[22] O risco é maior naqueles que tomam inibidores da bomba de protões do que nos que tomam anti-histamínicos H2.[22]
Parasitas
A gastroenterite pode ser provocada por uma série de protozoários, sobretudo pela Giardia lamblia, mas também por Entamoeba histolytica e pelas espécies de Cryptosporidium.[16] No total, estes agentes são responsáveis por cerca de 10% dos casos em crianças.[13] A Giardia é mais frequente nos países em desenvolvimento, mas este agente etiológico está na origem de infecções praticamente em qualquer região.[23] É, no entanto, mais comum em pessoas que tenham viajado para regiões com grande prevalência do parasita, em crianças que frequentam jardins de infância, relações homossexuais e na sequência de desastres.[23]
Transmissão
A transmissão pode dar-se através do consumo de água contaminada ou da partilha de objectos pessoais.[6] Em regiões com estações secas e chuvosas, a qualidade da água deteriora-se frequentemente durante a estação húmida, o que tem relação directa com a ocorrência de surtos.[6] Em regiões de estações temperadas, as infecções são mais frequentes durante o Inverno.[12] O uso de biberões com recipientes mal esterilizados é uma das mais significativas causas de transmissão a nível global.[6] As taxas de transmissão estão igualmente relacionadas com maus hábitos de higiene, sobretudo entre crianças,[5] em habitações sobrelotadas,[24] e em indivíduos que apresentem já sintomas de má nutrição.[12] Depois de desenvolverem imunidade, os adultos podem ser portadores de determinados patogéneos sem demonstrar quaisquer sinais ou sintomas, agindo como reservatórios de contágio.[12] Enquanto que alguns agentes, como a Shigella, são exclusivos dos primatas, outros, como a Giardia, podem contaminar uma série de animais.[12]
Não-infecciosa
Existem uma série de causas não-infecciosas capazes de provocar de inflamações do trato gastrointestinal.[1] Entre as mais comuns estão medicamentos como os anti-inflamatórios não esteroides, determinados alimentos como a lactose (naqueles que são intolerantes) ou o glúten (naqueles com doença celíaca). A doença de Crohn pode igualmente estar na origem de gastroenterites, por vezes bastante severas.[1] Pode também verificar-se o aparecimento da doença como consequência de determinadas toxinas. Entre os sintomas relacionados com a ingestão de alimentos para além das náuseas, vómitos e diarreia estão: a intoxicação por ciguatera, em consequência do consumo de peixe contaminado; a intoxicação por tetrodotoxina associada à ingestão de tetraodontídeos; e o botulismo associado à conservação imprópria da comida.[25]
Fisiopatologia
A gastroenterite define-se pela manifestação de vómitos ou diarreia causados pela infecção do intestino delgado ou grosso.[12] As alterações no intestino delgado normalmente não são inflamatórias, enquanto que as do intestino grosso o são.[12] O número de patogénios necessários para iniciar uma infecção varia entre apenas um (no caso da Cryptosporidium) e 108 (no caso da Vibrio cholera).[12]
Diagnóstico
A gastroenterite é diagnosticada clinicamente com base nos sinais e sintomas do paciente.[5] Normalmente, não é necessária a determinação exacta da causa, já que não influencia o tratamento ou a gestão da doença.[6] No entanto, devem ser feitos exames às fezes quando se verifique sangue nas mesmas, quando se suspeite de intoxicação alimentar e em indivíduos que tenham viajado recentemente para países em desenvolvimento.[16] Podem também ser feitos exames de diagnóstico durante a fase de monitorização da doença.[5] Uma vez que cerca de 10% das crianças sofre de hipoglicemia, recomenda-se que para este grupo sejam verificados os níveis de glicose no soro.[11] Caso haja suspeitas de desidratação severa, devem ser analisados os níveis de eletrólitos e de creatinina.[16]
Desidratação
