Andrés Sanchez
Andrés Sanchez | |
|---|---|
Andrés Sanchez | |
| Deputado federal por São Paulo | |
| Período | 1 de fevereiro de 2015 até 1 de fevereiro de 2019, (55ª |
| Presidente do Sport Club Corinthians Paulista | |
| Período | 9 de outubro de 2007 até 14 de fevereiro de 2012 |
| Antecessor(a) | Alberto Dualib |
| Sucessor(a) | Mário Gobbi |
| Presidente do Sport Club Corinthians Paulista | |
| Período | 3 de fevereiro de 2018 até 3 de janeiro de 2021 |
| Antecessor(a) | Roberto de Andrade |
| Sucessor(a) | Duílio Monteiro Alves |
| Dados pessoais | |
| Nome completo | Andrés Navarro Sanchez |
| Nascimento | 24 de dezembro de 1963 (61 anos) Limeira, SP |
| Partido | PT (1981–presente) |
| Profissão | empresário dirigente de futebol |
Andrés Navarro Sanchez (Limeira, 24 de dezembro de 1963) é um empresário, dirigente de futebol e político brasileiro, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT).[1] Está afastado do cargo de Conselheiro vitalício e membro do conselho de Orientação do Sport Club Corinthians Paulista, além disso, presidiu o clube em três mandatos, foi também diretor de seleções da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de 2011 a 2012.
Carreira
[editar | editar código]Andrés é filho de imigrantes espanhóis de Andaluzia e nasceu em Limeira, no interior do estado de São Paulo.[2] Sua vida profissional iniciou-se em 1976, aos doze anos de idade, trabalhando como feirante ao lado dos familiares, até os dezessete anos. Em 1982, sua família iniciou um novo negócio no ramo da indústria plástica, com mais de 40 distribuidores em todo o território nacional.
Em 2001, participou da fundação e posterior gestão, como secretário, do Instituto Sol, ONG que desenvolveu diversos projetos sociais, alguns deles em parceria com Caritas, Pastoral da Criança e UNICEF, além de infinidade de projetos com entidades e associações locais. No mesmo ano, foi nomeado conselheiro vitalício do Corinthians.
Corinthians
[editar | editar código]Andrés Sanchez foi vice-presidente de futebol do Corinthians em 2005, quando assumiu o lugar de Antônio Roque Citadini, na época, ele foi um dos defensores da parceria com a MSI. Em Outubro de 2007, foi eleito presidente do clube pela primeira vez, com o vice Heleno Maluf em eleição indireta, ele que era favorito ao pleito, venceu de forma apertada o seu principal rival, Paulo Garcia (17 votos - 175 a 158). Osmar Stábile, o outro postulante ao cargo, teve 14 votos. Três conselheiros votaram em branco. Em dezembro, do mesmo ano, a maior tragédia esportiva do clube, aconteceu, o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro. Desde então comandou uma grande e profunda reformulação da estrutura funcional do clube e do futebol, aliado com o departamento de marketing, comandado por Luis Paulo Rosenberg, e com o departamento financeiro, comandado por Raul Corrêa da Silva. As mudanças culminaram com o retorno do Corinthians à elite do futebol brasileiro, conquistando título da Série B em 2008, após contratar Mano Menezes para comandar a equipe, tendo o treinador gaúcho levado à equipe à final da Copa do Brasil do mesmo ano, tendo sido derrotado na final contra o Sport.
Em dezembro de 2008, confirmou uma das maiores contratações da história do futebol brasileiro, ao anunciar que fechara contrato com Ronaldo para o ano de 2009. O estrelado atacante foi peça fundamental nas conquistas do Campeonato Paulista (invicto) diante do Santos, além da Copa do Brasil diante do Internacional, garantindo a participação corintiana na Copa Libertadores da América de 2010, ano do centenário do clube.
Após isso, em fevereiro de 2009, com protestos, Andrés Sanchez foi reeleito presidente do Corinthians, o mandatário conseguiu se manter no 5º andar do Parque São Jorge, por mais três anos, até fevereiro de 2012. Ele venceu com 1.615 votos, cerca de 66,9% do associado do clube, contra 586, 24,3%, de Garcia e apenas 214 do conselheiro vitalício Osmar Stábile, com 8,9% dos votos válidos. Seus vices eleitos foram Manoel Felix Cintra Neto e Roberto de Andrade. Apesar do Estatuto Social do clube não permite a reeleição, Andrés assumiu o clube menos de ano e meio antes das eleições, em um mandato provisório, após a renúncia do então presidente Alberto Dualib, que permitiu a disputa no pleito.
