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Envolvimento dos Estados Unidos em mudanças de regime: diferenças entre revisões

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{{em tradução|:en:United States involvement in regime change}}
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{{Imperialismo Americano}}
{{Imperialismo Americano}}
[[File:Map of US involvement in regime change and election interference.svg|upright=1.8|miniatura|<div align="center">'''Mapa da interferência dos Estados Unidos</div>''' {{legend|#FF0000|Estados Unidos}} {{legend|#008000|Ação em golpes de Estado e mudanças de regime}} {{legend|#AFE9AF|Interferência eleitoral}} {{legend|#0000FF|Anexações na sequência de ação de mudança de regime e invasão}}]]
O '''[[governo dos Estados Unidos]]''' tem se envolvido e ajudado na '''[[mudança de regime]]s ou governos estrangeiros''' sem a utilização ostensiva de força militar estadunidense. Muitas vezes essas operações são encarregadas pela [[Agência Central de Inteligência]] (CIA). Muitos dos governos alvo dos [[Estados Unidos]] foram eleitos democraticamente, ao invés de tratarem-se de [[autoritarismo|governos autoritários]] ou [[ditadura militar|ditaduras militares]]. Em muitos casos, os governos derrubados foram substituídos por [[ditadura]]s, por vezes, instalado com assistência estadunidense.


O '''envolvimento dos Estados Unidos em mudanças de regime''' tem implicado tanto ações abertas quanto dissimuladas com o objetivo de alterar, substituir ou preservar governos estrangeiros. Na segunda metade do século XIX, o [[governo dos Estados Unidos]] iniciou ações para [[mudança de regime]], principalmente na [[América Latina]] e no sudoeste do Pacífico, e incluiu as guerras mexicano-americanas, hispano-americanas e filipino-americanas. No início do século XX, os Estados Unidos desenvolveram ou instalaram governos amigos em muitos países ao redor do mundo, incluindo os vizinhos [[Panamá]], [[Honduras]], [[Nicarágua]], [[México]], [[Haiti]] e [[República Dominicana]].
A mudança de regime tem sido tentada através da participação direta de agentes dos Estados Unidos, com o financiamento e o treinamento de grupos insurgentes dentro desses países, campanhas de [[propaganda]] anti-regime, [[golpe de Estado|golpes de Estado]], e outras atividades, muitas vezes ilegais, geralmente realizadas como operações da CIA. Os Estados Unidos também tem realizado [[Cronologia das operações militares dos Estados Unidos|mudanças de regime por uma ação militar direta]], como na sequência da [[Invasão do Panamá pelos Estados Unidos em 1989|invasão estadunidense ao Panamá em 1989]] e a [[invasão do Iraque em 2003]].


Durante a [[Segunda Guerra Mundial]], os Estados Unidos ajudaram a derrubar muitos regimes fantoches da [[Alemanha nazista]] ou do [[Japão Imperial]]. Exemplos incluem regimes nas [[Filipinas]], na [[Coreia]], na parte oriental da [[China]] e em grande parte da [[Europa]]. As forças dos Estados Unidos também foram fundamentais para acabar com o domínio de [[Adolf Hitler]] sobre a [[Alemanha]] e de [[Benito Mussolini]] sobre a [[Itália]].
Alguns argumentam que agências governamentais não transparentes dos Estados Unidos que trabalham em segredo, por vezes, enganam ou não programam plenamente as decisões dos líderes civis eleitos e que isto tem sido um importante componente de muitas das tais operações.<ref name="Weart1998">{{citar livro|autor =Weart, Spencer R. |título=Never at War |publicado=Yale University Press |ano=1998 | isbn=978-0-300-07017-0 |páginas=221–224, 314.}}</ref>. Alguns alegam que os Estados Unidos apoiaram golpes contra as [[democracia]]s que viam como [[comunista]]s ou que possivelmente poderiam tornar-se comunistas.<ref name="Weart1998"/>


Na sequência da Segunda Guerra Mundial, o governo dos Estados Unidos lutou com a [[União Soviética]] pela liderança e influência global no contexto da [[Guerra Fria]]. Ampliou o escopo geográfico de suas ações para além de sua área tradicional de operações, a [[América Central]] e o [[Caribe]]. Operações significativas incluíram o [[golpe de Estado no Irã em 1953]], organizado pelos Estados Unidos e [[Reino Unido]], a [[invasão da Baía dos Porcos]] em 1961 contra [[Cuba]] e o apoio à [[derrubada de Sukarno]] pelo general do Exército [[Suharto]] na [[Indonésia]]. Além disso, os Estados Unidos [[Intervenção eleitoral estrangeira|interferiram nas eleições nacionais]] de muitos países, inclusive no [[Japão]] nas décadas de 1950 e 1960, para manter seu partido preferencial, o [[Partido Liberal Democrata (Japão)|Partido Liberal Democrata]] de centro-direita, no poder usando fundos secretos; nas Filipinas para orquestrar a campanha presidencial de [[Ramon Magsaysay]] em 1953 e no [[Líbano]] para ajudar os partidos cristãos nas eleições de 1957 usando aplicações secretas de dinheiro. <ref>''[[The Washington Post]]'', 13 de outubro de 2016, [https://www.washingtonpost.com/news/worldviews/wp/2016/10/13/the-long-history-of-the-u-s-interfering-with-elections-elsewhere/ "The Long History of the US Interfering with Elections Elsewhere"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170616141032/https://www.washingtonpost.com/news/worldviews/wp/2016/10/13/the-long-history-of-the-u-s-interfering-with-elections-elsewhere/ |date=16 de junho de 2017 }}</ref> Os estadunidenses executaram pelo menos 81 intervenções conhecidas e encobertas em eleições estrangeiras durante o período de 1946 a 2000.<ref>''[[New York Times]]'', 17 de fevereiro de 2019, [https://www.nytimes.com/2018/02/17/sunday-review/russia-isnt-the-only-one-meddling-in-elections-we-do-it-too.html "Russia Isn't the Only One Meddling in Elections, We Do It, Too"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180219201141/https://www.nytimes.com/2018/02/17/sunday-review/russia-isnt-the-only-one-meddling-in-elections-we-do-it-too.html |date= 19 de fevereiro de 2018 }} ''citing'' [[Conflict Management and Peace Science]], 19 de setembro de 2016 [http://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/0738894216661190 "Partisan Electoral Interventions by the Great Powers: Introducing the PEIG Dataset"]</ref>
Os Estados Unidos também apoiaram secretamente grupos de oposição em vários países, sem necessariamente tentar derrubar o governo. Por exemplo, a CIA financiou partidos políticos anticomunistas em países como [[Itália]] e [[Chile]], mas também rebeldes armados [[curdos]] que lutavam contra o governo do [[Partido Baath]] no [[Iraque]] na [[Segunda Guerra Curdo-Iraquiana]] anterior ao [[Acordos de Argel (1975)|Acordo de Argel]].


Também após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos ratificaram em 1945<ref>United Nations Foundation, 20 de agosto de 2015, [http://unfoundationblog.org/the-american-ratification-of-the-un-charter/ "The American Ratification of the UN Charter"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20160910061820/http://unfoundationblog.org/the-american-ratification-of-the-un-charter/ |date=10 de setembro de 2016 }}</ref> a [[Carta das Nações Unidas]], o mais importante documento de direito internacional,<ref>Mansell, Wade and Openshaw, Karen, [https://books.google.com/booksid=XYrqAwAAQBAJ&pg=PT140 "International Law: A Critical Introduction"], Chapter 5, Hart Publishing, 2014, </ref> que legalmente vinculava o governo estadunidense às provisões da Carta, incluindo o Artigo 2 (4), que proíbe a ameaça ou uso de força nas relações internacionais, exceto em circunstâncias muito limitadas.<ref>"All Members shall refrain in their international relations from the threat or use of force against the territorial integrity or political independence of any state." United Nations, [http://www.un.org/en/sections/un-charter/chapter-i/index.html "Charter of the United Nations"], Article 2(4), {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20171028091648/http://www.un.org/en/sections/un-charter/chapter-i/index.html |date=28 de outubro de 2017 }}</ref> Portanto, qualquer reivindicação legal apresentada para justificar a mudança de regime por uma potência estrangeira implica um encargo particularmente pesado. <ref>Fox, Gregory, "[http://opil.ouplaw.com/view/10.1093/law:epil/9780199231690/law-9780199231690-e1707 Regime Change]," 2013, Oxford Public International Law, Max Planck Encyclopedia of Public International Law, Sections C(12) and G(53)–(55), {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20161104030130/http://opil.ouplaw.com/view/10.1093/law:epil/9780199231690/law-9780199231690-e1707 |date=4 de Novembro de 2016 }}</ref>
== Durante a Guerra Fria ==
<!-- === Estados comunistas - 1945-1989 ===
Os Estados Unidos apoiaram os movimentos de resistência e [[dissidentes]] nos regimes comunistas da [[Europa Oriental]] e na [[União Soviética]] durante a [[Guerra Fria]]. Um exemplo são as operações de [[contra-espionagem]] após a descoberta do [[Dossiê Farewell]] que alguns argumentam que contribuiu para a queda do [[stalinismo]].<ref>{{citar web|url=http://www.msnbc.msn.com/id/4394002 |título=CIA slipped bugs to Soviets |obra=[[Washington Post]] |publicado=[[NBC]] |data= |access date=2008-11-21}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.cia.gov/library/center-for-the-study-of-intelligence/csi-publications/csi-studies/studies/96unclass/farewell.htm |título=The Farewell Dossier|publicado=[[Central Intelligence Agency]] |data= |access date=2008-11-21}}</ref> O [[National Endowment for Democracy]] apoiou movimentos pró-[[capitalista]]s nos estados comunistas e foi acusado de secretamente apoiar a mudança de regime, o qual nega.<ref>[http://www.ned.org/publications/reports/backlash06.pdf The backlash against democratic assistance]</ref><ref>{{citar jornal|último =Koestler |primeiro =Brendan |url=http://www.slate.com/id/2094293 |título=What's the National Endowment for Democracy? |obra=[[Slate Magazine]] |data= |access date=2008-11-21}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.heritage.org/Research/PoliticalPhilosophy/EM360.cfm |título= An Important Weapon in the War of Ideas |publicado=The National Endowment For Democracy |data= |access date=2008-11-21}}</ref> Muitos dos países do [[Leste Europeu]] depois voltaram-se para o [[capitalismo]] e se juntaram à [[Organização do Tratado do Atlântico Norte]] (NATO). Além deste, a ameaça percebida em todo o mundo, às vezes os soviéticos patrocinaram movimentos de [[guerrilha]] revolucionária - geralmente envolvidos em [[Guerras de Libertação Nacional]] - definida em grande parte da [[política externa]] dos EUA no [[Terceiro Mundo]] no que respeita à ação encoberta e levou no que poderia ser considerado como [[guerra por procuração]] entre os Estados Unidos e a União Soviética. -->


Após a [[dissolução da União Soviética]], os Estados Unidos lideraram ou apoiaram guerras para determinar a governança de vários países. Os objetivos declarados dos Estados Unidos nesses conflitos incluem lutar na [[Guerra ao Terror]] como na [[Invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos|Guerra do Afeganistão de 2001]], ou remover regimes ditatoriais e hostis como na [[Guerra do Iraque]] de 2003 e na [[intervenção militar na Líbia em 2011]].
=== Síria - 1949 ===
{{VT|Golpe de Estado na Síria em março de 1949}}
A [[Síria]] tornou-se uma república independente em [[1946]], porém o [[Golpe de Estado na Síria em março de 1949|golpe de Estado de março de 1949]], liderado pelo Chefe de Estado Maior do Exército [[Husni al-Za'im]], terminou com o período inicial de governo civil. Za'im se reuniu pelo menos seis vezes com agentes da CIA nos meses anteriores ao golpe de Estado para discutir seu plano para tomar o poder. Ele solicitou o financiamento estadunidense, mas não se sabe se esta assistência foi prestada. Uma vez no poder, Za'im realizou várias decisões importantes que beneficiaram os Estados Unidos: aprovou o [[Gasoduto Trans-Arábico]] (TAPLINE), um projeto estadunidense destinado ao transporte de [[petróleo]] da [[Arábia Saudita]] para os portos do [[Mediterrâneo]]. A construção da TAPLINE tinha sido adiada devido à intransigência da Síria. Za'im também melhorou as relações com dois aliados americanos na região: [[Israel]] e [[Turquia]]. Ele assinou um [[Armistício israelo-árabe de 1949|armistício]] com Israel, formalmente finalizando a [[guerra árabe-israelense de 1948]] e renunciou reivindicações sírias a [[Hatay (província)|Província de Hatay]], uma importante fonte de disputa entre Síria e Turquia. Za'im também reprimiu os comunistas locais. No entanto, o regime de Za'im foi de curta duração; foi derrubado em agosto, apenas quatro meses e meio depois de tomar o poder.<ref>{{citar periódico|autor = Douglas Little
|ano= 1990
|título= Cold War and Covert Action: The United States and Syria, 1945-1958
|periódico= Middle East Journal
|volume= 44
|número= 1
|páginas= |publicado= |doi= |pmid= |pmc= |jstor=4328056
}}</ref><ref>{{citar web|url=http://coat.ncf.ca/our_magazine/links/issue51/articles/51_12-13.pdf |título=1949-1958, Syria: Early Experiments in Cover Action, Douglas Little, Professor, Department of History, Clark University |formato=PDF |data= |acessodata=2012-10-09}}</ref><ref>{{citar livro
|último = Gendzier
|primeiro = Irene L.
|título= Notes from the Minefield: United States Intervention in Lebanon and the Middle East, 1945-1958
|publicado= Columbia University Press
|ano= 1997
|página=98


== Intervenções do século XIX ==
|citação= Recent investigation..indicates that CIA agents Miles Copeland and Stephen Meade..were directly involved in the coup in which Syrian colonel Husni Za'im seized
<!-- === 1846: U.S.–Mexico War ===
power. According to then former CIA agent Wilbur Eveland, the coup was carried out in order to obtain Syrian
[[File:Wpdms mexican cession.png|250 px|right]]
ratification of TAPLINE.
The [[Mexican–American War]] was an armed conflict between the United States of America and [[Mexico]] from 1846 to 1848 in the wake of the 1845 U.S. [[Texas annexation|annexation of Texas]], which Mexico considered part of its territory despite the 1836 [[Texas Revolution]].


American forces occupied [[Santa Fe de Nuevo México|New Mexico]] and [[Alta California|California]], then invaded parts of Northeastern Mexico and Northwestern Mexico; Another American army captured Mexico City, and the war ended with a victory for the United States. The [[Treaty of Guadalupe Hidalgo]] specified the major consequence of the war: the forced [[Mexican Cession]] of the territories of [[Alta California]] and [[Santa Fe de Nuevo México|New Mexico]] to the U.S. in exchange for $18 million. In addition, the United States forgave debt owed by the Mexican government to U.S. citizens. Mexico accepted the loss of Texas and thereafter cited the [[Rio Grande]] as its national border. The war did not result in a regime change in Mexico. -->
http://books.google.com/books?id=XlxgFtCZF9cC
=== 1887–1889: Samoa ===
|acessodata=13 de fevereiro de 2012
A [[crise samoana]] foi um confronto entre os Estados Unidos, a Alemanha e a Grã-Bretanha de 1887 a 1889, com as potências apoiando os pretendentes rivais ao trono das [[Ilhas Samoa]] durante a [[Primeira Guerra Civil Samoana]]. <ref>{{cite book |author=Stevenson, Robert Louis |title=A Footnote to History: Eight Years of Trouble in Samoa |year=1892 |publisher=BiblioBazaar |isbn=978-1-4264-0754-3 }}</ref> A [[Segunda Guerra Civil Samoana]] se seguiu em 1898, envolvendo os Estados Unidos (que apoiaram o rei em exercício) e a Alemanha, resultando, por meio da [[Convenção Tripartite de 1899]], na divisão das Ilhas Samoa em [[Samoa Americana]] e [[Samoa Alemã]]. <ref>Ryden, George Herbert. ''The Foreign Policy of the United States in Relation to Samoa''. New York: Octagon Books, 1975. (Reprint by special arrangement with Yale University Press. Originally published at New Haven: Yale University Press, 1928), p. 574; the Tripartite Convention (United States, Germany, Great Britain) was signed at Washington on December 2, 1899.</ref><ref>Ryden, George Herbert. ''The Foreign Policy of the United States in Relation to Samoa''. New York: Octagon Books, 1975. (Reprint by special arrangement with Yale University Press. Originally published at New Haven: Yale University Press, 1928), p. 574; the Tripartite Convention (United States, Germany, Great Britain) was signed at Washington on December 2, 1899 with ratifications exchanged on February 16, 1900</ref>
}}</ref><ref>{{citar livro
|último = Gerolymatos
|primeiro = André
|título= Castles Made of Sand: A Century of Anglo-American Espionage and Intervention in the Middle East.
|publicado= Thomas Dunne books (MacMillan)
|ano= 2010


== 1893-1917: império e expansionismo estadunidense ==
|citação= Miles Copeland, formerly a CIA agent, has outlined how he
=== Década de 1890 ===
and Stephen Meade backed Zaim, and American archival sources confirm
==== 1893: Reino do Havaí ====
that it was during this period that Meade established links with extremist right-wing elements of the Syrian
Elementos antimonárquicos, principalmente estadunidenses, no [[Havaí]], provocaram a derrubada do [[Reino do Havaí]]. Em 17 de janeiro de 1893, a monarca nativa, a rainha [[Lili'uokalani]], foi deposto. O Havaí foi inicialmente reconstituído como uma república independente, mas o objetivo final da ação era a anexação das ilhas aos Estados Unidos, o que foi finalmente realizado em 1898.
army, who ultimately carried out the coup.


==== 1898: Cuba e Porto Rico ====
http://books.google.com/books?id=HcJMUx3HCU4C
Como parte da [[Guerra Hispano-Americana]], os Estados Unidos invadiram e ocuparam [[Cuba]] e [[Porto Rico]] em 1898. Cuba foi ocupada pelos Estados Unidos de 1898 a 1902 sob o comando do governador militar [[Leonard Wood]], e novamente de 1906 a 1909, em 1912 e de 1917 a 1922; regido pelos termos da [[Emenda Platt]] até 1934.
|acessodata=13 de fevereiro de 2012
}}</ref>


A [[Campanha de Porto Rico]] foi uma operação militar e terrestre militar estadunidense na ilha de Porto Rico durante a Guerra Hispano-Americana. A [[Marinha dos Estados Unidos]] atacou a capital colonial do arquipélago, [[San Juan (Porto Rico)|San Juan]]. Embora os danos infligidos à cidade fossem mínimos, os estadunidenses conseguiram estabelecer um bloqueio ao porto da cidade, a [[baía de San Juan]]. A ofensiva terrestre começou em 25 de julho com 1.300 soldados de infantaria. Todas as ações militares em Porto Rico foram suspensas em 13 de agosto, depois que o presidente dos Estados Unidos [[William McKinley]] e o embaixador francês [[Jules Cambon]], em nome do governo espanhol, assinaram um armistício pelo qual a Espanha renunciou à soberania sobre os territórios de Porto Rico, Cuba, Filipinas e [[Guam]].
=== Irã - 1953 ===
{{AP|Operação Ajax}}
Em [[1953]], a CIA trabalhou com o [[Reino Unido]] para derrubar o governo democraticamente eleito de [[Irã]] liderado pelo primeiro-ministro [[Mohammed Mossadegh]], que havia tentado nacionalizar a indústria de petróleo do Irã, ameaçando os lucros da [[Anglo-Persian Oil Company]]. Documentos liberados pela CIA mostram que a [[Grã-Bretanha]] estava com medo dos planos do Irã de nacionalizar sua indústria de petróleo e pressionou os EUA para montar uma operação conjunta para depor o primeiro-ministro e instalar um [[governo fantoche]].<ref name="NYTsr2000">{{citar jornal
|obra= [[New York Times]]
|título= Special Report: Secret History of the CIA in Iran
| url = http://www.nytimes.com/library/world/mideast/041600iran-cia-index.html
|ano= 2000}}</ref> Em [[1951]], o parlamento iraniano votou a favor da [[nacionalização]] dos campos de petróleo do país.<ref name="NYTsr2000"/><ref>{{citar web|título=Country Studies: Iran|obra=[[Library of Congress]] | url=http://lcweb2.loc.gov/frd/cs/irtoc.html |acessodata=7 de março de 2007}}</ref>


==== 1899: Filipinas ====
O golpe foi liderado pelo agente da CIA, [[Kermit Roosevelt, Jr.]] (neto do presidente [[Theodore Roosevelt]]). Com a ajuda da inteligência britânica, a CIA planejou, financiou e implementou a [[Operação Ajax]].<ref>[[National Security Archive]], cited in "[http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB126/index.htm National Security Archive] Muhammad Mosaddeq and the 1953 Coup in Iran", edited by Mark J. Gasiorowski and Malcolm Byrne, Syracuse University Press 2004.</ref> Nos meses que antecederam o golpe, o Reino Unido e os EUA impuseram um boicote ao país, exerceu outras pressões políticas, e realizou uma campanha maciça de propaganda encoberta para criar o ambiente necessário para o golpe. A CIA contratou [[Agente provocador|agentes provocadores]] iranianos que representavam como comunistas, perseguindo líderes religiosos e encenaram um bombardeio da casa de um clérigo para fazer a comunidade religiosa islâmica voltar-se contra o governo. Para o público dos EUA, a CIA planta artigos em jornais dos EUA dizendo que o retorno do [[xá]] [[Mohammad Reza Pahlavi]], para governar o Irã resultou de uma revolta contra o autóctone que estava sendo representado ao público dos EUA como um governo de tendência comunista. A CIA utilizou com sucesso os seus contatos com a [[Associated Press]] para colocar nas agências de notícias dos EUA em uma declaração de [[Teerã]] sobre decretos reais que a própria CIA havia escrito .<ref name=NYTsr2000/>
A [[Guerra Filipino-Americana]] foi parte de uma série de conflitos da luta filipina pela independência contra a [[Ocupação das Filipinas pelos Estados Unidos|ocupação dos Estados Unidos]]. Os combates irromperam entre as forças revolucionárias filipinas e as forças estadunidenses em 4 de fevereiro de 1899 e rapidamente intensificaram-se na [[Batalha de Manila (1899)|Batalha de Manila]] em 1899. Em 2 de junho de 1899, a [[Primeira República Filipina]] declarou oficialmente a guerra contra os Estados Unidos.<ref>{{Harvnb|Kalaw|1927|Ref=Kalaw1927appC|pp=[http://quod.lib.umich.edu/cgi/t/text/pageviewer-idx?c=philamer&cc=philamer&idno=afj2233.0001.001&frm=frameset&view=image&seq=219&size=100 199–200]}}</ref> A guerra terminou oficialmente em 4 de julho de 1902. <ref name=worcester1914p180>{{Harvnb|Worcester|1914|p=[https://www.gutenberg.org/catalog/world/readfile?fk_files=56151&pageno=180 180 in The Philippines: Past and Present (Volume 1 of 2) by Dean C. Worcester] |Ref=worcester1914ch9}}</ref> Essa intervenção dos Estados Unidos tinha como objetivo impedir uma mudança de regime e manter o controle estadunidense sobre as Filipinas.
<!--
==== 1898–1901: China ====
[[File:Ching Dynasty 1892.png|250 px|right]]
The [[Boxer Rebellion]] was a proto-[[Chinese nationalism|nationalist]] movement in [[China]] between 1898 and 1901, so called because it was led by fighters who called themselves the Society of the Righteous and Harmonious Fists. The United States was part of an [[Eight-Nation Alliance]] that brought 20,000 armed troops to China, defeated the Imperial Chinese Army, and captured [[Beijing]]. The Eight-Nation Alliance was a military [[coalition]] formed to defeat the rebellion, and the eight nations, in addition to the US, were [[Empire of Japan|Japan]], [[Russian Empire|Russia]], [[British Empire|Britain]], [[French Third Republic|France]], the [[German Empire|Germany]], [[Kingdom of Italy (1861–1946)|Italy]] and [[Austria-Hungary]].<ref name="Gardner2016">{{cite book |author=Hall Gardner |title=The Failure to Prevent World War I: The Unexpected Armageddon |url=https://books.google.com/books?id=R-K_CwAAQBAJ&pg=PA127 |date= 16 de março de 2016 |publisher=Routledge |isbn=978-1-317-03217-5 |page=127}}</ref>
The [[Boxer Protocol]] of September 7, 1901 ended the uprising.<ref>Spence, ''In Search of Modern China'', pp. 230–235; Keith Schoppa, ''Revolution and Its Past'', pp. 118–123.</ref> This intervention did not result in regime change in China. -->


=== Década de 1900 ===
[[Imagem:28mordad1332.jpg|thumb|Golpe de Estado no Irã em 1953.]]
==== 1903: Panamá ====
O golpe fracassou e inicialmente o Xá fugiu do país. Após quatro dias de motins, [[xiitas]] provocaram protestos de rua apoiados por unidades do exército pró-Xá derrotando as forças de Mossadegh e o xá retornou ao poder.<ref name="Bayandor2010">{{citar livro|último =Bayandor|primeiro =Darioush|autorlink =Darioush Bayandor|título=Iran and the CIA: The Fall of Mosaddeq Revisited|data=abril de 2010|publicado=Palgrave Macmillan|isbn=978-0-230-57927-9}}</ref> Após o golpe, o seu governo foi mais autocrático, com pouca preocupação para a democracia.<ref>{{citar jornal|url=http://transcripts.cnn.com/TRANSCRIPTS/0004/19/i_ins.00.html
Em 1903, os Estados Unidos ajudaram na [[Separação do Panamá da Colômbia|secessão do Panamá da República da Colômbia]]. A secessão foi projetada por uma facção panamenha apoiada pela Companhia do Canal do Panamá, uma corporação franco-estadunidense cujo objetivo era a construção de uma hidrovia através do [[istmo do Panamá]], conectando assim os oceanos Atlântico e Pacífico. Em 1903, os Estados Unidos assinaram o [[Tratado Hay-Herrán]] com a Colômbia, concedendo aos Estados Unidos o uso do istmo do Panamá em troca de compensação financeira <ref>This Day in History, "November 3: 1903 Panama Declares Independence," {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180312144932/https://www.history.com/this-day-in-history/panama-declares-independence |date=12 de março de 2018 }}</ref><ref>In a state speech in December 1903, [[President Theodore Roosevelt]] put the number of "revolutions, rebellions, insurrections, riots, and other outbreaks" in Panama at 53, within the space of 57 years. in "Theodore Roosevelt's third state of the union address" {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20120502210448/http://en.wikisource.org/wiki/Theodore_Roosevelt%27s_Third_State_of_the_Union_Address |date=2 de maio de 2012 }}</ref> em meio à [[Guerra dos Mil Dias]]. O [[Canal do Panamá]] já estava em construção e a [[Zona do Canal do Panamá]] foi criada e colocada sob soberania dos Estados Unidos. Os Estados Unidos não transfeririam a zona ao Panamá até 2000.
|acessodata=2008-11-20
|título=U.S. Comes Clean About The Coup In Iran
|data=2000-04-19
|obra=CNN Insight
}}</ref><ref>{{citar web|título=Country Studies: Iran:Chapter 1 - Historical Setting|obra=Library of Congress | url=http://lcweb2.loc.gov/frd/cs/irtoc.html |acessodata=7 de março de 2007}}</ref>


==== 1900 a 1920: Honduras ====
Os defensores do golpe têm argumentado que Mossadegh tornou-se ''[[de facto]]'' ditador do Irã, citando a sua dissolução do Parlamento e da Suprema Corte, e sua abolição de eleições livres com voto secreto, depois que declarou vitória num referendo em que reivindicou 99,9 % dos votos.<ref>{{citar jornal| url=http://www.nytimes.com/library/world/mideast/041600iran-cia-chapter2.html |título=Trying to Persuade a Reluctant Shah |obra=The New York Times}}</ref> [[Darioush Bayandor]] alegou que a CIA fracassou na tentativa de golpe e que uma revolta popular, instigada pelos mais importantes clérigos xiitas, como o Grande Ayatollah [[Seyyed Hossein Borujerdi]] e [[Abol-Ghasem Kashani]] (que estavam certos de que Mosaddegh estava levando o país em direção à indiferença religiosa, e temiam que ele havia banido do Xá), instigaram protestos de rua para retornar ao poder o xá quatro dias após o fracassado golpe <ref name=Bayandor2010/>
No que ficou conhecido como as "[[Guerras das Bananas]]", entre o fim da Guerra Hispano-Americana em 1898 e o início da [[Política da Boa Vizinhança]] em 1934, os Estados Unidos organizaram muitas invasões e intervenções militares na [[América Central]] e no [[Caribe]]. <ref>{{cite book |first=Mark T. |last=Gilderhusrt |title=The Second Century: U.S.–Latin American Relations Since 1889 |publisher=Rowman & Littlefield |year=2000 |page=49}}</ref> O [[Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos]], que na maioria das vezes combateu nessas guerras, desenvolveu um manual chamado ''The Strategy and Tactics of Small Wars'' em 1921 com base em suas experiências. Na ocasião, a Marinha forneceu apoio naval e tropas do exército também foram usadas. A [[United Fruit Company]] e a [[Standard Fruit Company]] dominavam o importante setor exportador de bananas de Honduras e seus latifúndios e ferrovias associadas. Os Estados Unidos encenaram invasões e incursões de tropas em 1903 (apoiando um golpe de [[Manuel Bonilla]]), 1907 (apoiando Bonilla contra um golpe apoiado pela [[Nicarágua]]), 1911 e 1912 (defendendo o regime de [[Miguel R. Davila]] de uma revolta), 1919 (manutenção da paz durante uma guerra civil e instalação do governo interino de [[Francisco Bográn]]), 1920 (defendendo o regime Bográn de uma greve geral), 1924 (defendendo o regime de [[Rafael López Gutiérrez]] de uma revolta) e 1925 (defendendo o governo eleito de [[Miguel Paz Barahona]]) para defender os interesses estadunidenses. <ref>{{cite web |url=http://www2.truman.edu/~marc/resources/interventions.html |title=History of U.S. Interventions in Latin America |first=Marc |last=Becker |website=www2.truman.edu}}</ref> O escritor [[O. Henry]] cunhou o termo "[[república das bananas]]" em 1904 para descrever Honduras.


=== Década de 1910 ===
A CIA posteriormente utilizou o aparente sucesso do seu projeto de golpe de Estado iraniano para reforçar a sua imagem nos círculos do governo norte-americano. Eles expandiram seu alcance em outros países, tendo uma maior parcela de recursos de inteligência americana com base em seu histórico no Irã <ref name=Bayandor2010/>
==== 1912–1933: Nicarágua ====
{{AP|Ocupação da Nicarágua pelos Estados Unidos}}
O governo dos Estados Unidos invadiu a [[Nicarágua]] em 1912, após intermitentes desembarques militares e bombardeios navais estadunidenses nas décadas anteriores. Os Estados Unidos estavam fornecendo apoio político às forças lideradas pelos conservadores que se rebelavam contra o presidente [[José Santos Zelaya]], um liberal. Os motivos dos Estados Unidos incluíram o desacordo com o proposto [[Canal da Nicarágua]], uma vez que os estadunidenses controlavam a Zona do Canal do Panamá - que incluía o Canal do Panamá - e as tentativas do presidente Zelaya de regular o acesso de estrangeiros aos recursos naturais da Nicarágua. Em 17 de novembro de 1909, dois estadunidenses foram executados por ordem de Zelaya depois que os dois homens confessaram ter colocado uma mina no [[rio San Juan]] com a intenção de explodir o ''Diamante''. Os Estados Unidos justificaram a intervenção alegando proteger vidas e propriedades estadunidenses. Zelaya renunciou mais tarde naquele ano. Os Estados Unidos ocuparam o país quase continuamente de 1912 a 1933.


=== Tibete - Década de 1950 ===
<!-- ==== 1914: Mexico ====
U.S. troops [[United States occupation of Veracruz|invaded]] [[Veracruz]] in [[Mexico]] in 1914 following the [[Tampico Affair]]. The US occupied the city for six months. -->
A CIA armou uma insurreição anti-comunista, durante décadas, para se opor a [[Invasão chinesa do Tibete (1950-1951)|invasão do Tibete]] por forças chinesas e controle ''a posteriori'' do [[Tibete]] pela [[República Popular da China]]. O programa teve um recorde de fracasso quase que absoluto.<ref>Conboy, Kenneth and Morrison, James, ''The CIA's Secret War in Tibet'' (2002).</ref>


=== Guatemala - 1954 ===
==== 1915–1934: Haiti ====
{{AP|Golpe de Estado na Guatemala em 1954}}
{{AP|Ocupação do Haiti pelos Estados Unidos}}
Os Estados Unidos ocuparam o Haiti de 1915 a 1934. Os bancos estadunidenses emprestaram dinheiro ao Haiti e solicitaram a intervenção do governo dos Estados Unidos. Os Estados Unidos instalaram um novo governo em 1917 e ditaram os termos de uma nova constituição haitiana em 1917, que instituiu mudanças que incluíam o fim da proibição anterior da propriedade de terras por não haitianos. Os ''[[Cacos]]'' eram originalmente milícias armadas de pessoas anteriormente escravizadas que se rebelaram e assumiram o controle de áreas montanhosas após a [[Revolução Haitiana]] em 1804. Tais grupos travaram uma guerra de guerrilha contra a ocupação estadunidense no que ficou conhecido como "Guerras Cacos". <ref>Giles A. Hubert, [https://www.jstor.org/stable/pdfplus/1053341.pdf War and the Trade Orientation of Haiti]</ref>
A CIA participou da derrubada do governo democraticamente eleito da [[Guatemala]], liderado por [[Jacobo Arbenz]].<ref>Nick Cullather, with an afterword by [[Piero Gleijeses]] [http://books.google.com/books?id=sp3IGB4csCQC "Secret History: The CIA's Classified Account of Its Operations in Guatemala, 1952-1954"]. [[Stanford University Press]], 2006.</ref><ref>[[Piero Gleijeses]]. [http://books.google.com/books?id=mS7ZVKa6i3AC "Shattered Hope: The Guatemalan Revolution and the United States, 1944-1954"]. [[Princeton University Press]], 1992.</ref><ref>Stephen M. Streeter. [http://books.google.com/books?id=h17R_A0n-1MC "Managing the Counterrevolution: The United States and Guatemala, 1954-1961"]. [[Ohio University Press]], 2000.</ref><ref>Gordon L. Bowen. [http://lap.sagepub.com/cgi/pdf_extract/10/1/88 "U.S. Foreign Policy toward Radical Change: Covert Operations in Guatemala, 1950-1954"]. [[Latin American Perspectives]], 1983, Vol. 10, No. 1, p. 88-102.</ref> Arbenz foi eleito sem uma votação secreta. Ele se considerava um comunista e se juntou ao Partido Comunista em [[1957]]. Sua [[reforma agrária]], concebida pelo Partido Comunista, foi julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, que ele em seguida removeu. Seu regime abertamente elogiado [[Stalin]], invocado pelos comunistas para decisões importantes, recebeu armas do [[Bloco do Leste|bloco soviético]]..<ref>Piero Gleijeses, Shattered Hope: The Guatemalan Revolution and the United States, 1944-1954
(Princeton University Press, 1991), pp84, 147, 145, 155, 181-2, a virtual hagiography of Arbenz.</ref> A CIA interveio, pois temia que uma ditadura comunista fosse uma cabeça de ponte soviética no [[Hemisfério Ocidental]],<ref>Nicholas Cullather, Secret History: The CIA's Classified Account of its Operation in Guatemala,
1952-1954 (Stanford University Press, 1999) pp24-7, based on the CIA archives</ref> e porque estava protegendo, entre outros, quatrocentos mil hectares de terras da [[United Fruit Company]] havia adquirido, a empresa multinacional de [[Wall Street]] era protegida de perto pelo diretor da CIA, [[Allan Dulles]].


