Xivaísmo: diferenças entre revisões

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{{Infobox|title=Xivaísmo|image=[[File:A havan ceremony on the banks of Ganges, Muni ki Reti, Rishikesh.jpg|260px]]|caption=[[Xiva]] (acima) é a divindade primária do xivaísmo. Ritual em Muni ki Reti, [[Rishikesh|Rixiquexe]]|imagem2=SaivismFlag.svg|caption2=Bandeira de [[Nandi]], o touro sagrado de Xiva, um dos símbolos do xivaísmo}}
{{mais notas|data=junho de 2013}}
[[Imagem:Elephanta Nataraja Panel.JPG|miniaturadaimagem|Nataraxa ("o rei da dança", a forma do deus [[Xiva]] dançando) nas [[Grutas de Elefanta]].]]
O '''xivaísmo''' ou '''xaivismo'''<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=UOISAQAAMAAJ&newbks=0&printsec=frontcover&q=%22xaivismo%22&hl=pt-BR|título=Verbo: enciclopédia luso-brasileira de cultura|data=1963|editora=Editorial Verbo|lingua=pt-BR}}</ref> ([[sânscrito]]: शैवसम्प्रदायः, ''Śhaivasampradāyaḥ''; [[Língua tâmil|tâmil]]: சைவம்) é o culto organizado do deus indiano [[Xiva]]<ref>{{citar web|url=http://global.britannica.com/EBchecked/topic/518556/Shaivism|título=Shaivism|acessodata=16 de Junho de 2013|autor=[[Enciclopédia Britânica]]|língua=[[Língua inglesa|Inglês]]}}{{Ligação inativa|data=dezembro de 2019 }}</ref> que é reverenciado pelos seus seguidores como o Ser Supremo, que é tudo e que está em tudo, o criador, preservador, destruidor e revelador de tudo o que existe. O xivaísmo é uma das principais formas de [[hinduísmo]] moderno e está espalhado por toda a [[Índia]], [[Nepal]] e [[Sri Lanca]], estando presente também em diversas partes da [[Ásia Meridional]] como a [[Malásia]], [[Singapura]] e [[Indonésia]].


O '''xivaísmo''' ou '''xaivismo'''<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=UOISAQAAMAAJ&newbks=0&printsec=frontcover&q=%22xaivismo%22&hl=pt-BR|título=Verbo: enciclopédia luso-brasileira de cultura|data=1963|editora=Editorial Verbo|lingua=pt-BR}}</ref> ({{Lang-sa|शैवसम्प्रदायः|Śaivasampradāyaḥ}}; [[Língua tâmil|tâmil]]: சைவம்) é uma das principais tradições [[hindus]], que adora [[Xiva]]{{Sfn|Bisschop|2020|pp=15-16}}{{Sfn|Bisschop|2011}}{{Sfn|Chakravarti|1986|p=1}} como o [[Deus|Ser Supremo]]. Uma das maiores denominações hindus,<ref name="johnson400">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=SAzizViY30EC|título=The World's Religions in Figures: An Introduction to International Religious Demography|ultimo=Johnson|primeiro=Todd M|ultimo2=Grim|primeiro2=Brian J|editora=John Wiley & Sons|ano=2013|isbn=9781118323038|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191209194251/https://books.google.com/books?id=SAzizViY30EC|arquivodata=9 de dezembro de 2019}}</ref>{{Sfn|Jones|Ryan|2006|p=474}} incorpora muitas subtradições que vão desde o [[Dvaita|teísmo devocional dualista]], como o [[Shaiva Siddhanta|''Shaiva Siddhanta'']], até ao [[idealismo]] [[Monismo|monístico]] orientado ao [[ioga]], como o [[xivaísmo da Caxemira]].{{Sfn|Flood|1996|pp=162–167}}<ref name="ganeshtagare">Ganesh Tagare (2002), The Pratyabhijñā Philosophy, Motilal Banarsidass, {{ISBN|978-81-208-1892-7}}, pages 16–19</ref>{{Sfn|Flood|2003|pp=202–204}} Considera os textos dos [[Vedas]] e dos [[Ágama (hinduísmo)|Ágamas]] como importantes fontes de teologia.<ref name="davidsmith116">David Smith (1996), The Dance of Siva: Religion, Art and Poetry in South India, Cambridge University Press, {{ISBN|978-0-521-48234-9}}, page 116</ref><ref name="dhavamony">Mariasusai Dhavamony (1999), Hindu Spirituality, Gregorian University and Biblical Press, {{ISBN|978-88-7652-818-7}}, pages 31–34 incluindo notas de rodapé</ref><ref name="Mark Dyczkowski 1989 pages 43">Mark Dyczkowski (1989), The Canon of the Śaivāgama, Motilal Banarsidass, {{ISBN|978-81-208-0595-8}}, pages 43–44</ref> De acordo com uma estimativa de 2010 de Johnson e Grim, o xivaísmo é a segunda maior seita do hinduísmo, constituindo cerca de 253 milhões ou 26,6% dos hindus.<ref name="johnson400" /><ref>{{Citar web|url=http://media.johnwiley.com.au/product_data/excerpt/47/04706745/0470674547-196.pdf|titulo=Chapter 1 Global Religious Populations|data=janeiro de 2012|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131020100448/http://media.johnwiley.com.au/product_data/excerpt/47/04706745/0470674547-196.pdf|arquivodata=20 de outubro de 2013}}</ref>
== Filosofia ==

A filosofia do xivaísmo vem sendo transmitida de boca a orelha essencialmente por três poemas: O Vijñâmabaïrava, o Shivasutra e o Spendakarika. Alguns compreendem tudo do xivaísmo principalmente aquele levado por dravidianos para os montes do Himalaia que se costuma designar por Pratyabhijñâ.
O xivaísmo se desenvolveu como um amálgama de religiões e tradições pré-védicas derivadas das tradições e filosofias [[tâmeis]] do sul do [[Shaiva Siddhanta|''Shaiva Siddhanta'']], que foram assimiladas na tradição não-védica de Xiva.{{Sfn|Chakravarti|1986|p=66-70}} No processo de [[sanscritização]] e formação do hinduísmo, começando nos últimos séculos a.C., essas tradições pré-védicas alinharam-se com a divindade védica [[Rudra]] e outras divindades védicas, incorporando as tradições não-védicas de Xiva no [[Religião védica|rebanho védico-bramânico]].{{Sfn|Bisschop|2011}}{{Sfn|Chakravarti|1986|p=1, 66-70}}

Tanto o xivaísmo devocional quanto o monista tornaram-se populares no primeiro milênio d.C., tornando-se rapidamente a tradição religiosa dominante de muitos reinos hindus.{{Sfn|Bisschop|2011}} Chegou ao Sudeste Asiático pouco depois, levando à construção de milhares de templos xaivas nas ilhas da [[Indonésia]], bem como no [[Camboja]] e no [[Vietnã]], coevoluindo com o [[budismo]] nestas regiões.{{Sfn|Flood|2003|pp=208–214}}<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=X7YfAAAAIAAJ|título=Handbook of Oriental Studies. Section 3 Southeast Asia, Religions|ultimo=Jan Gonda|editora=BRILL Academic|ano=1975|páginas=3–20, 35–36, 49–51|isbn=90-04-04330-6|autorlink=Jan Gonda|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170205085012/https://books.google.com/books?id=X7YfAAAAIAAJ|arquivodata=5 de fevereiro de 2017}}</ref>

A teologia xivaísta varia de Xiva sendo o criador, preservador e destruidor até ser o mesmo que o [[Atman|Átmã]] (Eu ou Alma eterna) dentro de si mesmo e de cada ser vivo. Está intimamente relacionado ao [[xactismo]], e alguns xaivas adoram nos templos de Xiva e Xácti.{{Sfn|Flood|2003|pp=202–204}} É a tradição hindu que mais aceita a vida ascética e enfatiza a ioga e, como outras tradições hindus, incentiva o indivíduo a descobrir e ser um com Xiva dentro de si.{{Sfn|Flood|1996|pp=162–167}}<ref name="ganeshtagare">Ganesh Tagare (2002), The Pratyabhijñā Philosophy, Motilal Banarsidass, {{ISBN|978-81-208-1892-7}}, pages 16–19</ref><ref name="Himalaya Academy">{{Citar web|url=http://www.himalayanacademy.com/readlearn/basics/four-sects|titulo=Introduction to Hinduism|acessodata=2014-02-01|publicado=Himalayan Academy|ano=2009|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150430102410/http://www.britannica.com/EBchecked/topic/63933/bhakti|arquivodata=30 de abril de 2015|urlmorta=live}}</ref> Os seguidores do xivaísmo são chamados de xaivas (do sânscrito ''shaiva''<ref>Apte, Vaman Shivram (1965). The Practical Sanskrit Dictionary (Fourth revised and enlarged ed.). Delhi: Motilal Banarsidass. {{ISBN|81-208-0567-4}}, p. 927</ref>), xivaítas ou xivaístas.<ref>{{Citar web|url=https://dicionario.priberam.org/xiva%C3%ADta|titulo=xivaíta|website=Dicionário Priberam da Língua Portuguesa|lingua=pt-br}}</ref>

== Etimologia e nomenclatura ==
Xiva ({{IAST|''śiva''}}, {{Lang-sa|शिव}}) significa literalmente gentil, amigável, gracioso ou auspicioso.<ref>Apte, Vaman Shivram (1965). The Practical Sanskrit Dictionary (Fourth revised and enlarged ed.). Delhi: Motilal Banarsidass. {{ISBN|81-208-0567-4}}, p. 919.</ref><ref name="Macdonell, p. 314">Macdonell, p. 314.</ref> Como nome próprio, significa "O Auspicioso".<ref name="Macdonell, p. 314" />

A palavra Xiva é usada como adjetivo no [[Rigueveda|Rig Veda]], como epíteto para diversas [[divindades riguevédicas]], incluindo [[Rudra]].{{Sfn|Chakravarti|1994|p=28}} O termo Xiva também conota "libertação, emancipação final" e "o auspicioso". Este sentido de uso de adjetivo é dirigido a muitas divindades nas camadas védicas da literatura.<ref name="mmwshiva">Monier Monier-Williams (1899), [http://www.ibiblio.org/sripedia/ebooks/mw/1100/mw__1107.html Sanskrit to English Dictionary with Etymology] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170227192855/http://www.ibiblio.org/sripedia/ebooks/mw/1100/mw__1107.html|date=27 de fevereiro de 2017}}, Oxford University Press, pages 1074–1076</ref>{{Sfn|Chakravarti|1994|p=21-22}} O termo evoluiu do védico ''Rudra-Shiva'' para o substantivo ''Shiva'' nos Épicos e nos [[Puranas]], como uma divindade auspiciosa que é o "criador, reprodutor e dissolvedor".<ref name="mmwshiva" />{{Sfn|Chakravarti|1994|p=21-23}}

A palavra sânscrita {{IAST|''śaiva''}} ou {{Transl|sa|hunterian|''shaiva''}} (xaiva) significa "relacionado ao deus Shiva",<ref>Apte, Vaman Shivram (1965). The Practical Sanskrit Dictionary (Fourth revised and enlarged ed.). Delhi: Motilal Banarsidass. {{ISBN|81-208-0567-4}}, p. 927</ref> enquanto as crenças, práticas, história, literatura e subtradições relacionadas constituem o xivaísmo.{{Sfn|Flood|1996|p=149}}

== Visão geral ==
{{Hinduísmo}}
A reverência a Xiva é uma das tradições pan-hindus amplamente encontradas em toda a [[Índia]], predominantemente no sul da Índia, no [[Sri Lanka]] e no [[Nepal]].{{Sfn|Flood|1996|p=17}}<ref name="Keayxxvii">Keay, p.xxvii.</ref> Embora Xiva seja amplamente reverenciado, o próprio hinduísmo é uma religião complexa e um modo de vida, com uma diversidade de ideias sobre [[espiritualidade]] e tradições. Não tem ordem eclesiástica, nem autoridades religiosas inquestionáveis, nem corpo governante, nem profeta(s) nem qualquer livro sagrado vinculativo; os hindus podem escolher ser politeístas, panteístas, monoteístas, monistas, agnósticos, ateus ou humanistas.<ref>[[Julius J. Lipner|Lipner, Julius]] (2009). ''Hindus: Their Religious Beliefs and Practices'', 2ª ed., Routledge, {{ISBN|978-0-415-45677-7}}. p. 8; Citação: "(...) one need not be religious in the minimal sense described to be accepted as a Hindu by Hindus, or describe oneself perfectly validly as Hindu. One may be polytheistic or monotheistic, monistic or pantheistic, even an agnostic, humanist or atheist, and still, be considered a Hindu."</ref><ref>Lester Kurtz (Ed.), Encyclopedia of Violence, Peace and Conflict, {{ISBN|978-0123695031}}, Academic Press, 2008</ref><ref>MK Gandhi, [http://www.mkgandhi.org/ebks/essence_of_hinduism.pdf The Essence of Hinduism] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20150724045756/http://www.mkgandhi.org/ebks/essence_of_hinduism.pdf|date=24 July 2015}}, Editor: VB Kher, Navajivan Publishing, ver p. 3</ref>

O xivaísmo é uma tradição importante dentro do hinduísmo com uma teologia predominantemente relacionada ao deus hindu Xiva. O xivaísmo tem muitas subtradições diferentes com variações regionais e diferenças de filosofia.<ref>Para um panorama das tradições xaivas, ver Flood, Gavin, "The Śaiva Traditions", Flood (2003), pp. 200–228.</ref> O xivaísmo possui uma vasta literatura com diferentes escolas filosóficas que vão desde o [[não-dualismo]], o [[Dualismo (Filosofia Indiana)|dualismo]], e [[Bedabeda|escolas mistas]].<ref>Tattwananda, p. 54.</ref>

== Origens e história ==
[[Ficheiro:Development_of_Shaivism.svg|miniaturadaimagem| O desenvolvimento de várias escolas de xivaísmo desde a adoração inicial de Rudra.<ref>Gavin Flood (1997), An Introduction to Hinduism, p.152</ref>|esquerda]]
As origens do xivaísmo não são claras e são motivo de debate entre os estudiosos, pois é um amálgama de cultos e tradições pré-védicas e da cultura védica.{{Sfn|Chakravarti|1986|p=66-106}}

=== Civilização do Vale do Indo ===
[[Ficheiro:Shiva_Pashupati.jpg|direita|miniaturadaimagem| O selo "Pashupati" da [[civilização do Vale do Indo]].]]
Alguns traçam as origens à [[civilização do Vale do Indo]], que atingiu seu pico por volta de 2.500–2.000 a.C.<ref>Para a datação como fl. 2300–2000 a.C., declínio por volta de 1800 a.C., e extinção c. 1500 a.C., ver: Flood (1996), p. 24.</ref>{{Sfn|Flood|2003|pp=204–205}} Descobertas arqueológicas mostram selos que sugerem uma divindade que se parece um pouco com Xiva. Destes está o [[selo de Pashupati]], que os primeiros estudiosos interpretaram como alguém sentado em pose de ioga meditando, cercado por animais e com chifres.<ref>Para um desenho do selo, ver Figura 1 ''in'': Flood (1996), p. 29.</ref> Este "Pashupati" ([[Mestre dos Animais|Senhor dos Animais]], [[sânscrito]] ''{{IAST|''paśupati''}}'')<ref name="Michaels p. 312">Para a tradução de ''{{IAST|paśupati}}'' como "Senhor dos Animais", ver: Michaels, p. 312.</ref> foi interpretado por esses estudiosos como um protótipo de Xiva. [[Gavin Flood]] caracteriza essas visões como "especulativas", dizendo que não fica claro no selo se a figura tem três faces, ou se está sentada em postura de ioga, ou mesmo que a forma pretenda representar uma figura humana.{{Sfn|Flood|2003|pp=204–205}}{{Sfn|Flood|1996|pp=28-29}}

Outros estudiosos afirmam que a escrita do Vale do Indo permanece indecifrada e a interpretação do selo de Pashupati é incerta. Segundo Srinivasan, a proposta de que seja um proto-Xiva pode ser um caso de projeção de "práticas posteriores em achados arqueológicos".<ref>Mark Singleton (2010), ''Yoga Body: The Origins of Modern Posture Practice'', Oxford University Press, ISBN, pp. 25–34</ref>{{Sfn|Samuel|2008|p=2–10}} Da mesma forma, Asko Parpola afirma que outros achados arqueológicos, como os primeiros selos elamitas datados de 3.000-2.750 a.C., mostram figuras semelhantes e estas foram interpretados como "touro sentado" e não um iogue, e que a interpretação do touro é provavelmente mais precisa.{{Sfn|Flood|2003|pp=204–205}}<ref>Asko Parpola(2009), ''Deciphering the Indus Script'', Cambridge University Press, {{ISBN|978-0521795661}}, pages 240–250</ref>

=== Elementos védicos ===
O ''[[Rigueveda|Rigveda]]'' (~1500–1200 a.C.) tem a primeira menção clara de [[Rudra]] em seus hinos 2.33, 1.43 e 1.114. O texto também inclui um ''Satarudriya'', um hino influente com centenas de epítetos incorporados para Rudra, que é citado em muitos textos xaivas da era medieval, bem como recitado nos principais templos hindus de Xiva na contemporaneidade. No entanto, a literatura védica apresenta apenas a teologia escriturística, mas não atesta a existência do xivaísmo.{{Sfn|Flood|2003|pp=204–205}}

A ''[[Shvetashvatara Upanishad]]'', provavelmente composta antes do ''[[Bagavadeguitá|Bhagavad Gita]]'' por volta do século IV a.C., contém os fundamentos teístas do xivaísmo envoltos em uma estrutura [[Monismo|monística]]. Ele contém os termos e ideias-chave do xivaísmo, como Xiva, Rudra, Mahesvara, [[Guru]], [[Bhakti]], Ioga, Átmã, [[Bramã]] e autoconhecimento.{{Sfn|Flood|2003|pp=204–205}}{{Sfn|Flood|1996|pp=153–154}}

=== Surgimento do xivaísmo ===
[[Ficheiro:Vima_Kadphises_Shiva_coin.jpg|miniaturadaimagem| Moeda [[Império Cuchana|cuchana]] de [[Vima Cadefises]] (século II d.C.), com um possível Xiva, segurando um [[Trishula|tridente]], em estado [[wiktionary:ithyphallic|itifálico]]{{Nota de rodapé|nota=A representação itifálica da forma ereta conota exatamente o oposto neste contexto.{{sfn|Kramrisch|1994a|p=164}} Contextualiza a "retenção seminal" e a prática do [[celibato]]<ref name="govid52"> Ghurye, GS, 1952. Ascetic Origins. Sociological Bulletin, 1(2), pp.162-184.</ref> (ilustração de ''Urdhva Retas''),{{sfn|Kramrisch|1994a|pp=11-12}}<ref name="brill72 ">Pensa, Corrado. "Some Internal and Comparative Problems in the Field of Indian Religions." ''Problems and Methods of the History of Religions''. Brill, 1972. 102-122.</ref> e representa Laculixa conforme "ele representa o controle completo dos sentidos e a suprema renúncia carnal".{{sfn|Kramrisch|1994a|p=164}} e ao lado de um [[Nandi|touro]], sua montaria, como no xivaísmo.<ref name="sino-platonic.org">Loeschner, Hans (2012) [http://www.sino-platonic.org/complete/spp227_kanishka_stupa_casket.pdf The Stūpa of the Kushan Emperor Kanishka the Great] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20161220223231/http://www.sino-platonic.org/complete/spp227_kanishka_stupa_casket.pdf|date=20 December 2016}}, ''[[Documentos Sino-Platônicos|Sino-Platonic Papers]]'', No. 227 (July 2012); page 11</ref><ref name="Bopearachchi, O. 2007">Bopearachchi, O. (2007). Some observations on the chronology of the early Kushans. ''Res Orientales'', 17, 41–53</ref><ref>Perkins, J. (2007). Three-headed Śiva on the Reverse of Vima Kadphises's Copper Coinage. ''South Asian Studies'', 23(1), 31–37</ref> A divindade foi descrita pelos cuchanos posteriores em sua cunhagem como "[[Oesho]]", uma possivelmente divindade cuchana.<ref name="Bopearachchi, O. 2007" />]]
De acordo com [[Gavin Flood]], "a formação das tradições ''Śaiva'' como as entendemos começa a ocorrer durante o período de 200 a.C. a 100 AD".{{Sfn|Flood|2003|p=205}} Xiva provavelmente não era originalmente um deus bramânico,{{Sfn|Chakravarti|1986|p=66}}{{Sfn|Flood|1996|p=150}} mas acabou sendo incorporado ao rebanho bramânico.{{Sfn|Flood|1996|p=150}}{{Sfn|Chakravarti|1986|p=69}} O Xiva pré-védico adquiriu uma proeminência crescente à medida que seu culto assimilou numerosas "fés mais rudes" e suas mitologias,{{Sfn|Chakravarti|1986|p=66-69}} e os Épicos e Puranas preservam mitos e lendas pré-védicas dessas tradições assimiladas pelo culto de Xiva.{{Sfn|Chakravarti|1986|p=69}} A crescente proeminência de Xiva foi facilitada pela identificação com uma série de divindades védicas, como [[Purusha|Puruxa]], [[Rudra]], [[Agni]], [[Indra]], [[Prajapati]], [[Vayu|Vaio]], entre outras.{{Sfn|Chakravarti|1994|pp=70–71}} Os seguidores de Xiva foram gradualmente aceitos no rebanho bramânico, sendo autorizados a recitar alguns dos hinos védicos.{{Sfn|Chakravarti|1986|p=70}}

''O {{IAST|[[Mahābhāṣya]]}}'' de [[Patânjali]], datado do século II a.C., menciona o termo ''Shiva-bhagavata'' na seção 5.2.76. Patânjali, ao explicar as regras gramaticais de [[Pānini|Pánini]], afirma que este termo se refere a um devoto vestido com peles de animais e carregando uma ''ayah sulikah'' (lança de ferro, lança tridente)<ref>{{Citar periódico |url=https://books.google.com/books?id=xU_rAAAAMAAJ |título=Silk Road Art and Archaeology |acessodata=11 de março de 2017 |periódico=Journal of the Institute of Silk Road Studies |publicado=Kamakura, Shiruku Rōdo Kenkyūjo |ultimo=Laura Giuliano |ano=2004 |pagina=61 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20200229012548/https://books.google.com/books?id=xU_rAAAAMAAJ |arquivodata=29 de fevereiro de 2020 |volume=10}}</ref> como um ícone que representa seu deus.{{Sfn|Flood|2003|p=205}}{{Sfn|Flood|1996|p=154}}<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=adWXhQ-yHQUC&pg=PA277|título=Pāṇini: A Survey of Research|ultimo=George Cardona|editora=Motilal Banarsidass|ano=1997|páginas=277–278, 58 with note on Guleri|isbn=978-81-208-1494-3}}</ref> A ''[[Shvetashvatara Upanishad]]'' (final do primeiro milênio a.C.) menciona termos como Rudra, Shiva e Mahexvarã,<ref>[a] Paul Deussen, Sixty Upanishads of the Veda, Volume 1, Motilal Banarsidass, {{ISBN|978-8120814684}}, pages 301–304;<br /><br />[b] R G Bhandarkar (2001), Vaisnavism, Saivism and Minor Religious Systems, Routledge, {{ISBN|978-8121509992}}, pages 106–111</ref><ref>Robert Hume (1921), Shvetashvatara Upanishad, The Thirteen Principal Upanishads, Oxford University Press, pp. 400–406 incluindo notas de rodapé</ref> mas sua interpretação como um texto teísta ou monista do xivaísmo é contestada.<ref>A Kunst, Some notes on the interpretation of the Ṥvetāṥvatara Upaniṣad, Bulletin of the School of Oriental and African Studies, Vol. 31, n. 02, junho de 1968, pages 309–314; {{DOI|10.1017/S0041977X00146531}}</ref><ref name="srinivasanch9">D Srinivasan (1997), Many Heads, Arms, and Eyes, Brill, {{ISBN|978-9004107588}}, pages 96–97 and Chapter 9</ref> Nos primeiros séculos da era comum está a primeira evidência clara do [[Xivaísmo de Pashupata|xivaísmo de ''Pāśupata'']].{{Sfn|Bisschop|2011}}

O ''[[Mahabharata]]'' menciona ascetas xaivas, como nos capítulos 4.13 e 13.140.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=9I3pAAAAMAAJ|título=Discourses on Siva: Proceedings of a Symposium on the Nature of Religious Imagery|ultimo=Michael W. Meister|editora=University of Pennsylvania Press|ano=1984|páginas=274–276|isbn=978-0-8122-7909-2|acessodata=12 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190627072421/https://books.google.com/books?id=9I3pAAAAMAAJ|arquivodata=27 de junho de 2019}}</ref> Outras evidências que possivelmente estão ligadas à importância do xivaísmo nos tempos antigos estão na [[epigrafia]] e na [[numismática]], como na forma de relevos proeminentes semelhantes a Xiva nas moedas de ouro da era do [[Império Cuchana]]. No entanto, isto é controverso, pois uma hipótese alternativa para estes relevos baseia-se no [[Oesho]] [[Zoroastrismo|zoroastrista]]. De acordo com Flood, moedas datadas dos antigos [[Reino Indo-Grego|reis indo-gregos]], [[sacas]] e [[partas]] que governaram partes do subcontinente indiano após a chegada de [[Alexandre, o Grande]], também mostram a iconografia de Xiva, mas esta evidência é fraca e sujeita a inferências concorrentes.{{Sfn|Flood|2003|p=205}}{{Sfn|Lorenzen|1987|pp=6–20}}

As inscrições encontradas na região do [[Himalaia]], como as do [[vale de Katmandu]], no Nepal, sugerem que o xivaísmo (particularmente o monismo de Pashupata) foi estabelecido nesta região durante o reinado dos [[máurias]] e dos [[guptas]] do subcontinente indiano, por volta do século V. Essas inscrições foram datadas por técnicas modernas entre 466 e 645 d.C.<ref>{{Citar periódico |título=Early Strata of Śaivism in the Kathmandu Valley, Śivaliṅga Pedestal Inscriptions from 466–645 CE |periódico=[[Indo-Iranian Journal]] |publicado=Brill Academic Publishers |número=4 |ano=2016 |paginas=309–362 |doi=10.1163/15728536-05904001 |volume=59 |doi-access=free}}</ref>

=== Xivaísmo purânico ===
[[Ficheiro:Shiva_Parvati_Ganesha.jpg|miniaturadaimagem|356x356px| Xiva (meio) é o ser supremo do xivaísmo, acompanhado por seu filho [[Ganexa]] (esquerda) e consorte [[Parvati]] (direita). Pintura de Raja Ravi Varma.]]
Durante o [[Império Gupta]] (c. 320-500 d.C.), o gênero da literatura [[Purana|purânica]] se desenvolveu na Índia, e muitos desses Puranas contêm capítulos extensos sobre o xivaísmo – junto com o [[vaixnavismo]], o xactismo, as [[Smarta|tradições do ''Smarta'']] dos [[brâmanes]] e outros tópicos – sugerindo a importância de xivaísmo até então.{{Sfn|Flood|2003|pp=204–205}}{{Sfn|Flood|1996|p=154}} Os Puranas xaivas mais importantes deste período incluem o ''[[Shiva Purana]]'' e o ''[[Linga Purana]]''.{{Sfn|Flood|2003|pp=204–205}}{{Sfn|Lorenzen|1987|pp=6–20}}

=== Desenvolvimento pós-Gupta ===
[[Ficheiro:Shiva_with_Trisula_Panjikent_7th–8th_century_CE_Hermitage_Museum.jpg|miniaturadaimagem| Xiva com [[Trishula|Trixula]], adorado na [[Ásia Central]]. [[Panjaquente]], [[Uzbequistão]], séculos VII-VIII d.C. [[Hermitage|Museu Hermitage]].]]
A maioria dos reis guptas, começando com [[Chandragupta II]] (Vicramaditia) (375–413 d.C.), eram conhecidos como Parama Bhagavatas ou [[Bhagavata]] [[Vixenuísmo|vaixnavas]] e foram ardentes promotores do vixenuísmo.<ref>{{Citar livro|título=Sraddh njali, studies in Ancient Indian History. D.C. Sircar Commemoration: Puranic tradition of Krishna|ultimo=Ganguli|primeiro=Kalyan Kumar|editora=Sundeep Prakashan|ano=1988|isbn=978-81-85067-10-0}}</ref><ref>{{Citar livro|título=MacMillan Encyclopedia of Religion|ultimo=Dandekar|editora=MacMillan (Reprinted in 2005)|ano=1977|editor-sobrenome=Jones|editor-nome=Lindsay|capitulo=Vaishnavism: an overview|isbn=978-0028657332}}</ref> Mas após as invasões [[Povo huna|hunas]], especialmente as dos [[Alconos|hunos alconos]] por volta de 500 d.C., o [[Império Gupta]] declinou e fragmentou-se, acabando por entrar em colapso completo, com o efeito de desacreditar o vaixnavismo, a religião que vinha promovendo com tanto ardor.<ref name="HTB98" /> As potências regionais recém-surgidas no centro e norte da Índia, como os [[aulicaras]], os [[Dinastia Maukhari|maucaris]], os [[Dinastia Maitraka|maitracas]], os [[Dinastia Kalachuri|calachuris]] ou os [[Dinastia Pushyabhuti|vardanas]] preferiram adotar o xivaísmo, dando um forte impulso ao desenvolvimento do culto a [[Xiva]].<ref name="HTB98" /> O vixenuísmo permaneceu forte principalmente nos territórios que não foram afetados por estes acontecimentos: [[Índia do Sul|Sul da Índia]] e [[Caxemira]].<ref name="HTB98">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=ZLnVDwAAQBAJ&pg=PA98|título=The Alkhan: A Hunnic People in South Asia|ultimo=Bakker|primeiro=Hans T.|data=12 de março de 2020|editora=Barkhuis|páginas=98–99 and 93|língua=en|isbn=978-94-93194-00-7}}</ref>

