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Gênero não binário: diferenças entre revisões

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Algumas pessoas não-binárias preferem utilizar pronomes [[Gênero neutro|neutros]] ou [[Epicena|epicenos]], em inglês são conhecidos a [[They singular|versão singular de "''they/their/them''"]], o "''one''", neopronomes de Spivak como "''ze/hir''" ou "''[[:en:Spivak_pronoun|ey]]''", equivalentes a [[Sistema Elu|elu]]<ref>{{Citar web|titulo=Ele, Ela, Elu? - Vitor Rubião Vieira|url=https://sweek.com/s/AgQHAQ4LZgABBwgJAwACAwtsCAA=/Vitor_Rubiao/Ele-Ela-Elu-|obra=sweek.com|acessodata=2019-10-02|lingua=pt}}</ref>, [[Elle (pronome)|éle]]<ref>{{Citar web|titulo=La lengua no tiene sexo: "Elle está cansade"|url=https://www.elespanol.com/cultura/20170617/224478043_0.html|obra=El Español|data=2017-06-18|acessodata=2019-10-02|lingua=es-ES}}</ref> e ile/e propostos,<ref>{{Citar web|titulo=Pronome ile|url=https://www.montink.com.br/pronome-ile|obra=Montink|acessodata=2019-10-02|lingua=pt-br|primeiro=Montink: Camisetas e arte em um só|ultimo=lugar}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Pronomes neutros ganham espaço nas ruas, redes sociais e até em empresas - Brasil|url=https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,pronomes-neutros-ganham-espaco-nas-ruas-redes-sociais-e-ate-em-empresas,70003012260|obra=Estadão|acessodata=2019-10-02|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=MANIFESTO ILE PARA UMA COMUNICAÇÃO RADICALMENTE INCLUSIVA|url=https://ceert.org.br/noticias/genero-mulher/16355/manifesto-ile-para-uma-comunicacao-radicalmente-inclusiva|obra=CEERT|acessodata=2019-10-02|lingua=pt-br}}</ref> neolinguisticamente, em nosso idioma,<ref>{{Citar web|url=https://orientando.org/listas/tipos-de-linguagem/|titulo=» Tipos de linguagem|acessodata=2018-06-29|obra=orientando.org}}</ref> enquanto há quem prefira os [[Pronome pessoal|pronomes pessoais]] convencionais "ela" ou "ele", vistos que podem ser usados seguindo [[Concordância gramatical|concordância]] léxica. Muitos [[Simpatizante LGBT|simpatizantes]] costumam usar terminações em "[[@]]" ou "[[x]]" (como el@s ou elxs), mas elas podem atrapalhar [[leitor de tela|leitores de tela]] e outros tipos de software de acessibilidade.<ref>{{Citar web|titulo=Escrever 'todxs' ou 'amig@s' atrapalha softwares de leitura, dizem cegos|url=https://g1.globo.com/educacao/noticia/escrever-todxs-ou-amigs-prejudica-softwares-de-leitura-dizem-cegos.ghtml|obra=G1|acessodata=2019-10-02|lingua=pt-br}}</ref> Há ainda pessoas não-binárias que preferem que sejam referidas por pronomes alternados, variando por exemplo entre "[[ele]]" e "[[ela]]",<ref>{{Citar periódico|ultimo=Hartemann|primeiro=Gabby|data=2019|titulo=Nem ela, nem ele. Por uma arqueologia (trans*) além do binário|url=https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7129087|jornal=Revista de Arqueología Pública: Revista eletrônica do Laboratòrio de Arqueologia Pública de Unicamp|volume=13|numero=1|paginas=99–115|issn=2237-8294}}</ref> outras preferem não usar nenhum pronome.<ref>{{citar livro|nome = Leslie|sobrenome = Feinberg|título = Transgender Warriors: Making History from Joan of Arc to Dennis Rodman|ano = 1996}}</ref> Muitas pessoas não binárias podem preferir o uso de uma linguagem neutra adicional para [[Pronome de tratamento|tratamento]], tal como os títulos em inglês "''[[:en:Mx (title)|Mx]].''" ou "''Mt.''" em vez de "''Mr.''" ou "''Ms.''" (e ''Mrs.''), equivalentes a "sre." e "srte." (senhore ou senhorie e senhorite), versões neutras advindas de "sr(a)." e "srt(a)." ([[senhor]]/[[Senhora|a]] ou v/s.a. de «vossa» senhoria), semelhantes também a dame e done, vindos de [[dama]]/damo e [[Dom (título)|dom]]/dona.<ref>{{Citar web|titulo=Behind the TIME Cover Story: Beyond 'He' or 'She'|url=https://time.com/4703058/time-cover-story-beyond-he-or-she/|obra=Time|acessodata=2020-06-29}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=None of the Above|url=https://www.psychologytoday.com/articles/201503/none-the-above|obra=Psychology Today|acessodata=2020-06-29|lingua=en-US}}</ref>
