Saltar para o conteúdo

António Marques Lésbio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
António Marques Lésbio
António Marques Lésbio
Letra do vilancico Ayreçillos manços, uma famosa obra do compositor.
Informação geral
Nome completo António Marques Lésbio
Nascimento 1639[1]
Local de nascimento Lisboa
borde Reino de Portugal (atual  Portugal)
Morte 27 de novembro de 1709
Local de morte Lisboa
Gênero(s) Barroco
Ocupação(ões) Compositor, mestre de capela, multi-instrumentista, cantor, poeta, professor e bibliotecário.

António Marques Lésbio (Lisboa, 1639[1]Lisboa, 27 de novembro de 1709[1]) foi um notável[2] compositor português[1] do período barroco, conhecido sobretudo pelos seus vilancicos.[2]

António Marques nasceu em Lisboa[2] no ano de 1639.[1] Lésbio é apenas um título académico referente à ilha grega de Lesbos associada à origem da poesia lírica.[2]

Escreveu os seus primeiros vilancicos em 1660[2] e conseguiu ocupar sequencialmente vários postos que incluem o ensino dos moços do coro da Capela Real (em 1669),[2] escrivão dos Contos (em 1680),[2] bibliotecário da grandiosa Real Biblioteca de Música (em 1692)[2] e finalmente o de mestre da Capela Real (nomeado a 15 de janeiro de 1698, tendo sucedido a Filipe da Madre de Deus).[2]

Conseguiu grande reconhecimento dos seus contemporâneos,[2] tornando-se um membro ativo da Academia dos Singulares.[2] Era também muito estimado pelo rei D. Pedro II de Portugal, a sua segunda consorte, D. Maria Sofia Isabel de Neuburgo e D. Catarina de Bragança.[3]

Faleceu em Lisboa, no dia 27 de novembro de 1709,[1] véspera da festa de Santa Cecília, padroeira dos músicos.

Escreveu e compôs música sacra e profana em latim, castelhano e português. Das obras latinas só nos chegou Victimae Paschalis laudes para a celebração da Páscoa,[4] mas em português e castelhano chegaram aos nossos dias várias composições, sobretudo vilancicos:

Para além da letra de muitas dos seus vilancicos, também escreveu poesia em castelhano, português e latim. É disso exemplo a obra: "A Estrela de Portugal, o feliz nascimento da Sereníssima Infanta" (1669), dedicado ao nascimento da princesa Isabel Luísa Josefa de Bragança.[6]

Esquecimento e Reconhecimento

[editar | editar código-fonte]

A mudança dos gostos musicais e consequente proibição dos vilancicos em 1724 e a destruição da Biblioteca Real de Música com o terramoto de 1755,[3] fizeram com que pouco da sua obra tenha sobrevivido.[1] O que sobreviveu deveu-se à sua grande fama e também à sua prolificidade.

Com a modernidade chegou um renovado interesse pela história da música, que fez com que as composições de Marques Lésbio ganhassem grande notoriedade.

Edição Musical

[editar | editar código-fonte]
  • Alegria, José Augusto (1985), António Marques Lésbio: Vilancicos e tonos, Portugaliae Musica, vol. XLVI, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.

As seguintes gravações incluem obras de Marques Lésbio:

  • 1995 - Diversions. Calliope. Summit Records. Faixa 4: "Areçillos Manços".
  • 2001 - Renaissance Faire. St. Louis Brass Quintet. Summit Records. Faixa 12: "Arecillos Mancos".
  • 2006 - Il Pellegrino - Cosimo III de Medici - Viaggio di Spagna e Portogallo. Resonet / Fernando Reyes. Enchiriadis. Faixa 25: "Ya las sombras de la noche".
  • 2012 - Mirabile Mysterium - A European Christmas Tale. Huelgas Ensemble. Sony Music Entertainment. Faixa 14: "Dexen que llore mi niño".
  • 2014 - Évora - Portuguese Baroque Villancicos. Rogério Gonçalves / A Corte Musical. Pan Classics. Faixa 8: "Ya las sombras de la noche"; e Faixa 9: "Dime como he de portarme".
  • 2014 - Les lettres portugaises. Francisco Ramos / Academia dos Singulares. "Ya las sombras de la noche".


Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikisource Textos originais no Wikisource
Commons Imagens e media no Commons
Ícone de esboço Este artigo sobre um(a) compositor(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.

Referências

  1. a b c d e f g h i Keith Johnson. «António Marques Lésbio» (em inglês). Consultado em 13 de dezembro de 2014 
  2. a b c d e f g h i j k Beatriz Catão Cruz Santos (2009). Santos e Devotos no Império Ultramarino Português. Rio de Janeiro: [s.n.] pp. 151, 152 e 173. Consultado em 13 de dezembro de 2014 
  3. a b Joaquim Mendes dos Remédios (1923). Os Vilhancicos. Breve estudo bibliográfico-crítico dum género literário, que desapareceu há duzentos anos. Lisboa, Porto, Coimbra: Lvmen. pp. 17 e 18 
  4. a b c d e f g h i j k l António Marques Lésbio; José Augusto Alegria; Manuel Carlos de Brito; Fundação Calouste Gulbenkian (1986). Portugaliae musica. Vilancicos e tonos 1 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. ISBN 9789726660026 
  5. Katherine Dixson (2 de março de 2014). «Brazilian brilliance in Birmingham with Ex Cathedra». Bachtrack (em inglês). Consultado em 14 de janeiro de 2015 
  6. Biblioteca Nacional de Portugal. «A ESTRELLA DE PORTUGAL». Catálogo. Consultado em 14 de janeiro de 2015