Movimento Popular de Libertação de Angola
Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) | |
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Líder | João Lourenço |
Presidente | João Lourenço |
Vice-presidente | Luísa Pedro Francisco Damião |
Secretário-geral | Paulo Pombolo |
Fundação | 10 de dezembro de 1956 (66 anos) |
Sede | Av. Ho Chi Minh, nº 34, Luanda, Angola |
Ideologia | Actualmente: Social-democracia Socialismo democrático Anteriormente: Comunismo Socialismo[1] Marxismo-leninismo |
Religião | Secularismo Anteriormente: Ateísmo[2] |
Publicação | ÉME[3] |
Membros (2008) | 2 700 000[4] |
Afiliação internacional | Internacional Socialista |
Assembleia Nacional de Angola | 124 / 220 |
Espectro político | Centro-esquerda a esquerda [5] |
Ala jovem | JMPLA |
Ala feminina | OMA |
Cores | Vermelho |
Slogan | Paz, Trabalho e Liberdade |
Bandeira do partido | |
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Página oficial | |
http://mpla.ao/ | |
O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) é um partido político angolano orientado no espectro de centro-esquerda à esquerda, que governa o país desde sua independência de Portugal em 1975.
Fundado em 1956 foi, inicialmente, uma organização nacionalista de luta pela independência de Angola, transformando-se num partido político após a Guerra de Independência de 1961 a 1974. Na descolonização, conquistou o poder em 1975 e saiu vencedor da Guerra Civil Angolana de 1975-2002, contra dois movimentos/partidos rivais, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).
É o maior partido do país em número de filiados e de representantes eleitos para a Assembleia Nacional de Angola. Seus militantes são chamados mplalistas,[6] émes[7] e rubros.[8]
História[editar | editar código-fonte]
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Parte da série sobre |
Política de Angola |
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A luta de libertação de Angola foi marcada pela formação de movimentos distintos: o MPLA, de orientação marxista nacionalista ampla, mais modernizador e universalista;[9] a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), de orientação conservadora e tribalista,[10] mas que havia começado acções de luta pouco antes e, apesar das tentativas, não alcançou entendimento de unidade com o MPLA, e;[11] a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), de orientação inicialmente maoísta também com aspectos tribalistas.[10]
Fundação e início da luta anticolonial (1956-1961)[editar | editar código-fonte]
A articulação para fundação do MPLA deu-se, principalmente, no seio de duas organizações políticas: o Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola (PLUAA), fundado em 1953[9] por Viriato Clemente da Cruz e Matias Miguéis,[12] que operou incipiente até 1954 por falta de mobilização de massas,[12] sendo ofuscado por outros grupos nacionalistas anticoloniais políticos e culturais que já operavam em Angola e em Portugal,[12] e; o Partido Comunista Angolano (PCA), fundado em dezembro de 1955 como uma célula baseada em Luanda do Partido Comunista Português (PCP),[nota 1] agrupando, inicialmente, destacadas figuras do nacionalismo angolano, como Viriato da Cruz, Ilídio Machado, Mário António e António Jacinto,[12] e, logo em seguida, Lúcio Lara, Mário Pinto de Andrade e Joaquim Pinto de Andrade.[12]
A liderança do PCA percebeu que o crescimento da luta nacionalista esbarrava na relutância da aceitação da luta de classes marxista-leninista que o partido propunha,[12] bem como na própria perseguição imposta pelo regime do Estado Novo a qualquer organização de cunho comunista e socialista.[9][10][12] Viriato da Cruz, membro de ambas as organizações,[12] articulou a fusão e organização do PCA com o PLUAA — este um partido não-comunista e, a partir de meados de 1955, já com organização de massas populares.[12] As discussões avançaram para a formação de um movimento nacionalista de frente ampla[13] que abarcaria organizações diluídas em seu seio,[12] sem usar os símbolos ou divulgar explicitamente as teorias marxistas-leninistas.