Saltar para o conteúdo

Ernesto Geisel: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de 189.114.87.100 para a última revisão de Mjunii, de 01h19min de 30 de abril de 2016 (UTC)
Mudei por a imagem ser mais obvia(Em cor).
Linha 1: Linha 1:
{{Info/Político/Presidente|nome =<small>[[General de exército|General de Exército]]</small><br/>Ernesto Geisel|imagem =File:Presidente-Ernesto-Geisel.jpg|imagem-tamanho =240px|legenda =|preposição =do|país =Brasil|ordem_presidente =[[Lista de presidentes do Brasil|29]]|mandato_início ={{dtlink|15|3|1974}}|mandato_fim ={{dtlink|15|3|1979}}|vice-presidente =[[Adalberto Pereira dos Santos]]|antes =[[Emílio Garrastazu Médici]]|depois =[[João Figueiredo]]|título2 =[[Lista de presidentes da Petrobras|13º Presidente da Petrobras]]|mandato_início_título2={{dtlink|6|11|1969}}|mandato_fim_título2 ={{dtlink|6|7|1973}}|antes_título2 =[[Waldemar Levy Cardoso]]|depois_título2 =[[Floriano Peixoto Faria Lima]]|nascimento_data ={{dni|3|8|1907|lang=br|si}}|nascimento_local =[[Bento Gonçalves (Rio Grande do Sul)|Bento Gonçalves]], [[Rio Grande do Sul]], {{BRA|1889}}|morte_data ={{nowrap|{{morte|12|9|1996|3|8|1907}}}}|morte_local =[[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[Rio de Janeiro]],<br/>{{BRA}}|nome_comp =Ernesto Beckmann Geisel|partido =[[Aliança Renovadora Nacional]]|alma_mater =[[Escola Militar do Realengo]]|cônjuge =[[Lucy Geisel|Lucy Markus]] {{small|(1939–1996)}}|profissão =[[Militar]]|religião =[[Luteranismo]]|assinatura =Assinatura de Esnesto Geisel.jpg|ramo =[[Exército Brasileiro]]|anos_de_serviço =1927–1969|graduação =[[Ficheiro:General do Exército.gif|50px]] [[General de exército|General de Exército]]|título3 =[[Superior Tribunal Militar|Ministro do Superior Tribunal Militar]]|mandato_início_título3={{dtlink|20|3|1967}}|mandato_fim_título3 ={{dtlink|27|10|1969}}|antes_título3 =[[Floriano de Lima Brayner]]|depois_título3 =[[Jurandir Bizarria Mamede]]|título4 =[[Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República|Ministro Chefe do Gabinete Militar]]|mandato_início_título4={{dtlink|15|4|1964}}|mandato_fim_título4 ={{dtlink|15|3|1967}}|antes_título4 =[[André Fernandes de Sousa]]|depois_título4 =[[Jaime Portela de Melo]]|mandato_início_título5={{dtlink|25|8|1961}}|mandato_fim_título5 ={{dtlink|8|9|1961}}|antes_título5 =[[Pedro Geraldo de Almeida]]|depois_título5 =[[Amaury Kruel]]}}
{{Info/Político/Presidente
|nome =<small>[[General de exército|General de Exército]]</small><br/>Ernesto Geisel
|imagem =Ernesto Geisel.jpg
|imagem-tamanho =240px
|legenda =
|preposição =do
|país =Brasil
|ordem_presidente =[[Lista de presidentes do Brasil|29]]
|mandato_início ={{dtlink|15|3|1974}}
|mandato_fim ={{dtlink|15|3|1979}}
|vice-presidente =[[Adalberto Pereira dos Santos]]
|antes =[[Emílio Garrastazu Médici]]
|depois =[[João Figueiredo]]
|título2 =[[Lista de presidentes da Petrobras|13º Presidente da Petrobras]]
|mandato_início_título2={{dtlink|6|11|1969}}
|mandato_fim_título2 ={{dtlink|6|7|1973}}
|antes_título2 =[[Waldemar Levy Cardoso]]
|depois_título2 =[[Floriano Peixoto Faria Lima]]
|título3 =[[Superior Tribunal Militar|Ministro do Superior Tribunal Militar]]
|mandato_início_título3={{dtlink|20|3|1967}}
|mandato_fim_título3 ={{dtlink|27|10|1969}}
|antes_título3 =[[Floriano de Lima Brayner]]
|depois_título3 =[[Jurandir Bizarria Mamede]]
|título4 =[[Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República|Ministro Chefe do Gabinete Militar]]
|mandato_início_título4={{dtlink|15|4|1964}}
|mandato_fim_título4 ={{dtlink|15|3|1967}}
|antes_título4 =[[André Fernandes de Sousa]]
|depois_título4 =[[Jaime Portela de Melo]]
|mandato_início_título5={{dtlink|25|8|1961}}
|mandato_fim_título5 ={{dtlink|8|9|1961}}
|antes_título5 =[[Pedro Geraldo de Almeida]]
|depois_título5 =[[Amaury Kruel]]
|nascimento_data ={{dni|3|8|1907|lang=br|si}}
|nascimento_local =[[Bento Gonçalves (Rio Grande do Sul)|Bento Gonçalves]], [[Rio Grande do Sul]], {{BRA|1889}}
|morte_data ={{nowrap|{{morte|12|9|1996|3|8|1907}}}}
|morte_local =[[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[Rio de Janeiro]],<br/>{{BRA}}
|nome_comp =Ernesto Beckmann Geisel
|partido =[[Aliança Renovadora Nacional]]
|alma_mater =[[Escola Militar do Realengo]]
|cônjuge =[[Lucy Geisel|Lucy Markus]] {{small|(1939–1996)}}
|assinatura =Assinatura de Esnesto Geisel.jpg
|profissão =[[Militar]]
|religião =[[Luteranismo]]
|ramo =[[Exército Brasileiro]]
|anos_de_serviço =1927–1969
|graduação =[[Ficheiro:General do Exército.gif|50px]] [[General de exército|General de Exército]]
}}
'''Ernesto Beckmann Geisel''' <small>[[Ordem Militar de Sant'Iago da Espada|GColSE]] • [[Ordem do Infante D. Henrique|GColIH]]</small> ([[Bento Gonçalves (Rio Grande do Sul)|Bento Gonçalves]], {{dtlink|lang=br|3|8|1907}} — [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], {{dtlink|lang=br|12|9|1996}}) foi um [[político]] e [[militar]] [[brasil]]eiro, tendo sido [[Lista de presidentes do Brasil|29º]] [[Presidente do Brasil]] ( 4º no regime militar brasileiro) de 1974 a 1979.<ref>{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/governo-geisel-1974-1979-distensao-oposicoes-e-crise-economica.jhtm|título="Distensão", oposições e crise econômica|autor=Renato Cancian||publicado=UOL Educação|acessodata=14 de outubro de 2011}}</ref>
'''Ernesto Beckmann Geisel''' <small>[[Ordem Militar de Sant'Iago da Espada|GColSE]] • [[Ordem do Infante D. Henrique|GColIH]]</small> ([[Bento Gonçalves (Rio Grande do Sul)|Bento Gonçalves]], {{dtlink|lang=br|3|8|1907}} — [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], {{dtlink|lang=br|12|9|1996}}) foi um [[político]] e [[militar]] [[brasil]]eiro, tendo sido [[Lista de presidentes do Brasil|29º]] [[Presidente do Brasil]] ( 4º no regime militar brasileiro) de 1974 a 1979.<ref>{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/governo-geisel-1974-1979-distensao-oposicoes-e-crise-economica.jhtm|título="Distensão", oposições e crise econômica|autor=Renato Cancian||publicado=UOL Educação|acessodata=14 de outubro de 2011}}</ref>