No início do século VII, o peregrino budista chinês [[Xuanzang]] (Huen Tsang) visitou a Índia e escreveu um livro de memórias em chinês que menciona a prevalência de templos de Xiva em todo o norte do [[subcontinente indiano]], incluindo na região do [[Indocuche]], como o [[Nuristão]].{{Sfn|Daniélou|1987|p=128}}{{Sfn|Tattwananda|1984|p=46}} Entre os séculos V e XI d.C., grandes templos xaivas foram construídos nas regiões central, sul e leste do subcontinente, incluindo aqueles nos [[templos das grutas de Badami]], [[Aihole]], [[Grutas de Elefanta]], [[Grutas de Ellora]] (Kailasha, caverna 16), [[Conjunto de Templos de Khajuraho|Khajuraho]], Bhuvaneshwara, Chidambaram, Madurai e Conjeevaram.{{Sfn|Daniélou|1987|p=128}}

Os principais estudiosos de tradições hindus concorrentes da segunda metade do primeiro milênio d.C., como [[Adi Xancara]] do Advaita Vedanta e [[Ramanuja]] do vixenuísmo, mencionam várias seitas xaivas, particularmente os quatro grupos: Pashupata, [[Lakulisha]], Xaiva [[tântrico]] e [[Kapalika]]. A descrição é conflitante, com alguns textos afirmando que as tradições tântrica, purânica e védica do xivaísmo são hostis entre si, enquanto outros sugerem que sejam subtradições amigáveis. Alguns textos afirmam que os capálicas rejeitam os Vedas e estão envolvidos em experimentações extremas,{{Nota de rodapé|1=Os capálicas supostamente untam seus corpos com cinzas do local de cremação, reverenciam a feroz forma Bhairava de Xiva e se envolvem em rituais com sangue, carne, álcool e fluidos sexuais. No entanto, afirma David Lorenzen, há uma escassez de fontes primárias sobre os capálicas, e informações históricas sobre eles estão disponíveis em obras de ficção e outras tradições que os menosprezam.<ref>{{cite book|author=David N. Lorenzen|title=The Kāpālikas and Kālāmukhas: Two Lost Śaivite Sects|url=https://books.google.com/books?id=Q4hm-k6fKs4C|year=1972|publisher=University of California Press|isbn=978-0-520-01842-6|pages=xii, 4–5|access-date=12 de março de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20170205143113/https://books.google.com/books?id=Q4hm-k6fKs4C|archive-date=5 de fevereiro de 2017|url-status=live}}</ref>{{sfn|Flood|2003|pp=212-213}}|grupo=nota}} enquanto outros afirmam que as subtradições xaivas reverenciam os Vedas, mas não são purânicas.{{Sfn|Flood|2003|pp=206-214}}

=== Sul da Índia ===
O xivaísmo era a tradição predominante no sul da Índia, coexistindo com o budismo e o jainismo, antes dos [[Alvares (hinduísmo)|alvares]] vaixnavas lançarem o [[movimento Bhakti]] no século VII, e estudiosos influentes do Vedanta, como [[Ramanuja]], desenvolveram uma estrutura filosófica e organizacional que ajudou a expandir o vixenuísmo. Embora ambas as tradições do hinduísmo tenham raízes antigas, dada a sua menção em épicos como o ''Mahabharata'', o xivaísmo floresceu no sul da Índia muito antes.{{Sfn|Sanderson|2009|pp=61–62 with footnote 64}}

O Mantramarga do xivaísmo, de acordo com Alexis Sanderson, forneceu um modelo para os posteriores, embora independentes e altamente influentes, tratados ''Pancaratrika'' do vaixnavismo. Isto é evidenciado em textos hindus como o ''Isvarasamhita'', ''Padmasamhita'' e ''Paramesvarasamhita''.{{Sfn|Sanderson|2009|pp=61–62 with footnote 64}}
[[Ficheiro:Mamallapuram,_Shore_Temple,_India.jpg|esquerda|miniaturadaimagem| O [[Templo Shore]] dos séculos VII a VIII em Mahabalipuram é um Patrimônio Mundial da UNESCO. Possui milhares de esculturas relacionadas ao xivaísmo.<ref>[https://whc.unesco.org/en/list/249/ Group of Monuments at Mahabalipuram] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20191123062515/https://whc.unesco.org/en/list/249/|date=23 November 2019}}, UNESCO World Heritage Sites; Quote: "It is known especially for its rathas (temples in the form of chariots), mandapas (cave sanctuaries), giant open-air reliefs such as the famous 'Descent of the Ganges', and the temple of Rivage, with thousands of sculptures to the glory of Shiva."</ref>]]
Junto com a região do Himalaia que se estende da Caxemira até o Nepal, a tradição xaiva no sul da Índia tem sido uma das maiores fontes de manuscritos preservados relacionados ao xivaísmo da Índia antiga e medieval.<ref name="sanderson2014p1" /> A região também foi fonte de artes hindus, arquitetura de templos e comerciantes que ajudaram a espalhar o xivaísmo no sudeste da Ásia no início do primeiro milênio d.C.{{Sfn|Ann R. Kinney|Marijke J. Klokke|Lydia Kieven|2003|p=17}}{{Sfn|Briggs|1951|pp=230–249}}{{Sfn|Alexis Sanderson|2004|pp=349–352}}

Existem dezenas de milhares de templos hindus onde Xiva é a divindade primária ou reverencialmente incluído na forma antropomórfica ou [[Aniconismo|anicônica]] ([[lingam]], ou [[Swayambhu|''svayambhu'']]).<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=NXolDQAAQBAJ&pg=PA61|título=Puja and Piety: Hindu, Jain, and Buddhist Art from the Indian Subcontinent|ultimo=Pratapaditya Pal|ultimo2=Stephen P. Huyler|ultimo3=John E. Cort|editora=University of California Press|ano=2016|páginas=61–62|isbn=978-0-520-28847-8|numero-autores=etal|acessodata=26 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170326150329/https://books.google.com/books?id=NXolDQAAQBAJ&pg=PA61|arquivodata=26 de março de 2017}}</ref><ref name="Elgood2000p47">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=cj2tAwAAQBAJ|título=Hinduism and the Religious Arts|ultimo=Heather Elgood|editora=Bloomsbury Academic|ano=2000|páginas=47–48|isbn=978-0-304-70739-3|acessodata=26 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190809073225/https://books.google.com/books?id=cj2tAwAAQBAJ|arquivodata=9 de agosto de 2019}}</ref> Numerosos templos históricos xaivas sobreviveram em Tâmil Nadu, Querala, partes de Andra Pradexe e Carnataca.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=cj2tAwAAQBAJ|título=Hinduism and the Religious Arts|ultimo=Heather Elgood|editora=Bloomsbury Academic|ano=2000|páginas=143–167|isbn=978-0-304-70739-3|acessodata=26 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190809073225/https://books.google.com/books?id=cj2tAwAAQBAJ|arquivodata=9 de agosto de 2019}}</ref> [[Gudimallam Lingam|Gudimallam]] é o lingam mais antigo conhecido e foi datado entre os séculos III e I a.C. É um lingam de pedra esculpido com um metro e meio de altura e uma imagem antropomórfica de Xiva em um dos lados. Este antigo lingam fica no distrito de [[Chittur|Chittoor]], em Andra Pradexe.<ref name="Elgood2000p47" /><ref>Wendy Doniger (2009), An Alternative Historiography for Hinduism, Journal of Hindu Studies, Vol. 2, Issue 1, pages 17–26, Quote: "Numerous Sanskrit texts and ancient sculptures (such as the Gudimallam linga from the third century BCE) define (...)"</ref><ref>{{Citar periódico |título=Unhinging Śiva from the Indus civilization |periódico=Journal of the Royal Asiatic Society of Great Britain & Ireland |publicado=Cambridge University Press |número=1 |ultimo=Srinivasan |primeiro=Doris |ano=1984 |paginas=77–89 |doi=10.1017/s0035869x00166134 |volume=116}}</ref>

=== Sudeste da Ásia ===
[[Ficheiro:A_collage_of_Shaivism_Shiva_Siwa_Hindu_icons_and_temples_in_Southeast_Asia.jpg|miniaturadaimagem| Uma colagem de imagens de ícones e templos do xivaísmo do primeiro milênio d.C. do Sudeste Asiático (canto superior esquerdo): Xiva em pose de ioga, Nandi, templo de [[Prambanan|Prambanã]], Yoni-Linga e leiaute de [[templo hindu]].]]
O xivaísmo chegou de forma importante ao [[sudeste da Ásia]], vindo do sul da Índia, e em muito menor extensão, à [[China]] e ao [[Tibete]], vindo da região do Himalaia. Codesenvolveu-se com o budismo nesta região, em muitos casos.{{Sfn|Kulke|Kesavapany|Sakhuja|2010}} Por exemplo, nas [[Grutas de Mogao|Cavernas dos Mil Budas]], algumas grutas incluem ideias do xivaísmo.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=zaA0AQAAIAAJ|título=Caves of the Thousand Buddhas: Chinese Art from the Silk Route|ultimo=S. J. Vainker|editora=British Museum Publications for the Trustees of the British Museum|ano=1990|isbn=978-0-7141-1447-7}}</ref>{{Nota de rodapé|1=As grutas de Dunhuang, no norte da China, construídas a partir do século IV, são predominantemente sobre o Buda, mas algumas cavernas mostram o Buda meditando com divindades hindus como Xiva, Vixnu, Ganexa e Indra.<ref>{{cite book|author=Edward L. Shaughnessy|title=Exploring the Life, Myth, and Art of Ancient China|url=https://books.google.com/books?id=EMgYyKoshGEC&pg=PA70|year=2009|publisher=The Rosen Publishing Group|isbn=978-1-4358-5617-2|page=70}}</ref>|grupo=nota}} As evidências epigráficas e das artes rupestres sugerem que o Mahesvara xaiva e o [[Maaiana]] budista chegaram à região da Indochina no período [[Reino de Funan|Funã]], ou seja, na primeira metade do primeiro milênio d.C.{{Sfn|Briggs|1951|pp=230–249}}{{Sfn|Alexis Sanderson|2004|pp=349–352}} Na Indonésia, templos em sítios arqueológicos e numerosas evidências de inscrições datadas do período inicial (400 a 700 d.C.) sugerem que Xiva era o deus supremo. Esta coexistência do xivaísmo e do budismo em [[Java]] continuou por volta de 1500 d.C., quando o hinduísmo e o budismo foram substituídos pelo [[Islã]],{{Sfn|Ann R. Kinney|Marijke J. Klokke|Lydia Kieven|2003|p=21-25}} e persiste até hoje na província de [[Bali]].<ref name="britbalinesepeople">[https://www.britannica.com/topic/Balinese-people Balinese people] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20190417161643/https://www.britannica.com/topic/Balinese-people|date=17 de abril de 2019}}, Encyclopedia Britannica (2014)</ref>

As tradições xivaísta e budista sobrepuseram-se significativamente no sudeste da Ásia, particularmente na Indonésia, no Camboja e no Vietnã entre os séculos V e XV. O xivaísmo e Xiva ocuparam a posição suprema na antiga Java, Sumatra, Bali e nas ilhas vizinhas, embora a subtradição que se desenvolveu integrasse criativamente crenças mais antigas que pré-existiam.<ref name="rghose4">R. Ghose (1966), Saivism in Indonesia during the Hindu-Javanese period, The University of Hong Kong Press, pages 4–6, 14–16, 94–96, 160–161, 253</ref> Nos séculos que se seguiram, os mercadores e monges que chegaram ao Sudeste Asiático trouxeram o xivaísmo, o vixenuísmo e o budismo, e estes desenvolveram-se numa forma de tradições sincrética e de apoio mútuo.<ref name="rghose4" /><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=wgGhCgAAQBAJ&pg=PA261|título=Buddhist Dynamics in Premodern and Early Modern Southeast Asia|ultimo=Andrea Acri|editora=Institute of Southeast Asian Studies|ano=2015|editor-sobrenome=D Christian Lammerts|páginas=261–275|isbn=978-981-4519-06-9|acessodata=28 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170328110026/https://books.google.com/books?id=wgGhCgAAQBAJ&pg=PA261|arquivodata=28 de março de 2017}}</ref>

==== Indonésia ====
No [[hinduísmo balinês]], os etnógrafos holandeses subdividiram ainda mais os ''[[Sampradaya|Siwa]]'' [[Sampradaya|(xivaítas) ''Sampradaya'']] "em cinco – Kemenuh, Keniten, Mas, Manuba e Petapan". Esta classificação foi para acomodar o casamento observado entre homens brâmanas de [[casta]] superior com mulheres de casta inferior.<ref name="boon">{{Citar livro|título=The Anthropological Romance of Bali 1597–1972: Dynamic Perspectives in Marriage and Caste, Politics and Religion|ultimo=James Boon|ano=1977|isbn=0-521-21398-3}}</ref>

== Crenças e práticas ==
O xivaísmo gira em torno de Xiva, mas tem muitas subtradições cujas crenças e práticas teológicas variam significativamente. Eles variam do teísmo devocional dualista à descoberta meditativa monística de Xiva dentro de si mesmo. Dentro de cada uma dessas teologias, existem dois subgrupos. Um subgrupo é chamado védico-purânico, que usa termos como "Xiva, Mahadeva, Maheshvara e outros" como sinônimos, e usam iconografia como [[Lingam|Linga]], [[Nandi]], [[Trishula|Trixula]] (tridente), bem como estátuas antropomórficas de Xiva. nos templos para ajudar a concentrar suas práticas.<ref name="Michaels2004p215" /> Outro subgrupo é denominado [[Esoterismo no Oriente|esotérico]], que o funde com o abstrato ''Shivata'' (energia feminina) ou ''Shivatva'' (abstração neutra), onde a teologia integra a deusa (Xácti) e o deus (Xiva) com as práticas do [[Tantra]] e os ensinamentos do Ágama. Há uma sobreposição considerável entre esses xaivas e os xactas hindus.<ref name="Michaels2004p215">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=jID3TuoiOMQC|título=Hinduism: Past and Present|ultimo=Axel Michaels|editora=Princeton University Press|ano=2004|páginas=215–217|isbn=0-691-08952-3|acessodata=12 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170205003241/https://books.google.com/books?id=jID3TuoiOMQC|arquivodata=5 de fevereiro de 2017}}</ref>

=== Xivaísmo védico, purânico e esotérico ===
Estudiosos como Alexis Sanderson discutem o xivaísmo em três categorias: védico, purânico e não-purânico (esotérico, tântrico).{{Sfn|Sanderson|1988|pp=660-704}}{{Sfn|Flood|2003|pp=206–207}} Eles colocam o védico e o purânico juntos devido à sobreposição significativa, ao mesmo tempo que colocam as subtradições esotéricas não-purânicas como uma categoria à parte.{{Sfn|Flood|2003|pp=206–207}}
[[Ficheiro:Female_Ascetics_(Yoginis)_LACMA_M.2011.156.4_(1_of_2).jpg|miniaturadaimagem| Duas mulheres ascetas xaivas (pintura do século XVIII)]]

* ''Védico-purânico''. A maioria dentro do xivaísmo segue as tradições védico-purânicas. Eles reverenciam os Vedas e os Puranas e mantêm crenças que vão desde o teísmo dualista, como o [[Bhakti]] de Xiva (devocionalismo), até ao monismo dedicado ao ioga e a um estilo de vida meditativo. Isso às vezes envolve a renúncia à vida familiar em prol de atividades monásticas de espiritualidade.{{Sfn|Flood|2003|pp=205–207, 215–221}} A prática de Ioga é particularmente pronunciada no xivaísmo não-dualista, com a prática refinada em uma metodologia como ''o'' [[Upaya|upaia]] quádruplo: ser sem caminho (''anupaya'', sem ''iccha'', sem desejo), ser divino (''sambhavopaya'', ''jnana'', cheio de conhecimento), ser energético (''saktopaya'', ''kriya'', cheio de ação) e ser individual (''anavopaya'').{{Sfn|Flood|2003|pp=221–223}}{{Nota de rodapé|1=Há uma sobreposição nesta abordagem com aquelas encontradas em rituais tântricos não-purânicos.{{sfn|Flood|2003|pp=221–223}}|grupo=nota}}
* ''Não purânico''. Estas são subtradições esotéricas minoritárias, nas quais os devotos são iniciados (''{{IAST|dīkṣa}}'') em um culto específico de sua preferência. Seus objetivos variam, indo desde a libertação na vida atual (''mukti'') até a busca de prazeres em mundos superiores (''bhukti''). Seus meios também variam, abrangendo desde o atimarga meditativo ou "caminho superior externo" versus aqueles cujos meios são [[mantras]] orientados pela recitação. As subtradições atimargas incluem as de Pashupata e Lakula. De acordo com Sanderson, os paxupatas{{Nota de rodapé|1=Os páxupatas têm ambas subtradições védica-purânica e não-purânica.{{sfn|Flood|2003|pp=206–207}}|grupo=nota}} têm a herança mais antiga, provavelmente do século II d.C., como evidenciado por antigos textos hindus, como o livro [[Shanti Parva|''Shanti Parva'']] do épico ''[[Mahabharata]]''.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=660–704}}{{Sfn|Flood|2003|pp=206–207}} A subtradição tântrica nesta categoria pode ser rastreada pós século VIII até depois do século XI, dependendo da região do subcontinente indiano, paralelamente ao desenvolvimento das tradições do Tantra budistas e jainistas neste período.{{Sfn|Flood|2003|pp=208–209}} Entre estas estão as dualísticas ''[[Shaiva Siddhanta]]'' e xaivas de [[Bhairava]] (não saidânticas), com base no fato de elas reconhecerem algum valor na ortopraxia védica.{{Sfn|Flood|2003|pp=210–213}} Essas subtradições prezam o sigilo, fórmulas simbólicas especiais, iniciação por um professor e a busca de ''[[siddhi]]'' (poderes especiais). Algumas dessas tradições também incorporam ideias teístas, elaborados [[Iantra|iantras]] geométricos com significado espiritual incorporado, mantras e rituais.{{Sfn|Flood|2003|pp=208–209}}{{Sfn|Sanderson|1988|pp=660–663, 681–690}}{{Sfn|Sanderson|1988|pp=17–18}}

=== Xivaísmo versus outras tradições hindus ===
As subtradições do xivaísmo subscrevem a várias filosofias, são semelhantes em alguns aspectos e diferem em outros. Essas tradições são comparadas com o vixenuísmo, xactismo e smartismo da seguinte forma:
{| class="wikitable sortable"
|+Comparação do xivaísmo com outras tradições
!
! style="background: #ffcc99;" | Tradições xaivas
! Tradições vaixnavas
! Tradições xactas
! Tradições Smarta
! Referências
|-
| Autoridade escriturística
| Vedas, Upanixades e Ágamas
| Vedas, Upanixades e Ágamas
| Vedas e Upanixades
| Vedas e Upanixades
| {{Sfn|Jones|Ryan|2006|p=474}} <ref name="Dhavamony1999p33">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=58UZWWzqglMC|título=Hindu Spirituality|ultimo=Mariasusai Dhavamony|data=1999|editora=Gregorian Press|páginas=32–34|isbn=978-88-7652-818-7|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191229001010/https://books.google.com/books?id=58UZWWzqglMC|arquivodata=29 de dezembro de 2019}}</ref>
|-
| Divindade suprema
| Xiva
| Vixnu
| [[Devi]]
| Nenhum (considera [[Parabrahman]] assim)
| <ref name="JanGondaVandS">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=4HGXjgEACAAJ|título=Visnuism and Sivaism: A Comparison|ultimo=Jan Gonda|editora=Bloomsbury Academic|ano=1970|isbn=978-1-4742-8080-8|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191230205427/https://books.google.com/books?id=4HGXjgEACAAJ|arquivodata=30 de dezembro de 2019}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Z3AjAwAAQBAJ|título=Introduction to World Religions|ultimo=Christopher Partridge|editora=Fortress Press|ano=2013|páginas=182|isbn=978-0-8006-9970-3|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191230205429/https://books.google.com/books?id=Z3AjAwAAQBAJ|arquivodata=30 de dezembro de 2019}}</ref>
|-
| O Criador
| Xiva
| Vixnu
| Devi
| Princípio Bramã
| <ref name="JanGondaVandS" /> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=4AFxluCHsoAC|título=Advaita Vedanta and Vaisnavism: The Philosophy of Madhusudana Sarasvati|ultimo=Sanjukta Gupta|data=1 de fevereiro de 2013|editora=Routledge|páginas=65–71|isbn=978-1-134-15774-7|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191230205437/https://books.google.com/books?id=4AFxluCHsoAC|arquivodata=30 de dezembro de 2019}}</ref>
|-
| [[avatar]]
| Menor
| Conceito chave
| Significativo
| Menor
| {{Sfn|Jones|Ryan|2006|p=474}} <ref name="laiengavatar">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=9MmNaNebFD8C|título=Religious Diversity in Singapore|ultimo=Lai Ah Eng|editora=Institute of Southeast Asian Studies, Singapore|ano=2008|páginas=221|isbn=978-981-230-754-5|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160503015405/https://books.google.com/books?id=9MmNaNebFD8C|arquivodata=3 de maio de 2016}}</ref> <ref name="Dhavamony2002p63">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=poUxxH4fPwwC|título=Hindu-Christian Dialogue: Theological Soundings and Perspectives|ultimo=Mariasusai Dhavamony|editora=Rodopi|ano=2002|páginas=63|isbn=90-420-1510-1|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191207085011/https://books.google.com/books?id=poUxxH4fPwwC|arquivodata=7 de dezembro de 2019}}</ref>
|-
| Vida [[Sannyasa|monástica]]
| Recomenda
| Aceita
| Aceita
| Recomenda
| {{Sfn|Jones|Ryan|2006|p=474}} <ref>Stephen H Phillips (1995), Classical Indian Metaphysics, Columbia University Press, {{ISBN|978-0812692983}}, page 332 with note 68</ref> <ref>{{Citar livro|título=The Samnyasa Upanisads|ultimo=Olivelle|primeiro=Patrick|editora=Oxford University Press|ano=1992|páginas=4–18|isbn=978-0195070453}}</ref>
|-
| Rituais, [[Bhakti]]
| Afirma<ref name="anin">Gavin Flood (1996), An Introduction to Hinduism, Cambridge University Press, {{ISBN|978-0-521-43878-0}}, pages 162–167</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.philtar.ac.uk/encyclopedia/hindu/devot/shaiv.html|titulo=Shaivas|acessodata=13 de dezembro de 2017|website=Overview Of World Religions|publicado=Philtar|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170222015505/http://www.philtar.ac.uk/encyclopedia/hindu/devot/shaiv.html|arquivodata=22 de fevereiro de 2017|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar livro|url=http://www.vsna.org/images/publications/lingayat-dharma-april-2007.pdf|título=Lingayat Dharma (Veerashaiva Religion)|ultimo=Munavalli|primeiro=Somashekar|data=2007|editora=Veerashaiva Samaja of North America|acessodata=13 de dezembro de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130626074912/http://www.vsna.org/images/publications/lingayat-dharma-april-2007.pdf|arquivodata=26 de junho 2013}}</ref>
| Afirma
| Afirma
| Opcional<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=oA7BLTFoOicC|título=The Yoga of Spiritual Devotion: A Modern Translation of the Narada Bhakti Sutras|ultimo=Prem Prakash|editora=Inner Traditions|ano=1998|páginas=56–57|isbn=978-0-89281-664-4|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191223072138/https://books.google.com/books?id=oA7BLTFoOicC|arquivodata=23 de dezembro de 2019}}</ref>
| <ref>{{Citar periódico |título=Bhakti in Hindu Cultures |periódico=The Journal of Hindu Studies |publicado=Oxford University Press |número=2 |ultimo=Frazier |primeiro=J. |ano=2013 |paginas=101–113 |doi=10.1093/jhs/hit028 |volume=6}}</ref>
|-
| [[Ainsa|Ahimsa]] e [[Vegetarianismo]]
| Recomenda,<ref name="anin" /> Opcional
| Afirma
| Opcional
| Recomenda, Opcional
| <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Lq70lgRwlRQC|título=Call to Compassion: Reflections on Animal Advocacy from the World's Religions|ultimo=Lisa Kemmerer|ultimo2=Anthony J. Nocella|editora=Lantern|ano=2011|páginas=27–36|isbn=978-1-59056-281-9|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191227015011/https://books.google.com/books?id=Lq70lgRwlRQC|arquivodata=27 de dezembro de 2019}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=KEUAbrBoeBAC|título=Plants of Life, Plants of Death|ultimo=Frederick J. Simoons|editora=University of Wisconsin Press|ano=1998|páginas=182–183|isbn=978-0-299-15904-7|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191207073745/https://books.google.com/books?id=KEUAbrBoeBAC|arquivodata=7 de dezembro de 2019}}</ref>
|-
| [[Livre-arbítrio|Livre arbítrio]], [[Maiá]], [[Carma]]
| Afirma
| Afirma
| Afirma
| Afirma
| <ref name="JanGondaVandS" />
|-
| [[Metafísica]]
| Bramã (Xiva), Átmã
| Bramã (Vixnu), Átmã
| Bramã (Devi), Atman
| Bramã, Átmã
| <ref name="JanGondaVandS" />
|-
| [[Epistemologia]] ([[Pramana]])
| 1. Percepção<br />2. Inferência<br />3. Testemunho confiável<br />4. Auto-evidente <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=I1blW4-yY20C|título=Śaivism in Philosophical Perspective|ultimo=K. Sivaraman|editora=Motilal Banarsidass|ano=1973|páginas=336–340|isbn=978-81-208-1771-5|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191228181231/https://books.google.com/books?id=I1blW4-yY20C|arquivodata=28 de dezembro de 2019}}</ref>
| 1. Percepção<br />2. Inferência<br />3. Testemunho confiável
| 1. Percepção<br />2. Inferência<br />3. Testemunho confiável
| 1. Percepção<br />2. Inferência<br />3. Comparação e analogia<br />4. Postulação, derivação<br />5. Prova negativa/cognitiva<br />6. Testemunho confiável
| <ref>John A. Grimes, A Concise Dictionary of Indian Philosophy: Sanskrit Terms Defined in English, State University of New York Press, {{ISBN|978-0791430675}}, page 238</ref> {{Sfn|Flood|1996|p=225}} <ref>Eliott Deutsche (2000), in Philosophy of Religion : Indian Philosophy Vol 4 (Editor: Roy Perrett), Routledge, {{ISBN|978-0815336112}}, pages 245–248</ref>
|-
| [[Filosofia]]
| [[Dvaita]], [[advaita]] qualificado, advaita
| [[Vishishtadvaita]], Dvaita, advaita qualificado, advaita
| Xácti-Advaita
| Advaita, advaita qualificado
| <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=caeJpIj9SdkC|título=Offering Flowers, Feeding Skulls|ultimo=McDaniel|primeiro=June|editora=Oxford University Press|ano=2004|páginas=89–91|isbn=978-0-19-534713-5|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170104022224/https://books.google.com/books?id=caeJpIj9SdkC|arquivodata=4 de janeiro de 2017}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=g3DXAAAAMAAJ|título=The Daśanāmī-saṃnyāsīs: The Integration of Ascetic Lineages into an Order|ultimo=Matthew James Clark|editora=Brill|ano=2006|páginas=177–225|isbn=978-90-04-15211-3|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191230094518/https://books.google.com/books?id=g3DXAAAAMAAJ|arquivodata=30 de dezembro de 2019}}</ref>
|-
| Salvação ([[Soteriologia]])
| Jivanmukta,<br />[[Carma|Charia]] - [[Kriya|Kriyā]] - [[Ioga]] - [[Jnana]]<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?isbn=0983784728|título=Tantra, Yoga of Ecstasy: the Sadhaka's Guide to Kundalinin and the Left-Hand Path|ultimo=Hurley|primeiro=Leigh|ultimo2=Hurley|primeiro2=Phillip|data=2012|editora=Maithuna Publications|isbn=9780983784722}}</ref>
| Videhamukti, Ioga,<br />defende a vida do chefe de família
| Bhakti, Tantra, Ioga
| Jivanmukta, Advaita, Ioga,<br />defende a vida monástica
| <ref name="Kim Skoog 1996 63–84, 236–239">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=U1EZjyLbxYAC|título=Living Liberation in Hindu Thought|ultimo=Kim Skoog|data=1996|editora=SUNY Press|editor-sobrenome=Andrew O. Fort|páginas=63–84, 236–239|isbn=978-0-7914-2706-4|acessodata=10 de março de 2017|editor-sobrenome2=Patricia Y. Mumme|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191225072647/https://books.google.com/books?id=U1EZjyLbxYAC|arquivodata=25 de dezembro de 2019}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=D5Hk8EkmQBcC|título=A Conceptual-analytic Study of Classical Indian Philosophy of Morals|ultimo=Rajendra Prasad|editora=Concept|ano=2008|páginas=375|isbn=978-81-8069-544-5|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191229161604/https://books.google.com/books?id=D5Hk8EkmQBcC|arquivodata=29 de dezembro de 2019}}</ref>
|-
|}