[12] Assim, em 10 de dezembro de 1956, numa reunião em Luanda, Viriato da Cruz e Mário Pinto de Andrade redigem o "Manifesto de 1956"[14][15] por um "amplo Movimento Popular de Libertação de Angola",[16] como um programa de reagrupamento das lutas nacionalistas.[17] Além dos nomes que já lideravam o PLUAA e o PCA, juntaram-se ao manifesto de criação do MPLA Liceu Vieira Dias, Chico Machado, Germano Joy Gomes, Manuel dos Santos Capicua, Noé Saúde, Deolinda Rodrigues, Manuel Bento Ribeiro, Adriano Sebastião Kiwima e Amílcar Cabral.[12] Ilídio Machado, um membro-chave do PCA e da Liga Nacional Africana,[12] foi eleito o primeiro presidente do MPLA,[12] permanecendo em funções até ser preso, em 1959.[12] Antecipando-se ao cerco da PIDE, Ilídio Machado ordena a retirada de parte da liderança do MPLA de Luanda até setembro de 1957, confiando a Mário de Andrade e Viriato da Cruz a formação de um núcleo de relações exteriores e sede no exílio em Paris e Francoforte do Meno.[17] Permanecem em Luanda liderando as ações do MPLA Machado, Joaquim de Andrade, Sebastião Kiwima e Manuel Pedro Pacavira.[18] Quando preso, Machado foi substituído pelo secretário-geral Mário de Andrade, que exerceu o cargo no exílio entre 1959 e 1960;[19] de liderança, somente Pacavira e Joaquim de Andrade permaneceram em Angola coordenando as atividades do movimento que ainda contava com poucos militantes.[18]
Em 1960 já tinham se unido ao MPLA o Movimento para a Independência Nacional de Angola (MINA),[9] fundado em 1958, o Movimento para a Independência de Angola (MIA), fundado em 1958[9] e liderado também por Ilídio Machado,[9] e o Movimento de Libertação Nacional de Angola — Exército de Libertação de Angola (MLNA-ELA).[9] Além dessas, diversos ativistas anticoloniais que fugiam do interior de Angola também juntaram-se ao MPLA. Tais grupos unidos formavam correntes distintas dentro do movimento, que lutavam pela predominância, que acabou ficando com a corrente do PCA, liderada por Lúcio Lara (marxista-leninista) e Viriato da Cruz (maoísta).[20][nota 2]
Em 1960 António Agostinho Neto assume como presidente do partido, tendo como secretário-geral Viriato da Cruz[19] e o auxílio operacional de Pacavira e Joaquim de Andrade.[18] Com a prisão de Agostinho Neto ainda em 1960, Mário de Andrade alterna com Viriato da Cruz no comando do partido até dezembro de 1962.[19] As seguidas prisões das lideranças Ilídio Machado, Antonico Monteiro, Liceu Vieira Dias, Noé Saúde, Sebastião Kiwima, Hélder Neto e Uanhenga Xitu, no Processo dos 50, e de Agostinho Neto,[18] Joaquim de Andrade[18] e Pacavira[18] pela Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) em Luanda,[18] repercute, respectivamente, no movimento anticolonial internacional e no despertar de uma consciência anticolonial em solo angolano, angariando forte apoio popular ao nascente MPLA.[21] Em janeiro de 1960, pouco antes da prisão de Agostinho Neto, o MPLA articulou a criação da Frente Revolucionária Africana para a Independência Nacional das Colônias Portuguesas (FRAIN), estabelecida durante a 2ª Conferência dos Povos Africanos, realizada em Tunes.[22] A FRAIN/CONCP seria fundamental para que o partido voltasse a ter uma sede em solo africano (Conacri, em 1960) e articulasse apoios e financiamento no exterior, como de Cuba, União Soviética, Bulgária, Checoslováquia, Guiné-Conacri, Suécia e Argélia.[23]
Cisões e organização da guerrilha (1961-1972)[editar | editar código-fonte]

A partir de 1961 a ala comunista do MPLA, sob supervisão do GRAE-Frente de Libertação (GRAE-FLA), começou a organizar a luta armada contra a dominação colonial de Angola por Portugal, tendo como marco os ataques de 4 e 9 de fevereiro daquele ano à Casa de Reclusão Militar, em Luanda, a Cadeia da 7ª Esquadra da polícia, a sede dos CTT e a Emissora Nacional de Angola, organizados operacionalmente por Adão Neves Bendinha[24] e pelo cônego Manuel Joaquim Mendes das Neves.[25] O temor pela crescente influência do GRAE-FLA, demonstrada nos ataques de fevereiro, fez com que o MPLA constituísse rapidamente o "Exército Popular de Libertação de Angola" (EPLA), atribuindo a tarefa a Manuel dos Santos Lima, o primeiro comandante da tropa.[26]
