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Como ler uma infocaixa de taxonomiaGato-do-mato-pequeno[1]
Exemplar no Zoológico de Praga, em Praga, na Chéquia
Exemplar no Zoológico de Praga, em Praga, na Chéquia
Exemplar no Museu Cívico de História Natural Giacomo Doria, em Gênova, na Itália
Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1) [2]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Felídeos
Subfamília: Felíneos
Género: Leopardus
Espécie: L. tigrinus
Nome binomial
Leopardus tigrinus
Schreber, 1775
Distribuição geográfica

Sinónimos
  • Oncifelis tigrinus
  • Felis tigrina
  • Felis tigrinus

O gato-do-mato-pequeno, gato-macambira, pintadinho, mumuninha, gato-lagartixeiro, chué, gato-maracajá-mirim, macarajaí ou gato-maracajá (nome científico: Leopardus tigrinus)[3] é um mamífero da família dos felídeos originário da América Central e América do Sul. É aparentado à jaguatirica e ao gato-maracajá.[4] É listado como vulnerável na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), e a população está ameaçada pelo desmatamento e conversão de habitat em terras agrícolas.[2] Em 2013, foi proposto atribuir às populações de gatos-do-mato-pequenos no sul do Brasil, Paraguai e Argentina a uma nova espécie (nome científico:Leopardus guttulus) depois que foi descoberto que não cruza com a população de gatos-do-mato-pequenos no Nordeste do Brasil.[5]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Os zoônimos maracajá, maracajaí, maracajá-mirim e macambira advém do tupi-guarani marakaiá(-y)[6] marakaîamirĩ[7] e makambíra, respectivamente.[8] Fora estes, a espécie ainda é conhecida, em português, como pintadinho, mumuninha, gato-lagartixeiro e chué. No inglês é citada como oncilla, little spotted cat, little tiger cat e tiger cat; no espanhol como caucel, gato atigrado, gato tigre, tigrillo, tirica; e no francês como ''chat tigre, oncille, chat tacheté.[3]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

A seguir estão as subespécies tradicionalmente reconhecidas:[1]

Embora o gato-do-mato-pequeno da América Central seja listado como uma subespécie separada, com base na análise do DNA mitocondrial, Johnson et al. (1999) encontraram diferenças fortemente suportadas entre L.t. oncilla na Costa Rica e L.t. guttulus no sul do Brasil, comparável às diferenças entre diferentes espécies neotropicais. Os pesquisadores argumentaram que deveria haver uma divisão do gato-do-mato-pequeno em duas espécies, já que há uma diferença acentuada na aparência entre os gatos-do-mato-pequenos da Costa Rica e os do centro e sul do Brasil. O nível de divergência sugere que as duas populações estão isoladas, talvez pelo rio Amazonas, por aproximadamente 3,7 milhões de anos.[3][9] Outras amostras de L.t. oncilla são necessários do norte da América do Sul para determinar se este táxon varia fora da América Central, e se deve ser considerado uma espécie distinta em vez de uma subespécie.[2]

Em 2013, a pesquisa genética revelou que a antiga subespécie L. t. guttulus é uma espécie críptica separada que não cruza com outras subespécies e propõe uma classificação em duas espécies, a L. guttulus e a L. tigrinus.[5] Uma zona de hibridização entre o gato-do-mato-pequeno e o gato-dos-pampas foi encontrada por meio de análises genéticas de espécimes do Brasil central.[10] Os resultados de uma análise morfológica de 250 amostras de peles e crânios indicam que existem três grupos distintos de gatos-do-mato-pequenos: um nos países do norte, noroeste e oeste da América do Sul, um no leste e outro nos países do sul. Com base nesses resultados, o grupo oriental foi proposto como uma espécie distinta chamada Leopardus emiliae.[11]

Distribuição geográfica e Habitat[editar | editar código-fonte]