Uma das parte importantes na avaliação é determinar se a pessoa sofre ou não de desidratação, sendo esta normalmente dividida em três graus: leve (3-5%), moderada (6-9%) e grave (≥10%).[1] No lactente o sinal mais precoce de desidratação é a depressão da fontanela superior e a reposição de líquidos é uma urgência pois a desidratação pode ser letal em 24 horas num lactente.[26] Em crianças, os indicadores mais precisos de desidratação moderada ou grave são o enchimento capilar lento, turgor da pele reduzido e respiração acelerada.[11][27] Outros sintomas complementares, eventualmente úteis quando conjugados com os anteriores, incluem a enoftalmia, pouca actividade, ausência de lágrimas e boca seca.[1] Um fluxo urinário normal e a capacidade de ingestão de líquidos por via oral sem os vomitar de imediato são sinais tranquilizadores.[11] Os exames laboratoriais são de pouca ou nenhuma utilidade para se determinar o grau de desidratação.[1]
Diagnóstico diferencial
É necessário excluir através do diagnóstico eventuais patologias que se manifestam através de sinais e sintomas semelhantes aos da gastroenterite, como a apendicite, vólvulo, doença inflamatória intestinal, infecção do trato urinário ou a diabetes mellitus.[16] Devem também ser tidas em consideradação a insuficiência pancreática, a síndrome do intestino curto, a doença de Whipple, a doença celíaca e o abuso de laxantes.[28] O diagnóstico diferencial pode ser difícil se a pessoa apenas manifesta um dos sintomas de vómitos ou diarreia, em vez de ambos.[1]
A faringite intradermica ocular aguda anal pode manifestar-se através de vómitos, cólicas abdominais e pequena quantidade de diarreia em 33% dos casos,[1] em contraste com a grande quantidade de diarreia que é comum nos casos de gastroenterite.[1] As infecções pulmonares ou do trato urinário em crianças podem também estar na origem de vómitos e diarreia.[1] A cetoacidose diabética manifesta-se através de cólicas abdominais, náuseas e vómitos, mas sem diarreia.[1] Um estudo demonstrou que 17% dos casos de cetoacidose diabética em crianças foram inicialmente diagnosticadas como gastroenterite.[1]
Prevenção
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/79/RotavirusV2009.gif/220px-RotavirusV2009.gif)
Estilo de vida
Para a redução das taxas de infecção e dos casos de gastroenterite clinicamente relevante, é fundamental a existência de fornecimento de água não contaminada e de boas práticas sanitárias.[12] Tem-se verificado que as medidas de âmbito pessoal, como a correcta lavagem das mãos, estão na origem de uma redução até 30% na prevalência de gastroenterite, tanto nos países desenvolvidos como em desenvolvimento.[11] Os géis à base de álcool podem ser igualmente eficazes.[11] A amamentação é importante, sobretudo em regiões com más condições de higiene,[6] já que reduz quer a frequência, quer a duração das infecções.[1] Evitar comida e água contaminada é igualmente eficaz.[29]
Vacinação
Devido à eficácia e segurança demonstradas pela vacina contra rotavírus, a Organização Mundial de Saúde recomendou em 2009 que fosse disponibilizada gratuitamente para todas as crianças à escala mundial.[14][30] Existem duas versões comerciais da vacina, ao mesmo tempo que existem várias outras em fase de desenvolvimento.[30] Em África e na Ásia, estas vacinas foram capazes de reduzir a incidência de casos graves entre as crianças,[30] e nos países que colocaram em marcha um programa nacional de vacinação verificou-se o declínio das taxas de incidência e gravidade da doença.[31][32] A vacina contra rotavírus reduz também a probabilidade de contágio ao reduzir o número de infecções em propagação.[33] Nos Estados Unidos, a implementação de um programa de vacinação contra o rotavírus a partir do ano 2000 foi responsável pela diminuição de 80% do número de casos de diarreia.[34][35][36] A primeira dose da vacina deve ser administrada a crianças entre as 6 e 15 semanas de vida.[14] A vacina oral da cólera revelou ser 50 a 60% eficaz ao longo de dois anos.[37]
Tratamento
