Dadá Maravilha
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Informações pessoais | ||
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Nome completo | Dario José dos Santos | |
Data de nasc. | 4 de março de 1946 (74 anos) | |
Local de nasc. | Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil | |
Nacionalidade | brasileiro | |
Altura | 1,85 m | |
Apelido | Dadá Maravilha Beija-flor Peito de Aço Ninho | |
Informações profissionais | ||
Período em atividade | 1966–1986 | |
Equipa atual | Aposentado | |
Posição | Centroavante | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | |
1966–1968 1968–1972 1973–1974 1974 1974–1975 1976–1977 1977–1978 1978–1979 1979 1980 1981 1981 1981 1982 1983 1983 1984 1984–1985 1985 1986 |
Campo Grande Atlético Mineiro Flamengo Atlético Mineiro Sport Internacional Ponte Preta Atlético Mineiro Paysandu Náutico Santa Cruz Bahia Goiás Coritiba Bahia Atlético Mineiro Nacional-AM XV de Piracicaba Douradense Comercial de Registro | |
Seleção nacional | ||
1970 | Brasil | |
Times/Equipas que treinou | ||
Ponte Preta Brasília Ypiranga do Amapá Tiradentes |
Dario José dos Santos, mais conhecido como Dadá Maravilha (Rio de Janeiro, 4 de março de 1946), é um ex-futebolista brasileiro que atuava como centroavante.
É o quarto maior artilheiro futebol brasileiro com 926 gols. Perde apenas para Romário (1002 gols), Pelé (1284 gols) e Arthur Friedenreich, (1329 gols).
Antes do Futebol[editar | editar código-fonte]
Dario teve uma infância difícil e pobre no subúrbio de Marechal Hermes, na rua Frei Sampaio, no Rio de Janeiro. Sua mãe possuía problemas mentais e com apenas 5 anos ele a viu cometer suicídio. Seu pai sem condições de cuidar dos filhos sozinho, colocou Dadá e seus dois irmãos na FEBEM (Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor), instituto responsável pela reabilitação de menores infratores no Rio de Janeiro, com isso Dario passou a conviver com outras crianças e jovens que cometiam crimes, nesse meio passou a cometer pequenos furtos e entrar em brigas, fazendo com que voltasse frequentemente à FEBEM.[1]
Com dezessete anos em um desses assaltos viu um de seus amigos morrer, algo que o impactou a buscar outra forma de vida, porém por fome tentou roubar duas senhoras, que gritaram e alertaram a polícia, que o levaram novamente para a FEBEM, nessa passagem foi estimulado por um funcionário a jogar bola no time da fundação, apesar de não ser habilidoso, Dadá era alto, forte e muito rápido, conseguindo um lugar no time da FEBEM,[1]. Aos 18 anos serviu o Exercito Brasileiro, e lá também passou a jogar futebol de campo, apesar de ser considerado "ruim" por seus companheiros, conseguia fazer gols compensando a falta de técnica com sua velocidade, força e vontade.[2]
Carreira[editar | editar código-fonte]
Fez teste em diversos times, em sua sétima tentativa no Campo Grande conseguiu ser aprovado e foi contratado em 1965. Dario começou a jogar nos juniores do time da Zona Oeste carioca, sendo promovido ao time principal em 1967. Em uma partida do Campo Grande contra o São Cristóvão estava presente no Maracanã o vice-presidente do Atlético Mineiro da época, que estava interessado em assistir um meio-campista do São Cristóvão. Nessa partida Dadá marcou três gols, motivo que o fez ser contratado pelo clube de Belo Horizonte no ano seguinte.[3]
Não teve muitas oportunidades ao chegar no Atlético Mineiro, em suas duas primeiras partidas teve péssimas atuações, tropeçando na bola e caindo numa delas, isso o fez ficar um ano e meio sem jogar pelo clube, em 1969 num amistoso contra a seleção da União Soviética marcou os dois gols que garantiram a vitória do galo, a partir de então passou a ter mais oportunidades no time.[4]
Dadá foi artilheiro do Campeonato Mineiro quatro vezes pelo Atlético Mineiro (1969, 1970, 1972, 1974). Foi destaque e artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1971, Dadá parou no ar como um beija-flor no dia 19 de dezembro, no Estádio Jornalista Mário Filho, para assinalar o gol da histórica vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo. Com este gol, o Atlético Mineiro sagrou-se campeão brasileiro de 1971.[5]
Dario vestiria a camisa de mais 15 clubes. Destacou-se atuando por outro grande clube do futebol brasileiro: o Internacional de Porto Alegre. Dadá foi importante na conquista do Bi-Campeonato Brasileiro pelo Internacional, inclusive marcando o primeiro gol da final do Brasileirão de 1976, na vitória de 2 a 0 sobre o Corinthians, além de ser o artilheiro daquela competição.
