Guiné
República da Guiné République de Guinée | |
Lema: "Travail, Justice, Solidarité" ("Trabalho, Justiça, Solidariedade") | |
Hino nacional: "Liberté" ("Liberdade") | |
Gentílico: Guineano(a), guineense[1] | |
Capital | Conacri |
Cidade mais populosa | Conacri |
Língua oficial | Francês |
Governo | República presidencialista |
• Presidente | Alpha Condé |
• Primeiro-ministro | Mamady Youla |
Independência | da França |
• Data | 2 de outubro de 1958 |
Área | |
• Total | 245 857 km² (76.º) |
• Água (%) | <0,1 |
Fronteira | Guiné-Bissau (noroeste), Senegal (norte), Mali (norte e nordeste), Costa do Marfim (sudeste), Libéria e Serra Leoa (sul) |
População | |
• Estimativa para 2008 | 9 806 509 hab. (82.º) |
• Densidade | 39 hab./km² (137.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2007 |
• Total | US$ : 9,741 bilhões (141.º) |
• Per capita | US$ : 1074 (160.º) |
IDH (2014) | 0,411 (182.º) – baixo[2] |
Gini (2006) | 38,1[3] |
Moeda | Franco guineense (GNF )
|
Fuso horário | (UTC+0) |
Cód. ISO | GIN |
Cód. Internet | .gn |
Cód. telef. | +224
|
A Guiné (em francês: Guinée, em fula Gine), oficialmente República da Guiné (também chamada Guiné-Conacri para a distinguir da vizinha Guiné-Bissau) é um país da África Ocidental limitado a norte pela Guiné-Bissau e pelo Senegal, a norte e leste pelo Mali, a leste pela Costa do Marfim, a sul pela Libéria e pela Serra Leoa e a oeste pelo oceano Atlântico. Com 246.000 quilômetros quadrados e dez milhões de habitantes, a Guiné é uma república e a capital, sede do governo e maior cidade é Conacri.
Topônimo
"Guiné" é, provavelmente, uma referência a "Gana", que era o nome pelo qual os nativos chamavam a área anteriormente ocupada pelo Império do Mali.[4]
História
A área ocupada hoje pela Guiné fez parte do território de diversos povos africanos, incluindo o império Songai, no período entre os séculos X e XV, quando a região tomou contato pela primeira vez com os comerciantes europeus. A descoberta da Guiné pelos portugueses ocorreu em meados de 1460 pelos navegadores Pedro de Sintra e Alvise Cadamosto.
O período colonial da Guiné se iniciou quando tropas francesas penetraram na região em meados do século XIX. A dominação francesa foi assegurada ao derrotarem as tropas de Samory Touré, guerreiro de etnia malinke, o que deu, aos franceses, o controle do que é, hoje, a Guiné, e de regiões adjacentes.
A França definiu, em fins do século XIX e início do XX, as fronteiras da atual Guiné com os territórios britânico e português que hoje formam, respectivamente, Serra Leoa e Guiné-Bissau. Negociou, ainda, a fronteira com a Libéria. Sob domínio francês, a região passou a ser o "Território da Guiné" dentro da África Ocidental Francesa, administrada por um governador-geral residente em Dakar (atualmente, capital do Senegal). Tenentes-governadores administravam as colônias individuais, incluindo a Guiné.
Liderados por Ahmed Sékou Touré, líder do Partido Democrático da Guiné (PDG), que ganhou 56 das 60 cadeiras nas eleições territoriais de 1957, o povo da Guiné decidiu, em plebiscito, por esmagadora maioria, rejeitar a proposta de pertencer a uma Comunidade Francesa. Os franceses se retiraram rapidamente e, em 2 de Outubro de 1958, a Guiné se tornou um país independente, com Sékou Touré como presidente.
Sob o governo de Touré, a Guiné se tornou uma ditadura de partido único, com uma economia fechada de caráter socialista, e intolerante a direitos humanos, liberdade de expressão ou oposição política, a qual foi brutalmente suprimida. Antes acreditado por sua defesa de um nacionalismo sem barreiras étnicas, Touré, gradualmente, passou a depender de seu próprio grupo étnico, os malinke, para preencher posições no seu governo. Alegando tentativas de golpe oriundas do exterior e do próprio país, o regime de Touré visou a inimigos reais e imaginários, aprisionando milhares em prisões similares aos gulag soviéticos, onde centenas pereceram. A repressão do regime levou mais de 1 milhão de pessoas ao exílio, e a paranoia de Touré arruinou as relações com países estrangeiros, incluindo países africanos vizinhos, aumentando o isolamento econômico da Guiné e, posteriormente, devastando sua economia.
Sékou Touré morreu a 26 de Março de 1984, e uma junta militar encabeçada pelo coronel Lansana Conté tomou o poder a 3 de Abril de 1984. O país continuou sem eleições democráticas até 1993, quando foram realizadas eleições e Lansana Conté ganhou-as numa disputa apertada. O presidente foi reeleito em 1998. O presidente foi severamente criticado ao prender, em 1999, um importante líder de oposição. As tensões com a vizinha Serra Leoa ainda persistem.
Em 22 de dezembro de 2008, o presidente Conté faleceu, tendo sido substituído por uma junta militar que, aproveitando-se da vacância no poder, anunciou através do capitão Musa Dadis Camara um golpe de estado, que supendeu a constituição e as instituições republicanas do país.
Política
Desde 23 de dezembro de 2008, em virtude da morte do presidente, Lansana Conté, está suspensa a Constituição, assim como toda atividade política e sindical em virtude de golpe de estado aplicado por militares da Guiné.