O gato-do-mato-pequeno está distribuído por uma população disjunta na Costa Rica e no Panamá, e por toda a bacia amazônica no Brasil, nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Curitiba. Encontrado também Bolívia e no extremo sul do continente americano. Foi registrado nas florestas nubladas da Costa Rica, no norte dos Andes em altitudes de 1 500 a 3 000 metros (4 900 a 9 800 pés) e em paisagens secas de Cerrado e Caatinga no norte do Brasil.[2] No Panamá, foi registrado em Darién,[12] e nos Parques Nacionais Volcán Barú.[13] Na Colômbia, foi registrado na Cordilheira Ocidental em altitudes de 1 900 a 4 800 metros (6 200 a 15 700 pés) no Parque Nacional Natural de Los Nevados,[14] e no departamento de Antioquia.[15] É comum em áreas de planície, florestas tropicais e florestas decíduas. Em habitats perturbados, pode ocorrer perto de assentamentos humanos, desde que haja cobertura natural e base de presa.[3] Vivem em áreas de floresta densa predominantemente, como por exemplo Floresta Amazônica, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Mata Atlântica, Campos Sulinos.[editar | editar código-fonte]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Gato-do-mato-pequeno em gravura de 1927[editar | editar código-fonte]

O gato-do-mato-pequeno se assemelha ao gato-maracajá (nome científico: Leopardus wiedii) e à jaguatirica (nome científico: Leopardus pardalis),[16] mas é menor, com constituição esguia e focinho mais estreito. É um dos menores felinos selvagens da América do Sul.[4] Cresce até 38 a 59 centímetros (15 a 23 polegadas) de comprimento, mais uma cauda de 20 a 42 centímetros (7,9 a 16,5 polegadas).[17] Embora seja um pouco mais longo do que o gato doméstico médio, é geralmente mais leve, pesando 1,5 a 3 quilos (3,3 a 6,6 libras).[18][editar | editar código-fonte]

A pele é grossa e macia, variando do marrom claro ao ocre escuro, com numerosas rosetas escuras nas costas e nos flancos. A parte inferior é pálida com manchas escuras e a cauda é anelada. A parte de trás das orelhas é preta com fortes manchas brancas. As rosetas são pretas ou marrons, abertas no centro e de formato irregular. As pernas têm manchas de tamanho médio diminuindo para manchas menores perto das patas. Essa coloração o ajuda a se misturar com a luz do sol mosqueada do sub-bosque da floresta tropical. A mandíbula é encurtada, com menos dentes, mas com carniceiro e caninos bem desenvolvidos.[16] Alguns gatos-do-mato-pequenos melanísticos foram relatados nas partes mais densamente florestadas de sua distribuição.[17][editar | editar código-fonte]

População[editar | editar código-fonte]

O tamanho das populações de L. tigrinus, assim como a das demais espécies de pequenomédio porte do Brasil (à exceção de L. pardalis), é intrinsicamente pequeno. As densidades variam tipicamente entre 0.01-0.05 animais/km2 , chegando a 0,1-0,25 indivíduos/km2 apenas nas áreas consideradas de alta densidade. As densidades mais elevadas são encontradas em poucas localidades e sempre onde L. pardalis está ausente ou em números consideravelmente baixos.[19] Já foi demonstrado que L. tigrinus é negativamente afetada por L. pardalis, por conta do potencial de predação intraguilda (Efeito pardalis), o que significativamente chega a afetar seus números.[20] Para todas as áreas onde a espécie foi considerada relativamente abundante, ou seja, em densidades elevadas, a média foi de 0.15 ± 0.08 animais/km2.[21] Recentemente, em remanescentes de Mata Atlântica do estado de Santa Catarina, a densidade foi estimada em 0,07 a 0,13 indivíduos/km2 . Esses animais, entretanto, não ocorrem em boa parte dos remanescentes naturais, ou seja, sua área de ocupação (AOO) é reduzida em relação à área total de remanescentes. Para compensar esta reduzida área de ocupação, os valores inferiores das estimativas populacionais foram utilizados para a estimativa da população efetiva.[editar | editar código-fonte]

No caso da Amazônia, onde este felino é muito raro (e talvez apresente até mesmo padrão de distribuição geográfica mais pontual do que contínua) foi estimado que a densidade deva ficar em torno de 0.0001/km2 (ou menor), pois não tenderia a chegar a 1% daquela observada para Panthera onca na região.[22] Desta forma, a população de Leopardus tigrinus neste bioma não foi considerada relevante para o cálculo da população total da espécie.[editar | editar código-fonte]

