Jovens Turcos (Brasil): diferenças entre revisões

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'''Jovens Turcos''' foi a designação pela qual ficaram conhecidos os [[Oficial (militar)|oficiais]] [[brasileiros]] que receberam [[Treinamento militar|formação militar]] na [[Império Alemão|Alemanha]] <ref>''O último tenente.'' Autores: Juracy Magalhães ¨& José Alberto Gueiros. [[Editora Record]], 1996, pág. 44. ISBN 9788501045225 Adicionado em 31/03/2018.</ref> nos anos que precederam a [[Primeira Guerra Mundial]].
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'''Jovens Turcos''' foi a designação pela qual ficaram conhecidos os oficiais brasileiros que receberam formação militar na Alemanha nos anos que precederam a [[Primeira Guerra Mundial]].
==Historial==
Em 1906, 1908, e 1910 a convite do Imperador alemão [[Guilherme II da Alemanha|Guilherme II]], contando com o apoio do [[Barão do Rio Branco]] e, do então, ministro da Guerra, e posterior presidente da República, Marechal [[Hermes da Fonseca]] foram enviadas turmas de oficiais brasileiros à [[Alemanha]] com o objetivo modernizar as forças armadas nacionais, em função do atraso do Exército e a preocupação de nossa diplomacia com a soberania do país.


== Historial ==
Nesse momento, a Alemanha travava com a [[França]] uma disputa pela liderança militar na Europa, assim, consequentemente, buscavam ampliar seu campo de influência. Essa disputa tanto incluia a ampliação do poderio bélico e inovações táticas, quanto a venda de armamento e o envio de missões militares estrangeiras de instrução junto aos exércitos latino-americanos, como já fora experimentado no [[Chile]] e [[Argentina]].


Entre [[1906]] e [[1912]] <ref>''Forças armadas e política no Brasil.'' Autor: José Murilo de Carvalho. [[Zahar (editora)|Zahar]], 2005, pág. 23. ISBN 9788571108561 Adicionado em 31/03/2017.</ref> a convite do [[Cáiser|Imperador alemão]] [[Guilherme II da Alemanha|Guilherme II]], contando com o apoio do [[Barão do Rio Branco]] e, do então, [[Ministério da Guerra (Brasil)|ministro da Guerra]], e do posterior [[Presidente do Brasil|presidente da República]], [[Marechal]] [[Hermes da Fonseca]] foram enviadas turmas de oficiais [[brasileiros]] à Alemanha com o objetivo modernizar as [[Forças Armadas do Brasil|forças armadas nacionais]], em função do atraso do Exército e a preocupação [[Relações internacionais do Brasil|de nossa diplomacia]] com a [[soberania]] do país.
Esses oficiais, por defederem reformas tendo como modelo a doutrina militar alemã, de retorno, seriam chamados pelos seus adversários de '''Jovens Turcos''', em referência aos oficiais de [[Kemal Atatürk|Mustafa Kemal]] de forte influência [[positivismo|positivista]], que também estagiara na Alemanha.


Nesse momento, o [[Império Alemão]] travava com a [[Terceira República Francesa]] uma disputa pela liderança militar na [[Europa]], assim, consequentemente, buscavam ampliar suas [[esfera de influência|esferas de influência]]. Essa disputa tanto incluía a ampliação do poderio bélico e inovações táticas, quanto a venda de armamento e o envio de missões militares estrangeiras de instrução junto aos exércitos [[América Latina|latino-americanos]], como já fora experimentado no [[Chile]] e [[Argentina]].
De volta ao [[Brasil]], os "Jovens Turcos" fundaram a revista "[[A Defesa Nacional]]" em 1913, consagrando-a à reforma do [[Exército Brasileiro]], na qual traduziam obras de militares alemães e difundiam seu sistema de treinamento, práticas e costumes, e escreviam textos enaltecendo o Exército e a indústria bélica germânica. Essa reforma tinha em vista a modernização do exército, e respondia ao processo de conscientização política do exército encaminhada por [[Benjamin Constant Botelho de Magalhães|Benjamin Constant]], indivíduo claramente influenciado pelo [[Positivismo]].


Esses oficiais, por defenderem reformas tendo como modelo a doutrina militar alemã, de retorno, seriam chamados pelos seus adversários de "[[Jovens Turcos]]", em referência aos oficiais de [[Kemal Atatürk|Mustafa Kemal]] de forte influência positivista, que também estagiara na Alemanha.
Entre seus membros contava com [[Bertoldo Klinger]], [[Euclides Figueiredo]], Leitão de Carvalho, Joaquim de Souza Reis, Epaminondas de Lima e Silva, César Augusto Parga Rodrigues, Amaro de Azambuja Vilanova e Francisco Jorge Pinheiro.