Dadá também é dono de frases "poéticas", como: "Não venha com a problemática que eu dou a solucionática", "Me diz o nome de três coisas que param no ar: beija-flor, helicóptero e Dadá Maravilha", "Isso é mamão com açúcar" ou ainda "Não existe gol feio. Feio é não fazer gol.".
Hoje, Dadá, torcedor do Clube Atlético Mineiro assumido, trabalha na televisão como comentarista esportivo. Iniciou sua carreira no programa Toque de bola do extinto Canal 30, emissora local a cabo de BH, apresentado pelo Jornalista Esportivo Marcos Russo. Convidado para o Alterosa Esportes por Rogério Correa então apresentador do programa da TV Alterosa de Minas Gerais, sendo posteriormente contratado devido ao seu grande sucesso pela Rede Globo, sendo comentarista no canal a cabo SporTV. Terminado o contrato, a Rede Minas comprou o seu passe (contrato já finalizado).
Atualmente Dadá voltou a TV Alterosa, e participa da Bancada Democrática do Alterosa Esporte, representando o Atlético Mineiro.
Fatos históricos[editar | editar código-fonte]
- O jornalista Lúcio Flávio Machado editou em 1999 a biografia Dadá Maravilha. O nome inicial do Livro seria: Dario - o homem que driblou a vida. Mas em uma conversa com o escritor Roberto Drummond, Lúcio Flávio Machado acatou o conselho do amigo: coloque somente Dadá Maravilha, este nome é o maior marketing que se pode ter.
- Atuando no Atlético Mineiro entre os anos de 1968 e 1972, retornando em 1974, depois em 1978 e 1979, Dario tornou-se o segundo maior artilheiro da história do clube, com 211 gols marcados. Entre os mais importantes gols marcados pelo Galo, os atleticanos não se esquecem do segundo gol em cima da Seleção Brasileira Tri na Copa do Mundo de 70 em amistoso preparatório no final de 1969 e em que o Atlético triunfou sobre as feras (Pelé, Jairzinho, Gérson, Rivelino, etc.) comandadas por João Saldanha por 2 a 1 com o Mineirão cheio. Também não podemos esquecer do gol de cabeça que Dario fez em cima do Botafogo-RJ em 1971 que deu o primeiro Campeonato Brasileiro para o Atlético Mineiro (num triangular final disputado por São Paulo, Atlético e Botafogo). Além desses gols, os Atleticanos não se esquecem do retorno de Dario já veterano em 1979, para suprir a falta de Reinaldo contundido, e conquistar o bicampeonato Mineiro que terminaria só em 1983 com o hexacampeonato, maior seqüência em Minas Gerais na Era Profissional.
- Contratado do Sport Recife por Cr$ 500 mil (cerca de US$ 48,2 mil), uma fortuna na época, Dario estreou com a camisa do Internacional em um jogo do Campeonato Gaúcho contra o Esportivo de Bento Gonçalves. O público foi tão grande que o passe de Dadá foi totalmente quitado com o dinheiro da renda da partida.
- Em uma partida válida pelo Campeonato Pernambucano de 1976, Dario marcou dez dos 14 gols do Sport na vitória sobre o Santo Amaro. A marca histórica superou os feitos de Pelé e Jorge Mendonça, que marcaram oito gols em uma mesma partida. Mostrando toda sua categoria, fez gols de tudo quanto é jeito, queixo no ombro, queixo no peito, de nuca, joelhada e até de velotrol.
- Como não conseguia fazer gol de bicicleta, inventou o famoso gol de velotrol.
- Marcou 10 gols no jogo Sport de Recife 14 x 0 Santo Amaro.[6]
Frases[editar | editar código-fonte]
- "Não venha com a problemática que eu dou a solucionática."
- "Me diz o nome de três coisas que param no ar: beija-flor, helicóptero e Dadá Maravilha."
- "Pra pegar Dadá na corrida, só se for de táxi."
- "Não existe gol feio. Feio é não fazer gol."[7]
- "Um rei tem que ser sempre recebido por bandas de música."