== Textos ==
{{Caixa de citação
| citação = '''Manuscritos xaivas que sobreviveram'''<br />(post-8th century)
<poem>
Região do Nepal e Himalaia = 140,000
Sul da Índia = 8,600
Outros (Devanagiri) = 2,000
Bali e Sudeste Asiático = Muitos
</poem>
| autor = —Alexis Sanderson, ''The Saiva Literature''<ref name=sanderson2014p1>Alexis Sanderson (2014), "The Saiva Literature", ''Journal of Indological Studies'', Kyoto, Nos. 24 & 25, pp. 1–113</ref><ref>{{cite journal | last=Sanderson | first=Alexis | title=The Impact of Inscriptions on the Interpretation of Early Śaiva Literature | journal=Indo-Iranian Journal | publisher=Brill Academic Publishers | volume=56 | issue=3–4 | year=2013 | pages=211–244 | doi=10.1163/15728536-13560308 | doi-access=free }}</ref>
| posição = right
| fundo = #FFE0BB
}}Ao longo de sua história, o xivaísmo foi nutrido por numerosos textos que vão desde escrituras a tratados teológicos. Estes incluem os Vedas, as Upanixades, os Ágamas e o ''[[Bhashya]]''. De acordo com Gavin Flood – professor da Universidade de Oxford especializado em xivaísmo e fenomenologia, os estudiosos xaivas desenvolveram uma teologia sofisticada, em suas diversas tradições.{{Sfn|Flood|2003|pp=223–224}} Entre os comentários notáveis e influentes de estudiosos teístas do xivaísmo ''dvaita'' (dualista) estavam o ''Sadyajoti'' do século VIII, o ''Ramakantha'' do século X, o ''Bhojadeva'' do século XI.{{Sfn|Flood|2003|pp=223–224}} A teologia dualista foi desafiada por numerosos estudiosos da persuasão do xivaísmo ''advaita'' (não-dualista, monista), como [[Vasugupta]] do século VIII/IX,{{Nota de rodapé|1=Vasugupta é reivindicado por duas subtradições do xivaísmo [[advaita]] (monista) como seu fundador espiritual.<ref>{{cite book|author=Ganesh Vasudeo Tagare|title=The Pratyabhijñā Philosophy|url=https://books.google.com/books?id=GW6UtkgT-CcC&pg=PA3|year=2002|publisher=Motilal Banarsidass|isbn=978-81-208-1892-7|pages=1–4, 16–18|access-date=15 de março de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20170315182555/https://books.google.com/books?id=GW6UtkgT-CcC&pg=PA3|archive-date=15 de março de 2017|url-status=live}}</ref>|grupo=nota}} [[Abinavagupta]] do século x e [[Kshemaraja]] do século XI, particularmente os estudiosos das escolas teológicas ''[[Pratyabhijna]]'', ''Spanda'' e outras do [[xivaísmo da Caxemira]].{{Sfn|Flood|2003|pp=223-224}}<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=QXn5n4gdfcIC|título=The Doctrine of Vibration: An Analysis of the Doctrines and Practices Associated with Kashmir Shaivism|ultimo=Mark S. G. Dyczkowski|editora=State University of New York Press|ano=1987|páginas=17–25|isbn=978-0-88706-431-9|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170205041947/https://books.google.com/books?id=QXn5n4gdfcIC|arquivodata=5 de fevereiro de 2017}}</ref>{{Sfn|Pathak|1960|pp=11, 51-52}}

=== Vedas e principais Upanixades ===
Os Vedas e as Upanixades são escrituras compartilhadas do hinduísmo, enquanto os Ágamas são textos sagrados de subtradições específicas.<ref name="dhavamony">Mariasusai Dhavamony (1999), Hindu Spirituality, Gregorian University and Biblical Press, {{ISBN|978-88-7652-818-7}}, pages 31–34 incluindo notas de rodapé</ref> A literatura védica sobrevivente pode ser rastreada até o primeiro milênio a.C. e antes, enquanto os Ágamas sobreviventes podem ser rastreados até o primeiro milênio da era comum.<ref name="dhavamony" /> A literatura védica, no xivaísmo, é primária e geral, enquanto os Ágamas são tratados especiais. Em termos de filosofia e preceitos espirituais, nenhum ágama que vá contra a literatura védica, afirma Mariasusai Dhavamony, será aceitável para os xaivas.<ref name="dhavamony" /> De acordo com David Smith, "uma característica fundamental do Saiva Siddhanta tâmil, quase poderíamos dizer que sua característica definidora, é a afirmação de que sua fonte está tanto nos Vedas quanto nos Ágamas, no que ele chama de Vedagamas".<ref name="davidsmith116">David Smith (1996), The Dance of Siva: Religion, Art and Poetry in South India, Cambridge University Press, {{ISBN|978-0-521-48234-9}}, page 116</ref> A visão desta escola pode ser resumida como,
{{Quote|"O Veda é a vaca, o verdadeiro Ágama é seu leite."|fonte=―Umapati. Traduzido por David Smith<ref name=davidsmith116/>}}
A ''[[Shvetashvatara Upanishad|{{IAST|Śvetāśvatara}} Upanishad]]'' (400–200 a.C.)<ref name="Flood 1996 p. 86">Para a datação de 400–200 a.C. ver: Flood (1996), p. 86.</ref> é a primeira exposição textual de uma filosofia sistemática do xivaísmo.{{Nota de rodapé|1=Para a {{IAST|Śvetāśvatara}} Upanixade como uma filosofia sistemática no xivaísmo, ver: {{Harvnb|Chakravarti|1994|p=9}}.|grupo=nota}}

=== Upanixades menores xaivas ===
Estudiosos inspirados no xivaísmo criaram 14 Upanixades focados em Xiva, chamadas de Upanixades xaivas.<ref name="ayyangarminor2">{{Citar livro|título=Saiva Upanisads|ultimo=Ayyangar|primeiro=TRS|editora=Jain Publishing Co. (Reprint 2007)|ano=1953|isbn=978-0895819819}}</ref> Estes são considerados parte de 95 Upanixades menores no corpus upanixádico [[Muktika|''Muktikā'']] da literatura hindu.<ref name="ayyangarminor2" /><ref>Peter Heehs (2002), Indian Religions, New York University Press, {{ISBN|978-0814736500}}, pages 60–88</ref> As primeiras entre elas foram provavelmente compostas no primeiro milênio a.C., enquanto as últimas no final da era medieval.<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/earlyupanishadsa00oliv|título=Upaniṣads|ultimo=Olivelle|primeiro=Patrick|editora=Oxford University Press|ano=1998|páginas=[https://archive.org/details/earlyupanishadsa00oliv/page/n33 11]–14|isbn=978-0192835765}}</ref>

As Upanixades xaivas apresentam ideias diversas, que vão desde temas de dualismo teísta no estilo [[bhakti]] até uma síntese de ideias xaivas com temas advaíticos (não-dualismo), ióguicos, vaixnavas e xactas.<ref name="pdeussen247268">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=8mSpQo9q-tIC&pg=PA247|título=Sixty Upanishads of the Veda, Volume 1|ultimo=Deussen|primeiro=Paul|editora=[[Motilal Banarsidass Publishers]]|ano=1997|páginas=247–268 with footnotes|isbn=978-8120814677|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160802053259/https://books.google.com/books?id=8mSpQo9q-tIC&pg=PA247|arquivodata=2 de agosto de 2016}}</ref>
{| class="wikitable" align="center" style="background: transparent;"
|+Upanixades do xivaísmo
| style="background: #ffad66;" width="200px" | ''Shaiva Upanishad''
| width="60px" | Data de composição
| width="240px" | Tópicos
| width="40px" | Referência
|- style="text-align: center;"
| ''[[Kaivalya Upanishad]]''
| 1º milênio a.C.
| Xiva, Átmã, Bramã, [[Sannyasa]], Autoconhecimento
| <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=XYepeIGUY0gC|título=Sixty Upanishads of the Veda|ultimo=Deussen|primeiro=Paul|editora=Motilal Banarsidass|ano=1997|páginas=791–794|isbn=978-8120814677|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170205024020/https://books.google.com/books?id=XYepeIGUY0gC|arquivodata=5 de fevereiro de 2017}}</ref> <ref>Chester G Starr (1991), A History of the Ancient World, 4th Edition, Oxford University Press, {{ISBN|978-0195066289}}, page 168</ref> <ref name="peterheehs85">Peter Heehs (2002), Indian Religions: A Historical Reader of Spiritual Expression and Experience, New York University Press, {{ISBN|978-0814736500}}, pages 85–86</ref>
|- style="text-align: center;"
| ''[[Atharvashiras Upanishad]]''
| 1º milênio a.C.
| Rudra, Átmã, Bramã, Om, monismo
| <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=XYepeIGUY0gC|título=Sixty Upanishads of the Veda|ultimo=Deussen|primeiro=Paul|editora=Motilal Banarsidass|ano=1997|páginas=773–777|isbn=978-8120814677|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170205024020/https://books.google.com/books?id=XYepeIGUY0gC|arquivodata=5 de fevereiro de 2017}}</ref> <ref>Ignatius Viyagappa (1980), G.W.F. Hegel's Concept of Indian Philosophy, Gregorian University Press, {{ISBN|978-8876524813}}, pages 24-25</ref> <ref>H Glasenapp (1974), Die Philosophie der Inder, Kröner, {{ISBN|978-3520195036}}, pages 259–260</ref>
|- style="text-align: center;"
| ''[[Atharvashikha Upanishad]]''
| 1º milênio a.C.
| Xiva, Om, Brahman, canto, meditação
| <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=XYepeIGUY0gC|título=Sixty Upanishads of the Veda|ultimo=Deussen|primeiro=Paul|editora=Motilal Banarsidass|ano=1997|páginas=779–782|isbn=978-8120814677|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170205024020/https://books.google.com/books?id=XYepeIGUY0gC|arquivodata=5 de fevereiro de 2017}}</ref>
|- style="text-align: center;"
| ''[[Brihajjabala Upanishad]]''
| Final da Idade Média, pós-século XII
| Xiva, cinza sagrada, contas de oração, [[Tripundra]] tilaka
| <ref>{{Citar web|ultimo=Hattangadi|primeiro=Sunder|url=http://sanskritdocuments.org/doc_upanishhat/brihajjabala.pdf|titulo=बृहज्जाबालोपनिषत् (Brihat-Jabala Upanishad)|acessodata=13 de março de 2017|ano=2000|lingua=sa|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170722075721/http://sanskritdocuments.org/doc_upanishhat/brihajjabala.pdf|arquivodata=22 de julho de 2017|urlmorta=live}}</ref>
|- style="text-align: center;"
| ''[[Kalagni Rudra Upanishad]]''
| Desconhecido
| Significado de Tripundra (três linhas do tilaka), xivaísmo ritual
| <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=XYepeIGUY0gC|título=Sixty Upanishads of the Veda|ultimo=Deussen|primeiro=Paul|editora=Motilal Banarsidass Publ.|ano=1997|páginas=789–790|isbn=978-8120814677|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170205024020/https://books.google.com/books?id=XYepeIGUY0gC|arquivodata=5 de fevereiro de 2017}}</ref> {{Sfn|Kramrisch|1994a|p=274-286}}
|- style="text-align: center;"
| ''[[Dakshinamurti Upanishad]]''
| Desconhecido
| Dakshinamurti como um aspecto de Xiva, Átmã, monismo
| <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=bfwZAAAAMAAJ|título=Dakshinamurti stotra of Sri Sankaracharya and Dakshinamurti Upanishad with Sri Sureswaracharya's Manasollasa and Pranava Vartika|ultimo=AM Sastri|editora=Samata (Original: 1920)|ano=2001|páginas=153–158|isbn=978-8185208091|oclc=604013222|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170313134512/https://books.google.com/books?id=bfwZAAAAMAAJ|arquivodata=13 de março de 2017}}</ref>
|- style="text-align: center;"
| ''[[Sharabha Upanishad]]''
| Desconhecido
| Xiva como Sharabha
| <ref>{{Citar web|ultimo=Hattangadi|primeiro=Sunder|url=http://sanskritdocuments.org/doc_upanishhat/sharabha.html?lang=sa|titulo=शरभोपनिषत् (Sharabha Upanishad)|acessodata=13 de março de 2017|ano=2000|lingua=sa|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170530144713/http://sanskritdocuments.org/doc_upanishhat/sharabha.html?lang=sa|arquivodata=30 de maio de 2017|urlmorta=live}}</ref>
|- style="text-align: center;"
| ''[[Akshamalika Upanishad]]''
| Final da Idade Média, pós-século XII
| Rosário, japa, mantras, Om, Xiva, simbolismo na iconografia do xivaísmo
| <ref>{{Citar livro|título=Sonic Theology: Hinduism and Sacred Sound|ultimo=Beck|primeiro=Guy|editora=Motilal Banarsidass|ano=1995|páginas=133–134, 201–202|isbn=978-8120812611}}</ref>
|- style="text-align: center;"
| ''[[Rudrahridaya Upanishad]]''
| Desconhecido
| Rudra-Uma, Homem-Mulher são inseparáveis, não dualismo
| <ref>{{Citar livro|título=Saiva Upanisads|ultimo=Ayyangar|primeiro=TRS|editora=Jain Publishing Co. (Reprint 2007)|ano=1953|páginas=193–199|isbn=978-0895819819}}</ref>
|- style="text-align: center;"
| ''[[Bhasmajabala Upanishad]]''
| Final da Idade Média, pós-século XII
| Xiva, cinza sagrada, arte corporal, iconografia, por que os rituais e [[Varanasi]] são importantes
| <ref>{{Citar livro|título=Saiva Upanisads|ultimo=Ayyangar|primeiro=TRS|editora=Jain Publishing Co. (Reprint 2007)|ano=1953|páginas=165–192|isbn=978-0895819819}}</ref> <ref>{{Citar livro|título=Mythologies and Philosophies of Salvation in the Theistic Traditions of India|ultimo=Klostermaier|primeiro=Klaus K.|editora=Wilfrid Laurier Univ. Press|ano=1984|páginas=134, 371|isbn=978-0-88920-158-3}}</ref>
|- style="text-align: center;"
| ''[[Rudrakshajabala Upanishad]]''
| Depois do século X
| Contas de Shiva, Bhairava, Rudraksha e recitação de mantra
| <ref name="ayyangarminor2">{{Citar livro|título=Saiva Upanisads|ultimo=Ayyangar|primeiro=TRS|editora=Jain Publishing Co. (Reprint 2007)|ano=1953|isbn=978-0895819819}}</ref>
|- style="text-align: center;"
| ''[[Ganapati Upanishad]]''
| Século XVI ou XVII
| Ganexa, Xiva, Bramã, Átmã, [[Om]], [[Satcitananda]]
| <ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/ganapatisongself00grim|título=Ganapati: Song of the Self|ultimo=Grimes|primeiro=John A.|editora=State University of New York Press|ano=1995|páginas=[https://archive.org/details/ganapatisongself00grim/page/n108 21]–29|isbn=0-7914-2440-5}}</ref>
|- style="text-align: center;"
| ''[[Pancabrahma Upanishad]]''
| Por volta do século VII
| Xiva, Sadaxiva, não-dualismo, [[Soham (sânscrito)|Soham]], Átmã, Bramã, autoconhecimento
| <ref>{{Citar livro|título=Saiva Upanisads|ultimo=Ayyangar|primeiro=TRS|editora=Jain Publishing Co. (Reprint 2007)|ano=1953|páginas=110–114|isbn=978-0895819819}}</ref> {{Sfn|Kramrisch|1994a|p=187-188}}
|- style="text-align: center;"
| ''[[Jabali Upanishad]]''
| desconhecido
| Xiva, teologia Pashupata, significado das cinzas e da arte corporal
| <ref>{{Citar livro|título=The Śaiva-Upanishads with the commentary of Sri Upanishad-Brahma-Yogin|ultimo=Sastri|primeiro=AM|editora=The Adyar Library, Madras|ano=1950|isbn=81-85141029|oclc=863321204}}</ref>
|}

=== Ágamas xaivas ===
Os textos agâmicos do xivaísmo são outro fundamento importante da teologia xaiva.<ref>Lipner, Julius (2004), "Hinduism: the way of the banyan". In: Mittal, Sushil; Thursby, Gene (ed.). ''The Hindu World''. Routledge, ISBN 0-415-21527-7. pp. 27–28</ref> Esses textos incluem [[cosmologia]] xaiva, epistemologia, doutrinas filosóficas, preceitos sobre meditação e práticas, quatro tipos de ioga, mantras, significados e manuais para templos xaivas, e outros elementos de prática.<ref name="Grimes">Grimes, John A. (1996). A Concise Dictionary of Indian Philosophy: Sanskrit Terms Defined in English. State University of New York Press. {{ISBN|978-0-7914-3068-2}}. [https://books.google.com/books?id=eP5p0ev3nJEC pages 16–17] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170307061636/https://books.google.com/books?id=eP5p0ev3nJEC|date=7 de março de 2017}}</ref><ref>Mariasusai Dhavamony (2002), Hindu-Christian Dialogue, Rodopi, {{ISBN|978-90-420-1510-4}}, pages 54–56</ref> Esses textos canônicos existem em [[sânscrito]]<ref name="Grimes" /> e em línguas do sul da Índia, como o [[Língua tâmil|tâmil]].<ref>Indira Peterson (1992), Poems to Siva: The Hymns of the Tamil Saints, Princeton University Press, {{ISBN|978-81-208-0784-6}}, pages 11–18</ref>

Os [[Ágama (hinduísmo)|Ágamas]] apresentam uma gama diversificada de filosofias, que vão do dualismo teísta ao [[monismo]] absoluto.<ref>DS Sharma (1990), The Philosophy of Sadhana, State University of New York Press, {{ISBN|978-0-7914-0347-1}}, pages 9–14</ref><ref name="richdavis167">Richard Davis (2014), Ritual in an Oscillating Universe: Worshipping Siva in Medieval India, Princeton University Press, {{ISBN|978-0-691-60308-7}}, p. 167 nota 21, Citação (p. 13): "Some agamas argue a monist metaphysics, while others are decidedly dualist. Some claim ritual is the most efficacious means of religious attainment, while others assert that knowledge is more important."</ref> No xivaísmo, existem dez textos agâmicos dualísticos ([[Dvaita|dvaitas]]), dezoito textos qualificados de monismo com dualismo ([[Bedabeda|bhedabheda]]) e sessenta e quatro textos monistas ([[Advaita Vedânta|advaita]]) agâmicos.<ref name="Mark Dyczkowski 1989 pages 43">Mark Dyczkowski (1989), The Canon of the Śaivāgama, Motilal Banarsidass, {{ISBN|978-81-208-0595-8}}, pages 43–44</ref> Os xastras de Bhairava são monistas, enquanto os xastras de Xiva são dualistas.<ref name="anin">Gavin Flood (1996), An Introduction to Hinduism, Cambridge University Press, {{ISBN|978-0-521-43878-0}}, pages 162–167</ref><ref>JS Vasugupta (2012), Śiva Sūtras, Motilal Banarsidass, {{ISBN|978-81-208-0407-4}}, pages 252, 259</ref>

Os textos agâmicos das escolas xaiva e vaixnava têm como premissa a existência de [[Atman|Átmã]] e a existência de uma [[Absoluto|Realidade Última]] ([[Bramã]]) que é considerada idêntica a Xiva no xivaísmo.<ref name="ganeshtagare">Ganesh Tagare (2002), The Pratyabhijñā Philosophy, Motilal Banarsidass, {{ISBN|978-81-208-1892-7}}, pages 16–19</ref> Os textos diferem na relação entre os dois. Alguns afirmam que a filosofia dualista do Eu individual e da Realidade Última são diferentes, enquanto outros afirmam uma Unidade entre os dois.<ref name="ganeshtagare" /> Os ágamas xaivas da Caxemira postulam a unidade absoluta, ou seja, Deus (Xiva) está dentro do homem, Deus está dentro de cada ser, Deus está presente em todo o mundo, incluindo todos os seres não vivos, e não há diferença de substância entre vida, matéria, homem e Deus.<ref name="ganeshtagare" /> Embora os ágamas apresentem teologia diversa, em termos de filosofia e preceitos espirituais, nenhum ágama que vá contra a literatura védica, afirma Dhavamony, tem sido aceitável para os xaivas.<ref name="dhavamony">Mariasusai Dhavamony (1999), Hindu Spirituality, Gregorian University and Biblical Press, {{ISBN|978-88-7652-818-7}}, pages 31–34 incluindo notas de rodapé</ref>

== Tradições ==
[[Ficheiro:Iraivan_Temple.jpg|miniaturadaimagem| O [[Igreja Saiva Siddhanta|mosteiro hindu de Kauai]] na [[Kauai|ilha de Kauai]], no Havaí, é o único mosteiro hindu (xivaíta) nos Estados Unidos.]]
O xivaísmo é antigo e, com o tempo, desenvolveu muitas subtradições. Estes existiram amplamente e são estudados em três grupos: dualismo teísta, monismo não-teísta e aqueles que combinam características ou práticas dos dois.{{Sfn|Gonda|1977|pp=154–162}}{{Sfn|Sanderson|1995|pp=16–21}} Sanderson apresenta a classificação histórica encontrada em textos indianos,{{Sfn|Sanderson|1988|p=663}} nomeadamente o Atimarga dos monges xaivas e o Mantramarga que foi seguida tanto pelos renunciantes (''[[sannyasi]]'') quanto pelos chefes de família (''[[grihastha]]'') no xivaísmo.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=663–670, 690–693}} As subtradições de xaivas não se concentravam exclusivamente em Xiva, mas em outras como o [[Shaktismo|xactismo]] de [[Devi]] (Deusa).{{Sfn|Sanderson|1988|pp=660–663}}

=== ''Sannyasi Shaiva'': Atimarga ===
O ramo Atimarga do xivaísmo enfatiza a libertação (salvação) – ou o fim de todo [[Dukkha|''dukkha'']] – como o objetivo principal das buscas espirituais.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=664–665}} Foi o caminho para os [[Ascese|ascetas]] xaivas, em contraste com os chefes de família xaivas, cujo caminho foi descrito como Mantramarga e que buscavam tanto a salvação quanto os poderes e prazeres do iogue-siddhi na vida.{{Sfn|Sanderson|1988|p=664}} O Atimarga reverenciava as fontes [[Vedas|védicas]] do xivaísmo, e às vezes referido em antigos textos indianos como Raudra (do védico [[Rudra]]).<ref>Sanderson, Alexis; "Śaivism and the Tantric Traditions." In The World's Religions, edited by S. Sutherland, L. Houlden, P. Clarke and F. Hardy. London: Routledge and Kegan Paul (1988), pp. 665–666, context: pp. 660–704. Reprinted in The World's Religions: The Religions of Asia, edited by F. Hardy. London: Routledge and Kegan Paul (1990), pp. 128–72.</ref>

==== Pashupata Atimargi ====
[[Ficheiro:Mahakuta_Lakulisha.jpg|miniaturadaimagem| [[Lakulisha|Laculixa]] no Templo Sangameshvara em Mahakuta, Karnataka ([[Império Chaluquia|Chaluquia]], século VII). Suas estátuas itifálicas dos séculos V a X<ref name="illpha_rep" group="nota" /> também são encontradas na posição de iogue sentado no [[Rajastão]], Utar Pradexe e em outros lugares.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=ZkxXK5wFob4C|título=The Sculpture of Early Medieval Rajasthan|ultimo=Cynthia Packert Atherton|editora=BRILL|ano=1997|páginas=92–97, 102–103|isbn=90-04-10789-4|acessodata=2 de abril de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170402173857/https://books.google.com/books?id=ZkxXK5wFob4C|arquivodata=2 de abril de 2017}}</ref>]]
[[Pashupata|Páxupata]] (IAST: ''{{IAST|Pāśupatas}}'') é a subtradição xivaíta com a herança mais antiga, como evidenciado por textos indianos datados por volta do início da era comum.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=660–704}}{{Sfn|Flood|2003|pp=206–207}} É uma tradição monista, que considera Xiva dentro de si mesmo, em cada ser e em tudo o que é observado. O caminho páxupata para a libertação é de [[Ascese|ascetismo]] tradicionalmente restrito aos homens brâmanes.<ref>Sanderson, Alexis; "Śaivism and the Tantric Traditions." In The World's Religions, edited by S. Sutherland, L. Houlden, P. Clarke and F. Hardy. London: Routledge and Kegan Paul (1988), pp. 660–704. Reprinted in The World's Religions: The Religions of Asia, edited by F. Hardy. London: Routledge and Kegan Paul (1990), pp. 128–72.</ref> A teologia páxupata, de acordo com ''os Shiva Sutras'', visa um estado espiritual de consciência onde o iogue páxupata "permanece em sua própria natureza irrestrita", onde os rituais externos parecem desnecessários, onde cada momento e cada ação se tornam um voto interno, um ritual espiritual para em si.{{Sfn|Vasugupta|1992|pp=140–141}}

Os páxupatas derivam seu nome sânscrito de duas palavras: ''Pashu'' (besta) e ''Pati'' (senhor), onde o estado caótico e ignorante, aprisionado pela escravidão e suposições, é conceituado como a besta,<ref name="lochtefeld505">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/illustratedencyc0000loch|título=The Illustrated Encyclopedia of Hinduism: N-Z|ultimo=James G. Lochtefeld|editora=The Rosen Publishing Group|ano=2002|isbn=978-0-8239-3180-4|acessodata=27 de agosto de 2019|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200316052117/https://archive.org/details/illustratedencyc0000loch|arquivodata=16 de março de 2020}}</ref> e o Átmã (Eu, Xiva) que está presente eternamente em todos os lugares como o Pati.{{Sfn|Daniélou|1987|pp=120–123}} A tradição visa realizar o estado de ser um com Xiva dentro e em todo lugar. Possui extensa literatura,{{Sfn|Daniélou|1987|pp=120–123}}{{Sfn|Dasgupta|1955|pp=5-6}} e um caminho quíntuplo de prática espiritual que começa com práticas externas, evoluindo para práticas internas e, finalmente, ioga meditativa, com o objetivo de superar todo o sofrimento (dukkha) e alcançar o estado de beatitude ([[Ananda (estado de consciência)|Ananda]]).{{Sfn|Daniélou|1987|pp=124–129}}{{Sfn|Muller-Ortega|2010|pp=31-38}}

A tradição é atribuída a um sábio do Gujarate chamado [[Lakulisha|Laculixa]] (~século II d.C.).<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=pNmfdAKFpkQC&pg=PA206|título=The Religions of India: A Concise Guide to Nine Major Faiths|ultimo=Roshen Dalal|editora=Penguin Books|ano=2010|isbn=978-0-14-341517-6|acessodata=29 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170330124702/https://books.google.com/books?id=pNmfdAKFpkQC&pg=PA206|arquivodata=30 de março de 2017}}</ref> Ele é o suposto autor do ''[[Pashupata-sutra]]'', um texto fundamental desta tradição. Outros textos incluem o [[Bhasya|bhashya]] (comentário) sobre ''o Pashupata-sutra'' de Kaundinya, o ''Gaṇakārikā'', ''o Pañchārtha bhāshyadipikā'' e ''o Rāśikara-bhāshya''.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=664–665}} O caminho monástico do Páxupata estava disponível para qualquer pessoa de qualquer idade, mas exigia a renúncia dos quatro [[Ashramas|ashramas (estágios)]] até o quinto estágio do ''Siddha-Ashrama''. O caminho começava como uma vida perto de um templo de Xiva e meditação silenciosa, depois um estágio em que o asceta deixa o templo e fez troca de carma (ser amaldiçoado por outros, mas nunca amaldiçoar de volta). Ele então passava para o terceiro estágio da vida, onde vivia como um solitário em uma caverna ou em lugares abandonados ou nas montanhas do Himalaia, e no final de sua vida mudava-se para um campo de cremação, sobrevivendo com pouco, aguardando pacificamente sua morte.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=664–665}}

Os páxupatas têm sido particularmente proeminentes no [[Gujarate]], [[Rajastão]], [[Caxemira]] e [[Nepal]]. A comunidade é encontrada em muitas partes do subcontinente indiano.<ref>Ver [[Alexis Sanderson]]. ''Śaivism among the Khmers Part I'', pp. 349—462. ''Bulletin de l'École française d'Extrême-Orient'' 90—91 (2003—2004).</ref> No final da era medieval, os ascetas páxupatas xaivas foram extintos.<ref name="lochtefeld505">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/illustratedencyc0000loch|título=The Illustrated Encyclopedia of Hinduism: N-Z|ultimo=James G. Lochtefeld|editora=The Rosen Publishing Group|ano=2002|isbn=978-0-8239-3180-4|acessodata=27 de agosto de 2019|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200316052117/https://archive.org/details/illustratedencyc0000loch|arquivodata=16 de março de 2020}}</ref><ref>Para Pāśupata como um movimento ascético, ver: Michaels (2004), p. 62.</ref>

==== ''Lakula Atimargi'' ====
Esta segunda divisão do Atimarga desenvolveu-se a partir dos páxupatas. Seu texto fundamental também foram os Sutras de Páxupata. Eles diferiam dos atimargis páxupatas porque se afastavam radicalmente dos ensinamentos védicos e não respeitavam nenhum costume védico ou social. Andavam por aí, por exemplo, quase nus, bebiam bebidas alcoólicas em público e usavam um crânio humano como tigela de mendicância (''[[kapala]]'') por comida.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=665–666}} Os laculas ascéticos não reconheciam nenhum ato ou palavra como proibido, eles faziam livremente o que lhes apeteciam, muito parecido com a representação clássica de sua divindade Rudra em antigos textos hindus. No entanto, de acordo com Alexis Sanderson, o asceta lacula era estritamente [[celibatário]] e não praticava sexo.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=665–666}}

A literatura secundária, como as escritas pelo caxemir Kshemaraja, sugere que os laculas tinham seus cânones sobre teologia, rituais e literatura sobre [[Pramana|pramanas]] (epistemologia). No entanto, acredita-se que seus textos primários estejam perdidos e não sobreviveram até a era moderna.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=665–666}}

=== ''Grihastha'' e ''Sannyasi Shaiva'': Mantramarga ===
{{Imagem múltipla
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| footer = As três linhas horizontais de cinzas ([[Tripundra]]) com uma marca vermelha na testa são uma marca reverenciada nas tradições xaivas que simboliza [[Om]].<ref>{{cite book|last=Deussen|first=Paul|title=Sixty Upanishads of the Veda|url=https://books.google.com/books?id=XYepeIGUY0gC&pg=PA789|year=1997|publisher=Motilal Banarsidass|isbn=978-81-208-1467-7|pages=789–790|access-date=2 de abril de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20200313065543/https://books.google.com/books?id=XYepeIGUY0gC&pg=PA789|archive-date=13 de março de 2020|url-status=live}}</ref><ref>Antonio Rigopoulos (2013), Brill's Encyclopedia of Hinduism, Volume 5, Brill Academic, {{ISBN|978-9004178960}}, pp. 182-183</ref>
}}
"''Mantramārga''" ([[sânscrito]] : मन्त्रमार्ग, "o caminho dos mantras") tem sido a tradição xaiva tanto para chefes de família quanto para monges.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=663–670, 690–693}} Cresceu a partir da tradição Atimarga.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=667–668}} Esta tradição buscava não apenas a libertação de ''Dukkha'' (sofrimento, insatisfação), mas também poderes especiais (''siddhi'') e prazeres (''bhoga''), tanto nesta vida como na próxima.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=664, 667–668}} Os ''[[siddhi]]'' eram particularmente perseguidos pelos monges do Mantramarga, e é esta subtradição que experimentou uma grande diversidade de ritos, divindades, rituais, técnicas de ioga e mantras.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=667–668}} Tanto o Mantramarga quanto o Atimarga são tradições antigas, mais antigas do que a data de seus textos que sobreviveram, segundo Sanderson.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=667–668}} O Mantramarga cresceu e se tornou uma forma dominante de xivaísmo neste período. Também se espalhou para fora da Índia, no [[Império Quemer|Império Khmer]] do [[Sudeste Asiático]], [[Java]], [[Bali]] e [[Cham (povo)|Cham]].<ref>Sanderson, Alexis; the Saiva Age, page 44.</ref>{{Sfn|Flood|1996|p=171}}

