Paulo Cézar Lima
![]() | ||
Informações pessoais | ||
---|---|---|
Nome completo | Paulo Cézar Lima | |
Data de nasc. | 16 de junho de 1949 (73 anos) | |
Local de nasc. | Rio de Janeiro, (RJ), Brasil | |
Nacionalidade | brasileiro | |
Apelido | Paulo Cézar Caju, Caju, Nariz de Ferro, Urubu Feio | |
Informações profissionais | ||
Posição | ex-meia / ponta-esquerda | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
1967–1972 1972–1974 1974–1975 1975–1977 1977–1978 1978–1979 1979-1980 1981 1982–1983 1983 |
Botafogo Flamengo Olympique de Marseille Fluminense Botafogo Grêmio Vasco da Gama Corinthians California Surf S Aix Grêmio |
264 (83) 105 (19) 31 (17) 85 (16) 4 (0) |
Seleção nacional | ||
1967–1977 | Brasil | 78 (17) |
Paulo Cézar Lima, mais conhecido como Paulo Cézar Caju (Rio de Janeiro, 16 de junho de 1949)[1] é um ex-futebolista brasileiro, que atuava como meia e ponta-esquerda.
Ele é conhecido no futebol carioca por ser o segundo jogador a defender os quatro grandes clubes do Rio de Janeiro.[2]
Carreira[editar | editar código-fonte]
Infância[editar | editar código-fonte]
Nascido na favela da Cocheira[3], Paulo Cézar Lima tinha o sonho de fazer sucesso no futebol e sair da miséria. Quando criança, chegou a jogar futebol de salão no Flamengo.[2] Morou em Tegucigalpa dos 10 aos 12 anos, quando o pai foi treinador da seleção do país. Lá, era treinado pelo próprio pai adotivo Marinho Oliveira, no meio de adultos. Depois, seguiu para a Colômbia, onde ele e Fred, seu irmão adotivo, chegaram a jogar na primeira divisão, aos 15 anos.[2]
Jogador[editar | editar código-fonte]
Foi revelado pelo Botafogo e atuou pelo clube desde o fim dos anos 1960 ao início dos anos 1970. Em 1967, aos 18 anos, Paulo Cézar concretizou de vez seu sonho, ao tornar-se jogador do time principal do Botafogo e participar de sua primeira temporada no Glorioso. Seu futebol habilidoso e provocador foi chamando a atenção do público futebolístico. Em pouco tempo, tornou-se conhecido em seu estado natal. Ainda em 1967, Paulo Cézar foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira.[3] Foi campeão da Taça Guanabara em 1967, quando marcou três gols no jogo decisivo, contra o America.[3][4] Nesse mesmo ano, também foi campeão carioca, cujos títulos repetiu em 1968, além da Taça Brasil de 1968.
O apelido caju, que tornou-se quase um sobrenome, surgiu quando retornou dos Estados Unidos em 1968 com os cabelo pintados de vermelho. A pintura de vermelho dos cabelos foi feita como forma de demonstrar seu apoio ao movimento dos panteras negras, com o qual o jogador identificava-se politicamente.[5]
Aos 21 anos de idade, disputou, como reserva da seleção brasileira, a Copa do Mundo de 1970, no México.[1] O técnico Zagallo, a princípio, tentou encaixá-lo no time, mas depois percebeu que, com o esquema que pretendia usar, ele e Pelé não poderiam jogar juntos.[6] Na volta do México, disse, a uma emissora de televisão, "Não queremos saber do Botafogo", o que causou mal-estar no clube, mas foi contornado depois que o jogador disse ter dado a declaração para livrar-se do repórter.[7]
Com a perda do título carioca para o Fluminense em 1971, Paulo Cézar foi responsabilizado pela derrota e teve que deixar o Botafogo. O motivo da discórdia foi uma jogada que fez em uma partida realizada quando seu clube estava com boa vantagem na tabela, a poucos jogos do fim: Paulo Cézar fez embaixadas diante de seus marcadores, o que foi entendido como uma atitude de desprezo para com os demais adversários do Botafogo, que até então aceitavam a superioridade do time. A partir daí, as partidas tornaram-se bem mais difíceis, com o time alvinegro perdendo pontos importantes, até finalmente ser superado pelo Fluminense, que se sagraria campeão.
