Jarauaras: diferenças entre revisões

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O nome da etnia Jarawara não aparece, ao contrário dos outros grupos da região, em nenhum documento histórico sobre o rio Purus. Assim, não podemos saber, por meio deste tipo de fonte, a origem desta população. Por outro lado, os próprios índios afirmam terem vindo do “Alto Purus, do [[Acre]]”, ou seja, eles desceram o rio até chegarem onde estão atualmente. Baseados em relatos biográficos, foi suposto que eles moram na área, hoje homologada, há pelo menos oitenta anos, mas é difícil determinar com exatidão as datas, pois a memória histórica parece acompanhar a memória genealógica que, como em diversos povos indígenas, não ultrapassa duas gerações superiores a atual. Eles relatam que “os seus avós disseram que os avós deles disseram que” vieram do Alto rio Purus e se instalaram na região.
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== Língua ==
== Língua ==

Falam a língua jarawara, da família lingüistica [[Arauá|Arawa]], bastante parecida com as línguas (também da mesma família) dos [[Jamamadi]] e dos [[Banawa-yafi]] com quem se comunicam facilmente se necessário. No entanto, a entonação e a maneira de falar é nitidamente diferente, sendo o jarawara mais veloz e menos nasal que as outras duas línguas. Apenas dois ou três homens falam fluentemente o português.
Falam a língua jarawara, da família lingüistica [[Arauá|Arawa]], bastante parecida com as línguas (também da mesma família) dos [[Jamamadi]] e dos [[Banawa-yafi]] com quem se comunicam facilmente se necessário. No entanto, a entonação e a maneira de falar é nitidamente diferente, sendo o jarawara mais veloz e menos nasal que as outras duas línguas. Apenas dois ou três homens falam fluentemente o português.


A língua foi estudada em profundidade pelo linguista-missionário [[Alan Vogel]] e por [[Robert Dixon]], que publicaram diversos artigos, teses e livros sobre o assunto. A ortografia jarawara consiste em onze consoantes (b, t, k, f, s, h, m, n, r, w, y) e apenas quatro vogais (a, e, i o) e foi elaborada em 1988 por membros do [[Sociedade Internacional de Linguística]] (SIL), levando em conta sobretudo a ortografia jamamadi, que tem praticamente o mesmo inventário fonêmico<ref>VOGEL, A. R. (2006), “Dicionário Jarawara- Português”, Sociedade Internacional de Lingüística, Cuiabá, edição online</ref>
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Revisão das 16h04min de 20 de setembro de 2017

 Nota: Se procura pela língua da família lingüística arauá, falada pelos Jarauaras, veja Língua jarauara.
Jarauaras
(Jarawara)
População total

271

Regiões com população significativa
 Brasil (AM) 271 Jarawara, 2014[1]
Línguas
língua jarawara
Religiões

Os jarauaras (também pode ser escrito como Jarawara ou Yarawara) são um grupo indígena que habita o sul do estado brasileiro do Amazonas, mais especificamente a área indígena jarauara/jamamadi/canamanti, que fica entre o rio Purus e Juruá.

Localização

Os Jarauaras vivem na terra indígena Jarawara/Jamamadi/Kanamanti, homologada em 1998 e situada no médio Purus, entre os municípios de Lábrea e Tapauá. O território em que habitam há pelo menos oitenta anos corresponde a um terço do total da terra indígena, também habitada pelos Jamamadi/Kanamanti, e abrange regiões de terra firme e de transição com a várzea.[2]

O nome da etnia Jarawara não aparece, ao contrário dos outros grupos da região, em nenhum documento histórico sobre o rio Purus. Assim, não podemos saber, por meio deste tipo de fonte, a origem desta população. Por outro lado, os próprios índios afirmam terem vindo do “Alto Purus, do Acre”, ou seja, eles desceram o rio até chegarem onde estão atualmente. Baseados em relatos biográficos, foi suposto que eles moram na área, hoje homologada, há pelo menos oitenta anos, mas é difícil determinar com exatidão as datas, pois a memória histórica parece acompanhar a memória genealógica que, como em diversos povos indígenas, não ultrapassa duas gerações superiores a atual. Eles relatam que “os seus avós disseram que os avós deles disseram que” vieram do Alto rio Purus e se instalaram na região.

Língua

Falam a língua jarawara, da família lingüistica Arawa, bastante parecida com as línguas (também da mesma família) dos Jamamadi e dos Banawa-yafi com quem se comunicam facilmente se necessário. No entanto, a entonação e a maneira de falar é nitidamente diferente, sendo o jarawara mais veloz e menos nasal que as outras duas línguas. Apenas dois ou três homens falam fluentemente o português.

A língua foi estudada em profundidade pelo linguista-missionário Alan Vogel e por Robert Dixon, que publicaram diversos artigos, teses e livros sobre o assunto. A ortografia jarawara consiste em onze consoantes (b, t, k, f, s, h, m, n, r, w, y) e apenas quatro vogais (a, e, i o) e foi elaborada em 1988 por membros do Sociedade Internacional de Linguística (SIL), levando em conta sobretudo a ortografia jamamadi, que tem praticamente o mesmo inventário fonêmico.[3]

Referências

  1. Instituto Socioambiental. «Quadro Geral dos Povos». Enciclopédia dos Povos Indígenas no Brasil. Consultado em 19 de setembro de 2017 
  2. SCHRÖDER, P. (2002), “Levantamento Etnoecológico do Complexo Médio Purus II - Resumo”, relatório para o Projeto Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal (PPTAL), mimeo
  3. VOGEL, A. R. (2006), “Dicionário Jarawara- Português”, Sociedade Internacional de Lingüística, Cuiabá, edição online

Ligações externas

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