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Pedro I do Brasil: diferenças entre revisões

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D. Pedro I abdicou de ambas as coroas: da portuguesa para a filha [[Maria II de Portugal|D. Maria da Glória]] e da brasileira para o filho [[Pedro II do Brasil|D. Pedro II]]. D. Pedro I era o quarto filho (segundo varão) do rei D. João VI e de sua mulher, [[Carlota Joaquina de Bourbon]], princesa de [[Espanha]], primogênita do rei espanhol [[Carlos IV da Espanha]]. Tornou-se herdeiro depois da morte do seu irmão mais velho, [[Francisco António, Príncipe da Beira|Francisco]] ([[1795]] - [[1801]]).
D. Pedro I abdicou de ambas as coroas: da portuguesa para a filha [[Maria II de Portugal|D. Maria da Glória]] e da brasileira para o filho [[Pedro II do Brasil|D. Pedro II]]. D. Pedro I era o quarto filho (segundo varão) do rei D. João VI e de sua mulher, [[Carlota Joaquina de Bourbon]], princesa de [[Espanha]], primogênita do rei espanhol [[Carlos IV da Espanha]]. Tornou-se herdeiro depois da morte do seu irmão mais velho, [[Francisco António, Príncipe da Beira|Francisco]] ([[1795]] - [[1801]]).


D.Pedro nasceu em portugal no dia 24 de janeiro de 1810, sua mãe morreu apos o parto.
==Em Portugal==
D. Pedro I nasceu em [[12 de outubro]] de [[1798]] na sala D. Quixote do [[palácio de Queluz]], próximo a [[Lisboa]]. Era filho do futuro Rei de Portugal, D. João VI, então [[Príncipe Regente]], e da infanta Carlota Joaquina, filha de Carlos IV da Espanha. Seus primeiros mestres foram o Dr. [[José Monteiro da Rocha]], ex-[[jesuíta]], e frei [[Antônio de Nossa Senhora da Salete]].


==No Brasil==
==No Brasil==

Revisão das 15h27min de 6 de outubro de 2008

 Nota: Se procura por outros significados, veja Dom Pedro (desambiguação).
D. Pedro I do Brasil

D. Pedro IV de Portugal

O Rei-soldado, O Libertador

Retrato de Dom Pedro I
Reinado 7 de setembro de 18227 de abril de 1831 (Brasil)

10 de Março de 182628 de Maio de 1826 (Portugal)

Consorte Maria Leopoldina de Áustria,
Amélia de Leuchtenberg
Coroação 12 de outubro de 1822,
Capela Imperial, Rio de Janeiro
Antecessor(a) inexistente (Brasil)
D. João VI (Portugal)
Sucessor(a) D. Pedro II (Brasil)
D. Maria II (Portugal)
Nascimento 12 de outubro de 1798
  Palácio de Queluz, Portugal
Morte 24 de setembro de 1834
  Palácio de Queluz,Portugal
Sepultado em Panteão dos Braganças, Mosteiro de São Vicente de Fora, Lisboa (até 1972)
Monumento do Ipiranga, São Paulo (desde 1972)
Igreja da Lapa, Porto (onde repousa o coração)
Pai D. João VI
Mãe D. Carlota Joaquina
Título(s) D. Pedro IV de Portugal
(Casa de Bragança)
Filho(s) D. Maria da Glória,
D. Pedro de Alcântara

Dom Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon (Queluz, 12 de outubro de 1798 — Queluz, 24 de setembro de 1834) foi o primeiro imperador do Brasil (de 1822 a 1831) e 28º rei de Portugal (durante sete dias de 1826).

Recebeu os títulos de infante, grão-prior do Crato, príncipe da Beira, príncipe do Reino Unido de Portugal do Brasil e Algarves, príncipe regente do Reino do Brasil além de primeiro imperador do Brasil, como D. Pedro I, de 12 de outubro de 1822 a 7 de abril de 1831, e ainda 28º Rei de Portugal (título herdado de seu pai, D. João VI), durante um período de sete dias (entre 26 de abril e 2 de maio de 1826), como D. Pedro IV.