Revisão das 00h21min de 17 de maio de 2016

General de Exército
Ernesto Geisel
File:Presidente-Ernesto-Geisel.jpg
29Presidente do Brasil
Período 15 de março de 1974
a 15 de março de 1979
Vice-presidente Adalberto Pereira dos Santos
Antecessor(a) Emílio Garrastazu Médici
Sucessor(a) João Figueiredo
13º Presidente da Petrobras
Período 6 de novembro de 1969
a 6 de julho de 1973
Antecessor(a) Waldemar Levy Cardoso
Sucessor(a) Floriano Peixoto Faria Lima
Ministro do Superior Tribunal Militar
Período 20 de março de 1967
a 27 de outubro de 1969
Antecessor(a) Floriano de Lima Brayner
Sucessor(a) Jurandir Bizarria Mamede
Ministro Chefe do Gabinete Militar
Período 15 de abril de 1964
a 15 de março de 1967
Antecessor(a) André Fernandes de Sousa
Sucessor(a) Jaime Portela de Melo
Período 25 de agosto de 1961
a 8 de setembro de 1961
Antecessor(a) Pedro Geraldo de Almeida
Sucessor(a) Amaury Kruel
Dados pessoais
Nome completo Ernesto Beckmann Geisel
Nascimento 3 de agosto de 1907
Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul,  Brasil
Morte 12 de setembro de 1996 (89 anos)
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
 Brasil
Alma mater Escola Militar do Realengo
Cônjuge Lucy Markus (1939–1996)
Partido Aliança Renovadora Nacional
Religião Luteranismo
Profissão Militar
Assinatura Assinatura de Ernesto Geisel
Serviço militar
Serviço/ramo Exército Brasileiro
Anos de serviço 1927–1969
Graduação General de Exército