- "Pra fazer gol de cabeça era queixo no peito ou queixo no ombro."
- "Com Dadá em campo, não há placar em branco."
- "Pelé, Garrincha e Dadá tinham que ser curriculum escolar."
- "Faço tudo com amor, inclusive o amor."
- "Nunca aprendi a jogar futebol pois perdi muito tempo fazendo gols."
- "Só existem três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área."
- "A área é o habitat natural do goleador, nela ele está protegido pela constituição, se for derrubado é pênalti."
- "Num time de futebol há nove posições e duas profissões: goleiro e centroavante."[8]
- "Bola, flor e mulher, só com carinho."
- "Fiz mais de 500 gols, só correndo e pulando."
- "Quando eu saltava o zagueiro conseguia ver o número da minha chuteira."
- "São duas coisas que eu não aprendi: Jogar futebol e perder gol!"
- "Melhor do que Dadá, só Jesus Cristo!"
- "Futebol não pode ficar acima da educação, não!"
- "Chuto tão mal que no dia em que eu fizer um gol de fora da área, o goleiro tem que ser eliminado do futebol."[9]
- "Se minha estrela não brilhar, vou lá e passo lustrador nela."[10]
- "Deixando a modéstia de lado, falando de futebol, eu falo o que eu sei, sou um expert, com doutorado nessa matéria. No futebol, eu sou o máximo, conheço tudo e sou atleticano."[11]
- “Se o gol é a maior alegria do futebol, foi Deus quem inventou Dadá, porque Dadá é a alegria do povo.”[9]
- “Dadá não é eterno. Sua história será eterna.”[12]
Clubes[editar | editar código-fonte]
Ano | Clube | Gols |
1967 | Campo Grande-RJ | 6 |
1968 | Campo Grande-RJ / Atlético Mineiro | 11 |
1969 | Atlético Mineiro | 58 |
1970 | Atlético Mineiro | 28 |
1971 | Atlético Mineiro | 25 |
1972 | Atlético Mineiro | 49 |
1973 | Flamengo | 22 |
1974 | Flamengo / Atlético Mineiro | 48 |
1975 | Sport | 57 |
1976 | Sport / Internacional | 57 |
1977 | Internacional / Ponte Preta | 31 |
1978 | Ponte Preta / Atlético Mineiro | 25 |
1979 | Atlético Mineiro / Paysandu | 30 |
1980 | Náutico | 26 |
1981 | Santa Cruz / Bahia | 43 |
1982 | Bahia | 13 |
1983 | Goiás / Coritiba | 14 |
1984 | América Mineiro / Rio Negro / Nacional-AM | 25 |
1985 | Nacional-AM / XV de Piracicaba | 11 |
Total na carreira | 579 |
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Títulos[editar | editar código-fonte]
Como Jogador[editar | editar código-fonte]
- Campo Grande
- Atlético Mineiro
- 1970 - módulo 1 - Campeão Mineiro (Atlético Mineiro)
- 1970 - Campeão da Taça Belo Horizonte (Atlético Mineiro)
- 1970 - Campeão da Taça Inconfidência (MG) (Atlético Mineiro)
- 1970 - Campeão da Taça Cidade de Goiânia (Minas-Goiás) (Atlético Mineiro)
- 1970 - Campeão da Taça Gil César Moreira de Abreu (MG) (Atlético Mineiro)
- 1970 - Campeão da Taça Independência (MG) (Atlético Mineiro)
- 1971 - Bicampeão da Taça Belo Horizonte (Atlético Mineiro)
- 1971 - Campeão Brasileiro (Atlético Mineiro)
- 1972 - Tricampeão da Taça Belo Horizonte (Atlético Mineiro)
- 1972 - Campeão do Torneio de Leon (México) (Atlético Mineiro)
- 1972 - Campeão da Taça do Trabalho (Minas-Rio) (Atlético Mineiro)
- 1974 - Campeão do Torneio dos Grandes de Minas Gerais da Federação Mineira de Futebol (Atlético Mineiro)
- 1978 - Campeão Mineiro (Atlético Mineiro)
- 1979 - Campeão da Taça Minas Gerais (Atlético Mineiro)
- Flamengo
- Sport
- Internacional
- Nautico
- Bahia
- Goiás
- Nacional-AM
- Seleção Brasileira
Como Técnico[editar | editar código-fonte]
Jogos contra seleções nacionais[editar | editar código-fonte]