Em Portugal é conhecido como O Rei-Soldado, por combater o irmão D. Miguel na Guerra Civil de 1832-34 ou O Rei-Imperador. É também conhecido, de ambos os lados do Oceano Atlântico, como O LibertadorLibertador do Brasil do domínio português e Libertador de Portugal do governo absolutista.

D. Pedro I abdicou de ambas as coroas: da portuguesa para a filha D. Maria da Glória e da brasileira para o filho D. Pedro II. D. Pedro I era o quarto filho (segundo varão) do rei D. João VI e de sua mulher, Carlota Joaquina de Bourbon, princesa de Espanha, primogênita do rei espanhol Carlos IV da Espanha. Tornou-se herdeiro depois da morte do seu irmão mais velho, Francisco (1795 - 1801).

D.Pedro nasceu em portugal no dia 24 de janeiro de 1810, sua mãe morreu apos o parto.

No Brasil

Embarque para o Brasil do Príncipe Regente de Portugal, D. João VI, e de toda a família real, no Porto de Belém, em 27 de novembro de 1807. Gravura feita por Francisco Bartolozzi (1725 - 1815) a partir de óleo de Nicolas Delariva

Fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte, na sequência da Guerra Peninsular, D. Pedro I embarcou com a restante família real para o Brasil em novembro de 1807, chegando em março de 1808 ao Rio de Janeiro, cidade que se tornaria a capital do Império. É no Brasil que D. Pedro I passa uma parte da sua infância e juventude.

Depois da mudança da família real para o Brasil frei Antônio de Arrábida tornou-se seu principal preceptor. O príncipe jamais se prendeu aos estudos e preferia a vida solta no paço de São Cristóvão e na fazenda de Santa Cruz. A superficialidade da sua instrução é reconhecida mesmo pelos seus contemporâneos, à qual acrescia um espírito impetuoso e enérgico. Em última análise estes são alguns dos fatores que explicam a sua posição na independência do Brasil.

Casamentos

Em 1818, quando tinha 19 anos, casa-se com a Arquiduquesa Dona Leopoldina, filha do Imperador Francisco I da Áustria, e de sua segunda esposa, Maria Teresa de Bourbon, Princesa das Duas Sicílias, de um ramo dos Bourbons franceses.

A cerimônia foi realizada na Igreja de Santa Ifigênia, na Rua da Alfândega, tendo o cortejo nupcial desfilado pelo que é hoje a Rua Primeiro de Março. Nela, dizem os historiadores que se dançou pelas ruas o Catupé, variedade de Congo, antigamente ligado a festejos religiosos e, depois, ao Carnaval. Do enlace nasceram, entre outros filhos, D. Maria da Glória (1819), Rainha de Portugal como Dona Maria II, e D. Pedro de Alcântara (1825), sucessor do pai como Imperador do Brasil com o título de D. Pedro II.

Viúvo desde 11 de dezembro de 1826, em agosto de 1829 contrai segundas núpcias por procuração com Amélia de Beauharnais, Princesa da Baviera, Duquesa de Leuchtenberg, neta da Imperatriz Josefina da França, esposa repudiada de Napoleão Bonaparte.

A Revolução no Porto e o retorno da família real

Segundas núpcias do Imperador, com dona Amélia de Leuchtenberg (de Jean-Baptiste Debret)

Em março de 1816, com a morte de Dona Maria I, a Louca e a elevação de seu pai a Rei de Portugal, recebeu o título de Príncipe Real e Herdeiro do Trono (o irmão mais velho, Antônio Príncipe da Beira, falecera em 1801). Irrompe então a revolução constitucionalista de 1820, exigindo a restituição do Pacto Colonial e o retorno da Família Real ao reino. D. João VI a ignora, mas devido à pressão popular do clero, da nobreza e da burguesia portuguesa, em 1821 decide retornar à metrópole depois de cerca de treze anos no Rio de Janeiro. Em Portugal, as Cortes Constituintes já iniciavam a elaboração da Constituição do reino. Mas esta decisão régia foi mal recebida no Brasil.

Ao voltar à Portugal, D. João VI deixa seu filho D. Pedro I como Príncipe Regente do Brasil. Os direitos concedidos ao Brasil, entretanto, foram sendo rescindidos pelas cortes. D. Pedro I então alinha-se ao descontentamento brasileiro provocado pelas medidas portuguesas.