=== Indonésia - 1958 ===
==== 1916–1924: República Dominicana ====
Os fuzileiros navais estadunidenses invadiram a [[República Dominicana]] e a ocuparam de 1916 a 1924, e isso foi precedido por intervenções militares estadunidenses em 1903, 1904 e 1914. A Marinha dos Estados Unidos instalou seu pessoal em todas as posições-chave no governo e controlou o exército e a polícia dominicana. <ref name="Proceedings">{{cite book |url=https://books.google.com/books?id=dxNLAAAAYAAJ&pg=PA239 |title=Proceedings of the United States Naval Institute |author=United States Naval Institute |year=1879 |location=Annapolis, MD |page=239}}</ref> Dentro de alguns dias, o presidente constitucional, [[Juan Isidro Jimenes]], renunciou. <ref>{{cite book |url=https://books.google.com/books?id=2niSFlmaSssC&pg=PA49 |title=The Dominican Republic and the United States: From Imperialism to Transnationalism |publisher=Univ. of Georgia Press |author1=Atkins, G. Pope |author2=Larman Curtis Wilson. |lastauthoramp=yes |year=1998 |location=Athens, GA |page=49 |isbn=978-0-8203-1930-8}}</ref>
=== Cuba - 1959 ===
{{AP|Invasão da Baía dos Porcos| Operação Mongoose|Operação Northwoods}}
[[Ficheiro:LittleHavanOct06BayOfPigsMonument.jpg|150px|thumb|Memorial Baía dos Porcos em [[Little Havana]]- [[Miami]], [[Florida]].]]


=== Primeira Guerra Mundial e período entreguerras ===
O maior e mais complicado esforço para um golpe, aprovado na [[Casa Branca]], foi a [[Invasão da Baía dos Porcos|operação da Baía dos Porcos]]. De acordo com as iniciativas das administrações [[Eisenhower]] e [[Kennedy]], a CIA treinou exilados e refugiados cubanos [[anti-comunismo|anti-comunistas]] para desembarcar em [[Cuba]] e na tentativa de derrubar o governo de [[Fidel Castro]]. Planos formados sob Eisenhower foram reduzidas sob Kennedy.
==== 1918: Rússia ====
[[File:Russian civil war in the west.svg|250 px|right]]
{{AP|Intervenção dos Aliados na Guerra Civil Russa}}
Depois que o novo governo bolchevique se retirou da [[Primeira Guerra Mundial]], os militares estadunidenses e as [[Aliados da Primeira Guerra Mundial|forças aliadas]] invadiram a Rússia em 1918. Aproximadamente 250.000 soldados invasores, incluindo tropas da Europa, dos Estados Unidos e do [[Império do Japão]] invadiram a Rússia para ajudar o [[Exército Branco]] contra o [[Exército Vermelho]] do novo governo soviético na [[Guerra Civil Russa]]. Os invasores lançaram uma [[Campanha do Norte da Rússia|invasão no norte da Rússia]] a partir de [[Arkhangelsk]] e uma [[Intervenção na Sibéria|invasão na Sibéria]] a partir de [[Vladivostok]]. As forças invasoras incluíam 13.000 tropas estadunidenses cuja missão após o fim da Primeira Guerra Mundial incluía a derrubada do novo governo soviético e a restauração do regime czarista anterior. Os Estados Unidos e outras forças ocidentais não tiveram êxito nesse objetivo e se retiraram em 1920, mas os militares japoneses continuaram a ocupar partes da [[Sibéria]] até 1922 e a metade norte de [[Sacalina]] até 1925.<ref>Beyer, Rick, "The Greatest Stories Never Told" 2003: A&E Television Networks / The History Channel, pp. 152–153, {{ISBN|0060014016}}</ref>


==== 1941: Panamá ====
A CIA fez uma série de tentativas para assassinar Fidel Castro, muitas vezes com aprovação da Casa Branca, como a [[Operação Mongoose]].
O governo dos Estados Unidos usou seus contatos na [[Guarda Nacional do Panamá]], que os estadunidenses haviam treinado anteriormente, para orquestrar um golpe contra o governo panamenho em outubro de 1941. Os Estados Unidos haviam solicitado que o governo do Panamá lhe permitisse construir mais de 130 novas instalações militares dentro e fora da Zona do Canal do Panamá, mas o governo do Panamá recusou esta requisição ao preço proposto pelos estadunidenses. <ref>Coatsworth, John. H. "Central America and the United States: The Clients and the Colossus," Twayne Publishers, New York: 1994, pp. 45, 225</ref> O presidente [[Arnulfo Arias]] fugiu do país e [[Ricardo Adolfo de la Guardia]], o líder golpista e amigo do governo estadunidense, tornou-se presidente. <ref>[[The Stanford Daily]], [https://stanforddailyarchive.com/cgi-bin/stanford?a=d&d=stanford19411010-01.2.38 "Panamanian President Ousted in Coup d'Etat"], Volume 100, Issue 15, October 10, 1941, {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180313093316/https://stanforddailyarchive.com/cgi-bin/stanford?a=d&d=stanford19411010-01.2.38 |date=13 de março de 2018 }}</ref>


== Guerra Fria==
=== República Democrática do Congo - 1960 ===
=== Década de 1940 ===
{{Ver artigo principal|Crise do Congo}}
==== 1945–1950: Coreia do Sul ====
Em [[1960]], a [[Bélgica]] concedeu independência ao seu território mais valioso, o [[Congo Belga]]. Um líder da luta anti-colonial bem sucedido, [[Patrice Lumumba]] foi eleito para ser o primeiro primeiro-ministro do país que, após sua independência do domínio colonial se tornou conhecido como a [[República Democrática do Congo]].<ref name="EISA">Electoral Institute for the Sustainability of Democracy in Africa, "DRC: 1960 National Assembly Results", April 2007, http://www.eisa.org.za/WEP/drc1960results.htm</ref>
Quando o Império do Japão se rendeu em agosto de 1945, foram formados em toda parte da [[Coreia]] comitês sob a liderança de [[Lyuh Woon-Hyung]] para coordenar a transição para a independência coreana. Em 28 de agosto de 1945, esses comitês formaram um governo nacional temporário na Coreia, nomeando-o [[República Popular da Coreia]] algumas semanas depois. <ref>Hart-Landsberg, Martin, Korea: Division, Reunification, & U.S. Foreign Policy, Monthly Review Press (1998), p. 65</ref><ref>Cumings, Bruce, The Origins of the Korean War, Liberation and the Emergence of Separate Regimes, 1945–1947, Princeton University Press (1981), p. 88</ref> Em 8 de setembro de 1945, o governo dos Estados Unidos desembarcou forças na Coreia e depois estabeleceu o [[Governo Militar do Exército dos Estados Unidos na Coreia]] (USAMGK) para governar a Coreia ao sul do [[Paralelo 38 N|paralelo 38 norte]]. O USAMGK constituiu a administração governante com governadores japoneses e muitos outros oficiais japoneses que fizeram parte do brutal governo colonial do Império Japonês e com os [[Chinilpa|coreanos que haviam colaborado]] com este, o que tornou o governo impopular e gerou resistência.<ref>Hart-Landsberg, Martin, Korea: Division, Reunification, & U.S. Foreign Policy, Monthly Review Press (1998), pp. 63–67, 70–77</ref> O USAMGK se recusou a reconhecer o governo da República Popular da Coreia - que havia sido formado para autogovernar o país - e o [[Governo Provisório da República da Coreia]], que esteve baseado na China durante a [[Segunda Guerra Mundial]] e havia lutado contra os japoneses e, em seguida, o USAMGK por decreto militar baniu o governo da República Popular da Coreia.<ref>Cumings, Bruce, "The Autumn Uprising," The Origins of the Korean War, Liberation and the Emergence of Separate Regimes, 1945–1947, Princeton University Press(1981)</ref><ref>Korea Times, June 15, 2015, [http://www.koreatimes.co.kr/www/news/nation/2016/03/180_180890.html "Korea Neglects Memory of Provisional Government"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170108190044/http://www.koreatimes.co.kr/www/news/nation/2016/03/180_180890.html |date=8 de janeiro de 2017 }}</ref> Em outubro de 1948, o USAMGK enviou unidades para atacar os coreanos que buscavam a independência da Coreia e realizou várias atrocidades em massa, incluindo a morte de centenas de civis coreanos na [[ilha de Jeju]] que eram suspeitos de apoiar aqueles favoráveis a independência. <ref>{{Cite journal |last=Kim |first=Hunjoon |title=Seeking truth after 50 years: The National Committee for Investigation of the Truth about the Jeju 4.3 events |journal=[[International Journal of Transitional Justice]] |volume=3 |issue=3 |pages=406–23 |doi=10.1093/ijtj/ijp014 |date=Novembro de 2009 |ref=harv }}</ref><ref>The National Committee for Investigation of the Truth about the Jeju April 3 Incident, Jeju 4·3 Peace Foundation, March 29, 2003, [http://www.jeju43peace.or.kr/report_eng.pdf "The Jeju 4.3 Incident Investigation Report"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20150921114226/http://www.jeju43peace.or.kr/report_eng.pdf |date=21 de setembro de, 2015 }}</ref><ref>The Hankyoreh, January 8, 2009, [http://english.hani.co.kr/arti/english_edition/e_national/332032.html "439 Civilians Confirmed Dead in Yeosu-Suncheon Uprising of 1948: New Report by The Truth Commission Places Blame on Syngman Rhee and The Defense Ministry, Advises Government Apology"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20110511184103/http://english.hani.co.kr/arti/english_edition/e_national/332032.html |date=11 de maiode 2011 }}</ref>


Em 1952, os ''[[Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos|Joint Chiefs of Staff]]'' instruíram o general [[Mark W. Clark]] a formular um plano para derrubar o presidente sul-coreano [[Syngman Rhee]] temendo que a crise política que surgiu a partir de sua conduta autoritária colocasse em risco os objetivos militares. A Operação Everready, como o plano foi nomeado, foi arquivada assim que Rhee cedeu à pressão estadunidense e libertou os líderes da oposição presos. O plano foi revivido para apreciação em 1953, quando receou-se que Rhee não aceitaria o [[Acordo de Armistício Coreano]].<ref>{{cite news |last1=Gwertzman |first1=Bernard |title=Papers Show U.S. Considered Ousting Rhee in Korean War |url=https://www.nytimes.com/1975/08/04/archives/papers-show-us-considered-ousting-rhee-in-korean-war-documents-show.html |work=The New York Times |date=4 de agosto de 1975}}</ref><ref>{{cite journal |last1=Jong |first1=Yil Ra |title=Political Crisis in Korea, 1952: The Administration, Legislature, Military and Foreign Powers |journal=Journal of Contemporary History |date=Abril de 1992 |volume=27 |issue=2 |pages=301–318 |jstor=260912 |doi=10.1177/002200949202700205 }}</ref>
Logo após a eleição, durante a [[Crise do Congo]], a CIA e o governo belga orquestraram um golpe militar para derrubar o governo de Lumumba do poder. Lumumba foi posteriormente assassinado na prisão .<ref name="devlin">Larry Devlin, ''Chief of Station Congo'', 2007, Public Affairs, ISBN 978-1-58648-405-7</ref>


=== República Dominicana - 1961 ===
==== 1946–1949: China ====
O governo dos Estados Unidos forneceu ajuda militar, logística e de outros tipos para o exército do [[Kuomintang|Partido Nacionalista Chinês]] (KMT), liderado por [[Chiang Kai-shek]], na [[Guerra Civil Chinesa]] contra as forças do [[Partido Comunista Chinês]]. Os Estados Unidos transportaram muitas tropas do KMT da China central para a [[Manchúria]]. Aproximadamente 50.000 soldados estadunidenses foram enviados para proteger locais estratégicos em [[Hupeh]] e [[Shandong]]. Os Estados Unidos treinaram e equiparam as tropas do KMT e transportaram tropas coreanas e até mesmo tropas japonesas inimigas de volta para ajudar as forças do KMT a ocupar as zonas chinesas e a conter áreas controladas pelos comunistas. <ref name="nat">{{cite book |title=Lịch sử thế giới hiện đại |last=Nguyễn Anh Thái (chief author) |authorlink= |author2=Nguyễn Quốc Hùng |author3=Vũ Ngọc Oanh |author4=Trần Thị Vinh |author5=Đặng Thanh Toán |author6=Đỗ Thanh Bình |year=2002 |publisher=Giáo Dục Publisher |location=Ho Chi Minh City |id=8934980082317 |pages=320–322 |url= |accessdate= |language=Vietnamese}}</ref> O presidente [[Harry Truman]] explicou que: "Ficou perfeitamente claro para nós que, se disséssemos aos japoneses que depusessem suas armas imediatamente e marchassem para o litoral, o país inteiro seria tomado pelos comunistas. Portanto, tivemos que dar o passo incomum de usar o inimigo como guarnição até que pudéssemos transportar as tropas nacionalistas chinesas para o sul da China e enviar fuzileiros navais para proteger os portos marítimos".<ref>Harry S. Truman, "Memoirs, Vol. Two: Years of Trial and Hope," 1946–1953 (Great Britain 1956), p. 66</ref> Dentro de menos de dois anos após a [[Guerra Sino-Japonesa]], o KMT recebeu US $ 4.43 bilhões dos Estados Unidos - a maioria dos quais era ajuda militar.<ref name="nat" /><ref>p. 23, U.S. Military and CIA Interventions Since World War II, William Blum, Zed Books 2004 London.</ref>
A CIA apoiou a derrubada de [[Rafael Trujillo]], ditador da [[República Dominicana]], em [[30 de maio]] de [[1961]].<ref>Frank, Mitch. "The CIA's Secret Army." ''Time Magazine.'' February 3, 2003. http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,1004176,00.html</ref> Em um relatório ao Procurador Geral Adjunto dos Estados Unidos, oficiais da CIA descreveram a agência como tendo "nenhuma parte ativa" no assassinato e somente uma "conexão fraca" com os grupos que planejaram o assassinato,<ref>[http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB222/family_jewels_wilderotter.pdf Justice Department Memo, 1975;] [[National Security Archive]]</ref> mas uma investigação interna da CIA, por seu Inspetor Geral, revelou um "envolvimento bastante extenso da agência com os conspiradores".<ref name="NSAEBB222-1973-05-08">{{citation
| url = http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB222/index.htm
| volume = George Washington University National Security Archives Electronic Briefing Book No. 222, "The CIA's Family Jewels"
|título= Memorandum for the Executive Secretary, CIA Management Committee. Subject: Potentially Embarrassing Agency Activities
| editor = Blanton, William (editor)
|data= 8 de Maio de 1973
}}</ref>


=== Iraque - 1963 ===
==== 1946–1949: Grécia ====
Os militares britânicos, juntamente com as forças gregas governistas, lutaram pelo controle do país na [[Guerra Civil Grega]] contra o [[Exército Democrático da Grécia]]. O Exército Democrático da Grécia era composto principalmente de [[partisans]] comunistas que, como parte do [[Exército Popular de Libertação da Grécia ]] no verão de 1944, haviam libertado quase todo o país da ocupação militar do [[Terceiro Reich]]. <ref>"EAM-ELAS: Resistance of National Liberation Movement," Thanasis Hajis, pp. 69–70 in Greece: From Resistance to Civil War, Marion Sarafis, editor, Russell Press Ltd (1980)</ref> No início de 1947, o governo britânico não podia mais arcar com o enorme custo de financiar a guerra contra a Exército Democrático da Grécia, e de acordo com o [[Acordo de Percentuais]] de outubro de 1944 entre [[Winston Churchill]] e [[Joseph Stalin]], a Grécia continuaria a fazer parte da [[esfera de influência]] ocidental. Consequentemente, os britânicos solicitaram que o governo dos Estados Unidos interviesse e os estadunidenses repassaram ao país equipamento militar, assessores militares e armas. <ref name=DM>{{cite book |last=McCullough |first=David |date=1992 |title=Truman |url= |location=New York |publisher=Simon & Schuster}}</ref>{{rp|553–554}}<ref name=JTP>{{cite book |last=Patterson |first=James T. |date=1996 |title=Grand Expectations |location=New York |publisher=Oxford University Press |isbn=}}</ref>{{rp|129}}<ref>Panourgia, Neni, "Dangerous Citizens: The Greek Left and The [[State terrorism|Terror of the State]]," ([[New York City|New York]]: [[Fordham University Press]], 2009) Chapter 5. 1946–1949: Emphýlios, Witness of the Mountains, available online at: https://dangerouscitizens.columbia.edu/1946-1949/witness-of-the/1/index.html {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20171225111417/https://dangerouscitizens.columbia.edu/1946-1949/witness-of-the/1/index.html |date=25 de dezembro de 2017 }}</ref><ref>Iatrides, John O., and Nicholas X. Rizopoulos, "The International Dimension of the Greek Civil War," ''[[World Policy Journal]]'' (2000): 87–103. [https://www.jstor.org/stable/40209681 in JSTOR] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180807220456/https://www.jstor.org/stable/40209681 |date=7 de agosto de 2018 }}</ref> Com o aumento da ajuda militar dos Estados Unidos, em setembro de 1949, o governo grego acabou vencendo.<ref name="Herring">{{cite book |last=Herring |first=George C. |title=From Colony to Superpower: U.S. Foreign Relations Since 1776 |year=2008 |location=New York |publisher=Oxford University Press |isbn=978-0-19-507822-0}}</ref>{{rp|616–617}}
Em fevereiro de [[1963]], os Estados Unidos apoiaram um golpe contra o governo do [[Iraque]], liderado pelo general [[Abd al-Karim Qasim]], que cinco anos antes tinha deposto a monarquia iraquiana aliada do Ocidente. Os EUA estavam preocupados com a crescente influência dos comunistas no governo iraquiano, bem como suas ameaças de invadir o [[Kuwait]], o que quase causou uma guerra entre o Iraque e a [[Inglaterra]].
<!--
==== 1946-1954: Filipinas ====
Os Estados Unidos ajudaram a derrotar a revolta camponesa pró-comunista, chamada de Rebelião Hukbalahap ou Rebelião Huk. -->


==== 1947 – década de 1970: Itália ====
Enquanto Qasim foi realmente morto por um pelotão de fuzilamento do [[partido Baath]], que o derrubou, não havia um plano da CIA em separado para incapacitá-lo. Em sua solicitação, afirma que a morte do alvo não seria inaceitável para eles, mas não era o objetivo principal: "Conscientemente, não procuram a remoção permanente do individuo de cena, mas que também não objeto que deve desenvolver tal complicação"
Em 1947, a [[Democracia Cristã (Itália)|Democracia Cristã]] (DC), apoiada pelos Estados Unidos e liderada por [[Alcide De Gasperi]], estava perdendo popularidade, e o [[Partido Comunista da Itália]] (PCI) estava crescendo particularmente rápido devido a seus esforços de organização apoiando meeiros na [[Sicília]], [[Toscana]] e [[Umbria]], movimentos que também foram reforçados pelas reformas de [[Fausto Gullo]], o ministro comunista da agricultura. <ref>Ginsborg, ''[https://books.google.com/books?id=cnGQBAAAQBAJ&printsec=frontcover#v=onepage&q=may%201947&f=false A History of Contemporary Italy]'', pp. 106–113</ref> A DC projetou a [[Crises de maio de 1947|expulsão de todos os ministros de esquerda]] do gabinete em 31 de maio. O PCI não teria uma posição nacional no governo novamente por vinte anos. De Gasperi fez isso sob pressão do secretário de Estado dos Estados Unidos, [[George Marshall]], que o informou que o anticomunismo era uma condição prévia para receber ajuda estadunidense, <ref>[https://books.google.com/books?id=cpCXBwAAQBAJ&pg=PT2073&lpg=PT2073&dq=may+1,+1947,+palermo&source=bl&ots=W7x-AuD2vP&sig=Jlukj22444v9r9KLYeXXxUsS90k&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwi21om8rrPXAhWNZiYKHavwDk0Q6AEIODAD#v=onepage&q=forced%20de%20Gasperi%20to%20remove%20the%20Socialists%20and%20Communists%20from%20the%20government%20as%20a%20condition%20of%20receiving%20U.S.%20aid&f=false James Ciment, ''Encyclopedia of Conflicts Since World War II'' (Routledge, 2015)]</ref><ref>Ginsborg, ''[https://books.google.com/books?id=cnGQBAAAQBAJ&printsec=frontcover#v=onepage&q=may%201947&f=false A History of Contemporary Italy]'', pp. 106–113</ref> e do embaixador [[James Clement Dunn]], que havia pedido diretamente a Gasperi para dissolver o parlamento e remover o PCI. <ref>{{Cite book|url=https://books.google.com/?id=FKN8AgAAQBAJ&pg=PA232&lpg=PA232&dq=karin+winkler.+gaddis#v=onepage&q=James%20C.%20Dunn%20asked.%201947&f=false|title=US Covert Operations and Cold War Strategy: Truman, Secret Warfare and the CIA, 1945-53|last=Corke|first=Sarah-Jane|date=2007-09-12|publisher=Routledge|isbn=9781134104130|location=|pages=47–48|language=en}}</ref>


A Agência Central de Inteligência (CIA) reconheceu doar US $ 1 milhão para os partidos centristas italianos para as eleições de 1948. A CIA também publicou cartas forjadas para desacreditar os líderes do Partido Comunista Italiano (PCI). As agências estadunidenses realizaram uma campanha de escrever dez milhões de cartas, fizeram numerosas transmissões de rádio de [[ondas curtas]] e financiaram a publicação de livros e artigos, os quais advertiram os italianos do que se acreditavam serem as consequências de uma vitória comunista. A [[revista Time]] apoiou a campanha para as audiências domésticas estadunidenses, apresentando o líder do Partido da Democracia Cristã e primeiro-ministro Alcide De Gasperi em sua capa e em sua matéria principal em 19 de abril de 1948. <ref name="time190448">[http://jcgi.pathfinder.com/time/magazine/article/0,9171,798374,00.html "How to Hang On"], ''Time'', April 19, 1948</ref><ref name="cnn">{{cite news |url=http://www.cnn.com/SPECIALS/cold.war/episodes/03/interviews/wyatt/ |title=CNN Cold War Episode 3: Marshall Plan. Interview with F. Mark Wyatt, former CIA operative in Italy during the election |date=1998–1999 |publisher=[[CNN]] |deadurl=yes |archiveurl=https://web.archive.org/web/20010831150516/http://www.cnn.com/SPECIALS/cold.war/episodes/03/interviews/wyatt/ |archivedate=31 de agosto de 2001}}</ref><ref>CIA memorandum to the Forty Committee (National Security Council), presented to the Select Committee on Intelligence, [[United States House of Representatives]] (the Pike Committee) during closed hearings held in 1975. The bulk of the committee's report that contained the memorandum was leaked to the press in February 1976 and first appeared in book form as CIA – The Pike Report (Nottingham, England, 1977). The memorandum appears on pp. 204–05 of this book.</ref><ref>[[Alternet]], July 27, 2007, [https://www.alternet.org/story/58164/the_true_--_and_shocking_--_history_of_the_cia "The True – And Shocking – History of the CIA, An on-the-Record Master History of the CIA Has Finally Been Published, and Its Lesson Is That an Incompetent Intelligence Agency Can Be as Great a Threat to National Security as Not Having One at All"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180220212216/https://www.alternet.org/story/58164/the_true_--_and_shocking_--_history_of_the_cia |date=20 de fevereiro de 2018 }} ''citing'' [[Tim Weiner]], "[[Legacy of Ashes: The History of the CIA]]" (Doubleday, 2007) p. 27</ref> Enquanto isso, os Estados Unidos secretamente convenceram o [[Partido Trabalhista Britânico]] a pressionar os social-democratas a encerrar seu apoio ao PCI e promover uma divisão no [[Partido Socialista Italiano]]. <ref>{{Cite book|url=https://books.google.com/?id=c0-EDAAAQBAJ&pg=PA62&lpg=PA62&dq=exclusion+crisis.+1947.+cominform#v=onepage&q=exclusion%20crisis.%201947.%20cominform&f=false|title=Britain, Italy and the Origins of the Cold War|last=Pedaliu|first=E.|date=2003-10-23|publisher=Springer|isbn=9780230597402|location=|pages=57–62|language=en}}</ref>
Washington logo fez amizade com o regime sucessor. "Quase certamente um ganho para o nosso lado", [[Robert Komer]], um assessor do Conselho de Segurança Nacional, escreveu ao presidente [[John F. Kennedy]] no dia do golpe.


A CIA em última análise, gastou pelo menos US $ 65 milhões ajudando eleger políticos italianos, <ref>{{Cite web|url=https://nsarchive.gwu.edu/briefing-book/intelligence/2017-02-07/cia-covert-aid-italy-averaged-5-million-annually-late-1940s|title=CIA Covert Aid to Italy Averaged $5 Million Annually from Late 1940s to Early 1960s, Study Finds {{!}} National Security Archive|website=nsarchive.gwu.edu|language=en}}</ref> incluindo "todos os democratas cristãos que já ganharam uma eleição nacional na Itália."<ref>Alternet, July 27, 2007, [https://www.alternet.org/story/58164/the_true_--_and_shocking_--_history_of_the_cia "The True – And Shocking – History of the CIA, An on-the-Record Master History of the CIA Has Finally Been Published, and Its Lesson Is That an Incompetent Intelligence Agency Can Be as Great a Threat to National Security as Not Having One at All"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180220212216/https://www.alternet.org/story/58164/the_true_--_and_shocking_--_history_of_the_cia |date=20 de fevereiro de 2018 }} ''citing'' Tim Weiner, "Legacy of Ashes: The History of the CIA" (Doubleday, 2007) p. 298</ref>
Isso que Komer escreveu em memorando para Kennedy, sem gastar nenhum tempo em pesquisa adicional, pode sugerir, mas não se confirmar, que o Conselho de Segurança Nacional, uma comissão de aprovação de operações secretas, ou Kennedy sabiam do plano contra Qasim.


==== 1949: Síria ====
Embora a oposição dos EUA ao regime Qassim fosse indiscutível, alguns estudiosos têm contestado a ideia de que a CIA desempenhou qualquer papel direto na sua remoção.<ref name="commondreams.org">http://www.commondreams.org/headlines03/0420-05.htm</ref>
O governo democraticamente eleito de [[Shukri al-Quwatli]] [[Golpe de Estado na Síria em março de 1949|foi deposto]] por uma junta liderada pelo chefe do Estado-Maior do Exército sírio na época, [[Husni al-Za'im]], que se tornou presidente da Síria em 11 de abril de 1949. A natureza exata do envolvimento dos Estados Unidos nesse golpe ainda é altamente controversa.


=== Vietnã do Sul - 1963 ===
=== Década de 1950 ===
=== Brasil - 1964 ===
==== 1952: Egito ====
O [[Projeto FF]] (o "FF" que significa "Fat Fucker") foi um programa da [[CIA]] projetado inicialmente para modernizar o [[Reino do Egito]] sob [[Farouk I]], aproximando o Egito para o campo anti-soviético. No entanto, a falta de vontade do rei em consentir levou [[Kermit Roosevelt Jr.]] a apoiar os esforços para substituir o regime inteiramente. Ao ouvir rumores do descontentamento dentro do exército egípcio, Roosevelt encontrou-se com os líderes nacionalistas e anticomunistas do [[Movimento dos Oficiais Livres]], mais notavelmente o futuro presidente egípcio [[Gamal Abdel Nasser]], e informou-os do apoio estadunidense ao seu iminente golpe de Estado. Em 23 de julho de 1952, o Movimento dos Oficiais Livres [[Revolução Egípcia de 1952|derrubou a monarquia]] e estabeleceu a República do Egito. <ref>{{cite book |last1=Holland |first1=Matthew F. |title=America and Egypt: From Roosevelt to Eisenhower |date=1996 |publisher=Praeger |isbn=978-0-275-95474-1 |pages=26–29 }}</ref>
{{AP|Golpe de Estado no Brasil em 1964}}
{{Mais informações|Atividades da CIA no Brasil}}
[[João Goulart]], presidente [[democracia|democraticamente]] eleito, foi derrubado por um [[golpe militar]] apoiado pela [[Agência central de inteligência|CIA]] em março de [[1964]]. Em [[30 de março]], o [[adido militar]] estadunidense no [[Brasil]], [[coronel]] [[Vernon A. Walters]], telegrafou à [[Casa Branca]] confirmando que havia se encontrado com o general [[Antônio Pinheiro de Ulhoa Cintra|Ulhoa Cintra]] naquela madrugada. Este lhe informou de uma reunião em que generais do [[Exército Brasileiro]] que se comprometeram a agir contra Goulart, independentemente do apoio dos EUA. Ulhoa Cintra mencionou que o golpe havia sido articulado por vários generais para aquela semana, mas não havia ainda uma data confirmada.<ref>{{citar web|URL = http://2001-2009.state.gov/r/pa/ho/frus/johnsonlb/xxxi/36291.htm|título = 192. Telegram From the Army Attaché in Brazil (Walters) to the Department of the Army United States State Department. March 30, 1964. (Foreign Relations, 1964-1968, Volume XXXI, South and Central America; Mexico)|data = |acessadoem = 26/08/2014|autor = Office of the Historian|publicado = [[Departamento de Estado dos Estados Unidos]]}}</ref>


==== 1953: Irã ====
Transcrições tornadas públicas das comunicações entre o embaixador estadunidense no Brasil, [[Lincoln Gordon]], e o governo dos EUA mostram que, prevendo uma guerra civil, o presidente [[Lyndon B. Johnson|Lyndon Johnson]] autorizou que material logístico estivesse no local para apoiar um golpe secundário da rebelião como parte da [[Operação Brother Sam]].<ref>[http://www.state.gov/r/pa/ho/frus/johnsonlb/xxxi/36291.htm 198. Telegram From the Department of State to the Embassy in Brazil]. Washington, March 31, 1964, 2:29&nbsp;p.m. Retrieved on August 20, 2007.</ref>
O [[golpe de Estado no Irã em 1953]] (conhecido no Irã como o "golpe de 28 Mordad") foi a deposição do governo democraticamente eleito do primeiro-ministro iraniano [[Mohammad Mosaddegh]] em 19 de agosto de 1953, orquestrada pelas agências de inteligência do [[Reino Unido]] (sob o nome "Operação Boot") e dos Estados Unidos (sob o nome "TPAJAX Project"). <ref>''Clandestine Service History: Overthrow of Premier Mossadeq of Iran'', Mar. 1954: p. iii.</ref><ref name=CN-IC-01>{{cite book |title=Ends of British Imperialism: The Scramble for Empire, Suez, and Decolonization |year=2007 |publisher=I.B.Tauris |isbn=978-1-84511-347-6 |pages=775 of 1082 |url=https://books.google.com/books?id=NQnpQNKeKKAC&pg=PA775&lpg=PA775}}</ref><ref>New York Times, 2000, "Secrets of History: The United States in Iran," https://www.nytimes.com/library/world/mideast/041600iran-cia-index.html {{Webarchive|url=https://www.webcitation.org/6DoQs128r?url=http://www.nytimes.com/library/world/mideast/041600iran-cia-index.html |date=20 de janeiro de 2013 }}</ref> O golpe constatou a transição de [[Mohammad Reza Pahlavi]] de um monarca constitucional para um autoritário que dependia fortemente do apoio do governo dos Estados Unidos para manter o poder [[Revolução Iraniana|até sua própria deposição]] em fevereiro de 1979. <ref>''U.S. foreign policy in perspective: clients, enemies and empire''. David Sylvan, Stephen Majeski, p. 121.</ref>


==== 1954: Guatemala ====
Nos telegramas, Gordon reconhece também o envolvimento dos EUA no "apoio encoberto para manifestações de rua pró-democracia ... e incentivo [do] sentimento democrático e anti-comunista no Congresso, nas forças armadas, no ambientes de trabalho e grupos de estudantes, igreja, e nas empresas" e que ele "poderia pedir um modesto financiamento suplementar para outros programas de ação encobertas em um futuro próximo."<ref>[http://www.state.gov/r/pa/ho/frus/johnsonlb/xxxi/36291.htm 187. Telegram From the Ambassador to Brazil (Gordon) to the Department of State] Rio de Janeiro, March 28, 1964. Retrieved on August 20, 2007</ref>
Em uma operação da CIA de codinome "Operação PBSUCCESS", o governo dos Estados Unidos [[Golpe de Estado na Guatemala em 1954|executou um golpe de Estado]] que depôs o governo democraticamente eleito do presidente [[Jacobo Árbenz]] e instalou [[Carlos Castillo Armas]], o primeiro de uma linha de ditadores de direita em seu lugar. <ref>{{cite book |last=Blakeley |first=Ruth |date=2009 |title=State Terrorism and Neoliberalism: The North in the South |url=http://www.routledge.com/books/details/9780415462402/ |location= |publisher=[[Routledge]] |page=[https://books.google.com/books?id=rft8AgAAQBAJ&lpg=PP1&pg=PA92#v=onepage&q&f=false 92] |isbn=978-0-415-68617-4}}</ref><ref>Coatsworth, John. H. "Central America and the United States: The Clients and the Colossus," Twayne Publishers, New York: 1994, pp. 58, 226</ref><ref>Kornbluh, Peter; Doyle, Kate, eds. [http://nsarchive.gwu.edu/NSAEBB/NSAEBB4/index.html "CIA and Assassinations: The Guatemala 1954 Documents"], National Security Archive Electronic Briefing Book overview, Washington, D.C.: National Security Archive {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20161124234222/http://nsarchive.gwu.edu/NSAEBB/NSAEBB4/index.html |date= 24 de Novembro de 2016 }}</ref> Não só foi feito com o propósito ideológico de contenção, mas a CIA tinha sido abordada pela United Fruit Company, uma vez que viu uma possível perda nos lucros devido à situação dos trabalhadores no país. <ref>{{Cite web|url=https://www.cia.gov/library/readingroom/document/0000915072|title=(DELETED) MEMO TO JAMES LAY FROM (DELETED) RE GUATEMALA 1954 COUP {{!}} CIA FOIA (foia.cia.gov)|website=www.cia.gov}}</ref> O sucesso percebido da operação faria dela um modelo para futuras operações da CIA, uma vez que a agência mentiu para o presidente dos Estados Unidos ao informá-lo sobre o número de vítimas. <ref>Kornbluh, Peter; Doyle, Kate, eds. [http://nsarchive.gwu.edu/NSAEBB/NSAEBB4/index.html "CIA and Assassinations: The Guatemala 1954 Documents"], National Security Archive Electronic Briefing Book Document 5, Washington, D.C.: National Security Archive. {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20161124234222/http://nsarchive.gwu.edu/NSAEBB/NSAEBB4/index.html |date=24 de Novembro de 2016 }}</ref>


=== República do Gana - 1966 ===
==== 1955–1960: Laos ====
O governo dos Estados Unidos assumiu o financiamento do orçamento militar do [[Governo Real do Laos]] em sua [[Guerra Civil do Laos|guerra civil]] contra o movimento comunista [[Pathet Lao]], que havia tomado o controle de uma parte do país. Os Estados Unidos pagaram 100% do orçamento militar do governo e em 1957 pagavam os salários do [[Exército Real do Laos]]. Além disso, os Estados Unidos estabeleceram o encoberto ''[[Programs Evaluation Office]]'' para mobilizar pessoal civil estadunidense com experiência militar, porque um tratado que os Estados Unidos haviam assinado proibia expressamente os conselheiros militares estadunidenses. <ref>{{cite book |last=Blakeley |first=Ruth |date=2009 |title=State Terrorism and Neoliberalism: The North in the South |url=http://www.routledge.com/books/details/9780415462402/ |location= |publisher=[[Routledge]] |page=[https://books.google.com/books?id=rft8AgAAQBAJ&lpg=PP1&pg=PA92#v=onepage&q&f=false 92] |isbn=978-0-415-68617-4}}</ref><ref>Coatsworth, John. H. "Central America and the United States: The Clients and the Colossus," Twayne Publishers, New York: 1994, pp. 58, 226</ref><ref>Kornbluh, Peter; Doyle, Kate, eds. "CIA and Assassinations: The Guatemala 1954 Documents", National Security Archive Electronic Briefing Book overview, Washington, D.C.: National Security Archive, http://nsarchive.gwu.edu/NSAEBB/NSAEBB4/index.html {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20161124234222/http://nsarchive.gwu.edu/NSAEBB/NSAEBB4/index.html |date=24 de novembro de 2016 }}</ref> Em julho de 1959, porém, os Estados Unidos enviaram unidades de comando vestidas como civis para treinar o Exército Real do Laos. <ref>Kornbluh, Peter; Doyle, Kate, eds. "CIA and Assassinations: The Guatemala 1954 Documents", National Security Archive Electronic Briefing Book Document 5, Washington, D.C.: National Security Archive, http://nsarchive.gwu.edu/NSAEBB/NSAEBB4/index.html {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20161124234222/http://nsarchive.gwu.edu/NSAEBB/NSAEBB4/index.html |date=24 de novembro de 2016 }}</ref>
Em [[24 de fevereiro]] de [[1966]], [[Kwame Nkrumah]], o presidente de [[Gana]], foi derrubado em um golpe militar apoiado pela CIA, enquanto estava em uma visita de Estado ao [[Vietnã do Norte]] e a China.<ref>Interview with [[John Stockwell]] in ''[[Pandora's Box (television documentary series)|Pandora's Box]]: Black Power'' ([[Adam Curtis]], [[BBC Two]], 22 June 1992)</ref><ref>[http://www.state.gov/www/about_state/history/vol_xxiv/s.html Foreign Relations of the US, 1964-1968, Volume XXIV: Africa. Department of State Washington, D.C.]</ref><ref>[http://www.state.gov/www/about_state/history/vol_xxiv/s.html Department of State Washington, D.C.]</ref><ref>[http://www.ghanaweb.com/GhanaHomePage/history/cia_nkrumah.php Department of State Washington, D.C.]</ref><ref>[http://www.ghanaweb.com/GhanaHomePage/features/artikel.php?ID=75990 Department of State Washington, D.C.]</ref>
<ref>On Nkrumah assassination by CIA: Gaines, Kevin (2006) American Africans in Ghana, Black expatriates and the Civil Rights Era, The University of North Carolina Press, Chapel Hill.</ref>