Pelo Atlético Mineiro teve oportunidade de vencer algumas Seleções Nacionais:
- 19 de dezembro de 1968: Atlético 3 a 2 Seleção da Iugosláva (nessa partida o Atlético representou o Brasil e vestiu a camisa da Seleção Canarinho)
- 2 de março de 1969: Atlético 2 a 1 Seleção Soviética de Futebol
- 3 de setembro de 1969: Atlético 2 a 1 Seleção Brasileira de Futebol (partida em que o Atlético vestiu da camisa da Federação Mineira de Futebol por determinação da CBD)
- 30 de julho de 1972: Atlético 4 a 2 Seleção Mexicana
Artilharia[editar | editar código-fonte]
- Atlético-MG
- Campeonato Mineiro de 1969 (29 gols)
- Campeonato Mineiro de 1970 (16 gols)
- Campeonato Brasileiro de 1971 (15 gols)
- Campeonato Mineiro de 1972 (22 gols)
- Campeonato Brasileiro de 1972 (17 gols)
- Campeonato Mineiro de 1974 (24 gols)
- Flamengo
- Campeonato Carioca de 1973 (15 gols)
- Sport
- Campeonato Pernambucano de 1975 (32 gols)
- Campeonato Pernambucano de 1976 (30 gols)
- Internacional
- Campeonato Brasileiro de 1976 (16 gols)
- Nacional-AM
- Campeonato Amazonense de 1984 (14 gols)
Referências
- ↑ a b «'Roubei, enfiei faca, fui jurado de morte. Virei campeão do mundo'». 27 de maio de 2018
- ↑ «Dez vezes Dadá»
- ↑ «Dadá Maravilha largou o crime após comparsa ser morto em assalto: 'A bola me salvou'»
- ↑ «Dadá Maravilha largou o crime após comparsa ser morto em assalto: 'A bola me salvou'»
- ↑ «Parar no ar? Somente Dadá Maravilha, helicóptero e beija-flor - Notícias»
- ↑ «Recorde de Dadá Maravilha, com 10 gols em um jogo do Sport, completa 40 anos | Blog de Esportes». blogs.diariodepernambuco.com.br. Consultado em 4 de agosto de 2016
- ↑ «Dadá Maravilha dá lição de vida e de bola - Foto 7 - Esquisitices - R7». noticias.r7.com. Consultado em 4 de agosto de 2016. Arquivado do original em 20 de setembro de 2016
- ↑ «Dadá Maravilha dá lição de vida e de bola - Foto 3 - Esquisitices - R7». noticias.r7.com. Consultado em 4 de agosto de 2016. Arquivado do original em 20 de setembro de 2016
- ↑ a b «Frases de Dadá Maravilha: As melhores só no Frases Famosas .com.br». www.frasesfamosas.com.br. Consultado em 4 de agosto de 2016
- ↑ «Eu também Sou Ecológico! - Revista Ecológico». www.revistaecologico.com.br. Consultado em 4 de agosto de 2016. Arquivado do original em 19 de janeiro de 2016
- ↑ «Dadá Maravilha: o peito de aço dos gramados brasileiros». www.belohorizonte.mg.gov.br. Consultado em 4 de agosto de 2016. Arquivado do original em 1 de agosto de 2016
- ↑ «Frases de Dadá Maravilha: As melhores só no Frases Famosas .com.br». www.frasesfamosas.com.br. Consultado em 4 de agosto de 2016
- ↑ «Dario»
- Nascidos em 1946
- Naturais da cidade do Rio de Janeiro
- Futebolistas do Rio de Janeiro
- Futebolistas do Campo Grande Atlético Clube
- Futebolistas do Clube Atlético Mineiro
- Futebolistas do Esporte Clube Bahia
- Futebolistas do Paysandu Sport Club
- Futebolistas do Santa Cruz Futebol Clube
- Futebolistas do Sport Club do Recife
- Futebolistas do Sport Club Internacional
- Futebolistas do Nacional Futebol Clube (Amazonas)
- Jogadores da Copa do Mundo FIFA de 1970
- Artilheiros do Campeonato Brasileiro de Futebol
- Comentaristas esportivos do Brasil
- Jogadores da Seleção Brasileira de Futebol
- Futebolistas do Clube de Regatas do Flamengo
- Futebolistas do Clube Náutico Capibaribe
- Futebolistas afro-brasileiros
- Jogadores campeões da Copa do Mundo FIFA