As eleições foram marcadas por protestos de vários sócios que não conseguiram votar por não terem seu nome na lista de eleitores do clube. Além do fato de ser a primeira eleição aberta aos sócios, a eleição de Andrés Sanchez no Parque São Jorge é histórica já que decidia o presidente do Corinthians em 2010, a epóca, ano do centenário do clube alvinegro.[3]
Em janeiro de 2010, o dirigente contratou o lateral-esquerdo Roberto Carlos, pentacampeão mundial com o Brasil em 2002.[4]
Às vésperas do centenário do clube,[5] Andrés anunciou a construção do Estádio do Corinthians, o grande sonho dos torcedores, com capacidade de 48 mil pessoas. O estádio foi palco da abertura da Copa do Mundo FIFA de 2014.
Envolveu-se em polêmicas com o dirigente palmeirense Wlademir Pescarmona por acusar seu time de ter "entregado" o jogo ao Fluminense para que o Corinthians não vencesse o campeonato. Em 2010 ainda, ao final do campeonato, no Prêmio Craque do Brasileirão, Andrés Sánchez foi vaiado pela torcida tricolor,[6] após debochar dela no Rio de Janeiro logo depois de proferir o discurso sobre o centenário corintiano.
Deixou a presidência do Corinthians em dezembro de 2011, após pedido de licença, mas encerrou de fato seu mandato em fevereiro de 2012, sem ter conseguido levar a equipe à conquista da Copa Libertadores da América, tida como "principal projeto" durante todo seu mandato. No entanto, conseguiu construir um moderno Centro de Treinamento no Parque Ecológico do Tietê, além de agilizar a construção do tão sonhado estádio em Itaquera, anunciado como sede da abertura da Copa de 2014.
Andrés tinha uma rivalidade acirrada com o ex-presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, que faleceu em 2015, e foi um dos responsáveis pela deserção de vários clubes do Clube dos 13 que tentavam conseguir o maior valor já pago no futebol brasileiro pelos direitos de transmissão.[7] O Clube dos 13 era dirigido por Fábio Koff e tinha como vice-presidente Juvenal Juvêncio, que ganharam a eleição contra a chapa que apoiava Andrés Sánchez e Ricardo Teixeira, que tinham como candidato Kléber Leite.
Foi chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo FIFA de 2010, realizada na África do Sul, e também fez parte da comitiva liderada pelo presidente da CBF.[8]
Em 28 de novembro 2012, Andrés deixou o cargo de diretor de seleções da CBF. No mesmo ano publicou, em coautoria com seu primo Tadeo Sánchez Oller seu livro autobiográfico “O mais louco do bando” pela editora G7 Books.[9]
Filiado ao PT desde 1981, foi eleito deputado federal por São Paulo nas Eleições de 2014, não disputando a reeleição em 2018.
Em fevereiro de 2018, foi eleito novamente presidente do Sport Club Corinthians Paulista, ele voltava ao cargo após 6 anos[10] Andrés Sanchez venceu a eleição com 1.235 votos (33,9%), seguido por, Paulo Garcia, que obteve 834 votos (22,9%), e Antônio Roque Citadini, com 803 votos (22%). Na sequência, apareceram Felipe Ezabella, com 461 votos (12,6%), e Romeu Tuma Júnior, com 278 votos (7,6%). Houve ainda 18 votos nulos e 13 em branco. A eleição foi das 9h às 17h no Parque São Jorge, terminada em confusão e muito protesto contra Andrés Sanchez, que chegou a se abrigar no banheiro feminino para não ser agredido. Com a vitória no pleito, deixou o mandato de deputado federal e foi substituído por Luiz Cláudio Marcolino ou Netinho de Paula.[11]
A terceira gestão de Andrés, como presidente do Corinthians, foi marcada por conquistas e desafios como, dois títulos paulistas, em 2018 e 2019, conseguiu fechar a venda do nome da Arena, para Neo Química Arena, em 1° de Setembro de 2020. Teve uma equipe feminina multicampeã, mas terminou com uma dívida próxima de R$ 1 bilhão de reais e sem cumprir diversas promessas.