Ernesto Beckmann Geisel GColSEGColIH (Bento Gonçalves, 3 de agosto de 1907Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1996) foi um político e militar brasileiro, tendo sido 29º Presidente do Brasil ( 4º no regime militar brasileiro) de 1974 a 1979.[1]

Filho de imigrantes luteranos alemães, estudou no Colégio Martinho Lutero de Estrela e no Colégio Militar de Porto Alegre, formando-se oficial na Escola Militar de Realengo.[2] Ingressou na carreira política ao ser nomeado chefe da Casa Militar do governo do Presidente Castelo Branco, em 1964. Fez parte do grupo de militares castelistas que combateram a candidatura do Marechal Costa e Silva à presidência da República.[2] Castelo promoveu-o ainda a General-de-exército em 1966 e nomeou-o Ministro do Superior Tribunal Militar em 1967. No governo de Emílio Médici, tornou-se presidente da Petrobras, enquanto seu irmão Orlando Geisel tornara-se Ministro do Exército; o apoio de Orlando foi decisivo para que Médici o escolhesse como candidato à Presidência em 1974. Em 1974, pelo Aliança Renovadora Nacional (ARENA), na chapa com Adalberto Pereira dos Santos para vice, candidatou-se à presidência, onde venceu, com quatrocentos votos (84,04%), a chapa oposicionista Ulysses Guimarães/Barbosa Lima Sobrinho do MDB, que obteve 76 votos (15,96%).[3]

Assumiu a Presidência do Brasil em 15 de março de 1974.[4] Seu governo foi marcado pelo início de uma abertura política e amenização do rigor do regime militar brasileiro, onde encontrou fortes oposições de políticos chamados de linha-dura[4]. Durante sua incumbência, ficaram marcados os seguintes acontecimentos: divisão de Mato Grosso e a consequente criação do Mato Grosso do Sul, reatamento de relações diplomáticas com a República Popular da China, reconhecimento da independência de Angola, realização de acordos nucleares com a Alemanha Ocidental, início do processo de redemocratização do país, extinção do AI-5 e grande adiantamento da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu.[4]

Em sua vida pós-presidência, Geisel manteve influência sobre o Exército ao longo da década de 1980 e, nas eleições presidenciais de 1985, apoiou o candidato oposicionista vitorioso Tancredo Neves, o que caracterizou a diminuição das resistências a Tancredo no meio militar. Foi presidente da Norquisa, empresa ligada ao setor petroquímico. Em 12 de setembro de 1996, aos 89 anos, veio a falecer, vítima de um câncer generalizado.[4]

Início de vida

Geisel nasceu em Bento Gonçalves, em 3 de agosto de 1907. Seu pai era Wilhelm August Geisel, imigrante alemão luterano,[2] que chegou ao Brasil em 1883, oriundo de Herborn, no estado de Hesse. No Brasil, mudou seu nome para Guilherme Augusto Geisel, a fim de facilitar a pronúncia. Sua mãe foi Lydia Beckmann, brasileira de Teutônia, filha de pais alemães oriundos de Osnabruque, no estado da Baixa Saxônia. Em Bento Gonçalves, onde Geisel nasceu, havia apenas duas famílias de origem alemã - os Geisel e os Dreher- enquanto que a maioria da população era composta por imigrantes italianos. Sobre o contato com os imigrantes italianos locais durante sua infância, Geisel descreveu os contrastes culturais entre a educação estrita e rigorosa que seus pais alemães impunham, em comparação com a liberdade e o modo de vida mais livre que seus amigos italianos tinham, os quais ele admirava. Geisel foi criado numa família luterana (o avô era pastor), a qual ele classificava como de classe média baixa, relativamente pobre.[5] Em entrevista, Ernesto Geisel declarou que, em sua infância, entendia e falava o alemão, embora nunca tendo aprendido a ler nesse idioma. Na idade adulta, entendia o idioma, mas falava com dificuldade.[6] Tinha quatro irmãos: Amália, Bernardo, Henrique e Orlando. Passou a infância em Teutônia e Estrela.[7]

Dois de seus irmãos também ingressaram na carreira das armas e tornaram-se generais: Henrique Geisel e Orlando Geisel, que chegou a ser ministro do exército durante o governo de Emílio Garrastazu Médici.

