Milho

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaMilho
Variedades de milho
Variedades de milho
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Poales
Família: Poaceae
Subfamília: Panicoideae
Tribo: Maydeae
Género: Zea
Espécie: Z. mays
Nome binomial
Zea mays
L.
Zea mays "fraise" - MHNT
Zea mays "Oaxacan Green" - MHNT

O milho (Zea mays), também chamado abati, auati e avati,[1] é um conhecido cereal, cultivado em grande parte do mundo. O milho é extensivamente utilizado como alimento humano ou para ração animal, devido às suas qualidades nutricionais. Todas as evidências científicas levam a crer que seja uma planta de origem mexicana, já que a sua domesticação começou há cerca de 7500 a 12000 anos na área central do México.[2] É um dos alimentos mais nutritivos que existem, contendo quase todos os aminoácidos conhecidos, sendo exceções a lisina e o triptofano.

Tem um alto potencial produtivo e é bastante responsivo à tecnologia. O seu cultivo geralmente é mecanizado, se beneficiando muito de técnicas modernas de plantio e colheita. Produção mundial foi 817 milhões de toneladas em 2009-mais que arroz (678 milhões de toneladas) e trigo (682 milhões de toneladas), com 332 milhões de toneladas produzidas anualmente somente nos Estados Unidos.[3] O milho é cultivado em diversas regiões do mundo. O maior produtor mundial são os Estados Unidos. No Brasil, que também é um grande produtor e exportador, o Paraná é o maior estado produtor, com cerca de 27 por cento da produção nacional, seguido de Mato Grosso[4] e Minas Gerais.

Atualmente, somente cerca de cinco por cento da produção brasileira se destina ao consumo humano e, mesmo assim, de maneira indireta na composição de outros produtos. Isto se deve principalmente à falta de informação sobre o milho e à ausência de uma maior divulgação de suas qualidades nutricionais, bem como aos hábitos alimentares da população brasileira, que privilegia outros grãos.

Etimologia

"Milho" é oriundo do latim miliu[1]. "Avati", "auati" e "abati" são oriundos do tupi[5].

História

Caverna Guila Naquitz em Oaxaca, México, local dos restos conhecidos mais antigos de milho

O milho é a variante domesticada do teosinto. As duas plantas possuem aparência dissemelhante, o milho com um pedúnculo unico, alto e com múltiplas folhas e o teosinto sendo uma planta curta e frondosa. A diferença entre os dois é largamente controlada por apenas dois genes.[6]

esquerda: teosinto, direita: milho, meio: híbrido de milho-teosinto

Segundo Mary Poll, em trabalho publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, os primeiros registros do cultivo do milho datam de 7.300 anos, tendo sido encontrados em pequenas ilhas próximas ao litoral do México, no Golfo do México. Vestígios arqueológicos de milho encontradas na caverna Guila Naquitz no Vale de Oaxaca datam cerca de 6.250 anos, os mais antigos restos em cavernas de Tehuacan, Puebla, são de cerca de 5.450 anos.[7]

Começando por volta de 2.500 antes de Cristo, o cultivo de milho começou a se espalhar fora da Mesoamérica para outras partes do Novo Mundo. Seu nome de origem indígena caribenha significava "sustento da vida". O milho foi o alimento básico de várias civilizações importantes ao longo dos séculos; os Olmecas, Maias, Astecas e Incas reverenciavam o cereal na arte e religião.

O milho era plantado por indígenas americanos em montes, usando um sistema complexo que variava a espécie plantada de acordo com o seu uso. Esse método foi substituído por plantações de uma única espécie. Com as grandes navegações do século XVI e o início do processo de colonização da América, a cultura do milho se expandiu para outras partes do mundo. Hoje, é cultivado e consumido em todos os continentes e sua produção só perde para a do trigo e do arroz.