Uma delas aconteceu logo no início. O presidente afirmou que se afastaria do cargo de deputado federal, mas isso não ocorreu. Embora muito mais ausente dos compromissos em Brasília, ele seguiu recebendo salários e cumpriu mandato até dezembro de 2018. Também houve omissões de detalhes de transferências e negócios do clube. Os valores do patrocínio máster do BMG só ficaram públicos depois da divulgação do banco. Já a contratação do meia Luan, ppr exemplo, nunca teve as condições de pagamento esclarecidas.
Outra transação mal explicada foi a do lateral-esquerdo Carlos Augusto, em 2020. Inicialmente, o Corinthians divulgou que ficaria com 60% dos direitos do atleta. Meses depois, informou que terá 60% sobre um eventual lucro do Monza, da Itália, clube que adquiriu o jogador. Porém, o mandatário conseguiu fazer aquilo que considerava ser seu maior objetivo: equacionar a dívida da Arena Corinthians. Após fechar negócio de R$ 300 milhões com a Hypera Pharma, o clube encaminhou um acordo com a Caixa para pagar R$ 269 milhões até o fim de 2039. Após a finalização da recuperação judicial da Odebrecht, o que já estava acertado verbalmente seria, enfim, colocado em contrato.
O mandato também ficou marcado pelas 39 contratações de jogadores para a equipe profissional, a criação da contestada categoria sub-23 e as diversas cobranças judiciais que o clube teve de lidar.[12]
Em 3 de janeiro de 2021, encerrou seu mandato, quando foi sucedido pelo presidente Duílio Monteiro Alves, que havia concorrido pela chapa "Renovação e Transparência", na última eleição de 2020, a mesma do próprio Andrés.
Controvérsias
[editar | editar código]Andrés foi denunciado, agosto de 2014, pelo Ministério Público Federal por sonegação fiscal durante sua gestão no Corinthians, entre 2007 e 2010.[13][14] Meses depois, foi inocentado das acusações, juntamente com outros três dirigentes, após o clube pagar R$ 15 milhões à Receita Federal em impostos atrasados.[15]
Operação Lava Jato
[editar | editar código]Em 23 de fevereiro de 2017, seu nome foi mencionado ao esquema de corrupção da empresa Odebrecht (atual Novonor). A empresa alegou pagamento de 2,5 milhões de reais a título de caixa dois ao deputado.[16] No mês seguinte, teve um inquérito pedido pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot no âmbito da Operação Lava Jato.[17]
Áudios entregues à Polícia Federal indicam o diretor administrativo do Corinthians André Luiz de Oliveira, o André Negão, como intermediário de repasses de R$ 3 milhões, por caixa dois, para Andrés Sanchez - candidato a deputado federal nas eleições de 2014 e indicado na planilha da Odebrecht com o codinome "Timão". Os pagamentos ilícitos estavam atrelados às obras da Arena Corinthians, construído pela Odebrecht.[18]
O inquérito contra Sanchez foi arquivado em 2024, após a decisão do ministro Dias Toffoli, do STF, que tornou, as provas obtidas por meio do acordo de leniência da Odebrecht “imprestáveis”.[19]
Uso do cartão corporativo do Corinthians
[editar | editar código]Em 15 de outubro de 2025, foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por uso indevido do cartão corporativo do clube. O Promotor Cassio Conserino vê crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário.[20]
No mesmo dia, Andrés pediu afastamento temporário nos cargos que exerce no Conselho Deliberativo no clube.[21]
Desempenho eleitoral
[editar | editar código]| Ano | Eleição | Partido | Candidato a | Votos | % | Resultado | Ref |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| 2014 | Estaduais em São Paulo | PT | Deputado federal | 169.834 | 0,81% | Eleito | [22] |
Títulos como presidente do Corinthians
[editar | editar código]- Campeonato Brasileiro - Série B: 2008
