Deuses olímpicos: diferenças entre revisões

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|[[Deméter]]||[[Imagem:Demeter Altemps Inv8596 n2.jpg|50px]]||Deusa da fertilidade, agricultura, natureza e estações do ano. Símbolos: papoila e cereais.Filha de Cronos e Reia, irmã de Zeus. ||Primeira
|[[Deméter]]||[[Imagem:Demeter Altemps Inv8596 n2.jpg|50px]]||Deusa da fertilidade, agricultura, natureza e estações do ano. Símbolos: papoila e cereais.Filha de Cronos e Reia, irmã de Zeus. ||Primeira
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|[[Hades]]||[[Imagem:Hades Altemps Inv8584.jpg|50px]]||Deus dos mortos, dos Infernos e das riquezas da terra. Símbolos: Elmo da Escuridão, um bidente, um crânio e monstro de 3 cabeças. Filho do Titã Cronos e de Reia. Irmão de Zeus e Posidão.||Primeira
|[[Hades]]||[[Imagem:Hades Altemps Inv8584.jpg|50px]]||Deus dos mortos, dos Infernos e das riquezas da terra. Símbolos: Elmo da Escuridão, um bidente, um crânio e monstro de 3 cabeças. Filho do Titã Cronos e de Reia. Irmão de Zeus e Poseidon.||Primeira
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|[[Héstia]]||[[Imagem:Hestia-meyers.png|50px]]||Deusa virgem do lar e da lareira. Símbolo: Lareira. Filha de Cronos e Reia, e irmã de Zeus.||Primeira
|[[Héstia]]||[[Imagem:Hestia-meyers.png|50px]]||Deusa virgem do lar e da lareira. Símbolo: Lareira. Filha de Cronos e Reia, e irmã de Zeus.||Primeira

Revisão das 12h26min de 16 de junho de 2014

Os Doze Deuses Olímpicos, por Monsiau, em finais do século XVIII

Os doze deuses olímpicos, também conhecidos como o Dodekatheon (em grego: Δωδεκάθεον < δώδεκα,[1] dōdeka, "doze" + θεοί, theoi, "deuses"), na religião helênica, eram os principais deuses do panteão grego, residentes no topo do Monte Olimpo.

Os deuses olímpicos moravam em um imenso palácio, em algumas versões de cristais, construído no topo do monte Olimpo, uma montanha que ultrapassaria o céu. Alimentavam-se de ambrósia e bebiam néctar, alimentos exclusivamente divinos, ao som da lira de Apolo, do canto das Musas e da dança das Cárites. Apesar de nunca haver se acabado por completo, e tendo permanecido oculto na maior parte da Grécia devido à perseguição político-religiosa que sofreu, o culto dos deuses olímpicos tem sido restaurado de forma mais explícita na Grécia desde os anos 1990, através do movimento religioso conhecido como Dodecateísmo.[carece de fontes?]

A primeira referência antiga a cerimónias religiosas em sua honra encontra-se no Hino homérico dedicado a Hermes. A composição clássica dos Doze Deuses Olímpicos (o Doze Canónico da arte e da poesia) inclui os seguintes deuses: Zeus, Hera, Poseidon, Atena, Ares, Deméter, Apolo, Ártemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dioniso. Os doze deuses romanos correspondentes eram Júpiter, Juno, Neptuno, Minerva, Marte, Ceres, Apolo, Diana, Vulcano, Vénus, Mercúrio e Baco.[2] Hades (no panteão romano, Plutão) não era geralmente incluído nesta lista. Não tinha assento no panteão porque passava a maior parte do seu tempo nos Infernos. Também costuma aparecer entre os doze Héstia (entre os romanos, Vesta.) Quando foi dado lugar a Dioniso, o número total de Olímpicos passou a ser treze. Sendo tal número indesejável, e de modo a evitar conflitos, Héstia abdicou do seu lugar entre os doze.

A composição do grupo dos Doze Olímpicos, contudo, varia substancialmente entre os autores da antiguidade. Heinrich Wilhelm Stoll considera, mesmo, que a limitação ao número de doze é uma ideia relativamente moderna[3] Cerca de 400 a.C., Heródoto incluía na sua composição do Dodekatheon as seguintes divindades: Zeus, Hera, Posidão, Hermes, Atena, Apolo, Alfeu, Cronos, Reia e as Graças.[4] Wilamowitz concorda com a versão de Heródoto.[5]