Algumas pessoas não-binárias preferem utilizar pronomes [[Gênero neutro|neutros]] ou [[Epicena|epicenos]], em inglês são conhecidos a [[They singular|versão singular de "''they/their/them''"]], o "''one''", neopronomes de Spivak como "''ze/hir''" ou "''[[:en:Spivak_pronoun|ey]]''", equivalentes a [[Sistema Elu|elu]]<ref>{{Citar web|titulo=Ele, Ela, Elu? - Vitor Rubião Vieira|url=https://sweek.com/s/AgQHAQ4LZgABBwgJAwACAwtsCAA=/Vitor_Rubiao/Ele-Ela-Elu-|obra=sweek.com|acessodata=2019-10-02|lingua=pt}}</ref>, [[Elle (pronome)|éle]]<ref>{{Citar web|titulo=La lengua no tiene sexo: "Elle está cansade"|url=https://www.elespanol.com/cultura/20170617/224478043_0.html|obra=El Español|data=2017-06-18|acessodata=2019-10-02|lingua=es-ES}}</ref> e ile/e propostos,<ref>{{Citar web|titulo=Pronome ile|url=https://www.montink.com.br/pronome-ile|obra=Montink|acessodata=2019-10-02|lingua=pt-br|primeiro=Montink: Camisetas e arte em um só|ultimo=lugar}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Pronomes neutros ganham espaço nas ruas, redes sociais e até em empresas - Brasil|url=https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,pronomes-neutros-ganham-espaco-nas-ruas-redes-sociais-e-ate-em-empresas,70003012260|obra=Estadão|acessodata=2019-10-02|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=MANIFESTO ILE PARA UMA COMUNICAÇÃO RADICALMENTE INCLUSIVA|url=https://ceert.org.br/noticias/genero-mulher/16355/manifesto-ile-para-uma-comunicacao-radicalmente-inclusiva|obra=CEERT|acessodata=2019-10-02|lingua=pt-br}}</ref> neolinguisticamente, em nosso idioma,<ref>{{Citar web|url=https://orientando.org/listas/tipos-de-linguagem/|titulo=» Tipos de linguagem|acessodata=2018-06-29|obra=orientando.org}}</ref> enquanto há quem prefira os [[Pronome pessoal|pronomes pessoais]] convencionais "ela" ou "ele", vistos que podem ser usados seguindo [[Concordância gramatical|concordância]] léxica. Muitos [[Simpatizante LGBT|simpatizantes]] costumam usar terminações em "[[@]]" ou "[[x]]" (como el@s ou elxs), mas elas podem atrapalhar [[leitor de tela|leitores de tela]] e outros tipos de software de acessibilidade.<ref>{{Citar web|titulo=Escrever 'todxs' ou 'amig@s' atrapalha softwares de leitura, dizem cegos|url=https://g1.globo.com/educacao/noticia/escrever-todxs-ou-amigs-prejudica-softwares-de-leitura-dizem-cegos.ghtml|obra=G1|acessodata=2019-10-02|lingua=pt-br}}</ref> Há ainda pessoas não-binárias que preferem que sejam referidas por pronomes alternados, variando por exemplo entre "[[ele]]" e "[[ela]]",<ref>{{Citar periódico|ultimo=Hartemann|primeiro=Gabby|data=2019|titulo=Nem ela, nem ele. Por uma arqueologia (trans*) além do binário|url=https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7129087|jornal=Revista de Arqueología Pública: Revista eletrônica do Laboratòrio de Arqueologia Pública de Unicamp|volume=13|numero=1|paginas=99–115|issn=2237-8294}}</ref> outras preferem não usar nenhum pronome.<ref>{{citar livro|nome = Leslie|sobrenome = Feinberg|título = Transgender Warriors: Making History from Joan of Arc to Dennis Rodman|ano = 1996}}</ref> Muitas pessoas não binárias podem preferir o uso de uma linguagem neutra adicional para [[Pronome de tratamento|tratamento]], tal como os títulos em inglês "''[[:en:Mx (title)|Mx]].''" ou "''Mt.''" em vez de "''Mr.''" ou "''Ms.''" (e ''Mrs.''), equivalentes a "sre." e "srte." (senhore ou senhorie e senhorite), versões neutras advindas de "sr(a)." e "srt(a)." ([[senhor]]/[[Senhora|a]] ou v/s.a. de «vossa» senhoria), semelhantes também a dame e done, vindos de [[dama]]/damo e [[Dom (título)|dom]]/dona.<ref>{{Citar web|titulo=Behind the TIME Cover Story: Beyond 'He' or 'She'|url=https://time.com/4703058/time-cover-story-beyond-he-or-she/|obra=Time|acessodata=2020-06-29}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=None of the Above|url=https://www.psychologytoday.com/articles/201503/none-the-above|obra=Psychology Today|acessodata=2020-06-29|lingua=en-US}}</ref>