Para o cálculo da população que estaria contribuindo efetivamente para o pool genético da espécie, i.e., população efetiva (Ne ), foi utilizado o estimador proposto por Frankham (1995, 2009), onde Ne = 0.1N. Este fator de correção populacional leva em consideração fatores genéticos aplicados inclusive a grandes felinos e outros predadores de topo. Em termos conservacionistas, o que de fato importa à persistência em longo prazo é a quantidade de indivíduos que efetivamente contribuem ao pool genético, ou seja, a população efetiva (Ne ) (Frankham 1995, 2009). Este estimador foi escolhido baseado no item 4.3 do Guia para a utilização de critérios e categorias da IUCN e seu sub-item 4.3.1.: “Indivíduos que não irão produzir novos recrutas não deveriam ser contados (...). Jovens, indivíduos senis, indivíduos suprimidos e indivíduos em subpopulações cujas densidades são muito baixas para que ocorra fertilização não devem ser considerados indivíduos maduros.(...) de forma geral, este julgamento é melhor feito por assessores com conhecimento da biologia da espécie.”.[23][editar | editar código-fonte]

Desta forma, desconsiderando a população da Amazônia, a população efetiva da espécie seria de cerca de 1.835 a 9.175 indivíduos no restante do país, enquadrando a espécie na categoria Vulnerável (VU) pelo critério C1. O conjunto dos principais biomas de ocorrência da espécie, Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, perdeu mais de 10% de seus remanescentes nos últimos 15 anos, correspondentes a três gerações de L. tigrinus, e o desmatamento não cessou. A perda de remanescentes nestes biomas pode ser de cerca de 10% nos próximos 15 anos[24] e presume-se que as populações estejam diminuindo em ritmo equivalente. Adicionalmente, as áreas fora das Unidades de Conservação, por conta de uma menor presença de L. pardalis, foram consideradas de grande importância para a conservação tanto de L. tigrinus quanto das espécies de felinos de porte menor que 6 kg no território nacional.[25][editar | editar código-fonte]

Ecologia e comportamento[editar | editar código-fonte]

Pintura de 1836 do pintor Aloys Zötl[editar | editar código-fonte]

O gato-do-mato-pequeno é um animal principalmente terrestre, mas também é um alpinista hábil.[26] Geralmente são notívagos, mas em áreas como a Caatinga, onde sua principal fonte de alimento consiste em lagartos diurnos, têm maior probabilidade de serem ativos durante o dia. Observou-se que jovens ronronam, enquanto adultos fazem gritos curtos e gorgolejantes quando próximos uns dos outros.[17] Às vezes são vistos em pares durante a época de reprodução, mas são considerados altamente solitários. Na natureza, os machos podem ser extremamente agressivos em relação às fêmeas, e não é incomum que essa espécie mate animais maiores que ela. Existem evidências sugestivas de que a espécie apresente mudanças no padrão de atividades para minimizar encontros com a jaguatirica, seu predador potencial.[27][editar | editar código-fonte]

Hábitos alimentares[editar | editar código-fonte]

Sua dieta é composta principalmente por mamíferos pequenos (< 100 gramas). Mamíferos de maior porte (> 700 gramas), inclusive cutias e pacas, também chegam a fazer parte da dieta.[4][28] Alimenta-se ainda de aves e répteis, ovos, invertebrados e, ocasionalmente, rãs arboríferas e gramíneas. Espreita sua presa à distância e, uma vez dentro do alcance, ataca para capturar e matar.[26] A biomassa média consumida está em torno de 150 gramas. No momento da ingestão, o alimento é cortado com os dentes carniceiros, e mastigado com os molares, sendo depois ingerido. A posição geralmente é agachada ou a região mais próxima à cabeça fica abaixada, enquanto a região posterior do corpo está levantada.[4][28] Embora não haja informações concretas sobre sua real função ecológica, acredita-se que, assim como pequenos predadores terrestres, possam ajudar a controlar roedores e diversos tipos de pragas.[4][editar | editar código-fonte]

Reprodução e expectativa de vida[editar | editar código-fonte]

Filhote[editar | editar código-fonte]