Em 1972, Paulo Cézar transferiu-se para o Flamengo, time pelo qual jogou até 1974. Na Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, foi titular da seleção brasileira, tendo atuações abaixo do esperado. Na seleção brasileira, fez 77 jogos e marcou 17 gols.[3]
Só faria um contrato realmente bom quando foi vendido ao Olympique de Marseille, da França, depois da Copa de 1974. "Sempre troquei de time por interesses profissionais", disse à revista Placar, em 1979. "E acho que deve ser assim mesmo, pois a carreira é curta. Hoje, minha situação financeira é apenas razoável, ao contrário do que muitos podem pensar. Contrato excepcional mesmo só fiz com o Olympique. Os outros foram apenas bons.".[8] No Olympique, em 75, foi vice-campeão nacional, com 18 gols.[2]
Jogaria ainda pelo Fluminense, onde fez parte da lendária equipe que ficou conhecida como Máquina Tricolor (em 1975), tendo sido bicampeão carioca em 1975 e 1976, semifinalista dos campeonatos brasileiros nestes anos e conquistando vários torneios internacionais amistosos neste período.[9] Sua estreia foi no dia 10 de junho de 1975, em amistoso onde o Fluminense venceu por 1 a 0 o Bayern de Munique, bicampeão europeu da época.[10]
Teve uma primeira passagem pelo Grêmio, entre 1978 e 1979. Saiu do clube gaúcho e passou ainda por Vasco da Gama e Corinthians, que fez um apelo publicitário aos seus torcedores para arrecadar dinheiro para a contratação.[11] Retornou ao tricolor gaúcho, onde foi campeão da Copa Intercontinental em 1983.[1]
Após aposentadoria dos gramados[editar | editar código-fonte]
Após o fim da carreira, mergulhou no álcool e na cocaína durante 15 anos, entre 1985 e 2000, quando perdeu dois apartamentos e chegou a vender a medalha da FIFA de tricampeão do mundo, e uma miniatura em ouro da Taça Jules Rimet.[2][12]
Em 1997, foi a estrela de um documentário cinematográfico sobre sua vida, feito para lançamento durante a fase promocional da Copa do Mundo de 1998, na França. Embora as filmagens tenham se concentrado em mostrar dez dias de seu cotidiano como ex-jogador sem que o mesmo prestasse qualquer depoimento ou entrevista formal, houve algumas referências sobre sua bem-sucedida e polêmica carreira, além de belas jogadas preservadas em arquivos diversos terem sido exibidas.
Em 2005, foi homenageado pelo Botafogo, com o lançamento de uma camisa comemorativa, com seu nome e o número 11 às costas.
A partir de maio de 2008, passou a escrever às terças-feiras para o Jornal da Tarde[1][13], onde prometeu "soltar o verbo".[4]
Em 2016, o presidente da França, François Hollande, entregou-lhe, no Rio de Janeiro a medalha da Legion d'Honneur.