De volta ao [[Brasil]], os "Jovens Turcos" fundaram a [[revista]] "[[A Defesa Nacional]]" em [[1913]],<ref>''Da Itália à Coréia: decisões sobre ir ou não à guerra.'' Autor: Vágner Camilo Alves. [[Editora UFMG]], 2007, pág. 58. ISBN 9788570416148 Adicionado em 31/03/2018.</ref> consagrando-a à reforma do [[Exército Brasileiro]], na qual traduziam obras de militares alemães e difundiam seu sistema de treinamento, práticas e costumes, e escreviam textos enaltecendo [[Deutsches_Heer#Primeira_Guerra_Mundial_(1914-1918)|o Exército]] e a [[indústria bélica]] germânica. Essa reforma tinha em vista a modernização do exército, e respondia ao processo de conscientização política do exército encaminhada por [[Benjamin Constant Botelho de Magalhães|Benjamin Constant]], indivíduo claramente influenciado pelo [[positivismo]].
Após o término da [[Primeira Guerra]], a opção dos jovens turcos se tornou inviável e o Brasil contratou uma missão militar francesa para

modernizar o seu Exército.
Entre seus membros contava com [[Bertoldo Klinger]],<ref>''História social de elites.'' Autor: Flávio M. Heinz. [[Oikos (editora)|Oikos]], 2011, pág. 18. ISBN 9788578432096 Adicionado em 31/03/2018.</ref> [[Euclides Figueiredo]], Leitão de Carvalho, Joaquim de Souza Reis, Epaminondas de Lima e Silva, César Augusto Parga Rodrigues, [[Amaro de Azambuja Vila Nova]] e Francisco Jorge Pinheiro.

Após o término da [[Primeira Guerra]], a opção dos jovens turcos se tornou inviável e o Brasil contratou uma missão militar da [[França]] para modernizar o seu Exército.

== Ver também ==
* [[Aliados da Primeira Guerra Mundial]]
* [[Brasil na Primeira Guerra Mundial]]
* [[História do Exército Brasileiro]]
* [[Jovem Turquia|Jovem Turquia (Portugal)]]

{{Referências}}

{{Portal3|Guerra|História|Brasil}}


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{{Brasil/Tópicos}}

Revisão das 21h30min de 31 de março de 2018

Jovens Turcos foi a designação pela qual ficaram conhecidos os oficiais brasileiros que receberam formação militar na Alemanha [1] nos anos que precederam a Primeira Guerra Mundial.

Historial

Entre 1906 e 1912 [2] a convite do Imperador alemão Guilherme II, contando com o apoio do Barão do Rio Branco e, do então, ministro da Guerra, e do posterior presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca foram enviadas turmas de oficiais brasileiros à Alemanha com o objetivo modernizar as forças armadas nacionais, em função do atraso do Exército e a preocupação de nossa diplomacia com a soberania do país.

Nesse momento, o Império Alemão travava com a Terceira República Francesa uma disputa pela liderança militar na Europa, assim, consequentemente, buscavam ampliar suas esferas de influência. Essa disputa tanto incluía a ampliação do poderio bélico e inovações táticas, quanto a venda de armamento e o envio de missões militares estrangeiras de instrução junto aos exércitos latino-americanos, como já fora experimentado no Chile e Argentina.

Esses oficiais, por defenderem reformas tendo como modelo a doutrina militar alemã, de retorno, seriam chamados pelos seus adversários de "Jovens Turcos", em referência aos oficiais de Mustafa Kemal de forte influência positivista, que também estagiara na Alemanha.

De volta ao Brasil, os "Jovens Turcos" fundaram a revista "A Defesa Nacional" em 1913,[3] consagrando-a à reforma do Exército Brasileiro, na qual traduziam obras de militares alemães e difundiam seu sistema de treinamento, práticas e costumes, e escreviam textos enaltecendo o Exército e a indústria bélica germânica. Essa reforma tinha em vista a modernização do exército, e respondia ao processo de conscientização política do exército encaminhada por Benjamin Constant, indivíduo claramente influenciado pelo positivismo.

Entre seus membros contava com Bertoldo Klinger,[4] Euclides Figueiredo, Leitão de Carvalho, Joaquim de Souza Reis, Epaminondas de Lima e Silva, César Augusto Parga Rodrigues, Amaro de Azambuja Vila Nova e Francisco Jorge Pinheiro.

Após o término da Primeira Guerra, a opção dos jovens turcos se tornou inviável e o Brasil contratou uma missão militar da França para modernizar o seu Exército.

Ver também

Referências

  1. O último tenente. Autores: Juracy Magalhães ¨& José Alberto Gueiros. Editora Record, 1996, pág. 44. ISBN 9788501045225 Adicionado em 31/03/2018.
  2. Forças armadas e política no Brasil. Autor: José Murilo de Carvalho. Zahar, 2005, pág. 23. ISBN 9788571108561 Adicionado em 31/03/2017.
  3. Da Itália à Coréia: decisões sobre ir ou não à guerra. Autor: Vágner Camilo Alves. Editora UFMG, 2007, pág. 58. ISBN 9788570416148 Adicionado em 31/03/2018.
  4. História social de elites. Autor: Flávio M. Heinz. Oikos, 2011, pág. 18. ISBN 9788578432096 Adicionado em 31/03/2018.
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