A gastroenterite é uma doença aguda e auto-limitante que normalmente não requer qualquer medicação.[10] O tratamento preferencial naqueles com desidratação leve a moderada é a terapia de reidratação oral (TRO).[13] No entanto, a metoclopramida e/ou a ondansetrona podem ser úteis nalgumas crianças,[38] e a butilescopolamina pode ser usada no tratamento de dores abdominais.[39]
Reidratação
A principal forma de tratamento da gastroenterite, quer em adultos quer em crianças, é através da reidratação. Normalmente recorre-se à terapia de reidratação oral, embora possa ser necessária a administração intravenosa nos casos mais graves ou quando haja perda ou alteração de consciência por parte do paciente.[40][41] Os produtos de terapia oral à base de hidratos de carbono complexos (por exemplo, os que são feitos a partir de trigo ou arroz) podem ser mais eficazes do que aqueles à base de açúcares simples.[42] As bebidas com níveis particularmente altos de açúcar, como os refrigerantes ou os sumos de fruta, não são recomendadas para crianças com idade inferior a 5 anos, já que podem contribuir para o agravamento da diarreia.[10] Caso não seja possível preparar meios adequados de terapia de reidratação oral, pode ser usada apenas água.[10] Caso seja necessário, pode-se recorrer a uma sonda nasogástrica para administrar líquidos a crianças pequenas.[16]
Dieta
Recomenda-se que lactentes continuem a ser amamentados de forma regular, e que crianças alimentadas com fórmula infantil retomem a alimentação imediatamente depois da reidratação com TRO.[43] Geralmente não são necessárias fórmulas isentas ou com baixo teor de lactose.[43] Durante os episódios de diarreia, as crianças devem manter a sua dieta regular, devendo apenas evitar alimentos ricos em açúcares simples.[43] A dieta BRAT (bananas, arroz, puré de maçã, tostas e chá) já não faz parte das recomendações, uma vez que não contém nutrientes suficientes e não apresenta benefícios em relação à dieta regular.[43] Tem-se verificado que alguns probióticos podem ajudar a reduzir tanto a duração da doença como a frequência da defecação.[44] Os produtos lácteos fermentados, como o iogurte, podem também apresentar alguns benefícios.[45] Os suplementos de zinco aparentam ser eficazes tanto no tratamento como na prevenção da diarreia entre crianças nos países desenvolvidos.[46]
Antieméticos
Os antieméticos podem ajudar no tratamento de vómitos em crianças. A ondansetrona é relativamente eficaz, e a administração de uma única dose associa-se à menor necessidade de administração intravenosa de soro, a menos hospitalizações e à redução dos vómitos.[47][48][49] Metoclopramida também pode ser útil.[49] No entanto, o uso de ondansetrona pode estar associado também a uma maior taxa de re-hospitalização em crianças.[50] Caso haja supervisão e aprovação médica, a administração do fármaco pode ser feita por via oral.[51] O dimenidrinato, embora reduza os vómitos, não aparenta ter benefícios clínicos significativos.[1]
Antibióticos
Geralmente, os antibióticos não são usados no tratamento da gastroenterite, embora sejam por vezes recomendados no caso dos sintomas serem particularmente graves[52] ou caso se suspeite ou tenha isolado uma causa bacterial.[53] No caso de serem usados antibióticos, é preferível o uso de um macrólido, como a azitromicina, em relação a fluoroquinolonas devido à maior resistência antibiótica destas últimas.[7] A colite pseudomembranosa, normalmente causada pelo uso de antibióticos, pode ser resolvida com a interrupção da administração do antibiótico em causa, substituindo-o por metronidazol ou vancomicina.[54] Entre as bactérias que reagem positivamente ao tratamento estão a Shigella,[55] Salmonella typhi,[56] e as espécies de Giardia.[23] Nos casos de espécies de Giardia ou Entamoeba histolytica, o tratamento com tinidazol é superior e recomendado em relação ao metronidazol.[23][57] A Organização Mundial de Saúde recomenda o uso de antibióticos em crianças novas que apresentem diarreia com sangue e febre.[1]
Agentes antimotilidade