A primeira grande reorganização dos quadros dirigentes do MPLA ocorreu na reunião do Comitê Director de 13 a 23 de maio de 1962, na sede política no exílio em Quinxassa, quando, por iniciativa de Viriato da Cruz, os elementos mestiços e brancos foram substituídos majoritariamente por elementos negros na liderança do partido.[10] Houve, naquele momento, a opção pela suavização ideológica do movimento com vistas a diminuir a influência de membros considerados radicais e comunistas, como Viriato da Cruz e Lúcio Lara.[10] Neto retorna à liderança do partido como "presidente honorário" em julho de 1962 e tenta desfazer as teses de Cruz.[10] As contendas levam a realização da Primeira Conferência Nacional do MPLA, de 1 a 3 de dezembro de 1962, no exílio em Quinxassa, onde Neto foi eleito novamente como presidente efetivo em substituição a Mário de Andrade, e Matias Miguéis como secretário-geral, havendo também o retorno da ala comunista à liderança, com a eleição de Lara como Chefe do Departamento de Organização e Quadros (que se tornaria de facto o número 2 do partido durante a década).[10]
Em julho de 1963 formou-se a primeira grande dissidência liderada por Viriato da Cruz, Matias Miguéis, José Domingos e José Miguel, que formaram o chamado "MPLA-ala Viriato da Cruz" que defendia, dentre outras coisas, a destituição do Comitê Director e um acordo de fusão com o FNLA.[10] A ala de Neto respondeu a essas propostas destituindo, desfiliando e prendendo os dissidentes, e com a criação da Frente Democrática de Libertação de Angola (FDLA), a partir da união do MPLA com o Movimento de Defesa dos Interesses de Angola (MDIA), o Movimento Nacional Angolano (MNA), o Ngwizani a Kongo (NGWIZAKO) e a União Nacional dos Trabalhadores Angolanos (UNTA).[10] Neto tentou que a FDLA fosse reconhecida pela Comissão de Conciliação da Organização de Unidade Africana (OUA), em vez da FNLA, mas não obteve sucesso.[10] Por fim, mesmo Mário de Andrade desligou-se do Comitê Director por discordar da criação da FDLA e o MPLA-ala Viriato da Cruz filiou-se em peso à FNLA, em 1964.[10] O revés político na Comissão de Conciliação da OUA custou a mudança da sede política do MPLA para Brazavile, em 1963.[10] Além disso, as discordâncias de Neto com Viriato da Cruz, Matias Miguéis e José Miguel levaram os mesmos a sofrerem sessões de tortura, com a morte dos dois últimos em 1965.[10] Por fim, em 1964 a FDLA foi totalmente absorvida pelo MPLA.[20]
Aproveitando sua posição no Congo-Brazavile, o MPLA estabelece sua mais importante base operacional em Dolisie e começa sua campanha para tomar Cabinda em 1964, embora operasse com dificuldade dado a forte presença portuguesa no território a proteger as fontes petrolíferas.[27] A reorganização feita por Neto e Lara neste mesmo ano angaria uma notável vitória política com o reconhecimento do movimento por parte da OUA.[28] Em 1966, o MPLA, com apoio da Zâmbia, abre a exitosa "Frente Leste" conquistando progressivamente enormes porções da Lunda Sul, Moxico e Cuando-Cubango (efetivamente conquistando o apoio dos chócues, ganguelas, xindongas e vambundas), superando uma virtual penetração ideológica até então restrita às áreas de ambundos, mestiços e congos.[29] É criada a "zona libertada",[27][30] com comando operacional a partir de uma nova sede em Lusaca.[13] Tal feito, correlacionado ao "Plano Iko",[13] sob comando de Iko Carreira, permite ao partido chegar até Malanje em 1968, efetivamente controlando enormes porções também da Lunda Norte.[29] Em 1968 a OUA retira o apoio anteriormente dado à FNLA e passa a reconhecer unicamente o MPLA, o grupo mais bem consolidado no terreno, controlando a famosa "Rota Agostinho Neto" que se estendia desde Luena e Lungué-Bungo até Malanje.[29][31]
A mudança de panorama deu-se entre 1969 e 1971, quando a necessidade de lutar ao mesmo tempo contra o Exército Português e a UNITA enfraqueceram militarmente a Frente Leste. O movimento voltou a lutar basicamente na região de Cabinda e norte de Angola.[32]
Assembleia de Dolisie e MPLA no governo (1972-1977)[editar | editar código-fonte]

