Império Italiano
Impero Italiano Império Italiano | ||||
Império | ||||
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Bandeira | ||||
Lema nacional Fratelli d'Italia | ||||
Hino nacional Fratelli d'Italia
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Verde: Império colonial italiano Lima: Colônias italianas / posses Cinza escuro: Territórios italianos ocupados e protetorados. | ||||
Continente | Europa/África | |||
Capital | Milão (-1940) Roma (1940-1945) | |||
Língua oficial | Italiano | |||
Governo | Monarquia constitucional | |||
Imperador | ||||
• 1820–1878 | Vítor Emanuel II | |||
• 1878-1900 | Humberto I | |||
• 1900–1946 | Vítor Emanuel III | |||
Primeiro Ministro | ||||
• 1861-1861 | Conde de Cavour (primeiro) | |||
• 1945 - 1946 | Alcide De Gasperi (último) | |||
História | ||||
• 1820 | Fundação | |||
• 1946 | Dissolução |
O Império colonial italiano, ou simplesmente Império Italiano (em italiano: Impero Italiano) foi fundado após o Reino da Itália se juntar a outras potências europeias no estabelecimento de colônias no exterior durante a "partilha da África". A Itália moderna, como um estado unificado, só tinha existido desde 1861. Por esta altura, França, Espanha, Portugal, Grã-Bretanha e Holanda, foram conquistando grandes impérios por várias centenas de anos. Uma das últimas áreas remanescentes abertas à colonização foi no continente Africano.
Até o início da Primeira Guerra Mundial em 1914, a Itália tinha anexado a Eritreia, a Somália, a Líbia e as ilhas do Dodecaneso. Também foi uma das concessionárias europeias em Tientsin. A Itália foi derrotada em sua primeira tentativa de conquistar a Etiópia na Primeira Guerra Ítalo-Etíope de 1895-1896 com a Etiópia recebendo armas modernas e apoio da Rússia e da França, mas conseguiu conquistá-la na Segunda Guerra Ítalo-Etíope de 1935-1936.[1] Durante a Primeira Guerra Mundial, o exército italiano capturou a Albânia, que foi declarada um protetorado italiano em 1917,[2] e, até o fim das hostilidades em novembro de 1918, tinha capturado a parte inteira da Dalmácia que havia sido garantida para a Itália pelo Tratado de Londres.[3] Os aliados da Entente forçaram o país a ceder grande parte de seu território capturado na Dalmácia para o novo estado da Jugoslávia, com a Itália só mantendo a cidade de Zara (atual Zadar); em 1920, também pressiononaram a Itália para retirar seu exército da Albânia.
O governo fascista sob o ditador italiano Benito Mussolini, que chegou ao poder em 1922, procurou aumentar o tamanho do império ainda mais. No final de 1930, a intenção de Mussolini de aumentar o poder e a influência da Itália, procurando romper a aliança anglo-francesa por ser mais conciliatório e de cooperação com a Grã-Bretanha, sendo agressivo com a França.[4] A Itália ficou ao lado da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, inicialmente com sucesso. O país ocupou a Albânia, parte da Grécia, Croácia, Eslovênia e parte do Egito, com assistência militar alemã após campanhas vacilantes na Grécia e na África do Norte.
Antecedentes
Desde o reinado de Victor Emanuel II (1820-1878), rei da Sardenha, e depois rei de Itália, a monarquia italiana, temendo uma intervenção militar da França (devido à rivalidade entre o Estado italiano e o Vaticano), vinha solicitando há algum tempo uma aliança com a Alemanha.
O chanceler alemão Bismarck impôs como condição para esta se realizar uma Tríplice Aliança, com o Império Austro-Húngaro igualmente envolvido. A partir daqui, os destinos destas potências, bem como os dos seus adversários, estiveram interligados. Um dos aspectos marcantes da política deste período passava por África, e pela aquisição de novos territórios além-mar, onde se prolongava a rivalidade internacional sentida na Europa.
Após a ocupação da Tunísia pela França em 1881, concluía-se a aliança, quando na Itália reinava já Humberto I. Os italianos, contudo, pouco se beneficiaram com este acordo, em termos de expansão territorial; o máximo que conseguiram foi fazer na Eritreia um ensaio de colonização que os conduziu a uma guerra infeliz na Abissínia, marcada pelo desastre de Adwa, em 1896 (ver: primeira Guerra Ítalo-Etíope). Com a subida ao trono de Vítor Emanuel III da Itália em 1900, registrou-se uma inflexão na política italiana.
Apesar da renovação da Tríplice Aliança em 1902, a Itália, por influência inglesa, reaproximou-se da França. E os resultados passaram a ser mais animadores. A partir de então, com o caminho livre, conseguiram apoderar-se de territórios até aí sob o domínio do Império Otomano, como sucedeu com a Tripolitânia.
Após a Primeira Guerra Mundial
Em 1922, o líder do movimento fascista italiano Benito Mussolini, tornou-se primeiro-ministro da Itália, após a Marcha sobre Roma. Mussolini resolveu a questão da soberania sobre o Dodecaneso no Tratado de Lausanne de 1923, que formalizou a administração italiana de ambos Líbia e as ilhas gregas do Dodecaneso, em troca de um pagamento para a Turquia, o Estado sucessor do Império Otomano, que falhou em uma tentativa de extrair um mandato de uma parte do Iraque, da Grã-Bretanha.