O plantio de milho na forma ancestral continua a praticar-se na América do Sul, principalmente em regiões pouco desenvolvidas, no sistema conhecido no Brasil como de roças. No final da década de 1950, por causa de uma grande campanha em favor do trigo, o cereal perdeu espaço na mesa brasileira. Atualmente, embora o nível de consumo do milho no Brasil venha crescendo, ainda está longe de ser comparado a países como o México e aos da região do Caribe.

O milho e os nativos do Novo Mundo

Este milho se planta por entre a mandioca e por entre as canas novas de açúcar. E colhe-se a novidade aos três meses, uma em agosto e outra em janeiro. Este milho come o gentio assado por fruto, e fazem seus vinhos com ele cozido, com o qual se embebedam, e os portugueses que comunicam com o gentio, e os mestiços não se desprezam dele, e bebem-no mui valentemente.[8]

O vinho de milho que Gabriel Soares de Souza se refere acima é, na verdade, cerveja de milho[9].

Quetzalcóatl - Divindade adorada pelos Asteca, Tolteca e Maias quem teria não só originado os homens como também providenciado seu principal alimento, o milho

Pelo fato do milho ser um dos alimentos mais difundidos entre os ameríndios, estes criaram várias lendas para explicar a inclusão deste grão nas suas dietas. Os antigos mexicanos acreditavam que houve quatro épocas anteriores à atual. Cada uma terminara em cataclismas, mas em cada época havia uma evolução dos seres vivos em relação à anterior. Na primeira os seres humanos foram feitos de cinza, mas a água os converteu em peixes. Na segunda os homens, embora fossem gigantes, eram frágeis e se caiam nunca mais se levantavam. Na terceira foram transformados em perús e na quarta em homens macacos [10]

Foi Quetzalcóatl, uma divindade adorada pelos Asteca, Tolteca e Maia, quem teria não só originado os homens como também providenciado seu principal alimento, o milho. Com a ajuda de larvas e abelhas silvestres conseguiu roubar os ossos de gerações passadas, encerrados na Terra dos Mortos, tenazmente guardada pelo Senhor dos Mortos, Mictlantecuhtli. Com a ajuda de Quilaztli, a deusa da fertilidade e maternidade, moeu os ossos e os colocou em uma taça, cobrindo-os com o sangramento de partes do seu corpo, inclusive do seu pênis. Uma vez recriados os seres humanos, Oxomoco e Cipactónal, O Adão e Eva da Mesoamérica antiga, era necessário achar algo consistente para alimentá-los e a formiga negra, que sabia onde havia milho, ajudou a divindade a encontrá-lo[10].

Atolli era o nome dado a mingaus e papas geralmente de milho, que constituia a alimentação básica dos nativos do México. O xocoatolli era um mingau de milho sazonado com uma fruta vermelha e muito consumido pelos Quaquata, do México. Mesmo puro apresentava a cor avermelhada, devido ao milho vermelho encontrado na região[11]

O cultivo do milho era feito da América do Norte à América do Sul, quando os europeus chegaram no Novo Mundo. Era tido como cereal pelos nativos norte-americanos até a região andina, enquanto os povos da floresta tropical o utilizavam principalmente como alimento de consumo imediato, o milho verde, que era consumido cozido ou assado. Na América do Sul e Antilhas era muito utilizado no preparo da chicha, uma bebida fermentada[12]. Com ele era também feita a farinha de milho[13]

O milho era um dos mais importantes para os nativos norte-americanos e prova disso é que recebia diferentes nomes entre as tribos, mas sempre com o significado de vida. Era comido cozido e assado e, com ele moido, faziam-se bolos e pães. Tudo indica que a pipoca foi descoberta por aqueles nativos[14].

Os Kaingang, habitantes de São Paulo ao Rio Grande do Sul, alegavam que seus antepassados conheceram o milho quando o encontraram nas moelas das aves[15]

Os Caiabi do Mato Grosso faziam um mingau de milho onde os grãos eram pilados e peneirados e a farinha era cozida com mandioca-doce e amendoim torrado e moído era acrescentado. Também faziam o mingau com a farinha do milho seco, que era cozida em água por bastante tempo. Quando esfriava, ao líquido era acrescentada batata-doce para espessar. O mingau de milho verde era feito ralando a espiga, peneirando a massa, juntando água e cozinhando. Faziam outro tipo de mingau de milho verde, ralando a espiga, socando no pilão com amendoim cru e cozinhando a mistura[16].