A perda da capacidade militar do MPLA faz com que a OUA reconheça novamente a FNLA, que também agrega apoio da China e do Zaire em 1971. Este cenário gerou uma crise sem precedentes em 1972, quando o MPLA se dividiu em três "alas" praticamente autónomas — a "Revolta Activa", liderada por Mário de Andrade, e a "Revolta do Leste", liderada por Daniel Chipenda, ambas opostas a Agostinho Neto, e a "Ala Presidencial", fiel a Agostinho Neto. Foi convocada a Assembleia Extraordinária de Dolisie, em abril de 1972, para consolidação de uma liderança forte em torno de Neto e Lara.[33] Mesmo assim, a tripla cisão só foi superada em 1974, por uma conferência de unificação realizada na Zâmbia, mas levou à expulsão ou saída espontânea de uma série de elementos, como Chipenda, Mário de Andrade, Joaquim de Andrade e Gentil Ferreira Viana, e deixou profundas marcas no movimento.[34]
Terminada a luta de libertação, na sequência da revolução dos cravos de 25 de Abril de 1974 em Portugal, os três movimentos (MPLA, FNLA e UNITA) são chamados a assinar o Acordo do Alvor de partilha do poder, estabelecendo o Conselho Presidencial do Governo de Transição em janeiro de 1975.[35] A paz dura pouco tempo e inicia-se entre os movimentos uma luta armada pelo poder, com a ajuda dos países que os apoiavam.[34] A ala de Chipenda, agora na FNLA, faz seguidas incursões contra as posições fragilizadas do MPLA no leste e em Luanda a partir de fevereiro de 1975, enquanto que a guerra total explode em julho do mesmo ano entre os três movimentos.[34]
Nos bastidores da partilha do poder do Alvor o MPLA recebeu apoio intenso do grupo informal chamado militares vermelhos das Forças Armadas de Portugal, destacadamente do almirante Rosa Coutinho e do major Otelo Saraiva de Carvalho.[35] Foram esses militares portugueses que colaboraram para que o movimento tivesse pesado apoio soviético e cubano a partir de julho de 1975.[35] Eles conseguiram que o MPLA firmasse contatos mais fortes com Fidel Castro e Raúl Castro,[35] que possibilitaram a negociação do plano para uma intervenção militar cubana em Angola.[35]
Os grupos guerrilheiros rivais proclamaram separadamente a independência do país,[34] sem que tivesse acontecido a pacificação interna.[34] Do embate pela proclamação de independência, o MPLA saiu como vencedor imediato em Luanda, Cabinda, litoral e grandes porções do interior do país.[36] É frequente, numa leitura etnolinguística e racial da política angolana, ligar o MPLA à região dos ambundos e ao segmento populacional dos mestiços, e posteriormente, aos chócues, ganguelas, xindongas e hererós. Esta leitura corresponde a uma realidade inicial que, no entanto, foi superada numa medida considerável, pela inclusão de elementos de outras proveniências étnicas e políticas tanto nos quadros como na base social de apoio, principalmente na etapa seguinte, a Guerra Civil Angolana, que fez o partido inserir-se fortemente também às comunidades congos, ovimbundos, ovambos e nhaneca-humbes.[nota 3]
Fraccionismo e guerra civil (1977-1991)[editar | editar código-fonte]
Em 1977, o MPLA sofreu um sério abalo com uma nova dissidência, liderada por Nito Alves, Sita Valles e José Jacinto Van-Dúnem, que tentaram um golpe de Estado contra a direcção do partido, conseguindo assassinar as importantes lideranças militares mplalistas Paulo da Silva Mungungo "Dangereux", Eugénio Veríssimo da Costa "Nzaji", Saíde Mingas, José Manuel Paiva "Bula Matadi" e Helder Ferreira Neto. Esta tentativa, oficialmente designada por Fraccionismo, falhou de imediato graças à intervenção de tropas cubanas presentes no país, levando posteriormente a uma purga sangrenta que custou a vida a milhares de pessoas.[37][38]
Sob o impacto destes acontecimentos, o MPLA adoptou durante o I Congresso Ordinário, realizado em 1977, a designação "Movimento Popular de Libertação de Angola - Partido do Trabalho" (MPLA-PT) e os seus estatutos passaram a incluir a designação de partido marxista-leninista. O entendimento foi, no entanto, que se procuraria pôr em prática o modelo marxista do "socialismo", não o do "comunismo".[39]