A tradição Mantramarga criou os [[Ágama (hinduísmo)|ágamas xaivas]] e o textos [[tantras]] (técnica) xaivas. Esta literatura apresentou novas formas de ritual, ioga e mantra.<ref name="Flood, Gavin 2006. P.120">Flood, Gavin. D. 2006. The Tantric Body. P.120</ref> Esta literatura foi altamente influente não apenas para o xivaísmo, mas para todas as tradições do hinduísmo, bem como para o budismo e o jainismo.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=662–663}} Mantramarga tinha temas teístas e monísticos, que coevoluíram e influenciaram um ao outro. Os textos tântricos refletem isso, onde a coleção contém teologias dualistas e não-dualistas. O teísmo nos textos do Tantra é paralelo àqueles encontrados no vaixnavismo e no xactismo.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=ZgybmMnWpaUC&pg=PA173|título=Sonic Theology: Hinduism and Sacred Sound|ultimo=Guy L. Beck|editora=Motilal Banarsidass|ano=1995|páginas=173–175|isbn=978-81-208-1261-1|acessodata=1 de abril de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170402092411/https://books.google.com/books?id=ZgybmMnWpaUC&pg=PA173|arquivodata=2 de abril de 2017}}</ref><ref name="flood58">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=1Uer8W670IoC|título=The Tantric Body: The Secret Tradition of Hindu Religion|ultimo=Gavin Flood|editora=I.B.Tauris|ano=2006|páginas=58–61|isbn=978-1-84511-011-6|acessodata=1 de abril de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140814100801/http://books.google.com/books?id=1Uer8W670IoC|arquivodata=14 de agosto de 2014}}</ref> ''Shaiva Siddhanta'' é uma subtradição importante que enfatizou o dualismo durante grande parte de sua história.<ref name="flood58" />

O xivaísmo teve fortes subtradições não dualistas (advaita).<ref name="reynolds243">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=SJbxvDZOZz8C&pg=PA243|título=The Golden Letters: The Three Statements of Garab Dorje, First Dzogchen Master|ultimo=John Myrdhin Reynolds|editora=Shambhala|ano=1996|páginas=243–244|isbn=978-1-55939-868-8|acessodata=24 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170324192511/https://books.google.com/books?id=SJbxvDZOZz8C&pg=PA243|arquivodata=24 de março de 2017}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=3mAlg5qw130C&pg=PA10|título=Kashmiri Literature|ultimo=Braj B. Kachru|editora=Otto Harrassowitz Verlag|ano=1981|páginas=10–11|isbn=978-3-447-02129-6|acessodata=24 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170325024449/https://books.google.com/books?id=3mAlg5qw130C&pg=PA10|arquivodata=25 de março de 2017}}</ref> Sua premissa central é que o Átmã de cada ser é idêntico a Xiva, e suas diversas práticas e buscas são direcionadas à compreensão e à unidade com o Xiva interior. Este monismo é próximo, mas difere um pouco do monismo encontrado no [[Advaita Vedânta|Advaita Vedanta]] de Adi Xancara. Ao contrário do Advaita de Xankara, as escolas monistas do xivaísmo consideram [[Maiá]] como Xácti, ou energia e poder criativo primordial que explica e impulsiona a diversidade existencial.<ref name="reynolds243" />

Srikantha, influenciado por [[Ramanuja]], formulou o [[Vishishtadvaita]] xaiva.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=ZxsXvgAACAAJ|título=Hindu Pluralism: Religion and the Public Sphere in Early Modern South India|ultimo=Elaine Fisher|editora=University of California Press|ano=2017|páginas=11–12, 209–211 note 28|isbn=978-0-52029-301-4}}</ref> Nesta teologia, Átmã não é idêntico a [[Bramã]], mas compartilha com o Supremo todas as suas qualidades. [[Appayya Dikshita]] (1520–1592), um estudioso do Advaita, propôs o monismo puro, e suas ideias influenciaram xaivas na região de [[Carnataca]]. Sua doutrina xaiva advaita está inscrita nas paredes do templo Kalakanthesvara em Adaiyappalam [[(distrito de Tiruvannamalai]]).<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=ZxsXvgAACAAJ|título=Hindu Pluralism: Religion and the Public Sphere in Early Modern South India|ultimo=Elaine Fisher|editora=University of California Press|ano=2017|páginas=9–12, 220|isbn=978-0-52029-301-4}}</ref><ref>[[iarchive:in.ernet.dli.2015.34628|A Topographical List Of The Inscriptions Of The Madras Presindency (collected Till 1915) With Notes And References Volume I]], V. Rangacharya, Madras Government Press, pages 47–48</ref>

==== ''Shaiva Siddhanta'' ====
[[Ficheiro:Thirumoolar_Nayanar.jpg|miniaturadaimagem|227x227px| [[Tirumular]], o grande poeta tâmil do Śaivasiddhānta e santo místico (''siddha'').]]
O [[Shaiva Siddhanta|''Śaivasiddhānta'']] ("a doutrina estabelecida de Xiva") é o mais antigo [[Sampradaya|sampradaia]] (tradição, linhagem) do xivaísmo tântrico, datado do século V.<ref name="flood58">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=1Uer8W670IoC|título=The Tantric Body: The Secret Tradition of Hindu Religion|ultimo=Gavin Flood|editora=I.B.Tauris|ano=2006|páginas=58–61|isbn=978-1-84511-011-6|acessodata=1 de abril de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140814100801/http://books.google.com/books?id=1Uer8W670IoC|arquivodata=14 de agosto de 2014}}</ref><ref>Sanderson, Alexis; the Saiva Age, page 45.</ref> A tradição enfatiza a devoção amorosa a Xiva,{{Sfn|Mariasusai Dhavamony|1971|pp=14–22, 257–258}} usa hinos tâmeis dos séculos V a IX chamados ''[[Tirumurai]]''. Um texto filosófico chave desta subtradição foi composto por [[Meykandar|Meicandar]] do século XIII.<ref name="britshaivasiddhanta" /> Esta teologia apresenta três realidades universais: o ''pashu'' (Eu individual), o ''pati'' (senhor, Xiva) e o ''pasha'' (a escravidão do Eu) através da [[Avidyā (hinduísmo)|ignorância]], [[carma]] e [[maiá]]. A tradição ensina a vida ética, o serviço à comunidade e através do trabalho, a adoração amorosa, a prática e disciplina de ioga, a aprendizagem contínua e o autoconhecimento como meios para libertar o Eu individual da escravidão.<ref name="britshaivasiddhanta">[https://www.britannica.com/topic/Shaiva-siddhanta Shaiva Siddhanta] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170318092809/https://www.britannica.com/topic/Shaiva-siddhanta|date=18 de março de 2017}}, Encyclopedia Britannica (2014)</ref>{{Sfn|Parmeshwaranand|2004|pp=[https://archive.org/details/bub_gb_HQvbJDacNDMC/page/n216 210]–217}}

A tradição pode ter se originado na Caxemira, onde desenvolveu uma teologia sofisticada propagada pelos teólogos Sadyojoti, Bhatta Nārāyanakantha e seu filho Bhatta Rāmakantha (c. 950–1000).<ref name="Flood, Gavin 2003. pg. 210">{{Harvnb|Flood|2003|pp=209–210}}</ref> No entanto, após a chegada dos governantes islâmicos ao norte da Índia, prosperou no sul.<ref name="Flood, Gavin 2006. P.34">Flood, Gavin. D. 2006. The Tantric Body. p. 34</ref> A filosofia de ''Shaiva Siddhanta'' é particularmente popular no [[Índia do Sul|sul da Índia]], [[Sri Lanka]], [[Malásia]] e [[Singapura]].<ref name="arulsamy">S. Arulsamy, ''Saivism – A Perspective of Grace'', Sterling Publishers Private Limited, New Delhi, 1987, pp.1</ref>

A literatura histórica do Sidanta xaiva é um enorme corpo de textos.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=668–669}} A tradição inclui Xiva e Xácti (deusa), mas com ênfase crescente na abstração metafísica.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=668–669}} Ao contrário dos experimentadores da tradição Atimarga e de outras subtradições do Mantramarga, afirma Sanderson, a tradição ''Shaiva Siddhanta'' não tinha oferenda ritual ou consumo de "bebidas alcoólicas, sangue ou carne". Suas práticas focavam em ideias abstratas de espiritualidade,{{Sfn|Sanderson|1988|pp=668–669}} adoração e devoção amorosa a Shiva como Sadaxiva, e ensinavam a autoridade dos Vedas e Ágamas xaivas.{{Sfn|Hilko Wiardo Schomerus|2000|pp=1–7, 29–37, 44–49}}{{Sfn|Jones|Ryan|2006|pp=375–376}} Esta tradição diversificou-se nas suas ideias ao longo do tempo, com alguns dos seus estudiosos integrando uma teologia não dualista.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=cDsdAAAAMAAJ|título=Śaiva Siddhānta Theology: A Context for Hindu-Christian Dialogue|ultimo=Rohan A. Dunuwila|editora=Motilal Banarsidass|ano=1985|páginas=29–30, 66–73|isbn=978-0-89581-675-7|acessodata=1 de abril de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170402091604/https://books.google.com/books?id=cDsdAAAAMAAJ|arquivodata=2 de abril de 2017}}</ref>

==== Naianares ====
[[Ficheiro:Nayanars6.jpg|miniaturadaimagem| Os poetas-santos xaivas naianares são creditados com o [[movimento Bhakti]] no xivaísmo. Incluía três mulheres santas, como [[Karaikkal Ammaiyar|Karaikkal Ammaiyar,]] do século VI.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=sKDm8EH2L3kC&pg=PA196|título=Roles and Rituals for Hindu Women|ultimo=Julia Leslie|editora=Motilal Banarsidass|ano=1992|páginas=196–197|isbn=978-81-208-1036-5|acessodata=1 de abril de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170402081519/https://books.google.com/books?id=sKDm8EH2L3kC&pg=PA196|arquivodata=2 de abril de 2017}}</ref>]]
Por volta do século VII, os [[naianares]], uma tradição de poetas-santos na tradição de [[bhakti]] desenvolvida no antigo [[Tâmil Nadu]] com foco em Xiva, comparável à dos alvares vaixnavas.<ref>Para a emergência dos naianares pelo século VII e a comparação com os alvares vaixnavas, ver: Flood (1996), 131.</ref> Os poemas devocionais em [[Língua tâmil|tâmil]] dos naianares são divididos em onze coleções conhecidas como ''[[Tirumurai]]'', junto com um [[Purana]] tâmil chamado ''[[Periya Puranam]]''. As primeiras sete coleções são conhecidas como ''[[Tevaram]]'' e são consideradas pelos tâmeis como equivalentes aos [[Vedas]].<ref>Para as onze coleões, com as sete primeiras (o ''Thevaram'') consideradas como védicas, ver: Tattwananda, p. 55.</ref> Foram compostas no século VII por [[Sambandar]], [[Aparecer|Appar]] e [[Sundarar]].<ref>Para a datação de Sambandar, Appar, and Sundarar como sendo do século VII, ver: Tattwananda, p. 55.</ref>

[[Thirumolar|Tirumular]], o autor do ''[[Tirumantiram]]'' (também escrito ''Tirumandiram'') é considerado por Tattwananda o primeiro expoente do xivaísmo nas áreas tâmeis.<ref>Tattwananda, p. 55.</ref> Tirumular é datado do século VII ou VIII por Maurice Winternitz.<ref>Winternitz, p. 588, note 1.</ref> O ''Tirumantiram'' é uma fonte primária para o sistema de ''Shaiva Siddhanta'', sendo o décimo livro de seu cânone.<ref>Para o Tirumantiram como o décimo livro do cânone do Shaiva Siddhanta, ver Brooks, Douglas Renfrew. "Auspicious Fragments and Uncertain Wisdom", in: Harper and Brown, p. 63.</ref> O ''[[Thiruvasakam|Tiruvacakam]]'' de [[Manikkavasagar|Manikkavacagar]] é uma importante coleção de hinos.<ref>Tattwananda, p. 56.</ref>

==== Tradições do Tantra ''Diksha'' ====
O elemento principal de todo Xaiva Tantra é a prática de [[Diksha|''diksha'']], uma iniciação cerimonial em que [[Mantra|mantras]] divinamente revelados são dados ao iniciado por um [[Guru]].<ref name="Gavin Flood 2007">{{Citar discurso|autor=Gavin Flood|titulo=An introduction to Hindu tantrism, Lecture 1|url=http://www.ochs.org.uk/lectures/by-topic/271|publicado=Oxford Center for Hindu Studies}}</ref>

Uma característica notável de alguns ascetas do "tantra esquerdo" era a busca por [[Siddhi|''siddhis'']] (habilidades sobrenaturais) e ''bala'' (poderes), tais como de evitar o perigo (''santih'') e a capacidade de prejudicar os inimigos (''abhicarah'').{{Sfn|Sanderson|2009|pp=124–125}}{{Sfn|Sanderson|1995|p=24}}{{Sfn|Alexis Sanderson|2010|pp=260–262, 329–333}} [[Ganachakra|Ganachacras]], festas rituais, às vezes eram realizadas em cemitérios e campos de cremação e apresentavam [[Possessão espiritual|possessões]] por poderosas divindades femininas chamadas [[Yogini|Ioguinis]].<ref name="Gavin Flood 2007"/>{{Sfn|Sanderson|1988|pp=671–673}} O culto das Ioguinis visava obter poderes especiais através da adoração esotérica da Xácti ou dos aspectos femininos do divino. Os grupos incluíam sororidades que participavam dos ritos.{{Sfn|Sanderson|1988|pp=671–673}}

Algumas tradições definiram poderes especiais de forma diferente. Por exemplo, os tântricos da Caxemira explicam os poderes como ''anima'' (consciência de que está presente em tudo), ''laghima'' (leveza, estar livre da suposta diversidade ou diferenças), ''mahima'' (peso, perceber que o limite está além da própria consciência), ''prapti'' (atingir, estar tranquilo e em paz com a própria natureza), ''prakamya'' (tolerância, compreender e aceitar a diversidade cósmica), ''vasita'' (controlar, perceber que sempre se tem poder para fazer o que quiser), ''isitva'' (autodomínio, um iogue é sempre livre).{{Sfn|Vasugupta|1992|pp=197–198 with note 117}} De forma mais ampla, as subtradições tântricas buscaram o conhecimento não-dual e a libertação esclarecedora abandonando todos os rituais e com a ajuda do raciocínio (''yuktih''), das escrituras (''sastras'') e do Guru iniciador.{{Sfn|Sanderson|1995|pp=45–47}}{{Sfn|Alexis Sanderson|2010|pp=260–262, 329–333}}

==== Xivaísmo da Caxemira ====
[[Ficheiro:Nandi,_the_Bull_Mount_of_Shiva_LACMA_M.87.272.10.jpg|esquerda|miniaturadaimagem| Uma estátua de Nandi do século III da Caxemira.]]
O [[xivaísmo da Caxemira]] é uma tradição influente dentro do xivaísmo que surgiu na Caxemira no primeiro milênio d.C. e prosperou nos primeiros séculos do segundo milênio, antes que a região fosse dominada pelas [[Conquista muçulmana da Índia|invasões islâmicas]] da região do [[Indocuxe]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=v5_Wk8QKSF4C|título=A Trident of Wisdom: Translation of Paratrisika-vivarana|ultimo=Abhinavagupta|ultimo2=Jaideva Singh|editora=State University of New York Press|ano=1989|páginas=ix–xiv|isbn=978-0-7914-0180-4|acessodata=14 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170315105255/https://books.google.com/books?id=v5_Wk8QKSF4C|arquivodata=15 de março de 2017}}, Quote: "After the demise of the Trika as a lineage in Kashmir in the late 13th century, due in large measure to the invasion of Islam, a few rare manuscripts of this important and complex text..."</ref> As tradições do xivaísmo da Caxemira tornaram-se contraídas devido ao Islã, exceto por sua preservação pelos [[pânditas da Caxemira]].<ref name="lawrenceiep">David Peter Lawrence (2012), [http://www.iep.utm.edu/kashmiri/ Kashmiri Shaiva Philosophy] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170312172048/http://www.iep.utm.edu/kashmiri/|date=12 de março de 2017}}, IEP</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=CGh-BgAAQBAJ&pg=PA402|título=The Changing World Religion Map: Sacred Places, Identities, Practices and Politics|ultimo=Stanley D. Brunn|editora=Springer|ano=2015|páginas=402–408|isbn=978-94-017-9376-6|acessodata=14 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170315104827/https://books.google.com/books?id=CGh-BgAAQBAJ&pg=PA402|arquivodata=15 de março de 2017}}</ref> A tradição renasceu no século XX devido especialmente à influência de [[Lakshman João|Swami Lakshmanjoo]] e seus alunos.<ref>{{Citar livro|título=Saṃvidullāsaḥ: manifestation of divine consciousness: Swami Lakshman Joo, saint-scholar of Kashmir Śaivism, a centenary tribute|data=2011|editora=D.K. Printworld|isbn=978-81-246-0414-4|edição=}}</ref>

O xivaísmo da Caxemira tem sido uma escola não dualista,{{Sfn|Sanderson|2009|p=221 with footnote 500}}{{Sfn|Sanderson|1995|pp=16-17}} e é distinta da tradição dualista ''Shaiva Siddhānta'' que também existia na Caxemira medieval.<ref>Flood, Gavin. D. 2006. The Tantric Body. P.61-66</ref><ref name="Flood, Gavin 1996. P.164-167" /><ref name="iepkasmirsaiva">[http://www.iep.utm.edu/kashmiri/ Kashmiri Shaiva Philosophy] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170312172048/http://www.iep.utm.edu/kashmiri/|date=12 de março de 2017}}, David Peter Lawrence, University of Manitoba, IEP (2010)</ref> Uma filosofia notável do xivaísmo monístico da Caxemira tem sido as ideias do ''[[Pratyabhijna]]'', particularmente aquelas dos estudiosos do século X [[Utpaladeva]] e do século XI [[Abinavagupta]] e [[Kshemaraja]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=dVJSChd9hOoC|título=Pratyabhijnahrdayam: The Secret of Self-recognition|ultimo=Jaideva Singh|editora=Motilal Banarsidass|ano=1982|páginas=3–5, 14–33|isbn=978-81-208-0323-7|acessodata=14 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170315104843/https://books.google.com/books?id=dVJSChd9hOoC|arquivodata=15 de março de 2017}}</ref><ref>Wallis, Christopher; Tantra Illuminated, Chapter 2, Kashmir Shaivism</ref> Seus extensos textos estabeleceram a teologia e a filosofia xaiva em uma estrutura [[Advaita Vedânta|advaita]] ([[monismo]]).<ref name="lawrenceiep">David Peter Lawrence (2012), [http://www.iep.utm.edu/kashmiri/ Kashmiri Shaiva Philosophy] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170312172048/http://www.iep.utm.edu/kashmiri/|date=12 de março de 2017}}, IEP</ref><ref name="Flood, Gavin 1996. P.164-167">Flood, Gavin. D. 1996. An Introduction to Hinduism. P.164-167</ref> Os ''Shiva Sutras'' de [[Vasugupta]] do século IX e suas ideias sobre ''Spanda'' também influenciaram esta e outras subtradições xaivas, mas é provável que textos xaivas muito mais antigos já tenham existido.<ref name="Flood, Gavin 1996. P.164-167" />{{Sfn|Muller-Ortega|2010|pp=15–16, 43–45, 118}}

Uma característica notável do xivaísmo da Caxemira foi a sua abertura e integração de ideias do xactismo, vaixnavismo e [[Vajrayana|Vajraiana]].<ref name="lawrenceiep">David Peter Lawrence (2012), [http://www.iep.utm.edu/kashmiri/ Kashmiri Shaiva Philosophy] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170312172048/http://www.iep.utm.edu/kashmiri/|date=12 de março de 2017}}, IEP</ref> Por exemplo, uma subtradição do xivaísmo da Caxemira adota a adoração da Deusa (xactismo), afirmando que a abordagem ao deus Xiva é através da deusa Xácti. Esta tradição combinou ideias monísticas com práticas tântricas. Outra ideia desta escola foi ''Trika'' (ou tríades modais de Xácti) e cosmologia desenvolvidas por [[Somananda]] no início do século X.<ref name="lawrenceiep" /><ref name="iepkasmirsaiva">[http://www.iep.utm.edu/kashmiri/ Kashmiri Shaiva Philosophy] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170312172048/http://www.iep.utm.edu/kashmiri/|date=12 de março de 2017}}, David Peter Lawrence, University of Manitoba, IEP (2010)</ref>{{Sfn|Muller-Ortega|2010|pp=7–8, 17–32}}

=== ''Nath'' ===
[[Ficheiro:Gorakshanath.jpg|miniaturadaimagem|208x208px| [[Goraknath]] fundou o movimento monástico ''Nath Shaiva''.]]
[[Nath (hinduísmo)|''Nath'']], uma subtradição Shaiva que surgiu de uma tradição do ''Siddha'' muito mais antiga baseada no [[Ioga]].{{Sfn|Mallinson|2012|pp=407–421}} Os naths consideram Xiva como "Adinatha" ou o primeiro guru, e tem sido um movimento pequeno, mas notável e influente na [[Índia]], cujos devotos eram chamados de "yogi" ou "jogi", devido aos seus modos monásticos não convencionais e à ênfase no ioga.{{Sfn|Jones|Ryan|2006|pp=169–170, 308}}<ref name="Natha">[https://www.britannica.com/topic/Natha Natha] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170304121833/https://www.britannica.com/topic/Natha|date=4 de março de 2017}}, Encyclopedia Britannica (2007)</ref><ref name="Singleton2010p27">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=tUgBIrn5REwC&pg=PA27|título=Yoga Body: The Origins of Modern Posture Practice|ultimo=Mark Singleton|editora=Oxford University Press|ano=2010|páginas=27–39|isbn=978-0-19-974598-2|acessodata=14 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170304173842/https://books.google.com/books?id=tUgBIrn5REwC&pg=PA27|arquivodata=4 de março de 2017}}</ref>

A teologia do Nath integrou a filosofia das tradições do [[Advaita Vedânta|Advaita Vedanta]] e [[budismo]]. Os seus métodos não convencionais desafiaram todas as premissas ortodoxas, explorando práticas obscuras e evitadas pela sociedade como um meio de compreender a teologia e ganhar poderes interiores. A tradição remonta a [[Matsyendranath]] do século IX ou X e às ideias e organização desenvolvidas por [[Gorakshanath]].{{Sfn|Mallinson|2012|pp=407–421}} Eles combinaram práticas teístas, como adorar deusas e seus [[Guru|gurus]] históricos em templos, bem como objetivos monísticos de alcançar a libertação ou ''[[Moksha|jivan-mukti]]'' em vida, alcançando o estado perfeito (''siddha'') de realizar a unidade de si mesmo e de tudo com Xiva.{{Sfn|Muller-Ortega|2010|pp=36–38}}{{Sfn|Mallinson|2012|pp=407–421}}

Eles formaram organizações monásticas,{{Sfn|Mallinson|2012|pp=407–421}} e alguns deles se metamorfosearam em ascetas guerreiros para resistir à perseguição durante o domínio islâmico do subcontinente indiano.<ref name="thapar165">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=3ZZ8T8tZc4YC&pg=PA165|título=Somanatha|ultimo=Romila Thapar|editora=Penguin Books|ano=2008|páginas=165–166|isbn=978-0-14-306468-8|acessodata=19 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170317154632/https://books.google.com/books?id=3ZZ8T8tZc4YC&pg=PA165|arquivodata=17 de março de 2017}}</ref>{{Sfn|Rigopoulos|1998|pp=99-104, 218}}<ref>{{Citar periódico |título=Warrior Ascetics in Indian History |periódico=Journal of the American Oriental Society |número=1 |ultimo=Lorenzen |primeiro=David N. |ano=1978 |paginas=61–75 |doi=10.2307/600151 |jstor=600151 |volume=98}}</ref>

=== Lingaiatismo ===
[[Ficheiro:Necklace_with_Shiva's_Family_LACMA_M.85.140.jpg|miniaturadaimagem|261x261px| Um colar com pingente contendo o símbolo [[linga]] de Xiva é usado pelos lingaiates.<ref name="olson244">Carl Olson (2007), The Many Colors of Hinduism: A Thematic-historical Introduction, Rutgers University Press, {{ISBN|978-0813540689}}, pages 243–244</ref>]]
O [[Lingayatismo|lingaiatismo]], também conhecido como xivaísmo de [[Virabhadra|Vira]], é uma tradição religiosa xivaíta distinta na [[Índia]].<ref name="britlingayat">[https://www.britannica.com/topic/Lingayat Lingayat: Hindu sect] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170202121919/https://www.britannica.com/topic/Lingayat|date=2 de fevereiro de 2017}}, Encyclopedia Britannica (2015)</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=2yEVAAAAIAAJ&pg=PA5|título=Contributions to Asian Studies|ultimo=Aziz Ahmad|ultimo2=Karigoudar Ishwaran|editora=Brill Academic|ano=1973|acessodata=11 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170215003331/https://books.google.com/books?id=2yEVAAAAIAAJ&pg=PA5|arquivodata=15 de fevereiro de 2017}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=bV5ElF17ezwC&pg=PA83|título=Princely India Re-imagined: A Historical Anthropology of Mysore from 1799 to the present|ultimo=Aya Ikegame|editora=Routledge|ano=2013|isbn=978-1-136-23909-0|acessodata=11 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170214234243/https://books.google.com/books?id=bV5ElF17ezwC&pg=PA83|arquivodata=14 de fevereiro de 2017}}</ref> Foi fundada pelo filósofo e estadista do século XII [[Basava]] e difundida por seus seguidores, chamados [[Zareh Sharan|xaranas]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=kLs3AAAAIAAJ&pg=PA77|título=Lingayat Religion – Tradition and Modernity in Bhakti Movements, Jayant Lele|editora=Brill Archive|ano=1981|isbn=9004063706|acessodata=22 de maio de 2015}}</ref>

O lingaiatismo enfatiza o [[Vishishtadvaita|monismo qualificado]] e [[Bhakti|bácti]] (devoção amorosa) a Xiva, com fundamentos filosóficos semelhantes aos do filósofo do sul da Índia dos séculos XI e XII, [[Ramanuja]].<ref name="britlingayat">[https://www.britannica.com/topic/Lingayat Lingayat: Hindu sect] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170202121919/https://www.britannica.com/topic/Lingayat|date=2 de fevereiro de 2017}}, Encyclopedia Britannica (2015)</ref> Seu culto é notável pela forma iconográfica de ''Ishtalinga'', que os adeptos usam.<ref>Fredrick Bunce (2010), Hindu deities, demi-gods, godlings, demons, and heroes, {{ISBN|9788124601457}}, page 983</ref><ref name="janpeter">Jan Peter Schouten (1995), Revolution of the Mystics: On the Social Aspects of Vīraśaivism, Motilal Banarsidass, {{ISBN|978-8120812383}}, pages 2–3</ref> Grandes comunidades de lingaiates são encontradas no estado de Carnataca, no sul da Índia, e em regiões próximas.<ref name="britlingayat">[https://www.britannica.com/topic/Lingayat Lingayat: Hindu sect] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170202121919/https://www.britannica.com/topic/Lingayat|date=2 de fevereiro de 2017}}, Encyclopedia Britannica (2015)</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=iUoOAQAAMAAJ|título=Encyclopedia of Modern Asia|ultimo=David Levinson|ultimo2=Karen Christensen|editora=Gale|ano=2002|isbn=978-0-684-80617-4|acessodata=11 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170214234047/https://books.google.com/books?id=iUoOAQAAMAAJ|arquivodata=14 de fevereiro de 2017}}; Quote: "The Lingayats are a Hindu sect concentrated in the state of Karnataka (a southern provincial state of India), which covers 191,773 square kilometers. The Lingayats constitute around 20 percent of the total population in that state."</ref>{{Sfn|A. K. Ramanujan|1973}} O lingaiatismo tem sua própria literatura teológica com subtradições teóricas sofisticadas.{{Sfn|R. Blake Michael|1992|pp=168–175}}

Eles foram influentes no [[Reino de Bisnaga|Império Vijaianagara]] hindu, que reverteu as conquistas territoriais dos governantes muçulmanos, após as invasões da região de Decã, primeiro pelo [[Sultanato de Déli]] e mais tarde por outros sultanatos. Os lingaiates consideram sua escritura como ''[[Basava Purana]]'', que foi concluída em 1369 durante o reinado do governante vijaianagara [[Bukka Raya I]].<ref name="Rice1982p64">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=2fhCH-NRatUC&pg=PA64|título=A History of Kannada Literature|ultimo=Edward P. Rice|editora=Asian Educational Services|ano=1982|páginas=64–72|isbn=978-81-206-0063-8|acessodata=11 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170215013237/https://books.google.com/books?id=2fhCH-NRatUC&pg=PA64|arquivodata=15 de fevereiro de 2017}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=sUJuAAAAMAAJ|título=Divining the Deccan|ultimo=Bill Aitken|editora=Oxford University Press|ano=1999|páginas=109–110, 213–215|isbn=978-0-19-564711-2|acessodata=11 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170215013220/https://books.google.com/books?id=sUJuAAAAMAAJ|arquivodata=15 de fevereiro de 2017}}</ref> Os pensadores do Lingaiate (viraxaivas) rejeitaram o domínio da custódia dos brâmanes sobre os [[Vedas]] e os [[Shastra|xastras]], mas não rejeitavam completamente o conhecimento védico.<ref name="leelaprasad">Leela Prasad (2012), Poetics of Conduct: Oral Narrative and Moral Being in a South Indian Town, Columbia University Press, {{ISBN|978-0231139212}}, page 104</ref><ref name="roghair7">{{Harvnb|Velcheru Narayana Rao|Gene H. Roghair|2014|p=7}}</ref> O poeta telugu Virashaiva do século XIII, [[Palkuriki Somanatha]], autor das escrituras do lingaiatismo, por exemplo, afirmou: "O Viraxaivismo está totalmente em conformidade com os [[Vedas]] e os xastras."<ref name="leelaprasad" /><ref name="roghair7" />

== Demografia ==
Não há dados de censo disponíveis sobre a história demográfica ou tendências das tradições do hinduísmo.<ref>[http://www.pewforum.org/2012/12/18/global-religious-landscape-hindu/ The global religious landscape: Hindus] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20200209012719/https://www.pewforum.org/2012/12/18/global-religious-landscape-hindu/|date=9 de fevereiro de 2020}}, Pew Research (2012)</ref> Existem grandes comunidades xivaítas nos estados de [[Tâmil Nadu]], [[Carnataca]], [[Telanganá]], [[Querala]] e [[Andra Pradexe]], no sul da Índia, bem como em [[Jamu e Caxemira (território da União)|Jamu e Caxemira]], [[Himachal Pradexe]] e [[Utaracanda]]. Comunidades substanciais também são encontradas em [[Harianá]], [[Maarastra|Maharastra]] e no centro de [[Utar Pradexe]].<ref>{{Citar web|url=https://such.forumotion.com/t10657-kashmir-shaivism-from-kashmir-to-tamil-nadu|titulo=Kashmir Shaivism: From Kashmir to Tamil Nadu|data=6 de fevereiro de 2013|acessodata=31 de janeiro de 2021|publicado=Such.Forumotion|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210205190330/https://such.forumotion.com/t10657-kashmir-shaivism-from-kashmir-to-tamil-nadu|arquivodata=5 de fevereiro de 2021|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://shaivam.org/scripture/English-Articles/1397/saivism-of-the-tamils|titulo=Shaivism in Tamils|data=|acessodata=31 de janeiro de 2021|publicado=Shaivam.org|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210204111054/https://shaivam.org/scripture/English-Articles/1397/saivism-of-the-tamils|arquivodata=4 de fevereiro de 2021|urlmorta=live}}</ref>
[[Ficheiro:3_Buddha_and_Shiva_Linga_Vajrayana_Buddhism.jpg|miniaturadaimagem| O xivaísmo e o budismo se desenvolveram em conjunto em muitas regiões. Acima, uma imagem sincrética de [[Yoni]]-Linga com quatro relevos do [[Sidarta Gautama|Buda]] em um templo vajraiana.]]
De acordo com Gavin Flood, as tradições do xivaísmo e do xactismo são difíceis de separar, já que muitos hindus xaivas reverenciam a deusa Xácti regularmente.<ref name="flood200shakti">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=SKBxa-MNqA8C|título=The Blackwell Companion to Hinduism|ultimo=Gavin Flood|editora=John Wiley & Sons|ano=2008|isbn=978-0-470-99868-7|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191223102025/https://books.google.com/books?id=SKBxa-MNqA8C|arquivodata=23 de dezembro de 2019}}, Quote: "it is often impossible to meaningfully distinguish between Saiva and Sakta traditions".</ref> As denominações do hinduísmo, afirma Julius Lipner, são diferentes daquelas encontradas nas principais religiões do mundo, porque as denominações hindus são confusas com indivíduos reverenciando deuses e deusas [[Henoteísmo|policentricamente]], com muitos adeptos xaivas e vaixnavas reconhecendo Sri ([[Lakshimi|Lácximi]]), [[Parvati]], [[Sarasvati]] e outros aspectos da deusa [[Devi]]. Da mesma forma, os hindus xactas reverenciam Xiva e deusas como Parvati, [[Durga]], [[Radha|Rada]], [[Sita]] e Sarasvati, importantes nas tradições xaivas e vaixnavas.<ref>Lipner, Julius J. (2009). ''Hindus: Their Religious Beliefs and Practices''. 2ª ed. Routledge, {{ISBN|978-0-415-45677-7}}, pp. 40–41, 302–315, 371–375</ref>

== Influência ==
Xiva é um deus pan-hindu e as ideias do xivaísmo sobre o Ioga e como o deus das artes performáticas ([[Nataraja]]) têm influenciado todas as tradições do hinduísmo.