- Campeonato Paulista: 2009, 2018 e 2019
- Copa do Brasil: 2009
- Campeonato Brasileiro: 2011
Referências
- ↑ «Presidente do Corinthians filia-se ao Partido dos Trabalhadores». Portal o dia. 8 de agosto de 2009. Consultado em 16 de março de 2017
- ↑ Maklouf Carvalho, Luiz (30 de setembro de 2011). «Andrés Sanchez - Preto no branco». Uol. Consultado em 16 de fevereiro de 2023
- ↑ Brasil, Jornal do (10 de maio de 2023). «Com protestos, Andrés Sanchez é reeleito no Corinthians». Acervo. Consultado em 16 de outubro de 2025
- ↑ «Andrés Sanchez garante que Roberto Carlos já é do Corinthians»
. Estadão. 15 de dezembro de 2009. Consultado em 8 de junho de 2023
- ↑ Bruno Winckler (15 de dezembro de 2011). «Após quatro anos, Andrés encerra gestão com Corinthians no topo». iG. Consultado em 16 de março de 2017
- ↑ Pedro Ivo, Thales Calipo e Vinicius Castro (7 de dezembro de 2010). «Após vaias e briga com torcedor, Andrés falta a evento do Clube dos 13 no RJ». UOL. Consultado em 8 de junho de 2023
- ↑ «Briga Juvenal x Andrés vira baixaria com provocações e insinuações». Terra. 13 de outubro de 2011. Consultado em 16 de março de 2017
- ↑ «CBF confirma Andrés Sanchez como chefe de delegação na Copa». Terra. 15 de abril de 2010. Consultado em 16 de março de 2017
- ↑ Robson Morelli (13 de junho de 2012). «Andrés Sanchez lança livro sobre sua gestão no Corinthians: O Mais Louco do Bando»
. Estadão. Consultado em 8 de junho de 2023
- ↑ Caparica, Anselmo; Ribeiro, Diego; Oliveira, Mauricio (3 de fevereiro de 2018). «Andrés Sanchez vence eleição e volta a ser presidente do Corinthians». Globoesporte
- ↑ Marcos Paulo Lima (2 de fevereiro de 2018). «Quem é o suplente de Andrés Sanchez na Câmara dos Deputados? Entenda por que a eleição do Corinthians pode dar trabalho ao TSE». Correio Braziliense. Consultado em 8 de junho de 2023
- ↑ «Andrés deixa o Corinthians sem cumprir promessas, mas com dívida da Arena equacionada». ge. 3 de janeiro de 2021. Consultado em 16 de outubro de 2025
- ↑ Marina Pinhoni (7 de agosto de 2014). «MPF acusa Andrés Sanchez por sonegação fiscal no Corinthians». Exame. Abril. Consultado em 16 de março de 2017
- ↑ «Andrés é denunciado por sonegação no Corinthians e Justiça esconde processo». www.uol.com.br. Consultado em 6 de setembro de 2025
- ↑ Paulo, Por GloboEsporte comSão (10 de outubro de 2014). «Andrés Sanchez é inocentado de acusação de sonegação fiscal». globoesporte.com. Consultado em 6 de setembro de 2025
- ↑ «Odebrecht teria pago R$ 2,5 milhões a caixa 2 de campanha de Andrés Sanchez, diz jornal». Zero Hora. 23 de fevereiro de 2017. Consultado em 16 de março de 2017
- ↑ Vladimir Netto (15 de março de 2017). «Veja os novos nomes de políticos da 'lista do Janot' revelados pela TV Globo». G1. Globo.com
- ↑ «Jornal revela áudios que sugerem que braço direito de Andrés repassou R$ 3 milhões da Odebrecht em caixa 2 para presidente do Corinthians». ESPN.com. 10 de maio de 2019. Consultado em 6 de setembro de 2025
- ↑ Vassallo, Luiz (18 de março de 2024). «Juíza arquiva inquérito contra Andrés Sanchez por caixa 2 da Odebrecht | Metrópoles». www.metropoles.com. Consultado em 6 de setembro de 2025
- ↑ «MP denuncia Andrés e gestor financeiro por uso indevido de cartão corporativo do Corinthians | GE». GE. 2025-10-115acessodata=2025-10-15 Verifique data em:
|data=(ajuda) - ↑ Bruno Cassucci (15 de outubro de 2025). «Andrés Sanchez pede afastamento de conselhos do Corinthians após denúncia do Ministério Público». GE. Consultado em 15 de outubro de 2025
- ↑ «Resultado das Apurações dos votos das Eleições 2014 em SP para Governador, Senador, Deputados Federais e Deputados Estaduais». Eleições 2014 em SP. Consultado em 12 de setembro de 2024