=== Iraque - 1968 ===
==== Golpes fracassados na Síria ====
*1956: ''Operação Straggle''. A CIA fez planos para um golpe de Estado no final de outubro de 1956 para derrubar o governo sírio. O plano implicava a tomada pelos militares sírios de importantes cidades e passagens de fronteira. <ref>Saunders, Bonnie, "The United States and [[Arab Nationalism]]: The Syrian Case, 1953–1960," (Westport, CT: Greenwood, 1996), p. 49</ref><ref>Sylvan, David and Majeski, Stephen, [http://us-foreign-policy-perspective.org/index.php?id=328&L=0 "U.S. Foreign Policy in Perspective: Clients, Enemies and Empire"] (New York: Routledge, 2009) {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180401144440/http://us-foreign-policy-perspective.org/index.php?id=328&L=0 |date=1 de abril de 2018 }}</ref><ref name="Blum, William 1995 pp. 86-87">Blum, William, "Killing Hope: U.S. Military and CIA Interventions Since World War II," (Monroe, ME: Common Courage Press, 1995), pp. 86–87</ref> O plano foi adiado quando [[Operação Kadesh|Israel invadiu o Egito]] em outubro de 1956 e os organizadores estadunidenses consideraram que sua operação não teria sucesso em um momento em que o [[mundo árabe]] estava lutando contra a "agressão israelense". A operação foi descoberta e os conspiradores estadunidenses tiveram que fugir do país.<ref>Saunders, Bonnie, "The United States and [[Arab Nationalism]]: The Syrian Case, 1953–1960," (Westport, CT: Greenwood, 1996), p. 51</ref>
O líder do novo governo Baathista, [[Abdul Salam Arif]], morreu em [[1966]] e seu irmão, [[Abdul Rahman Arif]], não um ba'athista, assumiu a presidência.<ref name="Morris2007">Morris2007</ref> Said K. Abuirsh alega que, em [[1967]], o [[governo do Iraque]] estava muito perto de dar novas concessões para o desenvolvimento de enormes campos de petróleo no país para a [[França]] e [[URSS]]. Sugeriu que [[Robert Anderson]], ex-secretário do Tesouro sob o presidente [[Dwight D. Eisenhower]], encontrou-se secretamente com o [[Partido Ba'ath]] e chegou a um acordo negociado, segundo a qual tanto as concessões dos campos de petróleo e enxofre extraído no norte do país iriam para empresas dos Estados Unidos se o Baath tomasse o poder novamente.<ref name="AburishRev">{{citar jornal
|obra= [[PBS Frontline]]
|primeiro = Said K
|último = Aburish
| url = http://www.pbs.org/wgbh/pages/frontline/shows/saddam/interviews/aburish.html
|título= Saddam Hussein, The Politics of Revenge }}</ref> Em [[1968]], a CIA supostamente apoiou o golpe de [[Ahmed Hassan al-Bakr]] do Partido Baath, trazendo [[Saddam Hussein]] para o limiar do poder .<ref name=Morris2007/><ref name="AburishRev"/>


*1957: ''Operação Wappen''. Uma segunda tentativa de golpe de Estado no ano seguinte considerou o assassinato de altos oficiais sírios, encenando incidentes militares na fronteira síria para responsabilizar a Síria e depois ser usada como pretexto para uma invasão por tropas iraquianas e jordanianas, uma intensa campanha de propaganda estadunidense visando a população síria, e "sabotagem, conspirações nacionais e diversas atividades intimidadoras" para responsabilizar Damasco. <ref>The Guardian, September 26, 2003, [https://www.theguardian.com/politics/2003/sep/27/uk.syria1 "Macmillan Backed Syria Assassination Plot, Documents Show White House and No. 10 Conspired over Oil-Fuelled Invasion Plan"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20150603144326/http://www.theguardian.com/politics/2003/sep/27/uk.syria1 |date= 3 de junho de 2015 }}</ref><ref name="Prados">John Prados, ''Safe for Democracy: The Secret Wars of the CIA'' (Chicago: Rowman & Littlefield, 2006), p. 164 [https://books.google.com/books?id=JokJ7K3b5fMC&pg=PA164#v=onepage&q&f=false164]</ref><ref name="Blum, William 1995 pp. 86-87" /><ref>Jones, Matthew. "The 'Preferred Plan': The Anglo-American Working Group Report on Covert Action in Syria, 1957," Intelligence and National Security 19(3), Autumn 2004, pp. 404–406</ref> Esta operação falhou quando oficiais militares sírios pagos com milhões de dólares em subornos para realizar o golpe revelaram o complô para a inteligência síria. O Departamento de Estado dos Estados Unidos negou a acusação de uma tentativa de golpe e juntamente com a mídia estadunidense acusou a Síria de ser um "satélite" da URSS. <ref name=Prados /><ref>Dorril, Stephen, "[[MI6]]: Inside the Covert World of Her Majesty's Secret Intelligence Service," (New York: Touchstone, 2000), p. 656 [https://books.google.com/books?id=_bV5ncXNke4C&lpg=PP1&pg=PA656#v=onepage&q&f=false 656]</ref><ref>Blum, William, "Killing Hope: U.S. Military and CIA Interventions Since World War II," (Monroe, ME: Common Courage Press, 1995), pp. 88–91</ref>
O adjunto da CIA para o [[Oriente Médio]] [[Archibald Roosevelt]] (neto do presidente [[Theodore Roosevelt]] e primo de [[Kermit Roosevelt, Jr.]]) foi citado pelo ex-oficial da NSC, [[Roger Morris]], dizendo, em relação aos oficiais do Partido Ba'ath do Iraque em sua folha de pagamento durante os golpes "Eles são os nossos garotos, comprados e pagos, mas você sempre tem de lembrar que essas pessoas não podem ser confiáveis." <ref name=Morris2007/>


==== 1957–1959: Indonésia ====
O ex-Chefe de Divisão da CIA no Oriente Médio, James Chritchfield, sustenta que a CIA desempenhou nenhum papel direto no golpe de 1963, mas que viam o Partido Baath favoravelmente e ofereceram apoio depois de terem retomado. Ele se referiu aos golpes subseqüentes que levaram Saddam ao poder como "contra-golpes" que permitiram aos "radicais" elementos do Partido. "Nós não identificamos um movimento radical dentro do Baath", disse ele. "Esse foi o nosso erro - que nos surpreendeu" <ref>http://www.pbs.org/wgbh/pages/frontline/shows/saddam/interviews/critchfield.html</ref> Os EUA romperam todas as relações com o Iraque em 1967. Depois que al-Bakr tomou o poder em 1968, as relações permaneceram completamente cortadas por 16 anos e os EUA fizeram as vendas clandestinas de armas ao Iraque em uma lei aprovada pelo Congresso. Em junho de [[1972]], o governo do Iraque nacionalizou os recursos de petróleo da [[British Petroleum]], [[Royal Dutch Shell]], [[Compagnie Française des Petroles]], [[Mobil Oil]] e [[Standard Oil]] de New Jersey.<ref>http://www.capitalismmagazine.com/politics/democracy/3966-Democracy-Guarantee-Freedom-for-Iraq.html</ref>
Como membro fundador do [[Movimento Não Alinhado]] e sede da [[Conferência de Bandung]] de abril de 1955, a Indonésia estava traçando um rumo para uma política externa independente que não estava militarmente comprometida com nenhum dos lados da Guerra Fria. <ref>Daily News (Sri Lanka), [https://web.archive.org/web/20120513090833/http://www.dailynews.lk/2005/04/21/fea01.htm "Bandung Conference of 1955 and the Resurgence of Asia and Africa"]</ref><ref>Kahin, George McTurnan, "The Asian-African Conference: Bandung, Indonesia, April 1955" (Ithaca: Cornell University Press, 1956)</ref> A partir de 1957, a CIA apoiou um plano golpista fracassado de rebeldes militares indonésios. Pilotos da CIA, como [[Allen Lawrence Pope]], pilotaram aviões operados pela [[organização de fachada]] da CIA, [[Civil Air Transport]] (CAT), que bombardeou alvos civis e militares na Indonésia. A CIA instruiu os pilotos da CAT a alvejar o transporte comercial a fim de afugentar os navios mercantes estrangeiros das águas indonésias, enfraquecendo assim a economia indonésia e, por conseguinte, desestabilizando o governo democraticamente eleito da Indonésia. O bombardeio aéreo da CIA resultou no afundamento de vários navios comerciais <ref>Conboy, Kenneth; Morrison, James (1999) "Feet to the Fire CIA Covert Operations in Indonesia, 1957–1958," (Annapolis: Naval Institute Press, 1999), p. 155, {{ISBN|1557501939}}</ref> e no bombardeio de um mercado que matou muitos civis.<ref>Conboy, Kenneth; Morrison, James (1999) "Feet to the Fire CIA Covert Operations in Indonesia, 1957–1958," (Annapolis: Naval Institute Press, 1999), p. 131, {{ISBN|1557501939}}</ref> A tentativa de golpe falhou na época <ref>[[Los Angeles Times]], October 29, 1994, [http://articles.latimes.com/1994-10-29/news/mn-56121_1_state-department "CIA's Covert Indonesia Operation in the 1950s Acknowledged by U.S."] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180119232746/http://articles.latimes.com/1994-10-29/news/mn-56121_1_state-department |date=19 de janeiro de 2018 }}</ref> e o presidente [[Dwight D. Eisenhower]] negou qualquer envolvimento dos Estados Unidos. <ref>Stone, Oliver and Kuznick, Peter, "The Untold History of the United States" (New York: Simon & Schuster, Inc., 2012), pp. 347–348</ref>


==== 1958: Líbano ====
Os registros oficiais da CIA não indicam que a CIA apoiou o golpe de 1968 no Iraque <ref name="commondreams.org"/>
Os Estados Unidos lançaram a Operação Blue Bat em julho de 1958 para intervir na [[crise do Líbano de 1958]]. Esta foi a primeira aplicação da [[Doutrina Eisenhower]], segundo a qual os Estados Unidos deveriam intervir para proteger os regimes considerados ameaçados pelo comunismo internacional. O objetivo da operação era reforçar o governo libanês pró-ocidente do presidente [[Camille Chamoun]] contra a oposição interna e as ameaças da Síria e do Egito.


==== 1959: Iraque ====
David Wise, um autor baseado em [[Washington]] que tem escrito extensivamente sobre a espionagem na Guerra Fria, contestou a ideia de que a CIA apoiou o golpe de 1968, possui como analista de Oriente Médio James Phillips. De acordo ao um relatório [[2003]] por ''Common Dreams'' "muitos especialistas, incluindo os estudiosos dos negócios estrangeiros, dizem que há poucos indícios de envolvimento dos EUA no Iraque na [[década de 1960]]", embora seja amplamente reconhecido que a CIA trabalhou para desestabilizar o regime de Qassem na primeira parte da década.<ref name="commondreams.org"/> [[Robert Dreyfuss]], em seu livro ''Devil's Game'', afirma que o governo de Johnson, na verdade, se opôs ao golpe de 1968 e utilizou o [[xá]] do [[Irã]] como um contraponto ao estabelecido regime ba'athista. Um estudo de [[2006]] concluiu que o suposto papel da CIA no golpe de Estado "não pode ser considerado histórico" na ausência de provas mais convincentes.<ref>William J. Zeman, "U.S. Covert Intervention in Iraq 1958-1963: The Origins of U.S. Supported Regime Change in Modern Iraq", (Thesis (M.A.)--California State Polytechnic University, Pomona. Dept. of History, 2006). http://docs.google.com/Doc?docid=0AQk-oiHeEQzzZGNzams5Zm5fM2hrZnJxc2Zr&hl=en</ref> As investigações da [[Church Committee]] e [[Pike Committee]] não encontrou qualquer evidência de envolvimento da CIA no Iraque fora de um pequeno número de parcelas contra Qasim no início da década.
Richard Sale, da ''[[United Press International]]'', citando Adel Darwish e outros especialistas, relatou que a tentativa de assassinato de outubro de 1959 contra o primeiro-ministro iraquiano [[Abd al-Karim Qasim]] envolvendo o jovem [[Saddam Hussein]] e outros conspiradores baathistas foi uma colaboração entre a CIA e a inteligência egípcia. <ref>{{cite web |authorlink=Richard Sale (journalist) |last=Sale |first=Richard |url=https://www.upi.com/Exclusive-Saddam-key-in-early-CIA-plot/65571050017416/ |title=Exclusive: Saddam Key in Early CIA Plot |agency=[[United Press International]] |date=10 de abril de 2003 }}</ref> Bryan R. Gibson contestou a veracidade de Sale e Darwish, citando documentos desclassificados que indicam que a CIA foi surpreendida pelo ''timing'' da tentativa de assassinato de Qasim e que o [[Conselho de Segurança Nacional (Estados Unidos)|Conselho de Segurança Nacional]] "tinha acabado de reafirmar [sua] política de não-intervenção" seis dias antes do ocorrido. <ref>{{cite book |last=Gibson |first=Bryan R. |title=Sold Out? US Foreign Policy, Iraq, the Kurds, and the Cold War |publisher=[[Palgrave Macmillan]] |year=2015 |isbn=978-1-137-48711-7 |pp=xvii, 25–26, 31, 200, 208}}</ref> Embora a tentativa de assassinato tenha fracassado depois que Saddam (que deveria apenas dar cobertura) abriu fogo contra Qasim — forçando Saddam a passar mais de três anos no exílio na [[República Árabe Unida]] sob ameaça de morte caso retornasse ao Iraque — isso levaria à ampla exposição de Saddam e do Ba'ath dentro do Iraque, quando ambos já estavam definhando na obscuridade, e mais tarde se tornou uma parte crucial da imagem pública de Saddam durante seu mandato como presidente do Iraque. <ref>{{cite book |authorlink1=Efraim Karsh |last1=Karsh |first1=Efraim |last2=Rautsi |first2=Inari |title=Saddam Hussein: A Political Biography |publisher=[[Grove Press]] |year=2002 |isbn=978-0-8021-3978-8 |pp=15–22, 25}}</ref><ref>{{cite book |authorlink=Kanan Makiya |last=Makiya |first=Kanan |title=Republic of Fear: The Politics of Modern Iraq, Updated Edition |publisher=[[University of California Press]] |year=1998 |isbn=978-0-520-92124-5 |p=118}}</ref> É possível que Saddam tenha visitado a embaixada dos Estados Unidos no Cairo durante seu exílio. <ref>{{cite book |authorlink1=Efraim Karsh |last1=Karsh |first1=Efraim |last2=Rautsi |first2=Inari |title=Saddam Hussein: A Political Biography |publisher=[[Grove Press]] |year=2002 |isbn=978-0-8021-3978-8 |pp=20–21}}</ref>


=== Chile - 1973 ===
=== Década de 1960 ===
==== 1960: Congo ====
{{AP|Golpe de Estado no Chile em 1973}}
Em janeiro de 1961, o primeiro-ministro democraticamente eleito do Congo, [[Patrice Lumumba]], foi morto pelo regime de [[Mobutu Sese Seko]] em um golpe orquestrado pelas atividades da CIA sob o governo Eisenhower, como resultado dos receios em torno do desenvolvimento das relações do primeiro-ministro. com os governos soviético e chinês. Mobutu subsequentemente instituiu um regime totalitário cujas ações contribuíram para a atual situação do país empobrecido e acossado pela guerra.
A hostilidade do governo dos EUA para a eleição do presidente socialista [[Salvador Allende]] foi fundamentada <ref>{{citar periódico
|título=Memorandum for Mr. Henry Kissinger
|publicado=United States Department of State
|autor =Ad Hoc Interagency Working Group on Chile
|data=1970-12-04
| url=http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB8/ch20-01.htm
|acessodata=2007-12-10
}}</ref> em documentos tornados públicos durante a administração Clinton, envolvendo a CIA, que mostram que agentes secretos foram inseridos no [[Chile]], a fim de impedir de surgir um governo marxista e com a finalidade de espalhar propaganda anti-Allende. .<ref>http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB8/ch18-01.htm</ref><ref>http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB8/ch01-01.htm</ref> Enquanto nos EUA, a hostilidade do governo com o governo democraticamente eleito de Allende é inquestionável, o papel dos EUA no golpe de Estado continua a ser um assunto altamente controverso.


==== 1960: Laos ====
[[Ficheiro:Golpe de Estado 1973.jpg|thumb|left|Dois jatos da força aérea chilena disparam 18 foguetes contra o palácio presidencial de [[La Moneda]], durante o golpe de Estado de 11 de setembro de 1973.]]
Em 9 de agosto de 1960, o Capitão [[Kong Le]] com seu batalhão de paraquedistas assumiu o controle da capital administrativa, [[Vientiane]], em um golpe sem derramamento de sangue em uma plataforma "neutralista" com os objetivos declarados de acabar com a guerra civil no Laos, encerrar a interferência estrangeira no país, acabar com a corrupção causada pela ajuda externa e melhorar o tratamento para soldados. <ref>[[US Library of Congress]], [[Federal Research Division]], [[Library of Congress Country Studies]], [https://web.archive.org/web/20041031091831/http://lcweb2.loc.gov/cgi-bin/query/r?frd%2Fcstdy%3A%40field%28DOCID%2Bla0039%29 "Laos: The Attempt to Restore Neutrality"] </ref><ref>Castle, Timothy, "At War in the Shadow of Vietnam: United States Military Aid to the Royal Lao Government, 1955–1975," ([[New York City|New York]]: [[Columbia University Press]], 1993), pp. 32–33</ref> Com o apoio da CIA, o marechal-de-campo [[Sarit Thanarat]], o primeiro-ministro da Tailândia, criou um grupo secreto de assessoria militar tailandesa chamado Kaw Taw. O Kaw Taw, juntamente com a CIA, orquestrou [[Golpes no Laos de 1960|um contra-golpe em novembro de 1960]] contra o novo governo neutralista em Vientiane, fornecendo artilharia, artilheiros e assessores ao general [[Phoumi Nosavan]], primo de Sarit. Também implantou a Unidade de Reforço Aéreo da Polícia, patrocinada pela CIA, para operações no Laos. <ref>Castle, Timothy, "At War in the Shadow of Vietnam: United States Military Aid to the Royal Lao Government, 1955–1975," ([[New York City|New York]]: [[Columbia University Press]], 1993), pp. 33–35, 40, 59</ref> Com a ajuda da [[organização de fachada]] da CIA, a [[Air America]], para transporte aéreo de suprimentos de guerra e outras assistências militares e ajuda secreta estadunidense a partir da Tailândia, as forças do general Phoumi Nosavan capturaram Vientiane em novembro de 1960. <ref>US Library of Congress, Federal Research Division, Library of Congress Country Studies, [https://web.archive.org/web/20041031091831/http://lcweb2.loc.gov/cgi-bin/query/r?frd%2Fcstdy%3A%40field%28DOCID%2Bla0039%29 "Laos: The Attempt to Restore Neutrality"] </ref><ref>Castle, Timothy, "At War in the Shadow of Vietnam: United States Military Aid to the Royal Lao Government, 1955–1975," (New York: Columbia University Press, 1993), pp. 21–25, 27</ref>


==== 1961: República Dominicana ====
A CIA, como narra o relatório do [[Church Committee]], esteve envolvida em várias parcelas destinadas a eliminar Allende e depois fazer os chilenos votarem em uma nova eleição onde ele não seria um candidato: tentou subornar o Congresso chileno para impedir a sua nomeação, tentou fazê-lo exilar, trabalhou para influenciar a opinião pública contra ele para impedir sua eleição, tentou frustrar suas aspirações políticas durante a administração de [[Lyndon B. Johnson]], e financiou protestos projetados para levar o país a uma paralisação e fazê-lo renunciar. Convencidos de que uma revolta militar convencional não era ainda possível no Chile, a CIA, agindo com a aprovação do Comitê dos 40, o órgão encarregado de supervisionar as ações secretas no exterior, planejou o que na verdade foi um golpe de Estado constitucional. A forma mais rápida para impedir Allende de tomar posse era de alguma forma convencer o Congresso chileno para confirmar [[Jorge Alessandri]] como o vencedor da eleição. Uma vez eleito pelo congresso, Alessandri, de um partido através de intermediários, que estava preparado para renunciar a sua presidência em uma questão de dias, para que novas eleições pudessem ser realizadas.
[[Image:Rafael Trujillo 1933.jpg|thumb|right|Trujillo stamp from 1933]]
Em maio de 1961, o governante da República Dominicana, [[Rafael Trujillo]], foi assassinado com armas fornecidas pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA).<ref name="WHN">{{cite web |date=9 de dezembro de 2018|url = https://warfarehistorynetwork.com/daily/military-history/the-assassination-of-rafael-trujillo/|title = The Assassination of Rafael Trujillo|publisher = Sovereign Media | page =|last=Kross|first=Peter |quote=}}</ref><ref name="CIA">{{cite web |date=24 de Novembro de 1972|url = https://www.cia.gov/library/readingroom/docs/CIA-RDP84-00499R001000100003-2.pdf|title = The Kaplans of the CIA - Approved For Release 2001/03/06 CIA-RDP84-00499R001000100003-2|publisher = Central Intelligence Agency | page=3–6|last= |quote=}}</ref> Um memorando interno da CIA afirma que uma investigação do ''Office of Inspector General'' de 1973 sobre o assassinato revelou "um envolvimento bastante extenso da Agência com os conspiradores". A CIA descreveu seu papel em "mudar" o governo da República Dominicana como um "sucesso", na medida em que ajudou a transferir a República Dominicana de uma ditadura totalitária para uma democracia ao estilo ocidental."<ref>[http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB222/family_jewels_full_ocr.pdf CIA "Family Jewels" Memo, 1973 (see page 434)] [[Family Jewels (Central Intelligence Agency)]]</ref><ref name="Cord Meyer">{{cite book |url =http://www.umsl.edu/~thomaskp/plwordab.htm| last=Ameringer | first=Charles D. | title=U.S. Foreign Intelligence: The Secret Side of American history | edition=1990 | page= | publisher = Lexington Books | isbn= 978-0669217803| date=1990-01-01 }}</ref> [[Juan Bosch]], um beneficiário anterior de financiamento da CIA, foi eleito presidente da República Dominicana em 1962 porém seria deposto em 1963.<ref name="Diplomatic History">{{cite web |date=24 de Abril de 2013|url = https://academic.oup.com/dh/article-abstract/37/5/995/357705|title = "Who Will Impose Democracy?": Sacha Volman and the Contradictions of CIA Support for the Anticommunist Left in Latin America|publisher = Diplomatic History| page =|last=Iber|first=Patrick |quote=}}</ref>


==== Década de 1960: Cuba ====
A CIA também tomou conhecimento de um número de tramas de estabelecer uma ditadura militar. Embora claramente recusasse a ajudar materialmente qualquer uma delas, e realmente trabalhou para impedir algumas mais improváveis por medo de que iria falhar e fortalecer a Allende, que também incentivou várias e não fez nada de impedi-las. Assegurou aos conspiradores que tal evento seria bem-vindo em Washington e que os EUA não caracterizariam cortar ajuda sobre possíveis violações de direitos humanos.
[[File:BayofPigs.jpg|300 px|right]]
=== Afeganistão - 1973-1974 ===
A CIA orquestrou uma força composta de [[Exílio cubano|exilados cubanos]] treinados pela CIA [[Invasão da Baía dos Porcos|para invadir Cuba]] com apoio e equipamento dos militares estadunidense, numa tentativa de derrubar o governo cubano de [[Fidel Castro]]. A invasão foi lançada em abril de 1961, três meses depois de [[John F. Kennedy]] ter assumido a presidência nos Estados Unidos. As forças armadas cubanas, treinadas e equipadas pelas nações do [[bloco oriental]], derrotaram os combatentes invasores em três dias.
[[Roger Morris]], escrevendo para o ''[[Asia Times]]'', afirmou que entre [[1973]] e [[1974]], a CIA começou a oferecer apoio secreto para os rebeldes radicais islâmicos no [[Afeganistão]] com a premissa afirmação de que o governo autoritário liderado por [[Mohammed Daoud Khan]] poderia ser um instrumento susceptível de agressão militar soviética no sul da [[Ásia]]. Morris argumenta que os soviéticos também tinham mostrado qualquer inclinação para usar os afegãos notoriamente os rebeldes e seu exército para qualquer objetivo expansionista.<ref name=Morris2007/> Morris afirma que durante este período os dirigentes da política externa dos EUA viam os soviéticos, como estando sempre "em marcha". O apoio secreto dos Estados Unidos aos rebeldes islâmicos cessou na sequência de uma revolta fracassada em [[1975]].<ref name=Morris2007/>


A [[Operação Mongoose]] foi um longo esforço do governo dos Estados Unidos para derrubar o governo de Cuba.<ref>[[Office of the Historian]], [[United States Department of State]], Foreign Relations of the United States, 1961–63, Volume X, Cuba, January 1961–September 1962, [https://history.state.gov/historicaldocuments/frus1961-63v10/d291 "291. Program Review by the Chief of Operations, Operation Mongoose (Lansdale)"], January 18, 1962, {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20171012094731/https://history.state.gov/historicaldocuments/frus1961-63v10/d291 |date=12 de outubro de 2017 }}</ref> A operação incluiu [[guerra econômica]], abrangendo um [[Embargo dos Estados Unidos a Cuba|embargo contra Cuba]], "para induzir o fracasso do regime comunista em suprir as necessidades econômicas de Cuba", uma iniciativa diplomática para isolar Cuba e [[Guerra psicológica|operações psicológicas]] "para aumentar o ressentimento popular contra o regime". <ref name="history.state.gov">Office of the Historian, United States Department of State, Foreign Relations of the United States, 1961–63, Volume X, Cuba, January 1961–September 1962, [https://history.state.gov/historicaldocuments/frus1961-63v10/d291 "291. Program Review by the Chief of Operations, Operation Mongoose (Lansdale)"], January 18, 1962, pp. 711–17, {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20171012094731/https://history.state.gov/historicaldocuments/frus1961-63v10/d291 |date=12 de outubro de 2017 }}</ref> A ramificação da operação da guerra econômica também incluiu a infiltração de agentes da CIA para realizar muitos atos de sabotagem contra alvos civis, tal como ponte ferroviária, instalações de armazenamento de [[melaço]], usina de energia elétrica e colheita de açúcar, não obstante os repetidos pedidos de Cuba ao governo dos Estados Unidos para cessar suas operações armadas. <ref>Domínguez, Jorge I. "The @#$%& Missile Crisis (Or, What Was 'Cuban' About US Decisions During the Cuban Missile Crisis)," Diplomatic History: The Journal of the Society for Historians of Foreign Relations, Vol. 24, No. 2, Spring 2000: 305–15</ref><ref name="history.state.gov" /> Além disso, a CIA orquestrou uma série de tentativas de assassinato contra Fidel Castro, chefe do governo de Cuba, incluindo tentativas que implicaram a colaboração da CIA com a [[máfia americana]].<ref>[[NBC News]], June 26, 2007, [http://www.nbcnews.com/id/19444072/ns/politics/t/cia-acknowledges-castro-plot-went-top/#.WBq8i4XfjvY "CIA Acknowledges Castro Plot Went All the Way to the Top, Dulles Personally Approved 1960 Operation to Assassinate Castro"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20161104020649/http://www.nbcnews.com/id/19444072/ns/politics/t/cia-acknowledges-castro-plot-went-top/ |date=4 de novembro de 2016 }}</ref><ref>Escalante Font, Fabián, "Executive Action: 634 Ways to Kill Fidel Castro," [[Melbourne]]: Ocean Press, 2006</ref><ref>[[The Guardian]], August 2, 2006, [https://www.theguardian.com/world/2006/aug/03/cuba.duncancampbell2 "638 Ways to Kill Castro"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130830092025/http://www.theguardian.com/world/2006/aug/03/cuba.duncancampbell2 |date=30 de agosto de 2013 }}</ref>
Em [[1974]], os islamitas traçaram um golpe militar, mas regime de Daoud descobriu a trama e os líderes foram presos, pelo menos aqueles que não escaparam ao [[Paquistão]]. No ano seguinte, os islâmicos tentaram uma revolta fracassada no [[Vale do Panjshir]].


==== 1961–1964: Brasil ====
Michael Rubin, do ''Middle East Review of International Affairs'', registra somente o apoio secreto paquistanês a dois golpes de Estado fracassados contra Daoud, sem qualquer papel aparente CIA.<ref>Middle East Review of International Affairs, Vol. 6, No. 1 (March 2002): http://meria.idc.ac.il/journal/2002/issue1/mrubin.pdf</ref> Rubin afirma que o [[ISI]] possuía razão para o medo do regime afegão, observando que Daud havia por duas vezes mobilizado para a guerra com o Paquistão no início dos anos sessenta e que os afegãos estavam secretamente armando rebeldes separatistas [[pashtuns]] no país.<ref>Rubin, Ibid.</ref>
Quando o presidente do Brasil [[Jânio Quadros]] renunciou em agosto de 1961, foi legalmente sucedido por [[João Goulart]], o vice-presidente eleito democraticamente do país.<ref>Stone and Kuznick (2012, pp. 343–344) citing{{Citation |last=Crandall |first=Britta H. |year=2011 |title=Hemispheric Giants: The Misunderstood History of U.S.–Brazilian Relations |publisher=Rowman & Littlefield |isbn=978-1-4422-0787-5}} and {{Citation |last=Schmitz |first=David F. |year=1999 |title=Thank God they're on our side: the United States and right-wing dictatorships, 1921–1965 |publisher=U. of North Carolina Press |page=98 |isbn=978-0-8078-2472-6}} and {{Citation |last=Schmitz |first=David F. |year=1999 |title=Thank God They're on Our Side: The United States and Right-Wing Dictatorships, 1921–1965 |publisher=U. North Carolina Press |pages=272–273}}</ref> Goulart era um defensor dos direitos democráticos, da legalização do Partido Comunista e das reformas econômicas e agrárias, mas o governo dos Estados Unidos insistiu que ele impusesse um programa de [[austeridade]] econômica. O governo dos Estados Unidos implementou um plano com o codinome [[Operação Brother Sam]] para a desestabilização do Brasil, cortando a ajuda ao governo brasileiro, fornecendo ajuda aos governadores do Brasil que se opuseram ao novo presidente e encorajando altos oficiais militares brasileiros a tomarem o poder e apoiar o [[Estado-Maior do Exército (Brasil)|chefe do Estado-Maior do Exército]], general [[Humberto Castelo Branco]], como líder golpista.<ref>Stone and Kuznick (2012, pp. 343–344) citing{{Citation |last=Crandall |first=Britta H. |year=2011 |title=Hemispheric Giants: The Misunderstood History of U.S.–Brazilian Relations |publisher=Rowman & Littlefield |isbn=978-1-4422-0787-5}} and {{Citation |last=Schmitz |first=David F. |year=1999 |title=Thank God they're on our side: the United States and right-wing dictatorships, 1921–1965 |publisher=U. of North Carolina Press |page=98 |isbn=978-0-8078-2472-6}} and {{Citation |last=Schmitz |first=David F. |year=1999 |title=Thank God They're on Our Side: The United States and Right-Wing Dictatorships, 1921–1965 |publisher=U. North Carolina Press |pages=272–273}}</ref><ref>[[National Security Archive]], April 2, 2014, [https://nsarchive2.gwu.edu/NSAEBB/NSAEBB465/ "Brazil Marks 50th Anniversary of Military Coup, On 50th anniversary, Archive Posts New Kennedy Tape Transcripts on Coup Plotting against Brazilian President Joao Goulart"]</ref> O general Castelo Branco [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|liderou a deposição do governo constitucional]] do presidente João Goulart em abril de 1964 e foi instalado como primeiro presidente do regime militar, declarando imediatamente o estado de sítio e prendendo mais de 50.000 adversários políticos no primeiro mês da tomada do poder, enquanto o governo dos Estados Unidos expressou aprovação e reinstituiu a ajuda e o investimento no país. <ref>Stone and Kuznick (2012, pp. 343–344) citing {{Citation |last=Hellman |first=Robert G. |last2=Rosenbaum |first2=H. Jon |year=1975 |title=Latin America: The Search for a New International Role |publisher=Wiley |page=80}}</ref>


=== Iraque - 1973-1975 ===
==== 1963: Iraque ====
Várias fontes, notavelmente Said Aburish, alegaram que o [[Revolução Ramadã|golpe de fevereiro de 1963]] que resultou na formação de um governo baathista no Iraque foi "planejado" pela CIA. <ref>{{cite book |last=Gibson |first=Bryan R. |title=Sold Out? US Foreign Policy, Iraq, the Kurds, and the Cold War |publisher=[[Palgrave Macmillan]] |year=2015 |isbn=978-1-137-48711-7 |pp=57, 220}}</ref> No entanto, nenhum documento desclassificado estadunidense confirmou essa alegação. <ref>{{cite book |last=Hahn |first=Peter |title=Missions Accomplished?: The United States and Iraq Since World War I |publisher=[[Oxford University Press]] |year=2011 |isbn=978-0-19-533338-1 |p=48}}</ref> Tareq Y. Ismael, Jacqueline S. Ismael e Glenn E. Perry afirmam que "as forças baathistas e oficiais do exército derrubaram Qasim em 8 de fevereiro de 1963, em colaboração com a CIA."<ref>{{cite book |last1=Ismael |first1=Tareq Y. |last2=Ismael |first2=Jacqueline S. |last3=Perry |first3=Glenn E. |title=Government and Politics of the Contemporary Middle East: Continuity and Change |edition=2nd |publisher=[[Routledge]] |year=2016 |isbn=978-1-317-66282-2 |p=240}}</ref> Por outro lado, Gibson argumenta que "a preponderância das evidências corrobora a conclusão de que a CIA não esteve por trás do golpe baathista de fevereiro de 1963".<ref>{{cite book |last=Gibson |first=Bryan R. |title=Sold Out? US Foreign Policy, Iraq, the Kurds, and the Cold War |publisher=[[Palgrave Macmillan]] |year=2015 |isbn=978-1-137-48711-7 |pp=52–54, 57–58, 200}}</ref> Os Estados Unidos ofereceram apoio material para o novo governo baathista após o golpe, apesar de um sangrento expurgo anticomunista e das atrocidades contra rebeldes curdos e civis iraquianos. <ref>{{cite book |last=Gibson |first=Bryan R. |title=Sold Out? US Foreign Policy, Iraq, the Kurds, and the Cold War |publisher=[[Palgrave Macmillan]] |year=2015 |isbn=978-1-137-48711-7 |pp=59–61, 68–72, 80}}</ref> Por causa disso, Nathan Citino afirma: "Embora os Estados Unidos não tenham iniciado o golpe do Ramadã, na melhor das hipóteses, tolerou e, na pior das hipóteses, contribuiu para a violência que se seguiu." <ref>{{cite book |last=Citino |first=Nathan J. |title=Envisioning the Arab Future: Modernization in US-Arab Relations, 1945–1967 |chapter=The People's Court |publisher=[[Cambridge University Press]] |year=2017 |isbn=978-1-108-10755-6 |p=222}}</ref> O governo baathista [[Golpe de Estado no Iraque de novembro de 1963|colapsou em novembro de 1963]] com a questão da unificação com a Síria (onde um [[Partido Baath (Síria)|ramo rival]] do Partido Baath havia [[Revolução de 8 de Março|tomado o poder em março]]).<ref>{{cite book |last=Gibson |first=Bryan R. |title=Sold Out? US Foreign Policy, Iraq, the Kurds, and the Cold War |publisher=[[Palgrave Macmillan]] |year=2015 |isbn=978-1-137-48711-7 |pages=77–79}}</ref> Tem havido muita discussão acadêmica com relação às alegações do rei [[Hussein da Jordânia]] e outros de que a CIA (ou outras agências estadunidenses) forneceu ao governo baathista listas de comunistas e outros esquerdistas, que foram então presos ou mortos pela milícia do Partido Baath - a Guarda Nacional. Gibson e Hanna Batatu enfatizam que as identidades dos membros do [[Partido Comunista Iraquiano]] eram publicamente conhecidas e que o Baath não precisaria confiar na inteligência estadunidense para identificá-las, enquanto o Citino considera as alegações plausíveis porque a embaixada dos Estados Unidos no Iraque havia realmente compilado tais listas e porque os membros da Guarda Nacional Iraquiana envolvidos na depuração receberam treinamento nos Estados Unidos. <ref>{{cite book |authorlink=Hanna Batatu |last=Batatu |first=Hanna |title=The Old Social Classes and the Revolutionary Movements of Iraq |publisher=[[Princeton University Press]] |year=1978 |isbn=978-0-86356-520-5 |pp=985–987}}</ref><ref>{{cite book |last=Gibson |first=Bryan R. |title=Sold Out? US Foreign Policy, Iraq, the Kurds, and the Cold War |publisher=[[Palgrave Macmillan]] |year=2015 |isbn=978-1-137-48711-7 |p=59}}</ref><ref>{{cite book |last=Citino |first=Nathan J. |title=Envisioning the Arab Future: Modernization in US–Arab Relations, 1945–1967 |chapter=The People's Court |publisher=[[Cambridge University Press]] |year=2017 |isbn=978-1-108-10755-6 |pp=220–222}}</ref>
A CIA conspira com o [[xá]] do [[Irã]] para financiar e armar os rebeldes [[curdos]], na tentativa de derrubar [[Ahmed Hassan al-Bakr ]]. Quando o Irã e o Iraque assinam um [[Acordos de Argel (1975)|tratado de paz em 1975]], o apoio cessa. O Xá nega o refúgio aos curdos no Irã, mesmo que muitos são massacrados. Os EUA decide não pressionam o assunto com o Xá. .<ref name="The Ugly Truth About Gerald Ford">Hitchens, Christopher, [http://www.slate.com/id/2156400 "The Ugly Truth About Gerald Ford"], ''Slate''</ref> "A ação secreta não deve ser confundida com trabalho missionário", declara o Secretário de Estado [[Henry Kissinger]].<ref>{{citar jornal| url=http://www.nytimes.com/2003/03/03/opinion/the-kurdish-ghost.html?partner=rssnyt&emc=rss?pagewanted=1 |título=The Kurdish Ghost |primeiro =William |último =Safire |data=2003-03-03 |obra=The New York Times}}</ref> Subseqüentemente, Al-Bakr, em [[1979]] tenta despromover o vice-presidente, [[Saddam Hussein]], a uma posição de relativa obscuridade. Saddam responde com um contra-golpe, forçando al-Bakr a demitir-se, com a realização de uma purga brutal a centenas de baathistas e nomendo-se presidente.