A medicação antidiarreica possui um risco teórico de causar complicações, e embora a experiência clínica tenha mostrado que isto seja improvável,[28] o uso destes fármacos é desencorajado em pessoas com sangue na diarreia ou diarreia associada a febre.[58] A loperamida, um análogo opiáceo, é frequentemente usada no tratamento sintomático da diarreia.[59] No entanto, o seu uso não é recomendado em crianças, já que pode penetrar através da barreira hematoencefálica ainda não desenvolvida, e provocar uma intoxicação. O salicilato de bismuto, um complexo insolúvel de bismuto trivalente e de salicilato, pode ser usado em casos leves a moderados,[28] embora a intoxicação seja teoricamente possível.[1]
Epidemiologia
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/9e/Diarrhoeal_diseases_world_map_-_DALY_-_WHO2004.svg/220px-Diarrhoeal_diseases_world_map_-_DALY_-_WHO2004.svg.png)
sem dados ≤l 500 500–1000 1000–1500 1500–2000 2000–2500 2500–3000 | 3000–3500 3500–4000 4000–4500 4500–5000 5000–6000 ≥6000 |
Estima-se que ocorram anualmente entre três a cinco mil milhões de casos de gastroenterite à escala mundial,[13] afectando sobretudo crianças e habitantes de regiões em vias de desenvolvimento.[6] Em 2008, a doença causou a morte de 1,3 milhões de crianças idade igual ou inferir a cinco anos,[60] a maior parte registada nos países mais pobres do mundo.[12] Mais de 450.000 das mortes nesta faixa etária são provocadas por rotavírus.[61][62] A cólera está na origem de cerca de três a cinco milhões de casos e mata anualmente cerca de 100.000 pessoas.[19] Nos países em desenvolvimento, é frequente as crianças com idade inferior a dois anos contraírem anualmente seis ou mais infecções que resultem em casos clinicamente relevantes.[12] A prevalência é menor em adultos, em parte devido ao desenvolvimento de defesas imunitárias.[5]
Em 1980, a gastroenterite, independentemente da causa, foi a responsável por 4,6 milhões de mortes infantis, a maior parte das quais nos países em desenvolvimento.[54] O número total foi reduzido para 1,5 milhões de mortes anuais no ano 2000, devido em grande parte à introdução da terapia de reidratação oral.[63] Nos Estados Unidos, as infecções que estão na origem da gastroenterite são a segunda infecção mais comum, atrás apenas da constipação, e dão origem a cerca de 200 a 375 milhões de casos de diarreia aguda[5][12] e a cerca de dez mil mortes anualmente,[12] sendo 150 a 300 destas mortes em crianças com idade inferior a cinco anos.[1]
História
O primeiro uso da designação "gastroenterite" ocorreu em 1825.[64] Antes disso, era conhecida nos meios clínicos como febre tifóide ou "cholera morbus", entre outros, ou popularmente como "gripe intestinal" ou qualquer outra designação arcaica equivalente para diarreia aguda.[65]
Impacto social e económico
A gastroenterite é o principal motivo para cerca de 3,7 milhões de consultas médicas por ano nos Estados Unidos[1] e 3 milhões em França.[66] Nos Estados Unidos, estima-se que o custo económico da gastroenterite seja de 23 mil milhões de dólares por ano.[67]
Investigação
Estão em fase de desenvolvimento uma série de vacinas contra a gastroenterite. Por exemplo, vacinas contra a Shigella e a Escherichia coli enterotoxigénica (ETEC), duas das principais causas bacterianas de infecção à escala mundial.[68][69]
Noutros animais
A gastroenterite em gatos e cães tem origem em muitos agentes infecciosos em comum com os seres humanos. Os organismos mais comuns são a Campylobacter, Clostridium difficile, Clostridium perfringens e a Salmonella.[70] Os sintomas podem igualmente ter origem num vasto número de plantas tóxicas.[71] Alguns dos agentes são específicos de determinadas espécies. O coronavírus da gastroenterite transmissível afecta os suínos, manifestando-se através de vómitos, diarreia e desidratação.[72] Acredita-se que seja introduzido nos porcos através de aves selvagens, não havendo qualquer tratamento específico disponível.[73] embora não seja transmissível ao ser humano.[74]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y Singh, Amandeep (2010). «Pediatric Emergency Medicine Practice Acute Gastroenteritis — An Update». Emergency Medicine Practice. 7 (7)