Geisel e Getúlio Vargas. Recife, 1940.

Início de carreira

Ernesto Geisel ingressou no Colégio Militar de Porto Alegre em 1921 e em 1928 formou-se oficial na Escola Militar de Realengo. Participou de ações militares na Revolução de 1930 como tenente[8]. Fez parte das tropas federais que combateram a Revolução Constitucionalista, de 1932.

No início dos anos 30 também desempenhou as funções de secretário de fazenda da Paraíba, quando os tenentes da Revolução de 1930 passaram a ocupar cargos políticos.

Em 1940 Geisel casou com sua prima de primeiro grau, Lucy, com quem teve dois filhos: Amália e Orlando, este último falecido num acidente de trem em 1957.[9]

Vida política

Na década de 1950, Geisel comandou a guarnição de Quitaúna e gerenciou a refinaria de Cubatão, ambas no estado de São Paulo. Durante este período, ele estreitou suas ligações com o grupo militar que mais tarde seria conhecido como "Sorbonne", ligado à Escola Superior de Guerra[8].

Ernesto Geisel, 29º presidente do Brasil, durante jantar oferecido a Jimmy Carter, 29 de março de 1978. Ao lado de Geisel a mulher do presidente norte-americano, Rosalynn Carter.

Geisel sempre teve interesse na área de extração petrolífera, tendo dirigido a refinaria de Cubatão em 1956, a Petrobras (1969 a 1973) e, após 1979, a Norquisa, depois de ter deixado a presidência da República.

Em sua gestão na presidência da Petrobras, empresa estatal que deteve até a década de 90 o monopólio da extração de petróleo no Brasil, concentrou esforços na exploração da plataforma submarina, tendo obtido resultados positivos. Conseguiu acordos no exterior para a pesquisa e firmou convênios com o Iraque, o Egito e o Equador.[8]

Após o Golpe de Estado em 1964, em 15 de abril de 1964 foi nomeado chefe da Casa Militar pelo presidente Castelo Branco[2], que o encarregou de averiguar denúncias de torturas em unidades militares do Nordeste do Brasil.

Geisel fez parte do grupo de militares castelistas que combateram a candidatura do marechal Costa e Silva à presidência da República.

Castello Branco promoveu-o a general-de-exército em 1966, e nomeou-o ainda ministro do Superior Tribunal Militar em 1967.

Com a posse de Costa e Silva na presidência, Geisel caiu no ostracismo político. No governo de Emílio Médici tornou-se presidente da Petrobras, enquanto seu irmão Orlando Geisel se tornou o ministro do Exército[4]. O apoio do irmão Orlando foi decisivo para que Médici o escolhesse como candidato à presidência da república para o mandato de 1974-1979.[4]

Presidente da República

Lançado oficialmente candidato da ARENA à presidência em 18 de junho de 1973, foi eleito presidente com 400 votos, contra 76 do "anticandidato" Ulysses Guimarães, do MDB, em 15 de janeiro de 1974.[3][8]

Geisel dedicou-se, à abertura política articulada pelo general Golbery do Couto e Silva, que encontrou resistência nos militares da chamada linha-dura, sendo que o episódio mais dramático foi a demissão do ministro do exército, Sylvio Frota, em 12 de outubro de 1977.

Em 1977, em Sarandi, acontece uma invasão de terras na fazenda Annoni que dá início ao MST existente até hoje.[8]

Outro fato marcante foi a exoneração do General Ednardo D'Ávila Mello, comandante do II Exército, após as mortes do jornalista Wladimir Herzog, em 1975, e do metalúrgico Manoel Fiel Filho, em 1976, em dependências militares paulistas.

Geisel conseguiu fazer seu sucessor João Figueiredo, que continuou a abertura política do país.