==== 1963: Vietnã ====
A traição norte-americana aos curdos foi investigada pelo Comitê de Pike, que a descreveu como cínica e egoísta.<ref name="The Ugly Truth About Gerald Ford"/> Tem sido argumentado que manchou a imagem dos Estados Unidos com um dos grupos mais pró-ocidentais no Oriente Médio.<ref>Ibid.</ref>
Embora os Estados Unidos fossem aliados do [[Vietnã do Sul]] durante a [[Guerra do Vietnã]], o governo Kennedy tornar-se-ia cada vez mais frustrado com o governo corrupto e repressivo do presidente sul-vietnamita [[Ngo Dinh Diem]]. Em vista da recusa de Diem de adotar reformas, as autoridades estadunidenses debateram se deveriam apoiar os esforços para substituí-lo. Esses debates resultaram no envio do [[telegrama 243]] em 24 de agosto de 1963, que instruiu o embaixador dos Estados Unidos no Vietnã do Sul, [[Henry Cabot Lodge Jr.]], a "examinar todas as possíveis alternativas de liderança e fazer planos detalhados sobre como poderíamos conduzir a substituição de Diem caso isso se tornar necessário". Lodge e seu oficial de ligação, [[Lucien Conein]], estabeleceram contato com oficiais descontentes do [[Exército da República do Vietnã]] e estimularam sua decisão de derrubar Diem. Esses esforços culminaram em um golpe de Estado em 2 de novembro de 1963, durante o qual Diem e seu irmão [[Ngô Đình Nhu]] foram assassinados.<ref>{{cite book |last1=Kinzer |first1=Stephen |title=Overthrow: America's Century of Regime Change from Hawaii to Iraq |date=2007 |publisher=Henry Holt and Company |location=New York |isbn=978-1-4299-0537-4 |pages=158–166 }}</ref>


Os ''[[Pentagon Papers]]'' concluíram que "a partir de agosto de 1963 nós, de diferentes maneiras, autorizamos, sancionamos e encorajamos os esforços de golpe dos generais vietnamitas e oferecemos apoio total para um governo sucessor. Em outubro, cortamos a ajuda a Diem em uma rejeição direta, dando permissão aos generais. Mantivemos contato clandestino com eles durante todo o planejamento e execução do golpe e procuramos rever seus planos operacionais e propusemos novo governo."<ref>{{cite news |title=U.S. and Diem's Overthrow: Step by Step |url=https://www.nytimes.com/1971/07/01/archives/us-and-diems-overthrow-step-by-step-pentagon-papers-the-diem-coup.html |work=The New York Times |date=1 de julho de 1971}}</ref>
=== Argentina - 1976 ===
{{AP|[[Processo de Reorganização Nacional]] e [[Guerra suja na Argentina]]}}
O governo democraticamente eleito da [[Argentina]], liderado por [[Isabel Martínez de Perón]] foi derrubado com sucesso por um golpe militar em março de [[1976]]. Oito dias antes do golpe, o almirante [[Emilio Eduardo Massera]], chefe da [[Marinha da Argentina]] e um grande golpista, voltou-se para o embaixador Robert Hill, embaixador dos EUA na Argentina, para ajudar na obtenção de uma recomendação para uma empresa de [[relações públicas]] norte-americana que iria administrar a campanha de propaganda argentina dos líderes do golpe para o golpe e pela violenta repressão exercida contra ativistas de [[direitos humanos]] e pela [[democracia]] que se seguiriam. O embaixador Hill, afirmou que o governo dos Estados Unidos não poderia interferir nos assuntos desse tipo e forneceu ao almirante Massera uma lista de conceituadas empresas de relações públicas mantidas pela Embaixada. Além disso, mais de dois meses antes do golpe, os golpistas consultaram altos funcionários norte-americanos na Argentina sobre o golpe, e o embaixador Hill informou a Washington que os golpistas militares foram incentivados e estavam "cientes do problema" das mortes que poderiam causar e "já estavam se concentrando em maneiras de evitar que questões de direitos humanos tornem-se um irritante nas relações entre EUA e a Argentina", por ser pró-ativo com a preparação da operação de relações públicas.<ref>[http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB185/index.htm National Security Archive] citing: February 16, 1976 - Military Take Cognizance of Human Rights Issue, Source: U.S. Department of State Argentina Declassification Project, 2002. Published in Suplemento Zona, Diario Clarín in 1998.</ref>


==== 1965–1966: República Dominicana ====
Planejadores dos EUA tinham conhecimento de que o golpe seria improvável suceder sem a repressão assassina. Dois dias depois do golpe de Estado, Secretário Adjunto para a América Latina, [[William Rogers]], informou o secretário de Estado Henry Kissinger, que "não devemos, neste momento apressar e abraçar este novo regime", porque ele esperava significativos de repressão a seguir ao golpe.<blockquote>
Na [[Guerra Civil Dominicana de 1965]], uma junta liderada pelo presidente [[Donald Reid Cabral]] lutava contra as forças "constitucionalistas" ou "rebeldes" que defendiam a restauração do poder ao primeiro presidente democraticamente eleito da República Dominicana, o presidente [[Juan Bosch]], cujo mandato havia sido interrompido por um golpe de Estado. Os Estados Unidos lançaram a "[[Operação Power Pack]]", uma operação militar para interpor os militares estadunidenses entre os rebeldes e as forças da junta, a fim de impedir o avanço dos rebeldes e, possivelmente, sua vitória. <ref>[[Stanford University]], Fearon, James and Laitin, David, June 27, 2006, [https://web.stanford.edu/group/ethnic/Random%20Narratives/Dominican%20RepublicRN1.2.pdf "Dominican Republic (Dominican RepublicRN1.2)"]; pp. 4–6, {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20160313075753/http://web.stanford.edu/group/ethnic/Random%20Narratives/Dominican%20RepublicRN1.2.pdf |date=13 de março de 2016 }}</ref><ref>[[New York Times]], 2 de Novembro de 2001, [https://www.nytimes.com/2001/11/02/world/juan-bosch-92-freely-elected-dominican-president-dies.html "Juan Bosch, 92, Freely Elected Dominican President, Dies"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20160829121923/http://www.nytimes.com/2001/11/02/world/juan-bosch-92-freely-elected-dominican-president-dies.html |date=29 de agosto de 2016 }}</ref> A maioria dos conselheiros civis indicou contrariedade a uma intervenção imediata na esperança de que a junta pudesse pôr fim à guerra civil, mas o presidente dos Estados Unidos [[Lyndon B. Johnson]] aceitou o conselho de seu embaixador em Santo Domingo, [[William Tapley Bennett]], que sugeriu a intervenção estadunidense. <ref>Stephen G. Rabe, "The Johnson Doctrine", ''Presidential Studies Quarterly'' 36</ref> O chefe do Estado-Maior General Wheeler disse a um subordinado: "Sua missão não anunciada é impedir que a República Dominicana se tornasse comunista".<ref name="US Dept. of State Office of the Historian">{{cite web |title=Foreign Relations of the United States, 1964–1968 Volume XXXII, Dominican Republic; Cuba; Haiti; Guyana, Document 43 |url=https://history.state.gov/historicaldocuments/frus1964-68v32/d43 |publisher=US Dept. of State }}</ref> Uma frota de 41 embarcações estadunidenses foi enviada para bloquear a ilha quando os Estados Unidos invadiram. Em última análise, 42.000 soldados e fuzileiros navais foram ordenados para a República Dominicana e os Estados Unidos ocuparam o país. <ref>Encyclopedia of the Cold War: A Political, Social, and Military History, 2013, p. 267</ref>
"Eu acho que também temos de esperar uma certa quantidade de repressão, provavelmente, uma boa quantidade de sangue, na Argentina antes de demasiado tempo. Acho que eles vão ter que vir com muita força, não só sobre os terroristas, mas na dissidentes de organizações sindicais e seus partidos. "
</blockquote>
Mas Kissinger fez a sua preferência clara: "Qualquer chance que eles tenham, precisarão de um pouco de incentivo... porque eu quero incentivá-los eu não quero dar a sensação de que eles são assediados pelos Estados Unidos."<ref>[http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB185/index.htm The National Security Archive] March 23, 2006, citing: March 26, 1976 - [Staff Meeting Transcripts] Secretary of State Henry Kissinger, Chairman, Secret, [pages 1, 19-23 regarding Argentina] Source: Collection compiled by National Security Archive analyst William Burr</ref>


==== 1965-1967: Indonésia ====
=== Afeganistão - 1978-Década de 1980 ===
Oficiais subalternos do exército e o comandante da guarda do palácio do presidente [[Sukarno]] acusaram os militares dos altos escalões da Indonésia de planejar um golpe de Estado apoiado pela CIA contra Sukarno e mataram seis generais em 1 de outubro de 1965. O general Muhammad [[Suharto]] e outros altos oficiais militares atacaram os oficiais subalternos no mesmo dia e acusaram o [[Partido Comunista da Indonésia]] (PKI) de orquestrar o assassinato dos seis generais. <ref>Stone, Oliver and Kuznick, Peter, "The Untold History of the United States" (New York, Simon & Schuster, Inc., 2012), p. 350 ''citing'' David F. Schmitz, "The United States and Right-Wing Dictatorships, 1965–1989" (New York: Cambridge University Press, 2006), p. 45</ref> O exército lançou uma campanha de propaganda baseada em mentiras e agitaram as turbas civis para atacar os supostos defensores do PKI e outros oponentes políticos. Forças do governo indonésio com a colaboração de alguns civis perpetraram assassinatos em massa durante muitos meses. A CIA reconheceu que "em termos do número de pessoas mortas, os [[Massacre na Indonésia de 1965–1966|massacres anticomunistas e anti-chineses]] na Indonésia classificam-se como um dos piores assassinatos em massa do século XX". <ref name="Aarons">Mark Aarons (2007). "[https://books.google.com/books?id=dg0hWswKgTIC&lpg=PA80&pg=PA69#v=onepage&q&f=false Justice Betrayed: Post-1945 Responses to Genocide]." In David A. Blumenthal and Timothy L. H. McCormack (eds). ''[http://www.brill.com/legacy-nuremberg-civilising-influence-or-institutionalised-vengeance The Legacy of Nuremberg: Civilising Influence or Institutionalised Vengeance? (International Humanitarian Law).] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20160105053952/http://www.brill.com/legacy-nuremberg-civilising-influence-or-institutionalised-vengeance |date=5 de janeiro de 2016 }}'' [[Martinus Nijhoff Publishers]]. {{ISBN|9004156917}} p.&nbsp;[https://books.google.com/books?id=dg0hWswKgTIC&pg=PA81 81].</ref> As estimativas do número de civis mortos variam de meio milhão a um milhão<ref>{{cite book |last=Robinson |first=Geoffrey B. |date=2018 |title=The Killing Season: A History of the Indonesian Massacres, 1965–66 |url=https://press.princeton.edu/titles/11135.html |location= |publisher=[[Princeton University Press]] |page=3 |isbn=978-1-4008-8886-3 |author-link=}}</ref><ref>{{cite book |last=Melvin |first=Jess |date=2018 |title=The Army and the Indonesian Genocide: Mechanics of Mass Murder |url=https://www.routledge.com/The-Army-and-the-Indonesian-Genocide-Mechanics-of-Mass-Murder/Melvin/p/book/9781138574694 |location= |publisher=[[Routledge]] |page=1 |isbn=978-1-138-57469-4 |author-link=}}</ref><ref name=indoholo>[[Time Magazine]], 30 de setembro de 2015, [http://time.com/4055185/indonesia-anticommunist-massacre-holocaust-killings-1965/ The Memory of Savage Anticommunist Killings Still Haunts Indonesia, 50 Years On] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170301053327/http://time.com/4055185/indonesia-anticommunist-massacre-holocaust-killings-1965/ |date=1 de março de 2017 }}, ''Time''</ref>, mas estimativas mais recentes colocam o número em dois a três milhões. <ref name="Indonesia's killing fields">[http://www.aljazeera.com/programmes/101east/2012/12/2012121874846805636.html Indonesia's killing fields] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20150214005113/http://www.aljazeera.com/programmes/101east/2012/12/2012121874846805636.html |date=14 de fevereiro de 2015 }} [[Al Jazeera]], 21 de dezembro de 2012.</ref><ref>{{cite book |last1=Gellately |first1=Robert |author-link1=Robert Gellately |last2=Kiernan |first2=Ben |author-link2=Ben Kiernan |date=Julho de 2003 |title=The Specter of Genocide: Mass Murder in Historical Perspective |url=http://www.cambridge.org/us/academic/subjects/history/twentieth-century-regional-history/specter-genocide-mass-murder-historical-perspective |location= |publisher=[[Cambridge University Press]] |pages=[https://books.google.com/books?id=k9Ro7b0tWz4C&lpg=PP1&pg=PA290#v=onepage&q&f=false 290–291] |isbn=978-0-521-52750-7}}</ref> O embaixador dos Estados Unidos, [[Marshall Green]], encorajou os líderes militares a agir com força contra os oponentes políticos. <ref name="Aarons" /> Em 2017, documentos desclassificados da Embaixada dos Estados Unidos em Jacarta confirmaram que os Estados Unidos tinham conhecimento detalhado e contínuo dos assassinatos em massa e os facilitaram e os encorajaram ativamente por seus próprios interesses geopolíticos. <ref>{{cite news |author=<!--Staff writer(s); no by-line.--> |title=Files reveal US had detailed knowledge of Indonesia's anti-communist purge |url=https://www.theguardian.com/world/2017/oct/17/indonesia-anti-communist-killings-us-declassified-files |work=[[The Associated Press]] via The Guardian |date=17 de outubro de 2017 }}</ref><ref>{{cite web |url=http://indonesiaatmelbourne.unimelb.edu.au/telegrams-confirm-scale-of-us-complicity-in-1965-genocide/ |title=Telegrams confirm scale of US complicity in 1965 genocide |last=Melvin |first=Jess |date=20 de outubro de 2017 |website=Indonesia at Melbourne |publisher=[[University of Melbourne]] |quote=The new telegrams confirm the US actively encouraged and facilitated genocide in Indonesia to pursue its own political interests in the region, while propagating an explanation of the killings it knew to be untrue.}}</ref><ref>{{cite news |last=Scott |first=Margaret |date=26 de outubro de 2017 |title=Uncovering Indonesia's Act of Killing |url=https://www.nybooks.com/daily/2017/10/20/uncovering-indonesias-act-of-killing/ |work=[[The New York Review of Books]] |quote=According to Simpson, these previously unseen cables, telegrams, letters, and reports "contain damning details that the U.S. was willfully and gleefully pushing for the mass murder of innocent people."}}</ref><ref>{{cite news |last=Bevins |first=Vincent |date=20 de outubro de 2017 |title=What the United States Did in Indonesia |url=https://www.theatlantic.com/international/archive/2017/10/the-indonesia-documents-and-the-us-agenda/543534/ |work=The Atlantic }}</ref> Diplomatas estadunidenses admitiram à jornalista Kathy Kadane, em 1990, que haviam fornecido ao exército indonésio milhares de nomes de supostos partidários do PKI e outros supostos esquerdistas e que os oficiais estadunidenses haviam, em seguida, retirado de suas listas aqueles que haviam sido assassinados. <ref name="washingtonpost.com">{{cite news |last=Kadane |first=Kathy |date=21 de maio de 1990 |title=U.S. Officials' Lists Aided Indonesian Bloodbath in '60s |url=https://www.washingtonpost.com/archive/politics/1990/05/21/us-officials-lists-aided-indonesian-bloodbath-in-60s/ff6d37c3-8eed-486f-908c-3eeafc19aab2/ |work=[[The Washington Post]] }}</ref><ref>{{cite book |last=Robinson |first=Geoffrey B. |date=2018 |title=The Killing Season: A History of the Indonesian Massacres, 1965–66 |url=https://press.princeton.edu/titles/11135.html |location= |publisher=[[Princeton University Press]] |page=203 |isbn=978-1-4008-8886-3 |quote=a US Embassy official in Jakarta, Robert Martens, had supplied the Indonesian Army with lists containing the names of thousands of PKI officials in the months after the alleged coup attempt. According to the journalist Kathy Kadane, "As many as 5,000 names were furnished over a period of months to the Army there, and the Americans later checked off the names of those who had been killed or captured." Despite Martens later denials of any such intent, these actions almost certainly aided in the death or detention of many innocent people. They also sent a powerful message that the US government agreed with and supported the army's campaign against the PKI, even as that campaign took its terrible toll in human lives.}}</ref> A base de apoio do presidente Sukarno foi em grande parte aniquilada, aprisionada e o restante aterrorizada, e assim ele foi forçado a deixar o poder em 1967, substituído por um regime militar autoritário liderado pelo general Suharto.<ref>{{cite book |last=Simpson |first=Bradley |date=2010 |title=Economists with Guns: Authoritarian Development and U.S.–Indonesian Relations, 1960–1968 |url=https://www.sup.org/books/title/?id=7853 |location= |publisher=[[Stanford University Press]] |page=193 |isbn=978-0-8047-7182-5 |quote="Washington did everything in its power to encourage and facilitate the army-led massacre of alleged PKI members, and U.S. officials worried only that the killing of the party's unarmed supporters might not go far enough, permitting Sukarno to return to power and frustrate the [Johnson] Administration's emerging plans for a post-Sukarno Indonesia. This was efficacious terror, an essential building block of the [[neoliberal]] policies that the West would attempt to impose on Indonesia after Sukarno's ouster."}}</ref><ref>Stone, Oliver and Kuznick, Peter, "The Untold History of the United States" (New York: Simon & Schuster, Inc., 2012), p. 352</ref> Alguns acadêmicos atualmente referem aos assassinatos em massa como um genocídio. <ref>{{cite journal |last1=Melvin |first1=Jess |year=2017 |title=Mechanics of Mass Murder: A Case for Understanding the Indonesian Killings as Genocide |journal=[[Journal of Genocide Research]] |volume=19 |issue=4 |pages=487–511 |doi=10.1080/14623528.2017.1393942}}</ref><ref>{{cite book |last=Robinson |first=Geoffrey B. |date=2018 |title=The Killing Season: A History of the Indonesian Massacres, 1965–66 |url=https://press.princeton.edu/titles/11135.html |location= |publisher=[[Princeton University Press]] |page=4 |isbn=978-1-4008-8886-3 |author-link=}}</ref><ref>{{cite book |editor1-last=McGregor |editor1-first=Katharine |editor1-link= |editor2-last=Melvin |editor2-first=Jess |editor2-link= |editor3-last=Pohlman |editor3-first=Annie |editor3-link= |date=2018 |title=The Indonesian Genocide of 1965: Causes, Dynamics and Legacies (Palgrave Studies in the History of Genocide) |url=https://www.palgrave.com/de/book/9783319714547 |location= |publisher=[[Palgrave Macmillan]] |isbn=978-3-319-71454-7}}</ref>
{{Ver artigo principal|[[Operação Ciclone]], [[Doutrina Reagan]], [[Invasão soviética do Afeganistão]], e [[Guerra Civil do Afeganistão]]}}
O presidente Carter reagiu com "choque de boca aberta" à invasão soviética do Afeganistão, e começou imediatamente armar os rebeldes afegãos .<ref>http://www.slate.com/id/2166661</ref> Os soviéticos, várias vezes pouco antes da invasão, haviam encenado conversas com os líderes afegãos, sugerindo que não tinham o desejo de intervir, mesmo quando o [[Politburo]] estava com muita hesitação, considerando tal intervenção. Embora alguns tenham argumentado que os EUA prestaram assistência financeira aos dissidentes afegãos, incluindo os islamistas e outros militantes, antes da invasão, junto com um desejo soviético para proteger o governo esquerdista afegão, ajudaram a convencer os soviéticos a intervir, os soviéticos executaram o presidente afegão e seu filho, substituindo-o por um regime fantoche, imediatamente após a invasão por medo de que os EUA tivessem secretamente vindo a colaborar com ele.<ref name="zcommunications.org">http://www.zcommunications.org/the-rise-and-rise-of-robert-gates-by-roger-morris</ref>


==== 1967: Grécia ====
Um estudo de [[2002]] revelou que, no âmbito da [[Revolução Iraniana]], os Estados Unidos haviam buscado aproximação com o governo afegão, uma perspectiva que a URSS acreditava ser inaceitável (especialmente como sua própria influência sobre o regime estava se esgotando). Assim, os soviéticos intervieram para preservar sua [[esfera de influência]] no país.<ref>Rubin, Michael, "Who is Responsible for the Taliban", Middle East Review of International Affairs, Vol. 6, No. 1 (March 2002). http://meria.idc.ac.il/journal/2002/issue1/mrubin.pdf</ref>
Em 21 de abril de 1967, apenas algumas semanas antes das eleições marcadas, um grupo de oficiais de direita do exército liderados pelo brigadeiro-general [[Stylianos Pattakos]] e os coronéis [[George Papadopoulos]] e [[Nikolaos Makarezos]] tomaram o poder em um golpe de Estado. <ref>{{cite web|url=http://www.historycentral.com/dates/1967.html |title=American/World History 1967-1968 |publisher=Historycentral.com }}</ref> Os líderes golpistas posicionaram tanques em locais estratégicos em Atenas, ganhando efetivamente o controle total da cidade.


Ao mesmo tempo, um grande número de pequenas unidades móveis foram enviadas para prender políticos importantes, figuras de autoridade e cidadãos comuns suspeitos de simpatias com a esquerda, segundo listas preparadas com antecedência. Um dos primeiros a ser preso foi o tenente-general [[Grigorios Spandidakis]], comandante-em-chefe do [[exército grego]]. Os coronéis persuadiram Spandidakis a juntar-se a eles, fazendo-o ativar um plano de ação [[Gladio|previamente elaborado]] para levar o golpe adiante. Nas primeiras horas da manhã, toda a Grécia estava sob controle dos coronéis. Todos os principais políticos, incluindo o primeiro-ministro em exercício, [[Panagiotis Kanellopoulos]], foram presos e mantidos incomunicáveis pelos conspiradores. Às 6:00 da manhã [[Horário do Leste Europeu|EET]], Papadopoulos anunciou que onze artigos da constituição grega foram suspensos. <ref name="Ganser">Ganser, Daniele (2005). ''NATO's secret armies: Operation Gladio and Terrorism in Western Europe.'' Routledge. p. 216.</ref>
Uma das mais longas e mais caras operações secretas da CIA foi o fornecimento de bilhões de dólares em armas para os militantes afegãos mujahideens.<ref>Time Magazine, 13 May 2003, "The Oily Americans", http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,450997-2,00.html</ref> A CIA forneceu assistência aos insurgentes fundamentalistas através dos serviços secretos paquistaneses, a [[Inter-Services Intelligence]] (ISI), em um programa chamado [[Operação Ciclone]]. Algo entre US $ 2 a $ 20 bilhões em fundos dos EUA foram canalizados para o país para treinar e equipar as tropas com armas


O fundador do partido de esquerda [[União do Centro (Grécia)|União do Centro]], [[Geórgios Papandréu (1888-1968)|Georgios Papandreou]], foi preso após uma incursão noturna em sua ''[[villa]]'' em Kastri, Attica. [[Andreas Papandreou]] foi preso no mesmo período, depois que sete soldados armados com baionetas e uma metralhadora entraram à força em sua casa. Andreas escapou para o telhado de sua casa, mas se rendeu depois que um dos soldados apontou uma arma para a cabeça de seu filho, então com catorze anos de idade, [[Geórgios Papandréu (1952)|George Papandreou]].<ref name="Ganser"/> [[Gust Avrakotos]], um oficial de alto escalão da CIA na Grécia, que era próximo dos coronéis, supostamente os aconselhou a "atirar no filho da puta porque ele vai voltar para assombrá-lo".<ref>Charlie Wilson's War, George Crile, 2003, Grove/Atlantic.</ref>
De acordo com "Progressive South Asia Exchange Net", afirmando citar um artigo no ''[[Le Nouvel Observateur]]'', a política dos EUA, sem o conhecimento até dos Mujahideen fez parte de uma estratégia maior de finalidade "para provocar uma intervenção militar soviética."<ref>The interview has been republished by [[Alexander Cockburn]]'s CounterPunch website, but was first posted online here: http://www.proxsa.org/resources/9-11/Brzezinski-980115-interview.htm The link includes the following citation: ''"There are at least two editions of this magazine; with the perhaps sole exception of the Library of Congress, the version sent to the United States is shorter than the French version, and the Brzezinski interview was not included in the shorter version. The above has been translated from the French by Bill Blum, author of the indispensable "Killing Hope: US Military and CIA Interventions Since World War II" and "Rogue State: A Guide to the World's Only Superpower."''</ref> O artigo inclui uma breve entrevista com o Conselheiro de Segurança Nacional de Carter, Zbigniew Brzezinski, no qual ele é citado como tendo dito que os EUA forneceram ajuda para os mujahideens antes da invasão soviética, a fim de provoca-la deliberadamente. Brzezinski se negou a precisão da entrevista. De acordo com Brzezinski, o NSC um [[grupo de trabalho]] sobre o [[Afeganistão]] escreveu vários relatórios sobre a deterioração da situação em [[1979]], mas o presidente Carter os ignorou até a intervenção soviética destruir suas ilusões. Brzezinski declarou que os EUA forneceram desde equipamentos de comunicação a auxílio financeiro limitado aos mujahideen antes da invasão "formal", mas somente em resposta à implantação das forças soviéticas ao Afeganistão e do golpe de 1978, e com a intenção de impedir uma maior invasão soviética na região. Dois documentos desclassificados assinados por Carter pouco antes da invasão que autorizam a prestação "de forma unilateral ou através de países terceiros como o apoio adequado aos insurgentes afegãos quer sob a forma de dinheiro ou suprimentos não-militares" e da distribuição "mundial" de "propaganda não-atribuível" para "expor o governo de esquerda afegão" como "despótico e subserviente à União Soviética" e "divulgar os esforços dos insurgentes afegãos para recuperar a soberania do seu país"; mas os registros também mostram que o fornecimento de armas aos rebeldes não começou até 1980.<ref>http://www.activistmagazine.com/images/stories/government/carter_79-1581.jpg</ref><ref>http://www.activistmagazine.com/images/stories/government/carter_79-1579.jpg</ref>


Os críticos estadunidenses do golpe incluíram o então senador [[Lee Metcalf]], que criticou o governo Johnson por fornecer ajuda a um "regime militar de colaboradores e simpatizantes do nazismo". [[Phillips Talbot]], o embaixador dos Estados Unidos em Atenas, desaprovou o golpe, queixando-se de que representava "um estupro de democracia", ao que John M. Maury, chefe da estação da CIA em Atenas, respondeu: "Como você pode estuprar uma prostituta?" <ref name="Ganser"/> A CIA afirma que o ''timing'' do golpe aparentemente pegou a agência de surpresa.<ref>Weiner, Tim (2007), ''Legacy of Ashes: The History of the CIA'', Doubleday, p. 383.</ref>
A invasão e ocupação soviética matou até 2 milhões de afegãos.<ref>http://users.erols.com/mwhite28/warstat2.htm#Afghanistan</ref>. Brzezinski defendeu o armamento dos rebeldes, em resposta, dizendo que "foi muito importante para acelerar o fim do conflito", salvando assim a vida de milhares de afegãos, mas "não na decisão do conflito, porque na verdade o fato é que mesmo que os mujaheddins não fossem ajudados, eles teriam continuado lutando sem a nossa ajuda, porque também estavam recebendo um monte de dinheiro do Golfo Pérsico e dos países árabes, e eles não iriam parar. Eles não decidiram lutar porque nós exortamo-os. São lutadores, e preferem ser independentes. Apenas acontece um complexo curioso:... eles não gostam de estrangeiros com armas em seu país. E iam para combater os soviéticos. Dar-lhes as armas foi um passo muito importante para derrotar os soviéticos...."<ref>http://www.activistmagazine.com/index.php?option=com_content&task=view&id=1110&Itemid=143</ref>


===Década de 1970 ===
Com o financiamento dos EUA e outros, o ISI armou e treinou mais de 100.000 insurgentes. Em 20 de julho de [[1987]], a retirada das tropas soviéticas do país foi anunciada em conformidade com as negociações que levaram aos [[Acordos de Genebra de 1988]],<ref>{{citar web|url=http://www.un.org/Depts/dpko/dpko/co_mission/ungomap/background.html |título=United Nations Good Offices Mission in Afghanistan and Pakistan - Background |publicado=United Nations |data= |acessodata=2008-11-21}}</ref> com os últimos soviéticos deixando o solo afegão em 15 de fevereiro de [[1989]].
==== 1971: Bolívia ====
O governo dos Estados Unidos apoiou o golpe de 1971 liderado pelo general [[Hugo Banzer]], que depôs o presidente [[Juan José Torres]], da [[Bolívia]]. <ref>[[North American Congress on Latin America]] (NACLA) 25 de Setembro de 2007, [https://nacla.org/article/alliance-power-us-aid-bolivia-under-banzer "Alliance for Power: U.S. Aid to Bolivia Under Banzer"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180317103204/https://nacla.org/article/alliance-power-us-aid-bolivia-under-banzer |date= 17 de março de 2018 }}</ref><ref>[[Huffington Post]], 23 de outubro de 2008 , [https://www.huffingtonpost.com/stephen-zunes/us-intervention-in-bolivi_b_127528.html "U.S. Intervention in Bolivia"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170121101244/http://www.huffingtonpost.com/stephen-zunes/us-intervention-in-bolivi_b_127528.html |date= 21 de janeiro de 2017 }} ''reposted from'' [[Foreign Policy in Focus]]</ref> Torres desagradou Washington ao convocar uma "Asamblea del Pueblo" (Assembleia do Povo ou Assembléia Popular), na qual representantes de setores proletários específicos da sociedade estavam representados (mineiros, professores sindicalizados, estudantes, camponeses) e, mais genericamente, liderando o país, o que foi percebido como uma direção a esquerda. Banzer eclodiu uma sangrenta revolta militar, que teve inicio em 18 de agosto de 1971, na qual conseguiria tomar o poder em 22 de agosto de 1971. Após Banzer ascender o poder, os Estados Unidos forneceram extensa ajuda militar e outros auxílios para a ditadura Banzer uma vez que esta reprimiu a liberdade de expressão e dissensão, torturou milhares, "desapareceu" e assassinou centenas e fechou sindicatos e universidades. <ref>[[BBC News]], 5 de março de 2009, [http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/7925694.stm "Hidden Cells Reveal Bolivia's Dark Past"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20090310105027/http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/7925694.stm |date=10 de março de 2009 }}</ref><ref>[[The Guardian]], 5 de maio de 2002, [https://www.theguardian.com/news/2002/may/06/guardianobituaries.bolivia "Hugo Banzer: Former President and Dictator of Bolivia Who Headed a Brutal Military Regime"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20160721225142/https://www.theguardian.com/news/2002/may/06/guardianobituaries.bolivia |date= 21 de julho de 2016 }}</ref> Torres, que havia fugido da Bolívia, seria sequestrado e assassinado em 1976 como parte da [[Operação Condor]], a campanha de [[repressão política]] e [[terrorismo de Estado]] dos ditadores de direita sul-americanos apoiada pelos Estados Unidos. <ref>[[National Security Archive]] 8 de março de 2013, [https://nsarchive2.gwu.edu/NSAEBB/NSAEBB416/ "Operation Condor on Trial: Legal Proceeding on Latin American Rendition and Assassination Program Open in Buenos Aires"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180317232021/https://nsarchive2.gwu.edu/NSAEBB/NSAEBB416/ |date=17 de março de 2018 }}</ref><ref>{{cite book |last=Blakeley |first=Ruth |date=2009 |title=State Terrorism and Neoliberalism: The North in the South |url=http://www.routledge.com/books/details/9780415462402/ |location= |publisher=[[Routledge]] |page=[https://books.google.com/books?id=rft8AgAAQBAJ&lpg=PP1&pg=PA22#v=onepage&q&f=false 22] & [https://books.google.com/books?id=rft8AgAAQBAJ&lpg=PP1&pg=PA23#v=onepage&q&f=false 23] |isbn=978-0-415-68617-4}}</ref><ref>{{cite book |last1=McSherry |first1=J. Patrice |author-link1=J. Patrice McSherry |editor1=Esparza, Marcia |editor2=Henry R. Huttenbach |editor3=Daniel Feierstein |title=State Violence and Genocide in Latin America: The Cold War Years (Critical Terrorism Studies) |chapter=Chapter 5: "Industrial repression" and Operation Condor in Latin America |page=[https://books.google.com/books?id=acGNAgAAQBAJ&lpg=PP1&pg=PA107#v=onepage&q&f=false 107] |publisher=[[Routledge]] |year=2011 |isbn=978-0-415-66457-8 |chapter-url=https://www.routledge.com/State-Violence-and-Genocide-in-Latin-America-The-Cold-War-Years/Esparza-Huttenbach-Feierstein/p/book/9780415496377}}</ref>