A partir de 1977 até 1979 o pensamento pragmático no partido se acentuou,[39] inclusive ensaiando uma aproximação tímida com os Estados Unidos,[39] que irritava os soviéticos[39] (e também os cubanos) que esboçaram um plano para substituir Neto pelo então primeiro-ministro Lopo do Nascimento. Tal plano foi descoberto pelo governo angolano, que agiu rapidamente destituindo Nascimento (foi realocado como Ministro do Comércio Interno) e abolindo a posição de primeiro-ministro.[39] O pós-Fraccionismo e a crise com o bloco comunista recrudesceu a política interna do MPLA-PT, que optou por governar Angola em regime de partido único de ditadura do proletariado e sem diálogo com a oposição ou com outras tendências, inspirado nos sistemas então vigentes no Leste Europeu.[39]
O final da década de 1970 e a década de 1980 também ficariam marcadas pela morte de Neto, a breve presidência de Lara[40] e a ascensão de José Eduardo dos Santos.[33] Este levou a cabo um longo processo de afastamento de figuras que considerava demasiado poderosas, no que ficou conhecido como as "purgas eduardianas", ou "purgas da Peça e do Quadro", iniciadas em 1982,[41] e replicadas em 1985[41] e 1987-1990.[42] Tais purgas fortaleceram definitivamente a chamada de ala pragmática-liberal[43] e exilaram dos cargos-chave a ala "Guia Imortal" (ou comunista/progressista-socialista).[41] A purga atingiu nomes como Ambrósio Lukoki,[43] Costa Andrade (Ndunduma wé Lépi),[43] Ruth Lara[44] e Lúcio Lara.[45]
Multipartidarismo e adoção da social-democracia[editar | editar código-fonte]
Quando Angola passou em 1991 para o sistema democrático multipartidário, o MPLA abdicou do marxismo-leninismo e passou a ser um partido politicamente constituído próximo da social democracia, ora com tendências nacionalistas de esquerda e progressistas — pela sua prática de manter o mercado angolano protecionista e com alto controle estatal — ora com abertura de mercado e privatizações.[46]
Em 1992 Angola viveu as suas primeiras eleições parlamentares e presidenciais. O MPLA ganhou maioria qualificada com 129 dos 220 assentos da Assembleia Nacional. Porém, nas presidenciais o seu candidato, José Eduardo dos Santos, não obteve a maioria absoluta requerida na primeira volta. A UNITA não aceitou os resultados como correctos e válidos, retornando de imediato a Guerra Civil Angolana.[47]
A opção pelo neoliberalismo, com abertura de mercado, desmonte do Estado e privatizações, além de um fraco componente de políticas sociais durante a década de 1990, bem como a nova configuração interna de poder adoptada, afastou o partido de antigos aliados e de bandeiras históricas, marcando também um período de aumento de denúncias de corrupção e alienação da estrutura partidária para fins particulares envolvendo nomes da cúpula política, cultural e militar do MPLA. O impacto foi tão profundo no partido que o jornalista Rafael Marques chegou a apontar um "realinhamento político" ou "inversão eleitoral crítica", com a UNITA tomando posições antes do MPLA e vice-versa — semelhante ao ocorrido em 1932 entre os partidos estadunidenses democrata e republicano.[48]
Pós-guerra civil e fim da era Dos Santos[editar | editar código-fonte]
Em 2002, como resultado do Memorando de Entendimento do Luena, foram criadas condições para a normalização das questões políticas nacionais com eleições livres, que culminou no tratado da paz em 4 de abril de 2002 entre os principais intervenientes da Guerra Civil: o MPLA, o governo e a UNITA.[49]
Foram realizadas eleições legislativas nacionais, a 5 de setembro de 2008, decorrendo num clima de tranquilidade e paz social, tendo sido consideradas livres e justas e um exemplo para os outros países africanos, marcando a entrada do país numa era de consolidação da sua democracia com garantias de liberdades. Os resultados das eleições consolidou o MPLA, que ganhou por maioria absoluta com cerca de 82% dos votos,[50] enquanto que o seu mais directo oponente, a UNITA, não foi além dos 10%. De uma maneira geral, não houve contestação aos resultados destas eleições.[51]
Nas eleições de 2012 o MPLA decresceu cerca de 10% no parlamento, muito embora mantendo uma maioria qualificada, e confirmando, deste modo, José Eduardo dos Santos na Presidência da República.[52]
De 2016 a atualidade[editar | editar código-fonte]