- ↑ Tate JE, Burton AH, Boschi-Pinto C, Steele AD, Duque J, Parashar UD (2012). «2008 estimate of worldwide rotavirus-associated mortality in children younger than 5 years before the introduction of universal rotavirus vaccination programmes: a systematic review and meta-analysis». The Lancet Infectious Diseases. 12 (2): 136–41. PMID 22030330. doi:10.1016/S1473-3099(11)70253-5
- ↑ Marshall JA, Bruggink LD (2011). «The dynamics of norovirus outbreak epidemics: recent insights». International Journal of Environmental Research and Public Health. 8 (4): 1141–9. PMC 3118882
. PMID 21695033. doi:10.3390/ijerph8041141
- ↑ Man SM (2011). «The clinical importance of emerging Campylobacter species». Nature Reviews. Gastroenterology & Hepatology. 8 (12): 669–85. PMID 22025030. doi:10.1038/nrgastro.2011.191
- ↑ a b c d e f g h i j k l m Eckardt AJ, Baumgart DC (2011). «Viral gastroenteritis in adults». Recent Patents on Anti-infective Drug Discovery. 6 (1): 54–63. PMID 21210762
- ↑ a b c d e f g h i Webber, Roger (2009). Communicable disease epidemiology and control : a global perspective 3rd ed. Wallingford, Oxfordshire: Cabi. p. 79. ISBN 978-1-84593-504-7
- ↑ a b c d e Galanis, E (2007 Sep 11). «Campylobacter and bacterial gastroenteritis.». CMAJ : Canadian Medical Association. 177 (6): 570–1. PMC 1963361
. PMID 17846438. doi:10.1503/cmaj.070660 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ a b Meloni, A; Locci, D, Frau, G, Masia, G, Nurchi, AM, Coppola, RC (2011 Oct). «Epidemiology and prevention of rotavirus infection: an underestimated issue?». The journal of maternal-fetal & neonatal medicine : the official journal of the European Association of Perinatal Medicine, the Federation of Asia and Oceania Perinatal Societies, the International Society of Perinatal Obstetricians. 24 Suppl 2: 48–51. PMID 21749188. doi:10.3109/14767058.2011.601920 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ «Toolkit». DefeatDD. Consultado em 3 Maio 2012
- ↑ a b c d «Management of acute diarrhoea and vomiting due to gastoenteritis in children under 5». National Institute of Clinical Excellence. 2009
- ↑ a b c d e f Tintinalli, Judith E. (2010). Emergency Medicine: A Comprehensive Study Guide (Emergency Medicine (Tintinalli)). New York: McGraw-Hill Companies. pp. 830–839. ISBN 0-07-148480-9
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r Mandell 2010 Chp. 93
- ↑ a b c d Elliott, EJ (2007 Jan 6). «Acute gastroenteritis in children.». BMJ (Clinical research ed.). 334 (7583): 35–40. PMC 1764079
. PMID 17204802. doi:10.1136/bmj.39036.406169.80 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ a b c d Szajewska, H; Dziechciarz, P (2010 Jan). «Gastrointestinal infections in the pediatric population.». Current opinion in gastroenterology. 26 (1): 36–44. PMID 19887936. doi:10.1097/MOG.0b013e328333d799 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Dennehy PH (2011). «Viral gastroenteritis in children». The Pediatric Infectious Disease Journal. 30 (1): 63–4. PMID 21173676. doi:10.1097/INF.0b013e3182059102
- ↑ a b c d e f g Webb, A; Starr, M (2005 Apr). «Acute gastroenteritis in children.». Australian family physician. 34 (4): 227–31. PMID 15861741 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Desselberger U, Huppertz HI (2011). «Immune responses to rotavirus infection and vaccination and associated correlates of protection». The Journal of Infectious Diseases. 203 (2): 188–95. PMC 3071058
. PMID 21288818. doi:10.1093/infdis/jiq031
- ↑ Nyachuba, DG (Maio de 2010). «Foodborne illness: is it on the rise?». Nutrition Reviews. 68 (5): 257-69. PMID 20500787. doi:10.1111/j.1753-4887.2010.00286.x