O Dia do Fico

Ver artigo principal: Dia do Fico

Preocupada com a evolução do Brasil, a elite política portuguesa pressionava as cortes que redigiam a Constituição Portuguesa a rebaixar novamente à categoria de colônia o Brasil (que tinha sido elevado à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves). Pressionado por essas cortes, D. João VI assinou um documento que tornava inefetivo o título de príncipe regente no Brasil concedido a D. Pedro I. Uma ordem judicial exigiu a volta imediata do príncipe a Portugal. Foi enviada uma frota ao Rio de Janeiro, destinada a repatriá-lo. Após ter recebido um abaixo-assinado com centenas de assinaturas (conhecido como Petição do Fico), que pedia que ele permanecesse no Brasil, o regente recusou-se a embarcar para a Europa e, em 9 de janeiro de 1822, pronunciou, em um episódio que ficou conhecido como Dia do Fico, a frase histórica: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico!", declarando também que nenhuma ordem das cortes portuguesas seria cumprida no Brasil sem a sua autorização.

Proclamação da Independência

Ver artigo principal: Independência do Brasil
Tela a óleo sobre a Independência do Brasil, de François-René Moreaux, que hoje é conservado no Museu Imperial de Petrópolis. Foi executado em 1844, a pedido do Senado imperial.
Cerimônia de coroação como imperador do Brasil - detalhe do Óleo sobre tela de Jean-Baptiste Debret

Em abril a popularidade do príncipe foi comprovada durante uma viagem a Minas Gerais. De lá seguiu para São Paulo, a fim de pacificar rebeliões na província. Em 7 de setembro, quando ia de Santos para a capital paulista, recebeu notícias de Portugal por cartas da esposa e de seu ministro José Bonifácio. Assim tomou conhecimento de que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado das cortes de Lisboa. Ali mesmo, junto ao riacho do Ipiranga (São Paulo), o herdeiro de D. João VI, ao receber a última ordem do pai para regressar em vergonha ao país, proferiu o famoso grito do Ipiranga: "Independência ou Morte!".

D. Pedro I contou, naturalmente, com o apoio do "povo" e, de volta ao Rio de Janeiro, em 12 de outubro, foi proclamado imperador e "defensor perpétuo do Brasil". Em 1 de dezembro foi sagrado e coroado. Em 1821 há a convocação da Assembléia Nacional Consituinte, feita pelo Partido Brasileiro. Em 1823 é apresentado um anteprojeto constitucional, apelidado de "Constituição da Mandioca", com caráter elitista e liberal, submetendo o poder do Imperador ao controle Legislativo, através da Tripartição de poderes (Teoria de Montesquieu) - em especial, os deputados cogitam incluir um artigo que permitirá, à morte do príncipe reinante, que o Parlamento reveja os seus atos. D. Pedro não a aceita e dissolve a Assembléia acusando os brasileiros de infiéis.

Em 24 de fevereiro de 1824 ele promulga e outorga (impõe) uma Constituição redigida por ele mesmo com auxílio de um Conselho de Estado. Apesar da forma autoritária, o Brasil torna-se uma monarquia constitucional. A Constituição de 1824 possuia 4 poderes: Legislativo, Executivo, Judiciário e o Moderador (exclusivo do Imperador), concebido pelo pensador e político francês de origem suíça Benjamin Constant. A divisão do Brasil era em Províncias, o poder era centralizado, a religião oficial era a católica apostólica e romana, garantindo o direito livre de culto, e a escravidão era preservada. Tem início o Primeiro Reinado, que se estendeu da independência até a abdicação de D. Pedro I, em 1831.

A Independência do Brasil foi contestada em território brasileiro por tropas do Exército Português, especialmente nas regiões onde, por razoes estratégicas, elas se concentravam, a saber, nas então Províncias Cisplatina, da Bahia, do Piauí, do Maranhão e do Grão-Pará (Guerra da Independência do Brasil). A Independência foi oficialmente reconhecida por Portugal e pelo Reino Unido somente em 1825.