Faziam farinha de milho verde e de milho seco. A primeira era feita deixando as espigas secarem um pouco antes de serem raladas e depois de peneirada era misturada à farinha de mandioca. A de milho seco implicava em debulhar as espigas, torrar e pilar os grãos, acrescentar amendoim torrado e pilado e, finalmente, farinha de mandioca. Era consumida com peixe ou caça[16].

A quirera (milho moido), a pamonha e a pipoca eram os derivados de milho usados pelos indígenas do litoral paranaense[17]. Os Araweté do Pará tinham como principal alimento alimento o milho, que era consumido como mingau de milho verde, mingau doce, farinha de milho, paçoca e cauim. Eles davam mais importância à roça de milho do que à de mandioca.[18]. Milho assado ou cozido e também em forma de bolo era ingerido pelos Guarani de São Paulo[19]. Os Paranakã do Pará ingeriam o milho assado e um alimento semelhante ao curau[20]. Um mingau de milho moido semelhante à pamonha e o milho torrado acompanhado por banana, castanha, peixe ou carne eram consumidos pelos Xicrin do Pará[13].

Macaco roubando milho , carregando uma espiga na boca, uma em cada mão e uma debaixo de cada braço.

A roça de milho, além de fornecer a espiga como alimentação direta para os índios venezuelanos, tornava-se um excelente local para se matar macacos, outro alimento muito apreciado. O bando de macacos quando se movimentava pela floresta fazia enorme gritaria, sendo ouvido bem longe. Contudo, quando iam roubar milho nas roças aproximavam-se em silêncio absoluto e, de cima das árvores, ficavam observando se não havia índios por perto. Constatando que o caminho estava livre, todo o bando assaltava a roça, menos um indivíduo que ficava em cima da árvore mais alta exercendo a função de vigilante. Toda esta admirável estratégia era desmoronada devido à gulodice dos bichos. Cada um pegava cinco espigas: uma na boca, uma embaixo de cada braço e uma em cada mão e sai pulando para se esconder na floresta. O macaco que estava de vigia dava o aviso quando os índios estavam se aproximando e era aquela correria. Os macacos que tinham ao menos um braço e mão sem espiga conseguiam subir nas árvores e geralmente escapavam. Os que estavam com cinco espigas, ao invés de largar o produto do roubo, saiam pulando e se tornavam alvos fáceis para as flechas dos índios[21].

Os Botocudo de Minas Gerais comiam o milho seco cozido ou cru. Jogavam os grãos na boca e o mastigavam e engoliam. Também ingeriam a mandioca e a abóbora cozidos ou crus[22], enquanto os Quiapêr do Pará ingeriam o milho seco depois de cozido e fermentado[20]. Os Xavante do Mato Grosso faziam um bolo de fubá de milho misturado com farinha de palmito. Era envolto em folhas, colocado em um buraco no chão, sobre o qual era acesa uma fogueira[23]

Para minimizar ataque de insetos, índios amazônicos dependuravam as espigas longe do solo, em giraus. Isto também evitava que absorvessem a umidade do solo. Quando havia pouco milho, as espigas eram conservadas dentro da choupana, acima de fumeiros[24].