Heródoto inclui, em Histórias II, 43, Hércules como um dos Doze[6]. Luciano de Samósata também inclui Hércules e Esculápio como membros dos Doze, sem, contudo, referir quais os deuses que para eles tiveram de abdicar. Em Cós, Hércules e Dioniso juntam-se aos Doze, prescindindo-se de Ares e Hefesto[7]. Contudo, Píndaro, Apolodoro,[8] e Herodoro discordam desta versão, sustentando que Hércules não era um dos Doze Deuses, mas aquele que estabeleceu o seu culto.[4]

Platão relacionava os Doze ao número de meses do ano, e propôs que o último mês fosse dedicado aos rituais em honra de Plutão e dos espíritos dos mortos, o que implica que ele mesmo considerasse Hades como sendo um dos Doze.[9] Hades não consta das versões posteriores deste grupo de deuses devido a associações ctónicas óbvias.[10] Em Fedro Platão faz corresponderos Doze com o Zodíaco e exclui Héstia.[11]

Hebe, Hélio e Perséfone são também incluídos, por vezes, no grupo. Eros também é por vezes referido ao lado dos Doze, especialmente com a sua mãe, Afrodite, mas raramente é considerado como um dos Olímpicos.

Os Doze Olímpicos obtiveram a sua supremacia no mundo dos deuses, depois de Zeus ter conduzido os seus irmãos, Hera, Posidão, Deméter e Héstia, à vitória na guerra com os Titãs. Ares, Hermes, Hefesto, Afrodite, Atena, Apolo, Ártemis, as Graças, Hércules, Dioniso, Hebe e Perséfone eram, por sua vezes, filhos de Zeus, ainda que algumas versões dos mitos sustentem que Hefesto era filho apenas de Hera e que Afrodite era filha de Urano.

Lista

Olímpicos clássicos

Os catorze deuses e deusas mais frequentemente listados como pertencendo aos Doze Olímpicos.

Nome grego Estátua Deus de... Geração
Zeus Rei dos deuses e governante do Monte Olimpo; Deus do céu e das tempestades. O filho mais novo dos Titãs Cronos e Reia. Símbolos: o raio e a águia e as barbas. Primeira
Hera Rainha dos deuses. Deusa do casamento e da maternidade. Símbolos: o pavão e a vaca. Filha de Cronos e Reia. Mulher e irmã de Zeus. Primeira
Poseídon Deus dos Mares, dos terremotos e dos cavalos. Símbolos: hipocampo e tridente. Filho de Cronos e Reia. Irmão de Zeus e Hades. Primeira
Deméter Deusa da fertilidade, agricultura, natureza e estações do ano. Símbolos: papoila e cereais.Filha de Cronos e Reia, irmã de Zeus. Primeira
Hades Deus dos mortos, dos Infernos e das riquezas da terra. Símbolos: Elmo da Escuridão, um bidente, um crânio e monstro de 3 cabeças. Filho do Titã Cronos e de Reia. Irmão de Zeus e Poseidon. Primeira
Héstia Deusa virgem do lar e da lareira. Símbolo: Lareira. Filha de Cronos e Reia, e irmã de Zeus. Primeira
Afrodite Deusa do amor, da beleza e da sexualidade. Filha de Zeus e de Dione ou, noutras tradições, de Urano. Símbolos a pomba e o espelho. Segunda [A]
Apolo Deus do Sol, da cura, da peste, das artes, da música, poesia, profecia e do tiro com arco. Símbolos incluem a lira e o arco. Ártemis é sua irmã gémea. Filho de Zeus e de Leto. Segunda
Ares Deus da guerra. Símbolos incluem o javali e a lança. Filho de Zeus e Hera. Segunda
Ártemis Deusa virgem da caça e da lua. Símbolos incluem o veado e o arco. Irmã gémea de Apolo, filha de Zeus e de Leto. Segunda
Atena Deusa virgem da sabedoria, ofícios e estratégia militar. Símbolos são a oliveira e o mocho. Filha de Zeus, de acordo com algumas tradições, com Métis. Segunda
Dioniso Deus do vinho, das festas e do êxtase. O seu símbolo é a pantera e a videira. Filho de Zeus e da mortal Sémele. Segunda
Hefesto Ferreiro dos deuses; deus do fogo e da metalurgia. Filho de Zeus e Hera ou, de acordo com algumas tradições, apenas de Hera. Segunda
Hermes Mensageiro dos deuses; deus do comércio e dos ladrões. Símbolos incluem o caduceu e as botas com asas. Filho de Zeus e da ninfa Maia. Segunda
Notas
  • A ^ De acordo com uma versão alternativa do seu nascimento, Afrodite teria nascido de Urano, avô de Zeus, — depois de Cronos ter atirado os seus genitais amputados ao mar. Esta versão sustenta a etimologia do seu nome, "nascida da espuma". Como tal, Afrodite pertenceria à mesma geração que Cronos, pai de Zeus, sendo, tecnicamente, sua tia.
  • B ^ Os Romanos costumavam associar Febo a Hélio e ao próprio Sol.[12][13] Contudo, usavam também o nome legado pelos Gregos, Apolo.[14]

Outras definições

Ainda que não pertençam à lista clássica dos Doze Olímpicos, os seguintes deuses são por vezes referidos como sendo parte deles, como foi referido acima.