Atuação política

No entanto, a imagem de D. Pedro I, em poucos anos passa de "Defensor Perpétuo" do Brasil para a de traidor da Nação. O seu primeiro ato político importante foi a convocação, em 1822, da Assembléia Constituinte. Entretanto, as divergências entre os deputados brasileiros e o soberano, que exigia um poder pessoal superior ao do Legislativo e do Judiciário, levaram à sua dissolução em 13 de outubro de 1823. D. Pedro I demitiu o Ministério Andrada e deportou para a Europa em Portugal os seis deputados que se mostraram mais exaltados, inclusive o próprio José Bonifácio de Andrada e Silva e seus irmãos (novembro de 1823). Foi criado então um Conselho de Estado que, com o Imperador à frente, elaborou a Constituição, outorgada em 25 de março de 1824.

A razão da discórdia com os deputados constituintes girava em torno da limitação aos poderes do imperador, o qual, segundo os deputados, deveria ser restringido pela Câmara. D. Pedro I, por sua vez, não abria mão do direito de poder dissolver a Câmara quando lhe aprouvesse, colocando sua autoridade acima de tudo. O resultado foi a dissolução da Assembléia Constituinte e a instauração do Poder Moderador através da nova Carta, o que fortalecia ainda mais o monarca. Contra a Constituição do Império se rebelaram algumas províncias do nordeste, lideradas por Pernambuco. A revolta conhecida como Confederação do Equador foi severamente reprimida pelas autoridades da época.

Em 1826 foram instalados a Câmara e o Senado, este de caráter vitalício. O equilíbrio político, no entanto, permanecia instável, face a dificuldades financeiras e divergências entre nativistas e "marinheiros" ou "marotos" (portugueses residentes no Brasil).

De Portugal, D. João VI tentou sem sucesso reaver o Brasil. A única solução encontrada para reunir Portugal e Brasil foi a de nomear D. Pedro I seu sucessor em Portugal, apesar de este ter sido deserdado em consequência dos acontecimentos de 1822. Em maio de 1826, após a morte de D. João VI, Dona Isabel Maria de Bragança assume a regência do reino e designa D. Pedro I Rei de Portugal, sob o título de D. Pedro IV, 28º Rei de Portugal.

O jovem Imperador decide contrariar as restrições da constituição imperial brasileira, que ele próprio aprovara, e assumir o poder em Lisboa. D. Pedro I começa por idealizar a junção das duas Coroas, mas depressa muda de idéias, outorgando aos portugueses a Carta Constitucional (1826) e abdicando, no mês seguinte, em favor de sua filha primogênita, Dona Maria da Glória, de sete anos, mediante duas condições: o casamento da Rainha com o seu tio D. Miguel, entretanto nomeado regente, e o juramento da Carta Constitucional escrita em Taubaté.

Após a doação da Carta portuguesa, a situação torna-se complicada nos dois reinos. Em Portugal, D. Miguel torna-se senhor de um trono absolutista (1827), faltando ao compromisso assumido com seu irmão, e, no Brasil, D. Pedro I tornou-se cada vez mais impopular por seu absolutismo — ironicamente, visto sua posição nos acontecimentos a seguir em Portugal.

Ministérios

Gabinete de 16 de janeiro de 1821

Gabinete de 28 de outubro de 1822

Gabinete de 30 de outubro de 1822

Gabinete de 10 de novembro de 1823

Gabinete de 21 de novembro de 1825

Gabinete de 20 de novembro de 1827

Gabinete de 4 de outubro de 1829

Gabinete de 19 de março de 1831

Gabinete de 5 de abril de 1831

Declínio no Brasil

D. Pedro I e a coroa imperial do Brasil.

A indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu para minar a popularidade e o prestígio de D. Pedro I. Os problemas do Imperador agravaram-se a partir de 1825, quando, no plano interno, fracassavam as forças brasileiras na Campanha Cisplatina (1825 - 1827). O Imperador chegou a ir ao Rio Grande do Sul, a fim de participar pessoalmente da campanha, no final de 1826. A notícia da morte da Imperatriz Leopoldina obrigou-o a mudar os planos e retornar ao Rio de Janeiro.