A base vegetal da alimentação dos índios norte-americanos era o milho, o feijão e a abóbora. Tribos do sudeste de Ontário, no Canadá, cultivavam mais de quinze espécies de milho, englobando mais de cem variedades. Do milho eram preparados pudins, sopas, bolinhos e pães. A sopa era preparada fervendo o milho em água e cinza de madeira até que os grãos inchassem. Após bem enxaguado, o milho era adicionado à água com feijões ou carne. Algumas vezes farelo de girassol ou nozes esmagadas eram adicionados para implementar o sabor. O pão de milho era feito de milho moído e feijão ou bagas e nozes secas, fervendo a mistura ou assando sobre uma pedra plana que ficava sobre o fogo. Podia ser servido quente ou frio e neste caso acompanhado de molho ou xarope. Podia também ser secado para futuro uso. Outro prato muito apreciado era um cozido feito com milho e feijão[25]

No início da colheita do milho os indígenas norte-americanos faziam festas que duravam vários dias, com muita comida e bebida. Para os Creek o início do amadurecimento do milho era tão importante que era considerado o início do Ano Novo. Os Hurons, da região norte do Lago Ontário, no Canadá, faziam sopa com espigas imaturas de milho que haviam ficado na água até ter início o processo de putrefação. Faziam canjica deixando os grãos de milho imersos em solução de sal de cinza para remover o pericarpo (parte externa e dura da semente) e depois os ferviam. Podiam depois ser secos, tostados e moidos e consumidos secos ou em forma de mingau. Tribos do sudoeste faziam o pinole, uma farinha grossa feita de grãos de milho torrados e moídos, geralmente misturada com ervas e temperos e que podia ser ingerida diretamente ou em forma de bebida. Acredita-se que os índios norte-americanos não conheciam nenhuma bebida alcoólica de milho antes da colonização, enquanto os sul-americanos as conheciam há séculos[26].

Os Iroquois do norte do estado de Nova York e sul de Quebec cozinhavam o milho com carne, feijão e vegetais. Os Pueblo do Novo México e Arizona faziam o paper bread, um tipo de tortilha feita com farinha de milho, cinza de madeira e água, que era assado em finas camadas sobre uma pedra chata disposta sobre uma fogueira[26]. Os Wampanoag da Nova Inglaterra, nordeste dos USA, cultivavam uma grande variedade de milhos, o branco, o negro, o amarelo, o vermelho, o azul, o bege, o esverdeado, e outros. Utilizavam todas as partes da espiga do milho; o grão era comido; da palha faziam esteiras, cestos e bonecas; o sabugo era usado como combustível, como dardo para jogos e como chocalho em cerimônias[27].

O milho era empregado como alimento de várias outras maneiras por tribos norte-americanas: os Abnaki do Canadá e os Chippewa de Ontario faziam sopa com os grãos; Os Delawe de Oklahoma cozinhavam a espiga, secavam os grãos e os comiam; os Havasupai do Arizona moíam os grãos secos, os misturavam com água salgada, faziam uma massa mole e assavam em forma de panqueca; Os Hopi do Arizona imergiam os grãos em água com cinzas de zimbro, cozinhavam e faziam canjica; os Iroquois de Quebec moíam os grãos, misturavam com água quente, faziam bolinhos que eram cozidos em água fervente; Os Isleta do Novo México faziam papa com a farinha de milho e a secavam para uso no inverno; os Keres, Western assavam a espiga para uso imediato ou futuro; os Menominee de Wisconsin torravam os grãos, moíam , misturavam com banha de urso e usavam como ração em rastreamentos; os Meskwaki de Iowa assavam ou cozinhavam os grãos e os guardavam para o inverno; os Navajo do Arizona, Novo México e Utah assavam os grãos, removiam a casca (pericarpo), moíam o endosperma, secavam, embrulhavam na palha verde e levavam em viagens; os Ojibwa de Ontario secavam os grãos para uso no inverno; os Omaha de Nebraska moíam os grãos verdes e faziam uma massa usada como alimento; os Papago do Arizona e México assavam as espigas, removiam os grãos, peneiravam e cozinhavam com carne; Os Zuni do Novo México moíam os grãos crus ou assados e faziam pães usados em viagens[28].

Composição

O Milho puro ou como ingrediente de outros produtos, é uma importante fonte energética para o homem. Ao contrário do trigo e o arroz, que são refinados durante seus processos de industrialização, o milho conserva sua casca, que é rica em fibras, fundamental para a eliminação das toxinas do organismo humano. Além das fibras, o grão de milho é constituído de carboidratos, proteínas e vitaminas do complexo B. Possui bom potencial calórico, sendo constituído de grandes quantidades de açúcares e gorduras. O milho contém vários sais minerais como ferro, fósforo, potássio e zinco. No entanto, é rico em ácido fítico, que dificulta a absorção destes mesmos.

Usos

O milho é basicamente utilizado na alimentação, seja ela indireta (como ração animal) ou através do consumo humano direto.

Uso na Alimentação Humana Direta

Taxa de consumo "per capita" de milho: ██ mais de 100 kg/ano ██ de 50 a 99 kg/ano ██ de 19 a 49 kg/ano ██ de 6 a 18 kg/ano ██ 5 ou menos kg/ano

Nos Estados Unidos, o uso do milho na alimentação humana direta é relativamente pequeno - embora haja grande produção de cereais matinais como flocos de cereais ou corn flakes e xarope de milho, utilizado como adoçante. No México o seu uso é muito importante, sendo a base da alimentação da população (é o ingrediente principal das tortilhas, e outros pratos da culinária mexicana).

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, no Brasil apenas cinco por cento do milho produzido se destina ao consumo direto humano. No Brasil, é a matéria-prima principal de vários pratos da culinária típica brasileira, como canjica, cuscuz, polenta, angu, mingaus, pamonhas, cremes, bolos, pipoca ou simplesmente milho cozido. Na indústria, pode ser usado como componente para a fabricação de rebuçados, biscoitos, pães, chocolates, geleias, sorvetes e maionese.

Apesar de serem usados para fazer pães, o milho não contém a proteína glúten. Isso faz com que os assados de milho não sejam especialmente nutritivos (como é o caso dos assados feitos de trigo).

Usos Alternativos

O uso primário do milho nos Estados Unidos e no Canadá é na alimentação para animais. O Brasil tem situação parecida: 65 por cento do milho é utilizado na alimentação animal e onze por cento é consumido pela indústria, para diversos fins. Seu uso industrial não se restringe à indústria alimentícia. É largamente utilizado na produção de elementos espessantes e colantes (para diversos fins) e na produção de óleos.

Recentemente, Europa e Estados Unidos têm incentivado seu uso para produção de etanol. O etanol é utilizado como aditivo na gasolina, para aumentar a octanagem. O uso do milho para produção de biocombustíveis tem encarecido seu uso para alimentação.

Pesquisas Genéticas

O milho é a espécie vegetal mais utilizada para pesquisas genéticas. Em 1940, Barbara McClintock ganhou o Prêmio Nobel de Medicina pela sua descoberta de transposões, enquanto estudava o milho. A produção de milho é uma das mais difundidas entre as de alimentos transgênicos, em parte por que seu consumo é basicamente para ração animal, onde a resistência do consumidor é menor.

Algumas variedades não comerciais e selvagens de milho são cultivadas ou guardadas em bancos de germoplasma para adicionar diversidade genética durante processos de seleção de novas sementes para uso doméstico - inclusive milho transgênico.

De acordo com um estudo genético, verificou-se que o cultivo do milho foi introduzido na América do Sul a partir do México, em duas grandes ondas: a primeira, 5000 anos, difundida através dos Andes; a segunda, há 2000 anos atrás, através das terras baixas da América do Sul. As populações do Brasil àquela época, incluindo a Amazônia, tinham uma maior relação com a América Central e norte da América do Sul, do que com a região Andina, salvo a região ao norte do Chile até o Paraguai/Paraná, local em que a mistura genética detectada quanto ao milho revela possíveis contatos culturais.[29]

Variedades Especiais

Milho Branco

Uma das variedades mais difundidas no Brasil é o milho branco. Tem, como principais finalidades, a produção de canjica, grãos e silagem. A planta tem altura próxima de 2,20 metros, sendo que a espiga nasce a 1,10 metro do solo. A espiga é grande, cilíndrica e apresenta alta compensação. O sabugo é fino, os grãos são brancos, profundos, pesados e de textura média. O colmo tem alta resistência física e boa sanidade. A raiz tem boa fixação.

A planta é especialmente resistente às principais doenças foliares do milho, em diferentes altitudes e épocas de plantio. Podem ser colhidas até duas safras de milho branco por ano. Em algumas épocas e regiões do Brasil, a cotação da saca de milho branco pode ser até cinquenta por cento superior à do milho tradicional. O auge da demanda ocorre no período imediatamente anterior à quaresma, pois a canjica é um prato típico destas festividades.

No Brasil, o milho branco é bastante difundido nos estados do Paraná e São Paulo, mas há também plantações isoladas nos estados de Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso. Entre os principais municípios produtores, estão Londrina, Irati e Pato Branco no Paraná e Quadra - que é considerada a "Capital do Milho Branco" -, Tatuí e Itapetininga, em São Paulo. Nos Estados Unidos, a produção de milho branco em 2004 correspondia a três por cento do total. Embora ainda minoritário, o milho branco tem ganho espaço no mercado nos últimos anos, e a área plantada tem refletido o aumento na demanda. Um dos motivos é que o mercado reconhece que ainda não existem variedades transgênicas de milho branco, o que automaticamente aumenta seu valor de mercado em nichos específicos.

Milho Transgênico

Milho em Timor-Leste

Em relatório recentemente divulgado, notou-se que submeter camundongos a dietas contendo quantidades significativas de determinado tipo de milho transgênico (o MON 863) é prejudicial à saúde destes animais e pode causar lesões consideráveis em órgãos importantes (rins, fígado, etc), interferir com a função do sistema imunológico (contagem de linfócitos, leucócitos, granulócito) e alterar seus metabolismos (glicose).[30] [31][32]

A variedade transgênica mais conhecida é desenvolvida pela Monsanto, e é conhecida como RR GA21 (tolerante ao herbicida glifosato). Ela é utilizada extensivamente nos Estados Unidos. Outras empresas atuantes no ramo incluem a Syngenta, a BASF, a Bayer e a DuPont. Em 1999, a Novartis foi a primeira empresa a receber autorização do governo brasileiro para realizar testes no país com o milho transgênico BT, resistente a insetos.

Variedades de milho

Segundo os produtores de sementes, o milho transgênico traz um aumento médio de oito por cento na produtividade. Nos Estados Unidos, mais de setenta por cento do milho semeado é transgênico. A produção de variedades transgênicas na Argentina e no Brasil é crescente, embora nem sempre a prática do cultivo dessas variedades seja legal. Há também relatos de milho transgênico em Honduras (terra de origem do milho), onde variedades transgênicas "contaminaram" as variedades locais. No México, o milho transgênico também enfrenta séria oposição governamental: em 1998, foi proibida a experimentação, o cultivo e a importação de milho transgênico.

O milho é um exemplo da manipulação de espécies pelo Homem, sendo utilizado tanto pelos defensores quanto pelos opositores dos transgênicos. O milho cultivado pelos índios mal lembra o milho atual: as espigas eram pequenas, cheias de grãos faltando, e boa parte da produção era perdida para doenças e pragas. Através do melhoramento genético, o milho atingiu sua forma atual. Os defensores dos transgênicos utilizam este exemplo para dizer que a manipulação das características genéticas de vegetais não é novidade e já foi feita anteriormente, com muito menos controle do que atualmente. Os opositores dos transgênicos utilizam o mesmo exemplo para defender que há alternativas para a manipulação direta dos genes de espécies vegetais, técnica à qual se opõem.

Nem sempre as remessas de milho importado dos Estados Unidos chegam aos países da América Latina com rotulagem indicando isso aos consumidores. Apesar disso, pesquisas mexicanas indicam que a contaminação do milho nativo pode ter sido causada pela polinização acidental, que talvez tenha ocorrido também em outros países centro-americanos. Os milhos transgênicos, de propriedade de algumas poucas empresas, ao entrar em contato com o ambiente natural, se espalham. Há casos nos Estados Unidos em que um pequeno agricultor planta milho e depois precisa pagar royalties, pois tais espigas eram transgênicas e estavam patenteadas por grupos financeiros. Já que o milho transgênico está tomando o lugar com o milho "de verdade", natural, tais acontecimentos têm sido cada vez mais comuns.[33]

Cultivo

O milho tem alto potencial produtivo e é bastante responsivo à tecnologia. O nível tecnológico da cultura está entre o médio e o alto. O cultivo é idealmente mecanizado e se beneficia bastante da técnica de plantio direto. A utilização de discos de plantio é adequada para a sua peneira.

Exemplares de milho premiados na Feira do Condado de Olmsted, em Rochester, em Minnesota, nos Estados Unidos

O plantio de milho é feito tanto na chamada "safrinha" quanto na safra principal (ou seja, a safra de verão). Na Região Sudeste do Brasil, o mês de plantio mais indicado geralmente é setembro, mas o plantio pode ser feito até em novembro. Dependendo do mês de plantio, o espaçamento entre as linhas e a quantidade de sementes por metro deve variar. O ciclo do plantio varia entre 115 e 135 dias.

A adubação deve ser feita conforme a análise do solo. O controle de pragas e ervas daninhas só deve ser feito se necessário. Nem sempre há necessidade de irrigação intensiva: pelo menos nas regiões tradicionalmente produtoras, a precipitação é suficiente para as necessidades hídricas da planta. Lavouras bem-sucedidas apresentam valor médio de germinação na faixa de 95 por cento %. A produtividade média varia entre 250 e 350 sacas por alqueire. Nas regiões de produtividade recorde do Brasil, há produtores que chegam a alcançar 520 sacas por alqueire.

Colheita

Antes da Segunda Guerra Mundial, a maior parte do milho era colhida à mão. Isso frequentemente envolvia grandes números de trabalhadores, e eventos sociais associados. Um ou dois pequenos tratores eram utilizados, mas as colheitadeiras mecânicas não foram utilizadas até o fim da guerra. Na mão ou através da colheitadeira, a espiga inteira é coletada e a separação dos grãos e do sabugo é uma operação separada. Anteriormente, isso era feito em uma máquina especial. Hoje, as colheitadeiras modernas têm unidades de separação de grãos anexas. Elas cortam o milho próximo à base, separam os grãos da espiga com rolos de metal e armazenam somente os grãos.

Características da Planta

O milho pertence ao grupo das angiospermas, ou seja produz as sementes no fruto. A planta do milho chega a uma altura de 2,5 metros, embora haja variedades bem mais baixas. O caule tem aparência de bambu e as juntas estão geralmente a cinquenta centímetros de distância umas das outras. A fixação da raiz é relativamente fraca. A espiga é cilíndrica, e costuma nascer na metade da altura da planta.

Os grãos são do tamanho de ervilhas, e estão dispostos em fileiras regulares presas no sabugo, que formam a espiga. Eles têm dimensões, peso e textura variáveis. Cada espiga contém de duzentos a quatrocentos grãos. Dependendo da espécie, os grãos têm cores variadas, podendo ser amarelos, brancos, vermelhos, pretos, azuis ou marrons. O núcleo da semente tem um pericarpo que é utilizado como revestimento.

Cultivo de Milho no Mundo

Produção de milho no Colorado, nos Estados Unidos

O milho é largamente cultivado em diversas regiões do mundo. Os Estados Unidos respondem por quase cinquenta por cento da produção mundial. Outros grandes produtores são a República Popular da China, a Índia, o Brasil, a França, a Indonésia e a África do Sul. A produção mundial foi de 600 000 000 de toneladas em 2003. O milho é semeado aproveitando-se das chuvas da primavera. Seu sistema de raízes é fraco e a planta é dependente de chuvas constantes, ou irrigação. Nos Estados Unidos, uma boa colheita é prevista tradicionalmente se o milho está "na altura do joelho por volta de 4 de Julho" ("knee-high by the Fourth of July"), embora híbridos modernos frequentemente excedam essa taxa de crescimento.

Milho utilizado como silagem é colhido enquanto a planta está verde, e o fruto imaturo. De outro modo, o milho é deixado no campo até o outono, de modo a secar. Às vezes, não é colhido até o inverno, ou até o início da primavera. Em outras regiões e circunstâncias, são utilizados agrotóxicos para secar o milho mais rápido, e aproveitar altas no preço do grão. Na América do Norte, os campos são frequentemente plantados utilizando a rotação de culturas com uma plantação fixadora de nitrogênio, como feijão ou soja.

Cultivo de Milho na África do Sul

Na África do Sul o milho, ali chamado mealie, tem um papel preponderante na alimentação. Tal como no resto da África, constitui a base do regime alimentar, sendo consumido por exemplo em pão e bolos, em líquido (phuzamandla) e sozinho ou como acompanhamento de outros alimentos (mealie pap: massa de milho). A África do Sul foi, em 2005, o nono maior produtor de milho do mundo, com 12 000 000 de toneladas. [34]

Cultivo de Milho no Brasil

Milharal novo em Avaré, no Brasil

Cultivado em todo o Brasil, terceiro maior produtor mundial,[35] o milho é usado tanto diretamente como alimento, quanto para usos alternativos. A maior parte de sua produção é utilizada como ração de bovinos, suínos, aves e peixes. Atualmente, somente cerca de quinze por cento da produção brasileira se destina ao consumo humano e, mesmo assim, de maneira indireta na composição de outros produtos. Isto se deve provavelmente à falta de informação sobre o milho e suas qualidades e ao costume culinário brasileiro de utilizar mais os grãos de arroz e feijão.

Ao lado da soja, a cultura de milho é uma das pontas de lança da recente expansão da atividade agrícola brasileira. O cultivo de milho é altamente beneficiado pela tecnologia e pelas inovações da pesquisa agrícola, sendo um dos principais casos de sucesso da chamada revolução verde. Além dos benefícios óbvios decorrentes da exportação (como a geração de divisas para o país), a cultura de milho adquire importância estratégica quando se leva em conta a vantagem de mercado que uma grande produção nacional de milho traz para atividades agrícolas que usam a ração animal como base, como a bovinocultura, a avicultura, a suinocultura e até a piscicultura.

Os estados líderes na produção de milho são Paraná e Mato Grosso. Afora o seu alto prestígio no agronegócio, o milho também é uma das culturas mais cultivadas pela agricultura familiar brasileira, tanto para a subsistência quanto para a venda local.

Cultivo de Milho em Portugal

Em Portugal, a área cultivada é de cerca de 200 000 hectares. Os milhos mais semeados são os híbridos, representando cerca de 71,4 por cento da área global da cultura. O cultivo de milho em Portugal faz-se essencialmente no Minho e nos Açores. Tanto que teve influência na arquitectura e paisagem tradicional, existindo os tradicionais espigueiros em toda a região. O milho é semeado entre Março e Junho, sendo a sua colheita em Setembro.

Referências

  1. a b FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 134
  2. University of Utah: HEALTH SCIENCES. «The Evolution of Corn». Consultado em 21 de janeiro de 2016 
  3. FAOSTAT: Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. «Preliminary 2011 Data Now Available». Consultado em 21 de janeiro de 2013 
  4. IBGE
  5. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.5
  6. The digital Universe. «Study of corn genetics has implications for biofuel research». Consultado em 21 de janeiro de 2013 
  7. Roney, John. "The Beginnings of Maize Agriculture." Archaeology Southwest. Vol 23, No. 1, Winter 2009, p. 4
  8. SOUSA, Gabriel Soares de 1540-1590. Tratado descritivo do Brasil em 1587. São Paulo, Cia Editora Nacional, Editora da Universidade de São Paulo. 1971. 4ª ed. 389p.
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  • Mealie: o milho na África do Sul

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