=== Identidades ===

==== Andrógine ====
O mito do andrógino como uma classificação, vem de [[Platão]] através de o [[Simpósio (Platão)|Simpósio]], como uma categorização, e numa literal tradução, visando uma [[Linguagem neutra de gêneros gramaticais|neolinguagem]] [[Linguagem não sexista|não sexista]] de [[gênero neutro]] ou [[epiceno]], junto a [[epicenidade]]:<ref>{{Citar web|titulo=Manual Linguagem Neutra.pdf|url=https://drive.google.com/file/d/16BQ59w4ePbUqMAzrFwUiCsz3r9zJw9XL/edit?usp=embed_facebook|obra=Google Docs|acessodata=2020-07-20}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Groppi|primeiro=Mirta|data=2006-07-15|titulo=Falando de Pronomes|url=http://dx.doi.org/10.5433/2237-4876.2006v9n1p95|jornal=Signum: Estudos da Linguagem|volume=9|numero=1|paginas=95|doi=10.5433/2237-4876.2006v9n1p95|issn=2237-4876}}</ref> "[[Macho|pessoas machas]]", "[[Fêmea|indivíduos fêmeos]]" e "[[andrógine]]".<ref>{{Citar web|titulo=Androgyne Myth - Symposium 189c–193e|url=https://www.john-uebersax.com/plato/myths/androgyne.htm|obra=www.john-uebersax.com|acessodata=2020-07-20}}</ref> O que ele referenciou nessas três categorias poderiam ser tanto [[sexualidades]], [[Orientação sexual|orientações sexuais]], [[Identidade de gênero|identidades de gênero]], [[sexo biológico]] (ou aspectos de sexo)<ref>{{Citar web|titulo=What is Intersex? Frequently Asked Questions|url=https://interactadvocates.org/faq/|obra=interACT: Advocates for Intersex Youth|acessodata=2020-07-20|lingua=en-US}}</ref> e [[Expressão de género|expressão de gênero]] nos dias atuais, pois não havia diferenciação dessas "[[classes sociais]]", pois elas poderiam simplesmente representar [[Monossexualidade|monossexualidades]], ao contrário do [[amor platônico]].<ref>{{Citar periódico|ultimo=Veenstra|primeiro=Gerry|data=2011-01-17|titulo=Race, gender, class, and sexual orientation: intersecting axes of inequality and self-rated health in Canada|url=https://doi.org/10.1186/1475-9276-10-3|jornal=International Journal for Equity in Health|volume=10|numero=1|paginas=3|doi=10.1186/1475-9276-10-3|issn=1475-9276|pmc=PMC3032690|pmid=21241506}}</ref> naqueles tempos.<ref>{{Citar web|titulo=The Symposium: 189c - 193e {{!}} SparkNotes|url=https://www.sparknotes.com/philosophy/symposium/section6/|obra=www.sparknotes.com|acessodata=2020-07-20|lingua=en}}</ref> "''[[Ginandromorfismo|Ginandromorfe]]''" foi usado como um termo de [[gênero]] na [[década de 70]].<ref>{{Citar web|titulo=Confessions of a Gynandromorph - Digital Transgender Archive|url=https://www.digitaltransgenderarchive.net/files/rn301138p|obra=www.digitaltransgenderarchive.net|acessodata=2020-07-20}}</ref> Deve-se notar que o ginandromofismo não é observada na biologia como algo humano, mas sim animal. Porém a ginandromorfia pode ser obtida através do [[altersexo]], num [[transumanismo]]. Semelhante a [[Androgynos|''androgynos'']], andrógina pode ser uma condição mutuamente associada ao [[judaísmo]] e variações corporalmente [[intersexo]].<ref>{{Citar web|titulo=Differences in sex development|url=https://www.nhs.uk/conditions/differences-in-sex-development/|obra=nhs.uk|data=2017-10-18|acessodata=2020-07-20|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=https://www.unfe.org/wp-content/uploads/2017/05/UNFE-Intersex.pdf|url=http://archive.li/PRTD3|obra=archive.li|data=2020-07-20|acessodata=2020-07-20}}</ref>