  • Alfeu — Um deus-rio.
  • Esculápio — Deus da medicina e da saúde.
  • as Graças — Deusas dos feitiços, da beleza, natureza, criatividade humana e fertilidade.
  • Cronos — Titã; pai de Zeus.
  • Eros — Deus do amor erótico e do desejo.
  • Hebe — Deusa da juventude, copeira dos deuses.
  • Hélio — Um titã, personificação do Sol.
  • Héracles — O maior herói dos mitos gregos.
  • — Deus da natureza selvagem, dos pastores e dos animais.
  • Perséfone — Deusa da Primavera e da Morte, filha de Deméter. Rainha dos Infernos.
  • Reia — Titã; mãe de Zeus.

Próximos dos Olímpicos

  • Ventos — Bons ventos: Bóreas (vento norte), Noto (sul), Zéfiro (oeste), Euro (leste).
  • Bia — Personificação da violência.
  • Cratos — Personificação do poder.
  • Dione — Mãe de Afrodite, com Zeus.
  • Ilítia — Deusa do parto; filha de Hera e de Zeus.
  • Eos — Personificação do amanhecer.
  • Éris — Deusa da discórdia.
  • Ganímedes — Copeiro dos deuses no palácio do Olimpo.
  • Hécate — Deusa associada à magia, bruxas e cruzamentos
  • Horas — Porteiras do Olimpo.
  • Hipnos - deus do sonos eternos
  • Íris — Personificação do Arco-íris, também mensageira do Olimpo, juntamente com Hermes.
  • Perséfone — deusa da morte mulher de Hades.
  • Leto — Titã; mãe de Apolo e Ártemis.
  • Morfeu — Deus dos sonhos.
  • Musas — Nove senhoras das ciências e das artes.
  • Némesis — Deusa grega da vingança.
  • Nice — Deusa da vitória.
  • Péon — Médico dos deuses.
  • Perseu — Filho de Zeus, o lendário fundador de Micenas e da Dinastia perseida.
  • Selene — Titã; personificação da Lua.
  • Thanatos — deus dos mortos
  • Zelo — Rivalidade.

Referências bibliográficas

  1. Usado de maneira comparativamente mais rara no grego bizantino, por autores como Nicéforo Calisto Xantópulo, Atanásio de Alexandria e Ducas
  2. «Greek mythology». Encyclopedia Americana. 13. 1993. p. 431 
    * «Dodekatheon». Papyros-Larousse-Britanicca (em Greek). 2007 
  3. Stoll, Heinrich Wilhelm (1852). Handbook of the religion and mythology of the Greeks (em inglês). Londres: Francis and John Rivington. 8 páginas. ISBN  Ligação externa em |título= (ajuda)
  4. a b «Dodekatheon». Papyros-Larousse-Britanicca (em Greek). 2007 
  5. Wilamowitz-Moellendorff, Ulrich von (1931–1932). Der Glaube der Hellenen (Volume 1) (em alemão). Berlin: Weidmansche Buchhandlung. 329 páginas 
  6. Heródoto (1854). Herodotus : a new and literal version from the text of Baehr (em inglês). London: Henry G. Bohn. 112 páginas. ISBN  Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda); Ligação externa em |título= (ajuda)
  7. Berger-Doer, Gratia (1986). «Dodekatheoi». Lexicon Iconographicum Mythologiae Classicae. 3. pp. 646–658 
  8. Pindar, Olympian Odes, 10.49
  9. Plato, As Leis, 828 d-e
  10. «Greek mythology». Encyclopedia Americana. 13. 1993. p. 431 
  11. , Plato: Phaedrus, 246 e-f
  12. North John A., Beard Mary, Price Simon R.F. "The Religions of Imperial Rome". Classical Mythology in English Literature: A Critical Anthology. (Cambridge University Press, 1998), p.259. ISBN 0-521-31682-0.
  13. Hacklin, Joseph. "The Mythology of Persia". Asiatic Mythology (Asian Educational Services, 1994), p.38. ISBN 81-206-0920-4.
  14. Ovídio, Met. I 441, 473, II 454, 543, 598, 612, 641, XII 585, XVIII 174, 715, 631, et al.