==== 1972-1975: Iraque ====
Os alicerces iniciais da [[al-Qaeda]] foram construídos, em parte, das relações e do armamento que vieram dos bilhões de dólares em apoio dos EUA para os mujahideens afegãos durante a guerra para expulsar as forças soviéticas do país.<ref>{{citar web|url=http://www.tompaine.com/articles/2006/10/27/we_arm_the_world.php
Os Estados Unidos secretamente forneceram milhões de dólares para a insurgência curda apoiada pelo Irã contra o governo iraquiano. <ref>Michael M. Gunter, Conflict Quarterly, Fall 1992, "[https://journals.lib.unb.ca/index.php/JCS/article/viewFile/15068/16137 Foreign Influences on the Kurdish Insurgency in Iraq]," p. 8</ref><ref name="latimes.1991">[[Los Angeles Times]], 14 de Abril de 1991, "[http://articles.latimes.com/1991-04-14/opinion/op-141_1_bush-administration A People Betrayed: Twice Before, Washington Let Kurds Die to Promote Foreign-Policy Designs. Now it's the Bush Administration Doing the Deed] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20160307200112/http://articles.latimes.com/1991-04-14/opinion/op-141_1_bush-administration |date=2016-03-07 }}"</ref> O papel dos Estados Unidos era tão secreto que até o [[Departamento de Estado dos Estados Unidos]] e o "40 Committee", criados para supervisionar as operações encobertas, não foram informados. As tropas do [[Partido Democrático Curdo]] foram lideradas por [[Mustafa Barzani]]. Notavelmente, sem o conhecimento dos [[curdos]], essa era uma ação de mudança de regime encoberta que os estadunidenses queriam fracassar, destinada apenas a drenar os recursos do país. <ref>Michael M. Gunter, Conflict Quarterly, Fall 1992, "[https://journals.lib.unb.ca/index.php/JCS/article/viewFile/15068/16137 Foreign Influences on the Kurdish Insurgency in Iraq]," p. 10</ref><ref>"Even in the context of covert action, ours was a cynical enterprise," according to the 1976 final report of the [[Pike Committee]], the Congressional committee that investigated US intelligence operations. Los Angeles Times, 14 de Abril de 1991, "[http://articles.latimes.com/1991-04-14/opinion/op-141_1_bush-administration A People Betrayed: Twice Before, Washington Let Kurds Die to Promote Foreign-Policy Designs. Now it's the Bush Administration Doing the Deed]"</ref> Os Estados Unidos suspenderam abruptamente o apoio aos curdos em 1975 e, apesar dos pedidos de ajuda curdos, recusaram-se a estender até mesmo a ajuda humanitária aos milhares de [[refugiados curdos]] criados como resultado do colapso da insurgência. <ref>Michael M. Gunter, Conflict Quarterly, Fall 1992, "[https://journals.lib.unb.ca/index.php/JCS/article/viewFile/15068/16137|Foreign Influences on the Kurdish Insurgency in Iraq]," p. 11</ref><ref name="latimes.1991" />
|acessodata=2008-11-21
|título=We Arm The World
|obra=TomPaine.com
|data=27 de outubro de 2006
|autor =William D. Hartung
}}</ref> O [[Atentado de 1993 ao World Trade Center|atentado inicial do World Trade Center]] em [[1993]], os [[Atentados terroristas às embaixadas dos Estados Unidos na África|ataques contra as embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia]], o ataque ao USS Cole, e os [[ataques de 11 de setembro de 2001]] foram todos supostamente ligados a indivíduos e grupos que ao mesmo tempo foram armados e treinados pelos Estados Unidos e/ou seus aliados.<ref name="demokratizatsiya2003">Demokratizatsiya, Spring 2003. Re-published at [http://findarticles.com/p/articles/mi_qa3996/is_200304/ai_n9199132 Find Articles]</ref>


=== Turquia - 1980 ===
==== 1973: Chile ====
O presidente democraticamente eleito [[Salvador Allende]] foi deposto pelas forças armadas e pela polícia nacional chilena. O [[Golpe de Estado no Chile em 1973|golpe de Estado de 1973]] ocorreu após um período prolongado de agitação social e política entre o Congresso do Chile dominado pela direita e Allende, bem como uma [[guerra econômica]] empreendida pelo governo dos Estados Unidos. <ref>{{cite web |url=http://www2.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB8/nsaebb8i.htm |title=Chile and the United States: Declassified Documents Relating to the Military Coup, September 11, 1973 |author=Peter Kornbluh}}</ref> Como um prelúdio para o golpe, o chefe de gabinete do exército chileno,[[René Schneider]], um general dedicado a preservar a ordem constitucional, foi assassinado em 1970 durante uma tentativa frustrada de sequestro apoiada pela CIA.<ref>[http://abcnews.go.com/International/story?id=82588 CIA Admits Involvement in Chile]. ''[[ABC News]].'' September 20</ref><ref>{{cite book |last=Dinges |first=John |date=2005 |title=The Condor Years: How Pinochet And His Allies Brought Terrorism To Three Continents |url=https://books.google.com/books?id=3JjtHROah_YC&lpg=PP1&pg=PA20#v=onepage&q&f=false |location= |publisher=[[The New Press]] |page=20 |isbn=978-1-56584-977-8 |author-link=John Dinges}}</ref> O regime de [[Augusto Pinochet]], que chegou ao poder com o golpe, é notável por ter, por estimativas conservadoras, "desaparecido" com cerca de 3200 dissidentes políticos, encarcerado 30.000 (muitos dos quais foram torturados), e exilado cerca de 200.000 chilenos.<ref>[http://www.minvu.cl/ingles/opensite_20070320074217.aspx Valech Report] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20150322143320/http://www.minvu.cl/ingles/opensite_20070320074217.aspx |date=22 de março de 2015 }} Valech Report</ref><ref>{{cite journal |last=Gómez-Barris |first=Macarena |year=2010 |title=Witness Citizenship: The Place of Villa Grimaldi in Chilean Memory |journal=Sociological Forum |volume=25 |issue=1 |page=34 |doi=10.1111/j.1573-7861.2009.01155.x}}</ref><ref name="ElPaisStadium">{{cite news |title=El campo de concentración de Pinochet cumple 70 años |url=http://www.elpais.com/articulo/deportes/campo/concentracion/Pinochet/cumple/anos/elpepudep/20081203elpepudep_19/Tes |newspaper=[[El País]] |date=3 de dezembro de 2008}}</ref> A CIA, através do [[Projeto FUBELT]] (também conhecido como Track II), trabalhou secretamente para orquestrar as condições para o golpe. Inicialmente, os Estados Unidos negaram qualquer envolvimento, mas muitos documentos relevantes foram desclassificados nas décadas seguintes. <ref>{{cite news |url=https://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-12823979 |work=''BBC News'' |title=Chile President Pinera to ask Obama for Pinochet files |date=23 de março de 2011}}</ref>
{{AP|Golpe de Estado na Turquia em 1980}}
Um dia antes do golpe militar de [[12 de setembro]] de [[1980]] cerca de 3.000 soldados norte-americanos da RDF começaram uma manobra da ''Anvil Express'' em solo turco.<ref>''Alternative Türkeihilfe, Militärs an der Macht'' (An alternative aid for Turkey, Military in Power) Herford (Germany), August 1983, pg.6.</ref> No final de [[1981]], um Conselho de Defesa Turco-Americano ({{lang-tr|Türk-Amerikan Savunma Konseyi}}) foi fundado. O ministro da Defesa Ümit Haluk e [[Richard Perle]], em seguida, Subsecretário da Defesa de política de segurança internacional da nova administração Reagan, e o chefe de gabinete adjunto Necdet Öztorun participaram da sua primeira reunião em [[27 de abril]] de [[1982]].


==== 1979-1989: Afeganistão ====
O apoio estadunidense ao golpe foi reconhecido pelo chefe de estação da CIA em [[Ancara]], Paul Henze. Depois que o governo foi derrubado, Henze telegrafou para [[Washington]], dizendo: "nossos rapazes [em Ancara] fizeram isso".<ref name="Birand">Birand, Mehmet Ali. ''12 Eylül, Saat: 04.00'', 1984, pg. 1</ref> Isto tem criado a impressão de que os Estados Unidos estavam por trás do golpe. Henze negou durante uma entrevista em junho de 2003 na [[CNN Türk]] ''Manşet'', mas dois dias depois Birand apresentou uma entrevista gravada com Henze em [[1997]] em que ele basicamente confirmou a história a Mehmet Ali Birand.<ref name="birand_henze">Balta, Ibrahim. "[http://arsiv.zaman.com.tr/2003/06/14/haberler/h2.htm Birand’dan Paul Henze’ye ‘sesli–görüntülü’ yalanlama]," ''[[Zaman (newspaper)|Zaman]]'', 14 de Junho de 2003.{{Tr icon}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://hurarsiv.hurriyet.com.tr/goster/haber.aspx?viewid=279384
No que ficou conhecido como "[[Operação Ciclone]]", o governo dos Estados Unidos secretamente forneceu armas e financiamento para diversos de senhores da guerra e várias facções de guerrilheiros [[jihad]]istas conhecidos como os [[Unidade Islâmica do Mujahidin do Afeganistão|Mujahideen]] do [[Afeganistão]] [[Guerra Soviético-Afegã|lutando]] para derrubar o governo afegão e as forças militares soviéticas que o apoiavam. Através do [[Inter-Services Intelligence]] (ISI) do [[Paquistão]], os Estados Unidos canalizaram treinamento, armas e dinheiro para os combatentes afegãos, incluindo jihadistas que mais tarde ficaram conhecidos como [[Talibã]]s, e a um custo estimado de US $ 800 milhões para 35.000 combatentes estrangeiros árabes. <ref>[[Washington Post]], 27 de dezembro de 2007, [https://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/12/27/AR2007122702116.html "Sorry Charlie This is Michael Vickers's War"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20171126130632/http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/12/27/AR2007122702116.html |date=26 de Novembro de 2017 }}</ref><ref>Riedel, Bruce 2014, "What We Won: America's Secret War in Afghanistan, 1979–1989," [[Brookings Institution]] Press. pp. ix–xi, 21–22, 98–105</ref><ref>[[Newsweek]], 1 de outubro de 2001, Evan Thomas, "The Road to September 11," {{cite web |url=http://www.newsweek.com/war-terror-road-september-11-151771 |title=The Road to September 11 |deadurl=yes |archiveurl=https://web.archive.org/web/20131122133713/http://www.newsweek.com/war-terror-road-september-11-151771 |archivedate=22 de Novembro de 2013 |df=|date=outubro de 2001 }}</ref><ref>[[The National Security Archive]], 9 de outubro de 2001, [https://nsarchive2.gwu.edu//NSAEBB/NSAEBB57/us.html "U.S. Analysis of The Soviet War in Afghanistan: Declassified"] </ref> Os [[árabes afegãos]] também se "beneficiariam indiretamente a partir do financiamento da CIA, através do ISI e das organizações de resistência" <ref>{{Cite book |url=https://books.google.com/?id=c9V-AgAAQBAJ&pg=PA128&lpg=PA128&dq=afghan+arabs,+cia,+ewans#v=onepage&q=afghan+arabs,+cia,+ewans&f=false |title=Conflict in Afghanistan: Studies in Asymetric Warfare |first=Martin |last=Ewans |date=1 de dezembro de 2004 |publisher=Routledge |via=Google Books|isbn=9781134294817 }}</ref><ref>{{Cite book |url=https://books.google.com/?id=BREUv91DebIC&pg=PP1&lpg=PP1&dq=Ewans,+%22Afghanistan+--+A+New+History.%22#v=onepage&q=cia&f=false |title=Afghanistan – A New History |first1=Sir Martin |last1=Ewans |first2=Martin |last2=Ewans |date=5 de setembro de 2013 |publisher=Routledge |via=Google Books|isbn=9781136803390 }}</ref> Alguns dos maiores beneficiários afegãos da CIA eram comandantes arabistas como [[Jalaluddin Haqqani]] e [[Gulbuddin Hekmatyar]] que foram principais aliados de [[Osama Bin Laden]] durante muitos anos. <ref>[https://books.google.com/books?id=dvtQI1aANTIC&pg=PA142&lpg=PA142&dq=jalaluddin,+bin+laden&source=bl&ots=EVOP5nZNmO&sig=g-kAywYMn8w6RTgcuxUqBesl7pQ&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwjK5Y-FqurRAhXhjlQKHXORDVgQ6AEIODAH#v=onepage&q=jalaluddin%2C%20cia%2C%20bin%20laden&f=false Anand Gopal, et al, "Taliban in North Waziristan" in ''Talibanistan: Negotiating the Borders Between Terror, Politics, and Religion'', Peter Bergen, Katherine Tiedemann eds, pp. 132–142]</ref><ref>{{cite web |url=http://nsarchive.gwu.edu/NSAEBB/NSAEBB389/ |title=The Haqqani History: Bin Ladin's Advocate Inside the Taliban |website=nsarchive.gwu.edu}}</ref><ref>{{Cite book |url=https://books.google.com/?id=OLvTNk75hUoC&printsec=frontcover&dq=kepel,+bin+laden,+cia#v=onepage&q=cia&f=false |title=Jihad: The Trail of Political Islam |first=Gilles |last=Kepel |date=9 de agosto de 2018 |publisher=I.B.Tauris |via=Google Books|isbn=9781845112578 }}</ref> Alguns dos militantes financiados pela CIA se tornariam parte da [[al Qaeda]] mais tarde, incluindo Osama Bin Laden, de acordo com o ex-secretário de Relações Exteriores [[Robin Cook]] e outras fontes. <ref>{{Cite news |url=https://www.theguardian.com/terrorism/story/0,12780,1523838,00.html |title=The struggle against terrorism cannot be won by military means |author=Cook, Robin |work=The Guardian |location=London |date=8 de julho de 2005 |archive-url=https://web.archive.org/web/20050710025703/http://www.guardian.co.uk/terrorism/story/0%2C12780%2C1523838%2C00.html |archive-date=10 de julho de 2005 |dead-url=no |df=}}</ref><ref>"During the anti-Soviet jihad Bin Laden and his fighters received American and Saudi funding. Some analysts believe Bin Laden himself had security training from the CIA." [[BBC News]], 20 de julho de 2004, [http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/1670089.stm "Al-Qaeda's Origins and Links"]{{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130324142230/http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/1670089.stm |date=24 de março de 2013}}</ref><ref>"By 1984, he [[Osama bin Laden]] was running a front organization known as [[Maktab al-Khidamar]] – the MAK – which funneled money, arms and fighters from the outside world into the Afghan war. What the CIA bio conveniently fails to specify (in its unclassified form, at least) is that the MAK was nurtured by Pakistan's state security services, the [[Inter-Services Intelligence]] agency, or ISI, the CIA's primary conduit for conducting the covert war against Moscow's occupation." "So bin Laden, along with a small group of Islamic militants from Egypt, Pakistan, Lebanon, Syria and Palestinian refugee camps all over the Middle East, became the 'reliable' partners of the CIA in its war against Moscow." NBC News, 24 de agosto de 1998, [http://www.nbcnews.com/id/3340101/t/bin-laden-comes-home-roost/#.WsHDwYXfjvY "Bin Laden Comes Home to Roost: His CIA Ties Are Only the Beginning of a Woeful Story"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20160718060636/http://www.nbcnews.com/id/3340101/t/bin-laden-comes-home-roost |date=18 de julho de 2016}}</ref><ref>"...bin Laden's Office of Services, set up to recruit overseas for the war, received some US cash." ''[[The Guardian]]'', 17 de janeiro de 1999 [https://www.theguardian.com/world/1999/jan/17/yemen.islam "Frankenstein the CIA Created"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20161203020151/https://www.theguardian.com/world/1999/jan/17/yemen.islam |date=3 de dezembro de 2016 }}</ref><ref>"And some of the same warriors who fought the Soviets with the C.I.A.'s help are now fighting under Mr. bin Laden's banner." New York Times, 24 de agosto de 1998 [https://www.nytimes.com/1998/08/24/world/afghan-camps-hidden-in-hills-stymied-soviet-attacks-for-years.html "Afghan Camps, Hidden in Hills, Stymied Soviet Attacks for Years"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180402224817/https://www.nytimes.com/1998/08/24/world/afghan-camps-hidden-in-hills-stymied-soviet-attacks-for-years.html |date=2 de abril de 2018 }}</ref> No entanto, [[Controvérsia sobre a assistência da CIA a Al-Qaeda|essas alegações]] são rejeitadas por [[Steve Coll]] (''"Se a CIA teve contato com bin Laden durante a década de 1980 e, posteriormente, encobriu, até agora fez um excelente trabalho"'')<ref>{{cite book |authorlink=Steve Coll |last=Coll |first=Steve |title=Ghost Wars: The Secret History of the CIA, Afghanistan, and Bin Laden, from the Soviet Invasion to September 10, 2001 |publisher=[[Penguin Group]] |year=2004 |isbn=978-1-59420-007-6 |pp=87 }}</ref>, [[Peter Bergen]] (''"A teoria de que Bin Laden foi criado pela CIA é invariavelmente desenvolvida como um axioma sem evidência corroborante"'') <ref>{{cite book |authorlink=Peter Bergen |last=Bergen |first=Peter |title=The Osama bin Laden I Know: An Oral History of al Qaeda's Leader |publisher=[[Simon & Schuster]] |year=2006 |isbn=978-0-7432-9592-5 |pp=60–61}}</ref> e [[Jason Burke]] (''"Costuma-se dizer que bin Laden foi financiado pela CIA. Isso não é verdade, e, de fato, teria sido impossível, dada a estrutura de financiamento que o general [[Zia ul-Haq]], que havia assumido o poder no Paquistão em 1977, havia estabelecido"'').<ref>{{cite book |authorlink=Jason Burke |last=Burke |first=Jason |title=Al-Qaeda: Casting a Shadow of Terror |publisher=[[I.B. Tauris]] |year=2004 |isbn=978-1-85043-666-9 |p=59}}</ref> Embora a Operação Ciclone tenha terminado oficialmente em 1989 com a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, o financiamento do governo dos Estados Unidos para os Mujahideen continuou até 1992, quando os Mujahideen derrubaram o governo afegão em [[Cabul]].<ref>Crile, George (2003) ''Charlie Wilson's War: The Extraordinary Story of the Largest Covert Operation in History'', Atlantic Monthly Press, p. 519</ref>
|acessodata=2008-10-09
|título=Paul Henze ‘Bizim çocuklar yaptı’ demiş
|obra=[[Hürriyet]]
|data=2003-06-14
|língua=Turkish|arquivourl= http://web.archive.org/web/20081003162825/http://hurarsiv.hurriyet.com.tr/goster/haber.aspx?viewid=279384|arquivodata= 3 de Outubro de 2008 <!--DASHBot-->| deadurl= no}}</ref> O [[Departamento de Estado dos Estados Unidos]] anunciou o golpe durante a noite entre 11 e 12 de setembro: os militares haviam telefonado para a embaixada dos Estados Unidos em Ancara para alertá-los do golpe com uma hora de antecedência.<ref name=Gil>Gil, Ata. "La Turquie à marche forcée," ''[[Le Monde diplomatique]]'', Fevereiro de 1981.</ref>


=== Polônia - 1980-1981 ===
=== Irã - 1980 ===
==== Alegado sinal verde dos EUA para Saddam ====
[[Imagem:The Shah with Atherton, Sullivan, Vance, Carter and Brzezinski, 1977.jpg|200px|right|thumb|A reunião do Shah iraniano com o presidente [[Jimmy Carter]] e [[Zbigniew Brzezinski]], 1977.]]
As relações diplomáticas com o Iraque tinham sido cortadas logo após a [[Guerra dos Seis Dias]] de [[1967]] entre árabes e israelenses. Uma década depois, após uma série de grandes acontecimentos políticos, particularmente após a [[Revolução Iraniana]] e a apreensão de funcionários da embaixada na [[Crise do Irã|crise dos reféns do Irã de 1979-1981]], o presidente [[Jimmy Carter]] ordenou uma revisão da política americana para o Iraque.


=== Década de 1980 ===
De acordo com [[Kenneth R. Timmerman]], a "revolução islâmica no Irã chateou toda a equação estratégica na região. Principal aliado dos EUA no [[Golfo Pérsico]], o Shah, foi posto de lado da noite para o dia, e mais ninguém no horizonte poderia substituí-lo como a garantia dos interesses dos EUA na região. "<ref name="deathlobby">Timmerman, Kenneth R. ''The Death Lobby: How the West Armed Iraq''. New York, Houghton Mifflin Company, 1991.</ref>
==== 1980-1989: Polônia ====
Ao contrário do governo Carter, as [[Doutrina Reagan|políticas de Reagan]] apoiaram o [[Solidarność|movimento Solidariedade]] na [[Polônia]] e - com base na inteligência da CIA - empreenderam uma campanha de relações públicas para impedir o que o governo Carter considerou "um movimento iminente de grandes forças militares soviéticas na Polônia". <ref>{{Cite web|url = https://www.cia.gov/library/center-for-the-study-of-intelligence/csi-publications/books-and-monographs/us-intelligence-and-the-polish-crisis-1980-1981/index.htm|title = US Intelligence and the Polish Crisis 1980-1981|date = |accessdate = |website = |publisher =CIA |last = Douglas J. MacEachin}}</ref> Michael Reisman, da Yale Law School, nomeou as operações na Polônia como uma das ações secretas da CIA durante a Guerra Fria. <ref>Looking to the Future: Essays on International Law in Honor of W. Michael Reisman</ref> O coronel [[Ryszard Kukliński]], um oficial superior do Estado-Maior polonês, estava secretamente enviando relatórios à CIA. <ref>Richard T. Davies, "The CIA and the Polish Crisis of 1980–1981." ''Journal of Cold War Studies'' (2004) 6#3 pp: 120-123. [http://www.mitpressjournals.org/doi/abs/10.1162/1520397041447346 online]</ref> A CIA transferiu cerca de US $ 2 milhões anuais em dinheiro para o Solidarność, num total de US $ 10 milhões ao longo de cinco anos. Não havia ligações diretas entre a CIA e o Solidariedade, e todo o dinheiro era canalizado através de terceiros.<ref>{{cite book|author = Gregory F. Domber|title = Supporting the Revolution: America, Democracy, and the End of the Cold War in Poland, 1981--1989|url = https://books.google.com/books?id=Grtub61ScTgC&pg=PA199|year = 2008|publisher = ProQuest|page = 199|isbn = 9780549385165}}, revised as Domber 2014, p. 110 [https://books.google.com/books?id=Hlk7BAAAQBAJ&q=%22although%20Casey%20initiated%22&f=false#v=snippet&q=%22although%20Casey%20initiated%22&f=false].</ref> Oficiais da CIA foram impedidos de se reunir com líderes do Solidarnosc e os contatos da CIA com ativistas do movimento foram mais fracos do que os da [[AFL-CIO]], o qual levantou US $ 300.000 de seus membros, que forneciam material e dinheiro diretamente ao Solidariedade, sem controle de uso deste pelo Solidariedade. O Congresso dos Estados Unidos autorizou o [[National Endowment for Democracy]] para promover a democracia, e este alocou US $ 10 milhões para o Solidariedade. <ref>{{citation|last = Domber|first = Gregory F.|title = What Putin Misunderstands about American Power|url = http://uncpressblog.com/2014/08/28/gregory-f-domber-what-putin-misunderstands-about-american-power/|date = 28 de agosto de 2014|publisher = University of North Carolina Press|series = University of California Press Blog|ref = harv}}</ref>


Quando o governo polonês [[Lei marcial na Polônia|lançou a lei marcial]] em dezembro de 1981, no entanto, o Solidariedade não foi alertado. Explicações possíveis para isso variam; alguns acreditam que a CIA foi pega de surpresa, enquanto outros sugerem que os decisores políticos estadunidenses consideravam uma repressão interna como preferível a uma "inevitável intervenção soviética". <ref>MacEachin, Douglas J. [https://www.cia.gov/library/center-for-the-study-of-intelligence/csi-publications/books-and-monographs/us-intelligence-and-the-polish-crisis-1980-1981/index.htm "US Intelligence and the Polish Crisis 1980–1981."] CIA. 28 de junho de 2008.</ref> O apoio da CIA ao Solidariedade incluía dinheiro, equipamento e treinamento, que era coordenado pelas operações especiais.<ref>Cover Story: The Holy Alliance By Carl Bernstein Sunday, 24 de junho de 2001</ref> [[Henry Hyde]], membro do comitê de inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, declarou que os Estados Unidos forneciam "suprimentos e assistência técnica em termos de jornais clandestinos, radiodifusão, propaganda, dinheiro, ajuda organizacional e conselhos".<ref>Branding Democracy: U.S. Regime Change in Post-Soviet Eastern Europe Gerald Sussman, page 128</ref> Os fundos iniciais para ações encobertas da CIA foram de US $ 2 milhões, mas logo após a autorização foram aumentados e em 1985 a CIA se infiltrou com sucesso na Polônia. <ref name="Executive Secrets page 201-203">Executive Secrets: Covert Action and the Presidency William J. Daugherty. page 201-203</ref>
Durante a crise, o líder iraquiano [[Saddam Hussein]] tentou tirar proveito da desordem da Revolução, da fraqueza das forças armadas iranianas e do antagonismo da revolução com os governos ocidentais. Os militares iranianos haviam sido desativados durante a revolta e com o Xá deposto, Hussein tinha ambições para posicionar-se como o novo homem forte do [[Oriente Médio]]. "Ele condenou a [[invasão soviética do Afeganistão]] e assinou uma aliança com a [[Arábia Saudita]] para bloquear a tentativa apoiada pelos soviéticos para assumir o [[Iêmen do Norte]]. Em [[1979]], ele também permitiu que a CIA, que antes tinha atacado tão virulentamente, para abrir um escritório em [[Bagdá]]."<ref name="webofdeceit">Lando, Barry ''Web of Deceit: The History of Western Complicity in Iraq, from Churchill to Kennedy to George W. Bush'', Other Press, 2007.</ref> [[Zbigniew Brzezinski]], conselheiro de Segurança Nacional do presidente Carter," começou a olhar mais favoravelmente para Saddam Hussein como um contrapeso potencial para o [[aiatolá Khomeini]] e como uma força a contenção do expansionismo soviético na região. "<ref name="deathlobby" /><ref>"Brzezinski maintained that with the right combination of blandishments, Iraq could be weaned away from Moscow. Encouraged by the suppression of the Iraqi Communist party, and perhaps believing that Iraq could, like Egypt after the October 1973 War, also be convinced to turn toward Washington, Brzezinski concluded that Iraq was poised to succeed Iran as the principle pillar of stability in the Persian Gulf. Although this notion remained very discreet for nearly a year, by the spring of 1980 Brzezinski and others in government and the media began to suggest publicly that Iraq was the logical successor to Iran as the dominant military power in the Persian Gulf. ... Indeed, in April, Brzezinski stated on national television that he saw no fundamental incompatibility of interests between the United States and Iraq." Teicher, Howard. ''Twin Pillars To Desert Storm'', William Morrow and Company, Inc. New York, 1993.</ref>


==== 1980-1992: El Salvador ====
<blockquote>A insinuação da mudança na atitude dos EUA em relação ao Iraque foi acolhida muito favoravelmente em Bagdá... Saddam Hussein acreditava que o reconhecimento pelos Estados Unidos sobre o papel do Iraque como contra o radical e fundamentalista Irã iria aumentar a sua ambição de se tornar o chefe reconhecido do mundo árabe. ... Saddam teve uma antiga pontuação para liquidar com os iranianos sobre a sua fronteira sul. Ele nunca tinha gostado do acordo assinado com o Xá em 1975. Sentiu-se confiante de que poderia recuperar o território perdido e, provavelmente, derrubar o regime anti-americano em Teerã por tomar uma ação militar rápida. Ele não tinha ilusões de que os Estados Unidos apoiariam abertamente a guerra que propunha começar. Mas se livrar do Aiatolá Khomeini estava claramente no interesse norte-americano, e em muitas outras maneiras os Estados Unidos e o Iraque poderiam se beneficiar um ao outro, Saddam acreditava. Era hora de renovar as relações diplomáticas com Washington e avançar rapidamente para formas mais elaboradas de cooperação estratégica. <sup>p. 75</sup></blockquote>
O governo de El Salvador travou uma [[Guerra Civil de El Salvador|sangrenta guerra civil]] contra a [[Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional]] (FMLN), uma organização guarda-chuva de grupos de oposição política de esquerda, e contra líderes de cooperativas agrícolas, líderes trabalhistas e outros que defendiam a reforma agrária e melhores condições para "camponeses" (rendeiros e outros trabalhadores agrários) que apoiaram a FMLN. O exército salvadorenho organizou esquadrões da morte militares para aterrorizar a população civil rural para que esta cessasse seu apoio à FMLN. <ref name="Larsen_2010">{{cite encyclopedia |last=Larsen |first=Neil |editor-first=Greg & Gilbert |editor-last=Grandin & Joseph |encyclopedia=A Century of Revolution |title=Thoughts on Violence and Modernity in Latin America |year=2010 |publisher=Duke University Press |location=Durham & London |pages=381–393}}</ref> As forças governamentais mataram mais de 75.000 civis durante a guerra entre 1980 e 1992. <ref>[[The Center for Justice and Accountability]], [http://cja.org/where-we-work/el-salvador/ "El Salvador, 12 Years of Civil War"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180312083751/http://cja.org/where-we-work/el-salvador/ |date= 12 de março de 2018 }}</ref><ref name="UN_report_1993">{{cite report |url=http://www.derechos.org/nizkor/salvador/informes/truth.html |title=Report of the UN Truth Commission on El Salvador |publisher=United Nations |date= 1 de abril de 1993}}</ref><ref name="Uppsala_CA">{{citation |series=Uppsala Conflict Data Program Conflict Encyclopedia |publisher=Uppsala University |location=Uppsala, Sweden |url=http://www.ucdp.uu.se/gpdatabase/gpcountry.php?id=51&regionSelect=4-Central_Americas# |quote=While nothing of the aid delivered from the US in 1979 was earmarked for security purposes, the 1980 aid for security only summed US$6.2 million, close to two-thirds of the total aid in 1979. |title=El Salvador, In Depth: Negotiating a settlement to the conflict}}</ref><ref>{{Cite book |title=The Massacre at El Mozote |last=Danner |first=Mark |publisher=Vintage Books |year=1993 |isbn=978-0-679-75525-8 |location= |page=9}}</ref><ref name="monde-diplomatique_2009">{{citation |url=https://www.monde-diplomatique.fr/carnet/2009-03-19-Salvador |title=El Salvador : des guérilleros au pouvoir |author=Maurice Lemoine |date= 19 de março de 2009 |work=[[Le Monde diplomatique]]}}</ref><ref>NACLA, ''Revolution Brews'' ''cited'' in {{cite book |last=McClintock |first=Michael |title=The American Connection: State Terror and Popular Resistance in El Salvador |year=1985 |url=https://books.google.com/books/about/The_American_Connection_State_terror_and.html?id=QO5qAAAAMAAJ |publisher=Zed Books |isbn=978-0-86232-259-5}}, p. 270</ref> O governo dos Estados Unidos forneceu treinamento militar e armas para os militares salvadorenhos. O [[Batalhão Atlacatl]], um batalhão de contra-insurgência, foi organizado em 1980 na [[Escola das Américas]] e teve um papel de liderança na política militar de "terra arrasada" contra a FLMN e nas aldeias rurais que a apoiavam. Os soldados do Atlacatl foram equipados e dirigidos por conselheiros militares estadunidenses que operavam em El Salvador. <ref>[https://books.google.com/books?id=_c8umnadLwkC&source=gbs_navlinks_s "A Year of Reckoning: El Salvador a Decade After the Assassination of Archbishop Romero"] Human Rights Watch, 1990, pp. 224–225</ref><ref> "How U.S. Advisors Run the War in El Salvador", Philadelphia Inquirer, 29 de maio de 1983</ref><ref>[https://www.nytimes.com/1993/03/21/world/how-us-actions-helped-hide-salvador-human-rights-abuses.html?pagewanted=all "How U.S. Actions Helped Hide Salvador Human Rights Abuses"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180129080818/http://www.nytimes.com/1993/03/21/world/how-us-actions-helped-hide-salvador-human-rights-abuses.html?pagewanted=all |date=29 de janeiro de 2018 }} New York Times, 21 de março de 1993</ref> O Batalhão de Atlacatl também participou do [[Massacre de El Mozote]] em dezembro de 1981. <ref name=CTES>{{cite web |url=http://www.usip.org/files/file/ElSalvador-Report.pdf |title=From Madness to Hope: the 12-year war in El Salvador: Report of the Commission on the Truth for El Salvador |date=15 de março de 1993 |publisher=Commission on the Truth for El Salvador }}</ref> Em maio de 1983, oficiais estadunidenses assumiram posições nos altos escalões das forças armadas salvadorenhas, estavam tomando decisões críticas e administrando a guerra.<ref>[[The Philadelphia Inquirer]], 29 de maio de 1983, How U.S. Advisers Run The War in El Salvador" </ref><ref>"El Salvador Accountability and Human Rights: the Report of the United Nations Commission on the Truth for El Salvador," [[Human Rights Watch]], 10 de agosto de 1993</ref><ref>{{cite book |url=https://books.google.com/?id=uXCpB-D0LLEC&pg=PA47&lpg=PA47&dq=cia+el+salvador |title=Killer Elite |author=Michael Smith |page=52 |publisher=Macmillan |year=2007 |isbn=978-0-312-36272-0}}</ref><ref>[[The Daily Beast]], 9 de Novembro de 2014, [https://www.thedailybeast.com/bringing-el-salvador-nun-killers-to-justice "Bringing El Salvador Nun Killers to Justice: More than 30 Years Later, Justice Closes in on the Salvadorans Behind the Rape and Murder of American Nuns"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180113155959/https://www.thedailybeast.com/bringing-el-salvador-nun-killers-to-justice |date=13 de janeiro de 2018 }}</ref> Uma comissão de apuração de fatos do Congresso dos Estados Unidos concluiu que a política de repressão de "secar o oceano" do exército de El Salvador implicava em eliminar "aldeias inteiras do mapa, para isolar os guerrilheiros e negar-lhes qualquer base rural da qual possam se suprir". <ref>[https://books.google.com/books?ei=T7n_T_LtFYb28gT5-6SfCA&id=v_pcI9_7nvYC&dq. "Central America, 1981: report to the Committee on Foreign Affairs, U.S. House of Representatives"] Gerry E. Studds, William Woodward, United States. Congress. House. Committee on Foreign Affairs, 1981</ref> A estratégia de "secar o oceano" ou "terra arrasada" foi baseada em táticas semelhantes àquelas empregadas pela contra-insurgência da junta na vizinha Guatemala e foram derivadas e adaptadas da estratégia dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã e ensinadas por assessores militares estadunidenses. <ref name="statecraft.org">{{citation |url=http://www.statecraft.org/chapter10.html |title=Instruments of Statecraft: U.S. Guerilla Warfare, Counterinsurgency, and Counterterrorism, 1940–1990 |author=Michael McClintock |year=1992}} Web project by Michael McClintock based on the 1992 book by the same name published by Pantheon Books, a division of Random House, Inc.</ref><ref>Torture techniques used to interrogate prisoners made use of techniques detailed in secret US counter-insurgency manuals and, when US planners proposed a similar counter-insurgency program for dealing with the Iraq insurgency after the 2003 US-led regime change in Iraq, it was referred to as "the Salvador Option".{{cite news |url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/programmes/from_our_own_correspondent/4209595.stm |title=Salvador Option Mooted for Iraq |author=Tom Gibb |work=''BBC News'' |date=27 de janeiro de 2005}} and {{cite web |url=http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB122/ |title=Prisoner Abuse: Patterns from the Past |author1=Thomas Blanton |author2=Peter Kornbluh |lastauthoramp=yes |publisher=The National Security Archive |date=5 de dezembro de 2004}}</ref>