[[Androginia]], no que tange a [[Expressão de género|expressão de gênero]], diz respeito a mescla das masculinidades e feminilidades, ou ainda das [[Efeminação|efeminações]] e "[[Masculinização|masculinizações]]" (ou [[feminização]] e [[Butch e femme|''butch'']]-dade). Ginandria também é uma possível palava, [[Morfologia reprodutiva das plantas|usada na botânica]] pra um uma planta [[hermafrodita]], também chamada de [[Bissexualidade|bissexual]]. Note que a conceptualização de orientação sexual só veio no [[século XIX]],<ref>{{Citar periódico|ultimo=Beachy|primeiro=Robert|data=2010|titulo=The German Invention of Homosexuality|url=http://www.jstor.org/stable/10.1086/656077|jornal=The Journal of Modern History|volume=82|numero=4|paginas=801–838|doi=10.1086/656077|issn=0022-2801}}</ref> sendo a separação de sexo e gênero possível no [[século XX]] com o conceito de [[Transgénero|transgênero]], através do uso de uma auto-proclamada [[travesti]].<ref>{{Citar web|titulo=Virginia Prince & Transvestia - University of Victoria|url=https://www.uvic.ca/transgenderarchives/collections/virgina-prince/index.php|obra=www.uvic.ca|acessodata=2020-07-20}}</ref> Embora muitas vezes definida como uma ambiguidade ou ambivalência, ela não é uma dubiedade ou indefinição.<ref>{{Citar web|titulo=Ask — Ambitrois|url=http://archive.li/Fweoy|obra=archive.li|data=2020-07-09|acessodata=2020-07-20}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Lilac Library — Chaosgender|url=http://archive.li/vwO9B|obra=archive.li|data=2020-07-01|acessodata=2020-07-20}}</ref> A imaterialidade de gênero, se vem com o [[Constructo social|constructo]] do mesmo.<ref>{{Citar web|titulo=Social Constructionism {{!}} Introduction to Women Gender Sexuality Studies|url=https://courses.lumenlearning.com/suny-introwgss/chapter/social-constructionism/|obra=courses.lumenlearning.com|acessodata=2020-07-20}}</ref>


==== Bigeneridade ====
==== Bigeneridade ====
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*[[Sam Smith]], pessoa cantora-compositora britânica e não-binária, que venceu quatro [[Grammy Award|Grammy Awards]] e usa o pronome [[They singular|singular ''they'']]''.''<ref>{{Citar periódico|data=2019-09-14|titulo=Sam Smith changes pronouns to they/them|url=https://www.bbc.com/news/entertainment-arts-49688123|jornal=BBC News|lingua=en-GB}}</ref>
*[[Sam Smith]], pessoa cantora-compositora britânica e não-binária, que venceu quatro [[Grammy Award|Grammy Awards]] e usa o pronome [[They singular|singular ''they'']]''.''<ref>{{Citar periódico|data=2019-09-14|titulo=Sam Smith changes pronouns to they/them|url=https://www.bbc.com/news/entertainment-arts-49688123|jornal=BBC News|lingua=en-GB}}</ref>
*[[Janelle Monáe]], pessoa cantora-compositora, bailarina e atriz norte-americana, se revelou não-binária em janeiro de 2020.<ref>{{Citar web|titulo=Janelle Monáe Tweets “#IAmNonbinary”|url=https://www.them.us/story/janelle-monae-nonbinary-iamnonbinary|obra=them.|acessodata=2020-02-11|lingua=en|primeiro=Michelle|ultimo=Kim}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Janelle Monáe Seemingly Comes Out As Gender Nonbinary With A Simple Tweet|url=https://www.buzzfeed.com/shylawatson/janelle-monae-comes-out-gender-nonbinary|obra=BuzzFeed|acessodata=2020-02-11|lingua=en|primeiro=Shyla|ultimo=Watson}}</ref>
*[[Janelle Monáe]], pessoa cantora-compositora, bailarina e atriz norte-americana, se revelou não-binária em janeiro de 2020.<ref>{{Citar web|titulo=Janelle Monáe Tweets “#IAmNonbinary”|url=https://www.them.us/story/janelle-monae-nonbinary-iamnonbinary|obra=them.|acessodata=2020-02-11|lingua=en|primeiro=Michelle|ultimo=Kim}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Janelle Monáe Seemingly Comes Out As Gender Nonbinary With A Simple Tweet|url=https://www.buzzfeed.com/shylawatson/janelle-monae-comes-out-gender-nonbinary|obra=BuzzFeed|acessodata=2020-02-11|lingua=en|primeiro=Shyla|ultimo=Watson}}</ref>
*Lírio Negro, [[artivista]] [[alagoano]], coordenador da área não-binária da Aliança Nacional LGBTI+.<ref>{{Citar web|titulo=NOTA OFICIAL DA ALIANÇA NACIONAL LGBTI+ DE CONGRATULAÇÕES PELO DIA 14 DE JULHO DIA INTERNACIONAL DO ORGULHO E VISIBILIDADE NÃO-BINÁRIA|url=http://aliancalgbti.org.br/2020/07/14/nota-oficial-da-alianca-nacional-lgbti-de-congratulacoes-pelo-dia-14-de-julho-dia-internacional-do-orgulho-e-visibilidade-nao-binaria/|obra=Aliança Nacional LGBTI|data=2020-07-14|acessodata=2020-07-20|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=1º Encontro e Celebração do Orgulho Genderqueer e Não-Binário ocorre em Alagoas|url=http://www.mulherecidadania.al.gov.br/index.php/noticia/item/2116-1-encontro-e-celebracao-do-orgulho-genderqueer-e-nao-binario-ocorre-em-alagoas|obra=www.mulherecidadania.al.gov.br|acessodata=2020-07-20|lingua=pt-BR}}</ref>