- ↑ a b Charles, RC; Ryan, ET (2011 Oct). «Cholera in the 21st century.». Current opinion in infectious diseases. 24 (5): 472-7. PMID 21799407. doi:10.1097/QCO.0b013e32834a88af Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Moudgal, V; Sobel, JD (2012 Feb). «Clostridium difficile colitis: a review.». Hospital practice (1995). 40 (1): 139-48. PMID 22406889. doi:10.3810/hp.2012.02.954 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Lin, Z; Kotler, DP; Schlievert, PM; Sordillo, EM (Maio de 2010). «Staphylococcal enterocolitis: forgotten but not gone?». Digestive diseases and sciences. 55 (5): 1200-7. PMID 19609675
- ↑ a b Leonard, J; Marshall, JK, Moayyedi, P (2007 Sep). «Systematic review of the risk of enteric infection in patients taking acid suppression.». The American journal of gastroenterology. 102 (9): 2047–56; quiz 2057. PMID 17509031. doi:10.1111/j.1572-0241.2007.01275.x Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ a b c d Escobedo, AA; Almirall, P, Robertson, LJ, Franco, RM, Hanevik, K, Mørch, K, Cimerman, S (2010 Oct). «Giardiasis: the ever-present threat of a neglected disease.». Infectious disorders drug targets. 10 (5): 329–48. PMID 20701575 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Grimwood, K; Forbes, DA (2009 Dec). «Acute and persistent diarrhea.». Pediatric clinics of North America. 56 (6): 1343–61. PMID 19962025. doi:10.1016/j.pcl.2009.09.004 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Lawrence, DT; Dobmeier, SG; Bechtel, LK; Holstege, CP (Maio de 2007). «Food poisoning.». Emergency medicine clinics of North America. 25 (2): 357-73; abstract ix. PMID 17482025. doi:10.1016/j.emc.2007.02.014
- ↑ «Desidratação no lactente». Consultado em 30 de dezembro de 2012
- ↑ Steiner, MJ; DeWalt, DA, Byerley, JS (2004 Jun 9). «Is this child dehydrated?». JAMA : the Journal of the American Medical Association. 291 (22): 2746–54. PMID 15187057. doi:10.1001/jama.291.22.2746 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ a b c Warrell D.A., Cox T.M., Firth J.D., Benz E.J., ed. (2003). The Oxford Textbook of Medicine 4th ed. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 0-19-262922-0
- ↑ «Viral Gastroenteritis». Center for Disease Control and Prevention. 2011. Consultado em 16 de Abril de 2012
- ↑ a b c World Health Organization (2009). «Rotavirus vaccines: an update» (PDF). Weekly epidemiological record. 51–52 (84): 533–540. Consultado em 10 de Maio de 2012
- ↑ Giaquinto, C; Dominiak-Felden G, Van Damme P, Myint TT, Maldonado YA, Spoulou V, Mast TC, Staat MA (Julho). «Summary of effectiveness and impact of rotavirus vaccination with the oral pentavalent rotavirus vaccine: a systematic review of the experience in industrialized countries». Human Vaccines. 7. 7: 734–748. PMID 21734466. doi:10.4161/hv.7.7.15511. Consultado em 10 de Maio de 2012 Verifique data em:
|ano=
(ajuda) - ↑ Jiang, V; Jiang B, Tate J, Parashar UD, Patel MM (2010). «Performance of rotavirus vaccines in developed and developing countries». Human Vaccines. 6 (7): 532–542. Consultado em 10 de Maio de 2012
- ↑ Patel, MM; Steele, D, Gentsch, JR, Wecker, J, Glass, RI, Parashar, UD (2011 Jan). «Real-world impact of rotavirus vaccination.». The Pediatric Infectious Disease Journal. 30 (1 Suppl): S1-5. PMID 21183833. doi:10.1097/INF.0b013e3181fefa1f Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ US Center for Disease Control and Prevention (2008). «Delayed onset and diminished magnitude of rotavirus activity—United States, November 2007 – May 2008». Morbidity and Mortality Weekly Report. 57 (25): 697–700. Consultado em 3 de Maio de 2012
- ↑ «Reduction in rotavirus after vaccine introduction—United States, 2000–2009». MMWR Morb. Mortal. Wkly. Rep. 58 (41): 1146–9. 2009. PMID 19847149
- ↑ Tate, JE; Cortese, MM, Payne, DC, Curns, AT, Yen, C, Esposito, DH, Cortes, JE, Lopman, BA, Patel, MM, Gentsch, JR, Parashar, UD (2011 Jan). «Uptake, impact, and effectiveness of rotavirus vaccination in the United States: review of the first 3 years of postlicensure data.». The Pediatric Infectious Disease Journal. 30 (1 Suppl): S56-60. PMID 21183842. doi:10.1097/INF.0b013e3181fefdc0 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Sinclair, D; Abba, K, Zaman, K, Qadri, F, Graves, PM (2011 Mar 16). «Oral vaccines for preventing cholera.». Cochrane database of systematic reviews (Online) (3): CD008603. PMID 21412922. doi:10.1002/14651858.CD008603.pub2 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Alhashimi D, Al-Hashimi H, Fedorowicz Z (2009). Alhashimi, Dunia, ed. «Antiemetics for reducing vomiting related to acute gastroenteritis in children and adolescents». Cochrane Database Syst Rev (2): CD005506. PMID 19370620. doi:10.1002/14651858.CD005506.pub4