Em setembro de 2020, passa a ser comentarista da Super Rádio Tupi.[14]
Títulos[editar | editar código-fonte]
Como jogador[editar | editar código-fonte]
- Botafogo
- Troféu Triangular de Caracas: 1967, 1968 e 1970
- Torneio Hexagonal do México: 1968
- Campeonato Brasileiro: 1968
- Campeonato Carioca: 1967 e 1968
- Taça Guanabara: 1967, 1968
- Torneio Início do Campeonato Carioca: 1967
- Flamengo
- Campeonato Carioca: 1972 e 1974
- Taça Guanabara: 1972, 1973
- Taça Pedro Magalhães Corrêa: 1974
- Torneio Internacional do Rio de Janeiro: 1972
- Torneio do Povo: 1972
- Fluminense
- Campeonato Carioca: 1975 e 1976
- Taça Amadeu Rodrigues Sequeira (3º turno do Campeonato Carioca): 1976
- Torneio Viña del Mar: 1976
- Torneio de Paris: 1976
- Troféu Teresa Herrera: 1977
- Copa Governador Faria Lima: 1977
- Copa Vale do Paraíba: 1977
- Grêmio
- Vasco da Gama
- Troféu Colombino: 1980
- Seleção Brasileira
Prêmios individuais[editar | editar código-fonte]
- Bola de Prata da Revista Placar: 1970, 1972, 1976 e 1977
Artilharias[editar | editar código-fonte]
- Botafogo
- Campeonato Carioca de Futebol de 1971 (11 gols)
Flamengo
- Torneio do Povo de 1972 (2 gols)
Referências
- ↑ a b c d «Paulo Cézar Caju - Que fim levou?». Terceiro Tempo. Consultado em 3 de maio de 2022
- ↑ a b c d e «Paulo Cezar Caju». Museu da Pelada. Consultado em 3 de maio de 2022
- ↑ a b c d «Botafogo». www.botafogo.com.br. Consultado em 3 de maio de 2022
- ↑ a b "Uma cidade maravilhosa", Paulo Cézar Caju, Jornal da Tarde, 20/5/2008, pág. 16C
- ↑ http://oglobo.globo.com/blogs/blog-do-caju/
- ↑ "Nossos pontas jogam errado", Aimoré Moreira, Placar número 5, 17/4/1970, Editora Abril, pág. 6
- ↑ "Os campeões já chegaram, a crise do Botafogo continua", Fausto Neto, Placar número 16, 3/7/1970, Editora Abril, pág. 37
- ↑ "Ciganos da bola", Placar número 495, 26/10/1979, Editora Abril, pág. 50
- ↑ «Site Flumania, disponível em 22 de janeiro de 2014». Consultado em 22 de janeiro de 2014. Arquivado do original em 1 de fevereiro de 2014
- ↑ Club, Fluminense Football. «Em estreia de Paulo Cézar Caju, Fluminense vence Bayern de Munique». Fluminense Football Club. Consultado em 3 de maio de 2022
- ↑ "Olha só quem o JT contratou", Jornal da Tarde, 19/5/2008, pág. 14C
- ↑ Dia, Hoje em (18 de abril de 2015). «Paulo César Caju diz ter vendido medalha da Copa para comprar cocaína». Hoje em Dia. Consultado em 3 de maio de 2022
- ↑ "Olha só quem o JT contratou", Jornal da Tarde, 19/5/2008, pág. 15C
- ↑ «Paulo Cézar Caju é o mais novo craque da Super Rádio Tupi». Super Rádio Tupi. 11 de setembro de 2020. Consultado em 3 de maio de 2022
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Nascidos em 1949
- Naturais da cidade do Rio de Janeiro
- Futebolistas afro-brasileiros
- Futebolistas do Botafogo de Futebol e Regatas
- Futebolistas do Clube de Regatas do Flamengo
- Futebolistas do Olympique de Marseille
- Futebolistas do Fluminense Football Club
- Futebolistas do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense
- Futebolistas do Club de Regatas Vasco da Gama
- Futebolistas do Sport Club Corinthians Paulista
- Jogadores da Copa do Mundo FIFA de 1970
- Jogadores da Copa do Mundo FIFA de 1974
- Jogadores da Seleção Brasileira de Futebol
- Futebolistas do Rio de Janeiro (estado)
- Jogadores campeões da Copa do Mundo FIFA
- Comentaristas esportivos do Brasil