No mês seguinte, a ratificação do Tratado de Lausanne, Mussolini ordenou a invasão da ilha grega de Corfu, após o assassinato de um general italiano na fronteira greco-albanesa. A imprensa italiana apoiou o movimento, observando que Corfu tinha sido uma possessão da República de Veneza por quatrocentos anos.[5] Embora o assunto fosse levado pela Grécia para a Liga das Nações, Mussolini conseguiu resistir à pressão, e foi apenas a ameaça de guerra pela Grã-Bretanha que o convenceu a evacuar as tropas italianas,[6] em troca de indenizações da Grécia. O confronto sobre Corfu e a determinação óbvia da Itália em nunca desistir da soberania do Dodecaneso, levou a Grã-Bretanha e Itália a resolverem a questão da Jubalândia em 1924: ela foi incorporada à Somália Italiana.[7]
Para o oeste da Itália, os fascistas alegaram que os territórios da Córsega, Nice, e Saboia mantidas pela França, eram terras italianas.[8][9]
Apesar das ameaças de sanções por parte daquela organização, Mussolini prosseguiu firme nos seus propósitos: a 9 de maio de 1936 anexou formalmente a Etiópia e proclamou imperador o rei Victor Emanuel III. A invasão da antiga Abissínia teve ainda outra consequência política do maior interesse para o futuro político da Europa e do Mundo: tornou possível a aliança entre o ditador italiano e Adolf Hitler, que deu origem ao Pacto do Eixo, numa altura em que tal facto não parecia muito provável.
Com efeito, antes de 1935, a França e a Itália, juntamente com a Inglaterra, formavam uma frente comum condenando as violações ao Tratado de Versalhes cometidas pelos nazis e, na véspera do ataque à Etiópia, os Italianos haviam concluído com os Franceses um acordo apoiando as acções de Paris no sentido de travar o rearmamento alemão, em troca de facilidades em África. Contudo, a Inglaterra via perigar os seus interesses com o plano expansionista de Mussolini e opôs-se-lhe vigorosamente forçando a França a tomar uma posição ao seu lado.
Lista de territórios do Império Italiano
África
- África Oriental Italiana (AOI)
- Somália Italiana (parte da actual Somália) (1889-1941)
- Eritreia (1889-1941)
- Abissínia (1936-1941)
- Tripolitânia (actual Líbia) (1911-1943)
Ásia
- Concessão italiana de Tianjin (1901-1943)
- Ilhas Italianas do Egeu (Isole Italiane dell'Egeo) no arquipélago do Dodecaneso (1912-1943)
Europa
- Albânia (1939-1943)
- Montenegro (1941-1943)
Ver também
Referências
- ↑ Robert G. Patman. The Soviet Union in the Horn of Africa: The Diplomacy of Intervention and Disengagement. Cambridge University Press, 2009.
- ↑ Nigel Thomas. Armies in the Balkans 1914-18. Osprey Publishing, 2001. Pp. 17.
- ↑ Paul O'Brien. Mussolini in the First World War: the Journalist, the Soldier, the Fascist. Oxford, Inglaterra, RU; Nova Iorque, NI, EUA: Berg, 2005. Pp. 17.
- ↑ Reynolds Mathewson Salerno. Vital Crossroads: Mediterranean Origins of the Second World War, 1935-1940. Cornell University, 2002. p32.
- ↑ Lowe, p.196
- ↑ Lowe, p.198
- ↑ Lowe, p.191,199
- ↑ Aristotle A. Kallis. Fascist Ideology: Expansionism in Italy and Germany 1922-1945. Londres, Inglaterra; RU; Nova Iorque, NI, EUA: Routledge, 2000. P. 118.
- ↑ Mussolini Unleashed, 1939-1941: Politics and Strategy in Fascist Italy's Last War. Cambridge, Inglaterra, RU: Cambridge University Press, 1986, 1999. P. 38.
Bibliografia
- Betts, Raymond (1975). The False Dawn: European Imperialism in the Nineteenth Century (em inglês). [S.l.]: University of Minnesota
- Barker, A. J. (1971). The Rape of Ethiopia (em inglês). [S.l.]: Ballantine Books
- Calvocoressi, Peter (1999). The Penguin History of the Second World War (em inglês). [S.l.]: Penguin
- Dickson, Keith (2001). World War II For Dummies (em inglês). [S.l.]: Wiley Publishing, INC
- Fry, Michael (2002). Guide to International Relations and Diplomacy (em inglês). [S.l.]: Continuum International Publishing Group
- Howard, Michael (1998). The Oxford History of the Twentieth Century (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press
- Jowett, Philip (1995). Axis Forces in Yugoslavia 1941-45 (em inglês). [S.l.]: Osprey Publishing
- Jowett, Philip (2001). The Italian Army 1940-45 (2): Africa 1940-43 (em inglês). [S.l.]: Osprey Publishing
- Killinger, Charles (2002). The History of Italy (em inglês). [S.l.]: Greenwood Press
- Lowe, C.J. (2002). Italian Foreign Policy 1870-1940 (em inglês). [S.l.]: Routledge
- Pakenham, Thomas (1992). The Scramble for Africa: White Man's Conquest of the Dark Continent from 1876 to 1912 (em inglês). [S.l.]: Harper Collins
- Mauri Arnaldo,(2004) Eritrea's early stages in monetary and banking development, "International Review of Economics", Vol. LI, n. 4, pp. 547–569.[1]