==== 1982–1989: Nicarágua ====
O biógrafo [[Said K. Aburish]], autor de ''Saddam Hussein: The Politics Of Revenge'', diz que o ditador iraquiano fez uma visita a [[Amã]], no ano de [[1979]], antes da [[Guerra Irã-Iraque]], onde se encontrou com o [[Hussein da Jordânia|rei Hussein]] e, muito possivelmente, três agentes da Agência Central de Inteligência (CIA). Aburish diz que há "evidências consideráveis de que ele discutiu seus planos para invadir o Irã com os agentes da CIA." <ref>Aburish, Said K. [http://www.pbs.org/wgbh/pages/frontline/shows/saddam/interviews/aburish.html The survival of Saddam], PBS ''Frontline''. January 25, 2000.</ref><ref>"As it became increasingly clear that the dispute between Saddam and Khomeini could lead to war, Saddam also began looking for allies among his neighbors. ... The most important of these meetings was with Saudi Prince Fahd. As if contracting a mafia hit team, Fahd promised Saddam billions of dollars of support for any move to eliminate Khomeini. The United States followed all this with obvious approval. ... [T]he U.S. made certain that Saddam Hussein understood that an attack on Khomeini would be welcomed by Washington and supported by its allies in the Gulf. Indeed, when Iraqi forces swept into Iran on September 22, 1980, there were no indignant speeches from Western leaders or calls for a U.S. embargo, as there were when Saddam invaded Kuwait ten years later." Lando, Barry M. ''Web Of Deceit'', Other Press, 2007.</ref> Timmerman registra que as autoridades norte-americanas reuniram somente com o rei Hussein, precisamente na mesma data, observando que essa "sessão ultra-secreta de negociações foi ideia de Brzezinski ". Ele cita o agente do Conselho de Segurança Nacional e ex-assessor [[Gary G. Sick]]:<ref name="deathlobby" />
O governo dos Estados Unidos tentou derrubar o governo da Nicarágua ao armar secretamente, treinar e financiar os [[Contras]], um grupo rebelde baseado em Honduras que foi criado para sabotar a Nicarágua e desestabilizar o governo nicaraguense. <ref>[https://fas.org/irp/offdocs/nsdd/nsdd-17.pdf National Security Decision Directive 17 (NSD-17)], January 1982, {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20160424094345/https://fas.org/irp/offdocs/nsdd/nsdd-17.pdf |date=24 de abril de 2016 }}</ref><ref>[http://www.brown.edu/Research/Understanding_the_Iran_Contra_Affair/documents/d-all-45.pdf Presidential Finding authorizing paramilitary activities], December 1981, {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20121030205727/http://www.brown.edu/Research/Understanding_the_Iran_Contra_Affair/documents/d-all-45.pdf |date= 30 de outubro de 2012 }}</ref><ref>New York Times, 22 de fevereiro de 1985, [https://www.nytimes.com/1985/02/22/us/president-asserts-goal-is-to-remove-sandinista-regime.html "President Asserts Goal Is to Remove Sandinista Regime"]
{{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20160814030115/http://www.nytimes.com/1985/02/22/us/president-asserts-goal-is-to-remove-sandinista-regime.html |date=14 de agosto de 2016 }}</ref><ref>Terrorism Research and Analysis Consortium, [http://www.trackingterrorism.org/group/contras "Contras"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20161019145304/http://www.trackingterrorism.org/group/contras |date=19 de outubro de 2016 }}</ref> Como parte do treinamento, a CIA distribuiu um manual detalhado intitulado "''[[Psychological Operations in Guerrilla Warfare]]''", que instruiu os Contras, entre outras coisas, sobre como explodir prédios públicos, assassinar juízes, criar mártires e chantagear cidadãos comuns. <ref>Facts on File World News Digest, 19 de outubro de 1984, [http://bailey83221.livejournal.com/60879.html#2c "U.S. Orders Probe of CIA Terror Manual"] archived at Live Journal: {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20060531103945/http://bailey83221.livejournal.com/60879.html#2c |date=31 de maio de 2006 }}</ref> Além de orquestrar os Contras, o governo estadunidense também explodiu pontes e minou o porto de [[Corinto (Nicarágua)|Corinto]], causando o afundamento de vários navios civis nicaraguenses e estrangeiros e muitas mortes de civis. <ref>Woodward, Bob, "Veil, The Secret Wars of the CIA," 1987 New York: Simon & Schuster</ref><ref>Gilbert, Dennis, "Sandinistas: The Party and The Revolution," Oxford: Basil Blackwell, 1988, p. 167</ref><ref>Los Angeles Times, 5 de março de 1986, [http://articles.latimes.com/1985-03-05/news/mn-12633_1_harbor-mining "Setback for Contras : CIA Mining of Harbors 'a Fiasco'"]{{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20131218102454/http://articles.latimes.com/1985-03-05/news/mn-12633_1_harbor-mining |date=18 de dezembro de 2013}}</ref><ref>International Court of Justice, Nicaragua v. United States of America, 27 de junho de 1986, {{cite web |url=http://www.icj-cij.org/docket/?sum=367&p1=3&p2=3&case=70&p3=5 |title=Cour internationale de Justice - International Court of Justice &#124; International Court of Justice |deadurl=yes |archiveurl=https://web.archive.org/web/20150301210929/http://www.icj-cij.org/docket/?sum=367&p1=3&p2=3&case=70&p3=5 |archivedate=1 de março de 2015 |df=}}</ref> Após a [[Emenda Boland]] ter tornado ilegal o patrocínio das atividades dos Contras pelo governo estadunidense, a administração do presidente Reagan vendeu secretamente armas ao governo iraniano para financiar um aparato secreto do governo dos Estados Unidos que continuava a financiar ilegalmente os Contras, no que ficou conhecido como o caso [[Irã-Contras]]. <ref>New York Times, 10 de julho de 1987, [https://www.nytimes.com/1987/07/10/world/iran-contra-hearings-boland-amendments-what-they-provided.html "Iran-Contra Hearings; Boland Amendments: What They Provided"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130531164036/http://www.nytimes.com/1987/07/10/world/iran-contra-hearings-boland-amendments-what-they-provided.html |date=31 de maio de 2013}}</ref> Os Estados Unidos continuaram a armar e treinar os Contras mesmo depois que o governo sandinista da Nicarágua venceu as eleições de 1984. <ref>BBC News, 27 de junho de 1986, [http://news.bbc.co.uk/onthisday/hi/dates/stories/june/27/newsid_2520000/2520169.stm "BBC On This Day – 5 – 1984: Sandinistas claim election victory"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130922162721/http://news.bbc.co.uk/onthisday/hi/dates/stories/june/27/newsid_2520000/2520169.stm |date=22 de setembro de 2013}}</ref><ref>New York Times, 16 de novembro de 1984, [https://www.nytimes.com/1984/11/16/opinion/l-nicaraguan-vote-free-fair-hotly-contested-089345.html "Nicaraguan Vote: 'Free, Fair, Hotly Contested'"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170701011437/http://www.nytimes.com/1984/11/16/opinion/l-nicaraguan-vote-free-fair-hotly-contested-089345.html |date=1 de julho de 2017 }}</ref>


==== 1983: Granada ====
<blockquote>Brzezinski estava permitindo que Saddam assumisse que houve um sinal verde dos EUA para a invasão do Irã, porque não havia sinal vermelho explícito. Mas dizer que os EUA planejaram e traçaram tudo com antecedência simplesmente não é verdade. Saddam tinha suas próprias razões para invadir o Irã, e elas eram suficientes. <sup>p. 76</sup></blockquote>
No que o governo dos Estados Unidos chamou de [[Operação Fúria Urgente]], os militares estadunidenses invadiram a pequena nação insular de [[Granada (país)|Granada]] para remover o governo marxista que a administração Reagan considerou condenável.<ref>New York Times, 30 de março de 1984, [https://www.nytimes.com/1984/03/30/world/medals-outnumber-gi-s-in-grenada-assault.html "Medals Outnumber G.I.s in Grenada Assault"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170213084434/http://www.nytimes.com/1984/03/30/world/medals-outnumber-gi-s-in-grenada-assault.html |date=13 de fevereiro de 2017 }}</ref><ref>Stuart, Richard W., 2008, [http://www.history.army.mil/html/books/grenada/urgent_fury.pdf "Operation Urgent Fury: The Invasion of Grenada, October 1983"] U.S. Army, {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20150924100641/http://www.history.army.mil/html/books/grenada/urgent_fury.pdf |date=24 de setembro de 2015 }}</ref> A [[Assembleia Geral das Nações Unidas]] chamou a invasão de "uma violação flagrante da lei internacional"<ref>[http://www.un.org/en/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/RES/38/7 United Nations General Assembly Resolution 38/7], 2 de novembro de 1983, {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20161111095400/http://www.un.org/en/ga/search/view_doc.asp?symbol=A%2FRES%2F38%2F7 |date=11 de novembro de 2016}}</ref>, mas uma resolução similar amplamente apoiada pelo [[Conselho de Segurança das Nações Unidas]] foi vetada pelos Estados Unidos. <ref>Global Policy Forum, Foreign Policy in Focus, Zunes, Stephen, October 2003, [https://www.globalpolicy.org/component/content/article/155/25966.html "The U.S. Invasion of Grenada: A Twenty Year Retrospective"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170523150329/https://www.globalpolicy.org/component/content/article/155/25966.html |date=23 de maio de 2017 }}</ref><ref>[http://research.un.org/en/docs/sc/quick/ United Nations Security Council vetoes], 28 de outubro de 1983, {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20161019212459/http://research.un.org/en/docs/sc/quick/ |date=19 de outubro de 2016 }}</ref>


==== 1989: Panamá ====
De acordo com as memórias de [[Zbigniew Brzezinski]], os Estados Unidos, inicialmente adotaram uma posição neutra em grande parte a respeito da Guerra Irã-Iraque, com algumas pequenas exceções. Primeiro, os EUA agiram em uma tentativa de evitar o alargamento do confronto, em grande parte, a fim de evitar uma perturbação adicional para o fornecimento de petróleo mundial e para honrar garantias de segurança dos EUA à [[Arábia Saudita]]. Como resultado, os EUA reagiram ao movimento de tropas soviéticas, na fronteira do Irã, informando a [[União Soviética]] que defenderia o Irã em caso de invasão soviética. Os EUA também tomaram medidas para defender a Arábia Saudita, e pressionaram os estados vizinhos para não se envolverem na guerra. Brzezinski caracteriza este reconhecimento do Oriente Médio como uma região estratégica vital em pé de igualdade com a [[Europa Ocidental]] e o [[Extremo Oriente]] como uma mudança fundamental na política estratégica dos EUA.<ref name="power">Brzezinski, Zbigniew. ''Power and Principle, Memoirs of the National Security Advisor 1977-1981'', Farrar Straus Giroux. 1983.</ref> Segundo, os Estados Unidos exploraram se a Guerra Irã-Iraque iria oferecer alavancagem com a qual poderiam resolver a crise dos reféns iranianos. Neste sentido, a administração Carter explorou o uso tanto das "cenouras", sugerindo que poderiam oferecer assistência militar ao Irã após a libertação dos reféns, como de "paus", desencorajando a assistência militar israelense ao Irã e sugerindo que estes poderiam oferecer assistência militar ao Iraque se os iranianos não libertassem os reféns. Terceiro como a guerra avançava, a liberdade de navegação, especialmente no [[Estreito de Ormuz]], foi considerada uma prioridade crítica.<ref name=power />
Em dezembro de 1989, em uma operação militar chamada [[Operação Justa Causa]], os Estados Unidos invadiram o Panamá. O presidente [[George H. W. Bush]] lançou a guerra dez anos depois que os [[Tratados Torrijos-Carter]] foram ratificados para transferir o controle do Canal do Panamá dos Estados Unidos para o Panamá no ano 2000. Os Estados Unidos depuseram o líder panamenho ''de facto'', o general e ditador [[Manuel Noriega]]. O presidente eleito [[Guillermo Endara]] foi empossado no cargo e a Força de Defesa do Panamá foi dissolvida.


== Pós-Guerra Fria ==
==== Esforço para desestabilizar através da guerra ====
=== Década de 1990 ===
[[Imagem:Shakinghands high.OGG|thumb|thumbtime=05|[[Donald Rumsfeld]], enviado especial de [[Ronald Reagan]], reunido com [[Saddam Hussein]], em 19-20 de dezembro de 1983 para reforçar os laços e a cooperação]]
==== 1991: Kuwait ====
Depois que o Iraque [[Invasão do Kuwait|invadiu o Kuwait em agosto de 1990]], o governo dos Estados Unidos fez ''lobby'' aos governos representados no [[Conselho de Segurança das Nações Unidas]] para apoiarem uma resolução autorizando os membros da ONU a usar "todos os meios necessários" para retirar as forças iraquianas do [[Kuwait]].<ref>[[Global Policy Reform]], [https://www.globalpolicy.org/component/content/article/167/35359.html "Baker Twists Arms of Yemen, Colombia and Malaysia"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20090902234947/http://www.globalpolicy.org/component/content/article/167/35359.html |date=2 de setembro de 2009 }} ''citing'' [[James Baker|James A. Baker III]], The Politics of Diplomacy: Revolution, War and Peace, 1989–1992 ([[New York City|New York]]: G.P. Putnam's Sons, 1995), pp. 317–320</ref> A [[Resolução 678 do Conselho de Segurança das Nações Unidas|Resolução 678]], incluindo tal linguagem, foi aprovada e os Estados Unidos reuniram uma [[Coalizão da Guerra do Golfo|força de coalizão]] de 34 países para intervir. A operação foi lançada em janeiro de 1991 e possuiu o codinome "[[Operação Tempestade no Deserto]]". A coalizão liderada pelos Estados Unidos repeliu as forças iraquianas do Kuwait e retornou o poder ao emir, xeique [[Jaber Al-Ahmad Al-Sabah]].<ref>New York Times, 15 de março de 1991, [https://www.nytimes.com/1991/03/15/world/after-war-kuwait-kuwaiti-emir-tired-tearful-returns-his-devastated-land.html "After the War: Kuwait; Kuwaiti Emir, Tired and Tearful, Returns to His Devastated Land"], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20171012095410/http://www.nytimes.com/1991/03/15/world/after-war-kuwait-kuwaiti-emir-tired-tearful-returns-his-devastated-land.html |date=12 de outubro de 2017 }}</ref>


==== 1994–2000: Iraque ====
Durante a guerra, os EUA trabalharam secretamente para desestabilizar o Irã e o Iraque. Em [[1982]], o momento da guerra tinha mudado a favor do Irã, que estava ameaçando [[Baçorá]], segunda maior cidade do Iraque. De acordo com um depoimento de [[1995]] pelo oficial do Conselho de Segurança Nacional de Reagan, Howard Teicher, "Na primavera de 1982, o Iraque esteve à beira de perder sua guerra com o Irã... Em junho de 1982, o presidente Reagan decidiu que os Estados Unidos... fariam o que fosse necessário e legal para impedir o Iraque de perder a guerra com o Irã”.
A CIA lançou a Operação DBACHILLES, uma operação golpista contra o governo iraquiano, recrutando [[Ayad Allawi]], que liderava o [[Acordo Nacional Iraquiano]], uma rede de iraquianos que se opunha ao governo de Saddam Hussein, como parte da operação. A rede incluía militares iraquianos e oficiais de inteligência, mas foi infiltrada por pessoas leais ao governo iraquiano. <ref name=AFIO-WIN-19-03>{{citation |url=http://www.afio.com/sections/wins/2003/2003-19.html#terrirst |author=Association of Former Intelligence Officers |title=US Coup Plotting in Iraq |id=Weekly Intelligence Notes 19-03 |date=19 de maio de 2003}}</ref><ref>{{cite news |work=The Washington Post |date=16 de maio de 2003 |title=The CIA And the Coup That Wasn't |url=https://www.washingtonpost.com/archive/opinions/2003/05/16/the-cia-and-the-coup-that-wasnt/0abfb8fa-61e9-4159-a885-89b8c476b188/}}</ref><ref>{{cite news |work=The Washington Post |date=23 de junho de 1996 |title=With CIA's Help, Group in Jordan Targets Saddam; U.S. Funds Support Campaign To Topple Iraqi Leader From Afar |url=https://pqasb.pqarchiver.com/washingtonpost/doc/307963286.html?FMT=ABS&FMTS=ABS:FT&date=Jun+23%2C+1996&author=Lancaster%2C+John%7C%7C%7C%7C%7C%7COttaway%2C+David+B&desc=With+CIA%27s+Help%2C+Group+in+Jordan+Targets+Saddam%3B+U.S.+Funds+Support+Campaign+To+Topple+Iraqi+Leader+From+Afar}}</ref> Também usando Ayad Allawi e sua rede, a CIA dirigiu uma campanha de sabotagem e bombardeio em Bagdá entre 1992 e 1995, contra alvos que - segundo o governo iraquiano na época - mataram muitos civis, incluindo pessoas em uma sala de cinema lotada. <ref name="Allawi">{{cite news |quote="The Iraqi government at the time claimed that the bombs, including one it said exploded in a movie theater, resulted in many civilian casualties&nbsp;... One former Central Intelligence Agency officer who was based in the region, [[Robert Baer]], recalled that a bombing during that period 'blew up a school bus; school children were killed.' Mr. Baer&nbsp;... said he did not recall which resistance group might have set off that bomb. Other former intelligence officials said Dr. Allawi's organization was the only resistance group involved in bombings and sabotage at that time. But one former senior intelligence official recalled that 'bombs were going off to no great effect.' 'I don't recall very much killing of anyone,' the official said." |work=The New York Times |date= 9 de junho de 2004 |title=Ex-C.I.A. Aides Say Iraq Leader Helped Agency in 90's Attacks |url=https://www.nytimes.com/2004/06/09/world/reach-war-new-premier-ex-cia-aides-say-iraq-leader-helped-agency-90-s-attacks.html}}</ref> A campanha de bombardeio da CIA pode ter sido apenas um teste da capacidade operacional da rede de ativos da CIA no terreno e não pretendia ser o lançamento do golpe em si.<ref name="Allawi" /> O golpe foi malsucedido, mas Ayad Allawi foi mais tarde nomeado primeiro-ministro do Iraque pelo [[Conselho Governante Iraquiano]], criado pela coalizão liderada pelos Estados Unidos após a [[Guerra do Iraque|invasão e ocupação do Iraque em março de 2003]]. Como uma medida não secreta, os Estados Unidos em 1998 promulgaram a ''"[[Iraq Liberation Act]]"'', que afirma, em parte, que "deve ser a política dos Estados Unidos apoiar os esforços para remover o regime liderado por Saddam Hussein do poder no Iraque" e destinar fundos para a ajuda estadunidense "às organizações democráticas da oposição iraquiana". <ref>[https://www.gpo.gov/fdsys/pkg/PLAW-105publ338/html/PLAW-105publ338.htm Pub.L. 105–338], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170329062723/https://www.gpo.gov/fdsys/pkg/PLAW-105publ338/html/PLAW-105publ338.htm |date=29 de março de 2017}}, [https://www.gpo.gov/fdsys/pkg/STATUTE-112/pdf/STATUTE-112-Pg3178.pdf 112 Stat. 3178], {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20160922231653/https://www.gpo.gov/fdsys/pkg/STATUTE-112/pdf/STATUTE-112-Pg3178.pdf |date=22 de setembro de 2016 }}, promulgada em 31 de outubro de 1998</ref>


==== 1997: Indonésia ====
Mas em [[1985]], os EUA estavam trabalhando para conter os iraquianos. Um memorando de maio [[1985]] o diretor da CIA, Casey disse: "Nossa inclinação para o Iraque foi oportuna quando o Iraque era contra as cordas e a revolução islâmica estava em um rolo. O tempo pode agora ter de vir a se inclinar para trás..."<ref name="ReferenceA">http://www.zcommunications.org/fueling-the-iran-iraq-slaughter-by-larry-everest</ref> Em Setembro de 1986, o oficial de Reagan [[Oliver North]] prometeu que os EUA poderiam "levar a nossa influência para com certas nações árabes amigáveis" para derrubar o regime de Saddam Hussein<ref name="ReferenceA"/> Anteriormente, em fevereiro de 1986, enquanto estas discussões secretas estavam ocorrendo, o Irã marcou uma grande vitória, capturando a península de Fao do Iraque. ''[[The New York Times]]'' (1/19/87) relatou que oficiais do governo iraquiano acreditavam que sua derrota em Fao "foi devido a falha de inteligência dos EUA." O Iraque detectou movimentos de tropas iranianas, disse o oficial iraquiano, mas os EUA "continuaram a dizer-nos que o ataque iraniano não seria dirigido contra Fao."<ref name="ReferenceA"/> Quando o Iraque atacou intencionalmente o ''[[USS Stark (FFG-31)|USS Stark]]'', no entanto, os EUA não puniram o Iraque. A partir de 24 de julho de 1987 a. 26 setembro de 1988, a [[Marinha dos EUA]] lançou a [[Operação Earnest Will]], em que os estadunidenses escoltaram e protegeram petroleiros do [[Kuwait]] de ataques iranianos, a pedido do Kuwait<ref>"Kuwaiti Call for Help Led to U.S. Role in Gulf," Los Angeles Times, 4 July 1988.</ref>. A Operação Earnest Will foi a maior operação de comboio naval realizada pelos EUA desde a Segunda Guerra Mundial e constituíram em uma política de "intervenção neutra", calculada para ser deteriorável para o Irã, mas oficialmente a manutenção da política dos EUA de neutralidade.<ref>Stephen Andrew Kelley (June 2007), "Better Lucky Than Good: Operation Earnest Will as Gunboat Diplomacy." Naval Postgraduate School. http://www.nps.edu/Academics/Centers/CCC/Research/StudentTheses/kelley07.pdf.</ref>
A administração Clinton viu uma oportunidade para derrubar o presidente indonésio Suharto, quando seu governo sobre a Indonésia tornou-se cada vez mais precário depois da [[crise financeira asiática de 1997]]. As autoridades estadunidenses tentaram exacerbar a crise monetária da Indonésia fazendo com que o [[Fundo Monetário Internacional]] se opusesse aos esforços de Suharto para estabelecer um [[comité monetário]] para estabilizar a rupia, provocando assim descontentamento. O diretor do FMI, [[Michel Camdessus]], gabou-se: "criamos as condições que obrigaram o presidente Suharto a deixar o cargo". O ex-secretário de Estado dos Estados Unidos [[Lawrence Eagleburger]] comentou mais tarde: "Fomos bastante espertos ao apoiarmos o FMI quando este derrubou [Suharto]. Se isso foi uma maneira sábia de proceder é outra questão. Eu não estou dizendo que o Sr. Suharto deveria ter ficado, mas eu meio que gostaria que ele tivesse saído em termos diferentes daqueles pelo qual o FMI o expulsou". <ref>{{cite news |last1=Hanke |first1=Steve |title=20th Anniversary, Asian Financial Crisis: Clinton, The IMF And Wall Street Journal Toppled Suharto |url=https://www.forbes.com/sites/stevehanke/2017/07/06/20th-anniversary-asian-financial-crisis-clinton-the-imf-and-wall-street-journal-toppled-suharto/ |work=Forbes |date=6 de julho de 2017}}</ref><ref>{{cite news |last1=Tyson |first1=James L. |title='Dollar diplomacy' rises again as foreign-policy tool |url=https://www.csmonitor.com/1999/0210/p2s2.html|work=The Christian Science Monitor |date=10 de fevereiro de 1999}}</ref> [[tumultos na Indonésia em maio de 1998|Centenas morreriam na crise]] que se seguiu.


=== Década de 2000 ===
Entre 1987 e 1988, os EUA estavam engajados em um esforço secreto para espionar o Irã com aeronaves, no que foi chamado de [[Operação Eager Glacier]]. Em 18 de abril de 1988, os EUA lançaram a [[Operação Mantis Praying]], reivindicado pelos EUA como uma resposta à explosão do ''[[USS Samuel B. Roberts]].'' Até o final da operação, a frota americana havia danificado as instalações navais e de inteligência iraniana em duas plataformas de petróleo inoperável no Golfo Pérsico, e afundado pelo menos três embarcações rápidas armadas iranianas, uma fragata e uma canhoneira de ataque rápido. Outra fragata iraniana foi danificada na operação.<ref name="nhhsite">{{citar web|último = Peniston|primeiro = Bradley|autorlink = |coautor= |título= No Higher Honor: Photos: Operation Praying Mantis |obra= |publicado= |ano= 2006 | url = http://www.navybook.com/nohigherhonor/pic-prayingmantis.shtml| doi = |acessodata= 2009-02-02}}</ref> Esta operação norte-americana é creditada para com forçar o Irã a concordar com um cessar-fogo com o Iraque.<ref>{{citar livro|autor =Peniston, Bradley| url=http://www.navybook.com/nohigherhonor |título= No Higher Honor: Saving the USS Samuel B. Roberts in the Persian Gulf |local=Annapolis |publicado=Naval Institute Press|ano=2006|isbn=978-1-59114-661-2 |página= 217}}</ref> Além disso, a [[Organização dos Mujahidin do Povo Iraniano]] apoiada pelos EUA invadiu o Irã a partir de sua base no Iraque, pouco após o fim da Guerra Irã-Iraque, em uma tentativa fracassada de derrubar o governo do Irã.
==== 2000: Iugoslávia ====
Do período de 1998 a 2000, pouco mais de US $ 100.000.000 foram canalizados do Departamento de Estado dos Estados Unidos através de ''Quangos'' para partidos da oposição, a fim de provocar uma mudança de regime na [[Iugoslávia]]. <ref name="Wilson346">{{cite web |author=Ray Jennings |title=346. Serbia's October Revolution: Evaluating International Efforts Promoting Democratic Breakthrough |publisher=Global Europe Program |year=2011 |url=http://www.wilsoncenter.org/publication/346-serbias-october-revolution-evaluating-international-efforts-promoting-democratic }}</ref> Após as questões relativas aos resultados das [[Eleições gerais na Iugoslávia em 2000|eleições iugoslavas de 2000]], o Departamento de Estado dos Estados Unidos apoiou fortemente grupos de oposição como o ''[[Otpor!]]'' através do fornecimento de material promocional e também de serviços de consultoria via ''Quangos''.<ref>{{cite web |author=Nicholas Thompson |title=This Ain't Your Momma's CIA |website=Washington Monthly |year=2001 |url=http://www.washingtonmonthly.com/features/2001/0103.thompson.html |deadurl=yes |archiveurl=https://web.archive.org/web/20070109084028/http://www.washingtonmonthly.com/features/2001/0103.thompson.html |archivedate=9 de janeiro de 2007}}</ref> O envolvimento dos Estados Unidos serviu para acelerar e organizar a dissidência por meio de exposição, recursos, incentivo moral e material, apoio tecnológico e aconselhamento profissional.<ref name="Wilson346" /> Esta campanha foi um dos fatores que contribuíram para a [[Revolução Bulldozer]] e, portanto, a derrubada do presidente de longa data [[Slobodan Milošević]] em 5 de outubro de 2000. <ref name="Wilson346" />


=== Nicarágua - 1981-1990 ===
==== 2003: Iraque ====
A [[Guerra do Iraque]] foi um prolongado conflito armado que começou em março de 2003. Uma coalizão militar liderada pelos Estados Unidos invadiu o país e derrubou o governo iraquiano.
{{AP|Doutrina Reagan}}
De [[1981]] a [[1990]], a CIA plantou minas em portos civis e afundando navios civis em uma tentativa de derrubar o governo sandinista da Nicarágua. Os EUA também armaram e treinaram a insurgência guerrilheira "[[Contras]]" para desestabilizar o governo nicaragüense.


==== Desestabilização através de recursos da CIA ====
Em [[1983]], a CIA criou um grupo "''Unilaterally Controlled Latino Assets''" (UCLAs), cuja tarefa era "sabotagem de portos, refinarias, barcos e pontes, e tentar fazer com que pareça que os contras tinham feito isso."<ref>Leogrande, Leonard M, "Making the Economy Scream: US economic sanctions against Sandinista Nicaragua" (Third World Quarterly, Vol. 17, No. 2), pp 340.</ref> Em Janeiro de [[1984]], esse UCLA realiza a operação para a qual seria mais conhecido, a gota d'água que levou à ratificação da [[Emenda Boland]], o ataque de vários portos nicaragueses, que afundaram vários barcos da Nicarágua, danificou pelo menos cinco navios estrangeiros, e trouxe uma avalanche de condenação internacional
sobre os Estados Unidos<ref>Gilbert, Dennis ''Sandinistas: the party and the revolution'', Oxford: Basil Blackwell, 1988, pp 167</ref>.


==== Armando os Contras ====
[[Imagem:Oliver North mug shot.jpg|thumb|[[Oliver North]]]]
Os Contras, com base na vizinha [[Honduras]], travaram uma [[guerra de guerrilha]] da insurgência, em um esforço para derrubar o governo da Nicarágua e de tomar o poder. A forma de guerra dos Contras era "um abuso consistente e sangrento dos direitos humanos, com assassinatos, torturas, mutilações, estupros, incêndios, destruição e seqüestros."<ref name="CIIR">{{citar jornal|título=Right to Survive: Human Rights in Nicaragua|formato=print|autor =The Catholic Institute for International Relations|publicado=The Catholic Institute for International Relations|ano=1987}}</ref><ref name="ReferenceB">Brody, Reed. "Contra Terror in Nicaragua", South End Press (Boston, Massachusetts). ISBN 978-0-89608-313-4.</ref> Os Contras "sistematicamente se envolveram em abusos violentos ... tão prevalente que estes possam ser ditos ser o seu principal meio de fazer a guerra."<ref name="CIIR"/><ref name="ReferenceB"/> Um relatório da [[Human Rights Watch]] descobriu que os Contras eram culpados por visar unidades de saúde e profissionais de saúde para o assassinato; seqüestro de civis; tortura e execução de civis, incluindo crianças, que foram capturadas em combate, estupro de mulheres, atacar indiscriminadamente civis e casas de civis; apreender bens civis; e queimar casas de civis em cidades capturadas .<ref name="AW1986">{{citar jornal|título=Human Rights in Nicaragua 1986|formato=print|autor =The Americas Watch Committee|publicado=Americas Watch|data=fevereiro de 1987}}</ref>


== Ver também ==
A Emenda Boland tornou ilegal sob a lei dos EUA fornecer armas aos militantes Contras. No entanto, a administração Reagan continuou a armar e financiar os Contras com o surgimento do plano [[Irã-Contras]], nos termos do qual os EUA secretamente venderam armas ao [[Irã]] em violação da lei dos EUA em troca de dinheiro usado pelos EUA para fornecer armas para os Contras em violação da Emenda Boland, foi planejado e executado por um número de altos oficiais de Reagan, incluindo o Conselheiro de Segurança Nacional [[Robert McFarlane]], o vice-conselheiro de Segurança Nacional, o almirante [[John Poindexter]], o Secretário de Estado Adjunto [[Elliott Abrams]], o oficial do Conselho de Segurança Nacional, o coronel [[Oliver North]] e outros. Quando o público de alguma forma soube disso, ficaram conhecidos como o escândalo Irã-Contras.
*[[Imperialismo americano]]
*[[Intervenções militares dos Estados Unidos]]


{{referências|col=2}}
[[Ficheiro:Frente Sur Contras 1987.jpg|thumb|left|220px|Os estadunidenses apoiaram os [[contras]]]]

O governo sandinista liderado por [[Daniel Ortega]] ganhou decisivamente as eleições de [[1984]] na Nicarágua, que os observadores ocidentais consideraram livres e justas. .<ref>BBC News, 2005 Nov. 5, "On This Day—1984: Sandinistas Claim Election Victory,"
http://news.bbc.co.uk/onthisday/hi/dates/stories/november/5/newsid_2538000/2538379.stm</ref> As eleições nacionais de 1984 foram realizadas durante o [[estado de emergência]] necessário em virtude da guerra travada contra os insurgentes dos Contras e dos bombardeios orquestrados pela CIA. Muitos presos políticos estavam ainda detidos quando ela ocorreu, e nenhum dos principais partidos de oposição participaram devido ao que alegavam sofrerem ameaças e perseguição do governo. Os EUA continuaram a pressionar o governo por armar ilegalmente a insurgência dos Contras. Em 5 de outubro de [[1985]], os sandinistas ampliaram o estado de emergência iniciado em 1982 e suspenderam muitos mais direitos civis.

Tal como os Contras, a insurgência continuou, financiada pela ajuda dos EUA, os sandinistas lutavam para manter o poder. Eles foram derrotados em 1990, quando terminou o SOE e procedeu a uma eleição que todos os principais partidos de oposição participaram.

=== El Salvador - 1980-1992 ===
Na [[Guerra Civil de El Salvador]] entre o governo liderado por militares de [[El Salvador]] e a [[Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional]] (FMLN), uma organização guarda-chuva ou coligação de cinco milícias de esquerda, os EUA apoiaram o governo militar de El Salvador.<ref name="DiPiazza">{{citar livro|título=El Salvador in Pictures|autor =Francesca Davis DiPiazza|página=32}}</ref><ref name="supply">(No author.)[http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,922440,00.html "Supply Line for a Junta,"] ''[[TIME Magazine]]'' March 16, 1981. Retrieved 2008-07-16.</ref> Os norte-americanos também apoiaram os democrata-cristãos centristas, que foram alvos de esquadrões da morte. As forças de segurança foram divididas entre reformistas e os extremistas de direita, que utilizou esquadrões da morte para deter as mudanças políticas e econômicas. A administração Carter repetidamente interveio para evitar golpes de direita. A administração Reagan ameaçou repetidamente suspensões ajuda para deter as atrocidades de direita. Como resultado, os esquadrões da morte fizeram planos para matar o embaixador norte-americano.<ref>Los Angeles Times, June 1, 1982 (Christian Democrats killed); Washington Post, February 24, July 13, 1980 (Carter); New York Times, November 20, 26, December 12, 1983 (Reagan); New York Times, June 24, 1984, Washington Post, June 27, 1984 (Ambassador)</ref> Depois de anos de combates sangrentos; os rebeldes foram forçados, em parte devido ao envolvimento dos EUA, a admitir a derrota. Então os EUA ameaçaram cortar a ajuda ao regime de El Salvador, a menos que fossem feitas as reformas democráticas, o que pode permitiram que os rebeldes se reagrupassem. O regime aceitou. Como resultado, uma nova Constituição foi promulgada, as Forças Armadas foram regulamentadas, uma força policial "civil" foi criada, a FMLN transformou-se de um exército de guerrilha a um partido político que concorreu em eleições livres e justas, e uma lei de anistia foi regulamentada em [[1993]] .<ref>[http://www.ipsnews.net/news.asp?idnews=37088 Amnesty Law Biggest Obstacle to Human Rights, Say Activists] by Raúl Gutiérrez, [[Inter Press Service News Agency]], May 19, 2007</ref>

=== Camboja - 1980-1995 ===
A administração Reagan tentou aplicar a [[Doutrina Reagan]] para auxiliar os movimentos de resistência anti-soviéticos no exterior para o [[Camboja]], que estava sob a [[Guerra cambojana-vietnamita|ocupação vietnamita]] após o [[genocídio cambojano]] realizado pelos comunistas do [[Khmer Vermelho]]. Os vietnamitas haviam instalado uma ditadura comunista liderada por um dissidente do Khmer Vermelho. Segundo [[Rudolph Joseph Rummel]], a fome, a invasão vietnamita, a ocupação, o [[governo fantoche]], a [[guerra de guerrilha]] em andamento, que se seguiu morreram 1,2 milhão de cambojanos, além dos cerca de 2 milhões que haviam sido mortos pelo Khmer Vermelho.<ref>http://www.hawaii.edu/powerkills/SOD.CHAP4.HTM</ref> Ironicamente, o maior movimento de resistência em combate ao governo comunista do Camboja foi majoritariamente composto por membros do antigo regime do Khmer Vermelho, cujos registros do direitos humanos foi entre os piores do século XX. Portanto, Reagan autorizou a concessão de ajuda a um menor movimento de resistência do Camboja, uma coalizão chamada [[Frente Popular de Libertação Nacional do Khmer]], conhecido como o KPNLF e dirigido por [[Son Sann]], em numa tentativa de forçar um fim à ocupação vietnamita. Eventualmente, os vietnamitas se retiraram, e o regime comunista do Camboja caiu.<ref>[http://www.worldandi.com/specialreport/1988/february/Sa13957.htm "Cambodia at a Crossroads", by Michael Johns, ''The World and I'' magazine, February 1988.]</ref> Mais tarde, as tropas dos EUA, em concertação com as forças da [[ONU]], invadiram o Camboja e a realizaram eleições livres.<ref name="UN_SRES7451992">{{UN document |docid=S-RES-745(1992) |type=Resolution |body=Security Council |year=1992 |resolution_number=745 |accessdate=2008-04-09|date=28 February 1992}}</ref>

=== Angola - Década de 1980 ===
A [[Operação Carlota|intervenção militar cubana]] em apoio da ditadura comunista do [[MPLA]] em [[Angola]] levou a [[guerra civil angolana|décadas de guerra civil]] que custou 1 milhão de vidas. .<ref>Médecins Sans Frontières, "Angola: An Alarming Nutritional Situation," August 1999</ref> A administração Reagan ofereceu ajuda secreta a um grupo de rebeldes anti-comunistas liderados por [[Jonas Savimbi]], chamado [[UNITA]], cuja insurgência forçou um fim à ocupação de Cuba.