Além do malogro militar, da perda da província da Cisplatina (em 1828), e dos constantes atritos com a Assembléia, a vida privada do Imperador também contribuía para o desgaste de sua imagem. Era notório seu relacionamento com Domitila de Castro Canto e Melo, a quem fez viscondessa e depois marquesa de Santos. O romance teve início em 1822 e durou até o segundo casamento de D. Pedro I, em 1829, com Amélia de Beauharnais, duquesa de Leuchtenberg. O marquês de Barbacena, encarregado de encontrar uma noiva para o Imperador que atendesse às exigências de nobreza, formosura, virtude e educação, enfrentara humilhantes recusas por parte de várias casas reais européias que viam com horror o relacionamento do Imperador com a Marquesa de Santos,e o sofrimento que este causara na Imperatriz Leopoldina.

Tudo isso, ao lado das dificuldades financeiras, provocaram o protesto das elites brasileiras. Apesar da renúncia, sua relação com os assuntos internos de Portugal o tornaram cada vez mais impopular no Brasil. O constante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete, em 1830, fez o Imperador sofrer oposição liberal e reação popular, levando-o a abdicar em favor do filho D. Pedro II (com apenas seis anos) em 7 de abril de 1831.

Triunfo em Portugal

D. Pedro na qualidade de rei de Portugal, envergando a Banda das Três Ordens.

D. Pedro I retorna à Europa e assume a liderança da luta para restaurar os direitos da filha, usurpados por D. Miguel. Em Portugal se viviam as Guerras Liberais entre os miguelistas, partidários do absolutismo defendido por Miguel, que usurpara a Coroa de D. Maria II, Rainha em título, e os liberais, defensores do constitucionalismo. Após conseguir os apoios financeiros necessários e organizar os liberais imigrados, chega aos Açores em 1832, onde assume a regência na qualidade de Duque de Bragança, nomeia um Ministério composto por Mouzinho da Silveira, Marquês de Palmela e Agostinho José Freire (do qual se destaca o primeiro pela legislação que vai promulgando, que viria a alterar a estrutura jurídica e social do país), e prepara força expedicionária para invadir Portugal e colocar a sua filha no trono.

Em junho a expedição militar parte para o norte do país, vindo a desembarcar no Pampelido em 8 de julho e seguindo depois para o Porto. As tropas chegam à cidade no dia seguinte e, ao contrário do que tinham inicialmente previsto, sofrem um longo e penoso cerco, dando-se início a uma guerra civil. Em 24 de julho de 1834, depois da batalha de Lisboa, ganha pelo marechal-duque da Terceira, os liberais derrotam os miguelistas.

As cortes de agosto de 1834 confirmam a regência de D. Pedro I, que repõe a filha no trono português. Apesar de ter reconquistado o trono português para sua filha, D. Pedro I voltou tuberculoso da campanha e morreu em 24 de setembro de 1834, pouco depois da Convenção de Évora Monte (que selara a vitória da causa liberal, de que se fizera paladino), no palácio de Queluz, na mesma sala onde nascera 36 anos antes.

Foi sepultado no Panteão dos Braganças, na Igreja de São Vicente de Fora, como simples general, e não como rei. O seu coração foi doado, por decisão testamentária, à Igreja da Lapa, no Porto, onde se encontra conservado, como relíquia, num mausoléu na capela-mor da igreja, ao lado do Evangelho. Em 1972, no sesquicentenário da Independência, seus despojos foram trasladados do panteão de São Vicente de Fora para a cripta do monumento do Ipiranga, em São Paulo, no Brasil, ao lado da primeira esposa, a Imperatriz Leopoldina e da segunda esposa, Imperatriz Amélia.

Linha cronológica

Realeza Portuguesa
Dinastia de Bragança
Descendência

Ascendência

João V de Portugal
D. Maria Ana de Áustria
José I de Portugal
Mariana Vitória de Bourbon
Carlos III de Espanha
Maria Amália da Saxônia
Filipe, duque de Parma
Maria Luísa Isabel de França
Pedro III Rei-Consorte de Portugal
Maria I de Portugal
Carlos IV de Espanha
Maria Luísa de Parma
João VI de Portugal
Carlota Joaquina de Bourbon
Pedro I

Descendência

D. Pedro teve ao todo 18 filhos. De sua esposa em primeiras núpcias, a Imperatriz Leopoldina, Arquiduquesa da Áustria, nasceram:

D. Pedro II do Brasil quando bebê.

De sua esposa em segundas núpcias, Dona Amélia de Leuchtenberg, imperatriz do Brasil (1829 - 1831), duquesa de Leuchtenberg e de Bragança:

De sua amante, Domitília de Castro e Canto Melo, marquesa de Santos:

Com a francesa Noémi Thierry teve:

  • D. Pedro, falecido antes de completar um ano;
  • Menina, falecida antes de completar um ano.