Não há informações disponíveis sobre o sistema de acasalamento de gato-do-mato-pequeno na natureza; no entanto, indivíduos em cativeiro parecem se acasalar com o mesmo parceiro por toda a vida. Em algumas observações, notou-se que o macho se aproxima da fêmea, monta com auxílio dos membros anteriores e depois os posteriores, mordendo a nuca da fêmea. A fêmea responde ao aperto na nuca, assumindo na maioria das vezes a postura de lordose, movendo a cauda para um dos lados. Pode haver locomoção da fêmea (caminhar na posição de lordose). O macho então inicia a intromissão do pênis. Ocorre um grito da fêmea (grito copulatório) e a ejaculação. Em seguida, a fêmea expulsa o macho de cima dela com patadas, rosnadas, e perseguições.[28][editar | editar código-fonte]

O acasalamento ocorre no início da primavera.[4] O estro dura de três a nove dias, com gatos mais velhos tendo ciclos mais curtos. As fêmeas dão à luz de um a três filhotes após uma gestação de 74 a 76 dias.[29] Os olhos dos filhotes se abrem de oito a 17 dias, um período incomumente longo para um gato desse tamanho. Seus dentes surgem mais ou menos simultaneamente por volta dos 21 dias.[30] Os neonatos têm massa entre 92 e 134 gramas.[4] Não começam a ingerir alimentos sólidos até os 38 a 56 dias de idade, mas são totalmente desmamados aos três meses de idade.[17] As fêmeas, geralmente, atingem a maturidade sexual após os dois anos de idade, enquanto os machos após 18 meses.[4] Têm uma expectativa de vida de cerca de 11 anos (outras fontes colocam entre 10 e 14[4]) na natureza, mas há registros de espécimes atingindo os 17 anos (outras fontes dizem entre 16 e 20[4]).[29][editar | editar código-fonte]

Ameaças e conservação[editar | editar código-fonte]

Peles oriundas do Mato Grosso e Ceará, no Brasil[editar | editar código-fonte]

Após um período de 11 anos como uma espécie "quase ameaçada" de 1996 a 2007, começaram a declinar novamente em 2008 e foram posteriormente reclassificadas como "vulneráveis".[4] A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) classificou o gato-do-mato-preto como uma espécie vulnerável.[2] É principalmente ameaçada pelo desmatamento, fragmentação, estradas, comércio ilegal (animais de estimação e peles), matança retaliatória por avicultores, e caça furtiva.[4] É morto por sua pele, que é altamente valorizada e muitas vezes vendidas ou transformada em roupas.[2] Relatórios em 1972 e 1982 na América do Sul mostraram que é um dos quatro felinos selvagens mais caçados,[31] com sua população declinando sensivelmente. A Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES) coloca-o no Apêndice I, proibindo todo o comércio internacional de gatos-do-mato-pequenos ou produtos feitos a partir deles.[2] A caça ainda é permitida no Equador, Guiana, Nicarágua e Peru.[31][editar | editar código-fonte]

Outro fator que contribui para sua mortalidade é a expansão humana, ocupando o que antes era um terreno aberto para gatos selvagens. As plantações de café são mais frequentemente estabelecidas em habitats de floresta nublada, causando a redução de habitats preferidos.[32] A hibridização com o gato-do-mato-grande (Leopardus geoffroyi) foi encontrada na parte mais ao sul de sua distribuição; hibridização com o gato-dos-pampas (Leopardus colocola) também foi encontrada no Brasil central. Essa hibridização pode ser um processo natural, e a extensão disso como uma ameaça é desconhecida.[33][editar | editar código-fonte]

Os programas de gerenciamento in situ estão cada vez mais sendo enfatizados.[32] Existe um criadouro no Brasil para vários pequenos felinos nativos, onde suas condições naturais e alimentação nativa estimulam a reprodução semelhante à da natureza.[31] Existem alguns gatos-do-mato-pequenos em cativeiro na América do Norte e alguns em zoológicos da Europa e América do Sul. No entanto, em cativeiro, tende a ter uma alta taxa de mortalidade infantil.[32] Algumas unidades de conservação como o Parque Nacional Nascentes no rio Parnaíba, Parque Estadual do Jalapão e a Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins são as únicas com tamanho suficiente para manter uma população viável, em caso de isolamento.[3][editar | editar código-fonte]

