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Os Jarauaras vivem na terra indígena Jarawara/Jamamadi/Kanamanti, homologada em 1998 e situada no médio [[Purus]], entre os municípios de [[Lábrea]] e [[Tapauá]]. O território em que habitam há pelo menos oitenta anos corresponde a um terço do total da terra indígena, também habitada pelos [[Jamamadi]]/[[Kanamanti]], e abrange regiões de terra firme e de transição com a várzea<ref>SCHRÖDER, P. (2002), “Levantamento Etnoecológico do Complexo Médio Purus II - Resumo”, relatório para o Projeto Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal (PPTAL), mimeo</ref> |
Os Jarauaras vivem na terra indígena Jarawara/Jamamadi/Kanamanti, homologada em 1998 e situada no médio [[Purus]], entre os municípios de [[Lábrea]] e [[Tapauá]]. O território em que habitam há pelo menos oitenta anos corresponde a um terço do total da terra indígena, também habitada pelos [[Jamamadi]]/[[Kanamanti]], e abrange regiões de terra firme e de transição com a várzea.<ref>SCHRÖDER, P. (2002), “Levantamento Etnoecológico do Complexo Médio Purus II - Resumo”, relatório para o Projeto Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal (PPTAL), mimeo</ref> |
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O nome da etnia Jarawara não aparece, ao contrário dos outros grupos da região, em nenhum documento histórico sobre o rio Purus. Assim, não podemos saber, por meio deste tipo de fonte, a origem desta população. Por outro lado, os próprios índios afirmam terem vindo do “Alto Purus, do [[Acre]]”, ou seja, eles desceram o rio até chegarem onde estão atualmente. Baseados em relatos biográficos, foi suposto que eles moram na área, hoje homologada, há pelo menos oitenta anos, mas é difícil determinar com exatidão as datas, pois a memória histórica parece acompanhar a memória genealógica que, como em diversos povos indígenas, não ultrapassa duas gerações superiores a atual. Eles relatam que “os seus avós disseram que os avós deles disseram que” vieram do Alto rio Purus e se instalaram na região. |
O nome da etnia Jarawara não aparece, ao contrário dos outros grupos da região, em nenhum documento histórico sobre o rio Purus. Assim, não podemos saber, por meio deste tipo de fonte, a origem desta população. Por outro lado, os próprios índios afirmam terem vindo do “Alto Purus, do [[Acre]]”, ou seja, eles desceram o rio até chegarem onde estão atualmente. Baseados em relatos biográficos, foi suposto que eles moram na área, hoje homologada, há pelo menos oitenta anos, mas é difícil determinar com exatidão as datas, pois a memória histórica parece acompanhar a memória genealógica que, como em diversos povos indígenas, não ultrapassa duas gerações superiores a atual. Eles relatam que “os seus avós disseram que os avós deles disseram que” vieram do Alto rio Purus e se instalaram na região. |
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== Língua == |
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Falam a língua jarawara, da família lingüistica [[Arauá|Arawa]], bastante parecida com as línguas (também da mesma família) dos [[Jamamadi]] e dos [[Banawa-yafi]] com quem se comunicam facilmente se necessário. No entanto, a entonação e a maneira de falar é nitidamente diferente, sendo o jarawara mais veloz e menos nasal que as outras duas línguas. Apenas dois ou três homens falam fluentemente o português. |
Falam a língua jarawara, da família lingüistica [[Arauá|Arawa]], bastante parecida com as línguas (também da mesma família) dos [[Jamamadi]] e dos [[Banawa-yafi]] com quem se comunicam facilmente se necessário. No entanto, a entonação e a maneira de falar é nitidamente diferente, sendo o jarawara mais veloz e menos nasal que as outras duas línguas. Apenas dois ou três homens falam fluentemente o português. |
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A língua foi estudada em profundidade pelo linguista-missionário [[Alan Vogel]] e por [[Robert Dixon]], que publicaram diversos artigos, teses e livros sobre o assunto. A ortografia jarawara consiste em onze consoantes (b, t, k, f, s, h, m, n, r, w, y) e apenas quatro vogais (a, e, i o) e foi elaborada em 1988 por membros do [[Sociedade Internacional de Linguística]] (SIL), levando em conta sobretudo a ortografia jamamadi, que tem praticamente o mesmo inventário fonêmico<ref>VOGEL, A. R. (2006), “Dicionário Jarawara- Português”, Sociedade Internacional de Lingüística, Cuiabá, edição online</ref> |
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Revisão das 16h04min de 20 de setembro de 2017
Jarauaras (Jarawara) | |||
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População total | |||
271 | |||
Regiões com população significativa | |||
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Línguas | |||
língua jarawara | |||
Religiões | |||
Os jarauaras (também pode ser escrito como Jarawara ou Yarawara) são um grupo indígena que habita o sul do estado brasileiro do Amazonas, mais especificamente a área indígena jarauara/jamamadi/canamanti, que fica entre o rio Purus e Juruá.
Localização
Os Jarauaras vivem na terra indígena Jarawara/Jamamadi/Kanamanti, homologada em 1998 e situada no médio Purus, entre os municípios de Lábrea e Tapauá. O território em que habitam há pelo menos oitenta anos corresponde a um terço do total da terra indígena, também habitada pelos Jamamadi/Kanamanti, e abrange regiões de terra firme e de transição com a várzea.[2]
O nome da etnia Jarawara não aparece, ao contrário dos outros grupos da região, em nenhum documento histórico sobre o rio Purus. Assim, não podemos saber, por meio deste tipo de fonte, a origem desta população. Por outro lado, os próprios índios afirmam terem vindo do “Alto Purus, do Acre”, ou seja, eles desceram o rio até chegarem onde estão atualmente. Baseados em relatos biográficos, foi suposto que eles moram na área, hoje homologada, há pelo menos oitenta anos, mas é difícil determinar com exatidão as datas, pois a memória histórica parece acompanhar a memória genealógica que, como em diversos povos indígenas, não ultrapassa duas gerações superiores a atual. Eles relatam que “os seus avós disseram que os avós deles disseram que” vieram do Alto rio Purus e se instalaram na região.
Língua
Falam a língua jarawara, da família lingüistica Arawa, bastante parecida com as línguas (também da mesma família) dos Jamamadi e dos Banawa-yafi com quem se comunicam facilmente se necessário. No entanto, a entonação e a maneira de falar é nitidamente diferente, sendo o jarawara mais veloz e menos nasal que as outras duas línguas. Apenas dois ou três homens falam fluentemente o português.
A língua foi estudada em profundidade pelo linguista-missionário Alan Vogel e por Robert Dixon, que publicaram diversos artigos, teses e livros sobre o assunto. A ortografia jarawara consiste em onze consoantes (b, t, k, f, s, h, m, n, r, w, y) e apenas quatro vogais (a, e, i o) e foi elaborada em 1988 por membros do Sociedade Internacional de Linguística (SIL), levando em conta sobretudo a ortografia jamamadi, que tem praticamente o mesmo inventário fonêmico.[3]
Referências
- ↑ Instituto Socioambiental. «Quadro Geral dos Povos». Enciclopédia dos Povos Indígenas no Brasil. Consultado em 19 de setembro de 2017
- ↑ SCHRÖDER, P. (2002), “Levantamento Etnoecológico do Complexo Médio Purus II - Resumo”, relatório para o Projeto Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal (PPTAL), mimeo
- ↑ VOGEL, A. R. (2006), “Dicionário Jarawara- Português”, Sociedade Internacional de Lingüística, Cuiabá, edição online
Ligações externas
- «Povos Indígenas no Brasil - Jarawara». Instituto Socioambiental