Campeonato Paulista de Futebol de 1993

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Campeonato Paulista de Futebol de 1993
Campeonato Paulista da Primeira Divisão de Futebol Profissional de 1993
Dados
Participantes 30
Organização FPF
Período 23 de janeiro – 12 de junho
Gol(o)s 1171
Partidas 448
Média 2,61 gol(o)s por partida
Campeão Palmeiras (19º título)
Vice-campeão Corinthians
Melhor marcador Viola (Corinthians) - 20 gols
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O Campeonato Paulista de Futebol de 1993 foi uma competição futebolística no Estado de São Paulo realizada oficialmente pela Federação Paulista de Futebol (FPF) entre os dias 23 de janeiro e 12 de junho de 1993. O campeonato teve o Palmeiras como campeão,[1] encerrando um jejum de títulos de 17 anos.[2]

A equipe alviverde, comandada pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, chegou ao seu 19.º título estadual depois de derrotar o Corinthians na finalíssima da competição por 4 a 0 (3 a 0 no tempo normal e 1 a 0 na prorrogação), com gols marcados por Zinho, Evair (2) e Edílson.[3]

O artilheiro do campeonato foi o centroavante, Viola, do Corinthians, com 20 gols.[4]

Participantes[editar | editar código-fonte]

Fórmula de disputa[editar | editar código-fonte]

Zinho, figura decisiva na conquista do Palmeiras em 1993

Primeira fase[editar | editar código-fonte]

Na primeira fase, assim como nos anos anteriores, foram divididos em dois grupos.

O Grupo Verde, reunia os 16 clubes de melhor desempenho do Campeonato Paulista de 1992. Os seis primeiros colocados disputariam a segunda fase.

O Grupo Amarelo reunia os outros 12 clubes da mesma edição, juntamente com os recém-promovidos da Divisão Intermediária: o São Caetano e o Taquaritinga. Apenas os dois primeiros colocados disputaram a segunda fase.

Segunda fase[editar | editar código-fonte]

Os oito semifinalistas foram divididos em dois grupos. Em cada grupo, jogaram entre si em turno e returno. O clube com o melhor desempenho em cada grupo classificou-se para a final. O Palmeiras, por ter feito a melhor campanha no grupo verde, começou a segunda fase com um ponto extra.

Final[editar | editar código-fonte]

Os clubes de melhor desempenho do Grupo A e do Grupo B disputariam duas partidas para decidir o campeão paulista do ano.

Critérios de desempate[editar | editar código-fonte]

Pontuação[editar | editar código-fonte]

O desempate entre duas ou mais equipes de mesma pontuação seguiu a ordem definida abaixo:

  1. Aproveitamento dos pontos
  2. Vitórias
  3. Saldo de gols
  4. Gols marcados
  5. Confronto direto
  6. Sorteio

Final[editar | editar código-fonte]

Caso ocorresse um empate na pontuação das duas partidas, seria realizada uma prorrogação. O clube de melhor campanha na classificação geral (antes da realização da final, somando-se as fases anteriores), teria a vantagem do empate durante a prorrogação.

Primeira fase[editar | editar código-fonte]