De acordo com o porta-voz do Exército, "O governo e as instituições republicanas foram dissolvidos", acrescentou, antes de afirmar que será formado um "conselho consultivo" integrado "por civis e militares", declarou o capitão Musa Dadis Camara.
Após tais alterações políticas, a Guiné possui seguinte configuração política:
Poder Executivo
Chefe de Estado - Presidente Alpha Condé (presidente do país desde 21 de dezembro de 2010, sucedendo ao presidente interino Sékouba Konaté, que estava no poder desde 15 de janeiro do mesmo ano).
Chefe de Governo - Primeiro Ministro Kabiné Komara (desde 30 de dezembro de 2008.)
Gabinete - Conselho de Ministros, indicados pelo presidente
Segundo a constituição da Guiné, atualmente suspensa, o presidente era eleito por voto popular para um mandato de 5 anos. O candidato devia receber a maioria dos votos para se tornar presidente.
Poder Legislativo
Representado pela Assembléia Nacional Popular (Assemblée Nationale Populaire) com 114 cadeiras. Seus membros são eleitos por voto direto popular para um mandato de 5 anos
Eleições - A última ocorreu em 18 de Abril de 2005.
Poder Judiciário
Corte de Apelação (Cour d'Appel)
Subdivisões
A Guiné está dividida em 8 regiões:
As regiões da Guiné estão divididas em 33 prefeituras e uma zona especial (Conakry, a capital nacional), capitais entre parênteses:
- Beyla (Beyla)
- Boffa (Boffa)
- Boké (Boké)
- Conakry (1)
- Coyah (Coyah)
- Dabola (Dabola)
- Dalaba (Dalaba)
- Dinguiraye (Dinguiraye)
- Dubréka (Dubréka)
- Faranah (Faranah)
- Forécariah (Forécariah)
- Fria (Fria)
- Gaoual (Gaoual)
- Guéckédougou (Guéckédougou)
- Kankan (Kankan)
- Kérouané (Kérouané)
- Kindia (Kindia)
- Kissidougou (Kissidougou)
- Koubia (Koubia)
- Koundara (Koundara)
- Kouroussa (Kouroussa)
- Labé (Labé)
- Lélouma (Lélouma)
- Lola (Lola)
- Macenta (Macenta)
- Mali (Mali)
- Mamou (Mamou)
- Mandiana (Mandiana)
- Nzérékoré (Nzérékoré)
- Pita (Pita)
- Siguiri (Siguiri)
- Télimélé (Télimélé)
- Tougué (Tougué)
- Yomou (Yomou)
(1) Zona especial
Geografia
A Guiné situa-se na costa atlântica da África ocidental e tem fronteiras com a Guiné-Bissau, o Senegal, o Mali, a Costa do Marfim, a Libéria e a Serra Leoa. O país divide-se em quatro regiões geográficas: uma faixa costeira estreita (a Baixa Guiné); as terras altas cobertas de pastagens de Fouta Djallon (a Média Guiné); a savana do norte (a Alta Guiné); e uma região de floresta húmida no sueste (a Guiné Florestal). Os rios Níger, Gâmbia e Senegal pertencem ao grupo dos 22 rios da África Ocidental que têm as suas nascentes na Guiné.
A região costeira da Guiné e grande parte do interior têm um clima tropical, com uma estação das chuvas entre Abril e Novembro, temperaturas relativamente elevadas e uniformes, e humidade elevada. A média anual das temperaturas máximas em Conakry é de 29 °C e das mínimas é de 23 °C; a precipitação média anual é de 430 centímetros. A Alta Guiné, que pertence ao Sahel, tem uma estação das chuvas mais curta e maior amplitude térmica diária.
Demografia
Cidades mais populosas
Guiné http://www.geonames.org/GN/largest-cities-in-guinea.html | Cidades mais populosas da |||||||||||
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Posição | Localidade | Província | Pop. | ||||||||
1 | Camayenne | Conacri | 1 871 242 | ||||||||
2 | Conacri | Conacri | 1 767 200 | ||||||||
3 | Zerecoré | Zerecoré | 132 728 | ||||||||
4 | Quindia | Quindia | 117 062 | ||||||||
5 | Cancã | Cancã | 114 009 | ||||||||
6 | Guékhédou | Zerecoré | 79 140 | ||||||||
7 | Coyah | Quindia | 77 103 | ||||||||
8 | Kamsar | Boqué | 61 527 | ||||||||
9 | Kissidougou | Faraná | 47 099 | ||||||||
10 | Labé | Labé | 46 510 |
Economia
A economia da Guiné é diretamente beneficiada pela grande quantidade de minerais presentes em seu território, possuindo um terço das reservas de bauxita já descobertas no planeta, 1,8 bilhão de toneladas métricas de minério de ferro, grandes depósitos de diamante e de ouro e quantidades ainda indeterminadas de urânio.
A Guiné tem também um potencial de crescimento considerável para setores como agricultura e pesca. A terra, a água e as condições climáticas favorecem a agricultura e a agroindústria em grande escala.
Cultura
Referências
- ↑ «Portal da Língua Portuguesa, Dicionário de Gentílicos e Topónimos da Guiné»
- ↑ «Human Development Report 2015» (PDF) (em inglês). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 14 de dezembro de 2015. Consultado em 24 de dezembro de 2015
- ↑ «CIA World Factbook, Lista de Países por Coeficiente de Gini»
- ↑ BUENO, E. A viagem do descobrimento: a verdadeira história da expedição de Cabral. Rio de Janeiro. Objetiva. 1998. p. 75.
Ver também
Ligações externas
- «Site do Governo da República da Guiné» (em francês)
- «Guinée News - Dernières nouvelles de la Guinée» (em francês). Notícias sobre o país