=== Filipinas - 1986 ===
Os Estados Unidos tinham há muitas décadas mimado o ditador [[Ferdinand Marcos]], assim como o regime que abusou dos direitos humanos e sua esposa [[Imelda Marcos]] que pilharam seu país de bilhões de dólares. O apoio dos EUA foi baseado no desejo dos militares norte-americanos no território filipino para suas bases navais. Mas alguns presidentes americanos, como tal [[Ronald Reagan]], foram realmente afeiçoados a Marcos, chamando-o de "combatente da liberdade."<ref name="nytimes.com">{{citar jornal| url=http://www.nytimes.com/1989/03/19/magazine/reagan-and-the-philippines-setting-marcos-adrift.html |obra=The New York Times |título=REAGAN AND THE PHILIPPINES: Setting Marcos Adrift |primeiro1 =Stanley |último1 =Karnow |data=1989-03-19}}</ref>

Não obstante a história do apoio dos EUA, quando seu controle do poder foi caindo, os Estados Unidos, por temer que o antigo aliado tornara-se passivo, desempenhou um papel significativo em pressionar Marcos a renunciar e a transição pacífica para a democracia nas [[Filipinas]].<ref name="nytimes.com"/><ref>http://www.mabuhayradio.com/history/remembering-ronald-reagan-and-his-role-in-philippine-history</ref>

== Desde o fim da Guerra Fria ==
=== Iraque - 1992-1995 ===
De acordo com ex-agentes da inteligência dos EUA entrevistados pelo ''[[The New York Times]]'', a CIA orquestrou uma campanha de bombas e sabotagem entre [[1992]] e [[1995]] no Iraque através de uma das organizações insurgentes, o [[Acordo Nacional Iraquiano]], liderado por [[Iyad Allawi]]. A campanha não teve efeito aparente em derrubar o governo de Saddam Hussein.<ref name="NYT-20040609">{{citar jornal
|autor =Brinkley, Joel
|data=2004-06-09
|título=Ex-C.I.A. Aides Say Iraq Leader Helped Agency in 90's Attacks
|obra=[[New York Times]]
| url=http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9403E3D91630F93AA35755C0A9629C8B63
}}<!--back-up http://www.commondreams.org/headlines04/0609-02.htm --></ref>

De acordo com o governo iraquiano na época e o ex-agente da CIA, Robert Baer, a campanha de bombardeio contra Bagdá incluiu tanto o governo como alvos civis. De acordo com este antigo agente da CIA, alvos civis incluíram um cinema e um atentado contra um ônibus escolar e com alunos mortos. A campanha foi dirigida pela CIA, Dr. [[Iyad Allawi]],<ref>{{citar jornal|url=http://online.wsj.com/article/SB879287957902277000.html?mod=googlewsj
|acessodata=2008-11-20
|título=Iraq Needs a Revolution
|obra=[[Wall Street Journal]]
|data=1997-11-12
|primeiro =David
|último =Wurmser
}}</ref> depois instalado como primeiro-ministro interino pela coalizão liderada pelos EUA que invadiram o Iraque em 2003.

<!-- === Guatemala - 1993 ===
Em [[1993]], a CIA ajudou a derrubar a [[Jorge Serrano Elías]]. Jorge, então, tentou um [[autogolpe]], suspendeu a constituição, dissolveu o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, e instituiu a censura. Ele foi substituído por [[Ramiro de León Carpio]].<ref>[http://www.ciponline.org/iob.htm Report on the Guatemala Review], ''Intelligence Oversight Board''. June 28, 1996.</ref>

=== Sérvia - 2000 ===
Os Estados Unidos são acusados de ter feito esforços secretos para derrubar o socialista [[Slobodan Milosevic]] na [[Sérvia]], durante e após os eventos da [[Guerra do Kosovo]]. A [[Queda do regime Slobodan Milošević|Revolução de 5 de Outubro]] removeu Milošević e instalou um governo pró-ocidental que permitiu a extradição de Milosevic e outros suspeitos de [[crimes de guerra]].<ref>{{citar web|url=http://www.fas.org/sgp/news/1999/07/covact.html |título=CIA Plan to Topple Milosevic 'Absurd |publicado=[[Federation of American Scientists]] |data=julho de 1999|acessodata=2008-11-21}}</ref><ref>[http://sitemaker.umich.edu/comparative.speaker.series/files/bunce_american_democracy_promotion.pdf Bringing Down Dictators: American Democracy Promotion and Electoral Revolutions in Postcommunist Eurasia]</ref> -->

=== Venezuela - 2002 ===
{{Ver artigo principal|Golpe de Estado na Venezuela de 2002}}
Em [[2002]], Washington é reivindicado ter aprovado e apoiado um golpe contra o governo venezuelano. Altos oficiais, incluindo o Enviado Especial para a América Latina e figura condenada pelo [[Irã-contras]], [[Otto Reich]], e o "czar da democracia" de [[George W. Bush]], [[Elliott Abrams]], foram supostamente parte da trama.<ref name=Venezuela>[http://www.guardian.co.uk/world/2002/apr/21/usa.venezuela The Guardian]</ref> Os golpistas, incluindo [[Pedro Carmona]], o homem instalado durante o golpe como o novo presidente, visitaram a Casa Branca meses antes do golpe e continuaram até semanas antes do golpe. Os conspiradores foram recebidos na Casa Branca pelo encarregado do Presidente George W. Bush sendo responsável político para a América Latina, o Enviado Especial Otto Reich. Tem sido afirmado por fontes de notícias venezuelanas que Reich foi o mentor do golpe de Estado .<ref>[http://www.vheadline.com/readnews.asp?id=21723 VHeadline, June 24, 2004]</ref>

Os EUA também financiaram grupos de oposição no ano que antecedeu ao golpe, centenas de milhares de dólares foram canalizados em doações dos EUA e grupos de oposição da Venezuela ao presidente Hugo Chávez, incluindo os grupos trabalhistas cujos protestos desencadearam o golpe. Os fundos foram fornecidos pela ''[[National Endowment for Democracy]]'' (NED)<ref name=Venezuela/>, uma organização sem fins lucrativos, cujas raízes, de acordo com um artigo publicado na ''[[Slate (magazine)|Slate]]'' traçam de volta para a final dos anos 1960, quando o público soube que a CIA secretamente fazia maquinações para financiar partidos e ativistas para se opor aos soviéticos. O Congresso americano criou o NED em [[1983]], que desembolsa dinheiro para grupos pró-democracia em todo o mundo e fazem isso abertamente .<ref>{{citar web|url=http://www.slate.com/id/2094293
|acessodata=2008-11-20
|título=What's the National Endowment for Democracy?
|autor =Brendan I. Koerner
||data=2004-01-22
}}</ref> O Departamento de Estado está a analisar se um ou mais destinatários do dinheiro da NED podem ter ativamente conspirado contra o governo venezuelano.<ref name=Venezuela/>

Oficiais da administração Bush e fontes anônimas reconheceram a reunião com alguns dos planejadores do golpe nas várias semanas que antecederam 11 de abril, mas negaram veementemente que incentivaram o golpe em si, dizendo que insistiam em meios constitucionais .<ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/1933526.stm |título=US denies backing Chavez plotters |publicado=[[BBC News]] |data= 2002-04-16|acessodata=2008-11-21}}</ref> Por causa dessas alegações, o Senador [[Christopher Dodd]] pediu uma revisão das atividades dos EUA que antecederam e durante a tentativa de golpe. O relatório do Gabinete do Inspector-Geral do [[Departamento de Estado dos Estados Unidos]] não encontrou nenhuma "irregularidade" das autoridades dos EUA ou no Departamento de Estado ou na Embaixada dos EUA .<ref>[http://oig.state.gov/documents/organization/13682.pdf Inspector General Report], [[U.S. Department of State]]</ref>

<!-- === Haiti - 2004 ===

{{AP|Golpe de Estado no Haiti de 2004}}

A [[Golpe de Estado no Haiti de 2004|insurgência contra o governo]] do presidente haitiano [[Jean-Bertrand Aristide]] foi alegadamente apoiado pelos Estados Unidos, e Aristide afirma que foi fisicamente retirado do país pelo pessoal dos EUA contra a sua vontade.<ref>{{citar jornal|url=http://www.democracynow.org/2004/2/25/haitis_lawyer_u_s_is_arming|título=Haiti's Lawyer: U.S. Is Arming Anti-Aristide Paramilitaries|último = Amy Goodman |primeiro =and Jeremy Scahill|data=25 de fevereiro de 2004|publicado=Democracynow.org}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://edition.cnn.com/2004/WORLD/americas/03/01/aristide.claim/|título=Aristide says U.S. deposed him in 'coup d'etat'|publicado=CNN|data=2 de março de 2004 |acessodata=2010-04-30}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.dominionpaper.ca/articles/1829|autor =Stuart Neatby|título=Amplifying Haiti's Lost Years|obra=The Dominion|data=3 de maio de 2008}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.commondreams.org/headlines04/0312-03.htm|autor =Jim Lobe|título=Role in Haiti Events Backfiring on Washington|publicado=Inter Press Service|data=12 de março de 2004}}</ref> -->

{{Referências|col=2}}


==Bibliografia==
==Bibliografia==
{{colunas-lista|2|
===Livros===
{{refbegin}}
* [[Stephen Kinzer]] ''[[Overthrow (book)|Overthrow: America's Century of Regime Change from Hawaii to Iraq]]'', Times Books, 2006, ISBN 978-0-8050-7861-9
* {{cite book |last1=Bass |first1=Gary J. |title=Freedom's Battle: The Origins of Humanitarian Intervention |date=2008 |publisher=Knopf Doubleday |isbn=978-0-307-26929-4 |ref=bass}}
* [[Robert Fisk]] ''The Great War for Civilisation - The Conquest of the Middle East''; (October 2005) London. Fourth Estate, xxvi, 1366 pages. ISBN 978-1-84115-007-9
* {{cite book |last1=Bert |first1=Wayne |title=American Military Intervention in Unconventional War: From the Philippines to Iraq |date=2016 |publisher=Springer |isbn=978-0-230-33781-7 |ref=bert}}
* [[William Blum]] 2003 ''[[Killing Hope]]: U.S. Military and CIA Interventions Since World War II'', revised edition (Common Courage Press) ISBN 978-1-56751-252-6
* {{cite book |last=Blakeley |first=Ruth |date=2009 |title=State Terrorism and Neoliberalism: The North in the South |publisher=[[Routledge]] |isbn=978-0-415-68617-4}}
* {{cite book |last1=Blum |first1=William |authorlink=William Blum |title=Killing Hope: US Military and CIA Interventions Since World War II |date=2003 |publisher=[[Zed Books]] |isbn=978-1-84277-369-7 |ref=blum|title-link=Killing Hope: US Military and CIA Interventions Since World War II }}
* {{cite book |last1=Bruzzese |first1=Anthony |title=The Origins of Intervention: America, Italy, and the Fight Against Communism, 1947–1953 |date=2008 |isbn=978-0-494-46952-1 |ref=bruzzese}}
* {{cite book |last1=Cooley |first1=Alexander |title=Great Games, Local Rules: The New Power Contest in Central Asia |date=2012 |publisher=Oxford University Press |isbn=978-0-19-981200-4 |ref=cooley}}
* {{cite book |last1=Cullinane |first1=Michael |title=Liberty and American Anti-Imperialism: 1898–1909 |date=2012 |publisher=Springer |isbn=978-1-137-00257-0 |ref=cullinane}}
* {{cite book |last1=Foner |first1=Philip |authorlink=Philip S. Foner |title=The Spanish-Cuban-American War and the Birth of American Imperialism Vol. 1: 1895–1898 |date=1972 |publisher=NYU Press |isbn=978-0-85345-266-9 |ref=foner1}}
* {{cite book |last1=Foner |first1=Philip |title=The Spanish-Cuban-American War and the Birth of American Imperialism Vol. 2: 1898–1902 |date=1972 |publisher=NYU Press |isbn=978-0-85345-267-6 |ref=foner2}}
* {{cite book |last1=Fouskas |first1=Vassilis |last2=Gökay |first2=Bülent |title=The New American Imperialism: Bush's War on Terror and Blood for Oil |date=2005 |publisher=Greenwood Publishing Group |isbn=978-0-275-98476-2 |ref=fouskas}}
* {{cite book |last1=Grow |first1=Michael |title=U.S. Presidents and Latin American Interventions: Pursuing Regime Change in the Cold War |date=2008 |publisher=University Press of Kansas |isbn=978-0-7006-1586-5 |ref=grow}}
* {{cite book |last1=Harland |first1=Michael |title=Democratic Vanguardism: Modernity, Intervention, and the Making of the Bush Doctrine |date=2013 |publisher=Lexington Books |isbn=978-0-7391-7970-3 |ref=harland}}
* {{cite book |last1=Hiro |first1=Dilip |authorlink=Dilip Hiro |title=War Without End: The Rise of Islamist Terrorism and Global Response |date=2014 |publisher=Routledge |isbn=978-1-136-48556-5 |ref=hiro}}
* {{cite book |last1=Kinzer |first1=Stephen |authorlink=Stephen Kinzer |title=Overthrow: America's Century of Regime Change from Hawaii to Iraq |date=2006 |publisher=Times Books |isbn=978-0-8050-8240-1 |ref=kinzer}}
* {{cite book |last1=Little |first1=Douglas |authorlink=Douglas Little |title=American Orientalism: The United States and the Middle East since 1945 |date=2009 |publisher=University of North Carolina Press |isbn=978-0-8078-7761-6 |ref=orientalism}}
* {{cite book |last1=Little |first1=Douglas |title=Us versus Them: The United States, Radical Islam, and the Rise of the Green Threat |date=2016 |publisher=UNC Press Books |isbn=978-1-4696-2681-9 |ref=greenthreat}}
* {{cite book |last1=Maurer |first1=Noel |title=The Empire Trap: The Rise and Fall of U.S. Intervention to Protect American Property Overseas, 1893–2013 |date=2013 |publisher=Princeton University Press |isbn=978-1-4008-4660-3 |ref=maurer}}
* {{cite book |last1=McPherson |first1=Alan |authorlink=Alan McPherson |title=A Short History of U.S. Interventions in Latin America and the Caribbean |date=2016 |publisher=John Wiley & Sons |isbn=978-1-118-95400-3 |ref=mcphersonshort}}
* {{cite book |last1=McPherson |first1=Alan |title=Encyclopedia of U.S. Military Interventions in Latin America |date=2013 |publisher=ABC-CLIO |isbn=978-1-59884-260-9 |ref=mcphersonenc}}
* {{cite book |last1=North |first1=David |authorlink=David North (socialist) |title=A Quarter Century of War |date=2016 |publisher=Mehring Books |isbn=978-1-893638-69-3 |ref=north}}
* {{cite book |last1=Parmar |first1=Inderjeet |authorlink=Inderjeet Parmar |last2=Cox |first2=Michael |title=Soft Power and US Foreign Policy: Theoretical, Historical and Contemporary Perspectives |date=2010 |publisher=Routledge |isbn=978-1-135-15048-8 |ref=parmar}}
* {{cite book |last1=Sandstrom |first1=Karl |title=Local Interests and American Foreign Policy: Why International Interventions Fail |publisher=Routledge |isbn=978-1-135-04165-6 |ref=sandstrom|date=2013-07-18 }}
* {{cite book |last1=Schoonover |first1=Thomas |title=Uncle Sam's War of 1898 and the Origins of Globalization |date=2013 |publisher=University Press of Kentucky |isbn=978-0-8131-4336-1 |ref=schoonover}}
* {{cite book |last1=Sullivan |first1=Michael |title=American adventurism abroad: invasions, interventions, and regime changes since World War II |date=2008 |publisher=Blackwell Publishers |isbn=978-1-4051-7075-8 |ref=sullivan}}
* {{cite book |last1=Wilford |first1=Hugh |title=The Mighty Wurlitzer: How the CIA Played America |publisher=Harvard University Press |date=2008 |isbn=978-0-674-04517-0 |ref=wurlitzer}}
* {{cite book |last1=Wilford |first1=Hugh |title=America's Great Game: The CIA's Secret Arabists and the Shaping of the Modern Middle East |date=2013 |publisher=Basic Books |isbn=978-0-465-01965-6 |ref=wilford}}
}}


===Notícias===
* {{citar web|último =Manz |primeiro =Beatriz |url=http://www.iht.com/articles/2004/07/09/edmanz_ed3_.php |título=Latin American legacy : Regime change in Guatemala, 50 years ago |obra=[[International Herald Tribune]] |data=2004-07-09 |acessodata=2008-11-21|ligação inativa=outubro de 2010}}
* {{citar web|url=http://www.thirdworldtraveler.com/Herman%20/Guatemala_Iraq_Pitbull.html |título=From Guatemala to Iraq How the pitbull manages his poodles by |autor =[[Edward S. Herman]]|publicado=Thirdworldtraveler.com |data= |acessodata=2008-11-21}}
* {{citar web|último =Kinzer |primeiro =Stephen |autorlink =Stephen Kinzer|url=http://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=5325069 |título=Author Kinzer Charts 'Century of Regime Change'|obra=NPR |data= |acessodata=2008-11-21}}

== Ver também ==
*[[Imperialismo americano]]
*[[Intervenções militares dos Estados Unidos]]


[[Categoria:Relações exteriores dos Estados Unidos]]
[[Categoria:Relações exteriores dos Estados Unidos]]
[[Categoria:Operações da CIA]]
[[Categoria:Operações da CIA]]
[[Categoria:Programas secretos de governo]]
[[Categoria:Mudanças de poder político]]
[[Categoria:Mudanças de poder político]]

Revisão das 22h04min de 31 de maio de 2019

História dos Estados Unidos da América
Expansão e influência mundial
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História militar
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Envolvimento em mudanças de regime
Mapa da interferência dos Estados Unidos
  Estados Unidos
  Ação em golpes de Estado e mudanças de regime
  Interferência eleitoral
  Anexações na sequência de ação de mudança de regime e invasão

O envolvimento dos Estados Unidos em mudanças de regime tem implicado tanto ações abertas quanto dissimuladas com o objetivo de alterar, substituir ou preservar governos estrangeiros. Na segunda metade do século XIX, o governo dos Estados Unidos iniciou ações para mudança de regime, principalmente na América Latina e no sudoeste do Pacífico, e incluiu as guerras mexicano-americanas, hispano-americanas e filipino-americanas. No início do século XX, os Estados Unidos desenvolveram ou instalaram governos amigos em muitos países ao redor do mundo, incluindo os vizinhos Panamá, Honduras, Nicarágua, México, Haiti e República Dominicana.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos ajudaram a derrubar muitos regimes fantoches da Alemanha nazista ou do Japão Imperial. Exemplos incluem regimes nas Filipinas, na Coreia, na parte oriental da China e em grande parte da Europa. As forças dos Estados Unidos também foram fundamentais para acabar com o domínio de Adolf Hitler sobre a Alemanha e de Benito Mussolini sobre a Itália.

Na sequência da Segunda Guerra Mundial, o governo dos Estados Unidos lutou com a União Soviética pela liderança e influência global no contexto da Guerra Fria. Ampliou o escopo geográfico de suas ações para além de sua área tradicional de operações, a América Central e o Caribe. Operações significativas incluíram o golpe de Estado no Irã em 1953, organizado pelos Estados Unidos e Reino Unido, a invasão da Baía dos Porcos em 1961 contra Cuba e o apoio à derrubada de Sukarno pelo general do Exército Suharto na Indonésia. Além disso, os Estados Unidos interferiram nas eleições nacionais de muitos países, inclusive no Japão nas décadas de 1950 e 1960, para manter seu partido preferencial, o Partido Liberal Democrata de centro-direita, no poder usando fundos secretos; nas Filipinas para orquestrar a campanha presidencial de Ramon Magsaysay em 1953 e no Líbano para ajudar os partidos cristãos nas eleições de 1957 usando aplicações secretas de dinheiro. [1] Os estadunidenses executaram pelo menos 81 intervenções conhecidas e encobertas em eleições estrangeiras durante o período de 1946 a 2000.[2]

Também após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos ratificaram em 1945[3] a Carta das Nações Unidas, o mais importante documento de direito internacional,[4] que legalmente vinculava o governo estadunidense às provisões da Carta, incluindo o Artigo 2 (4), que proíbe a ameaça ou uso de força nas relações internacionais, exceto em circunstâncias muito limitadas.[5] Portanto, qualquer reivindicação legal apresentada para justificar a mudança de regime por uma potência estrangeira implica um encargo particularmente pesado. [6]

Após a dissolução da União Soviética, os Estados Unidos lideraram ou apoiaram guerras para determinar a governança de vários países. Os objetivos declarados dos Estados Unidos nesses conflitos incluem lutar na Guerra ao Terror como na Guerra do Afeganistão de 2001, ou remover regimes ditatoriais e hostis como na Guerra do Iraque de 2003 e na intervenção militar na Líbia em 2011.

Intervenções do século XIX

1887–1889: Samoa

A crise samoana foi um confronto entre os Estados Unidos, a Alemanha e a Grã-Bretanha de 1887 a 1889, com as potências apoiando os pretendentes rivais ao trono das Ilhas Samoa durante a Primeira Guerra Civil Samoana. [7] A Segunda Guerra Civil Samoana se seguiu em 1898, envolvendo os Estados Unidos (que apoiaram o rei em exercício) e a Alemanha, resultando, por meio da Convenção Tripartite de 1899, na divisão das Ilhas Samoa em Samoa Americana e Samoa Alemã. [8][9]

1893-1917: império e expansionismo estadunidense

Década de 1890

1893: Reino do Havaí

Elementos antimonárquicos, principalmente estadunidenses, no Havaí, provocaram a derrubada do Reino do Havaí. Em 17 de janeiro de 1893, a monarca nativa, a rainha Lili'uokalani, foi deposto. O Havaí foi inicialmente reconstituído como uma república independente, mas o objetivo final da ação era a anexação das ilhas aos Estados Unidos, o que foi finalmente realizado em 1898.

1898: Cuba e Porto Rico

Como parte da Guerra Hispano-Americana, os Estados Unidos invadiram e ocuparam Cuba e Porto Rico em 1898. Cuba foi ocupada pelos Estados Unidos de 1898 a 1902 sob o comando do governador militar Leonard Wood, e novamente de 1906 a 1909, em 1912 e de 1917 a 1922; regido pelos termos da Emenda Platt até 1934.

A Campanha de Porto Rico foi uma operação militar e terrestre militar estadunidense na ilha de Porto Rico durante a Guerra Hispano-Americana. A Marinha dos Estados Unidos atacou a capital colonial do arquipélago, San Juan. Embora os danos infligidos à cidade fossem mínimos, os estadunidenses conseguiram estabelecer um bloqueio ao porto da cidade, a baía de San Juan. A ofensiva terrestre começou em 25 de julho com 1.300 soldados de infantaria. Todas as ações militares em Porto Rico foram suspensas em 13 de agosto, depois que o presidente dos Estados Unidos William McKinley e o embaixador francês Jules Cambon, em nome do governo espanhol, assinaram um armistício pelo qual a Espanha renunciou à soberania sobre os territórios de Porto Rico, Cuba, Filipinas e Guam.

1899: Filipinas

A Guerra Filipino-Americana foi parte de uma série de conflitos da luta filipina pela independência contra a ocupação dos Estados Unidos. Os combates irromperam entre as forças revolucionárias filipinas e as forças estadunidenses em 4 de fevereiro de 1899 e rapidamente intensificaram-se na Batalha de Manila em 1899. Em 2 de junho de 1899, a Primeira República Filipina declarou oficialmente a guerra contra os Estados Unidos.[10] A guerra terminou oficialmente em 4 de julho de 1902. [11] Essa intervenção dos Estados Unidos tinha como objetivo impedir uma mudança de regime e manter o controle estadunidense sobre as Filipinas.

Década de 1900

1903: Panamá

Em 1903, os Estados Unidos ajudaram na secessão do Panamá da República da Colômbia. A secessão foi projetada por uma facção panamenha apoiada pela Companhia do Canal do Panamá, uma corporação franco-estadunidense cujo objetivo era a construção de uma hidrovia através do istmo do Panamá, conectando assim os oceanos Atlântico e Pacífico. Em 1903, os Estados Unidos assinaram o Tratado Hay-Herrán com a Colômbia, concedendo aos Estados Unidos o uso do istmo do Panamá em troca de compensação financeira [12][13] em meio à Guerra dos Mil Dias. O Canal do Panamá já estava em construção e a Zona do Canal do Panamá foi criada e colocada sob soberania dos Estados Unidos. Os Estados Unidos não transfeririam a zona ao Panamá até 2000.

1900 a 1920: Honduras

No que ficou conhecido como as "Guerras das Bananas", entre o fim da Guerra Hispano-Americana em 1898 e o início da Política da Boa Vizinhança em 1934, os Estados Unidos organizaram muitas invasões e intervenções militares na América Central e no Caribe. [14] O Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, que na maioria das vezes combateu nessas guerras, desenvolveu um manual chamado The Strategy and Tactics of Small Wars em 1921 com base em suas experiências. Na ocasião, a Marinha forneceu apoio naval e tropas do exército também foram usadas. A United Fruit Company e a Standard Fruit Company dominavam o importante setor exportador de bananas de Honduras e seus latifúndios e ferrovias associadas. Os Estados Unidos encenaram invasões e incursões de tropas em 1903 (apoiando um golpe de Manuel Bonilla), 1907 (apoiando Bonilla contra um golpe apoiado pela Nicarágua), 1911 e 1912 (defendendo o regime de Miguel R. Davila de uma revolta), 1919 (manutenção da paz durante uma guerra civil e instalação do governo interino de Francisco Bográn), 1920 (defendendo o regime Bográn de uma greve geral), 1924 (defendendo o regime de Rafael López Gutiérrez de uma revolta) e 1925 (defendendo o governo eleito de Miguel Paz Barahona) para defender os interesses estadunidenses. [15] O escritor O. Henry cunhou o termo "república das bananas" em 1904 para descrever Honduras.

Década de 1910

1912–1933: Nicarágua

O governo dos Estados Unidos invadiu a Nicarágua em 1912, após intermitentes desembarques militares e bombardeios navais estadunidenses nas décadas anteriores. Os Estados Unidos estavam fornecendo apoio político às forças lideradas pelos conservadores que se rebelavam contra o presidente José Santos Zelaya, um liberal. Os motivos dos Estados Unidos incluíram o desacordo com o proposto Canal da Nicarágua, uma vez que os estadunidenses controlavam a Zona do Canal do Panamá - que incluía o Canal do Panamá - e as tentativas do presidente Zelaya de regular o acesso de estrangeiros aos recursos naturais da Nicarágua. Em 17 de novembro de 1909, dois estadunidenses foram executados por ordem de Zelaya depois que os dois homens confessaram ter colocado uma mina no rio San Juan com a intenção de explodir o Diamante. Os Estados Unidos justificaram a intervenção alegando proteger vidas e propriedades estadunidenses. Zelaya renunciou mais tarde naquele ano. Os Estados Unidos ocuparam o país quase continuamente de 1912 a 1933.


1915–1934: Haiti

Os Estados Unidos ocuparam o Haiti de 1915 a 1934. Os bancos estadunidenses emprestaram dinheiro ao Haiti e solicitaram a intervenção do governo dos Estados Unidos. Os Estados Unidos instalaram um novo governo em 1917 e ditaram os termos de uma nova constituição haitiana em 1917, que instituiu mudanças que incluíam o fim da proibição anterior da propriedade de terras por não haitianos. Os Cacos eram originalmente milícias armadas de pessoas anteriormente escravizadas que se rebelaram e assumiram o controle de áreas montanhosas após a Revolução Haitiana em 1804. Tais grupos travaram uma guerra de guerrilha contra a ocupação estadunidense no que ficou conhecido como "Guerras Cacos". [16]

1916–1924: República Dominicana

Os fuzileiros navais estadunidenses invadiram a República Dominicana e a ocuparam de 1916 a 1924, e isso foi precedido por intervenções militares estadunidenses em 1903, 1904 e 1914. A Marinha dos Estados Unidos instalou seu pessoal em todas as posições-chave no governo e controlou o exército e a polícia dominicana. [17] Dentro de alguns dias, o presidente constitucional, Juan Isidro Jimenes, renunciou. [18]

Primeira Guerra Mundial e período entreguerras

1918: Rússia

Depois que o novo governo bolchevique se retirou da Primeira Guerra Mundial, os militares estadunidenses e as forças aliadas invadiram a Rússia em 1918. Aproximadamente 250.000 soldados invasores, incluindo tropas da Europa, dos Estados Unidos e do Império do Japão invadiram a Rússia para ajudar o Exército Branco contra o Exército Vermelho do novo governo soviético na Guerra Civil Russa. Os invasores lançaram uma invasão no norte da Rússia a partir de Arkhangelsk e uma invasão na Sibéria a partir de Vladivostok. As forças invasoras incluíam 13.000 tropas estadunidenses cuja missão após o fim da Primeira Guerra Mundial incluía a derrubada do novo governo soviético e a restauração do regime czarista anterior. Os Estados Unidos e outras forças ocidentais não tiveram êxito nesse objetivo e se retiraram em 1920, mas os militares japoneses continuaram a ocupar partes da Sibéria até 1922 e a metade norte de Sacalina até 1925.[19]

1941: Panamá

O governo dos Estados Unidos usou seus contatos na Guarda Nacional do Panamá, que os estadunidenses haviam treinado anteriormente, para orquestrar um golpe contra o governo panamenho em outubro de 1941. Os Estados Unidos haviam solicitado que o governo do Panamá lhe permitisse construir mais de 130 novas instalações militares dentro e fora da Zona do Canal do Panamá, mas o governo do Panamá recusou esta requisição ao preço proposto pelos estadunidenses. [20] O presidente Arnulfo Arias fugiu do país e Ricardo Adolfo de la Guardia, o líder golpista e amigo do governo estadunidense, tornou-se presidente. [21]

Guerra Fria

Década de 1940

1945–1950: Coreia do Sul

Quando o Império do Japão se rendeu em agosto de 1945, foram formados em toda parte da Coreia comitês sob a liderança de Lyuh Woon-Hyung para coordenar a transição para a independência coreana. Em 28 de agosto de 1945, esses comitês formaram um governo nacional temporário na Coreia, nomeando-o República Popular da Coreia algumas semanas depois. [22][23] Em 8 de setembro de 1945, o governo dos Estados Unidos desembarcou forças na Coreia e depois estabeleceu o Governo Militar do Exército dos Estados Unidos na Coreia (USAMGK) para governar a Coreia ao sul do paralelo 38 norte. O USAMGK constituiu a administração governante com governadores japoneses e muitos outros oficiais japoneses que fizeram parte do brutal governo colonial do Império Japonês e com os coreanos que haviam colaborado com este, o que tornou o governo impopular e gerou resistência.[24] O USAMGK se recusou a reconhecer o governo da República Popular da Coreia - que havia sido formado para autogovernar o país - e o Governo Provisório da República da Coreia, que esteve baseado na China durante a Segunda Guerra Mundial e havia lutado contra os japoneses e, em seguida, o USAMGK por decreto militar baniu o governo da República Popular da Coreia.[25][26] Em outubro de 1948, o USAMGK enviou unidades para atacar os coreanos que buscavam a independência da Coreia e realizou várias atrocidades em massa, incluindo a morte de centenas de civis coreanos na ilha de Jeju que eram suspeitos de apoiar aqueles favoráveis a independência. [27][28][29]

Em 1952, os Joint Chiefs of Staff instruíram o general Mark W. Clark a formular um plano para derrubar o presidente sul-coreano Syngman Rhee temendo que a crise política que surgiu a partir de sua conduta autoritária colocasse em risco os objetivos militares. A Operação Everready, como o plano foi nomeado, foi arquivada assim que Rhee cedeu à pressão estadunidense e libertou os líderes da oposição presos. O plano foi revivido para apreciação em 1953, quando receou-se que Rhee não aceitaria o Acordo de Armistício Coreano.[30][31]

1946–1949: China

O governo dos Estados Unidos forneceu ajuda militar, logística e de outros tipos para o exército do Partido Nacionalista Chinês (KMT), liderado por Chiang Kai-shek, na Guerra Civil Chinesa contra as forças do Partido Comunista Chinês. Os Estados Unidos transportaram muitas tropas do KMT da China central para a Manchúria. Aproximadamente 50.000 soldados estadunidenses foram enviados para proteger locais estratégicos em Hupeh e Shandong. Os Estados Unidos treinaram e equiparam as tropas do KMT e transportaram tropas coreanas e até mesmo tropas japonesas inimigas de volta para ajudar as forças do KMT a ocupar as zonas chinesas e a conter áreas controladas pelos comunistas. [32] O presidente Harry Truman explicou que: "Ficou perfeitamente claro para nós que, se disséssemos aos japoneses que depusessem suas armas imediatamente e marchassem para o litoral, o país inteiro seria tomado pelos comunistas. Portanto, tivemos que dar o passo incomum de usar o inimigo como guarnição até que pudéssemos transportar as tropas nacionalistas chinesas para o sul da China e enviar fuzileiros navais para proteger os portos marítimos".[33] Dentro de menos de dois anos após a Guerra Sino-Japonesa, o KMT recebeu US $ 4.43 bilhões dos Estados Unidos - a maioria dos quais era ajuda militar.[32][34]

1946–1949: Grécia

Os militares britânicos, juntamente com as forças gregas governistas, lutaram pelo controle do país na Guerra Civil Grega contra o Exército Democrático da Grécia. O Exército Democrático da Grécia era composto principalmente de partisans comunistas que, como parte do Exército Popular de Libertação da Grécia no verão de 1944, haviam libertado quase todo o país da ocupação militar do Terceiro Reich. [35] No início de 1947, o governo britânico não podia mais arcar com o enorme custo de financiar a guerra contra a Exército Democrático da Grécia, e de acordo com o Acordo de Percentuais de outubro de 1944 entre Winston Churchill e Joseph Stalin, a Grécia continuaria a fazer parte da esfera de influência ocidental. Consequentemente, os britânicos solicitaram que o governo dos Estados Unidos interviesse e os estadunidenses repassaram ao país equipamento militar, assessores militares e armas. [36]:553–554[37]:129[38][39] Com o aumento da ajuda militar dos Estados Unidos, em setembro de 1949, o governo grego acabou vencendo.[40]:616–617

1947 – década de 1970: Itália

Em 1947, a Democracia Cristã (DC), apoiada pelos Estados Unidos e liderada por Alcide De Gasperi, estava perdendo popularidade, e o Partido Comunista da Itália (PCI) estava crescendo particularmente rápido devido a seus esforços de organização apoiando meeiros na Sicília, Toscana e Umbria, movimentos que também foram reforçados pelas reformas de Fausto Gullo, o ministro comunista da agricultura. [41] A DC projetou a expulsão de todos os ministros de esquerda do gabinete em 31 de maio. O PCI não teria uma posição nacional no governo novamente por vinte anos. De Gasperi fez isso sob pressão do secretário de Estado dos Estados Unidos, George Marshall, que o informou que o anticomunismo era uma condição prévia para receber ajuda estadunidense, [42][43] e do embaixador James Clement Dunn, que havia pedido diretamente a Gasperi para dissolver o parlamento e remover o PCI. [44]

A Agência Central de Inteligência (CIA) reconheceu doar US $ 1 milhão para os partidos centristas italianos para as eleições de 1948. A CIA também publicou cartas forjadas para desacreditar os líderes do Partido Comunista Italiano (PCI). As agências estadunidenses realizaram uma campanha de escrever dez milhões de cartas, fizeram numerosas transmissões de rádio de ondas curtas e financiaram a publicação de livros e artigos, os quais advertiram os italianos do que se acreditavam serem as consequências de uma vitória comunista. A revista Time apoiou a campanha para as audiências domésticas estadunidenses, apresentando o líder do Partido da Democracia Cristã e primeiro-ministro Alcide De Gasperi em sua capa e em sua matéria principal em 19 de abril de 1948. [45][46][47][48] Enquanto isso, os Estados Unidos secretamente convenceram o Partido Trabalhista Britânico a pressionar os social-democratas a encerrar seu apoio ao PCI e promover uma divisão no Partido Socialista Italiano. [49]

A CIA em última análise, gastou pelo menos US $ 65 milhões ajudando eleger políticos italianos, [50] incluindo "todos os democratas cristãos que já ganharam uma eleição nacional na Itália."[51]

1949: Síria

O governo democraticamente eleito de Shukri al-Quwatli foi deposto por uma junta liderada pelo chefe do Estado-Maior do Exército sírio na época, Husni al-Za'im, que se tornou presidente da Síria em 11 de abril de 1949. A natureza exata do envolvimento dos Estados Unidos nesse golpe ainda é altamente controversa.