Primeira fase
Grupo Verde
Clube Pts J V E D GP GC SG %
1 Palmeiras 44 30 19 6 5 53 27 26 73
2 São Paulo 39 30 16 7 7 53 24 29 65
3 Corinthians 39 30 16 7 7 59 34 25 65
4 Santos 39 30 16 7 7 55 41 14 65
5 Guarani 36 30 15 6 9 41 41 0 60
6 Rio Branco 36 30 13 10 7 43 32 11 60
7 Mogi Mirim 36 30 11 14 5 43 32 11 60
8 União São João 35 30 12 11 7 45 35 10 58
9 Bragantino 30 30 11 8 11 33 34 -1 50
10 Portuguesa 26 30 8 10 12 48 52 -4 43
11 Ponte Preta 25 30 7 11 12 32 41 -9 42
12 Ituano 24 30 9 6 15 31 42 -11 40
13 XV de Piracicaba 21 30 4 13 13 29 47 -18 35
14 Juventus-SP 17 30 5 7 18 30 60 -30 28
15 Marília 17 30 4 9 17 30 49 -19 28
16 Noroeste 16 30 5 6 19 26 60 -34 27
Grupo Amarelo
Clube Pts J V E D GP GC SG %
1 GE Novorizontino 36 26 14 8 4 55 25 30 69
2 Ferroviária 36 26 13 10 2 47 25 22 69
3 América 35 26 15 5 6 41 24 17 67
4 Santo André 32 26 11 10 5 33 23 10 62
5 São José 29 26 9 11 6 27 23 4 56
6 Sãocarlense 26 26 9 8 9 38 36 2 50
7 Taquaritinga 26 26 9 8 9 29 30 -1 50
8 Araçatuba 26 26 8 10 8 26 31 -5 50
9 Botafogo 25 26 8 9 9 24 23 1 48
10 São Caetano 23 26 10 3 13 32 38 -6 44
11 XV de Jaú 23 26 8 7 11 34 35 -1 44
12 Inter de Limeira 18 26 6 6 14 21 36 -15 35
13 Olímpia 16 26 5 6 15 21 44 -23 31
14 Catanduvense 13 26 3 7 16 20 54 -34 25
Pts — Pontos ganhos; J — Jogos; V - Vitórias; E - Empates; D - Derrotas;
GP — Gols pró; GC — Gols contra; SG — Saldo de gols; % - Aproveitamento de pontos;
Classificação à segunda fase.
Eliminados.
Rebaixados.

Segunda fase[editar | editar código-fonte]

Grupo A
Pos Clube PG J V E D GP GC SG %
1 Palmeiras 13 6 6 0 0 15 3 12 100
2 Guarani 6 6 2 2 2 6 6 0 50
3 Ferroviária 4 6 1 2 3 4 10 -6 17
4 Rio Branco 2 6 0 2 4 4 12 -8 17
Pts — Pontos Ganhos; J — Jogos; V - Vitórias; E - Empates; D - Derrotas;
GP — Gols pró; GC — Gols Contra; SG — Saldo de Gols; % - Aproveitamento de pontos;
Classificado para a Fase Final.
Eliminados.


Grupo B
Pos Clube PG J V E D GP GC SG %
1 Corinthians 9 6 4 1 1 8 3 5 75
2 São Paulo 8 6 4 0 2 14 6 8 67
3 Santos 5 6 2 1 3 10 15 -5 42
4 GE Novorizontino 2 6 1 0 5 6 14 -8 17
PG — Pontos Ganhos; J — Jogos; V - Vitórias; E - Empates; D - Derrotas;
GP — Gols Pró; GC — Gols Contra; SG — Saldo de Gols; % - Aproveitamento de pontos;
Classificado para a Fase Final.
Eliminados.
Evair, autor do gol do título histórico do Palmeiras em 1993

Final[editar | editar código-fonte]

A partida finalíssima foi realizada no dia 12 de junho de 1993, no Estádio do Morumbi. Segundo o regulamento, o Palmeiras precisava vencer o segundo jogo da final para levar a decisão para a prorrogação, uma vez que o Corinthians ganhou o primeiro jogo por 1 a 0, com gol marcado por Viola, o artilheiro da competição.[3]

O Palmeiras abriu o placar no primeiro tempo, quando após um passe do centroavante Evair, o meia Zinho acertou um belo chute de perna direita. No segundo tempo, Mazinho fez uma grande jogada pela esquerda e cruzou para Evair ampliar. Logo em seguida, Daniel Frasson cruzou da esquerda para Evair, que chutou na trave, mas na sobra Edílson marcou. Com esse placar, o alviverde jogava pelo empate na prorrogação, mas Evair marcou de pênalti o gol do título e da quebra do tabu, num dos jogos mais memoráveis do Derby Paulista.[5]

Primeiro jogo[editar | editar código-fonte]

6 de junho de 1993 Corinthians 1 — 0 Palmeiras Morumbi, São Paulo

Viola Gol marcado aos 13 minutos de jogo 13' Público: 93 736
Árbitro: Dionísio Roberto Domingos

Corinthians: Ronaldo, Leandro, Marcelo, Henrique e Ricardo; Ezequiel, Moacircartão vermelho, Paulo Sérgio e Adil (Tupãzinho); Viola e Neto (Marcelinho Paulista).
Técnico: Nelsinho Baptista