== Discriminação e estado legal ==
== Discriminação e estado legal ==
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* [[Sistema de gênero]]
* [[Sistema de gênero]]
* [[Polarização de gênero]]
* [[Polarização de gênero]]
* [[Transformista]]
* [[Linguagem não sexista]]{{-fim}}
** [[Drag queen|''Drag'']]
** [[Cross-dressing|''Cross-dresser'']]
* [[Linguagem não sexista]]
* [[Dia Internacional das Pessoas Não-Binárias]]{{-fim}}
{{Notas}}
{{Notas}}
{{Referências}}{{LGBT}}{{Identidade sexual}}
{{Referências}}{{LGBT}}{{Identidade sexual}}

Revisão das 16h05min de 20 de julho de 2020

contém cores roxa, branca, amarela e preta
Bandeira da visibilidade não-binária

Não-binariedade[nota 1][1] ou identidade não-binária é um "termo guarda-chuva" (que abarca várias identidades diferentes dentro de si) para identidades de gênero que não são masculinas ou femininas, estando portanto fora do binário de gênero e da cisnormatividade.[2][3][4][5] Academicamente, a não-binariedade pode ser frequentemente agrupada à inconformidade de gênero.[6] Pessoas não-binárias podem classificar a sua identidade de gênero de várias maneiras, entre as quais:

Diferença entre identidade de gênero, expressão de gênero e sexo biológico

Ver artigo principal: Diferença entre sexo e gênero

Ao contrário do que se possa pensar, a identidade de gênero não-binária não tem qualquer correlação com alguém ser, ou não, intersexo.[17]

O sexo biológico refere-se às características sexuais, e é tipicamente identificado à nascença por médicos com base nos genitais independentemente da identidade de gênero que o bebê possa vir a ter. O sexo é classificado como masculino, feminino, intersexo ou altersexo.[18] Embora existam classificações mais atuais, que tentam se desvencilhar das terminologias tradicionais, levando em conta Ductos de Müller e de Wolff, pessoas ovarianas, espermatogênicas, oogénicas, estrogênicas, vulvarianas, testiculares, ovotesticulares (ou am/bigonadais), microgaméticas e megagaméticas (ou macrogaméticas), que podem, ou não, ser intersexo.[19][20]

A identidade de gênero é uma questão de autopercepção e não se prende com fatores externos. Uma pessoa pode ser cis ou transgênero. Sendo trans, pode identificar-se dentro do gênero binário (homenidade ou mulheridade) ou possuir uma identidade não-binária.[21][22]

Expressão de gênero resulta de uma combinação entre comportamento social e maneirismos, com aparência (penteado, roupas…) interior ou exterior, e é geralmente encarada como feminina ou masculina. Considera-se que quem não exibe um alinhamento entre o que se considera feminino ou masculino é andrógino ou não-conforme de gênero.[23]

Terminologias

Algumas pessoas não-binárias preferem utilizar pronomes neutros ou epicenos, em inglês são conhecidos a versão singular de "they/their/them", o "one", neopronomes de Spivak como "ze/hir" ou "ey", equivalentes a elu[24], éle[25] e ile/e propostos,[26][27][28] neolinguisticamente, em nosso idioma,[29] enquanto há quem prefira os pronomes pessoais convencionais "ela" ou "ele", vistos que podem ser usados seguindo concordância léxica. Muitos simpatizantes costumam usar terminações em "@" ou "x" (como el@s ou elxs), mas elas podem atrapalhar leitores de tela e outros tipos de software de acessibilidade.[30] Há ainda pessoas não-binárias que preferem que sejam referidas por pronomes alternados, variando por exemplo entre "ele" e "ela",[31] outras preferem não usar nenhum pronome.[32] Muitas pessoas não binárias podem preferir o uso de uma linguagem neutra adicional para tratamento, tal como os títulos em inglês "Mx." ou "Mt." em vez de "Mr." ou "Ms." (e Mrs.), equivalentes a "sre." e "srte." (senhore ou senhorie e senhorite), versões neutras advindas de "sr(a)." e "srt(a)." (senhor/a ou v/s.a. de «vossa» senhoria), semelhantes também a dame e done, vindos de dama/damo e dom/dona.[33][34]