No Brasil, o gato-do-mato-pequeno consta em várias listas de conservação regionais: em 2005, foi classificado como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[34] em 2010, como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná[35] e na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais;[36] em 2014, sob a rubrica de "dados insuficientes" na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Rio Grande do Sul[37][38] e em perigo no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo;[39] em 2014 e 2018, respectivamente, como em perigo no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção e na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção;[40] e em 2017, como vulnerável na Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia.[41][42][editar | editar código-fonte]

Ações de Conservações[editar | editar código-fonte]

Até o presente não há oficialmente nenhum programa de conservação específico para L. tigrinus no Brasil. A população do Estado de Santa Catarina, especialmente aquela da região do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, foi considerada a mais importante para a conservação e sobrevivência em longo prazo da espécie (notadamente na Mata Atlântica). No Brasil, o complexo de Unidades de conservação formado pelo PN Nascentes do Rio Parnaíba/PE do Jalapão/EE Serra Geral de Tocantins talvez seja a única que possa apresentar tamanho suficiente para manter uma população efetiva viável, em caso de isolamento.[43][editar | editar código-fonte]

São necessárias ações de conservação para:[editar | editar código-fonte]

• Aumentar o nível de conhecimento sobre a espécie, para melhor indicação de ações de manejo e conservação;[editar | editar código-fonte]

• Restabelecer a conectividade dos habitats fragmentados, através do uso de ferramentas da ecologia de paisagens, nas áreas com maior fragmentação na Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga;[editar | editar código-fonte]

• AdotarumasériedeaçõesvoltadasparaaconservaçãoforadasUnidadesdeConservação,as quais incluiriam educação ambiental, conectividade, controle de doenças e de predação;[editar | editar código-fonte]

• Fazer o manejo das populações em cativeiro, levando em consideração a presença das três Unidades de Manejo propostas para a espécie;[editar | editar código-fonte]

• Adotar, onde cabíveis, medidas retaliatórias contra a caça e o comércio ilegal;[editar | editar código-fonte]

• Implementar o Plano de Ação Nacional para Conservação da espécie, o qual contem as diretrizes para a sua conservação.[editar | editar código-fonte]

Curiosidades[editar | editar código-fonte]

Estudos genéticos mostraram que os Gatos-do-mato-pequeno se tratam de espécies diferentes. Existem populações puras e hibridas. Leopardus guttulus é o Gato-do-mato da região sul/sudeste e, o Leopardus tigrinus ,é o Gato-do-mato-pequeno encontrado no norte/ nordeste e eles não se cruzam.[editar | editar código-fonte]

A espécie é confundida com Leopardus wiedii devido à sua morfologia, porém o gato-do-mato-pequeno se difere de L. wiedii devido à disposição das suas rosetas, por apresentar olhos, cauda e patas menores, orelhas pontiagudas diferentes das orelhas arredondados de L. wiedii e através de seus 15 pelos da nuca que são voltados para região posterior, direção oposta aos pelos de L. wiedii[editar | editar código-fonte]

Melanismo[editar | editar código-fonte]

O melanismo é um fenótipo de cor relacionado ao aumento da produção de melanina resultante de uma mutação genética[44] . Dentre os pigmentos melanísticos, a feomelanina e a eumelanina são responsáveis ​​pela coloração da pelagem, pele e olhos em mamíferos; a eumelanina é responsável pelos pigmentos preto, cinza e marrom[45] . Para a família Felidae, o melanismo foi registrado em 14 das 41 espécies conhecidas em todo o mundo.[46] Das quatro espécies de pequenos felinos que ocorrem na região sul do Brasil, o melanismo foi confirmado em duas espécies[47] . Herpailurus yagouaroundi não têm casos documentados de melanismo na região. É importante mencionar que L. guttulus foi recentemente separada de L. tigrinus e considerada uma espécie válida,[48] com as populações anteriormente consideradas como L. tigrinus no sul do Brasil correspondendo a a espécie L. guttulus.[editar | editar código-fonte]

Referências

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