Década de 1950

1952: Egito

O Projeto FF (o "FF" que significa "Fat Fucker") foi um programa da CIA projetado inicialmente para modernizar o Reino do Egito sob Farouk I, aproximando o Egito para o campo anti-soviético. No entanto, a falta de vontade do rei em consentir levou Kermit Roosevelt Jr. a apoiar os esforços para substituir o regime inteiramente. Ao ouvir rumores do descontentamento dentro do exército egípcio, Roosevelt encontrou-se com os líderes nacionalistas e anticomunistas do Movimento dos Oficiais Livres, mais notavelmente o futuro presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, e informou-os do apoio estadunidense ao seu iminente golpe de Estado. Em 23 de julho de 1952, o Movimento dos Oficiais Livres derrubou a monarquia e estabeleceu a República do Egito. [52]

1953: Irã

O golpe de Estado no Irã em 1953 (conhecido no Irã como o "golpe de 28 Mordad") foi a deposição do governo democraticamente eleito do primeiro-ministro iraniano Mohammad Mosaddegh em 19 de agosto de 1953, orquestrada pelas agências de inteligência do Reino Unido (sob o nome "Operação Boot") e dos Estados Unidos (sob o nome "TPAJAX Project"). [53][54][55] O golpe constatou a transição de Mohammad Reza Pahlavi de um monarca constitucional para um autoritário que dependia fortemente do apoio do governo dos Estados Unidos para manter o poder até sua própria deposição em fevereiro de 1979. [56]

1954: Guatemala

Em uma operação da CIA de codinome "Operação PBSUCCESS", o governo dos Estados Unidos executou um golpe de Estado que depôs o governo democraticamente eleito do presidente Jacobo Árbenz e instalou Carlos Castillo Armas, o primeiro de uma linha de ditadores de direita em seu lugar. [57][58][59] Não só foi feito com o propósito ideológico de contenção, mas a CIA tinha sido abordada pela United Fruit Company, uma vez que viu uma possível perda nos lucros devido à situação dos trabalhadores no país. [60] O sucesso percebido da operação faria dela um modelo para futuras operações da CIA, uma vez que a agência mentiu para o presidente dos Estados Unidos ao informá-lo sobre o número de vítimas. [61]

1955–1960: Laos

O governo dos Estados Unidos assumiu o financiamento do orçamento militar do Governo Real do Laos em sua guerra civil contra o movimento comunista Pathet Lao, que havia tomado o controle de uma parte do país. Os Estados Unidos pagaram 100% do orçamento militar do governo e em 1957 pagavam os salários do Exército Real do Laos. Além disso, os Estados Unidos estabeleceram o encoberto Programs Evaluation Office para mobilizar pessoal civil estadunidense com experiência militar, porque um tratado que os Estados Unidos haviam assinado proibia expressamente os conselheiros militares estadunidenses. [62][63][64] Em julho de 1959, porém, os Estados Unidos enviaram unidades de comando vestidas como civis para treinar o Exército Real do Laos. [65]

Golpes fracassados na Síria

  • 1956: Operação Straggle. A CIA fez planos para um golpe de Estado no final de outubro de 1956 para derrubar o governo sírio. O plano implicava a tomada pelos militares sírios de importantes cidades e passagens de fronteira. [66][67][68] O plano foi adiado quando Israel invadiu o Egito em outubro de 1956 e os organizadores estadunidenses consideraram que sua operação não teria sucesso em um momento em que o mundo árabe estava lutando contra a "agressão israelense". A operação foi descoberta e os conspiradores estadunidenses tiveram que fugir do país.[69]
  • 1957: Operação Wappen. Uma segunda tentativa de golpe de Estado no ano seguinte considerou o assassinato de altos oficiais sírios, encenando incidentes militares na fronteira síria para responsabilizar a Síria e depois ser usada como pretexto para uma invasão por tropas iraquianas e jordanianas, uma intensa campanha de propaganda estadunidense visando a população síria, e "sabotagem, conspirações nacionais e diversas atividades intimidadoras" para responsabilizar Damasco. [70][71][68][72] Esta operação falhou quando oficiais militares sírios pagos com milhões de dólares em subornos para realizar o golpe revelaram o complô para a inteligência síria. O Departamento de Estado dos Estados Unidos negou a acusação de uma tentativa de golpe e juntamente com a mídia estadunidense acusou a Síria de ser um "satélite" da URSS. [71][73][74]

1957–1959: Indonésia

Como membro fundador do Movimento Não Alinhado e sede da Conferência de Bandung de abril de 1955, a Indonésia estava traçando um rumo para uma política externa independente que não estava militarmente comprometida com nenhum dos lados da Guerra Fria. [75][76] A partir de 1957, a CIA apoiou um plano golpista fracassado de rebeldes militares indonésios. Pilotos da CIA, como Allen Lawrence Pope, pilotaram aviões operados pela organização de fachada da CIA, Civil Air Transport (CAT), que bombardeou alvos civis e militares na Indonésia. A CIA instruiu os pilotos da CAT a alvejar o transporte comercial a fim de afugentar os navios mercantes estrangeiros das águas indonésias, enfraquecendo assim a economia indonésia e, por conseguinte, desestabilizando o governo democraticamente eleito da Indonésia. O bombardeio aéreo da CIA resultou no afundamento de vários navios comerciais [77] e no bombardeio de um mercado que matou muitos civis.[78] A tentativa de golpe falhou na época [79] e o presidente Dwight D. Eisenhower negou qualquer envolvimento dos Estados Unidos. [80]

1958: Líbano

Os Estados Unidos lançaram a Operação Blue Bat em julho de 1958 para intervir na crise do Líbano de 1958. Esta foi a primeira aplicação da Doutrina Eisenhower, segundo a qual os Estados Unidos deveriam intervir para proteger os regimes considerados ameaçados pelo comunismo internacional. O objetivo da operação era reforçar o governo libanês pró-ocidente do presidente Camille Chamoun contra a oposição interna e as ameaças da Síria e do Egito.

1959: Iraque

Richard Sale, da United Press International, citando Adel Darwish e outros especialistas, relatou que a tentativa de assassinato de outubro de 1959 contra o primeiro-ministro iraquiano Abd al-Karim Qasim envolvendo o jovem Saddam Hussein e outros conspiradores baathistas foi uma colaboração entre a CIA e a inteligência egípcia. [81] Bryan R. Gibson contestou a veracidade de Sale e Darwish, citando documentos desclassificados que indicam que a CIA foi surpreendida pelo timing da tentativa de assassinato de Qasim e que o Conselho de Segurança Nacional "tinha acabado de reafirmar [sua] política de não-intervenção" seis dias antes do ocorrido. [82] Embora a tentativa de assassinato tenha fracassado depois que Saddam (que deveria apenas dar cobertura) abriu fogo contra Qasim — forçando Saddam a passar mais de três anos no exílio na República Árabe Unida sob ameaça de morte caso retornasse ao Iraque — isso levaria à ampla exposição de Saddam e do Ba'ath dentro do Iraque, quando ambos já estavam definhando na obscuridade, e mais tarde se tornou uma parte crucial da imagem pública de Saddam durante seu mandato como presidente do Iraque. [83][84] É possível que Saddam tenha visitado a embaixada dos Estados Unidos no Cairo durante seu exílio. [85]

Década de 1960

1960: Congo

Em janeiro de 1961, o primeiro-ministro democraticamente eleito do Congo, Patrice Lumumba, foi morto pelo regime de Mobutu Sese Seko em um golpe orquestrado pelas atividades da CIA sob o governo Eisenhower, como resultado dos receios em torno do desenvolvimento das relações do primeiro-ministro. com os governos soviético e chinês. Mobutu subsequentemente instituiu um regime totalitário cujas ações contribuíram para a atual situação do país empobrecido e acossado pela guerra.

1960: Laos

Em 9 de agosto de 1960, o Capitão Kong Le com seu batalhão de paraquedistas assumiu o controle da capital administrativa, Vientiane, em um golpe sem derramamento de sangue em uma plataforma "neutralista" com os objetivos declarados de acabar com a guerra civil no Laos, encerrar a interferência estrangeira no país, acabar com a corrupção causada pela ajuda externa e melhorar o tratamento para soldados. [86][87] Com o apoio da CIA, o marechal-de-campo Sarit Thanarat, o primeiro-ministro da Tailândia, criou um grupo secreto de assessoria militar tailandesa chamado Kaw Taw. O Kaw Taw, juntamente com a CIA, orquestrou um contra-golpe em novembro de 1960 contra o novo governo neutralista em Vientiane, fornecendo artilharia, artilheiros e assessores ao general Phoumi Nosavan, primo de Sarit. Também implantou a Unidade de Reforço Aéreo da Polícia, patrocinada pela CIA, para operações no Laos. [88] Com a ajuda da organização de fachada da CIA, a Air America, para transporte aéreo de suprimentos de guerra e outras assistências militares e ajuda secreta estadunidense a partir da Tailândia, as forças do general Phoumi Nosavan capturaram Vientiane em novembro de 1960. [89][90]

1961: República Dominicana

Trujillo stamp from 1933

Em maio de 1961, o governante da República Dominicana, Rafael Trujillo, foi assassinado com armas fornecidas pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA).[91][92] Um memorando interno da CIA afirma que uma investigação do Office of Inspector General de 1973 sobre o assassinato revelou "um envolvimento bastante extenso da Agência com os conspiradores". A CIA descreveu seu papel em "mudar" o governo da República Dominicana como um "sucesso", na medida em que ajudou a transferir a República Dominicana de uma ditadura totalitária para uma democracia ao estilo ocidental."[93][94] Juan Bosch, um beneficiário anterior de financiamento da CIA, foi eleito presidente da República Dominicana em 1962 porém seria deposto em 1963.[95]

Década de 1960: Cuba

A CIA orquestrou uma força composta de exilados cubanos treinados pela CIA para invadir Cuba com apoio e equipamento dos militares estadunidense, numa tentativa de derrubar o governo cubano de Fidel Castro. A invasão foi lançada em abril de 1961, três meses depois de John F. Kennedy ter assumido a presidência nos Estados Unidos. As forças armadas cubanas, treinadas e equipadas pelas nações do bloco oriental, derrotaram os combatentes invasores em três dias.

A Operação Mongoose foi um longo esforço do governo dos Estados Unidos para derrubar o governo de Cuba.[96] A operação incluiu guerra econômica, abrangendo um embargo contra Cuba, "para induzir o fracasso do regime comunista em suprir as necessidades econômicas de Cuba", uma iniciativa diplomática para isolar Cuba e operações psicológicas "para aumentar o ressentimento popular contra o regime". [97] A ramificação da operação da guerra econômica também incluiu a infiltração de agentes da CIA para realizar muitos atos de sabotagem contra alvos civis, tal como ponte ferroviária, instalações de armazenamento de melaço, usina de energia elétrica e colheita de açúcar, não obstante os repetidos pedidos de Cuba ao governo dos Estados Unidos para cessar suas operações armadas. [98][97] Além disso, a CIA orquestrou uma série de tentativas de assassinato contra Fidel Castro, chefe do governo de Cuba, incluindo tentativas que implicaram a colaboração da CIA com a máfia americana.[99][100][101]

1961–1964: Brasil

Quando o presidente do Brasil Jânio Quadros renunciou em agosto de 1961, foi legalmente sucedido por João Goulart, o vice-presidente eleito democraticamente do país.[102] Goulart era um defensor dos direitos democráticos, da legalização do Partido Comunista e das reformas econômicas e agrárias, mas o governo dos Estados Unidos insistiu que ele impusesse um programa de austeridade econômica. O governo dos Estados Unidos implementou um plano com o codinome Operação Brother Sam para a desestabilização do Brasil, cortando a ajuda ao governo brasileiro, fornecendo ajuda aos governadores do Brasil que se opuseram ao novo presidente e encorajando altos oficiais militares brasileiros a tomarem o poder e apoiar o chefe do Estado-Maior do Exército, general Humberto Castelo Branco, como líder golpista.[103][104] O general Castelo Branco liderou a deposição do governo constitucional do presidente João Goulart em abril de 1964 e foi instalado como primeiro presidente do regime militar, declarando imediatamente o estado de sítio e prendendo mais de 50.000 adversários políticos no primeiro mês da tomada do poder, enquanto o governo dos Estados Unidos expressou aprovação e reinstituiu a ajuda e o investimento no país. [105]

1963: Iraque

Várias fontes, notavelmente Said Aburish, alegaram que o golpe de fevereiro de 1963 que resultou na formação de um governo baathista no Iraque foi "planejado" pela CIA. [106] No entanto, nenhum documento desclassificado estadunidense confirmou essa alegação. [107] Tareq Y. Ismael, Jacqueline S. Ismael e Glenn E. Perry afirmam que "as forças baathistas e oficiais do exército derrubaram Qasim em 8 de fevereiro de 1963, em colaboração com a CIA."[108] Por outro lado, Gibson argumenta que "a preponderância das evidências corrobora a conclusão de que a CIA não esteve por trás do golpe baathista de fevereiro de 1963".[109] Os Estados Unidos ofereceram apoio material para o novo governo baathista após o golpe, apesar de um sangrento expurgo anticomunista e das atrocidades contra rebeldes curdos e civis iraquianos. [110] Por causa disso, Nathan Citino afirma: "Embora os Estados Unidos não tenham iniciado o golpe do Ramadã, na melhor das hipóteses, tolerou e, na pior das hipóteses, contribuiu para a violência que se seguiu." [111] O governo baathista colapsou em novembro de 1963 com a questão da unificação com a Síria (onde um ramo rival do Partido Baath havia tomado o poder em março).[112] Tem havido muita discussão acadêmica com relação às alegações do rei Hussein da Jordânia e outros de que a CIA (ou outras agências estadunidenses) forneceu ao governo baathista listas de comunistas e outros esquerdistas, que foram então presos ou mortos pela milícia do Partido Baath - a Guarda Nacional. Gibson e Hanna Batatu enfatizam que as identidades dos membros do Partido Comunista Iraquiano eram publicamente conhecidas e que o Baath não precisaria confiar na inteligência estadunidense para identificá-las, enquanto o Citino considera as alegações plausíveis porque a embaixada dos Estados Unidos no Iraque havia realmente compilado tais listas e porque os membros da Guarda Nacional Iraquiana envolvidos na depuração receberam treinamento nos Estados Unidos. [113][114][115]

1963: Vietnã

Embora os Estados Unidos fossem aliados do Vietnã do Sul durante a Guerra do Vietnã, o governo Kennedy tornar-se-ia cada vez mais frustrado com o governo corrupto e repressivo do presidente sul-vietnamita Ngo Dinh Diem. Em vista da recusa de Diem de adotar reformas, as autoridades estadunidenses debateram se deveriam apoiar os esforços para substituí-lo. Esses debates resultaram no envio do telegrama 243 em 24 de agosto de 1963, que instruiu o embaixador dos Estados Unidos no Vietnã do Sul, Henry Cabot Lodge Jr., a "examinar todas as possíveis alternativas de liderança e fazer planos detalhados sobre como poderíamos conduzir a substituição de Diem caso isso se tornar necessário". Lodge e seu oficial de ligação, Lucien Conein, estabeleceram contato com oficiais descontentes do Exército da República do Vietnã e estimularam sua decisão de derrubar Diem. Esses esforços culminaram em um golpe de Estado em 2 de novembro de 1963, durante o qual Diem e seu irmão Ngô Đình Nhu foram assassinados.[116]

Os Pentagon Papers concluíram que "a partir de agosto de 1963 nós, de diferentes maneiras, autorizamos, sancionamos e encorajamos os esforços de golpe dos generais vietnamitas e oferecemos apoio total para um governo sucessor. Em outubro, cortamos a ajuda a Diem em uma rejeição direta, dando permissão aos generais. Mantivemos contato clandestino com eles durante todo o planejamento e execução do golpe e procuramos rever seus planos operacionais e propusemos novo governo."[117]

1965–1966: República Dominicana

Na Guerra Civil Dominicana de 1965, uma junta liderada pelo presidente Donald Reid Cabral lutava contra as forças "constitucionalistas" ou "rebeldes" que defendiam a restauração do poder ao primeiro presidente democraticamente eleito da República Dominicana, o presidente Juan Bosch, cujo mandato havia sido interrompido por um golpe de Estado. Os Estados Unidos lançaram a "Operação Power Pack", uma operação militar para interpor os militares estadunidenses entre os rebeldes e as forças da junta, a fim de impedir o avanço dos rebeldes e, possivelmente, sua vitória. [118][119] A maioria dos conselheiros civis indicou contrariedade a uma intervenção imediata na esperança de que a junta pudesse pôr fim à guerra civil, mas o presidente dos Estados Unidos Lyndon B. Johnson aceitou o conselho de seu embaixador em Santo Domingo, William Tapley Bennett, que sugeriu a intervenção estadunidense. [120] O chefe do Estado-Maior General Wheeler disse a um subordinado: "Sua missão não anunciada é impedir que a República Dominicana se tornasse comunista".[121] Uma frota de 41 embarcações estadunidenses foi enviada para bloquear a ilha quando os Estados Unidos invadiram. Em última análise, 42.000 soldados e fuzileiros navais foram ordenados para a República Dominicana e os Estados Unidos ocuparam o país. [122]

1965-1967: Indonésia

Oficiais subalternos do exército e o comandante da guarda do palácio do presidente Sukarno acusaram os militares dos altos escalões da Indonésia de planejar um golpe de Estado apoiado pela CIA contra Sukarno e mataram seis generais em 1 de outubro de 1965. O general Muhammad Suharto e outros altos oficiais militares atacaram os oficiais subalternos no mesmo dia e acusaram o Partido Comunista da Indonésia (PKI) de orquestrar o assassinato dos seis generais. [123] O exército lançou uma campanha de propaganda baseada em mentiras e agitaram as turbas civis para atacar os supostos defensores do PKI e outros oponentes políticos. Forças do governo indonésio com a colaboração de alguns civis perpetraram assassinatos em massa durante muitos meses. A CIA reconheceu que "em termos do número de pessoas mortas, os massacres anticomunistas e anti-chineses na Indonésia classificam-se como um dos piores assassinatos em massa do século XX". [124] As estimativas do número de civis mortos variam de meio milhão a um milhão[125][126][127], mas estimativas mais recentes colocam o número em dois a três milhões. [128][129] O embaixador dos Estados Unidos, Marshall Green, encorajou os líderes militares a agir com força contra os oponentes políticos. [124] Em 2017, documentos desclassificados da Embaixada dos Estados Unidos em Jacarta confirmaram que os Estados Unidos tinham conhecimento detalhado e contínuo dos assassinatos em massa e os facilitaram e os encorajaram ativamente por seus próprios interesses geopolíticos. [130][131][132][133] Diplomatas estadunidenses admitiram à jornalista Kathy Kadane, em 1990, que haviam fornecido ao exército indonésio milhares de nomes de supostos partidários do PKI e outros supostos esquerdistas e que os oficiais estadunidenses haviam, em seguida, retirado de suas listas aqueles que haviam sido assassinados. [134][135] A base de apoio do presidente Sukarno foi em grande parte aniquilada, aprisionada e o restante aterrorizada, e assim ele foi forçado a deixar o poder em 1967, substituído por um regime militar autoritário liderado pelo general Suharto.[136][137] Alguns acadêmicos atualmente referem aos assassinatos em massa como um genocídio. [138][139][140]

1967: Grécia

Em 21 de abril de 1967, apenas algumas semanas antes das eleições marcadas, um grupo de oficiais de direita do exército liderados pelo brigadeiro-general Stylianos Pattakos e os coronéis George Papadopoulos e Nikolaos Makarezos tomaram o poder em um golpe de Estado. [141] Os líderes golpistas posicionaram tanques em locais estratégicos em Atenas, ganhando efetivamente o controle total da cidade.

Ao mesmo tempo, um grande número de pequenas unidades móveis foram enviadas para prender políticos importantes, figuras de autoridade e cidadãos comuns suspeitos de simpatias com a esquerda, segundo listas preparadas com antecedência. Um dos primeiros a ser preso foi o tenente-general Grigorios Spandidakis, comandante-em-chefe do exército grego. Os coronéis persuadiram Spandidakis a juntar-se a eles, fazendo-o ativar um plano de ação previamente elaborado para levar o golpe adiante. Nas primeiras horas da manhã, toda a Grécia estava sob controle dos coronéis. Todos os principais políticos, incluindo o primeiro-ministro em exercício, Panagiotis Kanellopoulos, foram presos e mantidos incomunicáveis pelos conspiradores. Às 6:00 da manhã EET, Papadopoulos anunciou que onze artigos da constituição grega foram suspensos. [142]

O fundador do partido de esquerda União do Centro, Georgios Papandreou, foi preso após uma incursão noturna em sua villa em Kastri, Attica. Andreas Papandreou foi preso no mesmo período, depois que sete soldados armados com baionetas e uma metralhadora entraram à força em sua casa. Andreas escapou para o telhado de sua casa, mas se rendeu depois que um dos soldados apontou uma arma para a cabeça de seu filho, então com catorze anos de idade, George Papandreou.[142] Gust Avrakotos, um oficial de alto escalão da CIA na Grécia, que era próximo dos coronéis, supostamente os aconselhou a "atirar no filho da puta porque ele vai voltar para assombrá-lo".[143]

Os críticos estadunidenses do golpe incluíram o então senador Lee Metcalf, que criticou o governo Johnson por fornecer ajuda a um "regime militar de colaboradores e simpatizantes do nazismo". Phillips Talbot, o embaixador dos Estados Unidos em Atenas, desaprovou o golpe, queixando-se de que representava "um estupro de democracia", ao que John M. Maury, chefe da estação da CIA em Atenas, respondeu: "Como você pode estuprar uma prostituta?" [142] A CIA afirma que o timing do golpe aparentemente pegou a agência de surpresa.[144]

Década de 1970

1971: Bolívia

O governo dos Estados Unidos apoiou o golpe de 1971 liderado pelo general Hugo Banzer, que depôs o presidente Juan José Torres, da Bolívia. [145][146] Torres desagradou Washington ao convocar uma "Asamblea del Pueblo" (Assembleia do Povo ou Assembléia Popular), na qual representantes de setores proletários específicos da sociedade estavam representados (mineiros, professores sindicalizados, estudantes, camponeses) e, mais genericamente, liderando o país, o que foi percebido como uma direção a esquerda. Banzer eclodiu uma sangrenta revolta militar, que teve inicio em 18 de agosto de 1971, na qual conseguiria tomar o poder em 22 de agosto de 1971. Após Banzer ascender o poder, os Estados Unidos forneceram extensa ajuda militar e outros auxílios para a ditadura Banzer uma vez que esta reprimiu a liberdade de expressão e dissensão, torturou milhares, "desapareceu" e assassinou centenas e fechou sindicatos e universidades. [147][148] Torres, que havia fugido da Bolívia, seria sequestrado e assassinado em 1976 como parte da Operação Condor, a campanha de repressão política e terrorismo de Estado dos ditadores de direita sul-americanos apoiada pelos Estados Unidos. [149][150][151]

1972-1975: Iraque

Os Estados Unidos secretamente forneceram milhões de dólares para a insurgência curda apoiada pelo Irã contra o governo iraquiano. [152][153] O papel dos Estados Unidos era tão secreto que até o Departamento de Estado dos Estados Unidos e o "40 Committee", criados para supervisionar as operações encobertas, não foram informados. As tropas do Partido Democrático Curdo foram lideradas por Mustafa Barzani. Notavelmente, sem o conhecimento dos curdos, essa era uma ação de mudança de regime encoberta que os estadunidenses queriam fracassar, destinada apenas a drenar os recursos do país. [154][155] Os Estados Unidos suspenderam abruptamente o apoio aos curdos em 1975 e, apesar dos pedidos de ajuda curdos, recusaram-se a estender até mesmo a ajuda humanitária aos milhares de refugiados curdos criados como resultado do colapso da insurgência. [156][153]

1973: Chile

O presidente democraticamente eleito Salvador Allende foi deposto pelas forças armadas e pela polícia nacional chilena. O golpe de Estado de 1973 ocorreu após um período prolongado de agitação social e política entre o Congresso do Chile dominado pela direita e Allende, bem como uma guerra econômica empreendida pelo governo dos Estados Unidos. [157] Como um prelúdio para o golpe, o chefe de gabinete do exército chileno,René Schneider, um general dedicado a preservar a ordem constitucional, foi assassinado em 1970 durante uma tentativa frustrada de sequestro apoiada pela CIA.[158][159] O regime de Augusto Pinochet, que chegou ao poder com o golpe, é notável por ter, por estimativas conservadoras, "desaparecido" com cerca de 3200 dissidentes políticos, encarcerado 30.000 (muitos dos quais foram torturados), e exilado cerca de 200.000 chilenos.[160][161][162] A CIA, através do Projeto FUBELT (também conhecido como Track II), trabalhou secretamente para orquestrar as condições para o golpe. Inicialmente, os Estados Unidos negaram qualquer envolvimento, mas muitos documentos relevantes foram desclassificados nas décadas seguintes. [163]

1979-1989: Afeganistão

No que ficou conhecido como "Operação Ciclone", o governo dos Estados Unidos secretamente forneceu armas e financiamento para diversos de senhores da guerra e várias facções de guerrilheiros jihadistas conhecidos como os Mujahideen do Afeganistão lutando para derrubar o governo afegão e as forças militares soviéticas que o apoiavam. Através do Inter-Services Intelligence (ISI) do Paquistão, os Estados Unidos canalizaram treinamento, armas e dinheiro para os combatentes afegãos, incluindo jihadistas que mais tarde ficaram conhecidos como Talibãs, e a um custo estimado de US $ 800 milhões para 35.000 combatentes estrangeiros árabes. [164][165][166][167] Os árabes afegãos também se "beneficiariam indiretamente a partir do financiamento da CIA, através do ISI e das organizações de resistência" [168][169] Alguns dos maiores beneficiários afegãos da CIA eram comandantes arabistas como Jalaluddin Haqqani e Gulbuddin Hekmatyar que foram principais aliados de Osama Bin Laden durante muitos anos. [170][171][172] Alguns dos militantes financiados pela CIA se tornariam parte da al Qaeda mais tarde, incluindo Osama Bin Laden, de acordo com o ex-secretário de Relações Exteriores Robin Cook e outras fontes. [173][174][175][176][177] No entanto, essas alegações são rejeitadas por Steve Coll ("Se a CIA teve contato com bin Laden durante a década de 1980 e, posteriormente, encobriu, até agora fez um excelente trabalho")[178], Peter Bergen ("A teoria de que Bin Laden foi criado pela CIA é invariavelmente desenvolvida como um axioma sem evidência corroborante") [179] e Jason Burke ("Costuma-se dizer que bin Laden foi financiado pela CIA. Isso não é verdade, e, de fato, teria sido impossível, dada a estrutura de financiamento que o general Zia ul-Haq, que havia assumido o poder no Paquistão em 1977, havia estabelecido").[180] Embora a Operação Ciclone tenha terminado oficialmente em 1989 com a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, o financiamento do governo dos Estados Unidos para os Mujahideen continuou até 1992, quando os Mujahideen derrubaram o governo afegão em Cabul.[181]


Década de 1980

1980-1989: Polônia

Ao contrário do governo Carter, as políticas de Reagan apoiaram o movimento Solidariedade na Polônia e - com base na inteligência da CIA - empreenderam uma campanha de relações públicas para impedir o que o governo Carter considerou "um movimento iminente de grandes forças militares soviéticas na Polônia". [182] Michael Reisman, da Yale Law School, nomeou as operações na Polônia como uma das ações secretas da CIA durante a Guerra Fria. [183] O coronel Ryszard Kukliński, um oficial superior do Estado-Maior polonês, estava secretamente enviando relatórios à CIA. [184] A CIA transferiu cerca de US $ 2 milhões anuais em dinheiro para o Solidarność, num total de US $ 10 milhões ao longo de cinco anos. Não havia ligações diretas entre a CIA e o Solidariedade, e todo o dinheiro era canalizado através de terceiros.[185] Oficiais da CIA foram impedidos de se reunir com líderes do Solidarnosc e os contatos da CIA com ativistas do movimento foram mais fracos do que os da AFL-CIO, o qual levantou US $ 300.000 de seus membros, que forneciam material e dinheiro diretamente ao Solidariedade, sem controle de uso deste pelo Solidariedade. O Congresso dos Estados Unidos autorizou o National Endowment for Democracy para promover a democracia, e este alocou US $ 10 milhões para o Solidariedade. [186]

Quando o governo polonês lançou a lei marcial em dezembro de 1981, no entanto, o Solidariedade não foi alertado. Explicações possíveis para isso variam; alguns acreditam que a CIA foi pega de surpresa, enquanto outros sugerem que os decisores políticos estadunidenses consideravam uma repressão interna como preferível a uma "inevitável intervenção soviética". [187] O apoio da CIA ao Solidariedade incluía dinheiro, equipamento e treinamento, que era coordenado pelas operações especiais.[188] Henry Hyde, membro do comitê de inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, declarou que os Estados Unidos forneciam "suprimentos e assistência técnica em termos de jornais clandestinos, radiodifusão, propaganda, dinheiro, ajuda organizacional e conselhos".[189] Os fundos iniciais para ações encobertas da CIA foram de US $ 2 milhões, mas logo após a autorização foram aumentados e em 1985 a CIA se infiltrou com sucesso na Polônia. [190]

1980-1992: El Salvador

O governo de El Salvador travou uma sangrenta guerra civil contra a Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), uma organização guarda-chuva de grupos de oposição política de esquerda, e contra líderes de cooperativas agrícolas, líderes trabalhistas e outros que defendiam a reforma agrária e melhores condições para "camponeses" (rendeiros e outros trabalhadores agrários) que apoiaram a FMLN. O exército salvadorenho organizou esquadrões da morte militares para aterrorizar a população civil rural para que esta cessasse seu apoio à FMLN. [191] As forças governamentais mataram mais de 75.000 civis durante a guerra entre 1980 e 1992. [192][193][194][195][196][197] O governo dos Estados Unidos forneceu treinamento militar e armas para os militares salvadorenhos. O Batalhão Atlacatl, um batalhão de contra-insurgência, foi organizado em 1980 na Escola das Américas e teve um papel de liderança na política militar de "terra arrasada" contra a FLMN e nas aldeias rurais que a apoiavam. Os soldados do Atlacatl foram equipados e dirigidos por conselheiros militares estadunidenses que operavam em El Salvador. [198][199][200] O Batalhão de Atlacatl também participou do Massacre de El Mozote em dezembro de 1981. [201] Em maio de 1983, oficiais estadunidenses assumiram posições nos altos escalões das forças armadas salvadorenhas, estavam tomando decisões críticas e administrando a guerra.[202][203][204][205] Uma comissão de apuração de fatos do Congresso dos Estados Unidos concluiu que a política de repressão de "secar o oceano" do exército de El Salvador implicava em eliminar "aldeias inteiras do mapa, para isolar os guerrilheiros e negar-lhes qualquer base rural da qual possam se suprir". [206] A estratégia de "secar o oceano" ou "terra arrasada" foi baseada em táticas semelhantes àquelas empregadas pela contra-insurgência da junta na vizinha Guatemala e foram derivadas e adaptadas da estratégia dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã e ensinadas por assessores militares estadunidenses. [207][208]

1982–1989: Nicarágua

O governo dos Estados Unidos tentou derrubar o governo da Nicarágua ao armar secretamente, treinar e financiar os Contras, um grupo rebelde baseado em Honduras que foi criado para sabotar a Nicarágua e desestabilizar o governo nicaraguense. [209][210][211][212] Como parte do treinamento, a CIA distribuiu um manual detalhado intitulado "Psychological Operations in Guerrilla Warfare", que instruiu os Contras, entre outras coisas, sobre como explodir prédios públicos, assassinar juízes, criar mártires e chantagear cidadãos comuns. [213] Além de orquestrar os Contras, o governo estadunidense também explodiu pontes e minou o porto de Corinto, causando o afundamento de vários navios civis nicaraguenses e estrangeiros e muitas mortes de civis. [214][215][216][217] Após a Emenda Boland ter tornado ilegal o patrocínio das atividades dos Contras pelo governo estadunidense, a administração do presidente Reagan vendeu secretamente armas ao governo iraniano para financiar um aparato secreto do governo dos Estados Unidos que continuava a financiar ilegalmente os Contras, no que ficou conhecido como o caso Irã-Contras. [218] Os Estados Unidos continuaram a armar e treinar os Contras mesmo depois que o governo sandinista da Nicarágua venceu as eleições de 1984. [219][220]

1983: Granada

No que o governo dos Estados Unidos chamou de Operação Fúria Urgente, os militares estadunidenses invadiram a pequena nação insular de Granada para remover o governo marxista que a administração Reagan considerou condenável.[221][222] A Assembleia Geral das Nações Unidas chamou a invasão de "uma violação flagrante da lei internacional"[223], mas uma resolução similar amplamente apoiada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas foi vetada pelos Estados Unidos. [224][225]

1989: Panamá

Em dezembro de 1989, em uma operação militar chamada Operação Justa Causa, os Estados Unidos invadiram o Panamá. O presidente George H. W. Bush lançou a guerra dez anos depois que os Tratados Torrijos-Carter foram ratificados para transferir o controle do Canal do Panamá dos Estados Unidos para o Panamá no ano 2000. Os Estados Unidos depuseram o líder panamenho de facto, o general e ditador Manuel Noriega. O presidente eleito Guillermo Endara foi empossado no cargo e a Força de Defesa do Panamá foi dissolvida.

Pós-Guerra Fria

Década de 1990

1991: Kuwait

Depois que o Iraque invadiu o Kuwait em agosto de 1990, o governo dos Estados Unidos fez lobby aos governos representados no Conselho de Segurança das Nações Unidas para apoiarem uma resolução autorizando os membros da ONU a usar "todos os meios necessários" para retirar as forças iraquianas do Kuwait.[226] A Resolução 678, incluindo tal linguagem, foi aprovada e os Estados Unidos reuniram uma força de coalizão de 34 países para intervir. A operação foi lançada em janeiro de 1991 e possuiu o codinome "Operação Tempestade no Deserto". A coalizão liderada pelos Estados Unidos repeliu as forças iraquianas do Kuwait e retornou o poder ao emir, xeique Jaber Al-Ahmad Al-Sabah.[227]

1994–2000: Iraque

A CIA lançou a Operação DBACHILLES, uma operação golpista contra o governo iraquiano, recrutando Ayad Allawi, que liderava o Acordo Nacional Iraquiano, uma rede de iraquianos que se opunha ao governo de Saddam Hussein, como parte da operação. A rede incluía militares iraquianos e oficiais de inteligência, mas foi infiltrada por pessoas leais ao governo iraquiano. [228][229][230] Também usando Ayad Allawi e sua rede, a CIA dirigiu uma campanha de sabotagem e bombardeio em Bagdá entre 1992 e 1995, contra alvos que - segundo o governo iraquiano na época - mataram muitos civis, incluindo pessoas em uma sala de cinema lotada. [231] A campanha de bombardeio da CIA pode ter sido apenas um teste da capacidade operacional da rede de ativos da CIA no terreno e não pretendia ser o lançamento do golpe em si.[231] O golpe foi malsucedido, mas Ayad Allawi foi mais tarde nomeado primeiro-ministro do Iraque pelo Conselho Governante Iraquiano, criado pela coalizão liderada pelos Estados Unidos após a invasão e ocupação do Iraque em março de 2003. Como uma medida não secreta, os Estados Unidos em 1998 promulgaram a "Iraq Liberation Act", que afirma, em parte, que "deve ser a política dos Estados Unidos apoiar os esforços para remover o regime liderado por Saddam Hussein do poder no Iraque" e destinar fundos para a ajuda estadunidense "às organizações democráticas da oposição iraquiana". [232]

1997: Indonésia

A administração Clinton viu uma oportunidade para derrubar o presidente indonésio Suharto, quando seu governo sobre a Indonésia tornou-se cada vez mais precário depois da crise financeira asiática de 1997. As autoridades estadunidenses tentaram exacerbar a crise monetária da Indonésia fazendo com que o Fundo Monetário Internacional se opusesse aos esforços de Suharto para estabelecer um comité monetário para estabilizar a rupia, provocando assim descontentamento. O diretor do FMI, Michel Camdessus, gabou-se: "criamos as condições que obrigaram o presidente Suharto a deixar o cargo". O ex-secretário de Estado dos Estados Unidos Lawrence Eagleburger comentou mais tarde: "Fomos bastante espertos ao apoiarmos o FMI quando este derrubou [Suharto]. Se isso foi uma maneira sábia de proceder é outra questão. Eu não estou dizendo que o Sr. Suharto deveria ter ficado, mas eu meio que gostaria que ele tivesse saído em termos diferentes daqueles pelo qual o FMI o expulsou". [233][234] Centenas morreriam na crise que se seguiu.

Década de 2000

2000: Iugoslávia

Do período de 1998 a 2000, pouco mais de US $ 100.000.000 foram canalizados do Departamento de Estado dos Estados Unidos através de Quangos para partidos da oposição, a fim de provocar uma mudança de regime na Iugoslávia. [235] Após as questões relativas aos resultados das eleições iugoslavas de 2000, o Departamento de Estado dos Estados Unidos apoiou fortemente grupos de oposição como o Otpor! através do fornecimento de material promocional e também de serviços de consultoria via Quangos.[236] O envolvimento dos Estados Unidos serviu para acelerar e organizar a dissidência por meio de exposição, recursos, incentivo moral e material, apoio tecnológico e aconselhamento profissional.[235] Esta campanha foi um dos fatores que contribuíram para a Revolução Bulldozer e, portanto, a derrubada do presidente de longa data Slobodan Milošević em 5 de outubro de 2000. [235]

2003: Iraque

A Guerra do Iraque foi um prolongado conflito armado que começou em março de 2003. Uma coalizão militar liderada pelos Estados Unidos invadiu o país e derrubou o governo iraquiano.


Ver também

Referências

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