Identidades

Andrógine

O mito do andrógino como uma classificação, vem de Platão através de o Simpósio, como uma categorização, e numa literal tradução, visando uma neolinguagem não sexista de gênero neutro ou epiceno, junto a epicenidade:[35][36] "pessoas machas", "indivíduos fêmeos" e "andrógine".[37] O que ele referenciou nessas três categorias poderiam ser tanto sexualidades, orientações sexuais, identidades de gênero, sexo biológico (ou aspectos de sexo)[38] e expressão de gênero nos dias atuais, pois não havia diferenciação dessas "classes sociais", pois elas poderiam simplesmente representar monossexualidades, ao contrário do amor platônico.[39] naqueles tempos.[40] "Ginandromorfe" foi usado como um termo de gênero na década de 70.[41] Deve-se notar que o ginandromofismo não é observada na biologia como algo humano, mas sim animal. Porém a ginandromorfia pode ser obtida através do altersexo, num transumanismo. Semelhante a androgynos, andrógina pode ser uma condição mutuamente associada ao judaísmo e variações corporalmente intersexo.[42][43]

Androginia, no que tange a expressão de gênero, diz respeito a mescla das masculinidades e feminilidades, ou ainda das efeminações e "masculinizações" (ou feminização e butch-dade). Ginandria também é uma possível palava, usada na botânica pra um uma planta hermafrodita, também chamada de bissexual. Note que a conceptualização de orientação sexual só veio no século XIX,[44] sendo a separação de sexo e gênero possível no século XX com o conceito de transgênero, através do uso de uma auto-proclamada travesti.[45] Embora muitas vezes definida como uma ambiguidade ou ambivalência, ela não é uma dubiedade ou indefinição.[46][47] A imaterialidade de gênero, se vem com o constructo do mesmo.[48]

Bigeneridade

Ver artigo principal: Bigênero

Identificação dupla, podendo ela ser estável ou fluída. Alguns indivíduos bigêneros expressam duas identidades de gênero, distintas ou semelhantes, assíncronas ou simultâneas. Não é necessariamente dois gêneros inteiros, há também duplicidade de gênero para com demiagênero, por exemplo, onde há um gênero parcialmente nulo ou ausente, dividindo sua identidade com agênero e outro gênero.[49][50]

Gênero fluido

Ver artigo principal: Gênero-fluido

O gênero com que a pessoa gênero-fluída se identifica varia através do tempo: às vezes sente-se cis, outras vezes trans binária, outras vezes trans não-binária, noutras identifica-se com vários gêneros, parcialmente, indefinidos ou com nenhum. A velocidade com que o gênero muda varia de pessoa para pessoa, pode ser gradual, súbita, constantes, inconstantes, mensais, anuais ou diárias, podendo ser entre gêneros totalmente opostos. Além disso, gênero fluido não é uma mistura de identidades — é uma identidade própria, e as fluências de gênero não precisam necessariamente abranger todo o espectro de gênero.[51]

Ageneridade e neutralidade de gênero

Apesar de tenderem a confundir-se, e de várias pessoas aplicarem a si mesmas ambos os termos, implicam coisas diferentes: o primeiro associa-se à negação de uma identificação, enquanto que o segundo é uma identificação-própria, relativamente aos gêneros binários.

  • Neutrois: identifica-se como sendo gênero neutro. É diferente de não ter gênero. Pode ser estático ou fluído.
  • Agênero: significa "sem gênero" ou gênero nulo, a pessoa não se identifica com nenhum gênero.[52] Não confundir com agênere.