O xivaísmo foi altamente influente no sudeste da Ásia a partir do final do século VI, particularmente nos reinos Khmer e Cham da Indochina, e nas principais ilhas da [[Indonésia]], como Sumatra, Java e Bali.{{Sfn|Sanderson|2009|pp=44–45 with footnotes}} Esta influência no [[Camboja]] clássico, no [[Vietnã]] e na [[Tailândia]] continuou quando o budismo maaiana chegou com os mesmos indianos.{{Sfn|Chakravarti|1986|p=171}}<ref name="Subramanian1989">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=vnO2BMPdYEoC&pg=PA140|título=Buddhist Remains in Āndhra and the History of Āndhra Between 225 & 610 A.D.|ultimo=K. R. Subramanian|data=1 de janeiro de 1989|editora=Asian Educational Services|páginas=140–|isbn=978-81-206-0444-5|acessodata=8 de fevereiro de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170315005522/https://books.google.com/books?id=vnO2BMPdYEoC&pg=PA140|arquivodata=15 de março de 2017}}</ref>

No xivaísmo da Indonésia, o nome popular para Xiva é ''Bhattara Guru'', que é derivado do sânscrito ''Bhattaraka'', que significa "nobre senhor".<ref>R. Ghose (1966), Saivism in Indonesia during the Hindu-Javanese period, The University of Hong Kong Press, pages 16, 123, 494–495, 550–552</ref> Ele é conceituado como um gentil professor espiritual, o primeiro de todos os [[Guru|Gurus]] nos textos hindus indonésios, refletindo o aspecto [[Dakshinamurti|Dacxinamurti]] de Xiva no subcontinente indiano.<ref>R. Ghose (1966), Saivism in Indonesia during the Hindu-Javanese period, The University of Hong Kong Press, pages 130–131, 550–552</ref> No entanto, o Batara Guru tem mais aspectos do que o Xiva indiano, pois os hindus indonésios mesclaram seus espíritos e heróis com ele. A esposa de Batara Guru no sudeste da Ásia é a mesma divindade hindu [[Durga]], popular desde os tempos antigos, e ela também tem um caráter complexo com manifestações benevolentes e ferozes, cada uma visualizada com nomes diferentes, como [[Uma (deusa)|Uma]], Sri, Cáli e outros.<ref>Hariani Santiko (1997), [https://www.jstor.org/stable/1178725 The Goddess Durgā in the East-Javanese Period] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180822214426/https://www.jstor.org/stable/1178725|date=22 de agosto de 2018}}, Asian Folklore Studies, Vol. 56, No. 2, pp. 209–226</ref><ref name="ghose15">R. Ghose (1966), Saivism in Indonesia during the Hindu-Javanese period, The University of Hong Kong Press, pages 15–17</ref> Xiva foi chamado de Sadasiva, Paramasiva, Mahadeva em formas benevolentes, e Cala, [[Bhairava|Bairava]], [[Maacala|Mahacala]] em suas [[Deidades iradas|formas ferozes]].<ref name="ghose15" /> Os textos hindus indonésios apresentam a mesma diversidade filosófica das tradições do xivaísmo encontradas no subcontinente. No entanto, entre os textos que sobreviveram até a era contemporânea, os mais comuns são os de ''Shaiva Siddhanta'' (também chamado localmente de ''Siwa Siddhanta'', ''Sridanta'').<ref>R. Ghose (1966), Saivism in Indonesia during the Hindu-Javanese period, The University of Hong Kong Press, pages 155–157, 462–463</ref>

À medida que as ideias do [[movimento Bhakti]] se espalharam no sul da Índia, o devocionalismo xivaíta tornou-se um movimento potente em Carnataca e Tâmil Nadu. O xivaísmo foi adotado por várias dinastias hindus governantes como religião oficial (embora outras tradições hindus, o budismo e o jainismo, continuassem em paralelo), incluindo a [[Império Chola|Chola]] e a [[Rajapute]]. Uma tendência semelhante foi testemunhada no início da Indonésia medieval com o império [[Império de Majapait|Majapaite]] e a [[Península da Malásia|Malásia]] pré-islâmica.<ref>Sastri, K.A. Nilakanta. "A Historical Sketch of Saivism", in: Bhattacharyya (1956), Volume IV pages 63 -78.</ref><ref>Para mais sobre o assunto da influência xivaíta na Indonésia, pode-se ler N.J.Krom, Inleiding tot de Hindoe-Javaansche Kunst/Introduction to Hindu-Javanese Art, The Hague, Martinus Nijhof, 1923</ref> No reino hindu do Nepal, no Himalaia, o xivaísmo permaneceu uma forma popular de hinduísmo e co-evoluiu com o budismo maaiana e vajraiana.
[[Ficheiro:God_marriage_AS.jpg|esquerda|miniaturadaimagem| [[Ardanaríxvara]] em postura sentada apresentando simbolicamente a Xácti feminina como parte inseparável do Xiva masculino.]]

=== Xactismo ===
A tradição hindu da Deusa chamada [[Shaktismo|xactismo]] está intimamente relacionada ao xivaísmo. Em muitas regiões da Índia, não apenas as ideias do xivaísmo influenciaram a evolução do xactismo, mas o próprio xivaísmo também foi influenciado por ele e progressivamente incluiu a reverência pelo [[feminino]] divino (Devi) como uma parceira igual e essencial do [[masculino]] divino (Xiva).{{Sfn|Sanderson|2009|pp=45–52 with footnotes}} A deusa Xácti nos estados orientais da Índia é considerada a parceira inseparável do deus Xiva. De acordo com Gavin Flood, a proximidade entre as tradições do xivaísmo e do xactismo é tal que estas tradições do Hinduísmo são por vezes difíceis de separar.<ref name="flood200shakti">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=SKBxa-MNqA8C|título=The Blackwell Companion to Hinduism|ultimo=Gavin Flood|editora=John Wiley & Sons|ano=2008|isbn=978-0-470-99868-7|acessodata=10 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191223102025/https://books.google.com/books?id=SKBxa-MNqA8C|arquivodata=23 de dezembro de 2019}}, Quote: "it is often impossible to meaningfully distinguish between Saiva and Sakta traditions".</ref> Alguns xaivas adoram nos templos de Xiva e Xácti.{{Sfn|Flood|2003|pp=202–204}}

=== Tradição ''Smarta'' ===
Xiva faz parte do ''[[Smarta]]'', às vezes chamado de ''smartismo'', outra tradição do hinduísmo.<ref name="Bühnemann2003p60">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=kQf2m8VaC_oC&pg=PA60|título=Mandalas and Yantras in the Hindu Traditions|ultimo=Gudrun Bühnemann|editora=BRILL Academic|ano=2003|isbn=978-9004129023|autorlink=Gudrun Bühnemann|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170205143322/https://books.google.com/books?id=kQf2m8VaC_oC&pg=PA60|arquivodata=5 de fevereiro de 2017}}</ref> Os hindus ''smartas'' estão associados à teologia [[Advaita Vedânta|Advaita Vedanta]] e suas práticas incluem uma etapa intermediária que incorpora reverência simultânea a cinco divindades, que inclui Xiva junto com [[Vixnu]], [[Suria]], Devi e Ganexa. Isso é chamado de [[Panchayatana puja|puja do Panchaiatana]]. Os ''smartas'' aceitam assim a divindade primária do xivaísmo como um meio para os seus objetivos espirituais.{{Sfn|Flood|1996|p=17}}

Filosoficamente, a tradição ''Smarta'' enfatiza que todos os ídolos ([[murti]]) são ícones do saguna [[Bramã]], um meio de realizar a Realidade Última abstrata chamada de nirguna Bramã. Os cinco ou seis ícones são vistos por ''smartas'' como representações múltiplas do único [[Saguna brahman|saguna bramã]] (ou seja, um Deus pessoal com forma), e não como seres distintos.<ref name="Flood1996p17a">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/introductiontohi0000floo|título=An Introduction to Hinduism|ultimo=Gavin D. Flood|editora=Cambridge University Press|ano=1996|isbn=978-0-521-43878-0}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=wWqaD9Hz1bMC|título=Darśan: Seeing the Divine Image in India|ultimo=Diana L. Eck|editora=Columbia University Press|ano=1998|isbn=978-0-231-11265-9|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200225230234/https://books.google.com/books?id=wWqaD9Hz1bMC|arquivodata=25 de fevereiro de 2020}}</ref> O objetivo final desta prática é fazer a transição além do uso de ícones e, em seguida, seguir um caminho filosófico e meditativo para compreender a unidade de Átmã e Bramã (Realidade Suprema metafísica) – como "[[Tat Tvam Asi|Tal és Tu]]".<ref name="Bühnemann2003p60">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=kQf2m8VaC_oC&pg=PA60|título=Mandalas and Yantras in the Hindu Traditions|ultimo=Gudrun Bühnemann|editora=BRILL Academic|ano=2003|isbn=978-9004129023|autorlink=Gudrun Bühnemann|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170205143322/https://books.google.com/books?id=kQf2m8VaC_oC&pg=PA60|arquivodata=5 de fevereiro de 2017}}</ref><ref name="lexicon">[https://www.himalayanacademy.com/readlearn/basics/four-sects The Four Denominations of Hinduism] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170328151222/https://www.himalayanacademy.com/readlearn/basics/four-sects|date=28 de março de 2017}}, Basics of Hinduism, Kauai Hindu Monastery</ref><ref name="Harle1994p141">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/artarchitectureo00harl|título=The Art and Architecture of the Indian Subcontinent|ultimo=James C. Harle|editora=Yale University Press|ano=1994|páginas=[https://archive.org/details/artarchitectureo00harl/page/140 140]–142, 191, 201–203|isbn=978-0-300-06217-5}}</ref>

O [[puja]] de Panchaiatana que incorpora Xiva tornou-se popular na Índia medieval e é atribuído a [[Adi Xancara]] do século VIII,<ref name="Bühnemann2003p60">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=kQf2m8VaC_oC&pg=PA60|título=Mandalas and Yantras in the Hindu Traditions|ultimo=Gudrun Bühnemann|editora=BRILL Academic|ano=2003|isbn=978-9004129023|autorlink=Gudrun Bühnemann|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170205143322/https://books.google.com/books?id=kQf2m8VaC_oC&pg=PA60|arquivodata=5 de fevereiro de 2017}}</ref><ref name="lexicon">[https://www.himalayanacademy.com/readlearn/basics/four-sects The Four Denominations of Hinduism] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170328151222/https://www.himalayanacademy.com/readlearn/basics/four-sects|date=28 de março de 2017}}, Basics of Hinduism, Kauai Hindu Monastery</ref> mas evidências arqueológicas sugerem que esta prática é muito anterior ao nascimento de Adi Xancara. Muitas [[Mandala|mandalas]] e templos panchaiatanas foram descobertos e são do período do [[Império Gupta]], e um conjunto panchaiatana da vila de Nand (cerca de 24 quilômetros de [[Ajmer]]) foi datado como pertencente à era do [[Império Cuchana]] (pré-300 d.C.).<ref name="Williams1981p2">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=-qoeAAAAIAAJ|título=Kalādarśana: American Studies in the Art of India|ultimo=Frederick Asher|editora=BRILL Academic|ano=1981|editor-sobrenome=Joanna Gottfried Williams|páginas=1–4|isbn=90-04-06498-2|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170205102943/https://books.google.com/books?id=-qoeAAAAIAAJ|arquivodata=5 de fevereiro de 2017}}</ref> De acordo com James Harle, os principais templos hindus do primeiro milênio d.C. comumente incorporavam a arquitetura panchaiatana, de [[Orissa|Odixa]] a Carnataca e Caxemira. Grandes templos geralmente apresentam múltiplas divindades no mesmo complexo de templos, enquanto alguns incluem explicitamente divindades de fusão, como [[Harihara]] (metade Xiva, metade Vixnu).<ref name="Harle1994p141">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/artarchitectureo00harl|título=The Art and Architecture of the Indian Subcontinent|ultimo=James C. Harle|editora=Yale University Press|ano=1994|páginas=[https://archive.org/details/artarchitectureo00harl/page/140 140]–142, 191, 201–203|isbn=978-0-300-06217-5}}</ref>

=== Vixenuísmo ===
{{Imagem múltipla
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| footer = Iconografia do xivaísmo no [[Camboja]], no local do rio [[Kbal Spean]]. Como na Índia, o sítio também apresenta iconografia relacionada ao vaixnavismo.<ref>{{cite book|author1=Anupa Pande|author2=Parul Pandya Dhar|title=Cultural Interface of India with Asia: Religion, Art and Architecture|url=https://books.google.com/books?id=PvxtAAAAMAAJ|year=2004|publisher=National Museum Institute|isbn=978-81-246-0262-1|pages=159 com nota 13|access-date=26 de março de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20170327011608/https://books.google.com/books?id=PvxtAAAAMAAJ|archive-date=27 de março de 2017}}</ref>
}}Os textos vaixnavas mencionam Xiva com reverência. Por exemplo, o ''[[Vixenu Purana|Vishnu Purana]]'' concentra-se principalmente na teologia do deus hindu [[Vixnu]] e seus [[Avatar|avatares]] como [[Krishna|Críxna]], mas elogia [[Brama]] e Xiva e afirma que eles são um com Vixnu.{{Sfn|Rocher|1986|p=246, 248 with footnote 501}} O Vixnu Sahasranama no ''Mahabharata'' lista mil atributos e epítetos de Vixnu. A lista identifica Xiva com Vishnu.{{Sfn|Lipner|2012|pp=319–320}}

A inclusão reverente de ideias e iconografia xaivas é muito comum nos principais templos vaixnavas, como o simbolismo [[Dakshinamurti|Dacxinamurti]] do pensamento xaiva é frequentemente consagrado na parede sul do templo principal dos principais templos vaixnavas na Índia peninsular.{{Sfn|Stella Kramrisch|1993|p=57}} Os templos [[Harihara]] dentro e fora do subcontinente indiano combinaram historicamente Xiva e Vixnu, como no templo Lingaraj Mahaprabhu em Bhubaneshwar, Odixa. De acordo com Julius Lipner, as tradições do vixenuísmo, como o [[Sri Vixenuísmo|Sri Vaixnavismo]], abrangem Xiva, Ganexa e outros, não como divindades distintas do politeísmo, mas como manifestação polimórfica do mesmo princípio divino supremo, proporcionando ao devoto um acesso policêntrico ao espiritual.{{Sfn|Lipner|2012|pp=312–313, 315–317, 374–375}}

Da mesma forma, as tradições xaivas abraçaram reverentemente outros deuses e deusas como manifestações do mesmo divino.{{Sfn|Lipner|2012|pp=319–333}} O ''[[Escanda Purana|Skanda Purana]]'', por exemplo na seção 6.254.100 afirma: "Aquele que é Xiva é Vixnu, aquele que é Vixnu é Sadaxiva."{{Sfn|Kramrisch|1994a|p=438}}

=== Sauraísmo (divindade do Sol) ===
O deus do sol chamado [[Suria]] é uma antiga divindade do hinduísmo, e vários antigos reinos hindus, especialmente nas regiões noroeste e oriental do subcontinente indiano, reverenciavam Suria. Esses devotos chamados sauras já tiveram um grande corpus de textos teológicos, e a literatura xivaísta os reconhece com reverência.{{Sfn|Sanderson|2009|pp=53–58 with footnotes}} Por exemplo, o texto xaiva ''Srikanthiyasamhita'' menciona 85 textos sauras, quase todos os quais se acredita terem sido perdidos durante a invasão islâmica e o período de governo, exceto por grandes trechos encontrados embutidos em manuscritos xaivas descobertos nas montanhas do Himalaia. O xivaísmo incorporou ideias sauras, e os manuscritos sauras sobreviventes, como ''Saurasamhita,'' reconhecem a influência do xivaísmo, de acordo com Alexis Sanderson, atribuindo-se "ao cânone do texto xaiva ''Vathula-Kalottara''".{{Sfn|Sanderson|2009|pp=53–58 with footnotes}}

=== Movimentos do Ioga ===
[[Ficheiro:Shiva_Bijapur.jpg|miniaturadaimagem| Muitos templos xaivas apresentam Xiva em pose de ioga.]]
Ioga e meditação têm sido parte integrante do xivaísmo e ele tem sido um grande inovador de técnicas como as do [[Hataioga]].<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/hathayogaitscont0000burl|título=Haṭha-Yoga: Its Context, Theory, and Practice|ultimo=Mikel Burley|editora=Motilal Banarsidass|ano=2000|páginas=[https://archive.org/details/hathayogaitscont0000burl/page/6 6]–12, 59|isbn=978-81-208-1706-7|autorlink=Mikel Burley}}</ref><ref>Alexis Sanderson (1999), [http://www.alexissanderson.com/uploads/6/2/7/6/6276908/sanderson_yoga_of_mrgendra.pdf YOGA IN ŚAIVISM] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20161019164616/http://www.alexissanderson.com/uploads/6/2/7/6/6276908/sanderson_yoga_of_mrgendra.pdf|date=19 de outubro de 2016}}, Oxford University, pages 1-7</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=jPK2spNnwm4C&pg=PA181|título=Theory and Practice of Yoga : 'Essays in Honour of Gerald James Larson|ultimo=Paul E Muller-Ortega|editora=Motilal Banarsidass|ano=2008|editor-sobrenome=Knut A. Jacobsen|páginas=181–192|isbn=978-81-208-3232-9|acessodata=2 de abril de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170402173924/https://books.google.com/books?id=jPK2spNnwm4C&pg=PA181|arquivodata=2 de abril de 2017}}</ref> Muitos dos principais templos de Xiva e centros de ''tritha'' (peregrinação) xaivas retratam a iconografia antropomórfica de Xiva como uma estátua gigante em que Xiva é um iogue solitário meditando,<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=OsI7Hy8H34YC&pg=PA161|título=Divine Enterprise: Gurus and the Hindu Nationalist Movement|ultimo=Lise McKean|editora=University of Chicago Press|ano=1996|páginas=161–163|isbn=978-0-226-56009-0|acessodata=14 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170315005243/https://books.google.com/books?id=OsI7Hy8H34YC&pg=PA161|arquivodata=15 de março de 2017}}</ref> assim como os textos xaivas.{{Sfn|Indira Viswanathan Peterson|2014|pp=96-97}}

Em diversas tradições xaivas, como o xivaísmo da Caxemira, qualquer pessoa que busque compreensão pessoal e crescimento espiritual é chamada de [[iogue]]. Os ''Shiva [[Sutra|Sutras]]'' (aforismos) do xivaísmo ensinam ioga de várias formas. De acordo com [[Mark Dyczkowski]], ioga – que significa literalmente "união" – para esta tradição significou a "realização de nossa verdadeira natureza inerente que é inerentemente maior do que nossos pensamentos podem conceber", e que o objetivo do ioga é ser o "livre, eterno, beato, perfeito, infinito espiritualmente consciente" que se é em essência.{{Sfn|Vasugupta|1992|pp=7–8}}

Muitas tradições xaivas que enfatizam o Ioga surgiram na Índia medieval, que refinaram os métodos ióguicos, introduzindo técnicas de Hataioga. Um desses movimentos foram os iogues ''[[Nath (hinduísmo)|Nath]]'', uma subtradição do xivaísmo que integrava a filosofia do Advaita Vedanta e das tradições do budismo. Foi fundado por [[Matsyendranath]] e desenvolvido por [[Gorakshanath]].<ref name="Natha">[https://www.britannica.com/topic/Natha Natha] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170304121833/https://www.britannica.com/topic/Natha|date=4 de março de 2017}}, Encyclopedia Britannica (2007)</ref><ref name="Singleton2010p27">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=tUgBIrn5REwC&pg=PA27|título=Yoga Body: The Origins of Modern Posture Practice|ultimo=Mark Singleton|editora=Oxford University Press|ano=2010|páginas=27–39|isbn=978-0-19-974598-2|acessodata=14 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170304173842/https://books.google.com/books?id=tUgBIrn5REwC&pg=PA27|arquivodata=4 de março de 2017}}</ref><ref>[http://eprints.soas.ac.uk/17972/1/Nath%20Sampradaya.FP.pdf Nath Sampradaya] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170517022952/http://eprints.soas.ac.uk/17972/1/Nath%20Sampradaya.FP.pdf|date=17 de maio de 2017}}, James Mallinson (2011), Brill Encyclopedia of Hinduism, Vol. 3, Brill Academic, pp. 407–428.</ref> Os textos desses iogas enfatizando as tradições hindus apresentam suas ideias no contexto xivaísta.{{Nota de rodapé|1=Por exemplo:
{{Quote|
<poem>
[Será] impossível realizar as próprias funções a menos que se seja mestre de si mesmo.
Portanto, esforce-se pelo autodomínio, buscando conquistar o caminho ascendente.
Ter autodomínio é ser um iogue (yogitvam). [v. 1–2]
[...]
Qualquer que seja a realidade que ele alcance através do Ioga cuja sequência acabo de explicar,
ele percebe ali um estado de consciência cujo objeto é tudo o que permeia.
Deixando de lado o que permanece fora, ele deve usar sua visão para penetrar tudo [dentro].
Então, uma vez que ele tenha transcendido todas as realidades inferiores, ele deverá buscar o nível de Xiva. [v. 51–53]
[...]
Como pode uma pessoa cuja consciência está dominada pela experiência sensual estabilizar sua mente?
Resposta: Xiva não ensinou esta disciplina (sādhanam) para indivíduos que [já] não estão insatisfeitos. [v. 56–57]
[...]
</poem>
|Bhatta Narayanakantha, ''Mrigendratantra'' (parafraseado). Transl: Alexis Sanderson<ref>Alexis Sanderson (1999), Yoga in Śaivism: The Yoga Section of the Mṛgendratantra, University of Oxford, pp. 4, 22–25</ref>}}|grupo=nota}}
[[Ficheiro:2017_Nataraja_Shiva_at_Badami_Hindu_temple,_Sculpture_de_Siva.jpg|esquerda|miniaturadaimagem| Xiva Nataraja dançante nos templos das grutas de Badami do século VI.]]