- ↑ Tytgat GN (2007). «Hyoscine butylbromide: a review of its use in the treatment of abdominal cramping and pain». Drugs. 67 (9): 1343–57. PMID 17547475
- ↑ «BestBets: Fluid Treatment of Gastroenteritis in Adults»
- ↑ Canavan A, Arant BS (2009). «Diagnosis and management of dehydration in children». Am Fam Physician. 80 (7): 692–6. PMID 19817339
- ↑ Gregorio GV, Gonzales ML, Dans LF, Martinez EG (2009). Gregorio, Germana V, ed. «Polymer-based oral rehydration solution for treating acute watery diarrhoea». Cochrane Database Syst Rev (2): CD006519. PMID 19370638. doi:10.1002/14651858.CD006519.pub2
- ↑ a b c d King CK, Glass R, Bresee JS, Duggan C (2003). «Managing acute gastroenteritis among children: oral rehydration, maintenance, and nutritional therapy». MMWR Recomm Rep. 52 (RR-16): 1–16. PMID 14627948
- ↑ Allen SJ, Martinez EG, Gregorio GV, Dans LF (2010). Allen, Stephen J, ed. «Probiotics for treating acute infectious diarrhoea». Cochrane Database Syst Rev. 11 (11): CD003048. PMID 21069673. doi:10.1002/14651858.CD003048.pub3
- ↑ Mackway-Jones, Kevin (2007). «Does yogurt decrease acute diarrhoeal symptoms in children with acute gastroenteritis?». BestBets
- ↑ Telmesani, AM (Maio de 2010). «Oral rehydration salts, zinc supplement and rota virus vaccine in the management of childhood acute diarrhea.». Journal of family and community medicine. 17 (2): 79–82. PMC 3045093
. PMID 21359029. doi:10.4103/1319-1683.71988
- ↑ DeCamp LR, Byerley JS, Doshi N, Steiner MJ (2008). «Use of antiemetic agents in acute gastroenteritis: a systematic review and meta-analysis». Arch Pediatr Adolesc Med. 162 (9): 858–65. PMID 18762604. doi:10.1001/archpedi.162.9.858
- ↑ Mehta S, Goldman RD (2006). «Ondansetron for acute gastroenteritis in children». Can Fam Physician. 52 (11): 1397–8. PMC 1783696
. PMID 17279195
- ↑ a b Fedorowicz, Z; Jagannath, VA, Carter, B (2011 Sep 7). «Antiemetics for reducing vomiting related to acute gastroenteritis in children and adolescents.». Cochrane database of systematic reviews (Online). 9 (9): CD005506. PMID 21901699. doi:10.1002/14651858.CD005506.pub5 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Sturm JJ, Hirsh DA, Schweickert A, Massey R, Simon HK (2010). «Ondansetron use in the pediatric emergency department and effects on hospitalization and return rates: are we masking alternative diagnoses?». Ann Emerg Med. 55 (5): 415–22. PMID 20031265. doi:10.1016/j.annemergmed.2009.11.011
- ↑ «Ondansetron». Lexi-Comp. 2011
- ↑ Traa BS, Walker CL, Munos M, Black RE (2010). «Antibiotics for the treatment of dysentery in children». Int J Epidemiol. 39 (Suppl 1): i70–4. PMC 2845863
. PMID 20348130. doi:10.1093/ije/dyq024
- ↑ Grimwood K, Forbes DA (2009). «Acute and persistent diarrhea». Pediatr. Clin. North Am. 56 (6): 1343–61. PMID 19962025. doi:10.1016/j.pcl.2009.09.004
- ↑ a b Mandell, Gerald L.; Bennett, John E.; Dolin, Raphael (2004). Mandell's Principles and Practices of Infection Diseases 6th ed. [S.l.]: Churchill Livingstone. ISBN 0-443-06643-4
- ↑ Christopher, PR; David, KV, John, SM, Sankarapandian, V (2010 Aug 4). «Antibiotic therapy for Shigella dysentery.». Cochrane database of systematic reviews (Online) (8): CD006784. PMID 20687081. doi:10.1002/14651858.CD006784.pub4 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Effa, EE; Lassi, ZS, Critchley, JA, Garner, P, Sinclair, D, Olliaro, PL, Bhutta, ZA (2011 Oct 5). «Fluoroquinolones for treating typhoid and paratyphoid fever (enteric fever).». Cochrane database of systematic reviews (Online) (10): CD004530. PMID 21975746. doi:10.1002/14651858.CD004530.pub4 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Gonzales, ML; Dans, LF, Martinez, EG (2009 Apr 15). «Antiamoebic drugs for treating amoebic colitis.». Cochrane database of systematic reviews (Online) (2): CD006085. PMID 19370624. doi:10.1002/14651858.CD006085.pub2 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Harrison's Principles of Internal Medicine 16th ed. [S.l.]: McGraw-Hill. ISBN 0-07-140235-7