Há a conceitualizações, de acordo com perspectivas de outras pessoas do meio, de que neutre seria um equilíbrio entre todo o espectro de gênero ou uma expressão de indiferença perante o gênero, como na matemática do plano cartesiano, onde neutro seria representado por 0 e agênero por ,[53][54] sendo ambos permutáveis, dependendo da situação. Mas, em relação ao balanceamento, existe a possibilidade de fluir, ou oscilar, entre gêneros positivos e negativos, sendo eles seu(s) gênero(s) absoluto(s) e oposto(s), sendo o equilíbrio uma ambivalência ou ambiguidade de gênero. Já as interpretações sobre a nulidade de gênero variam de pessoa pra pessoa, mas nas descrições comuns, dá-se que é a rejeição para com a binariedade de gênero.[55] Os gêneros não-neutros são chamados de saturados.[56]

Demigeneridade ou semigeneridade

Demigênero ou semigênero implica uma conexão parcial em relação a um certo gênero, sendo um termo guarda-chuva que engloba, por exemplo, demiboy (semigaroto, semimenino, semiguri, demiguri, demimoço, semimoço, demihomem, semihomem, demimenino ou demigaroto, alguém que se identifica parcialmente com o gênero masculino) ou demigirl (semigarota, semimoça, demimoça, demimulher, semimulher, semiguria, demiguria, semimenina, demimenina ou demigarota, alguém que se identifica parcialmente com o gênero feminino).[57][58]

Poligeneridade ou pangeneridade

Ver artigo principal: Pangênero

Identificação com vários gêneros ou todos os gêneros, dentro de sua cultura, experiência de vida, condição natural ou biopsicossocial e variação de neurotipo (simultaneamente e/ou fluindo, podendo haver um fluxo na intensidade ou não).[59]

Orientação sexual e afetiva

Indivíduos não-binários, assim como qualquer outra pessoa, podem vivenciar a assexualidade, a arromanticidade, a bissexualidade, a polissexualidade, a pansexualidade e a não-heterossexualidade. Além dessas orientações romântica e sexuais, há também a pomossexualidade. A determinação de sexualidade, romanticidade e afetividade varia de pessoa pra pessoa. Muitos não querem usar neo- ou micro-rótulos, como onissexual e ceterossexual, outros preferem algo mais amplo e padrão, como multissexual e ambifilia.[60]

Monossexualidade

Um indivíduo não-binário, assim como um binário, pode ser monossexual (atraído por apenas um gênero), sendo sua classificação divida entre ginessexual e androssexual, invés de homossexual ou heterossexual. Contudo, sabendo que não-binaridade não é um gênero monolítico, mas sim abarcativo, há gays e lésbicas que se descrevem como não-bináries, pois a desconexão para com os gêneros binários não deve ser necessariamente integral.[61] Embora haja ativistas que argumentam que isso é uma rebinarização identitária, há também contra-argumentos afirmando como uma própria desbinarização das homossexualidades e flexibilização de sua naturalidade. Também há quem use o termo sáfica como mais includente que lésbica.[62][63]

As orientações não-héteras são mais comuns entre pessoas não-binárias, por se reconhecerem parte de uma minoria sexual. Porém, raramente, há quem se veja parcialmente hétero, ou que sinta sua atração ser conformante ou hétera, alguns fazendo uso do neologismo "strayt".[64]

História

A palavra genderqueer tem origem nos anos 1990, e começou por ser chamada "Gender Queer" antes que se tornasse uma única palavra. O significado original era literalmente "queer gender", traduzido para português como "género estranho". Explicações apontam que genderqueer é usada como termo guarda-chuva para pessoas não-cisgêneras, sendo ainda mais abrangente que não-binárie.[65][66]

O uso mais antigo da palavra é atribuído a Riki Anne Wilchins, ativista dos direitos LGBT+, que utilizou o conceito na primavera de 1995 na newsletter In Your Face.

Genderqueer foi uma das 56 opções de identidade de gênero adicionadas ao Facebook em Fevereiro de 2014.[67]

Em agosto de 1999, Monica Helms cria a bandeira do orgulho transgênero, nela ela inclui pessoas de gênero neutro ou indefinido, através da listra branca, representando também intersexuais e aqueles que estão transicionando.[68]

Muitas culturas e grupos étnicos adotaram conceitos de papéis tradicionais de gênero-variante, como os cinco gêneros na sociedade Bugis,[69][70] por volta do século XVIII. Hijra e dois-espíritos, por exemplo. Estas identidades eram comumente análogas a não-binariedade, como se não se classificassem na ideia ocidental de papéis binários de gênero.[71]

Na tradição judaica, há identidades como androgynos (em hebraico: אנדרוגינוס; "andrógino") e tumtum (em hebraico: טומטום; "escondido"), que respectivamente, representam pessoas que naturalmente possuam ambas as características femininas e masculinas, ou a ausência delas.[72][73][74]

Bandeira

A bandeira genderqueer.
Ver artigos principais: Simbologia LGBT e Bandeira de orgulho

Criada por Marilyn Roxie em 2011, a bandeira de orgulho gênero-queer consiste em três riscas horizontais e foi criada para complementar as atuais bandeiras de identidade de gênero e orientação sexual.[75]