=== Artes performáticas hindus ===
Xiva é o senhor da dança e das artes dramáticas no Hinduísmo.<ref name="panthey1987">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=GUBXNueBQo0C|título=Iconography of Śiva in Pahāṛī Paintings|ultimo=Saroj Panthey|editora=Mittal Publications|ano=1987|páginas=59–60, 88|isbn=978-81-7099-016-1|acessodata=14 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170205083742/https://books.google.com/books?id=GUBXNueBQo0C|arquivodata=5 de fevereiro de 2017}}</ref><ref name="rao227">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=e7mP3kDzGuoC|título=Elements of Hindu Iconography|ultimo=T. A. Gopinatha Rao|editora=Motilal Banarsidass|ano=1997|páginas=223–229, 237|isbn=978-81-208-0877-5|acessodata=14 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170315012920/https://books.google.com/books?id=e7mP3kDzGuoC|arquivodata=15 de março de 2017}}</ref><ref>[http://www.artic.edu/aic/collections/artwork/24548 Shiva as Lord of the Dance (Nataraja), Chola period, c. 10th/11th century] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170215105555/http://www.artic.edu/aic/collections/artwork/24548|date=15 de fevereiro de 2017}} The Art Institute of Chicago, United States</ref> Isso é celebrado nos templos xaivas como [[Nataraja]], que normalmente mostra Xiva dançando em uma das poses do antigo texto hindu sobre artes performáticas chamado ''[[Natya Shastra]]''.<ref name="rao227" /><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=e7mP3kDzGuoC|título=Elements of Hindu Iconography|ultimo=T. A. Gopinatha Rao|editora=Motilal Banarsidass|ano=1997|páginas=236–238, 247–258|isbn=978-81-208-0877-5|acessodata=14 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170315012920/https://books.google.com/books?id=e7mP3kDzGuoC|arquivodata=15 de março de 2017}}</ref><ref>Gomathi Narayanan (1986), [https://www.jstor.org/stable/40874102 SHIVA NATARAJA AS A SYMBOL OF PARADOX] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180928115107/https://www.jstor.org/stable/40874102|date=28 de setembro de 2018}}, Journal of South Asian Literature, Vol. 21, No. 2, page 215</ref>

O Xiva dançante como metáfora para celebrar a vida e as artes é muito comum nos templos hindus antigos e medievais. Por exemplo, é encontrado nos [[templos das grutas de Badami]], nas [[grutas de Ellora]], em [[Conjunto de Templos de Khajuraho|Khajuraho]], em [[Chidambaram]] e outros. A ligação xaiva com as artes performáticas é celebrada em [[Dança clássica indiana|danças clássicas indianas]] como [[Bharatanatyam]] e [[Chhau]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=JR1rj6wxlo8C|título=Indian Art in Detail|ultimo=Anna Libera Dallapiccola|editora=Harvard University Press|ano=2007|isbn=978-0-674-02691-9|acessodata=14 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170315005404/https://books.google.com/books?id=JR1rj6wxlo8C|arquivodata=15 de março de 2017}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=fTLlcGlkdjkC&pg=PA1|título=The Dance of Siva: Religion, Art and Poetry in South India|ultimo=David Smith|editora=Cambridge University Press|ano=2003|páginas=1–2|isbn=978-0-521-52865-8|acessodata=14 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170315005506/https://books.google.com/books?id=fTLlcGlkdjkC&pg=PA1|arquivodata=15 de março de 2017}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=GkvSAQAAQBAJ&pg=PA489|título=The Oxford Handbook of Religion and the Arts|ultimo=Frank Burch Brown|editora=Oxford University Press|ano=2014|páginas=489–490|isbn=978-0-19-517667-4|acessodata=14 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170315013021/https://books.google.com/books?id=GkvSAQAAQBAJ&pg=PA489|arquivodata=15 de março de 2017}}</ref>

=== Budismo ===
O budismo e o xivaísmo interagiram e influenciaram-se desde os tempos antigos, tanto no Sul da Ásia como no Sudeste Asiático. Seus ''siddhas'' e tradições esotéricas, em particular, se sobrepuseram a tal ponto que budistas e hindus adorariam no mesmo templo, como no [[Seto Machindranath]]. No Sudeste Asiático, as duas tradições não foram apresentadas em termos competitivos ou polêmicos, mas sim como dois caminhos alternativos que conduzem aos mesmos objetivos de libertação, com os teólogos a discordarem sobre qual deles é mais rápido e mais simples.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=WvYQAQAAIAAJ|título=Syncretism in Religion: A Reader|ultimo=Anita M. Leopold|ultimo2=Jeppe Sinding Jensen|editora=Routledge|ano=2005|isbn=978-0-415-97361-8|acessodata=19 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170320062633/https://books.google.com/books?id=WvYQAQAAIAAJ|arquivodata=20 de março de 2017}}</ref> Os estudiosos discordam se uma tradição sincrética emergiu do budismo e do xivaísmo ou se foi uma coalizão com livre empréstimo de ideias, mas concordam que as duas tradições coexistiram pacificamente.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=0b-6wpalR40C&pg=PA328|título=The Cambridge History of Southeast Asia|ultimo=Nicholas Tarling|editora=Cambridge University Press|ano=1999|páginas=328–329|isbn=978-0-521-66369-4|autorlink=Nicholas Tarling|acessodata=19 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170320053242/https://books.google.com/books?id=0b-6wpalR40C&pg=PA328|arquivodata=20 de março de 2017}}</ref>

A primeira evidência de uma estreita relação entre o xivaísmo e o budismo vem dos sítios arqueológicos e esculturas danificadas do subcontinente noroeste da Índia, como [[Gandara]]. Estes são datados por volta do século I d.C., com Xiva retratado nas artes budistas.<ref name="Blurton1993p84" />{{Nota de rodapé|1=Algumas imagens mostram imagens de proto-Vixnu.<ref name="Blurton1993p84">{{cite book|author=T. Richard Blurton|title=Hindu Art|url=https://books.google.com/books?id=xJ-lzU_nj_MC|year=1993|publisher=Harvard University Press|isbn=978-0-674-39189-5|pages=84–85, 191|access-date=25 de março de 2017|archive-url=https://web.archive.org/web/20160630131216/https://books.google.com/books?id=xJ-lzU_nj_MC|archive-date=30 de junho de 2016|url-status=live}}</ref>|grupo=nota}} O [[Avalokiteshvara]] budista está ligado a Xiva em muitas dessas artes,<ref name="Blurton1993p30">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=xJ-lzU_nj_MC|título=Hindu Art|ultimo=T. Richard Blurton|editora=Harvard University Press|ano=1993|páginas=29–30, 84–85|isbn=978-0-674-39189-5|acessodata=25 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160630131216/https://books.google.com/books?id=xJ-lzU_nj_MC|arquivodata=30 de junho de 2016}}</ref> mas em outras Xiva está ligado ao [[bodisatva]] [[Maitreia]], sendo mostrado carregando seu próprio pote de água como os sacerdotes védicos.<ref name="Blurton1993p84" /> De acordo com Richard Blurton, as obras antigas mostram que o Bodisatva da Compaixão no budismo tem muitas características em comum com Xiva no xivaísmo.<ref name="Blurton1993p30" /> O sincretismo xaiva e budista continua na era contemporânea na ilha de Bali, na Indonésia.<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/introductiontobu00harv_0|título=An Introduction to Buddhism: Teachings, History and Practices|ultimo=Peter Harvey|editora=Cambridge University Press|ano=1990|páginas=[https://archive.org/details/introductiontobu00harv_0/page/143 143]–144|isbn=978-0-521-31333-9}}</ref> No Budismo da Ásia Central e em suas artes históricas, o sincretismo e uma expressão compartilhada dos temas do xivaísmo, do budismo e do Tantra têm sido comuns.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=uM8eAgAAQBAJ|título=India in the Chinese Imagination: Myth, Religion, and Thought|ultimo=John Kieschnick|ultimo2=Meir Shahar|editora=University of Pennsylvania Press|ano=2013|páginas=79–80|isbn=978-0-8122-4560-8|acessodata=29 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170329150333/https://books.google.com/books?id=uM8eAgAAQBAJ|arquivodata=29 de março de 2017}}</ref>

O sincretismo entre o budismo e o xivaísmo foi particularmente marcado no sudeste da Ásia, mas não foi o único, mas sim um fenômeno comum também observado nas regiões orientais do subcontinente indiano, no sul e nas regiões do Himalaia.<ref name="rghose4">R. Ghose (1966), Saivism in Indonesia during the Hindu-Javanese period, The University of Hong Kong Press, pages 4–6, 14–16, 94–96, 160–161, 253</ref> Esta tradição continua na Bali Indonésia, predominantemente hindu, na era moderna, onde Buda é considerado o irmão mais novo de Xiva.<ref name="rghose4" />{{Nota de rodapé|1=Da mesma forma, na tradição de vaixnavismo hindu, Buda é considerado um dos [[avatar]]es de Vixnu.<ref>{{cite book| author= James Lochtefeld| year= 2002| title= The Illustrated Encyclopedia of Hinduism, Vol. 1&2| publisher= Rosen Publishing| isbn= 0-8239-2287-1| page= [https://archive.org/details/illustratedencyc0000loch/page/128 128]| url= https://archive.org/details/illustratedencyc0000loch/page/128}}</ref>|grupo=nota}} Na Java pré-islâmica, o xivaísmo e o budismo eram considerados religiões muito próximas e aliadas, embora não fossem religiões idênticas.<ref>R. Ghose (1966), Saivism in Indonesia during the Hindu-Javanese period, The University of Hong Kong Press, pages 160–165</ref>{{Nota de rodapé|1=Textos medievais hindus da Indonésia equacionam Buda com Siwa (Xiva) e Janardana (Vixnu).<ref>J.L. Moens, Het Buddhisme Java en Sumatra in Zijn laatste boeiperiods, T.B.G., pp. 522–539, 550; {{oclc|10404094}}, Quote: “He Janardana is the excellent Dewa in the form of Buddha, the Kula Bhairava."</ref>|grupo=nota}} Essa ideia também é encontrada nas esculturas e templos dos estados orientais da Índia e da região do Himalaia. Por exemplo, os templos hindus nessas regiões mostram [[Harihara]] (meio Xiva, meio Vixnu) flanqueado por um [[Sidarta Gautama|Buda]] em pé à sua direita e um [[Suria]] (deus hindu do Sol) em pé à esquerda.<ref>R. Ghose (1966), Saivism in Indonesia during the Hindu-Javanese period, The University of Hong Kong Press, pages 94–96, 253</ref><ref>Rk Sahu (2011), [http://odisha.gov.in/e-magazine/Orissareview/2011/Dec/engpdf/28-34.pdf Iconography of Surya in the Temple Art of Odisha] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20161010215354/http://odisha.gov.in/e-magazine/Orissareview/2011/Dec/engpdf/28-34.pdf|date=10 de outubro de 2016}}, Orissa Review, Volume 11, page 31</ref>

Nos principais festivais dos hindus de Bali, como o [[Nyepi]] – um "festival do silêncio", as observações são oficiadas por sacerdotes budistas e xaivas.<ref name="rghose4">R. Ghose (1966), Saivism in Indonesia during the Hindu-Javanese period, The University of Hong Kong Press, pages 4–6, 14–16, 94–96, 160–161, 253</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=dKdkAAAAMAAJ|título=Cosmogony and creation in Balinese tradition|ultimo=Christiaan Hooykaas|editora=Koninklijk Instituut voor Taal-, Land- en Volkenkunde|ano=1974|volume=Bibliotheca Indonesica, Volumes 9–10|páginas=1–3|acessodata=28 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170328105934/https://books.google.com/books?id=dKdkAAAAMAAJ|arquivodata=28 de março de 2017}}</ref><ref>Jacob Ensink (1978), Siva-Buddhism in Java and Bali, ''Buddhism in Ceylon and studies on religious syncretism in Buddhist countries'', Vol. 133, Vandenhoeck & Ruprecht, pages 146–177</ref>

=== Jainismo ===
O [[jainismo]] coexistiu com a cultura xaiva desde os tempos antigos, particularmente no oeste e no sul da Índia, onde recebeu apoio real dos reis hindus das dinastias Chauluquia, Ganga e Rastracuta.{{Sfn|Sanderson|2009|p=243}} No final do primeiro milênio d.C., o jainismo também desenvolveu uma cultura ritual tântrica semelhante à xaiva com deusas-mantra.{{Sfn|Sanderson|2009|p=243}}{{Sfn|Gray|2016|p=17}} Esses rituais jainistas visavam benefícios mundanos usando ''japas'' (recitação de mantras) e fazendo oferendas no fogo [[Homa (ritual)|Homa]].{{Sfn|Sanderson|2009|p=243}}

De acordo com Alexis Sanderson, a ligação e o desenvolvimento das deusas xaivas em deusas jainas são mais transparentes do que uma conexão semelhante entre o xivaísmo e o budismo.{{Sfn|Sanderson|2009|pp=243–244}} O texto jainista do século XI ''Bhairavapadmavatikalpa'', por exemplo, iguala Padmavati do jainismo com Tripura-bhairavi do xivaísmo e do xactismo. Entre as principais deusas do jainismo que estão enraizadas no panteão hindu, particularmente xaiva, incluem Lácximi e Vagixvari (Sarasvati) do mundo superior na cosmologia jainistas, Vidyadevis do mundo intermediário e [[Yakshi|Yakshis]] como [[Ambika|Ambica]], Chacrexvari, Padmavati e [[Jvalamalini]] do mundo inferior de acordo com o jainismo.{{Sfn|Sanderson|2009|p=243}}

A iconografia xaiva-xacta é encontrada nos principais templos jainistas. Por exemplo, o templo Osian do jainismo perto de Jodhpur apresenta [[Chamunda]], [[Durga]], [[Shitala|Xitala]] e um Bhairava nu.{{Sfn|Sanderson|2009|pp=245–246}} Embora as práticas xaivas e jainas tivessem sobreposição considerável, a interação entre a comunidade jaina e a comunidade xaiva diferia na aceitação de sacrifícios rituais de animais diante das deusas. Os jainas permaneciam estritamente vegetarianos e evitavam o sacrifício de animais, enquanto os xaivas aceitavam a prática.{{Sfn|Sanderson|2009|pp=245–249}}

== Templos e peregrinação ==
{{Mapa de locais importantes do xivaísmo na Índia}}
Puranas e Ágamas xaivas, e outras literaturas regionais, referem-se aos templos por vários termos como ''Mandir'', ''Shivayatana'', ''Shivalaya'', ''Shambhunatha'', ''Jyotirlingam'', ''Shristhala'', ''Chattraka'', ''Bhavaggana'', ''Bhuvaneshvara'', ''Goputika'', ''Harayatana'', ''Kailasha'', ''Mahadevagriha'', ''Saudhala'' e outros.<ref>Monier Monier-Williams, Sanskrit-English Dictionary with Etymology, Oxford University Press</ref> No sudeste da Ásia, os templos xaivas são chamados de [[Candi]] (Java),<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=MsLiCQAAQBAJ|título=Candi Indonesia: Seri Jawa: Indonesian-English|ultimo=Edi Sedyawati|ultimo2=Hariani Santiko|ultimo3=Hasan Djafar|editora=Direktorat Jenderal Kebudayaan|ano=2013|páginas=4–15|isbn=978-602-17669-3-4|numero-autores=etal|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170314152207/https://books.google.com/books?id=MsLiCQAAQBAJ|arquivodata=14 de março de 2017}}</ref> [[Pura (templo)|Pura]] (Bali),<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=L2nfb7UyssMC|título=Balinese Worlds|ultimo=Fredrik Barth|editora=University of Chicago Press|ano=1993|páginas=31–36|isbn=978-0-226-03834-6|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170314071445/https://books.google.com/books?id=L2nfb7UyssMC|arquivodata=14 de março de 2017}}</ref> e [[Wat]] ([[Camboja]] e regiões próximas).<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=pNmfdAKFpkQC|título=The Religions of India: A Concise Guide to Nine Major Faiths|ultimo=Roshen Dalal|editora=Penguin Books|ano=2010|isbn=978-0-14-341517-6|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170418131501/https://books.google.com/books?id=pNmfdAKFpkQC|arquivodata=18 de abril de 2017}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=VzTFCwAAQBAJ&pg=PA222|título=Khon Mask : Thailand Heritage|ultimo=Jack M. Clontz|editora=MOCA Bangkok|ano=2016|isbn=978-1-78301-872-7|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170314071453/https://books.google.com/books?id=VzTFCwAAQBAJ&pg=PA222|arquivodata=14 de março de 2017}}</ref>

Muitos dos locais de peregrinação relacionados com Xiva, como Varanasi, Amarnath, Kedarnath, Somnath e outros, são amplamente considerados sagrados no hinduísmo. Eles são chamados de ''kṣétra'' (sânscrito: क्षेत्र<ref>Monier-Williams Sanskrit-English Dictionary, [http://sanskrit.inria.fr/MW/73.html क्षेत्र] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20160912063425/http://sanskrit.inria.fr/MW/73.html|date=12 de setembro de 2016}} "sacred spot, place of pilgrimage".</ref>). Um ''kṣétra'' tem muitos templos, incluindo um ou mais templos importantes. Esses templos e sua localização atraem peregrinações chamadas ''tirtha'' (ou ''tirthayatra'').<ref>Knut A. Jacobsen (2012), Pilgrimage in the Hindu Tradition: Salvific Space, Routledge, {{ISBN|978-0415590389}}</ref>

Muitas das literaturas históricas dos Puranas incorporam guias de turismo para centros de peregrinação e templos relacionados ao xivaísmo.{{Sfn|Ariel Glucklich|2008|p=146, '''Quote:''' The earliest promotional works aimed at tourists from that era were called ''mahatmyas''}} Por exemplo, o ''[[Escanda Purana|Skanda Purana]]'' trata principalmente de ''Tirtha Mahatmyas'' (guias de peregrinação) para vários pontos geográficos,{{Sfn|Ariel Glucklich|2008|p=146, '''Quote:''' The earliest promotional works aimed at tourists from that era were called ''mahatmyas''}} mas também inclui um capítulo afirmando que um templo e ''tirtha'' são, em última análise, um estado de espírito e uma vida cotidiana virtuosa.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=IarXAAAAMAAJ|título=Pilgrims in Hindu Holy Land: Sacred Shrines of the Indian Himalayas|ultimo=Geoffrey Waring Maw|editora=Sessions Book Trust|ano=1997|isbn=978-1-85072-190-1|acessodata=29 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170216202914/https://books.google.com/books?id=IarXAAAAMAAJ|arquivodata=16 de fevereiro de 2017}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=iBiJCwAAQBAJ&pg=PA76|título=Tagore at Home in the World|ultimo=Sanjukta Dasgupta|ultimo2=Chinmoy Guha|editora=SAGE Publications|ano=2013|isbn=978-81-321-1149-8|acessodata=29 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170330124831/https://books.google.com/books?id=iBiJCwAAQBAJ&pg=PA76|arquivodata=30 de março de 2017}}</ref>

Os principais rios do subcontinente indiano e sua confluência (''sangam''), nascentes naturais, origem do [[rio Ganges]] (e ''pancha-ganga''), juntamente com altas montanhas como [[Kailasha|Cailaxa]] com o [[Lago Manasarovar]] são locais particularmente reverenciados no xivaísmo.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=wWqaD9Hz1bMC|título=Darśan: Seeing the Divine Image in India|ultimo=Diana L. Eck|editora=Columbia University Press|ano=1998|páginas=65–67|isbn=978-0-231-11265-9|acessodata=13 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200225230234/https://books.google.com/books?id=wWqaD9Hz1bMC|arquivodata=25 de fevereiro de 2020}}</ref><ref name="saraswati6" /> Doze locais de ''[[jyotirlinga]]'' em toda a Índia foram locais de peregrinação particularmente importantes no xivaísmo, representando a luz radiante (''jyoti'') do infinito,<ref name="Lochtefeld">Lochtefeld 2002, pp. 324-325</ref><ref name="E. U. Harding">Harding 1998, pp. 158-158</ref><ref name="paris_congress">Vivekananda Vol. 4</ref> de acordo com o [[Shiva Purana|''Śiva Mahāpurāṇa'']].<ref name="R.">{{Harvnb|Venugopalam|2003|pp=92–95}}</ref> Eles são o [[Templo Somnath|Somnatha]], [[Templo Mallikarjuna|Mallikarjuna]], [[Mahakaleshwar Jyotirlinga|Mahakaleshwar]], [[Omkareshwar]], [[Templo Kedarnath|Kedarnatha]], [[Templo Bhimashankar|Bhimashankar]], [[Templo Kashi Vishwanath|Visheshvara]], [[Templo Trimbakeshwar Shiva|Trayambakesvara]], [[Vaidyanath Jyotirlinga|Vaidyanatha]], [[Nageshvara Jyotirlinga|Nageshvara]], [[Templo Ramanathaswamy|Rameshvara]] e [[Templo Grishneshwar|Grishneshwar]].<ref name="saraswati6">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=cqEcAAAAMAAJ&pg=PA2|título=Traditions of Tirthas in India: The Anthropology of Hindu Pilgrimage|ultimo=B Sarawati|editora=N.K. Bose Memorial Foundation|ano=1985|páginas=5–7, 12|acessodata=29 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170330114119/https://books.google.com/books?id=cqEcAAAAMAAJ&pg=PA2|arquivodata=30 de março de 2017}}</ref> Outros textos mencionam cinco ''Kedras'' (Kedarnatha, Tunganatha, Rudranatha, Madhyamesvara e Kalpeshvara), cinco Badris (Badrinatha, Pandukeshvara, Sujnanien, Anni matha e Urghava), lingam de neve de Amarnatha, chama de Jwalamukhi, todos do rio Narmada e outros.<ref name="saraswati6" /> ''Kashi'' ([[Varanasi]]) é declarado como particularmente especial em numerosos textos xaivas e Upanixades, bem como nas [[Upanishads Sannyasa|Upanixades saniasas]] pan-hindus, como a ''[[Jabala Upanishad]]''.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=cqEcAAAAMAAJ&pg=PA2|título=Traditions of Tirthas in India: The Anthropology of Hindu Pilgrimage|ultimo=B Sarawati|editora=N.K. Bose Memorial Foundation|ano=1985|páginas=36–41|acessodata=29 de março de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170330114119/https://books.google.com/books?id=cqEcAAAAMAAJ&pg=PA2|arquivodata=30 de março de 2017}}</ref><ref>{{Citar livro|título=The Samnyasa Upanisads|ultimo=Olivelle|primeiro=Patrick|editora=Oxford University Press|ano=1992|páginas=141–143|isbn=978-0-19-507045-3}}</ref>

Os primeiros poetas do movimento Bhakti do xivaísmo compuseram poemas sobre peregrinação e templos, usando esses locais como metáforas para jornadas espirituais internas.<ref>Indira Peterson (1983), ''Lives of the wandering singers: Pilgrimage and poetry in Tamil Śaivite hagiography'', History of Religions, University of Chicago Press, Vol. 22, No. 4, pages 338–360</ref><ref>Indira Peterson (1982), ''[https://www.jstor.org/stable/601112 Singing of a place: pilgrimage as metaphor and motif in the Tēvāram songs of the Tamil Śaivite saints] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170330083539/http://www.jstor.org/stable/601112|date=30 de março de 2017}}'', Journal of the American Oriental Society, Vol. 102, No. 1, pages 69–90</ref>

== Ver também ==

* [[Chaturdasa Devata]]

{{Notas}}
{{Referências}}

== Bibliografia ==
{{refbegin|35em}}
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* {{cite book|title=Elements of Poetry in the Mahābhārata|last=Sharma|first=Ram Karan|publisher=Motilal Banarsidass|isbn=978-81-208-0544-6|year=1988|location=Delhi}} Second edition.
* {{Citation|last=Tattwananda|first=Swami|year=1984|title=Vaisnava Sects, Saiva Sects, Mother Worship|place=Calcutta|publisher=Firma KLM Private Ltd.|edition=First Revised}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=o6-n4ulAsdIC|title=The Aphorisms of Siva: The Siva Sutra with Bhaskara's Commentary, the Varttika|author1=Vasugupta|publisher=State University of New York Press|isbn=978-0-7914-1264-0|translator=Mark Dyczkowski|year=1992}}
* * {{Citation|last=Kramrisch|first=Stella|title=The Presence of Śiva|year=1994a|publisher=Princeton University Press|location=Princeton, New Jersey|isbn=978-0691019307|url=https://archive.org/details/presenceofsivamy00skra}}
*{{Cite book|url=https://books.google.com/books?id=ZtnNw_hiA9oC&q=jyotirlinga&pg=PT113|title=Meditation: Any Time Any Where|last=Venugopalam|first=R.|publisher=B. Jain Publishers (P) Ltd.|isbn=81-8056-373-1|year=2003|place=Delhi|edition=First}}
* {{cite book|title=History of Indian Literature|last=Winternitz|first=Maurice|publisher=Oriental Books Reprint Corporation|year=1972|location=New Delhi}} Second revised reprint edition. Two volumes. First published 1927 by the University of Calcutta.
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Revisão das 20h22min de 11 de fevereiro de 2024

Xivaísmo

Xiva (acima) é a divindade primária do xivaísmo. Ritual em Muni ki Reti, Rixiquexe
Xivaísmo
Bandeira de Nandi, o touro sagrado de Xiva, um dos símbolos do xivaísmo

O xivaísmo ou xaivismo[1] (em sânscrito: शैवसम्प्रदायः, transl. Śaivasampradāyaḥ; tâmil: சைவம்) é uma das principais tradições hindus, que adora Xiva[2][3][4] como o Ser Supremo. Uma das maiores denominações hindus,[5][6] incorpora muitas subtradições que vão desde o teísmo devocional dualista, como o Shaiva Siddhanta, até ao idealismo monístico orientado ao ioga, como o xivaísmo da Caxemira.[7][8][9] Considera os textos dos Vedas e dos Ágamas como importantes fontes de teologia.[10][11][12] De acordo com uma estimativa de 2010 de Johnson e Grim, o xivaísmo é a segunda maior seita do hinduísmo, constituindo cerca de 253 milhões ou 26,6% dos hindus.[5][13]

O xivaísmo se desenvolveu como um amálgama de religiões e tradições pré-védicas derivadas das tradições e filosofias tâmeis do sul do Shaiva Siddhanta, que foram assimiladas na tradição não-védica de Xiva.[14] No processo de sanscritização e formação do hinduísmo, começando nos últimos séculos a.C., essas tradições pré-védicas alinharam-se com a divindade védica Rudra e outras divindades védicas, incorporando as tradições não-védicas de Xiva no rebanho védico-bramânico.[3][15]

Tanto o xivaísmo devocional quanto o monista tornaram-se populares no primeiro milênio d.C., tornando-se rapidamente a tradição religiosa dominante de muitos reinos hindus.[3] Chegou ao Sudeste Asiático pouco depois, levando à construção de milhares de templos xaivas nas ilhas da Indonésia, bem como no Camboja e no Vietnã, coevoluindo com o budismo nestas regiões.[16][17]

A teologia xivaísta varia de Xiva sendo o criador, preservador e destruidor até ser o mesmo que o Átmã (Eu ou Alma eterna) dentro de si mesmo e de cada ser vivo. Está intimamente relacionado ao xactismo, e alguns xaivas adoram nos templos de Xiva e Xácti.[9] É a tradição hindu que mais aceita a vida ascética e enfatiza a ioga e, como outras tradições hindus, incentiva o indivíduo a descobrir e ser um com Xiva dentro de si.[7][8][18] Os seguidores do xivaísmo são chamados de xaivas (do sânscrito shaiva[19]), xivaítas ou xivaístas.[20]

Etimologia e nomenclatura

Xiva (śiva, em sânscrito: शिव) significa literalmente gentil, amigável, gracioso ou auspicioso.[21][22] Como nome próprio, significa "O Auspicioso".[22]

A palavra Xiva é usada como adjetivo no Rig Veda, como epíteto para diversas divindades riguevédicas, incluindo Rudra.[23] O termo Xiva também conota "libertação, emancipação final" e "o auspicioso". Este sentido de uso de adjetivo é dirigido a muitas divindades nas camadas védicas da literatura.[24][25] O termo evoluiu do védico Rudra-Shiva para o substantivo Shiva nos Épicos e nos Puranas, como uma divindade auspiciosa que é o "criador, reprodutor e dissolvedor".[24][26]

A palavra sânscrita śaiva ou shaiva (xaiva) significa "relacionado ao deus Shiva",[27] enquanto as crenças, práticas, história, literatura e subtradições relacionadas constituem o xivaísmo.[28]

Visão geral

A reverência a Xiva é uma das tradições pan-hindus amplamente encontradas em toda a Índia, predominantemente no sul da Índia, no Sri Lanka e no Nepal.[29][30] Embora Xiva seja amplamente reverenciado, o próprio hinduísmo é uma religião complexa e um modo de vida, com uma diversidade de ideias sobre espiritualidade e tradições. Não tem ordem eclesiástica, nem autoridades religiosas inquestionáveis, nem corpo governante, nem profeta(s) nem qualquer livro sagrado vinculativo; os hindus podem escolher ser politeístas, panteístas, monoteístas, monistas, agnósticos, ateus ou humanistas.[31][32][33]

O xivaísmo é uma tradição importante dentro do hinduísmo com uma teologia predominantemente relacionada ao deus hindu Xiva. O xivaísmo tem muitas subtradições diferentes com variações regionais e diferenças de filosofia.[34] O xivaísmo possui uma vasta literatura com diferentes escolas filosóficas que vão desde o não-dualismo, o dualismo, e escolas mistas.[35]

Origens e história

O desenvolvimento de várias escolas de xivaísmo desde a adoração inicial de Rudra.[36]

As origens do xivaísmo não são claras e são motivo de debate entre os estudiosos, pois é um amálgama de cultos e tradições pré-védicas e da cultura védica.[37]

Civilização do Vale do Indo

O selo "Pashupati" da civilização do Vale do Indo.

Alguns traçam as origens à civilização do Vale do Indo, que atingiu seu pico por volta de 2.500–2.000 a.C.[38][39] Descobertas arqueológicas mostram selos que sugerem uma divindade que se parece um pouco com Xiva. Destes está o selo de Pashupati, que os primeiros estudiosos interpretaram como alguém sentado em pose de ioga meditando, cercado por animais e com chifres.[40] Este "Pashupati" (Senhor dos Animais, sânscrito paśupati)[41] foi interpretado por esses estudiosos como um protótipo de Xiva. Gavin Flood caracteriza essas visões como "especulativas", dizendo que não fica claro no selo se a figura tem três faces, ou se está sentada em postura de ioga, ou mesmo que a forma pretenda representar uma figura humana.[39][42]

Outros estudiosos afirmam que a escrita do Vale do Indo permanece indecifrada e a interpretação do selo de Pashupati é incerta. Segundo Srinivasan, a proposta de que seja um proto-Xiva pode ser um caso de projeção de "práticas posteriores em achados arqueológicos".[43][44] Da mesma forma, Asko Parpola afirma que outros achados arqueológicos, como os primeiros selos elamitas datados de 3.000-2.750 a.C., mostram figuras semelhantes e estas foram interpretados como "touro sentado" e não um iogue, e que a interpretação do touro é provavelmente mais precisa.[39][45]

Elementos védicos

O Rigveda (~1500–1200 a.C.) tem a primeira menção clara de Rudra em seus hinos 2.33, 1.43 e 1.114. O texto também inclui um Satarudriya, um hino influente com centenas de epítetos incorporados para Rudra, que é citado em muitos textos xaivas da era medieval, bem como recitado nos principais templos hindus de Xiva na contemporaneidade. No entanto, a literatura védica apresenta apenas a teologia escriturística, mas não atesta a existência do xivaísmo.[39]

A Shvetashvatara Upanishad, provavelmente composta antes do Bhagavad Gita por volta do século IV a.C., contém os fundamentos teístas do xivaísmo envoltos em uma estrutura monística. Ele contém os termos e ideias-chave do xivaísmo, como Xiva, Rudra, Mahesvara, Guru, Bhakti, Ioga, Átmã, Bramã e autoconhecimento.[39][46]

Surgimento do xivaísmo

nota=A representação itifálica da forma ereta conota exatamente o oposto neste contexto.[47] Contextualiza a "retenção seminal" e a prática do celibato[48] (ilustração de Urdhva Retas),[49][50] e representa Laculixa conforme "ele representa o controle completo dos sentidos e a suprema renúncia carnal".[47] e ao lado de um touro, sua montaria, como no xivaísmo.[51][52][53] A divindade foi descrita pelos cuchanos posteriores em sua cunhagem como "Oesho", uma possivelmente divindade cuchana.[52]

De acordo com Gavin Flood, "a formação das tradições Śaiva como as entendemos começa a ocorrer durante o período de 200 a.C. a 100 AD".[54] Xiva provavelmente não era originalmente um deus bramânico,[55][56] mas acabou sendo incorporado ao rebanho bramânico.[56][57] O Xiva pré-védico adquiriu uma proeminência crescente à medida que seu culto assimilou numerosas "fés mais rudes" e suas mitologias,[58] e os Épicos e Puranas preservam mitos e lendas pré-védicas dessas tradições assimiladas pelo culto de Xiva.[57] A crescente proeminência de Xiva foi facilitada pela identificação com uma série de divindades védicas, como Puruxa, Rudra, Agni, Indra, Prajapati, Vaio, entre outras.[59] Os seguidores de Xiva foram gradualmente aceitos no rebanho bramânico, sendo autorizados a recitar alguns dos hinos védicos.[60]

O Mahābhāṣya de Patânjali, datado do século II a.C., menciona o termo Shiva-bhagavata na seção 5.2.76. Patânjali, ao explicar as regras gramaticais de Pánini, afirma que este termo se refere a um devoto vestido com peles de animais e carregando uma ayah sulikah (lança de ferro, lança tridente)[61] como um ícone que representa seu deus.[54][62][63] A Shvetashvatara Upanishad (final do primeiro milênio a.C.) menciona termos como Rudra, Shiva e Mahexvarã,[64][65] mas sua interpretação como um texto teísta ou monista do xivaísmo é contestada.[66][67] Nos primeiros séculos da era comum está a primeira evidência clara do xivaísmo de Pāśupata.[3]

O Mahabharata menciona ascetas xaivas, como nos capítulos 4.13 e 13.140.[68] Outras evidências que possivelmente estão ligadas à importância do xivaísmo nos tempos antigos estão na epigrafia e na numismática, como na forma de relevos proeminentes semelhantes a Xiva nas moedas de ouro da era do Império Cuchana. No entanto, isto é controverso, pois uma hipótese alternativa para estes relevos baseia-se no Oesho zoroastrista. De acordo com Flood, moedas datadas dos antigos reis indo-gregos, sacas e partas que governaram partes do subcontinente indiano após a chegada de Alexandre, o Grande, também mostram a iconografia de Xiva, mas esta evidência é fraca e sujeita a inferências concorrentes.[54][69]

As inscrições encontradas na região do Himalaia, como as do vale de Katmandu, no Nepal, sugerem que o xivaísmo (particularmente o monismo de Pashupata) foi estabelecido nesta região durante o reinado dos máurias e dos guptas do subcontinente indiano, por volta do século V. Essas inscrições foram datadas por técnicas modernas entre 466 e 645 d.C.[70]

Xivaísmo purânico

Xiva (meio) é o ser supremo do xivaísmo, acompanhado por seu filho Ganexa (esquerda) e consorte Parvati (direita). Pintura de Raja Ravi Varma.

Durante o Império Gupta (c. 320-500 d.C.), o gênero da literatura purânica se desenvolveu na Índia, e muitos desses Puranas contêm capítulos extensos sobre o xivaísmo – junto com o vaixnavismo, o xactismo, as tradições do Smarta dos brâmanes e outros tópicos – sugerindo a importância de xivaísmo até então.[39][62] Os Puranas xaivas mais importantes deste período incluem o Shiva Purana e o Linga Purana.[39][69]

Desenvolvimento pós-Gupta

Xiva com Trixula, adorado na Ásia Central. Panjaquente, Uzbequistão, séculos VII-VIII d.C. Museu Hermitage.

A maioria dos reis guptas, começando com Chandragupta II (Vicramaditia) (375–413 d.C.), eram conhecidos como Parama Bhagavatas ou Bhagavata vaixnavas e foram ardentes promotores do vixenuísmo.[71][72] Mas após as invasões hunas, especialmente as dos hunos alconos por volta de 500 d.C., o Império Gupta declinou e fragmentou-se, acabando por entrar em colapso completo, com o efeito de desacreditar o vaixnavismo, a religião que vinha promovendo com tanto ardor.[73] As potências regionais recém-surgidas no centro e norte da Índia, como os aulicaras, os maucaris, os maitracas, os calachuris ou os vardanas preferiram adotar o xivaísmo, dando um forte impulso ao desenvolvimento do culto a Xiva.[73] O vixenuísmo permaneceu forte principalmente nos territórios que não foram afetados por estes acontecimentos: Sul da Índia e Caxemira.[73]

No início do século VII, o peregrino budista chinês Xuanzang (Huen Tsang) visitou a Índia e escreveu um livro de memórias em chinês que menciona a prevalência de templos de Xiva em todo o norte do subcontinente indiano, incluindo na região do Indocuche, como o Nuristão.[74][75] Entre os séculos V e XI d.C., grandes templos xaivas foram construídos nas regiões central, sul e leste do subcontinente, incluindo aqueles nos templos das grutas de Badami, Aihole, Grutas de Elefanta, Grutas de Ellora (Kailasha, caverna 16), Khajuraho, Bhuvaneshwara, Chidambaram, Madurai e Conjeevaram.[74]

Os principais estudiosos de tradições hindus concorrentes da segunda metade do primeiro milênio d.C., como Adi Xancara do Advaita Vedanta e Ramanuja do vixenuísmo, mencionam várias seitas xaivas, particularmente os quatro grupos: Pashupata, Lakulisha, Xaiva tântrico e Kapalika. A descrição é conflitante, com alguns textos afirmando que as tradições tântrica, purânica e védica do xivaísmo são hostis entre si, enquanto outros sugerem que sejam subtradições amigáveis. Alguns textos afirmam que os capálicas rejeitam os Vedas e estão envolvidos em experimentações extremas,[nota 1] enquanto outros afirmam que as subtradições xaivas reverenciam os Vedas, mas não são purânicas.[78]

Sul da Índia

O xivaísmo era a tradição predominante no sul da Índia, coexistindo com o budismo e o jainismo, antes dos alvares vaixnavas lançarem o movimento Bhakti no século VII, e estudiosos influentes do Vedanta, como Ramanuja, desenvolveram uma estrutura filosófica e organizacional que ajudou a expandir o vixenuísmo. Embora ambas as tradições do hinduísmo tenham raízes antigas, dada a sua menção em épicos como o Mahabharata, o xivaísmo floresceu no sul da Índia muito antes.[79]

O Mantramarga do xivaísmo, de acordo com Alexis Sanderson, forneceu um modelo para os posteriores, embora independentes e altamente influentes, tratados Pancaratrika do vaixnavismo. Isto é evidenciado em textos hindus como o Isvarasamhita, Padmasamhita e Paramesvarasamhita.[79]

O Templo Shore dos séculos VII a VIII em Mahabalipuram é um Patrimônio Mundial da UNESCO. Possui milhares de esculturas relacionadas ao xivaísmo.[80]

Junto com a região do Himalaia que se estende da Caxemira até o Nepal, a tradição xaiva no sul da Índia tem sido uma das maiores fontes de manuscritos preservados relacionados ao xivaísmo da Índia antiga e medieval.[81] A região também foi fonte de artes hindus, arquitetura de templos e comerciantes que ajudaram a espalhar o xivaísmo no sudeste da Ásia no início do primeiro milênio d.C.[82][83][84]

Existem dezenas de milhares de templos hindus onde Xiva é a divindade primária ou reverencialmente incluído na forma antropomórfica ou anicônica (lingam, ou svayambhu).[85][86] Numerosos templos históricos xaivas sobreviveram em Tâmil Nadu, Querala, partes de Andra Pradexe e Carnataca.[87] Gudimallam é o lingam mais antigo conhecido e foi datado entre os séculos III e I a.C. É um lingam de pedra esculpido com um metro e meio de altura e uma imagem antropomórfica de Xiva em um dos lados. Este antigo lingam fica no distrito de Chittoor, em Andra Pradexe.[86][88][89]

Sudeste da Ásia

Uma colagem de imagens de ícones e templos do xivaísmo do primeiro milênio d.C. do Sudeste Asiático (canto superior esquerdo): Xiva em pose de ioga, Nandi, templo de Prambanã, Yoni-Linga e leiaute de templo hindu.

O xivaísmo chegou de forma importante ao sudeste da Ásia, vindo do sul da Índia, e em muito menor extensão, à China e ao Tibete, vindo da região do Himalaia. Codesenvolveu-se com o budismo nesta região, em muitos casos.[90] Por exemplo, nas Cavernas dos Mil Budas, algumas grutas incluem ideias do xivaísmo.[91][nota 2] As evidências epigráficas e das artes rupestres sugerem que o Mahesvara xaiva e o Maaiana budista chegaram à região da Indochina no período Funã, ou seja, na primeira metade do primeiro milênio d.C.[83][84] Na Indonésia, templos em sítios arqueológicos e numerosas evidências de inscrições datadas do período inicial (400 a 700 d.C.) sugerem que Xiva era o deus supremo. Esta coexistência do xivaísmo e do budismo em Java continuou por volta de 1500 d.C., quando o hinduísmo e o budismo foram substituídos pelo Islã,[93] e persiste até hoje na província de Bali.[94]

As tradições xivaísta e budista sobrepuseram-se significativamente no sudeste da Ásia, particularmente na Indonésia, no Camboja e no Vietnã entre os séculos V e XV. O xivaísmo e Xiva ocuparam a posição suprema na antiga Java, Sumatra, Bali e nas ilhas vizinhas, embora a subtradição que se desenvolveu integrasse criativamente crenças mais antigas que pré-existiam.[95] Nos séculos que se seguiram, os mercadores e monges que chegaram ao Sudeste Asiático trouxeram o xivaísmo, o vixenuísmo e o budismo, e estes desenvolveram-se numa forma de tradições sincrética e de apoio mútuo.[95][96]

Indonésia

No hinduísmo balinês, os etnógrafos holandeses subdividiram ainda mais os Siwa (xivaítas) Sampradaya "em cinco – Kemenuh, Keniten, Mas, Manuba e Petapan". Esta classificação foi para acomodar o casamento observado entre homens brâmanas de casta superior com mulheres de casta inferior.[97]

Crenças e práticas

O xivaísmo gira em torno de Xiva, mas tem muitas subtradições cujas crenças e práticas teológicas variam significativamente. Eles variam do teísmo devocional dualista à descoberta meditativa monística de Xiva dentro de si mesmo. Dentro de cada uma dessas teologias, existem dois subgrupos. Um subgrupo é chamado védico-purânico, que usa termos como "Xiva, Mahadeva, Maheshvara e outros" como sinônimos, e usam iconografia como Linga, Nandi, Trixula (tridente), bem como estátuas antropomórficas de Xiva. nos templos para ajudar a concentrar suas práticas.[98] Outro subgrupo é denominado esotérico, que o funde com o abstrato Shivata (energia feminina) ou Shivatva (abstração neutra), onde a teologia integra a deusa (Xácti) e o deus (Xiva) com as práticas do Tantra e os ensinamentos do Ágama. Há uma sobreposição considerável entre esses xaivas e os xactas hindus.[98]

Xivaísmo védico, purânico e esotérico

Estudiosos como Alexis Sanderson discutem o xivaísmo em três categorias: védico, purânico e não-purânico (esotérico, tântrico).[99][100] Eles colocam o védico e o purânico juntos devido à sobreposição significativa, ao mesmo tempo que colocam as subtradições esotéricas não-purânicas como uma categoria à parte.[100]

Duas mulheres ascetas xaivas (pintura do século XVIII)
  • Védico-purânico. A maioria dentro do xivaísmo segue as tradições védico-purânicas. Eles reverenciam os Vedas e os Puranas e mantêm crenças que vão desde o teísmo dualista, como o Bhakti de Xiva (devocionalismo), até ao monismo dedicado ao ioga e a um estilo de vida meditativo. Isso às vezes envolve a renúncia à vida familiar em prol de atividades monásticas de espiritualidade.[101] A prática de Ioga é particularmente pronunciada no xivaísmo não-dualista, com a prática refinada em uma metodologia como o upaia quádruplo: ser sem caminho (anupaya, sem iccha, sem desejo), ser divino (sambhavopaya, jnana, cheio de conhecimento), ser energético (saktopaya, kriya, cheio de ação) e ser individual (anavopaya).[102][nota 3]
  • Não purânico. Estas são subtradições esotéricas minoritárias, nas quais os devotos são iniciados (dīkṣa) em um culto específico de sua preferência. Seus objetivos variam, indo desde a libertação na vida atual (mukti) até a busca de prazeres em mundos superiores (bhukti). Seus meios também variam, abrangendo desde o atimarga meditativo ou "caminho superior externo" versus aqueles cujos meios são mantras orientados pela recitação. As subtradições atimargas incluem as de Pashupata e Lakula. De acordo com Sanderson, os paxupatas[nota 4] têm a herança mais antiga, provavelmente do século II d.C., como evidenciado por antigos textos hindus, como o livro Shanti Parva do épico Mahabharata.[103][100] A subtradição tântrica nesta categoria pode ser rastreada pós século VIII até depois do século XI, dependendo da região do subcontinente indiano, paralelamente ao desenvolvimento das tradições do Tantra budistas e jainistas neste período.[104] Entre estas estão as dualísticas Shaiva Siddhanta e xaivas de Bhairava (não saidânticas), com base no fato de elas reconhecerem algum valor na ortopraxia védica.[105] Essas subtradições prezam o sigilo, fórmulas simbólicas especiais, iniciação por um professor e a busca de siddhi (poderes especiais). Algumas dessas tradições também incorporam ideias teístas, elaborados iantras geométricos com significado espiritual incorporado, mantras e rituais.[104][106][107]

Xivaísmo versus outras tradições hindus

As subtradições do xivaísmo subscrevem a várias filosofias, são semelhantes em alguns aspectos e diferem em outros. Essas tradições são comparadas com o vixenuísmo, xactismo e smartismo da seguinte forma:

Comparação do xivaísmo com outras tradições
Tradições xaivas Tradições vaixnavas Tradições xactas Tradições Smarta Referências
Autoridade escriturística Vedas, Upanixades e Ágamas Vedas, Upanixades e Ágamas Vedas e Upanixades Vedas e Upanixades [6] [108]
Divindade suprema Xiva Vixnu Devi Nenhum (considera Parabrahman assim) [109] [110]
O Criador Xiva Vixnu Devi Princípio Bramã [109] [111]
avatar Menor Conceito chave Significativo Menor [6] [112] [113]
Vida monástica Recomenda Aceita Aceita Recomenda [6] [114] [115]
Rituais, Bhakti Afirma[116][117][118] Afirma Afirma Opcional[119] [120]
Ahimsa e Vegetarianismo Recomenda,[116] Opcional Afirma Opcional Recomenda, Opcional [121] [122]
Livre arbítrio, Maiá, Carma Afirma Afirma Afirma Afirma [109]
Metafísica Bramã (Xiva), Átmã Bramã (Vixnu), Átmã Bramã (Devi), Atman Bramã, Átmã [109]
Epistemologia (Pramana) 1. Percepção
2. Inferência
3. Testemunho confiável
4. Auto-evidente [123]
1. Percepção
2. Inferência
3. Testemunho confiável
1. Percepção
2. Inferência
3. Testemunho confiável
1. Percepção
2. Inferência
3. Comparação e analogia
4. Postulação, derivação
5. Prova negativa/cognitiva
6. Testemunho confiável
[124] [125] [126]
Filosofia Dvaita, advaita qualificado, advaita Vishishtadvaita, Dvaita, advaita qualificado, advaita Xácti-Advaita Advaita, advaita qualificado [127] [128]
Salvação (Soteriologia) Jivanmukta,
Charia - Kriyā - Ioga - Jnana[129]
Videhamukti, Ioga,
defende a vida do chefe de família
Bhakti, Tantra, Ioga Jivanmukta, Advaita, Ioga,
defende a vida monástica
[130] [131]

Textos

Manuscritos xaivas que sobreviveram
(post-8th century)

Região do Nepal e Himalaia = 140,000
Sul da Índia = 8,600
Outros (Devanagiri) = 2,000
Bali e Sudeste Asiático = Muitos

—Alexis Sanderson, The Saiva Literature[81][132]

Ao longo de sua história, o xivaísmo foi nutrido por numerosos textos que vão desde escrituras a tratados teológicos. Estes incluem os Vedas, as Upanixades, os Ágamas e o Bhashya. De acordo com Gavin Flood – professor da Universidade de Oxford especializado em xivaísmo e fenomenologia, os estudiosos xaivas desenvolveram uma teologia sofisticada, em suas diversas tradições.[133] Entre os comentários notáveis e influentes de estudiosos teístas do xivaísmo dvaita (dualista) estavam o Sadyajoti do século VIII, o Ramakantha do século X, o Bhojadeva do século XI.[133] A teologia dualista foi desafiada por numerosos estudiosos da persuasão do xivaísmo advaita (não-dualista, monista), como Vasugupta do século VIII/IX,[nota 5] Abinavagupta do século x e Kshemaraja do século XI, particularmente os estudiosos das escolas teológicas Pratyabhijna, Spanda e outras do xivaísmo da Caxemira.[135][136][137]

Vedas e principais Upanixades

Os Vedas e as Upanixades são escrituras compartilhadas do hinduísmo, enquanto os Ágamas são textos sagrados de subtradições específicas.[11] A literatura védica sobrevivente pode ser rastreada até o primeiro milênio a.C. e antes, enquanto os Ágamas sobreviventes podem ser rastreados até o primeiro milênio da era comum.[11] A literatura védica, no xivaísmo, é primária e geral, enquanto os Ágamas são tratados especiais. Em termos de filosofia e preceitos espirituais, nenhum ágama que vá contra a literatura védica, afirma Mariasusai Dhavamony, será aceitável para os xaivas.[11] De acordo com David Smith, "uma característica fundamental do Saiva Siddhanta tâmil, quase poderíamos dizer que sua característica definidora, é a afirmação de que sua fonte está tanto nos Vedas quanto nos Ágamas, no que ele chama de Vedagamas".[10] A visão desta escola pode ser resumida como,

"O Veda é a vaca, o verdadeiro Ágama é seu leite."

 ―Umapati. Traduzido por David Smith[10]

A Śvetāśvatara Upanishad (400–200 a.C.)[138] é a primeira exposição textual de uma filosofia sistemática do xivaísmo.[nota 6]

Upanixades menores xaivas

Estudiosos inspirados no xivaísmo criaram 14 Upanixades focados em Xiva, chamadas de Upanixades xaivas.[139] Estes são considerados parte de 95 Upanixades menores no corpus upanixádico Muktikā da literatura hindu.[139][140] As primeiras entre elas foram provavelmente compostas no primeiro milênio a.C., enquanto as últimas no final da era medieval.[141]

As Upanixades xaivas apresentam ideias diversas, que vão desde temas de dualismo teísta no estilo bhakti até uma síntese de ideias xaivas com temas advaíticos (não-dualismo), ióguicos, vaixnavas e xactas.[142]

Upanixades do xivaísmo
Shaiva Upanishad Data de composição Tópicos Referência
Kaivalya Upanishad 1º milênio a.C. Xiva, Átmã, Bramã, Sannyasa, Autoconhecimento [143] [144] [145]
Atharvashiras Upanishad 1º milênio a.C. Rudra, Átmã, Bramã, Om, monismo [146] [147] [148]
Atharvashikha Upanishad 1º milênio a.C. Xiva, Om, Brahman, canto, meditação [149]
Brihajjabala Upanishad Final da Idade Média, pós-século XII Xiva, cinza sagrada, contas de oração, Tripundra tilaka [150]
Kalagni Rudra Upanishad Desconhecido Significado de Tripundra (três linhas do tilaka), xivaísmo ritual [151] [152]
Dakshinamurti Upanishad Desconhecido Dakshinamurti como um aspecto de Xiva, Átmã, monismo [153]
Sharabha Upanishad Desconhecido Xiva como Sharabha [154]
Akshamalika Upanishad Final da Idade Média, pós-século XII Rosário, japa, mantras, Om, Xiva, simbolismo na iconografia do xivaísmo [155]
Rudrahridaya Upanishad Desconhecido Rudra-Uma, Homem-Mulher são inseparáveis, não dualismo [156]
Bhasmajabala Upanishad Final da Idade Média, pós-século XII Xiva, cinza sagrada, arte corporal, iconografia, por que os rituais e Varanasi são importantes [157] [158]
Rudrakshajabala Upanishad Depois do século X Contas de Shiva, Bhairava, Rudraksha e recitação de mantra [139]
Ganapati Upanishad Século XVI ou XVII Ganexa, Xiva, Bramã, Átmã, Om, Satcitananda [159]
Pancabrahma Upanishad Por volta do século VII Xiva, Sadaxiva, não-dualismo, Soham, Átmã, Bramã, autoconhecimento [160] [161]
Jabali Upanishad desconhecido Xiva, teologia Pashupata, significado das cinzas e da arte corporal [162]

Ágamas xaivas

Os textos agâmicos do xivaísmo são outro fundamento importante da teologia xaiva.[163] Esses textos incluem cosmologia xaiva, epistemologia, doutrinas filosóficas, preceitos sobre meditação e práticas, quatro tipos de ioga, mantras, significados e manuais para templos xaivas, e outros elementos de prática.[164][165] Esses textos canônicos existem em sânscrito[164] e em línguas do sul da Índia, como o tâmil.[166]

Os Ágamas apresentam uma gama diversificada de filosofias, que vão do dualismo teísta ao monismo absoluto.[167][168] No xivaísmo, existem dez textos agâmicos dualísticos (dvaitas), dezoito textos qualificados de monismo com dualismo (bhedabheda) e sessenta e quatro textos monistas (advaita) agâmicos.[12] Os xastras de Bhairava são monistas, enquanto os xastras de Xiva são dualistas.[116][169]

Os textos agâmicos das escolas xaiva e vaixnava têm como premissa a existência de Átmã e a existência de uma Realidade Última (Bramã) que é considerada idêntica a Xiva no xivaísmo.[8] Os textos diferem na relação entre os dois. Alguns afirmam que a filosofia dualista do Eu individual e da Realidade Última são diferentes, enquanto outros afirmam uma Unidade entre os dois.[8] Os ágamas xaivas da Caxemira postulam a unidade absoluta, ou seja, Deus (Xiva) está dentro do homem, Deus está dentro de cada ser, Deus está presente em todo o mundo, incluindo todos os seres não vivos, e não há diferença de substância entre vida, matéria, homem e Deus.[8] Embora os ágamas apresentem teologia diversa, em termos de filosofia e preceitos espirituais, nenhum ágama que vá contra a literatura védica, afirma Dhavamony, tem sido aceitável para os xaivas.[11]

Tradições

O mosteiro hindu de Kauai na ilha de Kauai, no Havaí, é o único mosteiro hindu (xivaíta) nos Estados Unidos.

O xivaísmo é antigo e, com o tempo, desenvolveu muitas subtradições. Estes existiram amplamente e são estudados em três grupos: dualismo teísta, monismo não-teísta e aqueles que combinam características ou práticas dos dois.[170][171] Sanderson apresenta a classificação histórica encontrada em textos indianos,[172] nomeadamente o Atimarga dos monges xaivas e o Mantramarga que foi seguida tanto pelos renunciantes (sannyasi) quanto pelos chefes de família (grihastha) no xivaísmo.[173] As subtradições de xaivas não se concentravam exclusivamente em Xiva, mas em outras como o xactismo de Devi (Deusa).[174]

Sannyasi Shaiva: Atimarga

O ramo Atimarga do xivaísmo enfatiza a libertação (salvação) – ou o fim de todo dukkha – como o objetivo principal das buscas espirituais.[175] Foi o caminho para os ascetas xaivas, em contraste com os chefes de família xaivas, cujo caminho foi descrito como Mantramarga e que buscavam tanto a salvação quanto os poderes e prazeres do iogue-siddhi na vida.[176] O Atimarga reverenciava as fontes védicas do xivaísmo, e às vezes referido em antigos textos indianos como Raudra (do védico Rudra).[177]

Pashupata Atimargi

Laculixa no Templo Sangameshvara em Mahakuta, Karnataka (Chaluquia, século VII). Suas estátuas itifálicas dos séculos V a X[nota 7] também são encontradas na posição de iogue sentado no Rajastão, Utar Pradexe e em outros lugares.[178]

Páxupata (IAST: Pāśupatas) é a subtradição xivaíta com a herança mais antiga, como evidenciado por textos indianos datados por volta do início da era comum.[103][100] É uma tradição monista, que considera Xiva dentro de si mesmo, em cada ser e em tudo o que é observado. O caminho páxupata para a libertação é de ascetismo tradicionalmente restrito aos homens brâmanes.[179] A teologia páxupata, de acordo com os Shiva Sutras, visa um estado espiritual de consciência onde o iogue páxupata "permanece em sua própria natureza irrestrita", onde os rituais externos parecem desnecessários, onde cada momento e cada ação se tornam um voto interno, um ritual espiritual para em si.[180]

Os páxupatas derivam seu nome sânscrito de duas palavras: Pashu (besta) e Pati (senhor), onde o estado caótico e ignorante, aprisionado pela escravidão e suposições, é conceituado como a besta,[181] e o Átmã (Eu, Xiva) que está presente eternamente em todos os lugares como o Pati.[182] A tradição visa realizar o estado de ser um com Xiva dentro e em todo lugar. Possui extensa literatura,[182][183] e um caminho quíntuplo de prática espiritual que começa com práticas externas, evoluindo para práticas internas e, finalmente, ioga meditativa, com o objetivo de superar todo o sofrimento (dukkha) e alcançar o estado de beatitude (Ananda).[184][185]

A tradição é atribuída a um sábio do Gujarate chamado Laculixa (~século II d.C.).[186] Ele é o suposto autor do Pashupata-sutra, um texto fundamental desta tradição. Outros textos incluem o bhashya (comentário) sobre o Pashupata-sutra de Kaundinya, o Gaṇakārikā, o Pañchārtha bhāshyadipikā e o Rāśikara-bhāshya.[175] O caminho monástico do Páxupata estava disponível para qualquer pessoa de qualquer idade, mas exigia a renúncia dos quatro ashramas (estágios) até o quinto estágio do Siddha-Ashrama. O caminho começava como uma vida perto de um templo de Xiva e meditação silenciosa, depois um estágio em que o asceta deixa o templo e fez troca de carma (ser amaldiçoado por outros, mas nunca amaldiçoar de volta). Ele então passava para o terceiro estágio da vida, onde vivia como um solitário em uma caverna ou em lugares abandonados ou nas montanhas do Himalaia, e no final de sua vida mudava-se para um campo de cremação, sobrevivendo com pouco, aguardando pacificamente sua morte.[175]

Os páxupatas têm sido particularmente proeminentes no Gujarate, Rajastão, Caxemira e Nepal. A comunidade é encontrada em muitas partes do subcontinente indiano.[187] No final da era medieval, os ascetas páxupatas xaivas foram extintos.[181][188]

Lakula Atimargi

Esta segunda divisão do Atimarga desenvolveu-se a partir dos páxupatas. Seu texto fundamental também foram os Sutras de Páxupata. Eles diferiam dos atimargis páxupatas porque se afastavam radicalmente dos ensinamentos védicos e não respeitavam nenhum costume védico ou social. Andavam por aí, por exemplo, quase nus, bebiam bebidas alcoólicas em público e usavam um crânio humano como tigela de mendicância (kapala) por comida.[189] Os laculas ascéticos não reconheciam nenhum ato ou palavra como proibido, eles faziam livremente o que lhes apeteciam, muito parecido com a representação clássica de sua divindade Rudra em antigos textos hindus. No entanto, de acordo com Alexis Sanderson, o asceta lacula era estritamente celibatário e não praticava sexo.[189]

A literatura secundária, como as escritas pelo caxemir Kshemaraja, sugere que os laculas tinham seus cânones sobre teologia, rituais e literatura sobre pramanas (epistemologia). No entanto, acredita-se que seus textos primários estejam perdidos e não sobreviveram até a era moderna.[189]

Grihastha e Sannyasi Shaiva: Mantramarga

As três linhas horizontais de cinzas (Tripundra) com uma marca vermelha na testa são uma marca reverenciada nas tradições xaivas que simboliza Om.[190][191]

"Mantramārga" (sânscrito : मन्त्रमार्ग, "o caminho dos mantras") tem sido a tradição xaiva tanto para chefes de família quanto para monges.[173] Cresceu a partir da tradição Atimarga.[192] Esta tradição buscava não apenas a libertação de Dukkha (sofrimento, insatisfação), mas também poderes especiais (siddhi) e prazeres (bhoga), tanto nesta vida como na próxima.[193] Os siddhi eram particularmente perseguidos pelos monges do Mantramarga, e é esta subtradição que experimentou uma grande diversidade de ritos, divindades, rituais, técnicas de ioga e mantras.[192] Tanto o Mantramarga quanto o Atimarga são tradições antigas, mais antigas do que a data de seus textos que sobreviveram, segundo Sanderson.[192] O Mantramarga cresceu e se tornou uma forma dominante de xivaísmo neste período. Também se espalhou para fora da Índia, no Império Khmer do Sudeste Asiático, Java, Bali e Cham.[194][195]

A tradição Mantramarga criou os ágamas xaivas e o textos tantras (técnica) xaivas. Esta literatura apresentou novas formas de ritual, ioga e mantra.[196] Esta literatura foi altamente influente não apenas para o xivaísmo, mas para todas as tradições do hinduísmo, bem como para o budismo e o jainismo.[197] Mantramarga tinha temas teístas e monísticos, que coevoluíram e influenciaram um ao outro. Os textos tântricos refletem isso, onde a coleção contém teologias dualistas e não-dualistas. O teísmo nos textos do Tantra é paralelo àqueles encontrados no vaixnavismo e no xactismo.[198][199] Shaiva Siddhanta é uma subtradição importante que enfatizou o dualismo durante grande parte de sua história.[199]

O xivaísmo teve fortes subtradições não dualistas (advaita).[200][201] Sua premissa central é que o Átmã de cada ser é idêntico a Xiva, e suas diversas práticas e buscas são direcionadas à compreensão e à unidade com o Xiva interior. Este monismo é próximo, mas difere um pouco do monismo encontrado no Advaita Vedanta de Adi Xancara. Ao contrário do Advaita de Xankara, as escolas monistas do xivaísmo consideram Maiá como Xácti, ou energia e poder criativo primordial que explica e impulsiona a diversidade existencial.[200]

Srikantha, influenciado por Ramanuja, formulou o Vishishtadvaita xaiva.[202] Nesta teologia, Átmã não é idêntico a Bramã, mas compartilha com o Supremo todas as suas qualidades. Appayya Dikshita (1520–1592), um estudioso do Advaita, propôs o monismo puro, e suas ideias influenciaram xaivas na região de Carnataca. Sua doutrina xaiva advaita está inscrita nas paredes do templo Kalakanthesvara em Adaiyappalam (distrito de Tiruvannamalai).[203][204]

Shaiva Siddhanta

Tirumular, o grande poeta tâmil do Śaivasiddhānta e santo místico (siddha).

O Śaivasiddhānta ("a doutrina estabelecida de Xiva") é o mais antigo sampradaia (tradição, linhagem) do xivaísmo tântrico, datado do século V.[199][205] A tradição enfatiza a devoção amorosa a Xiva,[206] usa hinos tâmeis dos séculos V a IX chamados Tirumurai. Um texto filosófico chave desta subtradição foi composto por Meicandar do século XIII.[207] Esta teologia apresenta três realidades universais: o pashu (Eu individual), o pati (senhor, Xiva) e o pasha (a escravidão do Eu) através da ignorância, carma e maiá. A tradição ensina a vida ética, o serviço à comunidade e através do trabalho, a adoração amorosa, a prática e disciplina de ioga, a aprendizagem contínua e o autoconhecimento como meios para libertar o Eu individual da escravidão.[207][208]

A tradição pode ter se originado na Caxemira, onde desenvolveu uma teologia sofisticada propagada pelos teólogos Sadyojoti, Bhatta Nārāyanakantha e seu filho Bhatta Rāmakantha (c. 950–1000).[209] No entanto, após a chegada dos governantes islâmicos ao norte da Índia, prosperou no sul.[210] A filosofia de Shaiva Siddhanta é particularmente popular no sul da Índia, Sri Lanka, Malásia e Singapura.[211]

A literatura histórica do Sidanta xaiva é um enorme corpo de textos.[212] A tradição inclui Xiva e Xácti (deusa), mas com ênfase crescente na abstração metafísica.[212] Ao contrário dos experimentadores da tradição Atimarga e de outras subtradições do Mantramarga, afirma Sanderson, a tradição Shaiva Siddhanta não tinha oferenda ritual ou consumo de "bebidas alcoólicas, sangue ou carne". Suas práticas focavam em ideias abstratas de espiritualidade,[212] adoração e devoção amorosa a Shiva como Sadaxiva, e ensinavam a autoridade dos Vedas e Ágamas xaivas.[213][214] Esta tradição diversificou-se nas suas ideias ao longo do tempo, com alguns dos seus estudiosos integrando uma teologia não dualista.[215]

Naianares

Os poetas-santos xaivas naianares são creditados com o movimento Bhakti no xivaísmo. Incluía três mulheres santas, como Karaikkal Ammaiyar, do século VI.[216]

Por volta do século VII, os naianares, uma tradição de poetas-santos na tradição de bhakti desenvolvida no antigo Tâmil Nadu com foco em Xiva, comparável à dos alvares vaixnavas.[217] Os poemas devocionais em tâmil dos naianares são divididos em onze coleções conhecidas como Tirumurai, junto com um Purana tâmil chamado Periya Puranam. As primeiras sete coleções são conhecidas como Tevaram e são consideradas pelos tâmeis como equivalentes aos Vedas.[218] Foram compostas no século VII por Sambandar, Appar e Sundarar.[219]

Tirumular, o autor do Tirumantiram (também escrito Tirumandiram) é considerado por Tattwananda o primeiro expoente do xivaísmo nas áreas tâmeis.[220] Tirumular é datado do século VII ou VIII por Maurice Winternitz.[221] O Tirumantiram é uma fonte primária para o sistema de Shaiva Siddhanta, sendo o décimo livro de seu cânone.[222] O Tiruvacakam de Manikkavacagar é uma importante coleção de hinos.[223]

Tradições do Tantra Diksha

O elemento principal de todo Xaiva Tantra é a prática de diksha, uma iniciação cerimonial em que mantras divinamente revelados são dados ao iniciado por um Guru.[224]

Uma característica notável de alguns ascetas do "tantra esquerdo" era a busca por siddhis (habilidades sobrenaturais) e bala (poderes), tais como de evitar o perigo (santih) e a capacidade de prejudicar os inimigos (abhicarah).[225][226][227] Ganachacras, festas rituais, às vezes eram realizadas em cemitérios e campos de cremação e apresentavam possessões por poderosas divindades femininas chamadas Ioguinis.[224][228] O culto das Ioguinis visava obter poderes especiais através da adoração esotérica da Xácti ou dos aspectos femininos do divino. Os grupos incluíam sororidades que participavam dos ritos.[228]

Algumas tradições definiram poderes especiais de forma diferente. Por exemplo, os tântricos da Caxemira explicam os poderes como anima (consciência de que está presente em tudo), laghima (leveza, estar livre da suposta diversidade ou diferenças), mahima (peso, perceber que o limite está além da própria consciência), prapti (atingir, estar tranquilo e em paz com a própria natureza), prakamya (tolerância, compreender e aceitar a diversidade cósmica), vasita (controlar, perceber que sempre se tem poder para fazer o que quiser), isitva (autodomínio, um iogue é sempre livre).[229] De forma mais ampla, as subtradições tântricas buscaram o conhecimento não-dual e a libertação esclarecedora abandonando todos os rituais e com a ajuda do raciocínio (yuktih), das escrituras (sastras) e do Guru iniciador.[230][227]

Xivaísmo da Caxemira

Uma estátua de Nandi do século III da Caxemira.

O xivaísmo da Caxemira é uma tradição influente dentro do xivaísmo que surgiu na Caxemira no primeiro milênio d.C. e prosperou nos primeiros séculos do segundo milênio, antes que a região fosse dominada pelas invasões islâmicas da região do Indocuxe.[231] As tradições do xivaísmo da Caxemira tornaram-se contraídas devido ao Islã, exceto por sua preservação pelos pânditas da Caxemira.[232][233] A tradição renasceu no século XX devido especialmente à influência de Swami Lakshmanjoo e seus alunos.[234]

O xivaísmo da Caxemira tem sido uma escola não dualista,[235][236] e é distinta da tradição dualista Shaiva Siddhānta que também existia na Caxemira medieval.[237][238][239] Uma filosofia notável do xivaísmo monístico da Caxemira tem sido as ideias do Pratyabhijna, particularmente aquelas dos estudiosos do século X Utpaladeva e do século XI Abinavagupta e Kshemaraja.[240][241] Seus extensos textos estabeleceram a teologia e a filosofia xaiva em uma estrutura advaita (monismo).[232][238] Os Shiva Sutras de Vasugupta do século IX e suas ideias sobre Spanda também influenciaram esta e outras subtradições xaivas, mas é provável que textos xaivas muito mais antigos já tenham existido.[238][242]

Uma característica notável do xivaísmo da Caxemira foi a sua abertura e integração de ideias do xactismo, vaixnavismo e Vajraiana.[232] Por exemplo, uma subtradição do xivaísmo da Caxemira adota a adoração da Deusa (xactismo), afirmando que a abordagem ao deus Xiva é através da deusa Xácti. Esta tradição combinou ideias monísticas com práticas tântricas. Outra ideia desta escola foi Trika (ou tríades modais de Xácti) e cosmologia desenvolvidas por Somananda no início do século X.[232][239][243]

Nath

Goraknath fundou o movimento monástico Nath Shaiva.

Nath, uma subtradição Shaiva que surgiu de uma tradição do Siddha muito mais antiga baseada no Ioga.[244] Os naths consideram Xiva como "Adinatha" ou o primeiro guru, e tem sido um movimento pequeno, mas notável e influente na Índia, cujos devotos eram chamados de "yogi" ou "jogi", devido aos seus modos monásticos não convencionais e à ênfase no ioga.[245][246][247]

A teologia do Nath integrou a filosofia das tradições do Advaita Vedanta e budismo. Os seus métodos não convencionais desafiaram todas as premissas ortodoxas, explorando práticas obscuras e evitadas pela sociedade como um meio de compreender a teologia e ganhar poderes interiores. A tradição remonta a Matsyendranath do século IX ou X e às ideias e organização desenvolvidas por Gorakshanath.[244] Eles combinaram práticas teístas, como adorar deusas e seus gurus históricos em templos, bem como objetivos monísticos de alcançar a libertação ou jivan-mukti em vida, alcançando o estado perfeito (siddha) de realizar a unidade de si mesmo e de tudo com Xiva.[248][244]

Eles formaram organizações monásticas,[244] e alguns deles se metamorfosearam em ascetas guerreiros para resistir à perseguição durante o domínio islâmico do subcontinente indiano.[249][250][251]

Lingaiatismo

Um colar com pingente contendo o símbolo linga de Xiva é usado pelos lingaiates.[252]

O lingaiatismo, também conhecido como xivaísmo de Vira, é uma tradição religiosa xivaíta distinta na Índia.[253][254][255] Foi fundada pelo filósofo e estadista do século XII Basava e difundida por seus seguidores, chamados xaranas.[256]

O lingaiatismo enfatiza o monismo qualificado e bácti (devoção amorosa) a Xiva, com fundamentos filosóficos semelhantes aos do filósofo do sul da Índia dos séculos XI e XII, Ramanuja.[253] Seu culto é notável pela forma iconográfica de Ishtalinga, que os adeptos usam.[257][258] Grandes comunidades de lingaiates são encontradas no estado de Carnataca, no sul da Índia, e em regiões próximas.[253][259][260] O lingaiatismo tem sua própria literatura teológica com subtradições teóricas sofisticadas.[261]

Eles foram influentes no Império Vijaianagara hindu, que reverteu as conquistas territoriais dos governantes muçulmanos, após as invasões da região de Decã, primeiro pelo Sultanato de Déli e mais tarde por outros sultanatos. Os lingaiates consideram sua escritura como Basava Purana, que foi concluída em 1369 durante o reinado do governante vijaianagara Bukka Raya I.[262][263] Os pensadores do Lingaiate (viraxaivas) rejeitaram o domínio da custódia dos brâmanes sobre os Vedas e os xastras, mas não rejeitavam completamente o conhecimento védico.[264][265] O poeta telugu Virashaiva do século XIII, Palkuriki Somanatha, autor das escrituras do lingaiatismo, por exemplo, afirmou: "O Viraxaivismo está totalmente em conformidade com os Vedas e os xastras."[264][265]

Demografia

Não há dados de censo disponíveis sobre a história demográfica ou tendências das tradições do hinduísmo.[266] Existem grandes comunidades xivaítas nos estados de Tâmil Nadu, Carnataca, Telanganá, Querala e Andra Pradexe, no sul da Índia, bem como em Jamu e Caxemira, Himachal Pradexe e Utaracanda. Comunidades substanciais também são encontradas em Harianá, Maharastra e no centro de Utar Pradexe.[267][268]

O xivaísmo e o budismo se desenvolveram em conjunto em muitas regiões. Acima, uma imagem sincrética de Yoni-Linga com quatro relevos do Buda em um templo vajraiana.

De acordo com Gavin Flood, as tradições do xivaísmo e do xactismo são difíceis de separar, já que muitos hindus xaivas reverenciam a deusa Xácti regularmente.[269] As denominações do hinduísmo, afirma Julius Lipner, são diferentes daquelas encontradas nas principais religiões do mundo, porque as denominações hindus são confusas com indivíduos reverenciando deuses e deusas policentricamente, com muitos adeptos xaivas e vaixnavas reconhecendo Sri (Lácximi), Parvati, Sarasvati e outros aspectos da deusa Devi. Da mesma forma, os hindus xactas reverenciam Xiva e deusas como Parvati, Durga, Rada, Sita e Sarasvati, importantes nas tradições xaivas e vaixnavas.[270]

Influência

Xiva é um deus pan-hindu e as ideias do xivaísmo sobre o Ioga e como o deus das artes performáticas (Nataraja) têm influenciado todas as tradições do hinduísmo.

O xivaísmo foi altamente influente no sudeste da Ásia a partir do final do século VI, particularmente nos reinos Khmer e Cham da Indochina, e nas principais ilhas da Indonésia, como Sumatra, Java e Bali.[271] Esta influência no Camboja clássico, no Vietnã e na Tailândia continuou quando o budismo maaiana chegou com os mesmos indianos.[272][273]

No xivaísmo da Indonésia, o nome popular para Xiva é Bhattara Guru, que é derivado do sânscrito Bhattaraka, que significa "nobre senhor".[274] Ele é conceituado como um gentil professor espiritual, o primeiro de todos os Gurus nos textos hindus indonésios, refletindo o aspecto Dacxinamurti de Xiva no subcontinente indiano.[275] No entanto, o Batara Guru tem mais aspectos do que o Xiva indiano, pois os hindus indonésios mesclaram seus espíritos e heróis com ele. A esposa de Batara Guru no sudeste da Ásia é a mesma divindade hindu Durga, popular desde os tempos antigos, e ela também tem um caráter complexo com manifestações benevolentes e ferozes, cada uma visualizada com nomes diferentes, como Uma, Sri, Cáli e outros.[276][277] Xiva foi chamado de Sadasiva, Paramasiva, Mahadeva em formas benevolentes, e Cala, Bairava, Mahacala em suas formas ferozes.[277] Os textos hindus indonésios apresentam a mesma diversidade filosófica das tradições do xivaísmo encontradas no subcontinente. No entanto, entre os textos que sobreviveram até a era contemporânea, os mais comuns são os de Shaiva Siddhanta (também chamado localmente de Siwa Siddhanta, Sridanta).[278]

À medida que as ideias do movimento Bhakti se espalharam no sul da Índia, o devocionalismo xivaíta tornou-se um movimento potente em Carnataca e Tâmil Nadu. O xivaísmo foi adotado por várias dinastias hindus governantes como religião oficial (embora outras tradições hindus, o budismo e o jainismo, continuassem em paralelo), incluindo a Chola e a Rajapute. Uma tendência semelhante foi testemunhada no início da Indonésia medieval com o império Majapaite e a Malásia pré-islâmica.[279][280] No reino hindu do Nepal, no Himalaia, o xivaísmo permaneceu uma forma popular de hinduísmo e co-evoluiu com o budismo maaiana e vajraiana.

Ardanaríxvara em postura sentada apresentando simbolicamente a Xácti feminina como parte inseparável do Xiva masculino.

Xactismo

A tradição hindu da Deusa chamada xactismo está intimamente relacionada ao xivaísmo. Em muitas regiões da Índia, não apenas as ideias do xivaísmo influenciaram a evolução do xactismo, mas o próprio xivaísmo também foi influenciado por ele e progressivamente incluiu a reverência pelo feminino divino (Devi) como uma parceira igual e essencial do masculino divino (Xiva).[281] A deusa Xácti nos estados orientais da Índia é considerada a parceira inseparável do deus Xiva. De acordo com Gavin Flood, a proximidade entre as tradições do xivaísmo e do xactismo é tal que estas tradições do Hinduísmo são por vezes difíceis de separar.[269] Alguns xaivas adoram nos templos de Xiva e Xácti.[9]

Tradição Smarta

Xiva faz parte do Smarta, às vezes chamado de smartismo, outra tradição do hinduísmo.[282] Os hindus smartas estão associados à teologia Advaita Vedanta e suas práticas incluem uma etapa intermediária que incorpora reverência simultânea a cinco divindades, que inclui Xiva junto com Vixnu, Suria, Devi e Ganexa. Isso é chamado de puja do Panchaiatana. Os smartas aceitam assim a divindade primária do xivaísmo como um meio para os seus objetivos espirituais.[29]

Filosoficamente, a tradição Smarta enfatiza que todos os ídolos (murti) são ícones do saguna Bramã, um meio de realizar a Realidade Última abstrata chamada de nirguna Bramã. Os cinco ou seis ícones são vistos por smartas como representações múltiplas do único saguna bramã (ou seja, um Deus pessoal com forma), e não como seres distintos.[283][284] O objetivo final desta prática é fazer a transição além do uso de ícones e, em seguida, seguir um caminho filosófico e meditativo para compreender a unidade de Átmã e Bramã (Realidade Suprema metafísica) – como "Tal és Tu".[282][285][286]

O puja de Panchaiatana que incorpora Xiva tornou-se popular na Índia medieval e é atribuído a Adi Xancara do século VIII,[282][285] mas evidências arqueológicas sugerem que esta prática é muito anterior ao nascimento de Adi Xancara. Muitas mandalas e templos panchaiatanas foram descobertos e são do período do Império Gupta, e um conjunto panchaiatana da vila de Nand (cerca de 24 quilômetros de Ajmer) foi datado como pertencente à era do Império Cuchana (pré-300 d.C.).[287] De acordo com James Harle, os principais templos hindus do primeiro milênio d.C. comumente incorporavam a arquitetura panchaiatana, de Odixa a Carnataca e Caxemira. Grandes templos geralmente apresentam múltiplas divindades no mesmo complexo de templos, enquanto alguns incluem explicitamente divindades de fusão, como Harihara (metade Xiva, metade Vixnu).[286]

Vixenuísmo

Iconografia do xivaísmo no Camboja, no local do rio Kbal Spean. Como na Índia, o sítio também apresenta iconografia relacionada ao vaixnavismo.[288]

Os textos vaixnavas mencionam Xiva com reverência. Por exemplo, o Vishnu Purana concentra-se principalmente na teologia do deus hindu Vixnu e seus avatares como Críxna, mas elogia Brama e Xiva e afirma que eles são um com Vixnu.[289] O Vixnu Sahasranama no Mahabharata lista mil atributos e epítetos de Vixnu. A lista identifica Xiva com Vishnu.[290]

A inclusão reverente de ideias e iconografia xaivas é muito comum nos principais templos vaixnavas, como o simbolismo Dacxinamurti do pensamento xaiva é frequentemente consagrado na parede sul do templo principal dos principais templos vaixnavas na Índia peninsular.[291] Os templos Harihara dentro e fora do subcontinente indiano combinaram historicamente Xiva e Vixnu, como no templo Lingaraj Mahaprabhu em Bhubaneshwar, Odixa. De acordo com Julius Lipner, as tradições do vixenuísmo, como o Sri Vaixnavismo, abrangem Xiva, Ganexa e outros, não como divindades distintas do politeísmo, mas como manifestação polimórfica do mesmo princípio divino supremo, proporcionando ao devoto um acesso policêntrico ao espiritual.[292]

Da mesma forma, as tradições xaivas abraçaram reverentemente outros deuses e deusas como manifestações do mesmo divino.[293] O Skanda Purana, por exemplo na seção 6.254.100 afirma: "Aquele que é Xiva é Vixnu, aquele que é Vixnu é Sadaxiva."[294]

Sauraísmo (divindade do Sol)

O deus do sol chamado Suria é uma antiga divindade do hinduísmo, e vários antigos reinos hindus, especialmente nas regiões noroeste e oriental do subcontinente indiano, reverenciavam Suria. Esses devotos chamados sauras já tiveram um grande corpus de textos teológicos, e a literatura xivaísta os reconhece com reverência.[295] Por exemplo, o texto xaiva Srikanthiyasamhita menciona 85 textos sauras, quase todos os quais se acredita terem sido perdidos durante a invasão islâmica e o período de governo, exceto por grandes trechos encontrados embutidos em manuscritos xaivas descobertos nas montanhas do Himalaia. O xivaísmo incorporou ideias sauras, e os manuscritos sauras sobreviventes, como Saurasamhita, reconhecem a influência do xivaísmo, de acordo com Alexis Sanderson, atribuindo-se "ao cânone do texto xaiva Vathula-Kalottara".[295]

Movimentos do Ioga

Muitos templos xaivas apresentam Xiva em pose de ioga.

Ioga e meditação têm sido parte integrante do xivaísmo e ele tem sido um grande inovador de técnicas como as do Hataioga.[296][297][298] Muitos dos principais templos de Xiva e centros de tritha (peregrinação) xaivas retratam a iconografia antropomórfica de Xiva como uma estátua gigante em que Xiva é um iogue solitário meditando,[299] assim como os textos xaivas.[300]

Em diversas tradições xaivas, como o xivaísmo da Caxemira, qualquer pessoa que busque compreensão pessoal e crescimento espiritual é chamada de iogue. Os Shiva Sutras (aforismos) do xivaísmo ensinam ioga de várias formas. De acordo com Mark Dyczkowski, ioga – que significa literalmente "união" – para esta tradição significou a "realização de nossa verdadeira natureza inerente que é inerentemente maior do que nossos pensamentos podem conceber", e que o objetivo do ioga é ser o "livre, eterno, beato, perfeito, infinito espiritualmente consciente" que se é em essência.[301]

Muitas tradições xaivas que enfatizam o Ioga surgiram na Índia medieval, que refinaram os métodos ióguicos, introduzindo técnicas de Hataioga. Um desses movimentos foram os iogues Nath, uma subtradição do xivaísmo que integrava a filosofia do Advaita Vedanta e das tradições do budismo. Foi fundado por Matsyendranath e desenvolvido por Gorakshanath.[246][247][302] Os textos desses iogas enfatizando as tradições hindus apresentam suas ideias no contexto xivaísta.[nota 8]

Xiva Nataraja dançante nos templos das grutas de Badami do século VI.

Artes performáticas hindus

Xiva é o senhor da dança e das artes dramáticas no Hinduísmo.[304][305][306] Isso é celebrado nos templos xaivas como Nataraja, que normalmente mostra Xiva dançando em uma das poses do antigo texto hindu sobre artes performáticas chamado Natya Shastra.[305][307][308]

O Xiva dançante como metáfora para celebrar a vida e as artes é muito comum nos templos hindus antigos e medievais. Por exemplo, é encontrado nos templos das grutas de Badami, nas grutas de Ellora, em Khajuraho, em Chidambaram e outros. A ligação xaiva com as artes performáticas é celebrada em danças clássicas indianas como Bharatanatyam e Chhau.[309][310][311]

Budismo

O budismo e o xivaísmo interagiram e influenciaram-se desde os tempos antigos, tanto no Sul da Ásia como no Sudeste Asiático. Seus siddhas e tradições esotéricas, em particular, se sobrepuseram a tal ponto que budistas e hindus adorariam no mesmo templo, como no Seto Machindranath. No Sudeste Asiático, as duas tradições não foram apresentadas em termos competitivos ou polêmicos, mas sim como dois caminhos alternativos que conduzem aos mesmos objetivos de libertação, com os teólogos a discordarem sobre qual deles é mais rápido e mais simples.[312] Os estudiosos discordam se uma tradição sincrética emergiu do budismo e do xivaísmo ou se foi uma coalizão com livre empréstimo de ideias, mas concordam que as duas tradições coexistiram pacificamente.[313]

A primeira evidência de uma estreita relação entre o xivaísmo e o budismo vem dos sítios arqueológicos e esculturas danificadas do subcontinente noroeste da Índia, como Gandara. Estes são datados por volta do século I d.C., com Xiva retratado nas artes budistas.[314][nota 9] O Avalokiteshvara budista está ligado a Xiva em muitas dessas artes,[315] mas em outras Xiva está ligado ao bodisatva Maitreia, sendo mostrado carregando seu próprio pote de água como os sacerdotes védicos.[314] De acordo com Richard Blurton, as obras antigas mostram que o Bodisatva da Compaixão no budismo tem muitas características em comum com Xiva no xivaísmo.[315] O sincretismo xaiva e budista continua na era contemporânea na ilha de Bali, na Indonésia.[316] No Budismo da Ásia Central e em suas artes históricas, o sincretismo e uma expressão compartilhada dos temas do xivaísmo, do budismo e do Tantra têm sido comuns.[317]

O sincretismo entre o budismo e o xivaísmo foi particularmente marcado no sudeste da Ásia, mas não foi o único, mas sim um fenômeno comum também observado nas regiões orientais do subcontinente indiano, no sul e nas regiões do Himalaia.[95] Esta tradição continua na Bali Indonésia, predominantemente hindu, na era moderna, onde Buda é considerado o irmão mais novo de Xiva.[95][nota 10] Na Java pré-islâmica, o xivaísmo e o budismo eram considerados religiões muito próximas e aliadas, embora não fossem religiões idênticas.[319][nota 11] Essa ideia também é encontrada nas esculturas e templos dos estados orientais da Índia e da região do Himalaia. Por exemplo, os templos hindus nessas regiões mostram Harihara (meio Xiva, meio Vixnu) flanqueado por um Buda em pé à sua direita e um Suria (deus hindu do Sol) em pé à esquerda.[321][322]

Nos principais festivais dos hindus de Bali, como o Nyepi – um "festival do silêncio", as observações são oficiadas por sacerdotes budistas e xaivas.[95][323][324]

Jainismo

O jainismo coexistiu com a cultura xaiva desde os tempos antigos, particularmente no oeste e no sul da Índia, onde recebeu apoio real dos reis hindus das dinastias Chauluquia, Ganga e Rastracuta.[325] No final do primeiro milênio d.C., o jainismo também desenvolveu uma cultura ritual tântrica semelhante à xaiva com deusas-mantra.[325][326] Esses rituais jainistas visavam benefícios mundanos usando japas (recitação de mantras) e fazendo oferendas no fogo Homa.[325]

De acordo com Alexis Sanderson, a ligação e o desenvolvimento das deusas xaivas em deusas jainas são mais transparentes do que uma conexão semelhante entre o xivaísmo e o budismo.[327] O texto jainista do século XI Bhairavapadmavatikalpa, por exemplo, iguala Padmavati do jainismo com Tripura-bhairavi do xivaísmo e do xactismo. Entre as principais deusas do jainismo que estão enraizadas no panteão hindu, particularmente xaiva, incluem Lácximi e Vagixvari (Sarasvati) do mundo superior na cosmologia jainistas, Vidyadevis do mundo intermediário e Yakshis como Ambica, Chacrexvari, Padmavati e Jvalamalini do mundo inferior de acordo com o jainismo.[325]

A iconografia xaiva-xacta é encontrada nos principais templos jainistas. Por exemplo, o templo Osian do jainismo perto de Jodhpur apresenta Chamunda, Durga, Xitala e um Bhairava nu.[328] Embora as práticas xaivas e jainas tivessem sobreposição considerável, a interação entre a comunidade jaina e a comunidade xaiva diferia na aceitação de sacrifícios rituais de animais diante das deusas. Os jainas permaneciam estritamente vegetarianos e evitavam o sacrifício de animais, enquanto os xaivas aceitavam a prática.[329]

Templos e peregrinação

Locais dos principais templos hindus xaivas. Os marcadores em laranja são sítios de patrimônio mundial pela UNESCO.

Puranas e Ágamas xaivas, e outras literaturas regionais, referem-se aos templos por vários termos como Mandir, Shivayatana, Shivalaya, Shambhunatha, Jyotirlingam, Shristhala, Chattraka, Bhavaggana, Bhuvaneshvara, Goputika, Harayatana, Kailasha, Mahadevagriha, Saudhala e outros.[330] No sudeste da Ásia, os templos xaivas são chamados de Candi (Java),[331] Pura (Bali),[332] e Wat (Camboja e regiões próximas).[333][334]

Muitos dos locais de peregrinação relacionados com Xiva, como Varanasi, Amarnath, Kedarnath, Somnath e outros, são amplamente considerados sagrados no hinduísmo. Eles são chamados de kṣétra (sânscrito: क्षेत्र[335]). Um kṣétra tem muitos templos, incluindo um ou mais templos importantes. Esses templos e sua localização atraem peregrinações chamadas tirtha (ou tirthayatra).[336]

Muitas das literaturas históricas dos Puranas incorporam guias de turismo para centros de peregrinação e templos relacionados ao xivaísmo.[337] Por exemplo, o Skanda Purana trata principalmente de Tirtha Mahatmyas (guias de peregrinação) para vários pontos geográficos,[337] mas também inclui um capítulo afirmando que um templo e tirtha são, em última análise, um estado de espírito e uma vida cotidiana virtuosa.[338][339]

Os principais rios do subcontinente indiano e sua confluência (sangam), nascentes naturais, origem do rio Ganges (e pancha-ganga), juntamente com altas montanhas como Cailaxa com o Lago Manasarovar são locais particularmente reverenciados no xivaísmo.[340][341] Doze locais de jyotirlinga em toda a Índia foram locais de peregrinação particularmente importantes no xivaísmo, representando a luz radiante (jyoti) do infinito,[342][343][344] de acordo com o Śiva Mahāpurāṇa.[345] Eles são o Somnatha, Mallikarjuna, Mahakaleshwar, Omkareshwar, Kedarnatha, Bhimashankar, Visheshvara, Trayambakesvara, Vaidyanatha, Nageshvara, Rameshvara e Grishneshwar.[341] Outros textos mencionam cinco Kedras (Kedarnatha, Tunganatha, Rudranatha, Madhyamesvara e Kalpeshvara), cinco Badris (Badrinatha, Pandukeshvara, Sujnanien, Anni matha e Urghava), lingam de neve de Amarnatha, chama de Jwalamukhi, todos do rio Narmada e outros.[341] Kashi (Varanasi) é declarado como particularmente especial em numerosos textos xaivas e Upanixades, bem como nas Upanixades saniasas pan-hindus, como a Jabala Upanishad.[346][347]

Os primeiros poetas do movimento Bhakti do xivaísmo compuseram poemas sobre peregrinação e templos, usando esses locais como metáforas para jornadas espirituais internas.[348][349]

Ver também

Notas

  1. Os capálicas supostamente untam seus corpos com cinzas do local de cremação, reverenciam a feroz forma Bhairava de Xiva e se envolvem em rituais com sangue, carne, álcool e fluidos sexuais. No entanto, afirma David Lorenzen, há uma escassez de fontes primárias sobre os capálicas, e informações históricas sobre eles estão disponíveis em obras de ficção e outras tradições que os menosprezam.[76][77]
  2. As grutas de Dunhuang, no norte da China, construídas a partir do século IV, são predominantemente sobre o Buda, mas algumas cavernas mostram o Buda meditando com divindades hindus como Xiva, Vixnu, Ganexa e Indra.[92]
  3. Há uma sobreposição nesta abordagem com aquelas encontradas em rituais tântricos não-purânicos.[102]
  4. Os páxupatas têm ambas subtradições védica-purânica e não-purânica.[100]
  5. Vasugupta é reivindicado por duas subtradições do xivaísmo advaita (monista) como seu fundador espiritual.[134]
  6. Para a Śvetāśvatara Upanixade como uma filosofia sistemática no xivaísmo, ver: Chakravarti 1994, p. 9.
  7. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome illpha_rep
  8. Por exemplo:

    [Será] impossível realizar as próprias funções a menos que se seja mestre de si mesmo.
    Portanto, esforce-se pelo autodomínio, buscando conquistar o caminho ascendente.
    Ter autodomínio é ser um iogue (yogitvam). [v. 1–2]
    [...]
    Qualquer que seja a realidade que ele alcance através do Ioga cuja sequência acabo de explicar,
    ele percebe ali um estado de consciência cujo objeto é tudo o que permeia.
    Deixando de lado o que permanece fora, ele deve usar sua visão para penetrar tudo [dentro].
    Então, uma vez que ele tenha transcendido todas as realidades inferiores, ele deverá buscar o nível de Xiva. [v. 51–53]
    [...]
    Como pode uma pessoa cuja consciência está dominada pela experiência sensual estabilizar sua mente?
    Resposta: Xiva não ensinou esta disciplina (sādhanam) para indivíduos que [já] não estão insatisfeitos. [v. 56–57]
    [...]

    — Bhatta Narayanakantha, Mrigendratantra (parafraseado). Transl: Alexis Sanderson[303]
  9. Algumas imagens mostram imagens de proto-Vixnu.[314]
  10. Da mesma forma, na tradição de vaixnavismo hindu, Buda é considerado um dos avatares de Vixnu.[318]
  11. Textos medievais hindus da Indonésia equacionam Buda com Siwa (Xiva) e Janardana (Vixnu).[320]

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