Em agosto de 2016,[53] o MPLA sinalizou que João Lourenço, então Ministro da Defesa e Vice-Presidente do MPLA, poderia ser o cabeça da lista legislativa do partido e, portanto, seu candidato presidencial para as eleições legislativas de 2017, indicando a aposentadoria de José Eduardo dos Santos.[53] Na 3ª. Reunião Ordinária do MPLA, em 3 de fevereiro de 2017, Lourenço foi confirmado como cabeça de lista.[53] Nas eleições de agosto de 2017 o MPLA venceu novamente garantindo maioria, mas ficando evidente uma queda em seu apoio popular.[54] Lourenço é eleito presidente com uma margem de 61% dos votos.[54]
Em setembro de 2018, João Lourenço tornou-se o primeiro presidente do partido após quase quarenta anos, na sequência da decisão de José Eduardo dos Santos de se aposentar.[19] Foi eleita também pela primeira vez uma mulher como vice-presidente da agremiação, a deputada e jornalista Luísa Pedro Francisco Damião.[55]
Para as eleições gerais de Angola de 2022, o partido indicou João Lourenço como cabeça de lista à reeleição,[56] ladeado pela secretária de governo Esperança da Costa, como vice-cabeça de lista.[57] Pela primeira vez uma mulher ganhou tal protagonismo no partido, pois concorreu à vice-presidência de Angola.[58] O partido venceu as eleições com 3.209.429 de votos nas urnas, registrando maioria de 51,17%, mas registrou uma histórica queda de um milhão de votos, conquistando 124 cadeiras parlamentares, face às 150 das eleições de 2017. Pela primeira vez, desde as eleições de 1992, o partido perdeu maioria de representação parlamentar em províncias, sendo o caso de Luanda, Cabinda e Zaire.[59]
Organização[editar | editar código-fonte]
O partido se organiza nacionalmente nos órgãos dirigentes Comité Central e Bureau Político. Além disso, mantém uma organização juvenil, a Organização de Pioneiros Agostinho Neto (OPA), uma ala jovem, a Juventude do Movimento Popular de Libertação de Angola (JMPLA), uma ala feminina, a Organização da Mulher Angolana (OMA) e uma entidade sindical, a União Nacional dos Trabalhadores Angolanos (UNTA).[60]
Mantém ainda o periódico ÉME, além de uma rede denominada Centro de Formação Política do Partido (CEFOP), vocacionada a formar militantes e dirigentes em conhecimentos políticos, ideológicos e culturais.[61] Seu símbolo máximo é a Bandeira do MPLA.[62]
Resultados eleitorais[editar | editar código-fonte]
Eleições presidenciais[editar | editar código-fonte]
Data | Candidato | 1ª Volta | 2ª Volta | ||||
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CI. | Votos | % | CI. | Votos | % | ||
1992 | José Eduardo dos Santos | 1.º | 1 953 335 | 49,57 / 100,00 |
Não se realizou |
Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]
Data | Líder | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- | Status |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1992 | José Eduardo dos Santos | 1.º | 2 124 126 | 53,74 / 100,00 |
129 / 220 |
Governo | ||
2008 | José Eduardo dos Santos | 1.º | 5 266 216 | 81,64 / 100,00 |
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191 / 220 |
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Governo |
2012 | José Eduardo dos Santos | 1.º | 4 135 503 | 71,84 / 100,00 |
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175 / 220 |
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Governo |
2017 | João Lourenço | 1.º | 4 115 302 | 61,05 / 100,00 |
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150 / 220 |
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Governo |
2022 | João Lourenço | 1.º | 3 162 801 | 51,07 / 100,00 |
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124 / 220 |
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Governo |
Líderes do partido[editar | editar código-fonte]
Presidentes[editar | editar código-fonte]
- Ilídio Tomé Alves Machado (1956-1959)[19]
- Mário Coelho Pinto de Andrade (1959-1960)[19]
- António Agostinho Neto (1960)[19]
- Mário Coelho Pinto de Andrade (1960-1961)[10]
- Viriato Francisco Clemente da Cruz (1961-1962)[10]
- Mário Coelho Pinto de Andrade (1962)[10]
- António Agostinho Neto (1962-1979)[19]
- Lúcio Rodrigo Leite Barreto de Lara (1979)
- José Eduardo Van-Dúnem dos Santos (1979-2018)[19]
- João Manuel Gonçalves Lourenço (2018-presente)[19]
Vice-presidentes[editar | editar código-fonte]
- Domingos Francisco da Silva Kileba (1963-1964)[63]
- Lúcio Rodrigo Leite Barreto de Lara (1964-1979)
- Interregno (1979)
- Lúcio Rodrigo Leite Barreto de Lara (1979-1980)
- ?