- ↑ Feldman, Mark; Friedman, Lawrence S.; Sleisenger, Marvin H. (2002). Sleisenger & Fordtran's Gastrointestinal and Liver Disease 7th ed. [S.l.]: Saunders. ISBN 0-7216-8973-6
- ↑ Black, RE; Cousens, S, Johnson, HL, Lawn, JE, Rudan, I, Bassani, DG, Jha, P, Campbell, H, Walker, CF, Cibulskis, R, Eisele, T, Liu, L, Mathers, C, Child Health Epidemiology Reference Group of WHO and, UNICEF (2010 Jun 5). «Global, regional, and national causes of child mortality in 2008: a systematic analysis.». Lancet. 375 (9730): 1969–87. PMID 20466419. doi:10.1016/S0140-6736(10)60549-1 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Tate, JE; Burton, AH, Boschi-Pinto, C, Steele, AD, Duque, J, Parashar, UD, WHO-coordinated Global Rotavirus Surveillance, Network (2012 Feb). «2008 estimate of worldwide rotavirus-associated mortality in children younger than 5 years before the introduction of universal rotavirus vaccination programmes: a systematic review and meta-analysis.». The Lancet infectious diseases. 12 (2): 136–41. PMID 22030330. doi:10.1016/S1473-3099(11)70253-5 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ World Health Organization (2008). «Global networks for surveillance of rotavirus gastroenteritis, 2001–2008» (PDF). Weekly Epidemiological Record. 47 (83): 421–428. Consultado em 10 de Maio de 2012
- ↑ Victora CG, Bryce J, Fontaine O, Monasch R (2000). «Reducing deaths from diarrhoea through oral rehydration therapy». Bull. World Health Organ. 78 (10): 1246–55. PMC 2560623
. PMID 11100619
- ↑ «Gastroenteritis». Oxford English Dictionary 2011. Consultado em 15 de Janeiro de 2012
- ↑ Rudy's List of Archaic Medical Terms
- ↑ Flahault, A; Hanslik, T (2010 Nov). «[Epidemiology of viral gastroenteritis in France and Europe].». Bulletin de l'Academie nationale de medecine. 194 (8): 1415–24; discussion 1424-5. PMID 22046706 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Albert, edited by Neil S. Skolnik ; associate editor, Ross H. (2008). Essential infectious disease topics for primary care. Totowa, NJ: Humana Press. 66 páginas. ISBN 978-1-58829-520-0
- ↑ World Health Organization. «Enterotoxigenic Escherichia coli (ETEC)». Diarrhoeal Diseases. Consultado em 3 de Maio de 2012
- ↑ World Health Organization. «Shigellosis». Diarrhoeal Diseases. Consultado em 3 de Maio de 2012
- ↑ Weese, JS (2011 Mar). «Bacterial enteritis in dogs and cats: diagnosis, therapy, and zoonotic potential.». The Veterinary clinics of North America. Small animal practice. 41 (2): 287-309. PMID 21486637. doi:10.1016/j.cvsm.2010.12.005 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ Rousseaux, Wanda Haschek, Matthew Wallig, Colin (2009). Fundamentals of toxicologic pathology 2nd ed. ed. London: Academic. 182 páginas. ISBN 9780123704696
- ↑ MacLachlan, edited by N. James; Dubovi, Edward J. (2009). Fenner's veterinary virology 4th ed. ed. Amsterdam: Elsevier Academic Press. p. 399. ISBN 9780123751584
- ↑ al.], edited by James G. Fox ... [et (2002). Laboratory animal medicine 2nd ed. ed. Amsterdam: Academic Press. 649 páginas. ISBN 9780122639517
- ↑ al.], edited by Jeffrey J. Zimmerman ... [et. Diseases of swine 10th ed. ed. Chichester, West Sussex: Wiley-Blackwell. 504 páginas. ISBN 9780813822679
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Gastroenteritis».
- Bibliografia
- Dolin, [edited by] Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael (2010). Mandell, Douglas, and Bennett's principles and practice of infectious diseases 7th ed. ed. Philadelphia, PA: Churchill Livingstone/Elsevier. ISBN 0-443-06839-9