Principais realizações do Governo Geisel

Posse do presidente Ernesto Geisel e de seu vice Adalberto Pereira dos Santos, em sessão conjunta do Congresso Nacional.

Estes foram alguns dos principais planos do governo Geisel:[8]

  • Anexação da Guanabara pelo Rio de Janeiro em 1975.
  • Divisão de Mato Grosso e criação de Mato Grosso do Sul entre 1977 e 1979.
  • II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), política desenvolvimentista que ajudou a manter a economia aquecida, o parque industrial em expansão e o nível de empregos após o primeiro choque do petróleo (1973), mas que causou agravamento da dívida externa e dos problemas monetários ocasionadores da hiperinflação das décadas seguintes, legando um estado de recessão já no governo do sucessor João Figueiredo. A concessão de grandes incentivos aos investimentos de capital estrangeiro no país foi outro controverso e capital ponto do II PND.
  • Inaugurou as primeiras linhas do metrô em São Paulo e no Rio de Janeiro.
  • Busca de novas fontes de energia, realizando o acordo nuclear com a Alemanha, criando os contratos de risco com a Petrobras e incentivando a utilização do álcool como combustível.
  • Deu início do processo de redemocratização do país, embora tal processo tenha sofrido alguns retrocessos durante seu governo, como bem exemplifica o Pacote de Abril, em 1977.
  • Abertura política do Brasil, sobre a qual Geisel afirmou que a redemocratização seria um processo "lento, gradual e seguro" em seu discurso de posse. Os assassinatos do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho em São Paulo, entre o final de 1975 e o início de 1976, apressaram os planos do governo e ocasionaram um enfraquecimento do poder da chamada linha-dura dentro da administração federal, com a demissão, pouco tempo depois das mortes, do general Ednardo D'Ávila Mello, comandante do II Exército, responsável pelas prisões de Herzog e Fiel Filho. No auge da crise institucional, Geisel neutraliza uma tentativa de golpe do general Sylvio Frota, principal expoente da "linha-dura" e tido como um dos favoritos à sua própria sucessão, e termina por exonerá-lo em outubro de 1977.
  • Extinguiu o AI-5 e preparou o governo seguinte (João Figueiredo) para realizar a anistia política e a volta dos exilados, mas sem que retomassem seus cargos políticos.
  • Em política externa, dentro de uma orientação denominada pelo governo de "pragmatismo responsável", procurou ampliar a presença brasileira na África e com os demais países do Terceiro Mundo (incluindo nisso os vizinhos de América Latina), evitando o alinhamento incondicional aos Estados Unidos. Reconheceu de imediato os regimes socialistas portugueses e angolanos que se sucederam após as guerras de independência colonial e o desmonte do poder ditatorial salazarista, bem como reatou relações diplomáticas com a República Popular da China.
  • Autorizou a demolição do Palácio Monroe - episódio polêmico que movimentou interesses diversos e gerou intensas campanhas contra e a favor nos jornais.
  • Denunciou o tratado militar Brasil-Estados Unidos em 1977.
  • Construiu grande parte da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
  • Demitiu o ministro do Exército, general Sílvio Frota, isolando o grupo de militares que era contra o processo de abertura política.[10]

Condecorações

Em 1 de junho de 1977 foi agraciado pelo estado português, com o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e em 13 de fevereiro de 1979 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique.[11]

Vida após a presidência

Como ex-presidente, manteve influência sobre o exército ao longo dos anos 80, e em 1985, seu apoio à candidatura de Tancredo Neves, nas eleições indiretas daquele ano, derrotando Paulo Maluf. Seu apoio diminuiu as resistências a Tancredo no meio militar. Também foi presidente da Norquisa, empresa ligada ao setor petroquímico.

Em 1997, a Fundação Getúlio Vargas publicou a transcrição de seu depoimento, no qual narrou sua vida particular, militar e política.

