Quimera
Quimera (em grego: Χίμαιρα, transl.: Chímaira) é uma figura mística caracterizada por uma aparência híbrida de dois ou mais animais e a capacidade de lançar fogo pelas narinas, sendo, portanto, uma fera ou besta mitológica.[1]
Origem e evolução
[editar | editar código-fonte]Oriunda da Anatólia e cujo tipo surgiu na Grécia durante o século VII a.C., sempre exerceu atração sobre o imaginário popular. De acordo com a versão mais difundida da lenda, a quimera era um monstruoso produto da união entre Equidna — metade mulher, metade serpente — e o gigantesco Tifão.[1]
Outras lendas a fazem filha da hidra de Lerna e do leão da Nemeia, mortos por Hércules. Criada pelo rei da Cária, mais tarde assolaria este reino e o de Lícia bafejando fogo incessantemente, até que o herói Belerofonte, montado no cavalo alado Pégaso, conseguiu matá-la.[1]
Com o passar do tempo, chamou-se genericamente quimera a todo monstro fantástico empregado na decoração arquitetônica.[1]
Na Alquimia, é um ser artificial (assim como o homúnculo), criado a partir da fusão de um ser humano e animal.carece de fontes.
Na Botânica, é quando uma planta é formada por vários tecidos geneticamente distintos. Na Genética, é quando um organismo é formado por duas linhagens genéticas, sendo cada uma originária de um organismo distinto.[1]
Na Zoologia, existe um peixe denominado Quimera-antártica, que usualmente habita águas profundas nas regiões da Argentina e do Uruguai.[1]
Figurativamente ou em linguagem popular mais ampla, o termo quimera alude a qualquer composição fantástica, absurda, monstruosa ou incoerente, constituída de elementos disparatados ou incongruentes, significando também utopia. A palavra quimera, por derivação de sentido, significa também o produto da imaginação, um sonho ou fantasia (por exemplo: A Quimera de Ouro).[1]
Aparência
[editar | editar código-fonte]Sua aparência é descrita diversamente nas várias narrativas mitológicas ou nas artes plásticas. Por exemplo: [1]
- Cabeça de leão, cauda de dragão e corpo de cabra.
- Lança fogo pelas narinas e tem uma cauda de serpente e outra de leão.
- Teria duas asas, semelhantes às de um dragão, ligadas ao seu corpo de leão. Apesar de aparentemente não voar, algumas lendas ou mitologias mencionam o fato de poder voar.
Atualidade
[editar | editar código-fonte]Após a Idade Média, com a expansão da ideia do dragão, a quimera perdeu espaço. Visivelmente, claro nas Igrejas Católicas atualmente, com São Jorge matando um Dragão substituindo Belerofonte e a quimera.[1]
Referências
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Apollodorus, Apollodorus, The Library, with an English Translation by Sir James George Frazer, F.B.A., F.R.S. in 2 Volumes. Cambridge, Massachusetts, Harvard University Press; London, William Heinemann Ltd. 1921. Online version at the Perseus Digital Library.
- Borges, Jorge Luís (2002). O livro dos seres imaginários. São Paulo: Editora Globo. ISBN 85-250-0305-0
- Caldwell, Richard, Hesiod's Theogony, Focus Publishing/R. Pullins Company (1 de junho de 1987). ISBN 978-0-941051-00-2.
- Clay, Jenny Strauss, Hesiod's Cosmos, Cambridge University Press, 2003. ISBN 978-0-521-82392-0.
- Gantz, Timothy, Early Greek Myth: A Guide to Literary and Artistic Sources, Johns Hopkins University Press, 1996, Two volumes: ISBN 978-0-8018-5360-9 (Vol. 1), ISBN 978-0-8018-5362-3 (Vol. 2).
- Hard, Robin, The Routledge Handbook of Greek Mythology: Based on H.J. Rose's "Handbook of Greek Mythology", Psychology Press, 2004, ISBN 9780415186360. Google Books.
- Hesiod, Theogony, in The Homeric Hymns and Homerica with an English Translation by Hugh G. Evelyn-White, Cambridge, Massachusetts, Harvard University Press; London, William Heinemann Ltd. 1914. Online version at the Perseus Digital Library.
- Homer, The Iliad with an English Translation by A.T. Murray, Ph.D. in two volumes. Cambridge, Massachusetts, Harvard University Press; London, William Heinemann, Ltd. 1924. Online version at the Perseus Digital Library.
- Hyginus, Gaius Julius, Fabulae in Apollodorus' Library and Hyginus' Fabulae: Two Handbooks of Greek Mythology, traduzido com instruções por R. Scott Smith and Stephen M. Trzaskoma, Hackett Publishing Company, 2007. ISBN 978-0-87220-821-6.
- Most, G.W., Hesiod, Theogony, Works and Days, Testimonia, Editado e traduzido por Glenn W. Most, Loeb Classical Library No. 57, Cambridge, Massachusetts, Harvard University Press, 2018. ISBN 978-0-674-99720-2. Online version at Harvard University Press.
- Peck, Harry Thurston, 1898. Harpers Dictionary of Classical Antiquities: "Chimaera"
- West, M. L., Hesiod: Theogony, Oxford University Press.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Encyclopedia Mythica» (em inglês)
- «Hellenism.net/mythology» (em inglês)
- «Ancient History Myth» (em inglês)