A risca roxa, mistura de azul e rosa (cores tradicionalmente associadas com homens e mulheres, respectivamente), representa a androginia e "queerness" (cuirdade, cuiridade, kuirdade, kuiridade, queeridade ou queerdade, em tradução livre). O branco simboliza agênero, refletindo o uso de branco na bandeira trans para a identidade de gênero neutra, e o verde representa todos cuja identidade está fora do gênero binário.[76]

Em 2013, Roxie clarificou que a semelhança entre as cores desta bandeira e a da Women's Social and Political Union, uma organização de sufrágio baseada no Reino Unido, não era intencional.[77]

Em 2014, Kye Rowan criou a bandeira do orgulho não-binário, com quatro listras nas cores amarelo, branco, roxo e preto-cinza. O amarelo representando gêneros totalmente fora da binariedade, branco, como cor fotológica, pessoas com vários ou todos os gêneros, roxo a multiplicidade e flexibilidade de gêneros, preto indivíduos com nenhum de gênero.[78]

Pessoas notáveis

  • Angel Haze, rapper de origem norte-americana, identifica-se como indivíduo agênero, tendo revelado a sua identidade de gênero publicamente em Fevereiro de 2015. O seu pronome pessoal de escolha é o singular they.[79]
  • Ruby Rose, atriz, modelo e DJ australiana, identifica-se como gênero fluido. O seu pronome pessoal de escolha é "ela".
  • Nico Tortorella, ator e modelo estadunidense, identifica-se como gênero fluido, tendo vindo a público como tal em 2016.
  • Linn da Quebrada, atriz, cantora, compositora, travesti e ativista social brasileira. Ela se define como terrorista de gênero.[80]
  • Lázare Heliodoro, pessoa cantora, compositora e multi-instrumentista, ativista LGBTQIAP+ e proponente da ideia legislativa sobre inclusão não-binária nos documentos oficiais de identificação.[81][82]
  • Matheusa Passareli, pessoa não-binária, estudante e assassinada aos 21 anos no Rio de Janeiro.[83][84]
  • Autumn Burchett, pessoa não-binária transfeminina, jogadora profissional de Magic: The Gathering, primeira a não ser um homem a vencer e ser campeã de um Pro Tour.[85][86]
  • Jonathan Van Ness, pessoa não-binária, cabeleireira e personalidade de TV conhecido por seu papel na série Queer Eye, o seu pronome de escolha é "ele".
  • Sam Smith, pessoa cantora-compositora britânica e não-binária, que venceu quatro Grammy Awards e usa o pronome singular they.[87]
  • Janelle Monáe, pessoa cantora-compositora, bailarina e atriz norte-americana, se revelou não-binária em janeiro de 2020.[88][89]
  • Lírio Negro, artivista alagoano, coordenador da área não-binária da Aliança Nacional LGBTI+.[90][91]

Discriminação e estado legal

Reconhecimento de identidades não binárias no mundo

Brasil

No passaporte brasileiro, há a identificação de sexo em três categorias: "M", "F" e "X". Para conseguir emitir um passaporte com o sexo "X", é preciso selecionar a opção "não especificado" ao solicitar novo passaporte no site da Divisão do Passaporte da Polícia Federal. A lei reconhece a identidade de gênero, sendo possível retificar os registros, como a certidão de nascimento, alterando nome e sexo, sem a precisar de laudos médicos ou procedimentos cirúrgicos, porém as categorias continuam sendo "masculino" e "feminino",[92] havendo propostas legislativas para o reconhecimento do gênero neutro.[93][94][95][96]

Estados Unidos

A maioria dos interrogados no questionário "National Transgender Discrimination Survey" escolheu a opção "Um gênero não listado aqui" (em inglês: Question 3 Gender Not Listed Here, Q3GNLH). Destes, 90% reportaram testemunhar preconceitos anti-trans no local de trabalho e 43% reportaram ter tentado cometer suicídio.[97]

Austrália

Desde 2003 os cidadãos australianos podem escolher "X" como opção para marcar o seu gênero no passaporte.[98] Em 2014, uma terceira categoria "não especificada" foi denominada pela Suprem Corte.[99][100]

Japão

No Japão, o "X-gênero" ou gênero-X é um terceiro género e identidade não binária conhecida como Xジェンダー, como alternativa ao "M" de masculino e "F" de feminino.[101]

Alemanha

Nas certidões de nascimento e noutros registros legais, alemães têm a opção "diverso" como categoria de gênero, após a corte decidir que as designações binárias são discriminatórias e violam as garantias de liberdade individual.[102][103][104]

Áustria

Desde 2018, as pessoas intersexo têm o direito de se registrar civilmente como pessoas não-binárias. Decisão baseada na Convenção Européia de Direitos Humanos pelo Tribunal Constitucional da Áustria.[105][106]

Ver também

Notas

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