- António Domingos Pitra Costa Neto (2003-2008)
- Roberto António Victor Francisco de Almeida (2008-2016)[64]
- João Manuel Gonçalves Lourenço (2016-2018)[53]
- Luísa Pedro Francisco Damião (2018-presente)
Secretários-gerais[editar | editar código-fonte]
- Mário Coelho Pinto de Andrade (1956-1959)[19]
- Viriato Francisco Clemente da Cruz (1959-1961)[19]
- Mário Coelho Pinto de Andrade (1961-1962)[10]
- Matias Miguéis (1962-1963)[10]
- Interregno (1963-1964)
- Mário Coelho Pinto de Andrade (196?-1972)
- Lúcio Rodrigo Leite Barreto de Lara (1972-1975)[19]
- ?
- Lopo Fortunato Ferreira do Nascimento (1993-1998)
- João Manuel Gonçalves Lourenço (1998-2003)[53]
- Julião Mateus Paulo Dino Matrosse (2003-2016)
- António Paulo Kassoma (2016-2018)
- Álvaro de Boavida Neto (2018-2019)
- Paulo Pombolo (2019-presente)
Menções na cultura popular[editar | editar código-fonte]
O MPLA é mencionado em alguns produtos culturais, como é o caso da canção "O Homem Novo Veio da Mata", de José Afonso, inteiramente dedicada ao movimento de libertação angolano.[65] O MPLA também surge referenciado noutras canções, como "Anarchy in the U.K.", dos Sex Pistols,[66] ou "Morena de Angola", de Chico Buarque.[67] Na primeira, é feita uma comparação entre a Inglaterra do final da década de 1970 com a Guerra Civil Angolana.[66] Na segunda, composta por Chico Buarque para Clara Nunes após uma visita de ambos a Angola, o MPLA é mencionado como uma forma subtil de demonstrar o despertar de uma consciência política na cantora.[67]
O escritor angolano Pepetela, em livros como Mayombe e A geração da utopia, retrata a vida de guerrilheiros do MPLA.[68] Outra menção na literatura está na novela Cinco dias depois da independência de Manuel Rui, especialmente sobre o "Comandante Kwenha", uma criança-soldado da Organização dos Pioneiros de Angola (OPA) do MPLA.[69]
O partido também é mencionado no jogo Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, sendo uma das muitas organizações citadas.[70] Parte do jogo se passa na fronteira entre Zaire e Angola, abordando de forma breve as tensões políticas angolanas.[70]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Notas
- ↑ Ver "John Marcum (1969). The Angolan Revolution. I The Anatomy of an Explosion (1950-1962). Cambridge/Mass. & Londres: MIT Press".
- ↑ A historiografia indica geralmente 1956 como data de fundação do MPLA, mas a investigação do historiador doutor Marcelo Bittencourt Ivair Pinto aponta para um processo complexo concluído apenas em 1960. Ver: BITTENCOURT, Marcelo. Criação do MPLA. Estudos Afro-Asiáticos, Rio de Janeiro, v. 32, n.32, p. 185-208, 1997. Ver também: Jean Martial Arsène Mbah, As rivalidades políticas entre a FNLA e o MPLA (1961-1975), Luanda: Mayamba, 2012.
- ↑ Uma primeira análise detalhada deste aspecto é oferecida em "Fidel Raul Carmo Reis (2010). Das políticas de classificação às classificações políticas (1950 - 1996): A configuração do campo político angolano. Contributo para o estudo das relações raciais em Angola. Tese de doutoramento em história. Lisboa: ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa".
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