Palmeiras: Sérgio, Mazinho, Tonhão, Antônio Carlos e Roberto Carlos; César Sampaio (Jean Carlo), Amaralcartão vermelho, Edílson e Zinho; Edmundo e Maurílio (Evair).
Técnico: Vanderlei Luxemburgo


Segundo jogo[editar | editar código-fonte]

12 de junho de 1993 Palmeiras 4 — 0 (pro) Corinthians Morumbi, São Paulo

Zinho Gol marcado aos 36 minutos de jogo 36'
Evair Gol marcado aos 74 minutos de jogo 74'
Edílson Gol marcado aos 83 minutos de jogo 83'
Evair Gol marcado aos 100 minutos de jogo 100' (P)
Público: 104 401
Árbitro: José Aparecido de Oliveira

Palmeiras: Sérgio, Mazinho, Antônio Carlos, Tonhãocartão vermelho e Roberto Carlos; César Sampaio, Daniel, Edílson (Jean Carlo) e Zinho; Edmundo e Evair (Alexandre Rosa).
Técnico: Vanderlei Luxemburgo

Corinthians: Ronaldocartão vermelho (Wilson), Leandro, Marcelo, Henriquecartão vermelho e Ricardo; Ezequielcartão vermelho, Marcelinho Paulista, Paulo Sérgio e Adil (Tupãzinho e Wilson); Viola e Neto.
Técnico: Nelsinho Baptista

Premiação[editar | editar código-fonte]

Campeão Paulista de 1993
PALMEIRAS
(19º título)[6]

Classificação final[editar | editar código-fonte]

Classificação final
Clube Pts J V E D GP GC SG %
1 Palmeiras 58 38 26 6 6 72 30 42 76
2 Corinthians 50 38 21 8 9 68 41 27 66
3 São Paulo 47 36 20 7 9 67 30 37 65
4 Santos 44 36 18 8 10 65 56 9 61
5 Guarani 42 36 17 8 11 47 47 0 58
6 Ferroviária 40 32 14 12 6 51 35 16 63
7 GE Novorizontino 38 32 15 8 9 61 39 22 59
8 Rio Branco 38 36 13 12 11 47 44 3 53
9 Mogi Mirim 36 30 11 14 5 43 32 11 60
10 América 35 26 15 5 6 41 24 17 67
11 União São João 35 30 12 11 7 45 35 10 58
12 Santo André 32 26 11 10 5 33 23 10 62
13 Bragantino 30 30 11 8 11 33 34 -1 50
14 São José 29 26 9 11 6 27 23 4 56
15 Sãocarlense 26 26 9 8 9 38 36 2 50
16 Taquaritinga 26 26 9 8 9 29 30 -1 50
17 Araçatuba 26 26 8 10 8 26 31 -5 50
18 Portuguesa 26 30 8 10 12 48 52 -4 43
19 Botafogo 25 26 8 9 9 24 23 1 48
20 Ponte Preta 25 30 7 11 12 32 41 -9 42
21 Ituano 24 30 9 6 15 31 42 -11 40
22 São Caetano 23 26 10 3 13 32 38 -6 44
23 XV de Jaú 23 26 8 7 11 34 35 -1 44
24 XV de Piracicaba 21 30 4 13 13 29 47 -18 35
25 Inter de Limeira 18 26 6 6 14 21 36 -15 35
26 Juventus-SP 17 30 5 7 18 30 60 -30 28
27 Marília 17 30 4 9 17 30 49 -19 28
28 Olímpia 16 26 5 6 15 21 44 -23 31
29 Noroeste 16 30 5 6 19 26 60 -34 27
30 Catanduvense 13 26 3 7 16 20 54 -34 25
Pts — Pontos ganhos; J — Jogos; V - Vitórias; E - Empates; D - Derrotas;
GP — Gols pró; GC — Gols contra; SG — Saldo de gols; % - Aproveitamento de pontos;
Campeão paulista e classificação à Copa do Brasil de 1994.
Vice-campeão paulista e classificação à Copa do Brasil de 1994.
Eliminados na segunda fase.
Eliminados na primeira fase.
Rebaixados para a Série A2.