Com Maria Benedita de Castro Canto e Melo, baronesa de Sorocaba e irmã da marquesa de Santos, teve:

Com a uruguaia María del Carmen García teve uma criança natimorta.

De sua amante francesa Clémence Saisset teve:

  • D. Pedro de Alcântara Brasileiro[1].

Com a monja portuguesa Ana Augusta teve outro menino de nome D. Pedro.

Apesar das possíveis aparências, muitos biógrafos consideram D. Pedro um pai zeloso pelo menos com a maior parte de sua prole, fosse ela legítima ou não. Procurou, na medida do possível, cuidar pessoalmente da educação de todos, chegando inclusive a se indispor com D. Leopoldina quando exigiu que a duquesa de Goiás fosse educada juntamente com as princesas imperiais. Ainda sobre a duquesa, já exilado em Paris, fez com que viesse a viver juntamente com D. Maria da Glória e Amélia de Leuchtenberg - que finalmente a aceitara após uma primeira rejeição, ainda no Brasil.

De acordo com Isabel Lustosa, D. Pedro costumava brincar com os filhos e lhes ministrar pessoalmente remédios e outros cuidados médicos. Otávio Tarqüinio relata como o ex-imperador ficara consternado com a morte de cada um de seus filhos. O corpo da menina que tivera com Noémi Thierry foi, a seu mando, embalsamado e trasladado para a Quinta da Boa Vista, onde ali permaneceria velado pelo regente até sua partida do Brasil. Maior tristeza lhe abateu quando da morte do Príncipe da Beira, D. João Carlos de Bragança, a quem, em seu leito de morte, deu-lhe o "último beijo" e a "derradeira benção paterna". Mesmo no exílio, manteve constante comunicação com D. Pedro de Alcântara, futuro Pedro II do Brasil, por cartas enviadas mesmo durante as Guerras Liberais.

Quadro Independência ou Morte mais conhecido com "O Grito do Ipiranga"

Títulos

Representações na cultura

D. Pedro I já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por:

Efígie

Também teve sua efígie impressa na nota de Cr$ 200 (duzentos cruzeiros) de 1951 e na de Cr$ 5,00 (cinco cruzeiros) de 1970; cunhada no verso das moedas de Cr$ 1 (um cruzeiro) e Cr$ 20 (vinte cruzeiros) — comemorativas do sesquicentenário da independência, em 1972 — e, atualmente, de 10 centavos de real.

Referências

  1. Sousa, Otávio Tarqüinio de (1954). A vida de D. Pedro I. [S.l.]: José Olympio  Parâmetro desconhecido |Autor= ignorado (|autor=) sugerido (ajuda);

Bibliografia

Ver também

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Ligações externas

Casa de Bragança
Nascimento: 12 de outubro de 1798; Morte: 24 de setembro de 1834
Precedido por
D. João VI

Príncipe Real do
Reino Unido de Portugal,
Brasil e Algarves

como D. Pedro de Alcântara
18161822
Sucedido por
Nenhum
Ficheiro:Brazilimperialblason2.svg
Imperador do Brasil
como D. Pedro I do Brasil
18221831
Sucedido por
D. Pedro II

Rei de Portugal e dos Algarves
d'Aquém e d'Além-Mar em África, etc.

como D. Pedro IV de Portugal
1826
Sucedido por
D. Miguel I

Regente de Portugal
como D. Pedro IV de Portugal
18311834
Sucedido por
D. Maria II

Duque de Bragança
como D. Pedro I de Bragança
18311834
Precedido por
D. Francisco Antônio
Príncipe da Beira
como D. Pedro de Alcântara
18011816

Predefinição:FamImpBrasileira