Após a presidência passou a viver entre um apartamento no bairro do Leblon, residência na qual morou até a sua morte, e uma granja de sua propriedade na cidade de Teresópolis. Morreu aos 89 anos, no dia 12 de setembro de 1996, de câncer generalizado. Foi sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.[12]

Frases

"Se é a vontade do povo brasileiro eu promoverei a Abertura Política no Brasil. Mas chegará um tempo que o povo sentirá saudade do Regime Militar. Pois muitos desses que lideram o "fim" do Regime não estão visando o bem do povo mas sim seus próprios interesses."[13]

Bibliografia

  • _______, Viagem do Presidente Geisel À Alemanha, Assessoria da Presidência da República, Editora Brasília, 1978.
  • ______, Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro, Fundação Getúlio Vargas, 1984.
  • ABREU, Hugo de Andrade, O outro lado do poder, Nova Fronteira, 1979.
  • ARAÚJO, Maria Celina de, CASTRO, Celso, orgs, Ernesto Geisel , Editora FGV, RJ, 1997.
  • BARROS, Adirson de, Geisel e a Revolução Brasileira, Editora Artenova, 1976.
  • CASTRO, Celso, Dossiê Geisel , Editora FGV,RJ, 2002.
  • CURY, Levy, Um Homem Chamado Geisel, Editora Horizonte, 1978.
  • GEISEL, Ernesto, Discursos, 5 volumes, 1978, Assessoria de Imprensa da Presidência, 1979.
  • GÓES, Waldemar de, O Brasil do General Geisel, Nova Fronteira, 1978.
  • JORGE, Fernando, As Diretrizes Governamentais do Presidente Ernesto Geisel, Edição do Autor, 1976.
  • JORGE, Fernando, Geisel - o Presidente da Abertura, Companhia Editora Nacional, 2007.
  • FALCÃO, Armando, Tudo a declarar, Nova Fronteira, 1989.
  • FALCÃO, Armando, Geisel do Tenente ao Presidente, Editora Nova Fronteira, 1995.
  • FROTA, Sylvio, Ideais Traídos, Jorge Zahar, 2006.
  • OLIVEIRA, Eliézer Rizzo de, De Geisel a Collor Forças Armadas, Transição e Democracia, Editora Papirus, 1984.
  • SILVA, Hélio, Ernesto Geisel - 25ª Presidente do Brasil, Editora Três, 1983.
  • STUMPF, Andre Gustavo, PEREIRA Filho, Segunda Guerra: Sucessão de Geisel, Editora Brasiliense, 1979.
  • VIEIRA, R. A. Amaral, Crônica dos Anos Geisel, Editora Forense Universitária, 1987.

Ver também

Referências

  1. Renato Cancian. «"Distensão", oposições e crise econômica». UOL Educação. Consultado em 14 de outubro de 2011 
  2. a b c d «Ernesto Geisel - Biografia». Centro de Informação de Acervos dos Presidentes da República e Almanaque Abril. UOL - Educação. Consultado em 25 de agosto de 2012 
  3. a b «Geisel eleito, por 400 votos a 76». Folha de S. Paulo. 16 de janeiro de 1974. Consultado em 22 de março de 2016 
  4. a b c d e f Antonio Gasparetto Junior (9 de setembro de 2008). «Governo de Ernesto Geisel». InfoEscola. Consultado em 25 de agosto de 2012 
  5. KOIFMAN, Fábio. Presidentes Do Brasil: De Deodoro A FHC.
  6. D'ARAUJO, Maria Celina. Ernesto Geisel.
  7. GASPARI, Elio. A Ditadura Derrotada. São Paulo:Companhia da Letras, 2003. p.29
  8. a b c d e f Rainer Sousa. «Governo Geisel (1974-1979)». R7. Brasil Escola. Consultado em 25 de agosto de 2012 
  9. «Morte de Lucy Markus Geisel». 15 de março de 2000. Consultado em 13 de dezembro de 2010  Parâmetro desconhecido |auto= ignorado (ajuda)
  10. «Ernesto Geisel». Educacao UOL. Consultado em 13 de junho de 2014 
  11. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Ernesto Geisel". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 24 de março de 2016 
  12. Folha online (03 de agosto de 2015). «Geisel será enterrado no Rio nesta sexta»  Verifique data em: |data= (ajuda)
  13. «Pensador». Consultado em 2 de abril de 2015 

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Ernesto Geisel
Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Ernesto Geisel

Precedido por
Pedro Geraldo de Almeida
Chefe do Gabinete Militar
1961
Sucedido por
Amaury Kruel
Precedido por
André Fernandes de Sousa
Chefe do Gabinete Militar
1964 — 1967
Sucedido por
Jaime Portela de Melo
Precedido por
Waldemar Levy Cardoso
Presidente da Petrobras
1969 — 1973
Sucedido por
Floriano Peixoto Faria Lima
Precedido por
Emílio Garrastazu Médici
Brasil.
29º. Presidente do Brasil

1974 — 1979
Sucedido por
João Figueiredo