Notas[editar | editar código-fonte]

  • Meses após o término da competição, aconteceu algo inesperado. A Federação Paulista de Futebol decidiu rebaixar 14 clubes (os quatro últimos do Grupo Verde (que era o normal) e os 10 últimos - 71% - do Grupo Amarelo) para a Série A2 de 1994, sobrando apenas 16 clubes no ano seguinte, ao invés de 30. Segundo a FPF, o motivo era fazer uma ampla reforma nas competições, e fazendo que o regulamento seja mais compreensível para os torcedores.
  • O Juventus foi o grande afetado nessa medida. O clube da Mooca (bairro de São Paulo) foi rebaixado pela primeira vez após 38 anos de disputa na elite do futebol paulista. O Moleque Travesso só conseguiu 5 vitórias, 7 empates e 18 derrotas em 30 partidas, resultando-se apenas em 28% de aproveitamento dos 17 pontos conquistados.
  • O último colocado foi o Catanduvense, com 3 vitórias, 7 empates e 16 derrotas em 26 partidas, resultando-se apenas em 25% de aproveitamento dos 13 pontos conquistados.
    • Poderiam, pelo menos, ter rebaixado os 14 clubes dentro da classificação geral, mas para beneficiar alguns (Portuguesa, Ponte Preta e Ituano), não o fizeram. Com isso alguns clubes que até fizeram uma boa campanha no geral (São José, Sãocarlense e Araçatuba), acabaram sendo rebaixados sumariamente. Ou então, poderiam ter rebaixado apenas 10 clubes, o que manteria 20 clubes na primeira divisão, como é atualmente.
    • Os maiores prejudicados porém foram as equipes que subiram respectivamente para Primeira Divisão e tiveram, meses depois, seu acesso negado. Foi o caso do Comercial de Ribeirão Preto que após 7 anos, conseguia voltar, após uma vitória dramática sobre a Francana. E o Paraguaçuense que mesmo não tendo a melhor campanha da primeira fase, acabou vencendo o Quadrangular Final.

Publicações e filmes[editar | editar código-fonte]

Livros, revistas e outras publicações, além de filmes e documentários que retratam a história ou algumas curiosidades do Campeonato Paulista de 1993:

Livros
  • BETING, Mauro - 20 Jogos Eternos do Palmeiras. São Paulo: Maquinária, 2013.
  • BETING, Mauro - Os dez mais do Palmeiras. São Paulo: Maquinária, 2009.
  • BETING, Mauro - Palmeiras - 100 Anos de Academia. São Paulo: Magma Cultural, 2014.
  • DUARTE, Orlando - O alviverde imponente. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
  • MAZZIERO DE SOUZA, Kleber - Divino: a vida e a arte de Ademir da Guia. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2001.
  • NAPOLEÃO, Antonio Carlos - Corinthians x Palmeiras: Uma história de rivalidade. São Paulo: Editora Mauad, 2001.
  • PAULINO, Evair Aparecido, BETING, Mauro e GALUPPO, Fernando Razzo - Sociedade Esportiva Palmeiras 1993 - Fim do Jejum, Início da Lenda!. São Paulo: BB Editora, 2013.
  • STORTI, Valmir e FONTENELLE, André - A história do campeonato paulista. São Paulo: Publifolha, 1997.
  • UNZELTE, Celso Dario e VENDITTI, Mário Sérgio - Almanaque do Palmeiras. São Paulo: Editora Abril, 2004.
Revistas
  • Série Placar: As maiores torcidas do Brasil - Palmeiras. Editora Abril, 1988.
  • Série Placar: Grandes Reportagens de Placar - Palmeiras. Editora Abril, 2001.
  • Palmeiras: Sua história, suas glórias. Editora Online, 2004.
  • Grandes Clássicos: Corinthians x Palmeiras. Editora Online, 2003.
Filmes
  • Palmeiras - O Campeão do Século - (2016) - Direção: Kim Teixeira e Mauro Beting
  • 12 de Junho de 1993: O Dia da Paixão Palmeirense - (2014) - Direção: Jaime Queiroz e Mauro Beting
Documentários

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências